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A influência dos pares no comportamento delinquente dos jovens: dados do ISRD-3

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Academic year: 2020

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junho de 2016

Susana Patrícia Machado Gomes

A influência dos pares no comportamento

delinquente dos jovens:Dados do ISRD-3

Universidade do Minho

Escola de Psicologia

A influência dos pares no compor

tamento delinquente dos jo

vens:Dados do ISRD-3 Susana P atrícia Mac hado Gomes UMinho|20 16

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junho de 2016

Susana Patrícia Machado Gomes

A influência dos pares no comportamento

delinquente dos jovens:Dados do ISRD-3

Universidade do Minho

Escola de Psicologia

Dissertação de Mestrado

Mestrado Integrado em Psicologia

Trabalho realizado sob a orientação da

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DECLARAÇÃO

Nome: Susana Patrícia Machado Gomes

Endereço eletrónico: s-susana-gomes@hotmail.com Número do Cartão de Cidadão: 11662150 8ZY1

Título da dissertação: A influência dos pares no comportamento delinquente dos jovens: Dados do ISRD-3

Orientadora: Professora Doutora Paula Cristina Marques Martins Ano de conclusão: 2016

Designação do Mestrado: Mestrado Integrado em Psicologia

É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO INTEGRAL DESTA DISSERTAÇÃO APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE;

Universidade do Minho, 14/06/2016

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Índice

Introdução………...6

O papel do grupo de pares no comportamento delinquente………8

A expressão da delinquência em Portugal………..…9

Método………. 12

Participantes………. 12

Instrumentos………..13

Procedimento………14

Procedimento de análise de dados………15

Resultados……….16

Discussão………..19

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Agradecimentos

Ao meu pai. Sei que sentes e que te orgulhas em silêncio. Obrigado por tudo. Ao meu filho, és a minha inspiração.

Ao meu marido, obrigado pela paciência, pela motivação e pelos momentos de descontração nas alturas difíceis.

À Dra. Professora Paula Cristina Martins, muito obrigada pela paciência e pela motivação. À Cláudia, Marisa e Patrícia, pelo apoio incondicional quando tudo parecia desabar…

Um muito obrigada a todos os responsáveis das escolas envolvidas neste estudo, sem a sua autorização e disponibilidade, nada disto seria possível, pelo menos em tempo útil.

Obrigado aos alunos que participaram e se prontificaram a responder ao questionário e aos seus encarregados de educação que autorizaram a sua participação.

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A influência dos pares no comportamento delinquente dos jovens: Dados do ISRD-3 Resumo

Vários estudos comprovam a influência dos pares desviantes no comportamento dos jovens, contudo não estabelecem uma relação específica entre o comportamento delinquente do grupo

e o comportamento delinquente dos jovens nele integrados. Esta investigação procurou

averiguar se os comportamentos do grupo de pares têm implicações na frequência, gravidade e qualidade do comportamento delinquente dos jovens. Para tal, aplicou-se o questionário selecionou-se uma amostra aleatória estratificada de 2006 jovens, de 29 escolas da cidade de Braga, com idades compreendidas entre os 11 e os 23 anos (M = 15; DP = 2.09), à qual foi aplicado o ISRD-3. Os resultados mostram que o número de comportamentos delinquentes dos jovens cujos grupos de pares são normativos e não normativos difere significativamente (U = 343.50, p < .001), sendo também significativa a diferença entre a frequência do comportamento delinquente grave dos jovens conforme o seu grupos de pares é não normativo ou normativo (U = 471.50, p < .001). Finalmente, constatou-se que o tipo de comportamentos do grupo de pares prediz 15.5% do tipo de comportamento dos jovens.

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The influence of peers in delinquent behaviour of young people: Data from ISRD-3 Abstract

Several studies document the influence of deviant peers on young people’s behaviour. However they do not establish a specific relationship between group delinquent behaviour and individual's delinquent behaviour. This study sought to relate the frequency, severity and type of young people's delinquent behaviour and their peer’s behaviour. The International Self-Report Delinquency-3 Questionnaire (ISRD-3) was administrated to a stratified random sample of 2006 young people, in 29 schools in the city of Braga, aged between 11 and 23 years (M =

15; DP = 2.09). Results reveal that young people belonging to non-normative groups show

significantly higher frequencies of delinquent behaviour (U = 343.50, p <. 001) and of serious

delinquent behaviour (U = 471.50, p <. 001) than their peers who belong to normative groups.

The type of delinquent group behaviour predicts 15.5% of the type young people’s delinquent behaviour.

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A influência dos pares no comportamento delinquente dos jovens: Dados do ISRD-3 A delinquência é um fenómeno complexo, de difícil definição, com razões e implicações de ordem psicológica, social e jurídica (Negreiros, 2001). Enquanto conceito socialmente construído por referência a normas, valores e representações, encontra-se envolto em grande controvérsia, dependendo do contexto sociocultural e da época a que se encontra associado (Binder, Gilbert & Dickson, 2001).

Segundo investigação realizada neste domínio (Aguilar, Sroufe, Egeland & Carlson, 2000; Steinberg, 2004), existe uma associação entre adolescência e transgressão, sendo a transgressão frequentemente considerada como um processo normativo nesta faixa etária. Várias razões podem ser aduzidas para explicar esta relação: por um lado como tentativa de expressar a autonomia no quadro do seu desenvolvimento psicossocial (Aguilar, Sroufe, Egeland, & Carlson, 2000); por outro, como resultado do processo de tomada de decisão dos jovens, a maior parte das vezes feito de forma impulsiva e precipitada, aumentando desta forma a probabilidade de ocorrência de decisões arriscadas (Steinberg, 2004); ou ainda como forma de procura da sua identidade, que durante esta fase, está em construção, em que o jovem almejando a satisfação das suas necessidades age muitas vezes de forma transgressiva (Esmanhoto & Souza, 2010).

A investigação nesta área aponta para várias dimensões que podem funcionar como fatores de risco ou de proteção associados ao comportamento delinquente, nomeadamente caraterísticas individuais (Barkauskiene & Bieliauskaite, 2002; Hill, 2002; Matos & Simões, 2003); idade e género (Kolip & Schmidt, 1999); grupo de pares (Hill, 2002; Shoemaker, 1996; Tiêt & Huizinga, 2002); o contexto familiar e escolar (Simões, 2007).

No que respeita às características individuais, existem estudos que comprovam que a exposição a ambientes de stress podem funcionar como fatores de risco associados ao comportamento delinquente (Haggerty, Sherrod, Gamezy & Rutter, 2000) tornando os jovens mais vulneráveis ao confronto com determinadas situações com as quais não sabem lidar; quanto à vulnerabilidade genética, poderá ser considerada como fator de risco no caso de jovens com pais portadores de desordens afetivas como, esquizofrenia, desordens antisociais, hiperatividade, déficit de atenção e isolamento (Haggerty, Sherrod, Gamezy & Rutter, 2000); ainda, características psicossociais associadas a nível socioeconómico baixo, pertença a minorias sociais, jovens com dificuldade de acesso à saúde e/ou educação ou pertencentes a famílias desestruturadas são, segundo Haggerty, Sherrod, Gamezy & Rutter, (2000) fatores de risco associados ao cometimento de crimes por parte destes jovens; quanto às caraterísticas psicológicas, como a empatia, características cognitivas, como a falta de controlo das emoções

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e a falta de culpa ou o pobre reconhecimento das consequências ou características comportamentais, como impulsividade, associadas aos comportamentos agressivos funcionam como fatores de risco, fazendo com que os jovens transgressores sejam vistos pela sociedade como incapazes de interiorizar regras e normas (Nardi e Dell’Aglio, 2010).

Em relação à idade e ao género vários estudos apontam que o comportamento delinquente surge de forma mais intensa e com maior frequência entre os 12 e os 17 anos, altura em que o indivíduo passa por uma reorganização e transformação interna e consolidando os valores subjacentes à sua personalidade, assumindo um pico aos 17 anos (Farrington, 1987; Moffitt & Caspi, 2001), seguindo-se um nítido declínio no final da adolescência e início da idade adulta (Negreiros, 2008), entre os 20 e os 29 anos, estando os rapazes mais propensos a desempenhar este tipo de comportamentos (Farrington, 1987; Moffitt & Caspi, 2001) por apresentarem maior robustez física, são mais vulneráveis do que as raparigas ao défice de atenção e desordem de hiperatividade (Hill, 2002), a dificuldades de aprendizagem (Shoemaker, 1996), e atrasos no desenvolvimento de competências de comunicação (Lahey, Gordon, Loeber, SouthamerLoeber, & Farrington, 1999), fatores associados a um maior risco para desenvolver comportamentos disruptivos e delinquentes.

No que respeita ao contexto familiar, a evidência empírica disponível identifica como fatores protetores a existência de uma boa comunicação, de regras democráticas e supervisão do comportamento dos jovens. Inversamente, um contexto familiar em que exista uma comunicação pobre, baseada num clima de violência, sem regras ou supervisão, poderá ser considerado um potencial contexto de risco para o desenvolvimento de comportamentos delinquentes (Farrington, 1998; Lahey, Waldman, & McBurnett’s, 1999; Patterson, Debaryshe, & Ramsey, 2000).

Também a associação a pares com atitudes e crenças desfavoráveis em relação à delinquência atua como fator protetor, enquanto a associação a pares com atitudes e crenças favoráveis em relação à delinquência é considerada um fator de risco para este tipo de comportamentos (Farrington, 1996; Sutherland 1939; Thornberry & Krohn, 1997).

Em relação ao contexto escolar, um bom desempenho escolar, bom relacionamento com os professores e colegas, segurança e oportunidades de inclusão e participação nas atividades escolares, funcionam como fatores protetores, enquanto a ausência destes fatores pode promover comportamentos de risco em contexto escolar (Maguin & Loeber, 1996 cit in Wasserman et al., 2003).

Também comportamentos de risco como o consumo de substâncias (Teplin, Abram, Dulcan & Mericle, 2002) e situacionais relacionados com as oportunidades para o cometimento

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de crimes (Farrington, 1998; Hill, 2002; Shoemaker, 1996) aumentam o risco de os jovens se envolverem em comportamentos delinquentes.

Considerando a importância do grupo de pares na adolescência e a relevância assumida por este fator sobre o comportamento delinquente (Born, 2005; Farrington, 1998; Miller, 2007; Warr, 2002), importa aprofundar os mecanismos envolvidos nesta influência.

O papel do grupo de pares no comportamento delinquente

De acordo com a teoria da Associação Diferencial de Sutherland (1993), o comportamento criminoso pode ser aprendido através de um processo de interação dentro do

grupo de pares, nomeadamente pela exposição de forma reiterada e intensa a formas de

comportamento delituosas, a atitudes, racionalizações e motivações transgressivas (Sutherland,1993). De facto, parece existir evidência de que os pares desviantes têm um papel importante quer na iniciação, quer na manutenção de comportamentos delinquentes (Smith, 2005) e embora esta teoria não se limite apenas às influências grupais, estudos empíricos sugerem que a afiliação a pares desviantes é um preditor mais forte do comportamento delinquente do que outras variáveis como, por exemplo a família, a escola ou as caraterísticas da comunidade (Warr, 2002).

Na perspetiva da Teoria da Aprendizagem Social é através de mecanismos de reforço e modelagem que os pares funcionam como agentes de socialização, influenciando-se mutuamente através da experiência e observação de interações sociais. Assim, os jovens serão simultaneamente agentes de controlo e de mudança dos comportamentos dos seus pares, já que punem ou ignoram o comportamento social não-normativo e recompensam ou reforçam positivamente o comportamento socialmente adequado e competente (Rubin, Bukowski, & Parker, 2006).

As investigações levadas a cabo por Bandura e colaboradores (Bandura & Walters, 1963), propuseram que se aprendem novos comportamentos sociais pela observação dos outros e que, uma vez aprendidos, esses comportamentos podem ser mantidos ou modificados através de regras internas de associação entre o comportamento social e a sua consequência, real ou esperada (p. ex., elogio, crítica ou rejeição), segundo as quais orientam as suas ações (Bandura, 1989).

Assim, é plausível considerar que a estrutura e a organização sociais do grupo de pares poderão ter influência sobre os comportamentos que os jovens adotam. Desta forma, os

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conceitos de dominância e de afiliação têm sido utilizados com frequência para explicar, por exemplo, os comportamentos agressivos ou pró-sociais (Hawley, 2003).

Já a Teoria do Controlo Social de Hirschi (1969) defende que se os vínculos a estruturas sociais normativas como, por exemplo, a família, forem fracos ou inexistentes, existe a probabilidade de os jovens seguirem a orientação de grupos de pares que, sendo desviantes, poderão influenciar o seu comportamento no sentido da delinquência (Dishion, McCord & Poulin, 1999; Steinberg, 1987;). Segundo Hirshi (1969) a vinculação a estruturas socias normativas está relacionado com as condutas convencionais, enquanto a ausência de vinculação a família e pares convencionais, está relacionado com a aquisição de comportamentos delinquentes.

A expressão da delinquência em Portugal

A expressão da delinquência tem vindo a ser predominantemente avaliada através de duas formas: as estatísticas oficiais e as medidas de autorrelato.

A caraterização da criminalidade através de registos oficiais tem sido ao longo dos anos questionada devido às suas limitações (Kirk, 2006; Loeber & Le Blanc, 1990; Moffitt & Silva, 1988; Piquero, Farrington, & Blumstein, 2003).

A principal limitação diz respeito à sub-representação do total da criminalidade verdadeiramente cometida, uma vez que os registos oficiais refletem apenas os crimes que resultam em detenções ou condenações, permanecendo ocultos numerosos atos delinquentes – as cifras negras do crime, por um lado porque não são detetados pelas autoridades de segurança, por outro porque não são participados pelas vítimas (Almeida & Alão, 1995; Van Dijk, Van Kesteren, & Smit, 2008).

Outra limitação que tem sido apontada tem a ver com a dificuldade em estudar o desenvolvimento da antissocialidade através dos registos oficiais (Loeber & Le Blanc, 1990). Esta medida compreende apenas comportamentos com enquadramento legal penal, pelo que não capta outros atos antissociais que usualmente os antecedem (e.g., desafio à autoridade, fugas de casa).

As estatísticas oficiais em Portugal mostram que, em 30 de Abril de 2016, 1152 jovens cumpriam uma medida tutelar educativa na comunidade. No mesmo período, e segundo os dados Estatísticos da Direção Geral de Reinserção Social, 146 jovens, dos quais 133 do sexo masculino, encontravam-se internados num dos sete centros educativos nacionais, sendo os

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crimes mais frequentes o roubo, furto (Crimes Contra o Património), ofensas à integridade física e ameaça e coação (Crimes contra as Pessoas) (DGRS, 2016).

Dentro dos mesmos parâmetros estatísticos no RASI (Relatório Anual de Segurança Interna) relativo ao ano de 2015, pode verificar-se que, no que respeita à delinquência juvenil, os dados apontam para um total de 2.117 participações, menos 276 do que no ano anterior, em que os crimes participados são maioritariamente os furtos e a ofensa à integridade física.

O recurso a questionários de autorrelato veio colmatar limitações apontadas aos registos oficiais, permitindo aferir comportamentos que ainda não foram ou podem nunca vir a ser alvo de contacto judicial, elegendo mesmo os perpetradores como fonte adicional de informação. Assim, os questionários de autorrelato vieram oferecer a oportunidade de captar atos que muitas vezes não constam num registo oficial e de estudar amostras ditas normativas (Thronberry & Krohn, 2000). Contudo também este tipo de medida apresenta algumas limitações, como por exemplo, a sub ou sobrestimação da atividade antissocial, caraterísticas estruturais inerentes à aplicação deste tipo de questionários que podem enviesar a validade das respostas dadas, tais como o formato do inquérito, as condições ambientais e de participação, características demográficas do administrador (Weis, 1986) e as características intrínsecas dos participantes que, ao terem de evocar eventos passados, poderão ser imprecisos e influenciados por vários fatores (Jolliffe, Farrington, Hawkins, Catalano, Hill & Kosterman, 2003; Kazemian & Farrington, 2005; Kirk, 2006; Weis, 1986). A estas potenciais limitações acrescem ainda decisões voluntárias dos sujeitos, como a recusa de participação e a negação de atos antissociais (Hales, Nevill, Pudney, & Tipping, 2009), negação de detenções oficialmente registadas (Jolliffe, Farrington, Hawkins, Catalano, Hill & Kosterman, 2003; Kirk, 2006), assim como a negação da perpetração de atos que tinham sido admitidos em entrevistas anteriores (Jolliffe, Farrington, Hawkins, Catalano, Hill & Kosterman, 2003; Kazemian & Farrington, 2005).

Pelo exposto, como apontado por Farrington, Jollife, Hawkins, Catalano, Hill & Kosterman (2003), enquanto os registos oficiais fornecem informações precisas sobre eventos criminais (e.g., datas, danos causados), muitas das especificidades da ofensa só podem ser aferidas através do autorrelato (e.g., motivações, planeamento).

A nível internacional, existem vários estudos que permitem perceber o fenómeno da delinquência juvenil através de instrumentos de autorrelato ( MoRi, 2010; Roe & Ashe, 2008). Um dos mais utilizados tem sido o International Self-Report Delinquency - ISRD (Junger-Tas & Marshall, 1999), atualmente na sua terceira versão. Trata-se de um instrumento de estudo comparativo da criminalidade e vitimação que visa avaliar a prevalência e a variabilidade internacional nos padrões do comportamento delinquente e vitimação autorrelatados.

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Relativamente ao panorama português, existe já um conjunto considerável de estudos que se têm dedicado à análise de indicadores autorrelatados do comportamento social (p. ex. Gersão & Lisboa, 1994; Matos, Simões, Tomé, Camacho, Ferreira & Ramiro, 2012; Mendes & Carvalho, 2010) e de fenómenos criminais específicos em amostras juvenis comunitárias (Caridade, 2008; Carvalhosa, Lima & Matos, 2002).

O primeiro estudo nacional realizado no âmbito do ISRD, conduzido por Gersão e Lisboa (1994), contou com uma amostra representativa de Portugal continental de 1000 jovens de ambos os géneros com idades compreendidas entre os 14 e os 21 anos. Os dados obtidos a partir desta amostra apontaram uma prevalência total de delinquência de 57.2%. Numa análise do tipo de delitos constatou-se que a condução sem habilitação legal registou uma frequência relativamente mais elevada (28.3%), seguida do vandalismo (16.1%) e da violência intergrupal ou desordem pública (11.1%). Menos comuns entre os jovens portugueses foram os atos de furto de carro (0.6%), venda de drogas “duras” (0.3%), roubo (0.3%) e o fogo posto (0.2%). Paralelamente, constatou-se uma elevada participação de jovens do sexo masculino na maioria dos atos analisados, particularmente naqueles de maior gravidade. Assim e à semelhança do evidenciado pela literatura internacional (e.g., Huizinga, Weiher, Espiritu & Esbensen, 2003; MORI, 2010; Roe & Ashe, 2008; Rechea & Bartolomé, 2010; Savoie, 2007; Terlouw & Bruinsma, 1994), os resultados deste estudo remeteram para percentagens relativamente elevadas de jovens, especialmente do género masculino, como perpetradores de atos delinquentes, mas apenas um número restrito praticava comportamentos de elevada gravidade. Mais recentemente, em 2006, no ISRD-2, que em Portugal envolveu 2617 estudantes de ambos os sexos, do 7º ao 9º ano de escolaridade, a taxa de prevalência da delinquência foi de 14.5%, uma das mais baixas dos 31 países abrangidos por este estudo (Enzmann, 2010). Neste estudo, 8.9% dos participantes diziam ter tido comportamentos agressivos entre grupos. O vandalismo e o furto em loja, com valores de cerca de 4.2% e 2.2%, respetivamente, foram dos atos mais reportados nesta investigação. No extremo oposto e sempre com prevalência inferior a 1%, situaram-se o furto a carros, o furto de carro e o roubo/extorsão. Neste sentido, verificou-se uma vez mais que poucos são os jovens portugueverificou-ses que praticam crimes de elevada gravidade (Mendes & Carvalho, 2010).

Pelo exposto, se existe um corpo consiste de estudos que comprova a influência do grupo de pares no comportamento dos jovens, estes estudos não estabelecem uma relação específica entre a exposição a comportamentos desviantes do grupo de pares e a frequência e gravidade dos comportamentos praticados pelos jovens que pertencem a estes grupos.

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Para este efeito esta investigação baseou-se nas premissas da Teoria da Associação Diferencial de Sutherland, que realçam o processo de aprendizagem de comportamentos delinquentes, quando o jovem está inserido num grupo de pares com condutas desviantes, e da Teoria do Controlo Social de Hirshi, que salienta as estruturas sociais normativas como fator de conformidade social dos comportamentos.

Com estes pressupostos procurou-se perceber se os comportamentos do grupo de pares têm implicações na frequência, gravidade e qualidade do comportamento delinquente dos jovens. Desta forma, este estudo pretende verificar as seguintes hipóteses específicas:

Hipótese 1: Os jovens cujos grupos de pares têm uma conduta normativa apresentam uma frequência de comportamentos delinquentes significativamente menor do que os jovens cujos grupos de pares têm uma conduta não normativa.

Hipótese 2: Os jovens cujos grupos de pares apresentam condutas não normativas têm uma frequência significativamente mais elevada de comportamentos delinquentes mais graves do que os jovens que têm um grupo de pares com condutas normativas.

Hipótese 3: O tipo de comportamentos delinquentes perpetrado pelo grupo de pares constitui um preditor do tipo de comportamentos delinquentes perpetrados pelos jovens.

Método Participantes

Os participantes incluídos neste estudo fazem parte da amostra de Portugal do projeto Internacional de Delinquência Autorrelatada ISRD-3, que adotou um método de amostragem aleatório estratificado por cidade (Lisboa, Porto e Braga), tipo de escola (pública e privada) e ano de escolaridade (7º-12º ano). A listagem de escolas aprovadas foi fornecida pelo Ministério da Educação, constando de 29 escolas na cidade de Braga, 53 escolas na cidade do Porto e 73 escolas de Lisboa. Para este estudo, foi selecionada apenas a amostra de estudantes da cidade de Braga, composta por 2006 jovens, 53.2 % do sexo feminino (n = 1063) e 46.9 % do sexo masculino (n = 937), do 7º ao 12º anos de escolaridade, estando 29.5 % inscritos em escolas privadas (n = 356), e 70.5 % inscritos em escolas públicas (n = 852). Os estudantes tinham idades compreendidas entre os 11 e os 23 anos de idade (M = 15.00, DP = 2.09). Foram excluídos do estudo os jovens com necessidades educativas especiais, devido às exigências do instrumento. Os dados sociodemográficos relativos à amostra estão resumidos na Tabela 1.

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Tabela 1.

Dados Sociodemográficos da Amostra

n (%) MIdade (DP) em anos Sexo Masculino 937 (46.9) 14.99 (2.11) Feminino 1063 (53.2) 15.00 (1.53) Tipo de Escola Pública 852 (70.5) 14.46 (1.90) Privada 356 (29.5) 15.74 (2.13) Ano de Escolaridade 7º ano 332 (16.6) 12.37 (0.75) 8º ano 355 (17.7) 13.23 (0.73) 9º ano 300 (15) 14.25 (0.68) 10º ano 316 (15.8) 15.54 (0.96) 11º ano 365 (18.2) 16.66 (0.89) 12º ano 338 (16.8) 17.80 (0.95) Totais 2006 (100) 15 (2.09) Instrumentos

No âmbito deste estudo os jovens responderam ao International Self-Report Delinquency Questionnaire 3 - ISRD-3. Este é um instrumento de autorrelato de delinquência

juvenil, adaptado para Portugal, constituído por 12 módulos: 1. sobre características

sociodemográficas do respondente, inclui 15 itens (1.1 a 1.15); 2. sobre a família, inclui quatro itens (2.1 a 2.4); 3. sobre a escola, inclui sete itens (3.1 a 3.7); 4. sobre experiências de vitimação, inclui um item (4.1); 5. sobre lazer e amigos, inclui 10 itens (5.1 a 5.10); 6. sobre atitudes e valores, inclui 7 itens (6.1 a 6.7); 7. sobre comportamentos delinquentes, inclui dois itens (7.1 e 7.2); 8. sobre uso de substâncias, inclui 6 itens (8.1 a 8.6); 9. sobre transmissão de normas e moralidade, inclui quatro itens (9.1 a 9.4); 10. sobre justiça procedimental inclui 8 itens (10.1 a 10.8); 11. sobre pertença a gangues, é constituído por 8 itens (11.1 a 11.8); 12. questão sobre desejabilidade social, avaliativa da integridade das respostas, inclui um item.

Os itens deste questionário apresentam formatos de resposta de dicotómica, de escala

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Existem duas versões do questionário conforme a inclusão dos módulos 10 e 12 destinados apenas para estudantes a partir do 9º ano.

Foram duas as formas de administração do questionário: formato online e de papel e lápis, com uma duração de preenchimento de cerca de 45 minutos.

A versão online inclui perguntas de follow up que surgem no caso de respostas afirmativas às questões dos módulos 4 e 7.

Procedimento

A adaptação linguística e cultural do questionário envolveu os seguintes passos: a) Tradução da versão inglesa para português por 2 tradutores bilingues independentes b) Síntese das duas traduções;

c) Pré teste com uma amostra de conveniência de 95 estudantes do 7º ao 9º ano de escolaridade em 6 turmas diferentes;

d) Ajustamento e consolidação da versão final da tradução portuguesa com a participação de dois peritos na área da delinquência juvenil;

e) Retroversão para inglês por dois tradutores bilingues independentes; f) Síntese das versões traduzidas para inglês por dois especialistas da área; g) Validação da versão final pela Comissão Executiva do projeto internacional

No cumprimento dos procedimentos éticos e deontológicos aplicáveis, foram solicitadas e obtidas a autorização da Comissão Nacional de Proteção de Dados e do Ministério de Educação, assim como o parecer favorável a Comissão de Ética da Universidade do Minho. Posteriormente foi efetuado o contacto com os agrupamentos de escolas e com os estabelecimentos de ensino selecionados, solicitando a sua colaboração na administração do questionário aos seus estudantes. Após estas autorizações, procedeu-se à distribuição das declarações de consentimento informado pelos encarregados de educação, tendo-se, assim, optado pela adoção de um procedimento opt-in (Courser, 2009). Foi também distribuída aos estudantes uma informação sobre o projeto, os seus objetivos e as condições da sua participação, nomeadamente o seu caráter voluntário, a possibilidade de não resposta ou de desistência a qualquer momento e a garantia de anonimato e confidencialidade. Estas condições foram reiteradas no momento da aplicação do questionário. Participaram no estudo os estudantes que não se opuseram a participar e cujos pais deram o seu consentimento expresso por escrito.

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A calendarização do preenchimento do inquérito foi acordada com a respetiva escola de forma a não haver sobreposição com as atividades curriculares, tendo decorrido entre os meses de setembro de 2015 e abril de 2016.

A administração foi realizada em contexto de sala de aula, com a presença de um ou dois investigadores, conforme o protocolo de aplicação definido pelo projeto ISRD3. Os membros envolvidos na investigação presentes aquando da administração do inquérito foram previamente alvo de formação. Foi reiterada a importância da sinceridade dos jovens nas suas respostas, a sua confidencialidade e anonimato, bem como a voluntariedade na participação e possibilidade de desistência em qualquer momento.

Os dados foram registados e armazenados numa base de dados gerada pelo programa para este efeito - Unipark.

As respostas ao questionário em suporte de papel foram introduzidas manualmente no programa Epidata. Posteriormente, 5% destes questionários foram selecionados aleatoriamente por um investigador independente, tendo sido calculadas as discrepâncias na inserção dos dados entre cada investigador do projeto e o investigador independente; as respostas não discrepantes rondaram os 99%.

Procedimento de análise dos dados

Este estudo tem como variáveis independentes (VI) a normatividade da conduta do grupo de pares (H1 e H2) e o tipo de comportamentos delinquentes do grupo de pares (H3). Foram definidas como variáveis dependentes a frequência de comportamentos delinquentes dos jovens (H1), a frequência de comportamentos delinquentes graves dos jovens (H2) e o tipo de comportamentos delinquentes dos jovens (H3).

A normatividade dos grupos foi medida através do grupo de questões do item 5.10 do módulo 5, de resposta dicotómica, referentes à prática, pelo grupo, de comportamentos como o uso de substâncias (5.10.a), roubo (5.10.b e 5.10.c), ameaça e coação (5.10.d) e ofensas à integridade física (5.10.e). Consideram-se normativos os grupos cujo comportamento identificado pelos respondentes regista zero comportamentos delinquentes; consideram-se não normativos os grupos relativamente aos quais foram atribuídos um ou mais comportamentos delinquentes.

O tipo de comportamentos delinquentes do grupo de pares foi avaliado através das questões do item 5.10 do módulo 5. Tendo como referência a Código Penal Português, estes itens foram categorizados em dois tipos: Crimes contra a Propriedade (5.10.b e 5.10.c) e Crimes

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contra a Pessoa (5.10.d e 5.10.e), tendo-se procedido à soma da variedade de comportamentos evidenciados pelo participante, em cada categoria.

A frequência dos comportamentos delinquentes dos jovens foi avaliada através das questões de resposta numérica do módulo 7, referentes à prática de comportamentos de vandalismo, roubo, violência, venda de substâncias estupefacientes e crueldade animal, tendo-se procedido à soma dos comportamentos evidenciados pelo participante em todas as respostas deste módulo.

O tipo de comportamentos delinquentes dos jovens foi medido através das questões do módulo 7. Tendo como referência a Código Penal Português, estes itens foram categorizados em dois tipos: Crimes contra a Propriedade (7.1.1 a 7.1.9) e Crimes contra a Pessoa (7.1.11 e 7.1.12). Para esta análise foram excluídos os itens 7.1.10, 7.1.13, 7.1.14 e 7.1.15., referentes a porte de arma ilegal, downloading ilegal, venda de estupefacientes e crueldade animal.

A gravidade dos comportamentos delinquentes dos jovens foi avaliada a partir das questões do módulo 7. Tendo como referência Enzmann (2013) definiram-se duas categorias: ofensas de menor gravidade (itens 7.1.1, 7.1.2, 7.1.3, 7.1.8, 7.1.10 e 7.1.11) e ofensas graves (itens 7.1.4, 7.1.5, 7.1.6, 7.1.7 e 7.1.12). Para esta análise foram excluídos os itens 7.1.9, 7.1.13, 7.1.14 e 7.1.15, referentes a furto, downloading ilegal, venda de estupefacientes e crueldade animal.

Resultados

(não) Normatividade do comportamento do grupo de pares e comportamento delinquente dos jovens

Considerando que a VD comportamento delinquente dos jovens não segue uma distribuição normal, não estão reunidos os pressupostos para a utilização de estatísticas paramétricas, pelo que se optou pelo teste de Mann-Whitney para comparação de grupos independentes.

Quando se compara a frequência de comportamentos delinquentes dos jovens em função da normatividade do seu grupo de pares, verifica-se a existência de diferenças significativas entre a média de comportamentos delinquentes dos jovens cujos grupos de pares são normativos e aqueles cujos grupos são não normativos (U = 343.50, p < .001), tendo os primeiros uma média de comportamentos delinquentes menor do que os últimos.

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(não) Normatividade do comportamento do grupo de pares e frequência do comportamento delinquente grave dos jovens

Considerando que a VD comportamento delinquente dos jovens não segue uma distribuição normal, não estão reunidos os pressupostos para a utilização de estatísticas paramétricas, pelo que se optou pelo teste de Mann-Whitney para comparação de grupos independentes.

Quando se compara a frequência do comportamento delinquente grave dos jovens conforme o seu grupos de pares é normativo ou não normativo, verifica-se a existência de diferenças significativas (U = 471.50, p < .001). Os jovens cujos grupos de pares são não normativos apresentam uma média de comportamentos delinquentes mais graves superior aos jovens cujos grupos de pares são normativos.

Os comportamentos delinquentes do grupo de pares como preditores dos comportamentos delinquentes dos jovens

Para averiguar se o tipo de comportamentos delinquentes perpetrado pelo grupo de pares constitui um preditor do tipo de comportamentos delinquentes perpetrados pelos jovens, foram realizadas três regressões logísticas binomiais. As análises seguiram três modelos específicos:

1) VI – Tipos de comportamento do grupo de pares (Crimes Contra a Propriedade, Crimes Contra a Pessoa, Ambos ou Nenhum); VD – Tipo de Comportamento do jovem (Crimes Contra a Pessoa).

Neste caso, o modelo explicou 12.8% (R2 de Nagelkerke) da variância da variável dependente, apresentando os seguintes resultados específicos:

 Os jovens cujos grupos de pares cometem crimes contra a pessoa, têm 7.30 vezes mais probabilidade de cometer crimes contra a pessoa.

 Os jovens cujos grupos de pares cometem crimes contra a propriedade têm 2.76 vezes mais probabilidades de cometer crimes contra a pessoa.

 Os jovens cujos grupos de pares cometem ambos os tipos de crimes têm 10.52 vezes mais probabilidade de cometer crimes contra a pessoa.

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2) VI - Tipos de comportamento do grupo de pares (Crimes Contra a Propriedade, Crimes

Contra a Pessoa, Ambos ou Nenhum); VD – Tipo de Comportamento do jovem (Crimes Contra a Propriedade).

Neste caso, o modelo explicou 13.8% (R2 de Nagelkerke) da variância da variável dependente, apresentando os seguintes resultados específicos:

 Os jovens cujos grupos de pares cometem crimes contra a pessoa, têm 2.37 vezes mais probabilidade de cometer crimes contra a propriedade.

 Os jovens cujos grupos de pares cometem crimes contra a propriedade têm 3.47 vezes mais probabilidades de cometer crimes contra a propriedade.

 Os jovens cujos grupos de pares cometem ambos os tipos de crimes têm 11.05 vezes mais probabilidade de cometer crimes contra a propriedade.

3) VI - Tipos de comportamento do grupo de pares (Crimes Contra a Propriedade, Crimes

Contra a Pessoa, Ambos ou Nenhum); VD – Tipo de Comportamento do jovem (Crimes Contra a Propriedade e Crimes Contra a Pessoa).

Neste caso, o modelo explicou 15.5% (R2 de Nagelkerke) da variância da variável dependente, apresentando os seguintes resultados específicos:

 Os jovens cujos grupos de pares cometem crimes contra a pessoa, têm 6.86 vezes mais probabilidade de cometer ambos os tipos de crime.

 Os jovens cujos grupos de pares cometem crimes contra a propriedade têm 3.77 vezes mais probabilidades de cometer ambos os tipos de crime.

 Os jovens cujos grupos de pares cometem ambos os tipos de crimes têm 16.17 vezes mais probabilidade de cometer ambos os tipos de crime.

Discussão

O presente estudo procurou averiguar se os comportamentos do grupo de pares têm implicações na frequência, gravidade e qualidade do comportamento delinquente dos jovens.

Os modelos teóricos realçam a influência do grupo de pares no comportamento dos jovens, nomeadamente na sua forma de pensar e agir, através da experiência e observação dos comportamentos do grupo de pares, eventualmente delinquentes (Sutherland, 1993). A

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influência da exposição a grupos de pares normativos e não normativos é central para a teoria da associação diferencial de Sutherland (1993), a qual sugere que a rede relacional dos indivíduos permite uma exposição a comportamentos normativos e não normativos, que por

sua vez, moldarão a influência dos grupos de pares nos comportamentos individuais. Esta

associação a estruturas sociais não normativas poderá influenciar o comportamento dos jovens no sentido da delinquência (Hirshi, 1969).

Pretendeu-se assim perceber se o comportamento do grupo de pares tem influência em três dimensões do comportamento dos jovens, nomeadamente: na frequência, na gravidade e na qualidade do seu comportamento. Verificou-se: 1) uma frequência mais elevada de comportamentos delinquentes nos jovens cujos grupos de pares são não normativos; 2) uma frequência mais elevada de comportamentos graves nos jovens cujos grupos de pares são não normativos; 3) o tipo de comportamentos (Contra a Propriedade e Contra a Pessoa) do grupo de pares, prediz significativamente o comportamento dos jovens nas mesmas categorias.

De acordo com as hipóteses em estudo, foram encontradas diferenças significativas entre os grupos de pares não normativos e normativos ao nível da frequência, gravidade e tipo de comportamentos delinquentes dos jovens, comprovando-se assim a influência na conduta dos jovens dos grupos de pares que praticam comportamentos delinquentes. Conforme Coleman (1990), o comportamento dos membros de um grupo tende a assemelhar-se entre si. A frequência e o tipo de padrões de comportamento a que os jovens estão expostos influencia o seu comportamento (Haynie, 2001).

Os jovens que admitem que os seus amigos são delinquentes tendem a reportar mais comportamentos delinquentes do que os jovens com poucos ou nenhuns amigos delinquentes. Este dado pode ser interpretado à luz da teoria da associação diferencial e da teoria da aprendizagem social em termos do efeito da influência do grupo de pares (Akers, 1998). Os adolescentes estão expostos a definições favoráveis à delinquência e a modelos de comportamento não normativos quando têm grupos de pares delinquentes. Esta exposição, por sua vez, facilitará a adoção de comportamentos também eles delinquentes.

Um estudo longitudinal de Elliott, Huizinga e Ageton (1985) permitiu concluir que a associação a grupos de pares não normativos era um forte preditor da adoção de comportamentos delinquentes por parte dos jovens integrados nesses grupos. Fatores como o comportamento delinquente do grupo de pares, a sua aprovação de comportamentos delinquentes, o tempo passado com o grupo e a pressão por ele exercida no sentido da adoção de comportamentos delinquentes, foram associados com o comportamento delinquente dos jovens (Thornberry, Khron, Farnworth, & Jang, 1994)

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Este estudo deu enfase à associação dos jovens a grupos de pares delinquentes. Em investigações posteriores será importante incluir variáveis de outras relações dos jovens que possam contextualizar melhor a influência do grupo de pares não normativo no comportamento delinquente individual, nomeadamente variáveis como a vinculação aos pais, parceiros românticos e vinculação à escola. Incorporando estes contextos da vida dos jovens poderá também servir para se compreender melhor os fatores de risco e proteção que podem ser associados a intervenções específicas, permitindo reduzir a adoção de comportamentos delinquentes dos jovens (Haynie, 2002).

Ainda, apesar de este estudo ter encontrado associações entre grupos de pares não normativos e comportamentos delinquentes dos jovens, não se incluíram medidas como o autocontrolo ou problemas comportamentais dos jovens em idades mais precoces, que poderiam explicar tanto a adoção de comportamentos delinquentes como a associação a grupos de pares não normativos.

Por outro lado, tendo em conta que o presente estudo também procurou testar as premissas da Teoria do Controlo Social, vários estudos indicam que, apesar de esta teoria não explicar todos os aspetos da influência do grupo de pares no comportamento delinquente dos jovens, estes efeitos ocorrem na realidade, embora se deva ter em consideração a autosseleção (jovens com comportamentos delinquentes são atraídos por situações ou atividades consistentes com o seu comportamento) e a autoprojeção (tendência do jovem para projetar nos outros, seus

amigos, o seu próprio comportamento delinquente)(Matsueda & Anderson, 1998), que, por não

terem sido consideradas neste estudo, são apontadas como sugestão para futuras investigações nesta área.

O presente estudo apresenta algumas limitações, nomeadamente no que respeita à amostra, tendo sido usada uma amostra relativa a uma das três cidades que constituem a amostra de Portugal, referente ao projeto internacional ISRD3, mais propriamente a amostra da cidade de Braga. Contudo esta amostra não é representativa de toda a população juvenil portuguesa, pelo que os resultados que dela derivam não podem ser generalizados ao território português.

Outra limitação poderá prende-se com o facto de os dados usados serem provenientes apenas do autorrelato dos participantes, o que poderá gerar uma sub ou sobre-estimação dos comportamentos delinquentes, gerando respostas que possam não corresponder à realidade. Ainda a evocação de eventos passados poderá ser influenciada por fatores como o esquecimento, que pode conduzir a más interpretações acerca deste tipo de comportamentos, por parte dos participantes (Kirk, 2006).

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Dado que nos sistemas de intervenção atuais (educação, saúde mental, justiça e programas comunitários) a agregação é predominante e de certa forma necessária para lidar com jovens delinquentes, a informação acerca de estratégias de minimização de potenciais efeitos nocivos da influência de grupos de pares desviantes no comportamento dos jovens, tornou-se muito importante (Smith, 2005).

Investigação acerca dos mecanismos da influência dos pares e estudos sobre os componentes de tratamento mais eficazes são o primeiro passo para construir programas de tratamento mais eficazes e menos nocivos. Variáveis como a idade, o género, história de comportamentos desviantes e estatuto social, ou características dos programas como a constituição do grupo, número de pares desviantes ou não desviantes, estrutura e a experiência do terapeuta, têm grandes probabilidades de interagirem em conjunto de forma a influenciar o resultado dos programas interventivos. Há que ter em atenção todas estes processos e variáveis assim como os fatores que estão subjacentes, sob pena de inadvertidamente se causar dano aos mesmos jovens que se está a tentar ajudar (Smith, 2005). Importa, contudo, realçar que os estudos nesta área demonstram que as intervenções mais eficazes são aquelas que são praticadas de forma preventiva e não de forma remediativa, contribuindo significativamente para a manifestação de processos de resiliência e afastamento de comportamentos delinquentes de forma reincidente (Nardi & Dell‟Aglio, 2010).

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