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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE MOTRICIDADE HUMANA

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Relatório final de Estágio Pedagógico

Relatório final de Estágio realizado na Escola Básica Eugénio dos Santos, com vista à

obtenção do grau de Mestre em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e

Secundário

Orientador: Professora Doutora Maria João Figueira Martins

Júri:

Presidente

Doutor Marcos Teixeira de Abreu Soares Onofre, professor associado da Faculdade

de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa

Vogais

Doutora Maria João Figueira Martins, professora auxiliar da Faculdade de

Motricidade Humana da Universidade de Lisboa

Mestre Maria Manuela Moura Pimentel Fonseca Pereira Jardim, especialista de

mérito em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário

Filipe Manuel Horta Borges Massa

(2)

Relatório final de Estágio realizado na Escola Básica Eugénio dos Santos, com vista à

obtenção do grau de Mestre em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e

Secundário

Este relatório foi produzido com base na experiência do Estágio Pedagógico em Educação Física desenvolvido na Escola Básica Eugénio dos Santos, sob a supervisão da Professora Doutora Maria João Figueira Martins e da Mestre Maria Manuela Moura Pimentel Fonseca Pereira Jardim

no ano letivo de 2013/2014

Filipe Manuel Horta Borges Massa

(3)
(4)

Aos meus alunos pela magnífica partilha e por me possibilitarem ser o seu Professor;

À professora Manuela Jardim, pela sua dedicação e pela sua grande contribuição no

acompanhamento e desenvolvimento do meu processo formativo;

À professora Maria Martins pelo apoio, e pelos momentos importantes de formação;

À Catarina e à Raquel pelo suporte, companheirismo e amizade;

À professora Isabel Gonçalves pelo seu profissionalismo, dedicação e cooperação para

comigo;

À professora Inês Morais pelo acompanhamento e desenvolvimento do meu trabalho

enquanto professor;

Ao professor Luís Romeu e à professora Teresa Silva, pela sua cooperação, experiência

e confraternidade;

Aos restantes professores do subdepartamento de Educação Física pela sua ajuda e

cooperação em todo o ano letivo;

À comunidade escolar da Escola Básica Eugénio dos Santos, pela receção e apoio

enquanto professor estagiário;

À minha família, especialmente ao meu Pai, e à minha Mãe, que sempre me apoiaram

em todas as decisões que tomei na minha vida, e que contribuem diariamente para que

me supere a mim mesmo enfrentando todos os constrangimentos com coragem e com a

vontade de vencer;

Obrigado Micas, pelo teu amor e pela tua amizade, perante este ano de aprendizagem e

(5)

O presente relatório final contém uma análise reflexiva sobre o trabalho desenvolvido

durante o estágio pedagógico, integrado no Mestrado em Ensino da Educação Física nos

Ensinos Básico e Secundário.

Este estágio foi desenvolvido na Escola Básica Eugénio dos Santos, tendo como

referência as competências explícitas no Guia de Estágio Pedagógico 2013-2014, a

adquirir nas quatro áreas de intervenção profissional.

Na Área 1 - Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem, desenvolvi o

planeamento, a condução e avaliação nas aulas de educação física.

Na Área 2 - Inovação e Investigação Pedagógica, desenvolvi um estudo relativo à

atribuição dos níveis de especificação aos alunos, por parte dos professores.

Na Área 3 - Participação na Escola, realizei o acompanhamento e coadjuvação do

desporto escolar, no núcleo de desportos gímnicos e implementámos uma ação de

intervenção.

Na Área 4 - Relação com a Comunidade, realizei o estudo da turma e o

acompanhamento da direção de turma.

Em cada uma das áreas realizei uma reflexão pessoal sobre a prática pedagógica, tanto

nas dificuldades encontradas como nas estratégias utilizadas para as colmatar.

Por fim, referi os contributos que o estágio pedagógico teve na minha formação pessoal e

profissional, enquanto futuro professor.

Palavras-chave: Educação Física, Alunos, Professores, Formação, Dificuldades, Estratégias, Processo Ensino-Aprendizagem, Desporto Escolar, Diretor de Turma,

(6)

This final report contains a reflective analysis about the work developed during the all

teaching practice, integrated on the Master in Teaching Physical Education in Primary and

Secondary Education.

The teaching practice was developed at Escola Básica Eugénio dos Santos, with the

reference to the skills that are explicit in Guide of The Pedagogical Teaching Practice

2013/2014, to be acquired at the four areas of professional intervention.

Area 1 – Organization and Management of Teaching and Learning, I developed the

planning, conduct and evaluation in physical education classes.

Area 2 – Innovation and Pedagogical Investigation, I developed a study about the specification levels assignment to the students by teachers.

Area 3 – Participation in School, I realized the monitoring and the assistance in the school sports of gymnastics and we implemented an intervention action.

Area 4 – Relationship with Community, I realized the class study and the class direction monitoring.

In each area, I performed a personal reflexion about my pedagogical practice, both on the

difficulties found and the strategies used to overcome them.

Finally, I mentioned the contributions that the teaching practice had on my personal and

professional career as a future teacher.

(7)

1. Introdução ... 1

2. Contextualização ... 2

2.1 Escola ... 2

2.2 Subdepartamento de Educação Física ...10

2.2.1 Grupo de Educação Física ...10

2.2.2 Núcleo de Estágio...13

2.3 Recursos espaciais e materiais para a lecionação da disciplina de Educação Física ...15

2.4 Caraterização da Turma – 9º A ...16

3. Análise e Reflexão Crítica do Processo de Formação ...17

3.1 Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem – Área 1 ...17

3.2 Investigação e Inovação Pedagógica – Área 2 ...42

3.3 Participação na Escola – Área 3 ...50

3.4 Relação com a Comunidade – Área 4 ...62

4. Conclusão ...72

5. Bibliografia ...73

(8)

Anexo 1 – Projeto Educativo 2010/2013

Anexo 2 – Plano Anual de Atividades 2013/2014 Anexo 3 – Regulamento Interno 2010/2014

Anexo 4 – Regimento do Departamento de Expressões 2010/2014 Anexo 5 – Projeto Curricular do AEES 2013

Anexo 6 – Projeto Curricular de Educação Física Anexo 7 – Protocolo de Avaliação Inicial 2013/2014

Anexo 8 – Critérios de Avaliação de Educação Física

Anexo 9 – Rotação de espaços de EF para o ano letivo 2013/2014 Anexo 10 – Ficha individual do aluno

Anexo 11 – Teste diagnóstico para a área dos conhecimentos Anexo 12 – Ficha de observação

Anexo 13 – Plano Plurianual de EF

Anexo 14 – Trabalho da área de inovação e de investigação pedagógica (área 2)

Anexo 15 – Balanço da área de inovação e de investigação pedagógica (área 2) Anexo 16 – Guião de entrevista aos professores de EF

Anexo 17 –Projeto “Dos 8 aos 80”

Anexo 18 –Balanço da atividade “Dos 8 aos 80”

(9)

1. Introdução

A elaboração do Relatório Final de Estágio insere-se no conjunto de atividades do

Estágio Pedagógico, que por sua vez está integrado no plano de estudos do 2º ano de

Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário da Faculdade

de Motricidade Humana. O mesmo documento tem como objetivo analisar e refletir o meu

processo de estágio ao longo do ano letivo 2013/2014, na Escola Básica Eugénio dos

Santos (EB Eugénio dos Santos).

O Estágio Pedagógico apresenta-se como um processo de formação que procura

habilitar profissionalmente o aluno/aprendiz para o desempenho, neste caso, das funções

enquanto docente na disciplina de Educação Física (EF). Como qualquer outro processo

de formação implica ter de enfrentar dificuldades e procurar soluções, a fim de alcançar

as metas pretendidas, assim como agir em cooperação com um grupo de trabalho. É no

fundo nestas bases que se rege o dia-a-dia de um profissional. Sendo assim, torna-se

essencial e gratificante desenvolver um documento que possa conferir e apreciar o

conjunto de aprendizagens e de conhecimentos que foram sendo adquiridos, a fim de

cimentar todo o processo de formação. Esta análise terá como referência as

competências enunciadas no Guia de Estágio Pedagógico 2013-2014, a literatura

estudada e a minha própria reflexão pessoal sobre o estágio pedagógico, assim como a

sua importância no meu desenvolvimento pessoal e profissional, possibilitando projetar e

estruturar as diretrizes que acompanharão o meu futuro.

O presente relatório está dividido em duas partes. Na primeira parte será

apresentada a contextualização do local onde foi desenvolvido o estágio, tendo em vista

o enquadramento de todos os aspetos que irão ser desenvolvidos posteriormente. Deste

modo farei uma caracterização reflexiva do Agrupamento de Escolas Rainha Dona

Leonor e especialmente da Escola Básica Eugénio dos Santos, onde decorreu

praticamente todo o meu processo de estágio; será realizada uma contextualização do

subdepartamento de EF, dos recursos espaciais e materiais disponíveis, e ainda da

turma que tive oportunidade de lecionar ao longo de todo o ano letivo. Relativamente à

segunda parte do relatório, esta irá compreender uma análise e uma reflexão crítica e

projetiva sobre o meu processo de formação nas quatro áreas de intervenção

profissional: Área 1 - Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem; Área 2 -

Inovação e Investigação Pedagógica; Área 3 - Participação na Escola; Área 4 - Relação

com a Comunidade. Em cada área serão referidas as atividades desenvolvidas,

(10)

como as soluções que foram ou que poderiam ter sido utilizadas para as colmatar,

refletindo sobre o seu contributo no meu processo de formação.

Apesar do relatório apresentar uma análise dividida por estas mesmas áreas, o

processo de estágio deve ser visto e compreendido como um todo. Achei no entanto

pertinente efetuar uma abordagem individual, a fim de potenciar uma melhor organização

deste relatório, evidenciando as sinergias existentes ao longo do texto.

Por último, será realizada uma reflexão final e global sobre o processo de estágio,

sublinhando ainda os seus efeitos profissionais e pessoais, assim como uma projeção

sobre as necessidades de desenvolvimento que persistem após o estágio.

2. Contextualização

2.1 Escola

O ano letivo 2013/2014 foi o primeiro ano sob o qual esteve estabelecido e

operacionalizado o Agrupamento de Escolas Rainha Dona Leonor. Este agrupamento é

constituído pela escola sede, a Escola Secundária Rainha Dona Leonor, juntamente com

o antigo Agrupamento de Escolas Eugénio dos Santos (AEES). Constituído no ano letivo

2004/2005 integra cinco unidades educativas: três escolas básicas do 1º ciclo (Escola

Básica 1 Bairro S. Miguel, Escola Básica 1 Coruchéus e Escola Básica 1 Rainha D.

Estefânia); uma escola básica do 1º ciclo com jardim-de-infância (Escola Básica 1 /Jardim

Infância Santo António); e, por último, o estabelecimento de ensino em questão, a EB

(dos 2º e 3º ciclos), Eugénio dos Santos, antiga escola-sede. A sua dispersão geográfica

não é de grande relevância, uma vez que quatro das cinco escolas se situam na

freguesia de Alvalade. Esta freguesia apresenta uma elevada taxa de envelhecimento

populacional, no entanto a sua localização é bem servida de transportes e tem inúmeras

zonas de prestação de serviços, o que leva as escolas a acolher maioritariamente

discentes (60%) que não residem na área (Inspeção-Geral da Educação, IGE, 2010). De

um ponto de vista da minha formação pessoal e profissional, o facto de a EB Eugénio dos

Santos pertencer a um agrupamento de escolas, permitiu-me tomar conhecimento da

organização e da articulação que pode existir entre as escolas.

Até ao ano letivo referido o antigo AEES disponibilizava uma oferta educativa de

acordo com o currículo nacional do ensino básico, tendo em conta a procura e as

necessidades da sua comunidade educativa e a rede escolar. Neste sentido, para além

do programa curricular, também as Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) e a

Componente de Apoio à Família (CAF) têm particular importância, funcionando em todas

(11)

exceção da escola sediada no Hospital D. Estefânia devido às suas características,

funcionando apenas no turno da tarde, como indica o Projeto Educativo (Anexo 1). A

Expressão e a Educação Físico Motora e as AEC, mais especificamente a atividade física

e desportiva, revelam uma extrema importância numa sociedade em que cada vez mais

aumentam os níveis de inatividade física e os estilos de vida sedentários. Estas

mudanças sociais referidas têm por sua vez implicações relevantes nos estilos de vida e

ao nível das oportunidades de prática de atividade física nas crianças (Neto, 2002). Na

nossa sociedade, a possibilidade de mobilidade da criança e do jovem de forma

autónoma tem decrescido, sendo que alguns investigadores associam este fenómeno ao conceito de “criança superprotegida” (Neto, 2002). Neto (2005) afirma que, no âmbito da motricidade infantil, os anos críticos para a aprendizagem das habilidades motoras

situam-se entre os três e os nove/dez anos de idade. É durante os primeiros seis anos

que os padrões motores fundamentais emergem na criança e se aperfeiçoam de acordo

com o desenvolvimento, ao nível dos movimentos de estabilidade, locomoção e

manipulação dos objetos. A importância desta abordagem está também assente na

necessidade de garantir a progressão do aluno nos ciclos de escolaridade seguintes.

Nesta primeira fase do processo educativo (1º ciclo) existe um programa rico e variado

que, tal como Mota (1997) refere, é através do qual as crianças podem ter a oportunidade

de adquirir as habilidades motoras básicas, autoconfiança e os primeiros conhecimentos

acerca do exercício e da sua contribuição para uma boa saúde e aptidão, para que, mais

tarde, quando a criança apresentar o nível de desenvolvimento fundamental e estiver no

2º ciclo, possa aprender habilidades motoras específicas.

A EB Eugénio dos Santos, construída em 1950, tem assumido diversas

designações em função do tipo de ensino a que se tem destinado. Contudo, a atual

designação data desde 1993. A escola é constituída por um edifício central, três corpos

independentes, campos de jogos, pátios e jardim. No edifício central encontram-se a

maioria das salas de aula, como por exemplo, a sala de professores, a sala de diretores

de turma, a sala de atendimento aos encarregados de educação (EE), os serviços

administrativos e a direção. A sala de professores é o local onde a maioria dos

professores efetua o seu trabalho e partilha alguns momentos de convívio. No meu caso,

funcionou como um espaço essencial de interação com os diversos docentes, de outras

disciplinas para além dos de EF e serviu também como um ponto de encontro para a

realização e o planeamento de algumas tarefas ao longo do ano. Na sala de diretores de

turma foi maioritariamente desenvolvido o trabalho relacionado com a direção de turma e

(12)

informações relativas aos mesmos, nomeadamente os seus percursos escolares. A sala

de atendimento é um espaço que se destina à interação com os EE acerca da situação

escolar dos seus educandos, na qual foram realizadas diversas reuniões.

Numa das infraestruturas da escola, podemos encontrar por sua vez, o refeitório, o

bar dos alunos, os balneários, a sala de material para as aulas de EF, os ginásios, a sala

de ténis de mesa e o respetivo gabinete de EF. Este gabinete é o local de trabalho

primordial do grupo de EF, assim como foi o meu enquanto professor estagiário.

Em termos demográficos, não só por experiência enquanto professor, mas como

vem documentado no Projeto Educativo, a comunidade escolar do anterior AEES é

bastante heterogénea, apresentando alunos com idades compreendidas entre os três e

os dezassete/dezoito anos e com estatutos socioeconómicos variados. Segundo este

mesmo documento, entre 2010 e 2013, 24,5% dos alunos beneficiaram de apoio

económico, sendo a EB1 Santo António a escola que mais se destacou com 48,5% de

alunos beneficiários. Em termos disciplinares (atitudes e comportamentos dos alunos),

não se verificam situações verdadeiramente graves. Os casos de indisciplina existentes

vão sendo devidamente identificados e são pouco numerosos, tal como pude verificar nas

turmas que acompanhei ao longo do ano de estágio.

Uma das características que observei na EB Eugénio dos Santos é a boa

articulação entre os diferentes intervenientes no processo educativo [pais, EE, diretor(a)

de turma], que acaba por se revestir da maior importância, não só para colmatar as

situações problemáticas, nomeadamente ao nível da pontualidade e de assiduidade, mas

também para incentivar as boas práticas, encaminhando-as para a concretização das

suas expectativas, que apontam para um projeto de vida com sucesso. Corroborando

esta perspetiva, o Projeto Educativo afirma que a escola incentiva os pais e EE a

participarem e a envolverem-se no percurso escolar dos respetivos educandos, assim

como nas atividades abertas à comunidade.

Em harmonia com este mesmo documento, os alunos de etnia cigana requerem

particular atenção por apresentarem problemas específicos de integração. O

Agrupamento é frequentadotambém por alguns alunos estrangeiros que beneficiam de

apoio específico, nomeadamente aulas de português como língua não materna.

Para além do que vem redigido no Projeto Educativo, observei pessoalmente que

existe um número significativo de alunos que permanecia na escola fora do horário

escolar. No caso da escola EB Eugénio do Santos, os alunos podem usufruir das

atividades de complemento curricular, que constam no Plano Anual de Atividades (Anexo

(13)

específicas em determinadas áreas, assim como auxiliar as já desenvolvidas nas

diferentes disciplinas e áreas curriculares não disciplinares, contribuindo para a formação

de futuros cidadãos conscientes, ativos e participativos. A EB Eugénio dos Santos

disponibiliza as atividades de Desporto Escolar (DE), como irei abordar mais à frente, e

possibilita ainda, de acordo com os recursos disponíveis, a inscrição facultativa em

clubes como os de música e o atelier de artes.

A escola disponibiliza uma grande variedade de recursos e serviços educativos, tais

como a biblioteca escolar, serviços especializados de apoio educativo, serviços de

psicologia e orientação escolar, as salas de acompanhamento dos alunos e o gabinete de

apoio ao aluno e à família (GAAF). A biblioteca escolar funciona como um local de

trabalho destinado à pesquisa de documentos para a realização de tarefas escolares.

Apresenta também um local de acesso à internet que poderá ser utilizado também pelos

alunos. A escola oferece aos alunos aulas de apoio às disciplinas em que apresentam

maiores dificuldades sendo esta uma ferramenta indispensável, pois permite um

acompanhamento mais personalizado, trabalhando somente aquilo que mais precisam, o

que por vezes não é possível realizar durante as aulas. No que diz respeito

especificamente à EF, o número de horas de apoio deve ser potenciado. Durante o ano

letivo respetivo apenas existiram três tempos letivos por semana para esta mesma

função, lecionados por um professor em cada um deles. Esta situação acaba por limitar

muito a eficácia destes apoios, pois existem alunos que devido aos horários não os

podem frequentar, assim como necessitam de uma maior frequência semanal, a fim de

garantir ganhos na sua aprendizagem. Tal como foi referido anteriormente existem

também as atividades de enriquecimento curricular, como o DE, que pode ser uma

oportunidade para aqueles alunos que não têm possibilidades de praticar uma

modalidade desportiva de forma extracurricular.

Existem ainda alunos que apresentam necessidades educativas especiais (NEE),

contando com o apoio específico da equipa de educação especial. De acordo com a sua

problemática, são organizadas respostas educativas específicas em termos pedagógicos,

materiais e humanos, inscritas no seu programa educativo individual. Este

subdepartamento de educação especial poderá estabelecer um protocolo com a escola,

possibilitando a vinda de uma técnica de psicomotricidade, que tem como objetivo intervir

e acompanhar alguns alunos com NEE. Outro serviço prestado pela escola é o de

psicologia e orientação escolar. Uma das principais funções da psicóloga é apoiar os

alunos que frequentam o 9º ano na escolha do curso que irão frequentar no ensino

(14)

testes psicotécnicos. A sala de acompanhamento é um espaço necessário para os alunos

que por comportamentos inapropriados, tiveram de sair da sala de aula, permitindo assim

otimizar o tempo de aula, procurando garantir a continuidade da sua aprendizagem.

Finalmente, o GAAF procura ainda apoiar alguns casos especiais de alunos com

dificuldades familiares e com problemas de indisciplina.

No ano letivo 2013/2014, o Agrupamento de Escolas Rainha Dona Leonor foi gerido

por uma comissão administrativa provisória (CAP), presidida pela antiga diretora da

Escola Secundária Rainha Dona Leonor, e tendo como vice-presidente a antiga

presidente do Agrupamento de Escolas Eugénio dos Santos. Relativamente ao regime

administrativo e de gestão do antigo agrupamento, segundo o Regulamento Interno

2010-2014 (Anexo 3), este é constituído pelo conselho geral, o diretor, o conselho pedagógico

e o conselho administrativo. Existem no entanto estruturas que, em colaboração com o

diretor e o conselho pedagógico, asseguram a articulação e a gestão curricular, a que se

dá o nome de departamentos curriculares. O conselho geral é o órgão de direção

estratégica responsável pela definição das linhas orientadoras da atividade da escola

(aprova o projeto educativo, o plano anual de atividades, o regulamento interno e

promove o relacionamento com a comunidade educativa, entre outras), assegurando a

participação e representação da comunidade educativa. De seguida, o diretor é o órgão

de administração e gestão do agrupamento nas áreas pedagógica, cultural,

administrativa, financeira e patrimonial, que tem o papel de executar o projeto de

intervenção definido. De forma a aproximar este órgão dos diversos departamentos

curriculares, surge o conselho pedagógico, assumindo a função de coordenação e

supervisão pedagógica bem como a orientação educativa do agrupamento,

nomeadamente nos domínios pedagógico e didáticos, da orientação e acompanhamento

dos alunos e da formação inicial e contínua do pessoal docente e não docente. Este

órgão tem como principais funções aprovar o projeto curricular de agrupamento, definir os

critérios de avaliação para cada ciclo e ano, sob propostas dos departamentos, aprovar

os planos de acompanhamento e decidir sobre a retenção ou progressão dos alunos com

retenções repetidas. Por último, como vem descrito no Regulamento Interno, encontra-se

o conselho administrativo com uma função transversal a todos os órgãos anteriormente

referidos, tendo assim a responsabilidade de deliberar em matérias administrativas

financeiras do agrupamento (Agrupamento de Escolas Eugénio dos Santos, AEES, n.d.).

Inseridos no conselho pedagógico estão portanto os já referidos departamentos

curriculares, com a responsabilidade de definir os critérios de avaliação e estratégias

(15)

projetos interdisciplinares. É importante salientar e referir que, no caso específico da EB

Eugénio dos Santos, tal como vem descrito no Regimento do Departamento de

Expressões (Anexo 4), é o departamento de expressões a estrutura que assegura a

articulação e gestão curriculares em colaboração com o diretor e o conselho pedagógico.

É assim constituído pelos subdepartamentos das disciplinas de educação musical, de

educação visual e tecnológica, de EF, e ainda os docentes de educação especial. Ambos

os subdepartamentos representam extrema importância na escola, na medida em que

providenciam não só conteúdos e competências distintos relativamente às outras

disciplinas curriculares, como oferecem um conjunto de atividades aos alunos (presentes

no plano anual de atividades). Em termos de formação pessoal e profissional foi

importante tomar conhecimento de todas estas estruturas organizativas, uma vez que

poderão ser semelhantes num outro contexto escolar e como futuro ator escolar é

essencial perceber como funcionam integralmente todas as estruturas de gestão e as

respetivas orientações educativas.

No decorrer do ano de formação, a minha própria experiência de estágio

permite-me afirmar que a existência de um agrupapermite-mento de escolas possibilita a articulação

vertical curricular entre as mesmas, tanto em termos de planificação como de conceção

de atividades para os diversos ciclos que integram o agrupamento. Anualmente, o

subdepartamento de EF, mais especificamente o núcleo de estágio, juntamente com os

restantes subdepartamentos de expressões, desenvolvem uma ação de intervenção1 que

leva à mobilização e participação de diversas escolas do agrupamento. Esta atividade

viabiliza uma oportunidade de desenvolvimento de cooperação entre docentes do mesmo

subdepartamento, de diferentes subdepartamentos, de diferentes escolas, e ainda com

os alunos. É um exemplo demonstrativo de que o desenvolvimento das atividades

propostas no plano anual de atividades evidencia a articulação interdisciplinar com a

organização de atividades na escola sede, abertas à participação dos alunos do 1º ciclo,

contribuindo assim para a sua melhor integração (IGE, 2010). Este ano, como iniciativa, o

núcleo de estágio da ES Rainha D. Leonor procurou organizar uma atividade semelhante,

desta vez aberta à participação dos alunos do 3º ciclo de ambos os estabelecimentos de

ensino, contando com o auxílio e participação do nosso núcleo de estágio. O “Dia D’Aventura”, como se intitulou a atividade, procurou fomentar mais uma vez a articulação entre escolas do mesmo agrupamento com a integração dos alunos na realização de

atividades físicas e desportivas na ES Rainha D. Leonor.

1

Atividade “dos 8 aos 80” - atividade anualmente organizada pelos elementos pertencentes ao

(16)

Por outro lado, o IGE (2010) constatou que a articulação vertical a nível da gestão

do currículo do AEES, esteve pouco sistematizada e estruturada, sendo classificada

como um ponto a melhorar. A mesma instituição afirma que a articulação das escolas de

destino dos alunos, possibilita o acompanhamento do seu percurso escolar e a avaliação

do impacto das suas aprendizagens. Contudo, durante o ano letivo 2013/2014, não foi

possível ter acesso à avaliação deste mesmo objetivo, uma vez que foi o primeiro ano

sob o qual esteve em vigor o novo agrupamento.

Seguindo a mesma linha de pensamento, até ao respetivo ano letivo, após ter sido

instituído o novo agrupamento, verificou-se não ter sido elaborado um novo projeto

educativo que permitisse orientar todo o trabalho a desenvolver nas diversas escolas. No

mesmo ano não foi divulgado um documento a que fosse possível recorrer, para que se

pudesse tomar conhecimento da forma como estaria a ser realizada esta mesma

articulação vertical. A meu ver, a elaboração de um projeto educativo relativo ao novo

agrupamento de escolas é um trabalho de realização prioritária a desenvolver no ano

letivo seguinte. Este permitirá orientar todo o trabalho, auxiliando a cooperação de todos

os docentes, a fim de beneficiar o percurso escolar dos alunos. A extensão e a eficácia

deste trabalho colaborativo permitirá esbater as diferenças de transição entre escolas,

fomentando a integração e um maior conhecimento das práticas de cada um dos níveis

de ensino (Duarte, 2009). Idealiza-se que as linhas orientadoras do Projeto Educativo

sejam também do conhecimento dos EE, e a sua implementação e concretização

requerem o envolvimento da comunidade educativa, tendo as associações de pais um

papel insubstituível na divulgação, pela atuação que podem ter nos educandos.

Não havendo portanto os documentos associados ao novo agrupamento, assumo

que o AEES tem como linhas orientadoras as definidas pelo Projeto Educativo e pelo

Projeto Curricular do AEES (Anexo 5). São estes dois documentos, juntamente com o

Regulamento Interno que regulam e orientam todos os processos que decorrem na EB

Eugénio dos Santos. O Projeto Educativo é o documento, que consagra a orientação

educativa e de gestão do agrupamento, com repercussão na elaboração dos planos

anuais de atividades e dos projetos curriculares de turma, explicita os princípios, os

valores, os objetivos, as metas e as estratégias que orientam a função educativa do

mesmo.

Através das ofertas educativas da escola para os alunos, estou convicto que esta

fornece um conjunto de ferramentas essenciais, que lhes possibilita crescer e aprender,

tendo em conta a nossa sociedade. Durante o ano de estágio verifiquei que professores e

(17)

procuram regularmente conversar uns com os outros, com o intuito de resolver problemas

e ajudarem os alunos no seu processo de ensino e de aprendizagem. Este sentimento

fez de mim um estagiário mais reflexivo e preocupado em atingir esse mesmo objetivo,

tendo em conta os valores e os princípios que devemos fomentar no nosso dia-a-dia

enquanto professores.

Em relação ao Projeto Curricular do AEES, este traduz um conjunto de processos e

ações que concretizam as orientações curriculares de âmbito nacional em propostas

globais de intervenção pedagógico-didáticas, adequando-as ao contexto do

agrupamento. Segundo esse mesmo documento, o AEES tem como referência o

currículo nacional, com as devidas adequações à sua realidade. O IGE (2010) constatou

que o mesmo assegurava de forma positiva a articulação horizontal com a respetiva

articulação curricular, através do planeamento de cada área disciplinar, por ano ou por

ciclo de escolaridade. Contudo o Projeto Curricular do AEES emana um conjunto de

diretrizes relativamente ao processo de avaliação dos alunos, mas que em parte acabam

por não ser seguidos pelo subdepartamento de EF. Segundo o projeto, os critérios gerais

de avaliação ponderam sobre dois domínios: os conhecimentos e as capacidades; e as

atitudes (ambas sobre a forma de percentagem). No entanto, tendo em conta as

diretrizes dos Programas Nacionais de Educação Física (PNEF), e mais as respetivas

normas de referência para a definição de sucesso em EF, especificamente sabemos que

é completamente contraindicado em critérios de classificação, o fracionamento dos

domínios (motor, cognitivo e afetivo) ou a atribuição de percentagens aos domínios de

avaliação. Em EF, considera-se que um aluno cumpre um nível (Introdução, Elementar

ou Avançado) no domínio das atividades físicas quando o seu desempenho,

conhecimentos e atitudes representam a totalidade do nível considerado. Desta forma,

não obstante as restantes orientações enunciadas no documento, o subdepartamento de

EF acaba apenas por não ter em conta aquilo que está exposto no Projeto Curricular do

AEES, em termos dos critérios de avaliação dos alunos, seguindo os PNEF e mais

especificamente o Projeto Curricular de Educação Física (PCEF) (Anexo 6) e respetivos

protocolos como irei abordar mais à frente.

Este projeto para além da temática da avaliação, caracteriza o subdepartamento e

o grupo de EF, os seus recursos materiais e espaciais, assim como a rotação dos

espaços de aula. Está também definido o regulamento interno da EF, a ser posto em

prática por todos os docentes e alunos, e o conjunto de decisões curriculares que

orientam e regulam todo o processo ensino/aprendizagem que estão elaborados de

(18)

desenvolvimento dos documentos do grupo de EF, foi igualmente essencial ao longo de

todo o processo de formação do estágio pedagógico, nomeadamente no apoio ao

desenvolvimento das tarefas relativas às suas áreas de intervenção (1, 2 e 3). Constituiu

um guia para a minha atuação enquanto professor, onde se encontram os indicadores

para orientar a minha prática, em coordenação com os restantes professores de EF.

2.2 Subdepartamento de Educação Física

2.2.1

Grupo de Educação Física

No ano letivo 2013/2014, o subdepartamento de EF foi constituído por seis

docentes pertencentes ao quadro de nomeação definitiva, juntamente com um professor

contratado. Funcionando ao mesmo tempo esteve o nosso grupo de estágio pedagógico

do Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, da

Faculdade de Motricidade Humana (FMH), constituído por três professores estagiários.

Cada professor de EF foi responsável pela coordenação de um núcleo de DE, dos sete

existentes (badminton, basquetebol, desportos adaptados (boccia), desportos gímnicos, patinagem, ténis de mesa e voleibol), sendo que cada professor estagiário efetuou

apenas o acompanhamento de um desses núcleos juntamente com o professor

responsável.

A minha vivência dentro deste subdepartamento ofereceu-me uma visão próxima

do que poderá ser trabalhar num grupo de EF no meu futuro profissional. O facto de

praticamente todos os professores terem demonstrado disponibilidade para apoiar as

nossas tarefas enquanto professores estagiários e de terem partilhado os seus

conhecimentos e perspetivas, foi sem dúvida uma das mais-valias para o meu processo

de formação. Por outro lado, foi também visível a existência de divergências e de

algumas discussões de acordo com a existência de diferentes opiniões e perspetivas

entre os professores no âmbito da EF, uma vez que cada um dos mesmos poderá

apresentar crenças, formações e experiências distintas.

É através das reuniões de subdepartamento que são muitas vezes tomadas

decisões importantes acerca das atividades definidas para o ano letivo (estabelecidas no

plano anual de atividades), acerca do currículo de EF, de casos especiais de alunos,

tanto em termos de adequações curriculares, avaliação, aprendizagem e/ou

comportamento. As reuniões que envolvem decisões de orientação e compromisso

curricular e que implicam que os professores de cada ano de escolaridade se reúnam

para confrontar as informações recolhidas, são designadas por conferências curriculares.

(19)

início de cada período letivo. Através das reuniões de subdepartamento que foram

realizadas, senti que existe de facto uma troca importante de opiniões e experiências. No

entanto, estas deveriam ser mais frequentes ao longo do ano e não apenas nos

momentos referidos. Estou convicto de que se existissem mais momentos em grupo onde

se pudessem debater diversos assuntos no âmbito da avaliação e de aferição de

critérios, seria uma mais-valia para que a intersubjetividade entre professores diminuísse.

Posto isto, posso acrescentar que todas as decisões curriculares que foram

tomadas e elaboradas na EB Eugénio dos Santos para a EF, foram realizadas pelo

subdepartamento, em consonância com as orientações vinculadas no Projeto Educativo e

no Regulamento Interno já referidos anteriormente, e ainda pelos respetivos PNEF, que

perfilham uma conceção de EF pedagogicamente orientada para promover o

desenvolvimento eclético e multilateral dos alunos. Esta conceção pode definir-se como “a apropriação das habilidades técnicas e conhecimentos, na elevação das capacidades do aluno e na formação das aptidões, atitudes e valores, proporcionadas pela exploração

das suas possibilidades de atividade física adequada – intensa, saudável, gratificante e culturalmente significativa” (Jacinto, Comédias, Mira & Carvalho, 2001, p. 4). Os PNEF foram construídos numa lógica de projeto com a dupla perspetiva de desenvolver os

alunos e de desenvolver a EF escolar. Constituem-se como um documento orientador de

referência para as práticas individuais (ex.: professor) e coletivas nas escolas, com o

objetivo de potenciarem as aprendizagens dos alunos e as condições de realização da

EF (Jacinto et al., 2001). Desta feita, o trabalho coletivo produzido por um Departamento

de Educação Física (DEF) é a base do sucesso na aplicação destes programas. Segundo

os mesmos autores, pretende-se então que, no processo de desenvolvimento curricular

de cada escola, se selecionem objetivos de acordo com as características da população

escolar, mantendo a referência fundamental das competências definidas para cada ciclo

de escolaridade.

O PCEF, o Protocolo de Avaliação Inicial (PAI) (Anexo 7) e os Critérios de

Avaliação de Educação Física (Anexo 8) seguem as linhas orientadoras dos PNEF, tendo

em conta o contexto-escola onde é desenvolvido o trabalho dos professores. A sua

elaboração tem como propósito orientar o trabalho dos diversos docentes no sentido da

uniformidade, a fim de garantir a coerência sobre o desenvolvimento e/ou a avaliação

sobre os alunos da escola na EF. No PCEF estão presentes as regras e normas de

funcionamento da disciplina, nomeadamente no regulamento interno de EF, a

possibilidade de utilização dos espaços de aula, as decisões curriculares sobre as três

(20)

processo de avaliação. A este mesmo documento deveria ser acrescentado a

especificação das áreas e matérias lecionadas, nomeadamente, as situações de

realização e os critérios de êxito.

O PAI é um documento verdadeiramente essencial no apoio da etapa de avaliação

inicial, que deve ser construído e aplicado por todos os elementos do grupo de EF

usufruindo de experiências pessoais e coletivas. No caso específico da EB Eugénio dos

Santos, o PAI já se encontrava devidamente construído, onde estão por sua vez

contempladas as metodologias, as situações de aprendizagem e as matérias que os

professores devem observar e aferir durante a avaliação inicial para, posteriormente,

cada professor planear o trabalho a desenvolver com cada turma ao longo do ano letivo,

de acordo com as informações recolhidas. No entanto, após análise, o grupo de estágio

considerou que o mesmo poderia ser reformulado, de forma a torná-lo um pouco mais

completo e aplicável. As propostas apresentadas em reunião com o subdepartamento de

EF e que acabaram por ser aceites foram: a) acrescentar a definição de um período de

duração da etapa de avaliação inicial – quatro a cinco semanas; b) acrescentar uma

grelha com os valores do fitnessgram para a Zona Saudável de Aptidão Física (ZSAF); c) desenvolver um modo de avaliação da área dos conhecimentos, através de uma

ficha/teste de diagnóstico; e d) ajustar alguns dos indicadores e critérios de êxito, dentro

de algumas matérias, que se apresentavam demasiado exaustivos.

No documento que contém os Critérios de Avaliação de Educação Física estão

mencionados os critérios gerais de classificação dos alunos, de forma a atribuir uma

classificação quantitativa (nível 1, 2, 3, 4, 5), de acordo com os níveis de especificação (I – Introdução; E- Elementar; A – Avançado), apresentados pelos alunos em cada domínio ou subdomínio das atividades físicas, incluindo ainda a área aptidão física e a de

conhecimentos. No que diz respeito à avaliação da área das atividades físicas e da

aptidão física, estas encontram-se devidamente estabelecidas. No entanto, a área dos

conhecimentos não apresenta uma forma de avaliação concreta e objetiva, para que

todos os professores a possam usar de igual forma. Apenas está definido que o aluno

tem que demonstrar os conhecimentos essenciais definidos para cada ciclo de

escolaridade e poderá ser avaliado através de testes, trabalhos escritos individuais ou em

grupo ou entrevistas. Ao longo do ano foi visível através das diversas aulas observadas,

que os próprios professores tendem a abordar e a ponderar pouco a área de

conhecimentos nas suas aulas e respetivas avaliações. Existe claramente uma

preocupação maior relativamente à área das atividades físicas e à área da aptidão física,

(21)

PAI. Sendo assim, deveria estar definido concretamente quais os instrumentos de

avaliação de conhecimentos e que deveriam efetivamente ser aplicados pelos

professores (ex.: temas para trabalhos de grupo e fichas de avaliação) e quais os critérios

utilizados para garantir que o aluno está apto nesta área de extensão de EF, em cada

ano de escolaridade, de forma a diminuir o grau de subjetividade da avaliação e

permitindo ainda ser comparada entre alunos de diferentes professores.

Para terminar existem, no entanto, alguns aspetos que podem ser colmatados

dentro das orientações metodológicas do subdepartamento. Tendo em conta os níveis de

obesidade e os respetivos estilos de vida sedentários adotados pela nossa sociedade,

como futuro professor de EF, penso que seria uma mais-valia acrescentar aos testes do

fitnessgram, realizados no final de cada período, a avaliação da composição corporal, nomeadamente o índice de massa corporal e essencialmente a percentagem de massa

gorda. O controlo destes dois indicadores poderão corroborar de melhor forma se o aluno

se encontra dentro da zona de saudável de aptidão física (ZSAF), servindo a tomada de

decisão dos professores de modo que a mesma contribua para melhorar a condição do

aluno. O facto de os alunos apresentarem excesso de peso perante estes indicadores,

iria solicitar aos professores o estabelecimento de rotinas de trabalho direcionadas para

os mesmos, individualizando tarefas que pudessem contribuir para a sua perda e controlo

de peso. Para monitorizar as melhorias dos alunos, através destes indicadores, os

professores deveriam ainda repetir estas avaliações em cada período letivo. Sendo uma

das finalidades da EF promover a qualidade de vida, de saúde e do bem-estar, é do

nosso âmbito, enquanto professores de EF, providenciar aconselhamento acerca dos

riscos para a saúde que estão associados à obesidade, assim como transmitir estratégias

de controlo de peso que o aluno poderá utilizar no seu dia-a-dia e ao longo da sua vida. A

realização de exercícios de condição física são formas de procurar potenciar a aptidão

física dos alunos e o aumento do seu dispêndio energético.

2.2.2

Núcleo de Estágio

O núcleo de estágio de EF da EB Eugénio dos Santos, no ano letivo 2013/2014, foi

constituído por duas professoras estagiárias e um professor estagiário. Ambos

concluíram o plano de estudos da licenciatura em Ciências de Desporto na Faculdade de

Motricidade Humana, frequentando o segundo ano de Mestrado em Ensino da Educação

Física nos Ensinos Básico e Secundário desta mesma faculdade. Cada uma das duas

professoras estagiárias ficou responsável por uma turma do 8º ano (8º A e 8º B), sendo

(22)

responsável por acompanhar na íntegra, um núcleo de DE, o núcleo de voleibol, de

patinagem e o de desportos gímnicos, na ordem acima apresentada.

Para além de acompanharmos turmas de anos de escolaridade diferentes, todas

elas se apresentaram heterógenas, possibilitando-nos vivenciar diferentes contextos e

situações de aprendizagem, diversos métodos de controlo da disciplina, resultante do

estabelecimento de regras de funcionamento, diferentes constrangimentos e

consequentemente diferentes estratégias de ensino implementadas, a fim de garantir a

aprendizagem e o desenvolvimento da turma. O facto de nós, professores estagiários, já

nos conhecermos e já termos trabalhado em grupo no ano anterior, facilitou o nosso

método de trabalho e de desenvolvimento das atividades, que se manifestaram na nossa

capacidade de cooperação e de entreajuda. No entanto, ao longo do ano de estágio,

estas competências foram ainda mais fomentadas, potenciando o meu sentido crítico e

capacidade de iniciativa, que à partida eram competências menos desenvolvidas. É

essencial sublinhar ainda que tive a felicidade de trabalhar com um núcleo de estágio

excelente e com um nível de exigência bastante elevado. O empenho demonstrado pelas

minhas colegas nas tarefas fizeram de mim um estagiário mais ambicioso, criando um

ambiente de trabalho bastante positivo. Apesar da incompatibilidade de horários por

vezes existente, seja por motivos pessoais ou profissionais, esta acabou por ser

colmatada através da cedência e do próprio planeamento da agenda pessoal de cada um

de nós. Relativamente às nossas valências pessoais, cada um demonstrou um conjunto

de conhecimentos sobre uma área desportiva de maior interesse ou com maior

experiência, contribuindo para o processo de formação profissional do grupo.

Quanto ao nosso funcionamento, enquanto núcleo de estágio, foi através da

observação de aulas, e respetivas reuniões de grupo que fomos registando e partilhando

os nossos aspetos mais fortes e mais fracos, procurando assim identificar capacidades a

manter e dificuldades a ultrapassar. Estas reuniões foram dos momentos mais marcantes

da minha formação e, mais especificamente, na área de organização e gestão do ensino

e da aprendizagem (área 1), pois através das mesmas foram transmitidas as minhas

prioridades de formação, orientando o meu trabalho enquanto professor estagiário.

A professora orientadora de escola demonstrou a sua disponibilidade para nos

ajudar e contribuiu com a sua experiência mesmo em outras áreas de intervenção, que

integram o estágio pedagógico e ofereceu-nos a possibilidade de intervir nas suas aulas,

através de situações de micro ensino com grupos de alunos, ajudando essencialmente os

alunos na realização das tarefas. A professora orientadora de faculdade teve também um

(23)

vezes na melhoria da nossa gestão e condução do ensino, com a observação e análise

de algumas das nossas aulas, assim como nos auxiliou nos diversos trabalhos que

tivemos de desenvolver ao longo do ano, com especial enfâse no trabalho integrado na

área de inovação e investigação pedagógica (área 2). Este clima de cooperação foi fulcral

para o desenvolvimento das nossas competências e respetivos objetivos de formação.

2.3 Recursos espaciais e materiais para a lecionação da

disciplina de Educação Física

Relativamente aos recursos materiais e espaciais, considero que a EB Eugénio dos

Santos apresenta boas condições para a lecionação da EF. A escola garante a

abordagem de praticamente todas as matérias nucleares dentro do currículo de EF,

constituindo uma mais-valia para o desenvolvimento eclético, harmonioso e multilateral

dos alunos, tal como é preconizado pelos PNEF. Na minha análise fica a faltar apenas a

abordagem à orientação, que poderia ser uma matéria bastante benéfica no

desenvolvimento dos alunos, pois para além de ser uma atividade que envolve o

desenvolvimento da autonomia, da sociabilidade, da cooperação e do raciocínio, também

envolve o desenvolvimento das capacidades físicas, como a resistência (aptidão

aeróbia), podendo promover ainda a interdisciplinaridade (i.e., geografia, ciências da

natureza, matemática, história e educação visual).

Em relação aos espaços físicos onde são lecionadas as aulas, a escola possui três

espaços principais: o ginásio A (Gin. A), o pátio principal (PP) e o pátio superior (PS).

Como complemento ao PP e ao PS, a escola possui ainda o Ginásio B (Gin. B) e o

Ginásio C (Gin. C), respetivamente. Este último apesar de ser considerado alternativo,

funcionou praticamente como um espaço principal, na medida em que efetuei o meu

planeamento, tendo em conta a utilização do mesmo. Estes espaços alternativos, além

de polivalentes, pois permitem a abordagem e diferentes matérias, complementam a

lecionação das aulas de EF, uma vez que se as condições meteorológicas (i.e., chuva)

não permitirem o uso dos espaços exteriores, não se torna necessário levar os alunos

para uma sala de aula, proporcionando várias vezes uma alternativa ao que estava

estipulado.

A forma como os espaços anteriormente descritos foram distribuídos pelos

professores e suas respetivas turmas, encontra-se presente num documento, realizado

anualmente pelo grupo de EF, onde está definida a rotação de espaços para o ano letivo

2013/2014 (Anexo 9). A rotação destes mesmos espaços foi elaborada para que todas as

(24)

longo da semana, sendo este sistema fixo, perdurando igual ao longo de todo o ano

letivo. Este aspeto é bastante positivo, pois oferece a oportunidade de os alunos

praticarem um conjunto de atividades distintas ao longo da semana. Esta distribuição dos

espaços permite ainda ao professor organizar e planear a lecionação das suas aulas ao

longo do ano letivo, contribuindo assim para o desenvolvimento das competências

inerentes ao sucesso dos alunos na EF, contemplando todas as matérias na avaliação

dos alunos.

2.4 Caraterização da Turma

9º A

A turma do 9º A foi a turma que lecionei tendo sido responsável pelo seu processo

de planeamento, avaliação e condução do ensino. Com esta turma pude desenvolver as

competências previstas na área de organização e gestão do ensino e da aprendizagem

(área 1). A turma foi constituída por vinte e cinco alunos, dos quais nove eram raparigas e

dezasseis eram rapazes, com idades compreendidas entre os treze e os dezassete anos.

A grande maioria dos alunos transitou do ano anterior, da turma do 8ºA (dezanove

alunos), e uma pequena parte transitou da turma do 8ºD (três alunos). Existiram ainda

três alunos repetentes, entre os quais uma aluna que foi transferida de outra escola (EB

Santo André). Apesar da heterogeneidade etária, não considerei que a turma

apresentasse casos em que existissem dificuldades de integração. Todos os alunos

pareciam estar bem integrados, exceto a última aluna referida que proveio de outra

escola, por apresentar uma situação de absentismo escolar. Contudo, para garantir a

participação de todos os alunos nas aulas de EF, procurei sempre que possível

estabelecer grupos de trabalho que fossem constituídos quer pelos alunos repetentes,

quer por alunos que provieram de outra turma, juntamente com todos os restantes, que já

pertenciam à turma inicial.

No que diz respeito a NEE, existiu apenas um aluno, que possuía um Plano

Educativo Individual (PEI), pois foi-lhe diagnosticado dislexia. Apesar disso, no que diz

respeito à EF, não apresentou quaisquer limitações a nível motor, pelo que não se

verificou a necessidade de elaborar adequações curriculares.

No início do ano letivo, associado às atividades relacionadas com a área de relação

com a comunidade (área 4), tive a oportunidade de realizar uma caracterização geral da

turma e ainda uma caracterização acerca da EF. Através dos dados recolhidos, soube

que a disciplina favorita dos alunos era EF, seguindo-se as ciências físico-químicas e as

ciências naturais. Apercebi-me também que as disciplinas que menos gostavam eram

(25)

maioria, percecionaram maiores dificuldades. Dezanove dos vinte e quatro inquiridos

apresentaram uma modalidade desportiva como atividade de enriquecimento escolar,

praticadas fora da escola. Dentro desses dezanove, três deles participavam também no

DE praticado na escola. Dentro da EF, os alunos mostraram preferência pelas matérias

de badminton e de basquetebol, em contraste com as danças e a ginástica no geral, onde houve uma menor preferência. Estas informações permitiram-me fazer uma previsão

acerca do nível de empenhamento dos alunos, sobre as matérias, de modo a adequar a

minha ação.

A partir das informações recolhidas ao longo da etapa de avaliação inicial e das

restantes, assim como através das informações recolhidas pelas diversas reuniões de

conselho de turma em que estive presente, foi possível traçar algumas conclusões e

sugestões acerca da turma do 9º A. Foi uma turma que, desde o início do ano letivo, se

apresentou conversadora, com diversas irregularidades no seu comportamento.

Existiram, no entanto, alguns intervenientes que foram considerados como os mais

perturbadores e cujos EE tiveram de ser informados. Estes constrangimentos foram

importantes para minha formação, uma vez que futuramente, em contexto de sala de

aula, terei de gerir os comportamentos inapropriados e fora da tarefa. Em termos de

aproveitamento existiu uma heterogeneidade significativa, pois houve alunos em risco de

reprovar o ano, e outros que apresentaram um bom aproveitamento ao nível de todas as

disciplinas curriculares. Relativamente à EF, foi uma turma que na sua maioria

apresentava bom potencial de aprendizagem, mas em que muitos dos alunos poderiam

ter beneficiado com o aumento do seu empenho e da sua concentração, e ainda com a

melhoria do seu comportamento. Será durante o capítulo da área de organização e

gestão do ensino aprendizagem (área 1) que irei abordar mais especificamente estas

dificuldades e respetivas estratégias implementadas.

3. Análise e Reflexão Crítica do Processo de Formação

3.1 Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem

Área 1

A área de organização e gestão do ensino e da aprendizagem é a área que integra

o processo de aprendizagem para a lecionação da disciplina de EF. De acordo com o

Guia de Estágio 2013-2014, esta apresenta-se dividida em três subáreas – planeamento, avaliação e condução – que se encontram permanentemente articuladas entre si, daí a

sua abordagem ser de forma combinada e integrada ao longo deste capítulo.

No final do processo de formação do estágio pedagógico continua a ser primordial o

(26)

melhor profissional. Ao longo deste capítulo irei descrever as mesmas, justificando a sua

utilização futura e respetivo aperfeiçoamento.

Antes do início do ano letivo, para além das reuniões com as professoras

orientadoras e professoras estagiárias, iniciei a leitura dos documentos da escola e do

subdepartamento de EF. Estes procedimentos foram essenciais, uma vez ser necessário

ter um conhecimento acerca das normas e procedimentos do grupo de EF, assim como

da escola enquanto instituição, para a produção do trabalho enquanto professor. Nesse

período de tempo, iniciei as tarefas de planificação e de preparação das aulas de EF,

tendo como base as informações recolhidas nos PNEF, no PCEF, no PAI e no

documento que continha a rotação dos espaços. Foi através destes documentos que

tomei o conhecimento das matérias que iria lecionar, os objetivos operacionais de cada

uma dessas matérias, e quais os espaços que teria disponíveis ao longo do ano letivo.

No início da etapa de avaliação inicial, por sugestão da professora orientadora de

escola, desenvolvi o planeamento das quatro primeiras aulas que funcionaram como

aulas de adaptação. Tendo essa característica, a primeira sessão lecionada foi numa

sala de aula, com o objetivo de apresentar a disciplina aos alunos e as três aulas

seguintes foram aulas práticas, com a abordagem de jogos pré-desportivos. No decorrer

destas aulas não existia ainda o objetivo de registar e efetuar a avaliação inicial, mas sim

a adaptação do aluno ao professor e do professor ao aluno, nomeadamente as normas e

regras de funcionamento, aos espaços de aula, e ao respetivo planeamento e condução

do ensino. Foi durante a aula de apresentação que iniciei o meu estudo da turma, através

do preenchimento da ficha individual do aluno (Anexo 10) por parte dos mesmos. Como

irei abordar, o estudo de turma é uma das atividades integradas na área de relação com

a comunidade (área 4). A realização desta ficha permitiu-me obter os dados biográficos

dos alunos, assim como algumas características pessoais, e ainda as suas perceções

acerca da escola e das disciplinas, em particular sobre a de EF. Segundo Rosado (2011),

questionar os alunos sobre a sua vida pessoal, escolar e extraescolar, interesses e

problemas, contribui para a relação entre professores e alunos, criando condições para

alcançar os objetivos educativos.

Considero que as aulas de adaptação poderão ser uma estratégia a utilizar no

futuro, em situações que o professor não conhece os alunos da turma. Tal como

aconteceu no meu processo de formação, permitiram recolher algumas informações

sobre o seu comportamento e as suas rotinas de trabalho. Nos casos em que os

professores seguem a mesma turma de anos letivos anteriores, o professor já tendo

(27)

Quando falamos em avaliação (das aprendizagens) no âmbito da EF, importa

sublinhar que este processo é o que permite recolher as informações necessárias à

orientação, regulação e controlo da aprendizagem e desenvolvimento dos alunos

(Carvalho, 1994). Sendo assim, o primeiro passo que realizei no início do ano letivo, após

as aulas de adaptação, foi dar início ao período de avaliação inicial. Segundo os PNEF,

está prevista uma avaliação inicial considerada como o ponto de partida do trabalho dos

professores no início de cada ano letivo, sendo este um processo essencial no

desenvolvimento do currículo com base na escola (Jacinto et al., 2001). É com o auxílio

desta avaliação inicial que os professores iniciam o processo de organização e

funcionamento pedagógico da disciplina de EF, para que cada aluno e/ou cada grupo de

alunos desenvolva plenamente as aprendizagens e competências previstas (Fialho &

Fernandes, 2011).

No período de avaliação inicial fui confrontado com a necessidade de escolher e

definir quais as matérias e os respetivos objetivos que iria avaliar. Para este fim, o PAI

teve um papel preponderante, uma vez que tem estabelecido os procedimentos de

recolha de informação avaliativa, que garantem a credibilidade do processo, assim como

os objetos e contextos de avaliação mais adequados aos objetivos, que se pretendem

alcançar (Fialho & Fernandes, 2011). Por fim, esta avaliação permitiu-me identificar quais

os alunos com necessidades específicas, estabelecendo um ponto de partida e dar

continuidade ao processo de ensino e de aprendizagem dos alunos.

A calendarização das aulas pelos espaços disponíveis foi uma dificuldade inicial

rapidamente colmatada, através da observação da disposição das aulas da professora

orientadora de escola, e após uma caracterização pessoal e em grupo, sobre os espaços

disponíveis. Assim, após o estudo do documento com a rotação dos espaços,

calendarizei a primeira etapa de ensino com a duração de aproximadamente quatro

semanas, ficando estabelecida apenas uma aula para cada matéria. Ao longo deste

período, os alunos foram observados e apreciados na participação em situações de

referência (ex.: nos jogos desportivos coletivos, em situações de jogo reduzido ou

formal), com o intuito de conseguir aferir o nível no qual se encontravam nas matérias,

dentro da área das atividades físicas. Da mesma forma, através da aplicação da bateria

de testes do fitnessgram, procurei identificar quais os alunos que se encontravam dentro e fora da ZSAF. Face às alterações propostas ao PAI, foi também aplicado durante o

período de avaliação inicial um teste diagnóstico (Anexo 11), para identificar quais os

alunos que se apresentavam aptos ou não aptos na área dos conhecimentos, uma vez

(28)

Apesar dos critérios de avaliação serem claros e os objetivos estarem bem

definidos, a grande dificuldade esteve relacionada com a recolha precisa de informações

sobre todos os alunos em todas as matérias e com a atribuição respetiva dos níveis de

especificação. O conhecimento pouco sustentado sobre os critérios de êxito e a fraca

capacidade de observação foram os motivos que concorreram para esta dificuldade que

só começaram a ser colmatados através do estudo autónomo dos documentos

orientadores. Sendo ainda o conhecimento sobre a turma diminuto, tive diversas falhas

na estrutura dos exercícios e principalmente na divisão dos grupos de trabalho, levando à

adaptação de alguns dos exercícios e situações de aprendizagem, que só aconteceu com

maior ênfase na segunda etapa de ensino.

Além desses constrangimentos é de salientar ainda as preocupações iniciais sobre

os diferentes domínios, tais como a gestão de tempo, o controlo da disciplina e o

acompanhamento das tarefas, que foram evidenciados como pontos a melhorar pela

professora orientadora de escola, juntamente com as professoras estagiárias. Ao não

conseguir observar eficazmente todos os alunos, não estava a conseguir corrigir os

mesmos ao longo das tarefas e não identificava nem retificava os comportamentos de

indisciplina que foram demonstrando ao longo das aulas.

O que concorreu predominantemente para estas limitações esteve relacionado com

o meu planeamento e respetiva preparação para as aulas. Apesar de ter planeado a

minha circulação pelo espaço, inicialmente não compreendi a necessidade de elaborar

um plano de acompanhamento individual o que me dificultou bastante a condução e

respetiva observação dos alunos. No início da segunda etapa de ensino, comecei a

elaborar nos meus planos de unidade de ensino, planos de acompanhamento mais

concretos e objetivos, descrevendo quem iria observar, melhorando significativamente a

minha predisposição para a condução das aulas. A elaboração de grelhas de observação

durante e após as aulas foi também um dos instrumentos que me apoiou na recolha de

informação e que, decerto serão juntamente com os planos de

observação/acompanhamento, instrumentos que no meu futuro profissional serão

desenvolvidos, a fim de garantir a observação e respetiva recolha de informações sobre

os meus alunos.

Em relação ao controlo da disciplina, fui superando as minhas dificuldades através

das informações que fui recebendo ao longo das reuniões de grupo, mas também fruto

da melhoria do meu acompanhamento. Contudo, a aquisição de regras, normas e rotinas

de funcionamento por parte dos alunos foi talvez a componente mais crítica na fase

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