• Nenhum resultado encontrado

Efeito do uso de probióticos sobre a formação da saburra lingual e na diminuição da halitose: relato de caso clínico / Effect of use of probiotics on the formation of language saburat and the reduction of halitosis: clinical case report

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2020

Share "Efeito do uso de probióticos sobre a formação da saburra lingual e na diminuição da halitose: relato de caso clínico / Effect of use of probiotics on the formation of language saburat and the reduction of halitosis: clinical case report"

Copied!
9
0
0

Texto

(1)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 43657-43665, jul. 2020. ISSN 2525-8761

Efeito do uso de probióticos sobre a formação da saburra lingual e na

diminuição da halitose: relato de caso clínico

Effect of use of probiotics on the formation of language saburat and the

reduction of halitosis: clinical case report

DOI:10.34117/bjdv6n7-108

Recebimento dos originais: 03/06/2020 Aceitação para publicação: 06/07/2020

Débora Rocha Nunes

Graduada em Odontologia

Instituição: Centro Universitário da Serra Gaúcha - FSG

Endereço: Rua os Dezoito do Forte, 2366 – São Pelegrino, Caxias do Sul – RS, Brasil E-mail: dernunes81@gmail.com

Juliane Pereira Butze

Doutora em Clínica Odontológica/Periodontia Instituição: Centro Universitário da Serra Gaúcha - FSG

Endereço: Rua os Dezoito do Forte, 2366 – São Pelegrino, Caxias do Sul – RS, Brasil E-mail: juliane.butze@fsg.edu.br

RESUMO

A halitose é caracterizada por um cheiro desagradável exalado pela cavidade oral, podendo ter origem extra e/ou intra-oral. Dentre as principais causas intra-orais, a saburra lingual é a mais prevalente. Estudos relatam vantagens do uso de probióticos para o tratamento de afecções bucais. Alguns estudos ainda mostram uma redução significativa da saburra lingual e, assim, consequentemente da halitose. Portanto, o presente estudo teve como objetivo verificar se o uso de probióticos, na forma de filmes orodispersíveis são capazes de inibir a formação de saburra lingual após uso contínuo de 90 dias. Para isso, um paciente com queixa de halitose e acúmulo de saburra lingual foi selecionado. Para a avaliação da auto-percepção de halitose, foi aplicada uma Escala Visual Analógica (EVA) e a avaliação da saburra lingual se deu por um examinador treinado, através do Índice de Saburra Lingual (ISL). O paciente foi orientado quanto ao uso do probiótico, sendo lhe fornecido a dosagem necessária para todo o período do estudo. Seis filmes orodispersíveis para uso diário foram administrados oralmente, dois filmes após as principais refeições (café da manhã, almoço e janta). Os filmes orodispersíveis eram à base de Lactobacillus salivarius WB21 e 280 mg de xilitol. Após o período de 90 dias, se pode observar uma redução na auto-percepção de halitose do paciente, através da EVA, de 2,5 cm para 1 cm. Quanto ao ISL, a redução na formação da saburra foi bastante expressiva, de um escore de 8 para 1. Concluiu-se que no período de 90 dias do uso do probiótico, o paciente apresentou redução do ISL, bem como na auto-percepção de halitose pelo paciente.

Palavras-chave: Halitose, Probióticos, Prevenção. ABSTRACT

Halitosis is characterized by an unpleasant smell exhaled by the oral cavity and may have an extra and / or intraoral origin. Among the main intra-oral causes, lingual coating is the most prevalent. Studies report advantages of using probiotics to treat oral conditions. Some studies even show a significant reduction in tongue coating and, consequently, halitosis. Therefore, the present study aimed to verify whether the use of probiotics, in the form of orodispersible films, is capable of

(2)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 43657-43665, jul. 2020. ISSN 2525-8761

inhibiting the formation of tongue coating after continuous use for 90 days. For this, a patient with complaints of halitosis and accumulation of tongue coating was selected. For the assessment of self-perception of halitosis, a Visual Analogue Scale (VAS) was applied and the assessment of the lingual coating was performed by a trained examiner, through the Tongue Coating Index (TCI). The patient was instructed on the use of the probiotic, being provided with the necessary dosage for the entire study period. Six orodispersible films for daily use were administered orally, two films after the main meals (breakfast, lunch and dinner). The orodispersible films were based on Lactobacillus salivarius WB21 and 280 mg of xylitol. After the 90-day period, a reduction in the patient's self-perception of halitosis can be observed, through VAS, from 2.5 cm to 1 cm. As for the TCI, the reduction in the formation of the coating was quite expressive, from a score of 8 to 1. It was concluded that in the period of 90 days of the use of the probiotic, the patient presented a reduction in the TCI, as well as in the self-perception of halitosis by the patient.

Keywords: Halitosis, Probiotics, Prevention. 1 INTRODUÇÃO

Halitose é uma palavra oriunda do latim, onde halitus significa “respiração” e o sufixo osis deriva do grego, tendo como significando “processo patológico” (VAN DEN BROEK et al., 2008; NUNES et al., 2012). O termo Halitose é utilizado para definir alguma modificação do hálito, cheiro desagradável ou mau odor estando, normalmente, associado à cavidade oral, e podendo ser de origem fisiológica e/ou patológica (TÁRZIA, 2005; RIO, 2007; AMORIM et al., 2011).

Podemos classificar as causas da halitose como de origem intra ou extra-orais. As intra-orais estão relacionadas à má higiene bucal, patologias periodontais (gengivites e periodontites), hiposalivação e, principalmente, à saburra lingual (SANZ, 2001; VAN DEN BROEK, 2007; NUNES, 2012). A saburra lingual é formada por restos epiteliais da mucosa oral, bactérias e restos alimentares que se acumulam no dorso da língua liberando compostos maus cheirosos, os compostos sulfurados voláteis (CSV), responsáveis pelo mau hálito (COSTA, 1981; CARVALHO, 2004; AMORIM et al., 2011).

Probióticos são o oposto de antibióticos, foram incluídos por Lilly e Stillwell (1965) como “substâncias produzidas por microrganismos, que promovem o crescimento de outros microrganismos” (LILLY et al., 1965; PENALA et al., 2015). Os probióticos são microrganismo que possibilitam benefícios para a saúde do hospedeiro quando empregado da maneira correta (ALLAKER et al., 2015; ALLAKER et al., 2017). Os probióticos mais utilizados são à base de Lactobacillus e Bifidobacterium que são usados para tratamento de problemas gastrointestinais e infecções respiratórias. Estudos também mostram vantagens do uso dos probióticos em Odontologia, como na diminuição do risco de desenvolvimento da doença cárie, pela redução dos Streptococcus mutans, organismo causador da doença, na cavidade oral (PENALA et al., 2015).

(3)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 43657-43665, jul. 2020. ISSN 2525-8761

A eficácia do uso de probióticos no tratamento da halitose já foi demonstrada em diversos estudos (IWAMOTO, 2010; ANUSHA, 2015; ALLAKER, 2017). Estes, avaliaram a capacidade dos lactobacilos em modificar o grau de halitose e as condições clínicas relacionadas à mesma. Do mesmo modo, analisaram o uso de probióticos no controle de doenças periodontais e de cárie dentária, mostrando sua efetividade no controle dessas patologias.

Portanto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar se os probióticos, na forma de filmes orodispersíveis, inibem a formação de saburra lingual após uso contínuo de 90 dias, bem como se reduzem a percepção de halitose pelo paciente.

2 RELATO DE CASO

Paciente leucoderma, 24 anos de idade, gênero masculino, residente da cidade de Caxias do Sul- RS, foi selecionado na Clínica de Triagem do Curso de Odontologia do Centro Universitário da Serra Gaúcha - FSG. Para se tornar elegível, o participante deveria ter idade superior a 18 anos, queixa de halitose, ausência de condições sistêmicas, presença de evidente saburra lingual, capacidade de entender orientações verbais e escritas, não ter recebido suplementos probióticos e terapia antibiótica nos últimos 3 meses, não fazer uso de agentes químicos para fins cosméticos. Mulheres grávidas, lactantes e sob reposição hormonal, tabagistas e alérgicos a produtos de lactato foram considerados como critérios de exclusão (CAAE: 17775119.0.0000.5668).

Na primeira consulta, o paciente respondeu a um questionário (Zanotti et al., 2015) composto por perguntas objetivas sobre a percepção dele sobre o próprio hálito, bem como hábitos relacionados à halitose (Tabela 1).

Tabela 1 – Questionário sobre halitose, higiene bucal do paciente e sua auto-percepção quanto a halitose.

Questionário Sobre Halitose Resposta

Frequência que escova os

dentes, ao dia 3

Frequência do uso do fio

dental, ao dia 1

Respira pela boca As vezes

Sente gosto ruim na boca Não

Acha que tem mau hálito Sim

Como avalia a intensidade do

seu mau hálito Fraco

Alguém já falou que você tem

mau hálito Sim

Já consultou especialista Não Costuma escovar a língua Sim

(4)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 43657-43665, jul. 2020. ISSN 2525-8761

Posteriormente, a halitose foi avaliada através dos seguintes indicadores:

Escala Visual Analógica (EVA): Para a auto-percepção, foi solicitado ao paciente que marcasse a percepção do seu mau hálito numa escala visual analógica de 10 cm marcado em cada extremidade o valor de zero “ausência de mau hálito” e o valor de 10 “pior hálito possível”. Para isso, foi pedido ao paciente que mantivesse a boca fechada por um período de dois minutos. Após, o paciente colocou as mãos sobre a boca e o nariz, exalando através da boca e respirando pelo nariz (Rosemberg e Kozlovsky, 1995). Este exame foi repetido a cada 30 dias de acompanhamento (Gráfico 1).

Gráfico 1 – Escala Visual Analógica (EVA): Exame de auto-percepção do paciente quanto ao seu próprio hálito.

Fonte: Pesquisa, 2019.

Índice de Saburra Lingual (ISL): A língua foi dividida em seis partes, sendo três na parte posterior e três na parte anterior. Cada sextante foi categorizado com um escore (0 = nenhuma cobertura presente, 1 = presença de fina cobertura, 2 = presença de uma evidente cobertura). O resultado do índice de cobertura da língua de Winkel (2003) foi obtido pela soma de todos os seis escores. O ISL foi realizado por um examinador treinado. Este exame foi repetido a cada 30 dias de acompanhamento (Gráfico 2). 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 inicial 30 dias 60 dias 90 dias

(5)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 43657-43665, jul. 2020. ISSN 2525-8761 Gráfico 2 – Índice de Saburra Lingual (ISL): nível de cobertura da língua pela saburra lingual.

Fonte: Pesquisa, 2019.

Após os exames, o paciente foi orientado quanto ao uso do probióticos. Foi fornecido ao mesmo a dosagem necessária para todo o período do estudo, de seis filmes orodispersiveis por dia, administrados oralmente, após as principais refeições (café da manhã, almoço e janta). A orientação quanto ao uso do probiótico foi de depositar dois filmes orodispersiveis sobre o dorso da língua e permitir a dissolução dos mesmos. Os filmes orodispersiveis eram à base de Lactobacillus salivarius WB21 e 280 mg de xilitol. O paciente também foi instruído a não mudar seu regime de higiene oral e não utilizar outros produtos à base de probióticos durante o período do estudo. Não foi realizada profilaxia profissional nem instrução de higiene oral durante ou antes do período experimental. O paciente realizou o tratamento que teve duração de 90 dias, retornando a cada 30 dias para novos exames.

3 DISCUSSÃO

Halitose é caracterizada por uma alteração fisiológica ou patológica do hálito, que gera constrangimento para o seu portador (MAROCCHIO et al., 2006; RIO et al., 2007). Popularmente conhecida como bafo, mau cheiro ou cheiro fétido, sendo uma queixa de incidência mundial, afeta aproximadamente 90% da população (AMORIM et al., 2011). De acordo com diversos estudos, a halitose é um dos motivos mais comuns de consultas odontológicas vindo atrás somente da cárie dental e das doenças periodontais (SCULLY, GREENMAN, 2012; BOLLEN, BEIKLER, 2012; BICAK, 2018).

A saburra lingual se caracteriza pelo depósito entre as papilas da língua, de células epiteliais descamadas, resíduos alimentares e salivares, leucócitos, microorganismos e muco, formando uma placa de coloração branco-amarelada sobre o dorso da língua (BICAK, 2018). Segundo Marocchio et al. (2009), a presença desse odor fétido na cavidade oral deve-se em grande parte pelos compostos

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

inicial 30 dias 60 dias 90 dias

(6)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 43657-43665, jul. 2020. ISSN 2525-8761

sulfurados voláteis (CSV), formados como resultado do metabolismo de bactérias presentes na microbiota oral, principalmente por anaeróbicas proteolíticas e gram-negativas que usufruem dos substratos contidos na saburra lingual. Dentre as bactérias responsáveis pela formação dos CSV’s podemos citar Porphyromonas gingvalis, Aggregtibacter actinomycetemcomtans, Spirochaetes, Prevotella intermedia, Capnocytophaga. Conforme a cepa que se encontra a bactérias, há a liberação de gases como de compostos voláteis de enxofre (metilmercaptana, sulfeto de hidrogênio e sulfeto de dimetila) diretamente associados ao biofilme lingual, sendo exalados pela cavidade oral, favorecendo o desenvolvimento da halitose (CASEMIRO et al., 2008).

Devido à morfologia da estrutura da língua, que colabora na formação e acúmulo da saburra lingual, a realização de uma limpeza adequada da língua, com auxílio de ferramentas facilitadoras para a remoção da saburra lingual, acompanhada pela motivação e explicação do profissional Cirurgião-Dentista para o paciente é essencial (RIO et al., 2007). Desta forma, podemos lançar mão de diversas técnicas de limpeza da língua através do auxílio de uma escova de dentes, raspador de língua ou uso de gaze (MAROCCHIO et al., 2009). No entanto, no presente estudo, se pode perceber através do ISL, que o paciente não possuía uma higiene da língua eficiente, apesar de ter reportado inicialmente fazer a higiene da mesma.

A palavra probiótico significa “para a vida”, sendo oriundo da língua grega. É um complemento alimentar microbiano vivo que, beneficamente, contagia o hospedeiro, equilibrando sua microbiota (FULLER, 1989; ANUSHA et al., 2015). Atualmente a Organização Mundial da Saúde (OMS), em uma consulta conjunta com a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO / 2002), reafirma que os probióticos são “microrganismos vivos, que se administrado em quantidades apropriadas proporcionam benefícios à saúde do hospedeiro (BHARDWAJ et al., 2012; ANUSHA et al., 2015). Os probióticos podem ser encontrados na forma de bebidas ou comidas (suco de frutas), fibras pré-bióticas, produto à base de leite, cápsulas, gelatinas e comprimidos (CAGLAR et al., 2005; ANUSHA et al., 2015). Na cavidade bucal, o mecanismo de ação dos probióticos se assemelha ao do intestino, onde a cepa deve ser capaz de causar um efeito benéfico ao hospedeiro, agindo na forma de mecanismos hipotéticos de ação, aumentando a proteção de microrganismos orais, competindo e intervindo com bactérias da placa bacteriana. De forma indireta, atuam na função imunológica, de forma sistêmica, atuando como antioxidantes (SALMINEN et al., 2002; MEURMAN, 2005; SENOK et al., 2005; DORON et al., 2006; ANUSHA et al., 2015).

Um estudo desenvolvido por Kang et al. (2006) demonstra a eficácia dos probióticos na cavidade oral, mostrando haver um efeito inibitório dos compostos voláteis de enxofre (CSV) gerados pela Fusobacterium nucleatum após a ingestão de Weissella ciabaria. O peróxido de hidrogênio desenvolvido pela W. ciabaria inibiria a procriação de F. nucleatum, reduzindo a produção dos

(7)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 43657-43665, jul. 2020. ISSN 2525-8761

compostos voláteis de enxofre (CSV). Os Lactobacillus salivarius WB21, o qual foi usado no presente estudo, age da mesma forma que a Weissella ciabaria, produzindo peróxido de hidrogênio que inibe a procriação de microrganismos causadores do mau odor.

Marchetti et al. (2015) realizaram um estudo randomizado, duplo-cego, com 20 pacientes que sofriam de halitose. Os pacientes foram instruídos a tomar 4 comprimidos ao dia de probióticos à base de Lactobacillus brevis pelo período de 14 dias. O L. brevis possui arginina desiminase (AD) que age contra a halitose, dificultando a formação de compostos sulfurados voláteis (CSV) na cavidade oral. Por meio deste estudo pode-se observar uma redução significativa na formação da saburra lingual dos pacientes que fizeram uso do probióticos quando comparado ao grupo que fez uso de placebo.

Em um estudo randomizado controlado, duplo-cego realizado por Penala et al. (2016), foi avaliada a eficácia do uso de probióticos em pacientes sistemicamente saudáveis, mas que possuíam halitose. Neste estudo, utilizou-se um produto para bochecho que em sua composição continha Lactobacillus salivarius e Lactobacillus reuteri. O estudo mostrou que o grupo que fez uso do enxaguatório à base de probióticos apresentou uma redução significativa do escores de halitose, em 1 e 3 meses, quando comparado ao grupo placebo.

O estudo realizado por Iwamoto et al. (2010), que foi utilizado como base para a presente pesquisa, selecionou pacientes que sofriam de halitose tanto fisiológica como patológica. Estes foram instruídos a utilizar 3 comprimidos à base de probióticos na forma de tabletes, tendo em sua composição o Lactobalillus salivaris WB21 e xilitol, num período de aproximadamente 4 semanas. Os pacientes também foram orientados a não mudarem seus hábitos de higiene oral, nem foi repassada nenhuma orientação de higiene ou realizado profilaxia durante o período de estudo. O estudo mostrou que, após 2 semanas de uso dos tabletes à base de probióticos, os pacientes apresentaram melhoras no hálito e, após 4 semanas de acompanhamento os escores do teste organoléptico foram significativamente menores comparados ao primeiro dia do estudo.

Em muitos campos da medicina, os probióticos são utilizados há muito tempo a fim de beneficiar a saúde de crianças e adultos. No entanto, os estudos sobre os efeitos dos probióticos na saúde bucal ou na halitose são muito limitados. Este estudo teve como objetivo fornecer evidências sobre o efeito dos probióticos na formação da saburra lingual e, consequentemente, para a halitose, o que poderia ajudar os profissionais da Odontologia. Além disso, se destaca a necessidade de pesquisas futuras para comparar o efeito de diferentes abordagens probióticas e examinar o impacto a longo prazo do tratamento, sugerindo que também sejam necessárias diretrizes ou opções de tratamento para o uso destes.

(8)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 43657-43665, jul. 2020. ISSN 2525-8761

4 CONCLUSÃO

Como podemos analisar, no presente estudo, a saburra lingual é uma das principais causas da halitose, estando diretamente relacionada com o acúmulo de biofilme no dorso da língua. As evidências atuais apoiam a recomendação de probióticos para o manejo da halitose. Os probióticos, como sabemos, agem na cavidade oral na forma de mecanismo hipotéticos de ação, causando um efeito benéfico ao hospedeiro.

Com base neste estudo, pode se concluir que o uso de probióticos na forma de filmes orodispersíveis colocados diretamente sobre o dorso da língua por um período de 90 dias mostrou ter um efeito inibitório na formação da saburra lingual e, consequentemente na percepção de halitose pelo paciente. Porém, mais estudos são necessários para determinar a eficácia dos probióticos no tratamento e prevenção da halitose.

REFERÊNCIAS

1. ALLAKER RP, DOUGLAS CWI. Non-conventional therapeutics for oral infections. Virulence, 2015; 6: 196-207.

2. ALLAKER RP, STEPHEN AS, Use of Probiotics and Oral Health. Curr Oral Health Reports, 2017; 4: 309-318.

3. AMORIM JÁ, et al. Análise da relação entre a ocorrência da halitose e a presença de saburra lingual. RGO - Revista Gaúcha de Odontologia, 2011; 1 (59): 7-13.

4. ANUSHA R, et al. The magic of magic bugs in oral caity: Probiotics. Journal of Advanced Pharmaceutical Technology & Research, 2015; 6: 43-47.

5. BHARDWAJ A, BHARDWAJ SV. Role of probiotics in dental caries and periodontal disease. Archives of Clinical and Experimental Surgery, 2012; 1: 45-49.

6. BICAK DA. A Current Approach to Halitosis and Oral Malodor- A Mini Review. The Open Dentistry Journal, 2018; 12: 322-330.

7. BOLLEN CM, BEIKLER T. Halitose: A abordagem multidisciplinar. International Journal of Oral Science, 2012; 4(2): 55-63.

8. Caglar et al., 2005;

9. CARVALHO MD, et al. Impacto of mouthrinses on morning bad breath in healthy subjects. Journal of Clinical Periodontology, 2004; 31 (2): 85-90.

10. CASEMIRO L A, et al. Effectiveness of a new toothbrush design versus a conventional tongue scraper in improving breath odor and reducing tongue microbiota. Journal of Applied Oral Science, 2008; 16(4): 271-274.

11. COSTA IM. Metodologia para o estudo das halitoses. Ars Curandi em Odontologia, 1981; 7 (11): 85-90.

12. DELANGHE G, et al. An inventory of patients’ response to treatment at a multidisciplinary breath odor clinic. Quintessence International, 1999; 30: 307-310.

13. DORON S, GORBACH SL. Probiotics: Their role in the treatment and prevention of disease. Expert Rev Anti Infect Ther 2006; 4:261-75.

(9)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 43657-43665, jul. 2020. ISSN 2525-8761

14. FULLER A. Probiotics in man and animals. Journal of Applied Bacteriology, 1989; 66: 365-378.

15. IWAMOTO T, et al. Effects of probiotic Lactobacillus salivarius WB21 on halitosis and oral health: na open-label pilot trial Oral Surgery, Oral Medicine, Oral Pathology, Oral Radiology, and Endodontology, 2010; 110: 201-208.

16. KANG MS, et al. Inhibitory effect of Weissella cibaria isolates on the production of volatile sulphur compounds. Journal of Clinical Periodontology, 2006; 33: 226-232.

17. LILLY DM, STILLWEL RH. Probiotics: Growh-promoting factors produced bby microorganisms. Science, 1965; 147: 747-748.

18. MARCHETTI E, et al. Multi-Sensor Approach for the Monitoring of Halitosis Treatment via Lactobacillus brevis (CD2)-Containing Lozenges-A Randomized, Double-Blind Placebo-Controlled Clinical Trial. Journal of Sensors, 2015; 15: 19583-19596.

19. MAROCCHIO L S, et al. Remoção da saburra lingual: comparação da eficiência de três técnicas. RGO - Revista Gaúcha de Odontologia, Porto Alegre, 2009; 4 (57): 443-448.

20. MAROCCHIO LS. Técnicas de limpeza da língua: comparação de uma nova técnica com duas técnicas já descritas na literatura. Campinas CEOSLM, 2006. Monografia (como requisito para obtenção do título de Especialista em Halitose), Centro de Estudos Odontológicos São Leopoldo Mandic, 2006.

21. MEURMAN JH. Probiotics: Do they have a role in oral medicine and dentistry? Eur J Oral Sci 2005; 113:188-96.

22. NUNES JC, et al. Halitose: estudo de prevalência e factores de risco associados numa Unidade de Saúde Familiar. Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, 2012; 28: 344-349.

23. PENALA S, et al. Efficacy of local use of probiotics as na adjunct to scaling and root planing in chronic periodontitis and halitosis: A randomized controlled trial. Journal of Research in Pharmacy Practice, 2016; 5(2): 86-93.

24. RIO ACCD, et al. Halitose: proposta de um protocolo de avaliação. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, 2007; 73(6): 24-28.

25. SALMINEN MK, et al. Lactobacillus bacteremia during a rapid increase in probiotic use of Lactobacillus rhamnosus GG in Finland. Clinical Infectious Diseases, 2002; 35: 1155-1160.

26. SANZ M, et al. Fundamentals of breath malodour. Journal of Contemporary Dental Practice, 2001; 2 (4): 1-17.

27. SCULLY C, GREENMAN J. Halitologia (odor de hálito: Etiopatogênese e manejo). Oral Diseases, 2012; 18(4): 333-345.

28. SENOK AC, et al. Probiotics: Facts and myths. Clin Microbiol Infect 2005; 11: 958-66. 29. SHON HS, et al. Intra-Oral Factors Influencing Halitosis in Young Women. Osong Public Health and Research Perspectives, 2018; 9(6): 340-347.

30. TÁRZIA O. Halitose por saburra lingual. IN: Paiva JS, Almeida RV. Periodontia: a atualização baseada em evidencias cientificas. São Paulo: Artes Médicas, 2005; 543-561.

31. VAN DEN BROEK AM, et al. Review of the current literature on aetiology and measurement methods of halitosis. Journal of Dentistry, 2007; 35(8): 627-635.

32. VAN STEENBERGHE D. Breath Malodor a step-by-step approach. Quintessence Books 1st ed. Copenhagen; 2004.

33. WINKEL EG, et al. Clinical effects of a new mounthrinse contaning chlorexidine, cetylpyridinium chloride and zinc-lactate on oral halitosis. J Clin Periodontol 2003; 30:300-306.

Imagem

Tabela 1 – Questionário sobre halitose, higiene bucal do paciente e sua auto-percepção quanto a halitose
Gráfico 1 – Escala Visual Analógica (EVA): Exame de auto-percepção do paciente quanto ao seu próprio hálito

Referências

Documentos relacionados

autor, as manifestações populares carnavalescas como os cordões, ranchos e blocos eram estratégias e artimanhas utilizadas pelos populares como meio de resistência,

Realizar a manipulação, o armazenamento e o processamento dessa massa enorme de dados utilizando os bancos de dados relacionais se mostrou ineficiente, pois o

The probability of attending school four our group of interest in this region increased by 6.5 percentage points after the expansion of the Bolsa Família program in 2007 and

No campo, os efeitos da seca e da privatiza- ção dos recursos recaíram principalmente sobre agricultores familiares, que mobilizaram as comunidades rurais organizadas e as agências

De acordo com o Consed (2011), o cursista deve ter em mente os pressupostos básicos que sustentam a formulação do Progestão, tanto do ponto de vista do gerenciamento

Esta ação consistirá em duas etapas. Este grupo deverá ser composto pela gestora, pelo pedagogo e ou coordenador pedagógico e um professor por disciplina

Declaro que fiz a correção linguística de Português da dissertação de Romualdo Portella Neto, intitulada A Percepção dos Gestores sobre a Gestão de Resíduos da Suinocultura: