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Ensaio de guarda – corpos em edificações verticias Atendimento às normas NBR 14178 - guarda-corpos para edificações e NBR 15575 - edificações habitacionais: desempenho / Guard test - bodies in vertical buildings Compliance with standards NBR 14178 - raili

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Academic year: 2020

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Ensaio de guarda – corpos em edificações verticias

Atendimento às normas NBR 14178 - guarda-corpos para edificações e NBR

15575 - edificações habitacionais: desempenho

Guard test - bodies in vertical buildings

Compliance with standards NBR 14178 - railings for buildings and NBR 15575 -

housing buildings: performance

DOI:10.34117/bjdv5n11-028

Recebimento dos originais: 22/10/2019 Aceitação para publicação: 04/11/2019

Kelly Andressa Fideles Serafim

Estudante de Engenharia Civil pela UniEVANGÉLICA Instituição: UniEVANGÉLICA, Anápolis, Brasil.

E-mail: kelly.andressa42@gmail.com

Kíria Nery Alves do Espírito Santo Gomes

Mestre em Engenharia do Meio Ambiente pela Universidade Federal de Goiás Instituição: UniEVANGÉLICA, Anápolis, Brasil.

E-mail: kiriagomes@gmail.com

Tatyany Aparecida Bittencout

Estudante de Engenharia Civil pela UniEVANGÉLICA Instituição: UniEVANGÉLICA, Anápolis, Brasil.

E-mail: tybittencourt@hotmail.com

RESUMO

Diante dos desafios evolutivos, o mercado da construção civil está em constante crescimento devido aos novos métodos construtivos e tecnologias implantadas. Sendo assim, as normas técnicas ligadas a construção civil têm norteado e especificado os métodos e ensaios utilizados para melhoramento do desempenho na execução, com o intuito de economia de tempo e mantendo a qualidade do produto final a ser entregue para o bem-estar do usuário. Este estudo traz a importância de se ter uma boa vedação e fixação na laje do guarda-corpo com o meio externo em empreendimentos verticais, focado para sacadas em grandes alturas, em prol da prevenção de acidentes de qualquer nível de risco, visando sempre a vida humana em primeiro lugar. Essa verificação se faz com ensaios para garantir a segurança do usuário contra impactos em várias direções, aplicando forças com auxílio de pesos através de um protótipo, executado e instalado, conforme projeto e a norma de desempenho NBR 15575 - Edificações Habitacionais: Desempenho. Estando de acordo o ensaio é realizado conforme NBR 14718 – Guarda-corpos para edificações em que o guarda-corpo deve resistir as cargas descritas em norma. Só por meio deste é possível ter garantia da resistência contra grandes impactos ocasionados. O referente ensaio foi realizado em um canteiro de obra na cidade de Anápolis-GO. Os resultados foram satisfatórios, quando comparados aos limites exigidos em norma, depois de duas tentativas e adequações. Conclui-se que o guarda-corpo, por ser um elemento de segurança da edificação, tem que estar de acordo com os padrões exigidos em norma, pois caso contrário, na ocorrência de um acidente, será de responsabilidade da construtora prestar qualquer tipo de intervenção e correção.

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ABSTRACT

Faced with evolutionary challenges, the construction market is constantly growing due to new construction methods and technologies implemented. Thus, the technical standards related to construction have guided and specified the methods and tests used to improve performance in execution, in order to save time and maintaining the quality of the final product to be delivered for the user's welfare. . This study brings the importance of having a good sealing and fixing on the railing slab with the external environment in vertical projects, focused on balconies at high heights, in order to prevent accidents of any risk level, always aiming at life. human in the first place. This verification is carried out with tests to ensure the safety of the user against impacts in various directions, applying forces with the aid of weights through a prototype, executed and installed, according to project and performance standard NBR 15575 - Housing Buildings: Performance. In accordance with the test is performed according to NBR 14718 - Railing for buildings in which the railing must withstand the loads described in the standard. Only through this is it possible to be guaranteed resistance against large impacts caused. This rehearsal was performed at a construction site in the city of Anápolis-GO. The results were satisfactory when compared to the limits required by the norm after two attempts and adjustments. It is concluded that the railing, being a safety element of the building, has to be in accordance with the standards required by the standard, otherwise, in the event of an accident, it will be the responsibility of the builder to provide any kind of intervention. and correction.

Keywords: Railings. Edification. Performance. Safety.

1.

INTRODUÇÃO

Atualmente a população tem buscado cada vez mais à melhoria de vida e de bem-estar, logo a segurança tem sido um dos principais requisitos para se alcançar essa qualidade de vida. Quando se fala em segurança, vem à mente a ideia de estar livre de perigos, incertezas ou asseguramento de danos e riscos eventuais. Nesse sentido, quando se fala em edificações verticais, é imprescindível que a segurança seja abordada como um pensamento global e, consequentemente, trabalhada com uma atuação local, pois mesmo com todas as precauções tomadas ainda ocorrem acidentes, gerando uma preocupação enorme na redução desses ocorridos. O usuário ao adquirir um empreendimento procura segurança, habitabilidade e sustentabilidade, sendo assim os requisitos exigidos para a construção devem ser respeitados a fim de oferecer ao cliente a garantia de qualidade.

Para ser ter uma qualidade padronizada em obras, tanto em relação a execução como em segurança, utilizam-se as normas que servem para nortear e especificar os métodos construtivos e ensaios utilizados para melhoramento de desempenho. Criada em 2008 e revisada em 2013 pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a norma de desempenho – NBR 15575 - Edificações Habitacionais: Desempenho – auxilia no estabelecimento de um entendimento maior aos cumprimentos de critérios, desde a criação do projeto até a entrega do empreendimento. Mesmo com esse auxilio, há necessidade de comprovações que são obtidas por meio de ensaios para garantir a eficácia descrita na norma referida, que também tem como um de seus objetivos contribuir para a segurança e estrutura das edificações.

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Nesse contexto, o artigo em questão, propõe uma análise no procedimento de ensaio do guarda – corpo e avaliação do seu desempenho de acordo com a NBR 15575 (ABNT, 2013b) e NBR 14718 – Guarda-corpos para edificações (ABNT, 2008). Segundo Okamoto (2015), os requisitos da NBR 15.575 (ABNT, 2013) geram diferenciais mais competitivos para as empresas do ramo de engenharia civil, o que ocasiona em uma melhoria continua do produto, refletindo em habitações com melhor qualidade. De acordo com a NBR 14718 - Guarda-corpos para edificação (ABNT, 2008), o guarda-corpo é um “elemento destinado a proteger as pessoas que permaneçam ou circulem na sua proximidade contra o risco de queda fortuita sem, no entanto, impedir sua passagem forçada ou voluntária”.

Desta forma, os guarda-corpos nas edificações é uma proteção podendo ser vazado ou fechado, com aplicação que vai desde gradil, vidro, alvenaria, entre outros, empregada em escadas, sacadas, terraço, varandas e demais vãos que visa proteger a circulação de pessoas contra queda.

Ainda segundo a NBR 14718 (ABNT, 2008) é obrigatória a existência de guarda-corpos em qualquer local de acesso livre a pessoas onde haja um desnível para baixo, maior do que 1,0 m, entre o piso onde se encontram as pessoas e o patamar abaixo, entretanto, caso a rampa tenha um ângulo menor ou igual a 30°, não é obrigatória a existência de guarda-corpos.

A NBR 14718 (ABNT, 2008) especifica as condições mínimas de resistência e segurança exigíveis para guarda-corpos de edificações para uso privativo ou coletivo. Ela instrui os procedimentos para ensaio/teste para esse elemento construtivo da edificação e especifica o que esses requisitos devem atender durante o ensaio para garantir a segurança.

Além da NBR 14718, a norma de desempenho NBR 15575 – Edificações Habitacionais: Desempenho (ABNT, 2013a) especifica os requisitos para obter um desempenho de qualidade e de segurança, na qual é subdivida em seis partes. Para efeito deste estudo, foi enfatizado a parte 4 - Sistema de vedações verticais internas e externas, item 7.8 a qual menciona o sistema de vedação estudado. A norma de desempenho vem para igualar a qualidade e a segurança nacional tendo um padrão a ser adotado garantindo um desempenho melhor, buscando sempre priorizar a segurança.

Os ensaios foram realizados em um empreendimento de obra vertical na cidade de Anápolis – GO. Por se tratar de um objeto de segurança, a execução dos guarda- corpos devem ser perfeitas, buscando sempre fornecedores confiáveis, que tenham certificado de qualidade para que a ocorrência de danos e acidentes sejam nulas.

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2. OBJETIVOS

Descrever o processo de execução de ensaio de guarda-corpos em edificações baseado nas normas NBR 15575 - Edificações Habitacionais: Desempenho e NBR 14718 – Guarda-corpos para edificações.

Realizar ensaios de aplicação de cargas nas direções vertical, horizontal e resistência a impactos, conforme previsto na norma, em protótipos de guarda-corpos construídos para esse fim.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 ESTUDO DE CASO

Para garantir a eficácia dos guarda-corpos, os mesmos devem ser submetidos e consequentemente resistir aos ensaios especificados pela NBR 14.718, devendo passar respectivamente pelos ensaios de esforço estático horizontal, esforço estático vertical e resistência a impactos.

De acordo com a NBR 15575 (ABNT, 2013a) o nível mínimo para aceitação é o M (denominado mínimo), ou seja, atende quando ensaiados de acordo com a ABNT NBR 14718, ou com suas diretrizes gerais ou com os demais métodos previstos.

Ademais, é importante destacar que para a eficiência na construção de um guarda-corpo será necessário manutenções preventivas ao longo de sua vida útil para poder atingir um nível mínimo de aceitação previstos pelas NBRs levando-se em consideração também que o tipo de material a ser utilizado também influenciará no desempenho, durabilidade e no tempo dessas manutenções.

O ensaio de guarda-corpos em edificações verticais foi realizado em campo em um condomínio residencial vertical, situada na cidade de Anápolis – Go. Este condomínio é composto por 17 torres de 04 pavimentos com 4 apartamentos por pavimento, totalizando 272 apartamentos, sendo a área total construída de 24.57,03 m². Para este fim, foram construídos dois protótipos, e posteriormente submetidos aos ensaios mencionados realizados por um laboratório sediado na cidade de Goiânia – GO.

Os ensaios foram realizados com a montagem de dois protótipos de guarda – corpos tipo perfil de alumínio e vidro com 2,99 m de comprimento e 1,29 m de altura. Os protótipos foram montados de acordo com especificações de projeto e respeitando o estabelecido pela NBR 14718. Para guarda-corpos com comprimento menor ou igual a 3 m, a norma prevê que sejam instalados protótipos em tamanho real, e consequentemente fixados nas laterais tal como o guarda-corpo original a ser instalado nas edificações da obra estudada.

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A Figura 1 ilustra o Protótipo 1 submetido aos ensaios estabelecidos pela norma e o Quadro 1 mostra a descrição do 1ª corpo de prova ensaiado.

Figura 1 - Vista do Protótipo 1 construído para o ensaio

Fonte: próprios autores, 2018.

Quadro 1 – Descrição do corpo de prova ensaiado - Protótipo 1

Características dos materiais Características executivas e de fixação

Privativo ou Coletivo: privativo Protótipo ancorado nas laterais e na base

Local de instalação do protótipo: Construído no pátio do canteiro de obras. Os guarda-corpos originais são os instalados em sacadas.

Procedimento de fixação na base: perfuração 10 cm na base para colagem do pontalete com cola adesiva epóxi – Sikadur 200g. Profundidade de embutimento do pontalete 10 cm

Formato do guarda corpo: protótipo formato “U”, com 7 montantes e 6 elementos de fechamento

Procedimento de fixação nas laterais: por bucha S6 e 2 parafusos galvanizados de 4,8 x 50 mm

Dimensões do guarda corpo: protótipo com 2,99 m x 1,29 m (frente e altura do piso ao corrimão)

Guarda corpo foi instalado em mureta? Sim

Tipo/modelo: tipo perfil de alumínio com fechamento em vidro

Constituição/Dimensão da mureta: Mureta de Concreto fck 25 MPa

Materiais: perfis (montante, corrimão e travessa) em Alumínio 6061 com pintura eletrostática na cor branco. Perfil 01: 56 x 34 #1;

Perfil 02: 56 x 2, Perfil 03: 22 x 17 #3.

Mureta possui pedra assentada? Sim, pedra granito, com 2,0 cm de espessura.

Material elemento de fechamento: Vidro laminado incolor Tempermax de 8 mm Dimensões do elemento de fechamento em vidro (protótipo): 0,88 m x 0,70 m

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Fonte: Carlos Campos, 2018ª

A partir daí, o Protótipo 1 foi submetido aos ensaios estático horizontal, esforço estático vertical e resistência a impactos conforme estabelecidos pela NBR 14718.

3.1.1 Esforço estático horizontal

Primeiramente o primeiro protótipo foi submetido ao ensaio de esforço estático horizontal, em conformidade com o anexo A da NBR 14718 (ABNT, 2008). Esse método se baseia na análise das deformações horizontais do guarda-corpo, ou seja, deslocamento do peitoril após aplicação da carga. O ensaio consistiu em aplicar os esforços solicitados empurrando o guarda-corpos de fora para dentro e posteriormente de dentro para fora, através da aplicação de cargas fixadas ao peitoril nos cantos e no centro, conforme Figura 2.

Figura 2 — Condições de aplicação de esforços no peitoril

Fonte: ABNT, 2008

Antes de iniciar a aplicação das cargas foram instalados os medidores de deslocamento linear, no sentido dos esforços a serem aplicados (no centro e nos cantos do peitoril), para leitura das deformações obtidas. Para o cálculo final das deformações foi realizada a leitura inicial antes da aplicação dos esforços. De acordo com a NBR 14718 (ABNT, 2008) os esforços devem ser aplicados durante 15 minutos, decorrido esse tempo deve ser realizada a leitura da deformação instantânea e posteriormente, após 3 minutos de retirada da carga deve ser realizada a leitura da deformação residual da carga de uso, ambas em milímetros.

Guarnições, Gaxetas: espuma adesiva 20 x 8 mm

Silicone/Selante: silicone estrutural Ultra Glaze SSG4000AC

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Para a aplicação do esforço de fora para dentro, foi inicialmente aplicada uma pré-carga de 200 N/m, essa pré-carga serve como critério de acomodação do protótipo ao ensaio. Em seguida foi aplicada a carga de uso de 400 N/m, essa carga de uso varia de acordo com o uso privativo (400 N/m) ou coletivo (1000 N/m).

Para a aplicação do esforço de dentro para fora, também foi aplicada a pré-carga de 200 N/m, entretanto para esse procedimento foi aplicada além da carga de uso de 400 N/m, para uso privativo conforme mencionado, uma carga de segurança de 680 N/m linear. Essa carga de segurança tem como objetivo avaliar a função do guarda-corpo após eventual sobrecarga, que simula tumultos, impactos violentos, colisões, entre outros.

Desta forma, foram apresentadas as deformações sob pré-carga, deformação sob carga e deformação residual obtidas, além disso, vale destacar que durante a realização do ensaio devem ser observadas e anotadas quaisquer movimentações assim como ruptura do guarda-corpos.

3.1.2 Esforço estático vertical

A segunda verificação, prevista no anexo B da NBR 14718 (ABNT, 2008), consistiu no ensaio de esforço estático vertical que tem como objetivo verificar a resistência do guarda corpo quando submetido ao esforço estático vertical.

Desta vez, o guarda corpo foi submetido a uma carga de 680 N/m linear aplicada no centro do protótipo. Assim como no ensaio anterior, foi instalado o medidor de deslocamento linear, no sentido do esforço aplicado (no centro do peitoril), para leitura das deformações.

Para esse ensaio, foi respeitado um limite de 15 minutos para a aplicação da carga e posteriormente após 3 minutos de alívio da carga foi retirada a leitura de deformação residual, a norma não prevê a leitura da deformação instantânea após a retirada da carga com 15 minutos.

3.1.3 Resistência ao impacto

Por fim, o Protótipo 1 foi submetido ao ensaio de resistência ao impacto, como o próprio nome já sugere, esse ensaio tem como objetivo avaliar a função do guarda-corpo após um eventual acidente, submetendo-o ao impacto.

Para tal, o guarda corpo foi submetido a um impacto de 600 J, proporcionado por um corpo de prova de um saco de couro de 40 kg em forma de gota, com diâmetro aproximado de 300 mm, contendo em seu interior esferas de vidro, conforme previsto pela NBR 14718 (ABNT, 2008).

Desta forma, o saco foi aplicado no centro geométrico do elemento de fechamento do corpo de prova. A norma prevê que o mesmo seja solto em movimento pendular, sendo 1,5m a altura de queda em relação ao ponto de aplicação do impacto, conforme Figura 3.

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Figura 3 — Esquema de aplicação do impacto sobre elementos de fechamento de guarda-corpos.

Fonte: ABNT, 2008

Após a aplicação do impacto, o guarda-corpo foi inspecionado a fim de verificar movimentações, trincas, rachaduras e ruptura ou queda dos sistemas de fixação. Segundo a norma 14718 (ABNT, 2008) a ruptura do elemento de fechamento do guarda-corpo deve ser avaliada pela livre passagem de um gabarito prismático de 25 x 11 x 11 cm. As Figuras 4 e 5 ilustram o posicionamento e o lançamento do saco de couro a 1,5 m.

Figura 4 – Posicionamento do saco de couro para impacto - Protótipo 1

Fonte: PRÓPRIOS AUTORES, 2018.

Figura 5 – Posicionamento do saco de couro para impacto, altura de queda de 1,5 m em relação ao

centro geométrico do elemento de fechamento - Protótipo 1

Fonte: PRÓPRIOS AUTORES, 2018.

O Protótipo 1 atendeu aos critérios descritos e indicados no item 5.1 e 5.2 da norma ABNT NBR 14.718 para o ensaio de determinação do esforço estático horizontal e esforço estático vertical, respectivamente, em guarda-corpo privativo para edificação. Lembrando que, segundo Gentile e

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Libonatti (2012) em cada passo da montagem, deverá ser verificado o alinhamento, esquadro e os níveis de cada perfil do guarda-corpoa fim de evitar falhas na instalação.

.Entretanto, conforme descrito abaixo em resultados, o Protótipo 1 não atendeu aos critérios descritos e indicados no item 5.3 da norma para o ensaio de determinação da resistência ao impacto em guarda-corpo privativo para edificação e consequentemente, não atendendo também aos requisitos referentes às especificações e detalhamentos mínimos das partes típicas, materiais e acabamentos. Sendo assim não foi admitida sua aceitação para uso.

Observando-se o não atendimento à norma em relação ao ensaio de resistência ao impacto, evidenciou-se a necessidade da construção de um segundo protótipo, com reforço no sistema de vedação.

Para o reforço da estrutura do Protótipo 02 foram adicionados 03 perfis de alumínio sendo o perfil 04: #3 SUP626; perfil 05: #3 6661; e perfil 06: Tg-001 25x13 mm. Além disso, as dimensões do elemento de fechamento em vidro foram modificadas de 0,88 x 0,70 m para 0,88 x 0,75 m e as guarnições e gaxetas alteradas a fim de acrescentar espuma adesiva 2 x 11 mm e de 4 x 11 mm conforme especificações do Quadro 2, que descreve os detalhes da descrição do corpo de prova ensaiado. A Figura 6 ilustra o Protótipo 2 construído.

Figura 6 – Vista do Protótipo 2 construído para o ensaio

Fonte: próprios autores, 2018.

Quadro 2 – Descrição do corpo de prova ensaiado - Protótipo 2 DESCRIÇÃO DO CORPO DE PROVA ENSAIADO.

Características dos materiais Características executivas e de fixação

Privativo ou Coletivo: privativo Protótipo ancorado nas laterais e na base

Local de instalação do protótipo: Construído no pátio do canteiro de obras. Os guarda-corpos

Procedimento de fixação na base: perfuração 10 cm na base para colagem do pontalete com

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originais são os instalados em sacadas. cola adesiva epóxi – Sikadur 200g. Profundidade de embutimento do pontalete 10 cm

Formato do guarda-corpo: protótipo formato “U”, com 7 montantes e 6 elementos de fechamento

Procedimento de fixação nas laterais: por bucha S6 e 2 parafusos galvanizados de 4,8 x 50 mm, fixados em estruturas de concreto Dimensões do guarda-corpo: protótipo com

2,99 m x 1,29 m (frente e altura do piso ao corrimão)

Guarda corpo foi instalado em mureta? Sim

Tipo/modelo: tipo perfil de alumínio com fechamento em vidro

Constituição/Dimensão da mureta: Mureta de concreto pré- moldado fck 25 MPa

Materiais: perfis (montante, corrimão e travessa) em Alumínio 6061 com pintura eletrostática na cor branco. Perfil 01: 56 x 34 #1; Perfil 02: 56 x 27 Perfil 03: 22 x 17 #3 Perfil 04: #3 SUP626

Perfil 05: #3 6661. Perfil 06: Tg-001 25x13 mm.

Mureta possui pedra assentada? Sim, pedra granito, com 2 cm de espessura.

Material elemento de fechamento: Vidro laminado incolor Tempermax de 8 mm

Dimensões do elemento de fechamento em vidro (protótipo): 0,88 m x 0,75 m

Guarnições e Gaxetas: espuma adesiva 20 x 8 mm, de 2 x 11 mm e de 4 x 11 mm.

Silicone/Selante: silicone estrutural Ultra Glaze SSG4000AC

Fonte: Carlos Campos, 2018b

Nesse Protótipo 2, assim como no Protótipo 1, foi realizado o ensaio de resistência ao impacto com os devidos reforços realizados, o mesmo foi submetido a mesma carga a um impacto de 600 J, proporcionada pelo impacto de um saco de couro de 40 kg aplicado no centro geométrico do elemento de fechamento do corpo de prova.

4. RESULTADOS

Após a aplicação dos ensaios nos protótipos de guarda- corpos 1 e 2 foram obtidos os seguintes resultados.

4.1 ESFORÇO ESTÁTICO HORIZONTAL

A norma NBR 14718 (ABNT, 2008) estabelece que as deformações observadas no ensaio de determinação do esforço estático horizontal, não devem ultrapassar 7 mm sob pré-carga (200 N/m), 20 mm sob carga de uso (400 N/m) como também deve estar limitada a 150 mm sob carga de segurança (680 N/m). A deformação residual máxima não deve exceder 3 mm.

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A norma também prevê a avaliação do protótipo segundo as especificações de configuração, instalação, fixação das ancoragens e manutenção previstas em projeto.

Durante todo o procedimento de ensaio o Protótipo 1 não apresentou ruptura de qualquer de seus componentes, bem como não ocorreu afrouxamento ou destacamento de componentes e dos elementos de fixação. As Figuras 7 e 8 ilustram o aparelhamento do guarda-corpo para o ensaio da determinação do esforço estático horizontal e o Quadro 3 apresenta os resultados obtidos no ensaio.

Figura 7 – Dispositivo utilizado para realização da aplicação do esforço de fora para dentro, carga de 400 N/m - Protótipo 1

Fonte: PRÓPRIOS AUTORES, 2018.

Figura 8 – Ensaio realizado com aplicação do esforço de dentro para fora, carga de 680 N/m - Protótipo 1

Fonte: PRÓPRIOS AUTORES, 2018.

Quadro 3 – Resultados das deformações medidas após a aplicação das cargas do ensaio - Protótipo 1

ESFORÇO DE FORA PARA DENTRO ESFORÇO DE DENTRO PARA

FORA Carga (N/m) D1 (mm) D2 (mm) D3 (mm) D4 (mm) Deformação Residual max (mm) Limite NBR 14718 ≤ 3 mm Carga (N/m) D1 (mm) D2 (mm) D3 (mm) D4 (mm) Deformação Residual max (mm) Limite NBR 14718 ≤ 3 mm 200 Limite NBR 14718 ≤ 7 mm 1, 7 2, 5 2, 8 1, 9 Não aplicável 200 Limite NBR 14718 ≤ 7 mm 1, 8 2, 5 2, 6 1, 4 Não aplicável 400 Limite NBR 14718 ≤ 20 2, 4 3, 8 4, 2 2, 5 1,1 400 Limite NBR 14718 ≤ 20 2, 6 3, 9 4, 0 1, 8 1,5

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Fonte: Carlos Campos, 2018ª

4.2 ESFORÇO ESTÁTICO VERTICAL

A norma NBR 14718 (ABNT, 2008) estabelece que as deformações observadas no ensaio de determinação do esforço estático vertical não devem ultrapassar 20 mm sob carga de segurança (680 N/m linear). A deformação residual máxima após a retirada da carga de segurança não deve exceder 8 mm.

Durante todo o procedimento do ensaio de estático vertical o Protótipo 1 também não apresentou ruptura de qualquer de seus componentes, bem como não ocorreu afrouxamento ou destacamento de componentes e dos elementos de fixação. As Figuras 9 e 10 ilustram os dispositivos e materiais do ensaio e a Quadro 4 apresenta os resultados obtidos.

mm mm -- -- -- -- -- -- 680 Limite NBR 14718 ≤ 150 mm 2, 5 4, 8 4, 7 1, 0 Não aplicável

Não ocorreu ruptura, afrouxamento ou destacamento de componentes e/ou dos elementos de fixação.

Não ocorreu ruptura, afrouxamento ou destacamento de componentes e/ou dos elementos de fixação.

Figura 9 – Aplicação da carga vertical: manutenção dos componentes e elementos de fixação - Protótipo 1

Fonte: PRÓPRIOS AUTORES, 2018.

Figura 10 – Leitura da deformação vertical, no medidor de deslocamento - Protótipo 2

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Quadro 4 – Resultados das deformações medidas após a aplicação da carga de ensaio - Protótipo 1

Fonte: Carlos Campos, 2018ª

4.3 RESISTÊNCIA AO IMPACTO

A norma NBR 14718 (ABNT, 2008) estabelece que qualquer tipo ou modelo de guarda-corpo, quando submetido ao ensaio de determinação da resistência ao impacto, não deve se romper ou sofrer destacamento das fixações, bem como não deve ocorrer queda do elemento de fechamento ou de qualquer uma de suas partes após o ensaio. Essa mesma norma permite a ocorrência de afrouxamento das fixações e deformações de elementos do guarda-corpo, desde que não permitam a passagem do gabarito prismático 11 x 11 x 25 cm utilizado neste ensaio.

A norma também prevê a avaliação do protótipo segundo as especificações de instalação e fixação das ancoragens previstas em projeto.

O Protótipo 1 não se rompeu ou sofreu destacamento das fixações, entretanto, correu a ruptura e queda do elemento de fechamento. A queda do elemento de fechamento possibilitou a abertura de vão que permitiu a passagem do gabarito prismático 11 x 11 x 25 cm, portanto não estando de acordo com o previsto pela norma.

As Figuras 11 a 14 ilustram o Protótipo 1 após a realização do ensaio apresentando as deformações. ESFORÇO VERTICAL Carga (N/m) Temp o (min) Deformaç ão Instantân ea máx (mm) Deformação Residual após 3 mim. (mm) Limite NBR 14718 ≤ 8 mm Relato 680 Limite NBR 14718 ≤ 20 mm 15 0,18 0,0

Não ocorreu ruptura, afrouxamento ou destacamento.

Não apresentou ruptura de qualquer de seus componentes, bem como não ocorreu afrouxamento ou destacamento de componentes e dos elementos de fixação.

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Figura 11 – Região evidenciando excesso de guarnições e escassez de silicone, após a ruptura do elemento de fechamento - Protótipo 1

Fonte: PRÓPRIOS AUTORES, 2018.

Figura 12 – Vestígios da aplicação de pouca espessura e quantidade de silicone de fixação do vidro - Protótipo 1

Fonte: PRÓPRIOS AUTORES, 2018. Figura 13 – Queda do elemento de fechamento, após o

impacto - Protótipo 1

Fonte: PRÓPRIOS AUTORES, 2018.

Figura 14 – Com a queda do elemento de fechamento, o vão aberto permite a passagem do gabarito prismático em sua totalidade - Protótipo 2

Fonte: PRÓPRIOS AUTORES, 2018.

Já para o ensaio de resistência ao impacto realizado no Protótipo 2, constatou-se após o impacto que o protótipo instalado não se rompeu ou sofreu destacamento das fixações, tampouco correu a ruptura e queda do elemento de fechamento. O estilhaçamento do elemento de fechamento no vidro não possibilitou a abertura de vão, não permitindo portanto a passagem do gabarito prismático 11 x 11 x 25 cm.

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apresentando o estabelecido pela norma.

Desta forma, o segundo protótipo construído para o ensaio atendeu aos critérios descritos e indicados no item 5.3 da norma NBR 14718 (ABNT, 2008) para o ensaio de determinação da resistência ao impacto em guarda-corpo para edificação. Atendendo portanto aos requisitos previstos nas normas NBR 15575 - Edificações Habitacionais: Desempenho e NBR 14718 – Guarda-corpos para edificações.

Figura 15 – Guarda-corpos após o impacto de 600 J -Protótipo 2

Fonte: PRÓPRIOS AUTORES, 2018.

Figura 16 – Ruptura do elemento de fechamento em vidro, sem desprendimento dos perfis ou queda de elemento - Protótipo 2

Fonte: PRÓPRIOS AUTORES, 2018.

Figura 17 – Estilhaçamento do elemento de fechamento em vidro, com ocorrência de abertura que não permitiu a passagem do gabarito - Protótipo 2

Fonte: PRÓPRIOS AUTORES, 2018.

Figura 18 – Aspecto final do guarda-corpo após impacto - Protótipo 2

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5. DISCUSSÕES E CONCLUSÕES

Não foi objeto deste artigo verificar a conformidade do elemento de fechamento em vidro quanto às normas NBR 14697 (ABNT, 2001) e NBR 7199 (ABNT, 2016). O laboratório não acompanhou a etapa de execução do guarda-corpo com conferência in loco de todas as especificações declaradas, entretanto o mesmo foi acompanhado pelos autores do artigo, que por sua vez, conferiram juntamente com o projeto das especificações de montagem.

Foi constatado que as deformações máximas medidas sob esforços de fora para dentro e de dentro para fora sob pré-carga (200 N/m), carga de uso (400 N/m) e carga de segurança (680 N/m) foram menores que as especificadas pela norma NBR 14.718 (ABNT, 2008) e o protótipo não apresentou ruptura de qualquer de seus componentes, bem como não ocorreu afrouxamento ou destacamento de componentes e dos elementos de fixação.

A deformação vertical sob carga e a deformação vertical residual também foram menores que as especificadas pela norma, a região de fixação do guarda-corpo à base não sofreu deslocamentos ou afrouxamento, tampouco desprendimento da estrutura.

Embora tenha sido identificado a necessidade de reforço da estrutura após o não atendimento ao ensaio de resistência ao impacto o elemento foi reforçado e na 2° tentativa todos os itens mencionados anteriormente passaram com êxito de acordo com a exigências contidas na norma comprovando a eficiência do ensaio contra prevenção de acidentes e na adequação de materiais a serem utilizados.

Segundo Castro (1999), a sobrevivência no mercado da construção civil a qualidade, produtividade e inovação tecnológica, sendo assim cabe aos profissionais buscarem meios de atender esses requisitos, principalmente ao se tratar de elementos ligados a segurança.

Conclui-se que o guarda-corpo, por ser um elemento de segurança da edificação, tem que estar de acordo com os padrões exigidos em norma, pois caso contrário, na ocorrência de um acidente, será de responsabilidade da construtora prestar qualquer tipo de intervenção e correção.

REFERÊNCIAS

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7199: Vidros na

construção civil — Projeto, execução e aplicações. Rio de Janeiro: ABNT, 2016.

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14697: Vidro laminado. Rio de Janeiro: ABNT, 2001.

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ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14718: Guarda-corpo

para edificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2008.

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575-1: Edificações

Habitacionais – Desempenho – Parte 1: Requisitos gerais. Rio de Janeiro: ABNT, 2013a.

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575-4: Edificações

Habitacionais – Desempenho – Parte 4: Requisitos para os Sistemas de Vedações Verticais internas e externas. Rio de Janeiro: ABNT, 2013b.

CARLOS CAMPOS CONSULTORIA E CONSTRUÇÕES LTDA (Goiás). Relatório de ensaio

guarda-corpos para edificação: método NBR 14718/2008. Goiânia, 2018a. 10 p. (Relatório nº:

831-1/18-1A).

CARLOS CAMPOS CONSULTORIA E CONSTRUÇÕES LTDA (Goiás). Relatório de ensaio

guarda-corpos para edificação: Determinação da resistência a impactos: método NBR

14718/2008. Goiânia, 2018b. 7 p. (Relatório nº:1073-2/18).

CASTRO, Jorge Azevedo de. Inventos e Inovações Tecnológica: produtos e patentes na

construção. São Paulo: Annablue, 1999.

GENTILE, Paulo.; LIBONATTI, Nelson. Instalação de guarda-corpo. Téchne. Pini, São Paulo, n°184, 2012, p. 06-08, Junho.

OKAMOTO, Patrícia Seiko. Os impactos da norma brasileira de desempenho sobre o processo

Imagem

Figura 1 - Vista do Protótipo 1 construído para o ensaio
Figura 2 — Condições de aplicação de esforços no peitoril
Figura 4 – Posicionamento do saco de couro para  impacto - Protótipo 1
Figura 6 – Vista do Protótipo 2 construído para o ensaio
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