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Estabelecimento de Benchmarks para os custos de utilização dos edifícios hospitalares portugueses

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Academic year: 2020

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Leonel Fernandes Lemos

Estabelecimento de Benchmarks

para os Custos de Utilização dos

Edifícios Hospitalares Portugueses

Leonel F er nandes Lemos Es tabelecimento de Benc hmarks para os Cus

tos de Utilização dos Edifícios Hospit

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es P

or

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Tese de Mestrado

Ciclo de Estudos Integrados Conducentes ao

Grau de Mestre em Engenharia Civil

Área de Especialização: Construções

Trabalho efetuado sob a orientação do

Professor Doutor Ricardo Mateus

e coorientação do

Professor Doutor Luís Bragança

Leonel Fernandes Lemos

Estabelecimento de Benchmarks

para os Custos de Utilização dos

Edifícios Hospitalares Portugueses

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Agradecimentos

A dissertação que agora se apresenta, representa o culminar de um ciclo de estudo, um período de viva onde estudar e terminar este mestrado era o principal objetivo. Pelo caminho surgiram muitas dificuldades que consequentemente concluíram em enormes alegrias. Durante cinco anos de estudo tive a oportunidade de partilhar dias, noites, horas e horas de estudo com colegas de curso. Juntos conseguimos ultrapassar todas as dificuldades. Agradeço a todos estes, o companheirismo, espírito de equipa e amizade. Espero, um dia ter a oportunidade de cooperar profissionalmente. Um abraço a todos.

Apesar de representar uma tarefa individual, a conclusão desta dissertação não seria possível sem a dedicação, o empenho e a determinação de todo um grupo de trabalho. Assim, gostaria de agradecer:

• Ao meu orientador, Professor Doutor Ricardo Mateus e coorientador, Professor Doutor Luís Bragança, pela dedicação, tempo despendido, compreensão, pela capacidade critica permanente, incentivo, reconhecimento de trabalho, bem como pelos conhecimentos transmitidos.

• À Mestre Arquiteta Fátima Castro, pela disponibilidade e apoio demonstrado, pelo acompanhamento às entidades hospitalares; Obrigado por tudo.

• À Marta Pereira, pela disponibilidade demonstrada durante todo o processo, espírito de equipa, pela partilha de conhecimento eficaz com todo o grupo de trabalho, por todo o trabalho realizado. Uma colega de curso que não tinha conhecido particularmente durante os quatro anos de curso, mas que guardo com muita estima e amizade;

A total cooperação, a disponibilidade para reunir, a constante preocupação em nos informar do estado de arte, agradeço à equipa da ACSS responsável pelo PEBC e ECO-AP toda a ajuda concedida.

À minha família e amigos mais chegados, um muito obrigado pela força e vontade que me transmitiram. Aos meus pais e irmã, obrigado por tudo. Obrigado pelo vosso incentivo incessável, pelo apoio, pela compreensão, e acima de tudo, pelo vosso amor. Ao meu irmão, obrigado pela força que deixaste connosco. Um homem da área da construção, sei que estaria muito orgulhoso.

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Por fim, quero também deixar uma palavra de agradecimento à minha namorada Vânia Ribeiro, pelo amor, carinho e compreensão. Com ela este objetivo tornou-se possível. Obrigado pelo entusiasmo, incentivo e apoio constante durante todo este ciclo de estudo.

A todos, muito obrigado.

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Resumo

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a proteção da saúde dos portugueses, contudo a sua gestão tem-se revelado, por vezes, pouco eficiente, uma vez que não é possível controlar a procura, assim como os custos.

Os edifícios hospitalares têm uma grande e complexa variedade de recursos e exigências nos seus diversos campos de atuação, que juntamente com o aumento da esperança média de vida e o avanço científico e tecnológico, tornam o estudo desta tipologia de edifícios um desafio aliciante. A gestão hospitalar rapidamente se apercebeu que: para o SNS se tornar uma estrutura financeira estável, seria necessário melhorar o desempenho, tornando-se assim o benchmarking a palavra do momento.

A avaliação do desempenho não cria somente os benchmarks, como fornece também informação em falta às instituições e organizações e demonstra como melhorar o desempenho. Através da metodologia benchmarking espera-se obter o valor das melhores práticas exercidas pelos edifícios hospitalares e assim fornecer aos gestores hospitalares e projetistas a possibilidade de identificação de pontos de melhoria com vista à redução de custos de utilização e aumento da sua eficiência.

Desta forma, com o trabalho realizado conseguiu-se definir benchmarks para os custos de utilização (água, energia, gás e resíduos) de edifícios hospitalares portugueses, estabelecendo uma base para a proposta de redução dos mesmos. Permite-se, assim, aos gestores hospitalares averiguar qual o posicionamento do hospital do qual são responsáveis, verificando a sua eficiência em cada indicador estudado.

Com o presente estudo, é esperado um contributo significativo para a evolução do estado de arte sobre a temática abordada e contribuir para que futuras investigações consigam um aumento na eficiência dos edifícios hospitalares, através da redução de custos de utilização.

Palavras-chave:

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Abstract

The National Health Service (NHS) contributes to the protection of the health of the portuguese people but its management has sometimes proved inefficient due to the unforeseeable demand and running costs.

The great hospital buildings within the NHS, which possess a large and complex variety of resources and demands in their various fields of work, allied to the rise of life expectancy and technological advances, make the study of this building typology an enticing challenge. Hospital management soon realized that in order to stay a financial stable institution it had to become cost effective, making benchmarking a path to follow.

Therefore, the performance evaluation creates not only benchmarks but also provides information that the institutions and organizations lack demonstrating how to improve performance. Through this methodology it is expected to obtain the value of the best practices exercised by hospitals providing hospital managers and designers the ability to identify improvement measures aimed at reducing running costs and increased efficiency.

Therefore, this assignment aimed to set benchmarks for running costs (water, electricity, gas and residues) of portuguese hospital facilities, establishing a foundation to a proposal of cost cuts to keep them running. It allows hospital managers to find its market positioning and its score on the various studied indicators.

At the end of the assignment, it is expected a significant contribution to the evolution of the state of the art of the matter and contribution so that future investigations achieve increased efficiency by reducing hospital running costs.

Keywords :

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Índice

 

CAPÍTULO 1 - FUNDAMENTAÇÃO E OBJETIVOS 1  

1.1. Introdução 1  

1.2. Enquadramento 3  

1.3. Objetivos 6  

1.4. Estrutura da Tese 7  

CAPÍTULO 2 - PROCESSO DE BENCHMARKING 9  

CAPÍTULO 3 - ESTADO DE ARTE 17  

3.1. Benchmark Ambiental em Instituições do Ensino Superior (IES) 19   3.1.1. IES de Portugal - Campus da FCT/UNL 19  

3.2. Benchmarks hospitalares 31  

3.2.1. Hospitais SA 32  

3.2.2. Hospitais Ibéricos 36  

3.2.3. ACSS 2013 39  

CAPÍTULO 4 - RECOLHA DE DADOS 45  

4.1. Tratamento de dados 45  

4.2.  Agrupamento de dados 48  

CAPÍTULO 5 - ESTABELECIMENTO DE BENCHMARKS DE CUSTOS PARA

EDIFICIOS HOSPITALARES 55  

5.1. Dados estatísticos 55  

5.2. Benchmarks para custos de utilização 57  

CAPÍTULO 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 71  

6.1. Principais conclusões 71  

6.2. Perspetivas futuras 72  

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Índice de Figuras

Figura  1  -­‐  Pilares  da  construção  sustentável    -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  4   Figura  2  -­‐  Melhoria  promovida  pelo  benchmark    -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  11   Figura  3  -­‐  Metodologia  pdcl  segundo  deming,  relatório  do  comité  temático  de  benchmark  da  fnq    -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  15   Figura  4  -­‐  Metodologia  de  trabalho    -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  19   Figura  5  -­‐  Consumo  de  energia  nas  ies  em  análise  –  2008    -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  29   Figura  6  -­‐  Consumo  de  água  nas  ies  em  analise  –  2008  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  30   Figura  7  -­‐  recolha  de  informação    -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  33   Figura  8  -­‐  Ranking  de  eficiência  global  dos  hospitais  em  estudo  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  34   Figura  9  -­‐  Exemplo  de  benchmark  da  alavanca  1  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  34   Figura  10  -­‐  GAP  dos  hospitais  SA    -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  35   Figura  11  -­‐  Estudo  dos  pogramas  críticos  do  hospital  h.  D.  Guimarães  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  36   Figura  12  -­‐  Comparação  da  mortalidade  bruta  e  ajustada  pelo  risco    -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  38   Figura  13  -­‐  Comparação  das  complicações  brutas  e  ajustadas  pelo  risco  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  38   Figura  14  -­‐  Instituições  hospitalares  alvo  de  análise  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  40   Figura  15  -­‐  Dimensões  de  benchmarking  e  indicadores  do  estudo    -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  41   Figura  16  -­‐  Sistema  de  avaliação  por  cores    -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  41   Figura  17  -­‐  Divisão  dos  edifícios  hospitalares  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  51   Figura  18  -­‐  Influência  dos  custos  de  utilização  (grupo  I)  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  54   Figura  19  -­‐  Influência  dos  custos  de  utilização  (grupo  II)  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  54   Figura  20  -­‐  Influência  dos  custos  de  utilização  (grupo  III)  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  54   Figura  21  -­‐  Curva  de  gauss  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  57   Figura  22  -­‐  Custo  de  água  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  I  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  60  

Figura  23  -­‐  Custo  de  água  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  II  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  60   Figura  24  -­‐  Custo  de  água  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  III  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  61   Figura  25  -­‐  Custo  de  energia  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  I  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  61   Figura  26  -­‐  Custo  de  energia  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  II  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  62   Figura  27  -­‐  Custo  de  energia  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  III  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  62   Figura  28  -­‐  Custo  de  gás  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  I  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  63  

Figura  29  -­‐  Custo  de  gás  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  II  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  64   Figura  30  -­‐  Custo  de  gás  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  III  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  64  

Figura  31  -­‐  Custo  de  resíduos  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  I  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  65   Figura  32  -­‐  Custo  de  resíduos  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  II  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  65   Figura  33  -­‐  Custo  de  resíduos  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  III  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  66  

Figura  34  -­‐  Custo  total  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  I  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  67   Figura  35  -­‐  Custo  total  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  II  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  67   Figura  36  -­‐  Custo  total  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  III  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  68  

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Índice de Tabelas

Tabela  1  -­‐  Motivos  para  o  benchmark    ...  10  

Tabela  2  -­‐  Diferentes  tipos  de  benchmark    ...  13  

Tabela  3  -­‐  Indicadores  de  desempenho  ambiental  aplicáveis  a  ies    ...  20  

Tabela  4  -­‐  IES  selecionadas  para  benchmarks    ...  24  

Tabela  5  -­‐  Dados  das  ies  selecionadas  para  realização  de  benchmark    ...  26  

Tabela  6  -­‐  Exemplo  de  ficha  de  benchmark    ...  27  

Tabela  7-­‐  Níveis  de  autoavaliação    ...  27  

Tabela  8  -­‐  Resultados  dos  indicadores  de  sustentabilidade  na  categoria  energia  para  as  ies  em  analise  –  2008    28   Tabela  9  -­‐  Resultados  dos  indicados  de  sustentabilidade  na  categoria  água  para  as  ies  em  analise  –  2008    ...  30  

Tabela  10  -­‐  Características  dos  hospitais  do  grupo  de  comparação    ...  37  

Tabela  11  -­‐  Benchmarking  da  dimensão  económica  para  o  indicador  FSE/m2  de  área  útil  ...  42  

Tabela  12  -­‐  Potencial  para  redução  dos  custos  FSE  i    ...  43  

Tabela  13  -­‐  Parâmetros  nº  de  camas,  área  útil  e  custos  utilização  ...  49  

Tabela  14  -­‐  Determinação  dos  quartis  ...  50  

Tabela  15  -­‐  Hospitais,  custos  de  utilização  e  área  útil  do  grupo  i  ...  51  

Tabela  16  -­‐  Hospitais,  custos  de  utilização  e  área  útil  do  grupo  ii  ...  52  

Tabela  17  -­‐  Hospitais,  custos  de  utilização  e  área  útil  do  grupo  iii  ...  53  

Tabela  18  -­‐  Verificação  de  discrepância  para  custos  de  gás  (grupo  i)  ...  58  

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Abreviaturas

ACSS – Administração Central de Sistema de Saúde ASHE – American Society of Healthcare Engineering ARS – Administração Regional de Saúde

CH – Centro Hospitalar

EPE – Entidade Publica Empresarial

FCT/UNL – Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa GEE – Gases Efeito Estufa

IES – Instituições do Ensino Superior

PEBC e ECO.AP – Plano estratégico do Baixo Carbono e Programa de Eficiência Energética

da Administração Publica

PPP – Parcerias Público Privadas SA – Sociedade Anónima

SGA – sistemas de gestão ambiental SNS – Sistema Nacional de Saúde SPA – Setor Publico Administrativo) ULS – Unidade Local de Saúde

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CAPÍTULO 1 - FUNDAMENTAÇÃO E OBJETIVOS

1.1. Introdução

A presente dissertação com o tema “Estabelecimento de benchmarks para os custos de utilização dos edifícios hospitalares portugueses”, finaliza o ciclo de mestrado de dois anos na área de construções no âmbito do Mestrado Integrado em Engenharia Civil da Universidade do Minho.

O Sistema Nacional de Saúde português é fruto de um longo percurso de progressivo reconhecimento do direito à proteção social da saúde, consagrado institucionalmente em 1976 (Aguiar, 2010).

A avaliação do desempenho das organizações de saúde, mais concretamente dos hospitais, é um fator que tem merecido grande enfoque não só a nível internacional como nacional (Aguiar, 2010). Assim sendo, os três importantes desafios dos sistemas de saúde são: a

sustentabilidade, a qual depende do pleno equilíbrio a longo prazo entre as receitas e as

despesas, a accountability (responsabilidade), sendo que esta passa por demonstrar de forma sistemática e objetiva, a adequada utilização dos recursos disponíveis, e a inovação a qual consiste na capacidade de adquirir novos conhecimentos e novas tecnologias na prática clínica (Delgado, 2010).

A sustentabilidade é um conceito que está organizado segundo três dimensões: ambiental, económica e social. Para um edifício ser considerado sustentável, isso depende do equilíbrio estabelecido entre as três dimensões referidas, da importância que se atribui a cada uma delas, dos indicadores utilizados, da tipologia da utilização do edifício e dos fatores socioculturais, económicos, bem como dos problemas ambientais característicos de cada região (Bragança, Mateus, 2012).

Assim sendo, o conceito de desenvolvimento sustentável na indústria da construção envolve todo o ciclo de vida do edifício, desde a extração e transformação das matérias-primas até à fase de demolição e/ou desconstrução, passando por todas as outras fases como o planeamento, projeto, construção, utilização e manutenção (Castro, Mateus, Bragança, 2012).

No estudo apresentado será dado maior ênfase à dimensão económica, visto ser o objeto o estabelecimento de benchmarks de custos de utilização de edifícios hospitalares.

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É de salientar que os grandes desafios das instituições são mesmo a promoção da qualidade dos serviços aumentando a eficiência, criando uma linguagem comum de indicadores de desempenho e benchmarks, selecionando adequadamente a inovação face às necessidades da população, de forma a evitar a subutilização ou a sobre-utilização de recursos (Delgado, 2010).

Um dos instrumentos mais utilizados para avaliar o desempenho e a eficiência das organizações é o benchmark, sendo que este deve constituir uma base através da qual se desencadeiam processos de ajustamento das organizações, comparando competências e processos, de modo a identificar as melhores práticas para depois as ensaiar, adaptar e implementar (Freitas et al., 2001).

Segundo Camp (1994), o benchmark é definido como um processo contínuo de medir produtos, serviços, e práticas com os maiores concorrentes de uma empresa ou os líderes do mercado. Esta ferramenta administrativa foi introduzida nos anos 80 nos Estados Unidos pela Companhia Xerox, tendo vindo a ser reconhecida desde então como um modo eficiente e efetivo de aperfeiçoar uma grande variedade de práticas empresariais (Camp, 1994; Mosel, Gift, 1994).

Assim sendo a utilização de técnicas de benchmark, tornou-se uma prática convencional em muitas indústrias, contudo na área da saúde em Portugal esta apenas foi aplicada nos últimos anos, trazendo a sua implementação ao nível dos cuidados de saúde, a redução do tempo de internamento, bem como a diminuição da taxa de mortalidade, levando desta forma à redução de custos e melhoramento dos cuidados de saúde prestados (Mosel, Gift, 1994; Berkey, 1994; Libby, Grove, Adams, 1997).

O estudo da sustentabilidade em edifícios hospitalares portugueses torna-se assim urgente. Esta tipologia de edifícios são grandes consumidores energia por terem de manter grandes volumes de ar à temperatura de conforto, isto é, necessitam de grandes quantidades de energia para aquecimento e arrefecimento, mas também para o funcionamento dos equipamentos das especialidades terapêuticas e manutenção do edifício.

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1.2. Enquadramento

A construção é um dos setores económicos mais importantes, contudo este setor ainda se baseia em muitos sistemas construtivos convencionais e na mão-de-obra não qualificada, o que leva à (Bragança, 2012):

• Excessiva utilização de recursos naturais; • Excesso de consumo de energia;

• Excessiva produção de resíduos;

Esta realidade conduz a um elevado impacte ambiental, económico e social da construção. Por esta razão, este passa ser tema-chave para os profissionais deste setor, dada esta realidade ser incompatível com o desenvolvimento sustentável (Bragança, 2012).

No que diz respeito ao impacte ambiental, este caracteriza-se pela utilização de cerca de 50% das matérias-primas retiradas da crosta terrestre e pela emissão de cerca de 1/3 dos gases efeito estufa (GEE). Relativamente ao impacto económico, a construção é um o setor motor da economia. Em relação ao impacto social, o setor da construção é constituído por 2,4 milhões de empresas na U.E., das quais 97% são pequenas médias empresas (PME’s) com menos de 20 empregados, representando um total de 7,2% de emprego, fazendo com que esta indústria tenha importantes responsabilidades a nível social (Bragança, 2012).

Assim sendo, é necessário definir prioridades, que se aproximem das metas e objetivos do desenvolvimento sustentável. Um edifício para ser considerado sustentável, o seu projeto deve assentar no equilíbrio entre as três dimensões da sustentabilidade descritas anteriormente (ambiental, económica e social) (Bragança, 2012).

O conceito de desenvolvimento sustentável, envolve todas as fases de ciclo de vida de um determinado produto ou edifício. Assim é imprescindível a minimização de impactes negativos desde a extração e transformação das matérias-primas que o constituem, passando pelo planeamento/projeto para a sua aplicação, incluindo as fases de construção, utilização, manutenção e demolição de um edifício (Figura 1) (Mateus, Bragança, 2011).

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Figura 1 - Pilares da construção sustentável (Mateus, 2004)

Deste modo, a sustentabilidade depende da importância que se atribui a cada uma das dimensões do desenvolvimento sustentável, dos indicadores utilizados, da tipologia da utilização do edifício e dos fatores socioculturais, económicos, bem como dos problemas ambientais característicos de cada região (Mateus, 2004)

Os edifícios hospitalares, bem como todos outros edifícios do SNS (Sistema Nacional de Saúde), são edifícios com uma grande e complexa variedade de recursos e exigências nos seus diversos campos de atuação, o que torna o estudo desta tipologia de edifícios um desafio aliciante (Robert, Guenther, 2006).

Os edifícios hospitalares representam um foco fundamental de estudo no processo de avaliação do ciclo de vida dos edifícios, dado serem grandes consumidores quer de recursos naturais, quer de energia, a qual é utilizada em sistemas de aquecimento, arrefecimento e para o funcionamento de equipamentos e aparelhos, entre outros. Assim, o setor da saúde tem um peso importante na economia das nações e nas suas políticas, devido ao facto de este setor estar diretamente relacionado com a saúde humana. Existem vários parâmetros que contribuem para que este sector seja considerado um dos maiores consumidores de recursos humanos e de energia, dos quais se destacam (Castro, Mateus, Bragança, 2012):

• Funcionamento de equipamentos por períodos de 24h; • Elevado número de circulação de pessoas;

• Existência de zonas de trabalho distintas, as quais apresentam necessidades energéticas diferentes;

• Presença de diversas funções como: tratamento, ensino, pesquisa, reabilitação, promoção da saúde, bem como prevenção da doença;

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• Necessidade de existência de equipamentos de reserva, para que esteja assegurado o fornecimento constante de energia;

• Dimensão das instalações.

Desta forma, quando se pensa no projeto de um ambiente hospitalar, são tidas em conta algumas preocupações como: o clima (onde o edifício é construído), a insolação, a tipologia do terreno, a eficiência em relação ao desenvolvimento das atividades e adaptabilidade a novas descobertas e tecnologias (Castro, Mateus, Bragança, 2012).

É de salientar que um hospital tem um consumo médio de energia por metro quadrado (m²), 10 vezes superior ao consumo de um edifício de escritórios com laboratórios de investigação, o que leva a que por ano esta tipologia de edifícios consuma mais eletricidade do que qualquer outra construção existente em qualquer cidade portuguesa. Segundo Castro, Mateus e Bragança (2012), um exemplo prático do peso que os equipamentos e todas as outras variáveis descritas anteriormente têm ao nível dos consumos nesta tipologia de edifícios, é o caso do hospital de S. João, o qual aumentou em cerca de 8% o consumo de energia entre os anos de 2007 a 2009, devido à introdução de novos equipamentos, ventilação e às obras que se encontravam em curso (Castro, Mateus, Bragança, 2012).

Atualmente, já existem vários estudos desenvolvidos no âmbito hospitalar, os quais se focam no conceito de desenvolvimento sustentável. Contudo na sua grande maioria estas são voltados para a dimensão económica (gestão empresarial). A maior parte das organizações para a saúde e equipas de projeto, que começaram a debruçar-se sobre construção sustentável dos edifícios hospitalares, tinham o intuito de perceber quais as vantagens que este tipo de prática acarretava ao nível da redução de custos e melhor qualidade disponibilizada aos utilizadores, de forma a preservarem o meio ambiente (Castro, Mateus, Bragança, 2012).

Assim sendo, vários países têm procedido à publicação de diretrizes de projetos para edifícios hospitalares, sendo que segundo Castro, Mateus e Bragança (2012), de entre estes é de destacar as recomendações para projetos hospitalares que o Green Building committee da

American Society of Healthcare Engineering (ASHE) publicou em 2002. Outra das

publicações por estes autores referida são os princípios da arquitetura sustentável, de forma a melhorar o meio ambiente, implementando regras com o intuito de reduzir os resíduos. Este projeto foi desenvolvido pelo American Hospital Association’s, em parceria com a United

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Em suma, neste trabalho será estudada a eficiência dos hospitais quanto aos custos de

utilização. Para tal, será usado para aferir esse desempenho/eficiência a ferramenta de

benchmarks que, segundo Freitas et al. (2001), deve constituir uma base sobre a qual se

desencadeiam processos de ajustamento das organizações (empresariais e institucionais) às novas realidades, comparando competências e processos, designadamente com as organizações de excelência, de modo a identificar as melhores práticas para depois as ensaiar, adaptar e implementar.

1.3. Objetivos

O estudo desenvolvido tem por base a análise dos custos de utilização dos hospitais portugueses, tendo em conta esta tipologia de edifícios.

Para o estudo e a análise comparativa dos custos de utilização foi utilizada a metodologia

benchmarking para o estabelecimento da “melhor prática”, definida pelos 25% melhores

hospitais estudados, através da qual se obteve a melhor eficiência hospitalar, da “prática convencional”, a qual é definida pela mediana dos hospitais estudados, e ainda da “pior prática” definida pelos 25% piores hospitais estudados, através da análise de custos por m2 de área útil em cada grupo de hospitais.

O estabelecimento de benchmarks é uma metodologia cada vez mais utilizada pelas organizações internacionais e nacionais, sendo aqui proposto também para os hospitais portugueses. Através desta metodologia espera-se obter o valor das melhores práticas observadas nos edifícios hospitalares e assim fornecer aos gestores hospitalares e projetistas a possibilidade de identificação das medidas de melhoria com vista a redução dos custos de utilização e aumento da sua eficiência.

Com este estudo é esperado um contributo significativo para a evolução do estado de arte sobre a temática abordada e contribuir para que futuros trabalhos de investigação consigam um aumento da eficiência dos hospitais através da redução de custos de utilização, pelo estabelecimento de benchmarks para estes edificios.

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1.4. Estrutura da Tese

A presente dissertação encontra-se organizada em seis capítulos, onde se apresentam todas as opções e metodologias adotadas. Seguidamente é apresentada uma breve explicação de cada capítulo.

No primeiro capítulo expõe-se os aspetos gerais relativamente á construção sustentável em edifícios hospitalares. Assim, começa-se por apresentar uma breve introdução e enquadramento dos custos de utilização na construção sustentável. Seguidamente são especificados os objetivos principais do presente estudo.

Com o segundo capítulo pretende-se esclarecer o leitor desta dissertação em que consiste o processo de benchmarking. Assim, será apresentada a definição de benchmark segundo autores diferentes, bem como os princípios, motivos e objetivos da utilização desta metodologia para avaliação do desempenho. Serão ainda apresentadas vantagens e desvantagens dos principais tipos de benchmark, bem como a relação entre estes.

O terceiro capítulo consiste na revisão bibliográfica sobre benchmarking. Foca estudos onde foi empregada a metodologia benchmarking em edifícios hospitalares, bem como em outras tipologias de edifícios.

No quarto capítulo será referida a metodologia de recolha de dados, descrevendo as dificuldade sentidas e as entidades fornecedoras dos dados pretendidos (custos de utilização). Neste capitulo será mencionado o método de agrupamento dos edifícios hospitalares de modo a serem estabelecidos os grupos hospitalares.

No quinto capítulo são estabelecido os benchmarks dos custos de utilização dos edifícios hospitalares parceiros de estudo. Neste capítulo será apresentada a forma para obtenção da “melhor prática”, prática convencional e “ pior prática” de cada indicador estudado (custo de água, energia, gás e resíduos) para cada grupo de edifícios hospitalares.

Por fim, no capítulo seis serão citadas as considerações finais. Primeiramente serão apresentadas as principais conclusões sobre o estudo realizado, e seguidamente algumas sugestões para trabalho futuros.

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CAPÍTULO 2 - PROCESSO DE BENCHMARKING

O benchmark é um processo de melhoria do desempenho através da identificação, compreensão, adaptação e implementação de melhores práticas e processos que se encontram dentro e fora da instituição (Eco SMEs, 2004). Este processo baseia-se no estudo e compreensão das entidades concorrentes/parceiros, que os levam a obter melhores resultados, identificando as melhores práticas entre as várias instituições estudadas. A implementação dessas melhorias pressupõe a capacidade de crítica e autocrítica, de questionar os processos existentes e assumir uma atitude inovadora para implementar essas melhorias, que deverão ser adoptadas a todos os níveis, no contexto concreto em que se situam.

Assim, o processo de benchmark baseia-se num princípio simples: “aprendermos uns com os outros” (Freitas et al., 2001), envolvendo a criação de parcerias para troca de informações sobre processos e medições, resultando na fixação das metas de melhoria realistas (Eco SMEs, 2004).

A natureza do benchmark, assenta em determinados princípios (Freitas et al., 2001; Hospitais SA, 2003):

• Ferramenta aplicável a toda a organização;

• Orientado por processos e não focalizado no individual;

• Explicar diferenças de desempenho económico-financeiras entre os hospitais, através de processos de gestão;

• Avaliar o potencial de melhoria de cada entidade hospitalar, centrando-se em cada uma das principais áreas estudadas;

• Ajudar a prevenir a complacência através do desenvolvimento da disciplina de focalização externa;

• Promover um pensamento “avançado” a todo o momento;

• Identificar “melhores práticas” e melhorias a implementar a curto prazo de forma a potenciar a melhoria identificada.

Os benchmarks são estudos utilizados para determinar o desempenho e para identificar uma diferença de desempenhos entre organizações. É habitual existirem organizações que declaram estar a realizar um benchmark quando, na realidade, estão a recolher benchmarks ou informação sobre as organizações concorrentes (Freitas et al., 2001).

(27)

Para a maioria das organizações, os objetivos são alusivos à competitividade, à focalização no cliente, ao melhoramento dos processos e à definição de metas e medições de produtividade realistas. O benchmarking pode ajudar na definição de cada um desses pontos de referência (Tabela1) (Freitas et al., 2001).

Tabela 1 – Motivos para o benchmark (Freitas et al., 2001)

Objetivos Sem benchmarking Com benchmarking

Tornar-se concorrencial

Focalizado internamente Compreensão da concorrência Alteração evolucionária Ideias a partir de práticas provadas Melhores práticas do

sector de atividade

Poucas soluções Muitas opções Excessivas atividades de recuperação Desempenho superior Definir os requisitos dos

clientes

Baseadas no histórico ou na inspiração Realidade do mercado Percepção Avaliação objectiva Estabelecer metas e

objectivos realistas

Falta de focalização externa Credível, sem dúvidas

Reativo Pró-ativo

Desenvolver verdadeiras medições de

produtividade

Perseguição por projeto Resolve os problemas reais Forças e fraquezas não compreendidas Compreende os resultados Via de menor resistência Baseado nas melhores práticas do

sector de atividade

A comparação de desempenho entre instituições e o estabelecimento das “melhores práticas” trazem enumeras vantagens para estas, como o ganho estratégico, vantagens operacionais e económicas, bem como, um desempenho rápido ou imediato das instituições (Eco SMEs, 2004). Estas terão acesso imediato ao processo que as leva a melhores resultados entre os analisados. Sendo que com outros métodos convencionais levaria um período de tempo mais longo, até obter a mesma eficiência que as instituições conseguem utilizando o benchmark. Este facto pode-se verificar no gráfico da Figura 2.

(28)

Figura 2 – Melhoria promovida pelo benchmark (Adaptado: Eco SMEs, 2004)

Existem diferentes definições de benchmark, que segundo Freitas et al. (2001) se deve em grande parte a uma mudança de focalização e não a um desacordo fundamental. Mas também existem diferenças quanto às atividades de benchmark, podendo estas ter objectivos e âmbitos muito diferentes, e não há uma maneira única de abordagem ao benchmark (Andersen, 1996).

Deste modo, segundo Andersen (1996), podem-se definir três tipos principais de benchmark relativamente ao “com que é comparado”:

• Benchmark de desempenho (“Como deveríamos estar a fazer isto?”) – é a comparação das medidas de desempenho obtidas, com as metas estabelecidas inicialmente. Sendo o benchmark uma meta que é estabelecida internamente ou por um grupo consultor profissional.

• Benchmark de processo (“Como é que os outros alcançam?”) – é a comparação de métodos e práticas de processos para realização de negócios. Tem como objetivo aprender e implementar as “melhores práticas” no seu próprio processo.

• Benchmark estratégico (“O que devíamos estar a fazer?”) – é a comparação das escolhas estratégicas realizadas por outras organizações, com o objetivo de obter informações para melhorar a sua própria organização, através da experiencia da observação de outras estratégias.

Ainda segundo o mesmo autor, Andersen (1996), o benchmark pode ser definido em quatro tipos, no que se refere ao “contra o que é comparado”:

• Benchmark interno – baseia-se no estudo e análise contínua da própria organização, de forma a estabelecer metas ambiciosas, para a implantação de melhores práticas, em

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toda a organização. A vantagem principal do benchmark interno é a sua aplicabilidade, sendo exigidos poucos recursos e tempo. O grande inconveniente é que se dirige apenas a um padrão interno, não havendo comparação com outras organizações. • Benchmark concorrencial: baseia-se na comparação com os principais concorrentes,

de modelos ou funções específicos. Também é designado por reverse engineering – desmontar um produto ou programa para ver como funciona. A vantagem do benchmark concorrencial consiste na comparação realizada diretamente com os principais concorrentes participantes, sabendo que existe uma grande dificuldade na obtenção de informação acerca dos processos de cada organização, sendo este um inconveniente do benchmark concorrencial e o facto da simples comparação com a concorrência pode não indicar as melhores práticas que devem ser seguidas.

• Benchmark funcional: compara funções ou processos específicos com os melhores do sector e da classe. É um tipo de benchmark muito útil para a organização, mas dado que se remete apenas a funções ou processos específicos, pode não trazer benefícios para as outras operações das organizações empresariais interessadas.

• Benchmark genérico: é das metodologias de benchmarks que melhores resultados traz para as organizações. Baseia-se na comparação de todas as funções da atividade empresarial e promove um esforço sucessivo de comparação de funções e processos com os dos melhores da classe.

Quando considerada a experiência das organizações na aplicação de benchmark, pode-se considerar que, frequentemente existe algum tipo de sucessão nos tipos de benchmark usados, onde o benchmark de desempenho surge antes do benchmarking de processo e o benchmark interno antes do benchmark externo (Szekely, 1996).

Relacionando as metodologias do “com que é comparado” e as “contra o que é comparado” sugeridas por Andersen (1996), verifica-se na Tabela 2 que, umas combinações são mais relevantes que outras.

(30)

Tabela 2 – Diferentes tipos de benchmark, adaptado de Anderson (1994)

Benchmark Benchmark Benchmark Benchmark

interno competitivo funcional genérico

Benchmark de desempenho

Processo Oferece pontos de Útil em certos Fraca comparação importante e referência Aspetos, mas nem de dados puros necessário mas exteriores. Boa sempre permite devido às não permite saber comparação de uma comparação. diferenças nos

qual o indicadores de processos e

desempenho desempenho produtos

realmente possível

Benchmark de processo

Bom ponto de Poderia ser muito Boa maneira de Melhor maneira de partida e útil mas apresenta encontrar novas encontrar novas aprendizagem de limitações legais e ideias, com ideias e promover

benchmarking éticas na partilha menores melhorias

mas sem de informação limitações legais e fundamentais expectativa de sobre processos éticas que no

ideias benchmarking

competitivo

Benchmark estratégico

Dificuldade em Competidores são Não muito útil Não muito útil encontrar pistas os melhores devido às devido às

para melhores parceiros para diferenças nas diferenças nas estratégias obter ideias sobre ideias de negócio ideias de negócio

internas estratégias e planeamento

Os benchmarks podem ser determinados comparando os processos propriamente ditos, às estruturas organizacionais, aos sistemas de gestão, aos factores humanos ou às metodologias estratégicas. Simplificando, as melhores práticas são o “como” do benchmark, comparadas com “o quê” que é o benchmark (Freitas et al., 2001).

A ferramenta de benchmark tem oferecido resultados muito positivos para várias organizações, que foram aperfeiçoando esta metodologia com a experiencia que foram obtendo. Feita uma análise a alguns exemplos é possível identificar alguns factores críticos que determinam o grau de êxito alcançado (Freitas et al., 2001):

Relevância média Relevância baixa Relevância significativa

(31)

• Manter a conformidade legal, cumprindo as normas e orientações legais, éticas e administrativas;

• Identificar os processos de trabalho críticos e submete-los, em primeiro lugar, ao

benchmark; certificar-se de que os peritos da equipa de trabalho estão perfeitamente

familiarizados com o benchmark de processos;

• A organização deverá focalizar as atividades de benchmarking, tendo em conta os objectivos principais do benchmarking: missão, processos críticos e factores críticos de êxito;

• O benchmark deve ser utilizado para melhorar os desempenhos;

• Manter o fluxo de comunicação durante o projeto, mais especificamente com organizações com melhores práticas do benchmark;

• Focalização nos processos e nas práticas de funcionamento e não apenas nos números; • Filtrar o âmbito do estudo de benchmark, centrando-o nos processos ou subprocessos

que podem ser analisados eficazmente;

• Definir os processos internos e resolver quaisquer defeitos importantes antes de se começar a efetuar o benchmarking externo;

• Há que utilizar os recursos próprios de formação e organizacionais para aumentar a eficiência do benchmark organizacional;

• Importa pôr em prática as alterações ou as melhorias resultantes do benchmark para promover o empenho organizacional.

Sendo que a abordagem do processo de benchmark é realizada pela entidade promotora, todo o processo será então condicionado por essa identidade, divergindo quer em termos de concepção do modelo de avaliação do desempenho (modelo de benchmark), quer em termos de mecanismos de implementação.

Embora a maioria das iniciativas de benchmark estejam relacionadas com questões financeiras e de gestão, o benchmark ambiental está a tornar-se cada vez mais um elemento fundamental na gestão ambiental das organizações, ajudando estas a atingir um bom desempenho ambiental tendo como exemplo os melhores nesta área (Eco SMEs, 2004). Este tipo de benchmark, muitas vezes surge simplesmente para listar e comparar o desempenho ambiental de diferentes organizações. Contudo, se este for entendido como uma ferramenta de

(32)

melhoria contínua, terá de ser mais ambicioso, não se restringindo a listar ou a comparar mas também a analisar as práticas que levam a um desempenho ambiental superior (EEA, 2001).

Desta forma, o benchmark ambiental, deve incluir todas as áreas de atividade de uma organização, não se limitando apenas às atividades que têm um impacto ambiental óbvio, mas recorrendo à avaliação dos sistemas de gestão ambiental (SGA), desempenho dessa mesma gestão, contabilidade ambiental, gestão de recursos e resíduos, qualidade ambiental dos produtos, educação ambiental, desenvolvimento de políticas de ambiente, práticas de auditoria, relações com clientes, bem como resposta à emergência (Szekely, 1996).

Da bibliográfica consultada, consegue-se destacar um conjunto de etapas comuns nas metodologias abordadas por diferentes autores, razoavelmente bem modeladas pelo ciclo de melhoria contínua de Deming: Planear (Plan), Executar (Do), Analisar (Check) e Corrigir (Act) (Figura 3) (Ribeiro, 2004).

Figura 3 - Metodologia PDCL segundo Deming, Relatório do comité Temático de Benchmark da FNQ

(33)
(34)

CAPÍTULO 3 - ESTADO DE ARTE

Ao longo dos últimos trinta anos, o SNS de Portugal tem vindo a sofrer alterações acentuadas, tornando-se estas cada vez mais evidentes, sobretudo no que respeita ao envolvimento cada vez maior e preocupado da sociedade (Lapão, 2005).

O estado Português, despendeu em 2005 de cerca de 10,2% da sua riqueza no sector da saúde (OCDE, 2007). Comparativamente com outros parceiros europeus, este gasto marca um esforço muito significativo, dando assim muita relevância a este sector público, dado que recursos escassos se debatem com necessidades e espectativas crescentes.

No ano de 2006, o sector hospitalar português, teve gastos na ordem dos 3700 milhões de euros, representando este cerca de 49% do orçamento de estado (ACSS, 2008).

Segundo Shortell e Kaluzny (2006), os fatores externos que têm contribuído de forma significativa para o aumento dos custos hospitalares referidos, são:

• Desenvolvimento tecnológico;

• Aumento da prevalência de doenças crónicas; • Aumento do consumo de fármacos;

• Aumento da esperança média de vida das populações.

Segundo Mateus e Bragança (2011), um dos tipos de estratégias de melhoria/recuperação deste fator, é a promoção do aumento da eficiência dos processos utilizados, para que o consumo de recursos seja minimizado. Sendo de extrema importância, que a estas técnicas de gestão se aliem as ferramentas que defendem os princípios da sustentabilidade, podendo estas contribuir significativamente para o sector da economia, satisfação social, bem com do cuidado ambiental (Lapão, 2005).

O esforço de apuramento de custos com maior exatidão requer a implementação de instrumentos e metodologias as quais têm como principais finalidades (Costa et al, 2008):

• Conhecer melhor a estrutura de consumo de recursos das organizações de saúde; • Permitir tomar decisões estratégicas e operacionais, que tenham um menor grau de

risco associado;

• Reorganizar processos produtivos no sentido de maximizar a sua eficiência;

(35)

• Contribuir para a melhoria organizacional, através da comparação e utilização de técnicas de Benchmark entre organizações;

• Permitir desenvolver metodologias de definição de preços e de financiamento dos serviços de saúde com maior rigor e fiabilidade.

Têm sido vários os estudos realizados na área da saúde a nível internacional, para avaliação do desempenho dos hospitais, dentro dos quais podem citar-se, a título perfeitamente exemplificativo (Costa et al, 2010):

- EUA – “Best Hospitals” (Hill, Winfrey e Rudolph, 1997; O`Muirchearthaigh, Murphy e Moore, 2002), “One Hundred Top Hospitals” (HCIA, 1999; Griffith, Alexander e Jelinek, 2002) e “Risk-Adjusted Quality Outcomes Measures” (DesHarnais et al, 1997 e 2000), do Reino Unido (Amaratunga et al, 2002, Chang, Lin e Northcott, 2002; Department of Health, 2002; NHS, 2002 e Snelling, 2003);

- Austrália (Ibrahim et al, 1998; Degeling et al, 2000; NHPC, 2001 e ACHS, 2002). É de extrema importância salientar que em Portugal estes tipo de estudos não se encontram tão desenvolvidos, contudo existem alguns já concluídos, dos quais se destacam os estudos realizados por (Costa et al, 2010):

• INA – “Avaliação dos hospitais Fernando Fonseca e Garcia da Orta”, 1999 e “Projeto de Avaliação de Unidades de Saúde”, 2001,

• IGIF (Barros, 2001a; Barros 2001b e Barros, 2001c), • Avaliação dos hospitais SA.

• A nível académico, já foram realizados alguns estudos, tais como os apresentados por Costa e Reis (1993), Dias Alves (1994), Dismuke e Sena (1998), Barros e Sena (1999), Cabral e Barriga (1999) e Carreira (1999).

Ainda em relação a Portugal, o tipo de avaliação citado anteriormente, ganhou mais enfâse após a publicação em diário da república do “Novo Regime Jurídico da Gestão Hospitalar”, pela lei nº 27/2002 de 8 de Dezembro.

Deste modo, começa-se por realizar uma pesquisa bibliográfica sobre o tema em estudo, de forma a obter conhecimentos aprofundados e a conseguir definir o enquadramento do trabalho. Com a realização da pesquisa pretende-se também obter uma comparação do estado de arte nesta temática no contexto nacional e internacional, bem como a análise de estudos já realizados.

(36)

A pesquisa efetuada tem como objetivo o desenvolvimento de conhecimento, através da exploração de metodologia de benchmarks, tendo por base a procura de redução de custos de utilização no meio hospitalar.

3.1. Benchmark Ambiental em Instituições do Ensino Superior (IES)

3.1.1. IES de Portugal - Campus da FCT/UNL

A Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa (FCT/UNL), criada em 1977, situada na margem sul do rio Tejo, no Monte de Caparica tem uma área de 30 ha, com capacidade de expansão, associada a outras atividades da Universidade, até 60 ha, constitui uma das nove unidades orgânicas da Universidade Nova de Lisboa (UNL).

Com este estudo, Santos (2009), pretendeu dar um contributo para a implementação de boas práticas de desenvolvimento sustentável em campus universitários, utilizando o benchmark como ferramenta de gestão.

A metodologia utilizada para a realização deste trabalho foi a esquematizada na Figura 4.

(37)

Analisando a Figura 4, e segundo a autora, depois de definidos os objectivos, procede-se à recolha de informação, à elaboração de um plano experimental e a uma pesquisa bibliográfica.

Seguidamente, a autora desenvolveu uma grelha de indicadores (Tabela 3) de sustentabilidade aplicáveis em campus universitários, sendo estes essencialmente no âmbito ambiental. 38 Indicadores de desempenho ambiental e 30 boas práticas de gestão ambiental, divididos por 10 categorias:

• Administração; • Materiais; • Alimentação; • Energia; • Água; • Biodiversidade; • Emissões Atmosféricas; • Resíduos; • Mobilidade; • Comunidade;

Tabela 3 - Indicadores de desempenho ambiental aplicáveis a IES (Santos, 2009)

Categoria Indicador Unidades

Administração

Compromissos assumidos pela administração

com a sustentabilidade do campus nº de compromissos assumidos / ano Percentagem de objectivos e metas de

sustentabilidade propostos atingidos

% de objectivos metas atingidos / ano Adoção de declarações/acordos de

sustentabilidade locais, nacionais ou internacionais

nº de declarações adotadas

% trabalhadores não docentes afetos à sustentabilidade

Total de custos e investimento com a proteção

(38)

Tabela 3 (cont.) - Indicadores de desempenho ambiental aplicáveis a IES (Santos, 2009)

Categoria Indicador Unidades

Administração

Pagamento de coimas significativas por incumprimento das leis e regulamentos ambientais

euros / ano

Número total de sanções não-monetárias por incumprimento das leis e regulamentos ambientais

nº sanções / ano

Materiais

Materiais utilizados, em peso ou volume (Por exemplo: papel, consumíveis informáticos, reagentes)

t/ano t/ETI ; m3/ano ; m3/ETI

Percentagem de materiais utilizados que

são provenientes de reciclagem % materiais reciclados

Energia

Consumo direto de energia por fonte MWh/ano ; kWh/ETI ; kWh/m2 Consumo indireto de energia MWh/ano ; kWh/ETI ; kWh/m2

Total de poupança de energia devido a melhorias na conservação e na eficiência

MWh/ano

% (ano de referência)

Energia elétrica proveniente de fontes renováveis

MWh/ano

% consumo de energia proveniente de fontes renováveis Certificação energética de edifícios % de edifícios certificados

Água

Consumo total de água por fonte m3/ano ; m3/ETI ; m3/m2 Recursos hídricos significativamente

afectados pelo consumo de água m

3 afectados

Percentagem de água reciclada e reutilizada

% água reciclada ; % água reutilizada

(39)

Tabela 3 (cont.) - Indicadores de desempenho ambiental aplicáveis a IES (Santos, 2009)

Categoria Indicador Unidades

Água

Descarga total de água residual, por

qualidade e destino m

3/ano ; m3/ETI ; m3/m2

Identificação, dimensão, estatuto de proteção e valor para a biodiversidade dos recursos hídricos e respetivos habitats, afetados de forma significativa pelas descargas de água e escoamento superficial

m3 de recursos hídricos afetados

Biodiversidade

Localização e área dos terrenos pertencentes, arrendados ou administrados pela organização, no interior de zonas protegidas, ou a elas adjacentes, e em áreas de alto índice de biodiversidade fora das zonas protegidas

m2 de solos em zonas protegidas

% solos em zonas protegidas

Habitats protegidos ou recuperados % solos a manter ou transformar em habitats naturais / ano

Número e volume total de derrames significativos

nº derrames / ano

m2 solo contaminado / ano Número de espécies, na Lista Vermelha da

IUCN e na lista nacional de conservação de espécies, com habitats em áreas afetadas por operações, discriminadas por nível de risco de extinção

nº de espécies

Emissões atmosféricas

Emissões totais diretas de GEE, por peso t/ano ; t/ETI ; t/m2 Outras emissões indiretas de GEE, por

peso t/ano ; t/ETI ; t/m2

Reduções alcançadas com as iniciativas

(40)

Tabela 3 (cont.) - Indicadores de desempenho ambiental aplicáveis a IES (Santos, 2009)

Categoria Indicador Unidades

Emissões atmosféricas

Compromisso para compensação de emissões % emissões compensadas / ano Emissão de substâncias destruidoras da

camada de ozono, por peso t/ano ; t/ETI ; t/m

2

NOx, SOx e outras emissões atmosféricas

significativas, por tipo e peso t/ano ; t/ETI ; t/m

2

Resíduos

Quantidade total de resíduos produzidos, por

tipo e método de eliminação t/ano ; t/ETI ; t/m

2

Peso dos resíduos transportados, importados, exportados ou tratados, considerados perigosos nos termos da Convenção de Basileia – Anexos I, II, III e VII, e

percentagem de resíduos transportados por via marítima, a nível internacional

t/ano

% de resíduos perigosos / ano

Materiais entregues para reciclagem por tipo (por exemplo: papel e cartão, plástico, vidro)

t/ano

% de resíduos entregues para reciclagem / ano

Percentagem de materiais entregues para compostagem

% de resíduos compostáveis / ano

Mobilidade

Utilização de combustíveis limpos na frota automóvel

t combustível limpo consumido / ano

% combustível limpo no total de combustível utilizado

Vias pedonais e cicláveis no campus

km vias pedonais no campus km vias cicláveis no campus % vias pedonais e cicláveis no campus

Imagem

Figura 1 - Pilares da construção sustentável (Mateus, 2004)
Figura 3 - Metodologia PDCL segundo Deming, Relatório do comité Temático de Benchmark da FNQ     (Possa & Matos, 2009)
Tabela 8 - Resultados dos indicadores de sustentabilidade na categoria Energia para as IES em analise –  2008 (Santos, 2009)
Tabela 9 - Resultados dos indicados de sustentabilidade na categoria Água para as IES em analise – 2008  (Santos, 2009)
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Referências

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