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Análises física e físico-química de duas cultivares de abacaxi do estado do Acre: Gigante-de-Tarauacá e Rio Branco / Physical and physico-chemical analysis of two pineapple cultivars from the state of Acre: Gigante-de-Tarauacá and Rio Branco

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Academic year: 2020

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Análises física e físico-química de duas cultivares de abacaxi do estado do

Acre: Gigante-de-Tarauacá e Rio Branco

Physical and physico-chemical analysis of two pineapple cultivars from the

state of Acre: Gigante-de-Tarauacá and Rio Branco

DOI:10.34117/bjdv6n4-001

Recebimento dos originais: 01/03/2020 Aceitação para publicação: 01/04/2020

Delcio Dias Marques

Professor da Universidade Federal do Acre, Centro de Ciências da Natureza, BR 364, km 04 Distrito Industrial, CEP 69915-800, Rio Branco, Acre, Brasil.

delciomarques@globo.com

Rui Sant’Ana de Menezes

Técnico Nível Superior da Universidade Federal do Acre, Unidade de Tecnologia de Alimentos, BR 364, km 04, Distrito Industrial, CEP 69915-800, Rio Branco, Acre, Brasil.

utal@ufac.br

Rogerio Antonio Sartori

Professor da Universidade Federal do Acre, Centro de Ciências da Natureza, BR 364, km 04 Distrito Industrial, CEP 69915-800, Rio Branco, Acre, Brasil.

rogeriophd@gmail.com

Carlos Eduardo Garção de Carvalho

Professor da Universidade Federal do Acre, Centro de Ciências da Natureza, BR 364, km 04 Distrito Industrial, CEP 69915-800, Rio Branco, Acre, Brasil.

carlosgarcao.ufac@gmail.com

Hervé Louis Ghislain Rogez

Professor da Universidade Federal do Pará, Centro de Valorização de Compostos Bioativos da Amazônia, Rua Augusto Correia, 01, Guaná, CEP 66075-110, Belém, Pará, Brasil.

herverogez@gmail.com

RESUMO

A caracterização física e físico-química foi realizada em abacaxi (Ananas comosus L. Merrill) das cultivares Gigante-de-Tarauacá (GT) e Rio Branco (RBR-1), cultivadas principalmente nos Municípios de Tarauacá e Rio Branco (AC), respectivamente. As amostras foram coletadas aleatoriamente em estágio de pré-maturação, em 3 plantios de cada município, totalizando 18 amostras para cada cultivar. Os frutos foram descascados manualmente, separados os talos das polpas e homogeneizadas em liquidificador para determinar os seguintes parâmetros: massa do fruto, casca e talos, umidade, sólidos solúveis, pH, acidez titulável, vitamina C, proteína, açúcares totais, resíduo mineral fixo e fibras. Os resultados obtidos mostraram que a cultivar Rio Branco apresentou maiores rendimento de polpa (61,20%), teores de sólidos solúveis (13,84 ºBrix), açúcares totais (10,84%), proteínas (0,58%) e fibra (0,52%), além de apresentar menor índice de acidez titulável (3,46%), na polpa. A cultivar Gigante-de-Tarauacá apresentou maiores teores de umidade (91,34%), acidez titulável (7,78%) e vitamina C (26,82%), além de apresentar o menor pH (3,46), na polpa. Diante dos resultados, pode-se observar que a cultivar Gigante-de-Tarauacá apresentou frutos com sabor mais

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ácidos enquanto a cultivar Rio Branco, polpa com elevado teor de açúcares e reduzida acidez, tornando-a agradável ao paladar do consumidor.

Palavras-chave: Ananas comosus. Análise físico-química. Gigante-de-Tarauacá.

ABSTRACT

Physical and bromatological characterization was realized on two pineapple (Ananas comosus L. Merrill) varieties, Tarauacá Giant and Rio Branco, from Tarauacá and Rio Branco municipal districts (State of Acre, Brazil), respectively. For each variety, three samples at early ripeness state were randomly collected in three plantations, summing a total of eighteen samples for each variety. The stalks were separated from the pulp and the following parameters were determined: weight, pH, water content, total and soluble sugars, vitamin C, acidity, ash, proteins, and crude fibers. The statistical analyses indicated that Rio Branco variety showed higher levels of total and soluble sugars, and proteins and lower water content and acidity. The Tarauacá Giant variety contained higher fiber level in the stalks and acidity in the pulp.

Keywords: Centesimal composition. Anonas comosus. Physico-chemical analysis.

1 INTRODUÇÃO

Ananas comosus (L.) Merrill, conhecido como abacaxizeiro, é uma autêntica fruteira das regiões tropicais e subtropicais, cultivada em mais de 70 países e consumida mundialmente tanto na forma “in natura” quanto produto industrializado. O Brasil é o terceiro produtor mundial de abacaxi, ficando atrás apenas da China e da Índia, sendo cultivado em todo o território nacional, destacando-se os estados de Pará, Paraíba, Minas Gerais e Bahia (REINHARDT et al., 2018). A produção no estado do Acre é pequena, apesar de ser a quarta frutífera mais cultivada, com 616 ha e uma produção de 529 mil frutos em 2018, atendendo apenas o consumo interno, em sua forma natural ou para confecção de produtos artesanais (OLIVEIRA, 2019, IBGE, 2019).

A. comosus é uma espécie herbácea perene, da família das Bromeliáceas, produzindo um fruto único, em uma inflorescência terminal. As cultivares de abacaxi são classificadas em cinco grupos, sendo a cultivar Smooth Cayenne, do grupo Cayenne, e Pérola, do grupo Pernambuco, as que se destacam nos plantios brasileiros. Dentre essas, a Pérola apresenta uma polpa com elevado teor de açúcares e reduzida acidez, tornando-a agradável ao paladar dos consumidores (REIS et al., 2012). A Smooth Cayenne, apesar de sua acidez, é a mais comercializada internacionalmente, por apresentar polpa amarela e sólidos solúveis totais entre 13 e 14 ºBrix (ANTUNES et al., 2008, REINHARDT et al., 2018).

No Brasil, principalmente na região Amazônica, existe cultivares da espécie A. comosus, que são aproveitadas apenas para a comercialização e consumo local, in natura. Algumas delas apresentam peculiaridade importante, tais como, ausência total de espinhos na margem das folhas e gigantismo do fruto, como é o caso da Gigante-de-Tarauacá (GT), encontrada no Acre (Tarauacá, Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima), que chega a alcançar dezoito quilos. O fruto dessa cultivar apresenta

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casca roxa, semelhante a cultivar roxo-de-Tefé e polpa branca, sendo resistente a pragas e moléstia (GIACONELLI; PY, 1981). Para incentivar o cultivo, no município de Tarauacá é promovida uma festa popular do abacaxi gigante, com premiação para o produtor que apresentar o fruto com maior peso. Já a cultivar Rio Branco (RBR-1), apresenta polpa amarelada, semelhante a cultivar Smooth Cayenne, sendo muito frequente nos municípios de Rio Branco, Porto Acre e Senador Guiomard (RITZINGER, 1992).

Para maior divulgação e conhecimento sobre a espécie de abacaxi Ananas comosus (L.) Merrill no estado do Acre – Brasil, foi realizada a caracterização dos parâmetros físicos e físico-químicos em amostras das cultivares RBR–1, por ser bastante consumida no estado, e da GT, por apresentar infrutescência de peculiaridades regionais, com tendência ao gigantismo do fruto.

2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 COLETA DAS AMOSTRAS

As amostras de Ananas comosus da GT foram coletadas no município de Tarauacá (Acre, Brasil), entre o km 05 e 13 da rodovia BR-364, em três pequenas propriedades, variando de 1.500 a 2.000 abacaxizeiros, escolhidas aleatoriamente. Em cada produtor foram estabelecidos três pontos de coletas: 1A/1B/1C; 2A/2B/2C e 3A/3B/3C, sendo retirados dois frutos de cada ponto de coleta. As amostras da RBR-1 foram conseguidas em plantios variando de 5.000 a 20.000 abacaxizeiros, obedecendo ao mesmo critério. A primeira coleta foi realizada no município de Rio Branco (Acre, Brasil), identificada por 4A/4B/4C e as demais em Porto Acre (Acre, Brasil), as amostras 5A/5B/5C no km 22 da rodovia AC-10, e as amostras 6A/6B/6C no km 05.

Os frutos coletados, no estágio de pré-maturação, foram transportados à Unidade de Tecnologia de Alimentos (UTAL) da Universidade Federal do Acre, para preparação e análises. As amostras foram submetidas à lavagem preliminar para remoção de sujeiras e, na sequência, foram imersas em tanque de aço inox contendo água clorada (5 ppm), durante três minutos. A decorticação dos frutos foi realizada manualmente, usando faca com lâmina de aço inox. Foram separados os talos da polpa, que foi homogeneizada em liquidificador e analisada separadamente. Os frutos, polpas e talos forma pesados e todas as análises foram realizadas em triplicatas.

2.2 AVALIAÇÕES FÍSICAS E FÍSICO-QUÍMICAS

a) Determinação da Massa (g): as massas dos frutos (sem a coroa), das polpas e dos talos foram determinadas em balança modelo prato superior.

b) Umidade (%): determinada através da secagem direta em estufa regulada a 105ºC, até massa constante, conforme método do Instituto Adolfo Lutz (IAL, 1985).

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c) Teor de Sólidos Solúveis (SS%): determinados por refratometria, conforme normas da AOAC (1992), utilizando refratômetro da marca ATAGO, modelo PZO, BR11, com compensação de temperatura a 20ºC.

d) Potencial hidrogeniônico (pH): determinado diretamente em 50g de amostra usando pH-metro da marca TECNAL, MODELO TEC-2 (IAL, 1985).

e) Acidez Titulável (AT%): feita pelo método potenciométrico, utilizando para a titulação uma solução padronizada de NaOH a 0,01 mol L-1, até pH ± 8,2. Os resultados foram expressos em porcentagem de ácido total (IAL, 1985).

f) Vitamina C (mg de ácido ascórbico 100g-1): o teor de vitamina C do suco foi determinado pelo método titulométrico, conforme o método descrito pelo Instituto Adolfo Lutz (IAL, 1985).

g) Teor de Proteínas (g 100g-1): realizado de acordo com o método de KJELDAHL (LANARA, 1981) usando fator de conversão do nitrogênio F = 5,75, conforme Resolução RDC nº 40, ANVISA (2001), para proteínas vegetais.

h) Teor de Açúcares Totais: determinado a partir da redução da solução alcalina de Fehling, de acordo com o método Lane-Eynon e conforme normas da AOAC (1992).

i) Resíduo Mineral Fixo (g 100g-1): quantificado a partir da queima de 2,0 g de amostra seca

em mufla a 550ºC (IAL, 1985).

j) Fibra Bruta (g 100g-1): determinada a partir da digestão de 4,0 g de amostra em ácido

tricloroacético, ácido acético e ácido nítrico, de acordo com o método de Scharrer-Kurschner (ANGELUCCI, 1987).

2.3 ESTATÍSTICA

Os resultados foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey ao nível de significância de 5%, utilizando programa estatístico ECHIP 6.0.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 PARÂMETROS FÍSICOS DOS FRUTOS

A Tabela 1 apresenta os parâmetros físicos dos frutos das amostras das cultivares Gigante-de-Tarauacá e Rio Branco. O rendimento das polpas das amostras não apresentou variações significativas (p > 0,05) entre os produtores. A massa dos talos da GT apresentou média alta (861 g), correspondendo a uma proporção elevada com relação à massa dos frutos (14,90%). Foi também observado que a massa dos talos das amostras do produtor X2 (1.063 g) apresentou diferença significativa (p < 0,05) em relação aos demais produtores (X1: 788 g e X3: 733 g). O mesmo foi

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também observado em relação à massa das cascas (2.267 g), representando mais de um terço da massa dos frutos (34,50%).

Tabela 1 - Rendimentos de frutos de abacaxi dos cvs. Gigante-de-Tarauacá (GT) e Rio Branco (RBR-1)

MASSA Gigante-de-Tarauacá (GT) Rio Branco (RBR-1)

X1 X2 X3 Média p X4 X5 X6 Média P Fruto (g) 5.745 6.570 5.946 6.087 NS 1.429 1.351 1.925 1.568 * Fruto descascado (g) 3.672 4.303 3.883 3.953 NS 1.008 951 1.381 1.113 * Casca (g) 2.073 2.2676 2.063 2.134 421 400 544 455 Talo (g) 788 1.063 733 861 * 131 133 191 152 *** Polpa (g) 2.883 3.240 3.150 3.091 NS 877 816 1.190 961 * Rendimento polpa (%) 50,19 49,31 52,98 50,83 NS 61,37 60,40 61,82 61,20 NS Xi (1 ≤ i ≤ 6): médias de amostras coletadas no produtor i; p: diferenças entre produtores a nível de 0,05 (*), 0,01 (**) e

0,001 (***); NS: não significativo

Apesar da GT apresentar tendência ao gigantismo do fruto (6.087 g), em média, cerca de quatro vezes mais pesados do que o RBR-1, mostrou um menor rendimento de polpa (50,83%).

As amostras da cultivar RBR-1 apresentaram talos com massa média bem menor (152 g) do que a GT (861 g), representando baixa proporção em relação a massa do fruto (9,69%). Entre os produtores este parâmetro mostrou variação muito significativa (p < 0,001), sendo que as amostras do produtor X6 (191 g) tiveram valores superiores às demais amostras (X4: 131 g, X5: 133 g). Já o rendimento de massa da polpa foi superior (61,20%), com massa média dos frutos (1.568 g) semelhante à da cultivar Pérola (1.566 g) (PEREIRA et al., 2009).

3.2 PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DAS POLPAS E DOS TALOS DE ABACAXI

Nas Tabelas 2 e 3 podem ser observados os resultados obtidos de umidade (%), sólidos solúveis (ºBrix), pH, acidez titulável (%), razão sólidos solúveis/acidez titulável, vitamina C (mg 100g-1), proteínas (g 100g-1), açúcares totais (g 100g-1), resíduo mineral fixo (g 100g-1) e fibras brutas (g 100g-1), para as amostras de polpa e de talo dos abacaxis analisados das cultivares GT e RBR-1.

Os teores médios de umidade para o GT e RBR-1 foram de 91,34% e 86,64%, respectivamente (Tabela 2). De acordo com Thé et al. (2010), o teor de umidade da polpa de abacaxi Smooth Cayenne, recém colhido, registrou valor médio de 87,38%. Em estudos anteriores, Thé et al., (2001) não observaram mudanças significativas do teor de umidade em abacaxi em diferentes estágios de maturação armazenado sem refrigeração (86,78% a 87,37%) ou com refrigeração (87,06% a 87,36%). O alto teor de unidade da variedade Gigante-de-Tarauacá pode ser justificado pela elevada média da massa da casca (2.134 g) evitando desta forma a perda de água.

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Os teores de sólidos solúveis obtidos das polpas de abacaxis apresentaram variação significativa entre produtores (p < 0,01). A cultivar Gigante-de-Tarauacá apresentou na faixa de 8,20ºBrix a 11,83ºBrix, e a cultivar Rio Branco de 12,67 ºBrix a 14,50ºBrix. As normas de classificação do abacaxi (CEAGESP, 2003) estabeleceram o índice de no mínimo 12ºBrix para que o abacaxi seja considerado maduro e ideal para o consumo in natura. As amostras da cultivar GT apresentaram valores de sólidos solúveis abaixo das referências. Contudo, a média das amostras de um dos produtores (X1: 11,83ºBrix) registrou valor próximo ao observado por Thé et al. (2010), na caracterização fisco-química de abacaxi da cultivar Smooth Cayenne (11,50ºBrix).

Apesar das duas cultivares estudadas apresentarem valores de sólidos solúveis bastante distintos (X2: 8,20 ºBrix e X4: 14,50ºBrix), respectivamente para Gigante-de-Tarauacá e Rio Branco, Bengozi et al., (2007) analisando duas cultivares de abacaxi, Smooth Cayenne e Pérola, reportaram valores de 7,73ºBrix e 7,93ºBrix, como também valores de 16,36ºBrix e 14,70ºBrix, respectivamente para as mesmas cultivares, indicando que essa variável sofre influência direta do clima e da procedência da amostra.

Com relação ao teor de açúcares totais, foram observadas para as cultivares GT e RBR-1 médias de 7,10% e 10,83% respectivamente, (Tabela 2), sendo que a cultivar Rio Branco apresentou teor superior ao observado por Thé et al., (2010) para a cultivar Smooth Cayenne (8,86%). As polpas de abacaxi estudadas apresentaram a mesma variação significativa (p < 0,05) para o pH, revelando valor médio de 3,61 e 4,40, respectivamente para GT e RBR-1. Thé et al., (2010) registraram valores intermediários do pH (3,85) para a cultivar Smooth Cayenne. Pereira et al., (2009) estudando a cultivar Pérola encontraram valores entre 4,07 e 4,39. Conforme Reinhardt e Medina (1992), tanto o pH quanto o índice de acidez titulável estão associados ao processo de maturação do fruto de abacaxi e, portanto, podem ser utilizados como parâmetros na determinação do ponto de colheita. Para as amostras de abacaxi estudadas, o maior índice de acidez titulável foi registrado para a GT (7,78%), corroborando com o baixo pH observado para essa cultivar. Já a RBR-1 apresentou menor acidez titulável (3,46%), sendo que as amostras do produtor X6 (3,09%) apresentou média inferior as demais amostras (Tabela 2).

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Tabela 2 -. Parâmetros físico-químicos das polpas de abacaxi das cultivares Gigante–de-Tarauacá e Rio Branco

PARÂMETRO Gigante-de-Tarauacá (GT) Rio Branco (RBR-1)

X1 X2 X3 Média p X4 X5 X6 Média p

Umidade (%) 89,75 92,24 92,03 91,34 NS 87,92 86,20 85,81 86,64 NS Sólidos Solúveis (°Brix) 11,83 8,20 8,50 9,50 ** 14,50 12,67 14,33 13,84 **

pH 3,68 3,35 3,78 3,61 * 4,47 3,89 4,84 4,40 * Acidez Titulável – AT (%) 7,88 8,21 7,25 7,78 NS 3,58 3,71 3,09 3,46 NS Razão ºBrix/AT 1,50 1,00 1,17 1,22 NS 4,05 3,41 4,64 4,00 NS Vitamina C (mg 100g-1) 25,49 25,79 29,19 26,82 * 24,47 32,66 20,82 25,99 *** Proteínas (g 100g-1) 0 ,35 0 ,34 0 ,29 0 ,33 * 0 ,44 0 ,71 0 ,60 0 ,58 * Açúcares Totais (g 100g-1) 7,70 6,56 7,02 7,10 NS 11,80 10,33 10,15 10,83 NS RMF (g 100g-1) 0 ,33 0 ,36 0 ,34 0 ,35 NS 0 ,37 0 ,38 0 ,38 0 ,37 NS Fibra Bruta (g 100g-1) 0 ,42 0 ,34 0 ,32 0 ,36 NS 0 ,41 0 ,71 0 ,46 0 ,52 * Xi (1 ≤ i ≤ 6): médias de amostras coletadas no produtor i; p: diferenças entre produtores a nível de 0,05 (*), 0,01 (**) e

0,001 (***); NS: não significativo; RMF: Resíduo Mineral Fixo

A razão de sólidos solúveis (ºBrix) por acidez titulável (AT) é comumente utilizada como parâmetro do grau de maturação do abacaxi. Os dados não variaram significativamente (p > 0,05) entre produtores (Tabela 2). A cultivar GT apresentou os menores valores, média de 1,22, relacionado ao menor ºBrix e maior teor de ácidos encontrados nos frutos dessa cultivar e, ainda, menor teor de açúcares (7,10 g 100g-1), conferindo-lhe um sabor mais ácido, corroborando também com os demais

dados apresentados. A RBR-1 apresentou valores mais elevados, razão média de 4,00, caracterizando o sabor menos ácido e maior teor de açúcares, reforçando a grande preferência do consumidor da região acreana por esta cultivar.

Normalmente as frutas apresentam em geral várias vitaminas em sua composição. No abacaxi, destacam-se as vitaminas A e C. Segundo Thé et al. (2010), o abacaxi tem em média 17 mg de ácido ascórbico 100g-1 de amostra. Sua concentração varia de acordo com a cultivar, estágio de maturação, solo e tratamento pós-colheita; sendo importante na proteção do escurecimento interno e impedindo o desenvolvimento desse sintoma durante o período de comercialização. O teor deste fitoquímico encontrado nas duas cultivares estudadas foi de 26,82 e 25,99 mg de ácido ascórbico 100g-1 da amostra para as cultivares Gigante-de-Tarauacá e Rio Branco, respectivamente (Tabela 2). As polpas da GT apresentaram variações significativas (p < 0,05), sendo que as amostras X3 apresentaram 2,37 mg de ácido ascórbico 100g-1 acima da média. As polpas da RBR-1 apresentaram variações altamente significativas (p < 0,001) entre si, sendo que as amostras X5 apresentaram em média 6,67 mg de ácido ascórbico 100g-1 a mais do que a média.

O teor em matéria nitrogenada total encontrada na cultivar GT (0,33%) e RBR-1 (0,58%) apresentou uma variação significativa (p < 0,05) entre os produtores.

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Os teores de resíduos minerais fixos (RMF) da cultivar Gigante-de-Tarauacá (0,35%) foram menores que a cultivar Rio Branco (0,37%), não havendo diferenças significativas (p > 0,05) entre os produtores. O teor em fibra bruta não variou entre as cultivares, mas o produtor X5 de abacaxi RBR-1 apresentou significativamente mais fibras que os demais produtores (0,71%).

A Tabela 3 destaca os mesmos parâmetros analisados anteriormente contudo para os talos das amostras de ambas as cultivares. No geral, os resultados obtidos revelaram pequenas diferenças em relação às análises das polpas. A acidez titulável foi menor nos talos que nas polpas, aumentando, por conseguinte, a razão ºBrix/AT. Os teores de vitamina C nos talos das amostras GT (19,41 mg 100g-1) e Rio Branco (15,26 mg 100g-1) foram menores que nas polpas. A maior diferença centesimal, como previsto, foi observada no teor de fibra bruta, alcançando Gigante-de-Tarauacá 0,67% e Rio Branco 0,72%.

Tabela 3 - Parâmetros físico-químicos dos talos de abacaxi das cultivares Gigante–de-Tarauacá e Rio Branco

PARÂME TRO

Gigante-de-Tarauacá (GT) Rio Branco (RBR-1)

X1 X2 X3 Média p X4 X5 X6 Méd ia P Umidade (%) 90,85 92,84 92,91 92,20 * 85,15 88,49 87,26 86,9 6 N S Sólidos Solúveis (°Brix) 8,25 6,83 6,67 7,25 N S 13,33 10,83 13,67 12,6 1 ** * pH 3,89 3,78 3,96 3,88 N S 4,52 3,95 4,62 4,36 ** Acidez Titulável – AT (%) 4,37 4,77 3,94 4,34 N S 1,60 1,58 2,57 1,91 ** Razão ºBrix/AT 1,89 1,43 1,69 1,69 N S 8,33 6,85 5,31 6,83 N S Vitamina C (mg 100g-1) 19,93 16,99 21,33 19,41 ** * 11,36 23,82 10,61 15,2 6 ** * Proteínas (g 100g-1) 0 ,25 0 ,26 0 ,18 0 ,23 N S 0 ,36 0 ,47 0 ,57 0,47 ** Açúcares T. (g 100g -1) 6,87 5,52 5,67 6,21 N S 10,73 8,77 10,93 10,0 4 ** RMF (g 100g-1) 0 ,25 0 ,21 0 ,30 0 ,25 ** 0 ,16 0 ,19 0 ,23 0,19 N S Fibra Bruta (g 100g-1) 0 ,62 0 ,62 0,78 0 ,67 * 0 ,73 0 ,75 0 ,67 0,72 ** Xi (1 ≤ i ≤ 6): médias de amostras coletadas no produtor i; XGT: média geral da cultivar Gigante-de-Terauaca; XRBR: média geral da cultivar Rio Branco; p: diferenças entre produtores a nível de 0,05 (*), 0,01 (**) e 0,001 (***); NS: não

significativo; RMF: Resíduo Mineral Fixo

4 CONCLUSÃO

Os parâmetros analisados revelaram que a cultivar Rio Branco apresentou em sua composição centesimal características físicas e físico-químicas, tais como: rendimento da polpa, sólidos solúveis, proteínas, açúcares totais e fibra bruta superiores a cultivar Gigante-de-Tarauacá, além de apresentar menor índice de acidez titulável e maior razão ºBrix/acidez. A cultivar Gigante-de-Tarauacá apresentou maior teor de umidade, maior pH e acidez titulável e maior teor de vitamina C na polpa e nos talos.

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AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a SUFRAMA e ao Banco da Amazônia pelo apoio financeiro recebido para a realização desse trabalho, a Universidade Federal do Pará e a Universidade Federal do Acre.

REFERÊNCIAS

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Tabela 1 - Rendimentos de frutos de abacaxi dos cvs. Gigante-de-Tarauacá (GT) e Rio Branco (RBR-1)
Tabela 2 -. Parâmetros físico-químicos das polpas de abacaxi das cultivares Gigante–de-Tarauacá e Rio Branco
Tabela 3 - Parâmetros físico-químicos dos talos de abacaxi das cultivares Gigante–de-Tarauacá e Rio Branco

Referências

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