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INSTALAÇÃO DO ESPAÇOPORTO DOS AÇORES E A CONCORRÊNCIA COM ALCÂNTARA

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Academic year: 2021

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INSTALAÇÃO DO ESPAÇOPORTO DOS AÇORES E A CONCORRÊNCIA COM ALCÂNTARA: ESTUDOS, CONSIDERAÇÕES E OS SEUS REFLEXOS PARA O BRASIL

Rui C. Botelho A. S.* Ademir L. Xavier Jr.** RESUMO

O Centro Internacional de Pesquisa do Atlântico (Atlantic International Research Center - AIR) é uma iniciativa de diversos países banhados pelo oceano Atlântico os quais, sob a liderança e patrocínio do Governo de Portugal, têm o arquipélago dos Açores como sua sede. Voltado para coleta de dados e pesquisas inovadoras, fruto da sinergia mar/espaço, o centro prevê o consórcio de diversos países para utilização de suas infraestruturas atuais e futuras de pesquisas com esse foco. Dentre os países considerados pelos organizadores da iniciativa, o Brasil apresenta-se como um importante potencial integrante. No entanto, ainda que, em linhas gerais, seja atrativa para o Brasil participar de tal projeto, a instalação nos Açores de um espaço porto para lançamentos de pequenos satélites, e outros temas correlatos, impacta sobremaneira nas tentativas brasileiras nos últimos anos de se posicionar viavelmente nesse mercado. O presente trabalho analisa a proposta do AIR e tece algumas considerações, levando em conta a potencial concorrência do espaço porto açoriano, em iminência de implantação, com os interesses e os atrasos do Brasil no mesmo tema.

Palavras-chaves: Centro Internacional de Pesquisa do Atlântico. Espaçoporto dos Açores. Veículos Lançadores de pequenos satélites. Centro de Lançamento de Alcântara. New Space.

INSTALLATION OF THE SPACEPORT OF AZORES AND THE COMPETITION WITH ALCÂNTARA: STUDIES, CONSIDERATIONS AND CONSEQUENCES TO BRAZIL ABSTRACT

Atlantic International Research Center - AIR is an initiative of several countries around the Atlantic Ocean, under the leadership of Portugal, headquartered in the Azores archipelago. Focused on data collecting, innovative research and improving sea/space synergy, the AIR Center is a consortium of countries to explore

____________________

* É mestre em mecatrônica pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e expert em Sistemas de Satélites de Navegação Global (GNSS) e aplicações pela Universidade de Beihang (BUAA) — China. Foi Tecnologista Pleno concursado da Agência Espacial Brasileira (AEB) e atualmente leciona em cursos de especialização na área de tecnologia, além de atuar como líder de projetos de TIC em uma empresa pública do Estado da Bahia. E-mail: ruicbs@gmail.com.

** É doutor em física pela UNICAMP. Atualmente é Tecnologista Pleno da Agência Espacial Brasileira (AEB) e atua no acompanhamento de ações e projetos no segmento espacial do Programa Espacial Brasileiro (PEB); E-mail:ademir.junior@aeb.gov.br

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the Atlantic infrastructure and research facilities (current and future) installed by these several countries. Brazil is seeing as an important potential member as well by the consortium representatives. Although the proposal has many advantages to the country, the installation of a spaceport to launch small satellites in the Azores and other related space activities will impact somehow the Brazilian attempts to position itself in this market with new investments in the Alcântara space center. The present work analyzes the proposal of the AIR and makes some considerations, taking into account the potential competition of the Azorean spaceport and putting forward further mitigation actions.

Keywords: Atlantic International Research Center – AIR. Spaceport of Azores. Launch vehicles for small satellites. Alcântara Launch Center. New Space.

INSTALACIÓN DEL PUERTO ESPACIAL DE LAS AZORES Y LA CONCURRENCIA CON ALCÂNTARA: ESTUDIOS, CONSIDERACIONES Y SUS CONSECUENCIAS PARA BRASIL RESUMEN

El Centro Internacional para la Investigación del Atlántico (Atlantic International Research Center - AIR) es una iniciativa de varios países que bordean el Océano Atlántico, que, bajo el liderazgo y el patrocinio del Gobierno de Portugal, tiene las Azores como su sede. Enfocado en la recolección de datos e investigaciones innovadoras, fruto de la sinergia entre el mar y el espacio, el centro prevé el consorcio de diversos países para utilizar sus infraestructuras actuales y futuras de investigación con ese enfoque. Entre los países vislumbrados por los organizadores de la iniciativa, Brasil se presenta como un importante potencial integrante. Sin embargo, aunque, en líneas generales, sea atractivo para Brasil participar de tal proyecto, la instalación en las Azores de instalaciones para lanzamientos de pequeños satélites y otros temas relacionados, impactan sobremanera en los intentos brasileños en los últimos años de posicionarse de modo viable en ese mercado. El presente trabajo analiza la propuesta del AIR y formula algunas consideraciones, teniendo en cuenta la potencial competencia del puerto espacial azoriano en inminencia de implantación con los intereses y la desatención de Brasil en esa temática.

Palabras clave: Centro Internacional de Investigación del Atlántico. Puerto espacial de las Azores. Vehículos lanzadores de pequeños satélites. Centro de Lanzamiento de Alcántara. New Space.

1 INTRODUÇÃO

Com sede no arquipélago dos Açores – Portugal, o Centro de Pesquisa Internacional do Atlântico (Atlantic International Research Center – AIR) é fruto de uma iniciativa de instituições de diversos países banhados pelo Oceano Atlântico,

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liderados por Portugal. Entre eles destacam-se o Canadá, os Estados Unidos, a Irlanda, o Reino Unido, a União Europeia, além de países da África e da América do Sul (AGÊNCIA ESPACIAL BRASILEIRA, 2017; BRASIL et al, 2017). Devido à localização e importância estratégica do Brasil principalmente no Atlântico Sul, a sua participação foi considerada pelos membros constituintes como de grande relevância para a implantação do Centro, inclusive pela infraestrutura e pelas competências no ramo da ciência e tecnologias espaciais e oceanográficas, o que se apresenta como uma grande oportunidade para o País.

Uma minuta de Memorando de Entendimento (Memorandum of Understanding - MoU) para o estabelecimento do Atlantic International Research Center (AIR) (AGÊNCIA ESPACIAL BRASILEIRA, 2017) foi apresentada ao Brasil, bem como outras tratativas foram tomadas para a adesão do país ao AIR, mais intensamente, a partir do final de 2016. Os objetivos principais do MoU são direcionados para estabelecer as bases de uma cooperação internacional para pesquisa e exploração conjunta das potencialidades do oceano Atlântico, tendo foco em dois pontos principais de debates: I) uma nova coleção de dados para pesquisa inovadora; e II) sinergia mar/espaço rumo a uma nova produção e difusão do conhecimento.

Entre os diversos temas abordados no MoU, e em outros documentos técnicos complementares a ele (EUROPEAN COMMISSION, 2013), destacam-se as intenções de se instalar um espaço porto dedicado a lançamentos de micro/nano satélites e a estruturação de todo um ecossistema para a instalação de startups no ramo de veículos lançadores de pequeno porte, de integração de sistemas para pequenos satélites e outras atividades correlatas e complementares. Esse anseio de Portugal visa não só inserir o país como membro mais efetivo do programa espacial europeu, conduzido pela Agência Espacial Europeia, mas, também, como ator no cenário internacional de um mercado em grande expansão, como o de lançamentos de pequenos satélites (FUNDAÇÃO PARA A CIÊNCIA E A TECNOLOGIA, 2016).

Enquanto eventos e negociações para a implantação do AIR e a adesão do Brasil vinham sendo realizadas, publicações postadas em sítios eletrônicos na internet (RIBEIRO, 2018; PORTUGAL Working..., 2018; PORTO EspaciaL..., 2018), nacionais e internacionais, apontavam para medidas tomadas pelo Governo de Portugal para a efetivação da instalação de um espaçoporto na ilha de Santa Maria nos Açores, inclusive com a divulgação, no final do mês de setembro de 2018, de uma Chamada de Interesse Internacional (International Call of Interest) (PORTUGUESE SCIENCE AND TECHNOLOGY FOUNDATION, 2018). Esse cenário revela-se desfavorável e ameaçador para o Brasil, uma vez que o país vem buscando se posicionar para atuar na exploração econômica do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), para lançamentos de veículos lançadores, principalmente os de pequeno porte (RIBEIRO, 2018).

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Atualmente, os termos e as intenções de todos os interessados não são mais privados, sendo esses apresentados no presente documento, com a análise e as considerações reportadas há mais de dois anos (fevereiro de 2017), alertando à gestão da Agência Espacial Brasileira (AEB) sobre o tema (AGÊNCIA ESPACIAL BRASILEIRA, 2017). Entre eles destaca-se a necessidade de se ter aproveitado, de modo geral, a oportunidade ofertada, dado o alto interesse dos portugueses em firmar essa parceria com o Brasil, direcionando, porém, as negociações de modo a evitar ou minimizar a concorrência do futuro espaço porto dos Açores com o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) ou mesmo com o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI).

O presente trabalho é composto por 4 seções, além da introdução. A Seção 2 trata da análise dos documentos de negociação para a implantação do Air Center. Na Seção 3 são tecidas considerações decorrentes da proposta do Air Center e os interesses nacionais no setor espacial. Na Seção 4, traçam-se considerações sobre o espaçoporto dos Açores e suas perspectivas futuras. Por fim, são apresentadas as considerações finais sobre o estudo, além de algumas sugestões para se minimizar os riscos para o Brasil do cenário apresentado.

2 ANÁLISE SOBRE O MEMORANDO DE INTENÇÕES DO AIR CENTER E DOCUMENTOS COMPLEMENTARES

Por ser um documento generalista, o MoU carece de informações técnicas que permitam uma reflexão que extrapole a análise da dimensão de relações internacionais para o domínio técnico da questão. Contudo, no corpo do documento são referenciados outros que trazem subsídios históricos e técnicos que permitem uma compreensão mais detalhada do projeto.

O primeiro documento é a “Declaração de Galway sobre Cooperação no Oceano Atlântico (Galway Statement on Atlantic Ocean Cooperation) (EUROPEAN COMMISSION, 2013). Essa declaração foi assinada, em 24 de maio de 2013, pelos representantes da União Europeia, Canadá e Estados Unidos, quando da execução do evento “Atlântico – Um recurso compartilhado” (The Atlantic – a Shared Resource), ocorrido em Galway, Irlanda. Da leitura desse documento de duas páginas percebe-se que o MoU absorve as principais ideias, considerações e objetivos, mas incorpora-os parcialmente sem o enriquecimento técnico sobre o tema.

O segundo documento é o artigo Rumo a uma agenda Científica e Tecnológica para uma Aproximação Integradora para o Atlântico: mudança climática e sistemas de energia, ciências espaciais e oceânicas, através da cooperação Norte-Sul (Towards a Science and Technology agenda for na integrative approach to the Atlantic: climate Change and Energy Systems, Space and Ocean Sciences, through North-South cooperation–Azores International Research Center (AIR Center)) (FUNDAÇÃO PARA A CIÊNCIA E A TECNOLOGIA, 2016). O documento de outubro

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de 2016 é fruto de uma série de workshops realizada pelos membros originais e promovidos pela Fundação de Ciência e Tecnologia (FCT), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal.

Dada a complexidade do tema e o histórico de informações que estendem o próprio MoU, não houve como se fazer uma análise exaustiva dele. Apesar da extensão e complexidade do assunto, foi possível perceber explicitamente que a ideia é promover Portugal à condição de principal interlocutor do projeto, utilizando a localização e infraestrutura do arquipélago dos Açores para a definição da sede do referido Centro internacional, no conjunto de ilhas, dadas as condições favoráveis em comparação com outros sítios dos demais interlocutores (à época ou potenciais).

Figura 1 - Densidade do tráfego marítimo do Atlântico em 201511

Fonte: MARINE TRAFFIC, 2019 (Adaptado). Disponível em: www.marinetraffic.com

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Ao que pode ser apurado, contra essa premissa não há argumentos, pois, comercialmente, o arquipélago dos Açores está situado entre a Europa e a América do Norte, cerca de 1.400 km da costa de Portugal, sendo uma posição estratégica para as principais rotas comerciais marítimas e aéreas do Atlântico e do mundo, vide figuras 1 e 2.

Na primeira parte do documento da FCT (FUNDAÇÃO PARA A CIÊNCIA E A TECNOLOGIA, 2016) contextualiza-se o oceano Atlântico e sua importância estratégica como via de interligação econômica entre a América do Norte, a Europa, a América do Sul, a América Central e a África; e sobre como a fronteira ainda é pouco explorada/pesquisada em termos de recursos naturais, ecossistemas, biodiversidade e interdependência de atividades humanas.

Ainda de acordo com (FUNDAÇÃO PARA A CIÊNCIA E A TECNOLOGIA, 2016), a busca pelo melhor entendimento do oceano Atlântico poderia beneficiar a pesquisa de mudança climática, que está diretamente associada à dinâmica oceânica e poderia se beneficiar de sistemas de observação e monitoramento baseado em tecnologias espaciais. A combinação de estações em terra e espaciais para obtenção de informações possibilita registro (referência global e gravimetria), avaliação regional do risco costeiro (medição, vulnerabilidade etc.), medição global do nível do mar (clima e ciência de sistemas da Terra), variáveis climáticas essenciais globais, e clima espacial e propagação de sinais (ionosfera, troposfera, cintilação etc.). São apresentados também argumentos para o estabelecimento de estações de pesquisa nas principais ilhas/arquipélagos atlânticos, entre elas Fernando de Noronha, São Pedro e São Paulo do Brasil, todos vinculados ao centro principal nos Açores. Por fim, uma série de argumentos é apresentada para reforçar a condição dos Açores como sede do AIR, destacando a capacidade de integrar multidisciplinarmente as áreas de pesquisas em: Ciências Atmosféricas e Mudanças Climáticas, Sistemas de Energia, Ciências e Tecnologias Oceânicas, Ciências de dados e Ciências e Tecnologias Espaciais.

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Figura 2 - Tráfego aéreo do Atlântico em 2015 (Quantidade de partidas e voos / ano)

Fonte: INTERNATIONAL CIVIL AVIATION ORGANIZATION (ICAO-2014), 2015. (Adaptado).

A segunda parte do documento (FUNDAÇÃO PARA A CIÊNCIA E A TECNOLOGIA, 2016) discorre sobre uma agenda de pesquisa e tecnologia para o AIR dos Açores, que pormenoriza a infraestrutura instalada e o potencial para atender a cada uma das áreas de pesquisa destacadas anteriormente, as quais, juntamente com outras características, consolidam a importância do arquipélago como a opção natural para sediar o Centro. Devido ao excesso de detalhamento e tecnicismo, a exceção dos temas ligados às ciências e tecnologias espaciais, as demais áreas não foram analisadas amiúde.

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Em termos de ciência e tecnologias espaciais, a situação de Portugal como membro da União Europeia fez com que a indústria portuguesa se desenvolvesse vigorosamente nos últimos dezessete anos como 100% exportadora de tecnologias espaciais, graças a sua adesão à Agência Espacial Europeia (European Space Agency - ESA). Resultante disso, a infraestrutura para a área espacial nos Açores apresenta um ecossistema de instalações e equipamentos voltados para a área espacial de alta tecnologia para dar suporte aos programas e serviços do programa espacial europeu, entre os quais se destacam: Estação de Rastreio da Agência Espacial Europeia (ESA); Estação de Sensores da Constelação Galileo (Galileo Sensor Station- GSS); Estação Colaborativa do Programa Copérnico; Estação de Observação da Terra (Earth Observation (EO) Station); e Centro de Controle de Tráfego Aéreo de Portugal (Oceanic FIR).

Considerando essa infraestrutura base e as oportunidades futuras para a exploração espacial mundial e, em particular, o pujante programa espacial europeu, são apresentadas na proposta do documento as seguintes oportunidades de parcerias internacionais de interesse para o Brasil (FUNDAÇÃO PARA A CIÊNCIA E A TECNOLOGIA, 2016):

• Criação do espaçoporto do Atlântico como centro de lançamento para acesso de baixo custo ao espaço, incluindo lançadores para megaconstelações e pequenos satélites;

• Criação de um Centro de Vigilância Atlântico com sede nos Açores para Liderança científica no Atlântico (Norte e Sul) para: monitoramento da pirataria e de atividades ilegais e narcóticas na costa oeste do Golfo da Guiné e África; apoio a atividades de busca e salvamento (SAR) no Atlântico; apoio a missões científicas e a novos esforços econômicos no que diz respeito à plataforma continental portuguesa alargada; realização de pesquisas e testes de Aeronaves Não Tripuladas (UAV – Unmanned Aerial Vehicles) para aplicações marítimas, incluindo um local de implantação de campanhas regionais.

• Instalação de uma estação receptora de satélite em Parnamirim / Natal (Brasil) e nos Açores: implementação de um programa de atualização para as estações terrestres existentes e infraestrutura para apoiar missões espaciais. Através do Centro AIR poderá ser implantada uma nova agenda intergovernamental cooperativa para a coleta de dados por satélite em ambos os países, promovendo uma cobertura por satélite em grande escala, abrangente e em tempo quase real (NRT) do Atlântico Norte e Sul, tropical e subtropical, e do Mediterrâneo Oriental.

• Estabelecimento de instalação para Incubadora da Tecnologia ESA / NASA / Açores. Essa instalação seria caracterizada como um “startup campus” para as empresas NewSpace que são “alto risco, alta recompensa” de um ponto de vista de investimento;

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“monitoramento dos oceanos e a gestão ambiental”. Essa iniciativa proverá informações sobre os estudos das alterações climáticas regionais e globais (monitoramento e previsão do tempo e do clima, séries temporais de temperatura da superfície do mar), altura da superfície do mar e salinidade da superfície do mar, para uma série de domínios de aplicação, tais como o apoio à análise da variabilidade na escala das bacias oceânicas que afetam as atividades de pesca na zona dos açores, e a atualidade e altura das ondas como auxílio no encaminhamento de navios marítimos;

• Estabelecimento das capacidades e dos recursos para assegurar serviços de dados de geoinformação inovadores para a adoção e o reforço da Estratégia Projeto “AtlantOS” 2(da Estratégia Horizon 2020 da UE) e o seu plano de ação, bem como a Estratégia Nacional do Oceanos.

A terceira parte diz respeito à promoção da cooperação internacional Norte-Sul para o conhecimento, a pesquisa e os negócios através do Atlântico. Este objetivo está pautado nos seguintes pontos de possível interesse para o Brasil (FUNDAÇÃO PARA A CIÊNCIA E A TECNOLOGIA, 2016):

• Criar uma Organização Intergovernamental, promovendo a cooperação, enfatizando a “oportunidade única” para conduzir uma cooperação em engenharia de sistemas complexos e ciência por meio de uma abordagem integradora ao clima e à energia, à terra, ao espaço e à pesquisa e ao desenvolvimento técnico-científico e econômico no Oceano Atlântico. Além disso, a proposta destaca as seguintes possíveis vantagens:

 Oferecer um centro de pesquisa em escala global, capaz de atrair cientistas e técnicos de todo o mundo e estimular diferentes formas de colaboração com outros países, bem como entidades públicas ou privadas em uma ampla gama de áreas associadas à pesquisa e educação ou a aplicações comerciais;

 Ser isenta de impostos diretos e indiretos para os seus edifícios oficiais e bens móveis e de direitos aduaneiros para as importações por parte do seu uso oficial;

 As delegações dos Estados-Membros podem ter estatuto diplomático. • Promover o desenvolvimento de uma nova Agenda de Pesquisa do Atlântico

Norte-Sul, motivados pelos seguintes subtópicos:

 Expandindo e complementando o programa AtlantOS para novos horizontes de Cooperação Atlântico Norte-Sul;

 Infraestrutura de Pesquisa Interdisciplinar do Atlântico Norte-Sul;  Caminhos para novas infraestruturas de pesquisa do Atlântico Norte-Sul. • Conhecimento para o Espaço – Espaço para o Conhecimento: uma

oportunidade para cooperação.

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3 O PROJETO DO AIR CENTERE OS INTERESSES NACIONAIS

Considerando a abrangência do MoU e dos documentos que subsidiaram o seu entendimento, é clara a sua importância e relevância para áreas de interesse dos países que margeiam o oceano Atlântico. O AIR na sua concepção é um projeto ambicioso e de incontestável relevância científica e econômica para os países proponentes e os futuros parceiros. Ciente da excepcional oportunidade e da condição favorável que os Açores apresentam para ser sede do AIR, o Governo Português vem investindo fortemente e fomentando sua implantação por meio de uma agenda de reuniões de alto nível e workshops realizados semestralmente (FUNDAÇÃO PARA A CIÊNCIA E A TECNOLOGIA, 2016).

Diante desse cenário, é fácil ver que a entrada do Brasil como membro e participante do centro de pesquisa se apresenta como algo natural, destacando-se positivamente, dentre outras, as seguintes oportunidades:

• Como a proposta já trata como estratégicas para o AIR as instalações e estruturas de pesquisa brasileiras existentes (e potenciais), o Brasil tem um poder de barganha, considerando as regiões de cobertura do CLA, do CLBI e dos Centros de Rastreio de Cuiabá e de Cachoeira Paulista, conforme as figuras 3 e 4;

Figura 3 - Possível agenda de cooperação de rastreio para coleta de dados de satélites

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Figura 4 - Estações de pesquisa identificadas como parceiras potenciais no Atlântico Norte e Sul

Fonte: FUNDAÇÃO PARA A CIÊNCIA E A TECNOLOGIA, 2016 (Adaptado).

• Reforçando o tópico anterior, o documento deixa claro que algumas questões com o Brasil são de fundamental importância para se conseguir trilhar o caminho na direção das novas infraestruturas de pesquisa do Atlântico Norte-Sul. Essas necessidades se mostravam evidentes graças ao mapeamento feito de pontos de sinergia com o Brasil em diversas áreas, conforme o Quadro 1, e a identificação da necessidade de desenvolvimento de uma agenda cooperativa entre o Centro AIR e o Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), para capacitação de jovens estudantes de graduação e pós-graduação, como um fator imperativo para as aspirações científicas e tecnológicas de longo prazo, no sentido de se abordar questões globais em áreas do espaço e de oceano;

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Quadro 1 - Sinergias do AIR Center com o Brasil

Item Sinergias com o Brasil

Ciências Atmosféricas Identificação e modelagem de mecanismos de formação de nuvens Monitoramento do transporte atmosférico de poluentes emitidos na América do Sul e no sul da África ---Mudança Climática Variabilidade biogeoquímica nos trópicos e quantificação de fluxo de CO2 Desenvolvimento e calibração de modelos de mudanças climáticas globais Análise de cenários de mudanças globais: Projeto PNUD3 e Projeto PROBIO4 Sistemas de Energia Conjuntos de dados para modelar e desenhar sistemas sustentáveis de energia: Projeto SONDA5 e Projeto SWERA6 Previsão de ventos: Projeto PREVENTO7 Abertura pública de dados viáveis sobre energia sustentável Ciência e Tecnologia Oceânica Programa de monitoramento da interação oceano e atmosfera oceânica Oceanografia baseada

em satélites Experimento Atlântico carbono

Ciência e Tecnologia Espacial Lançamento e operação de satélites Coleta e processamento de dados de satélites Interoperabilidade entre diferentes sistemas computacionais

Fonte: FUNDAÇÃO PARA A CIÊNCIA E A TECNOLOGIA, 2016 (Adaptado).

3 Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Disponível em: https:// nacoesunidas.org/agencia/pnud/.

4 Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (PROBIO). Disponível em: https://www.mma.gov.br/publicacoes/biodiversidade/category/58-probio-i-serie-biodiversidade.html? download=944:relatorio-de-atividades-do-projeto-de-conservacao-e-utilizacao-sustentavel-da-diversidade-biologica-brasileira-probio-1996-2002&start=20.

5 Rede de dados SONDA do INPE. Disponível em: https://www.cptec.inpe.br/ped/pt. 6 Solar and Wind Energy Resource Assessment (SWERA) - Projeto de avaliação dos recursos de

energia solar e eólica. Disponível em: http://www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=324. 7 Projeto de Previsão Acurada de Vento (PREVENTO): Disponível em: http://ftp.cptec.inpe.br/labren/

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• A importância da iniciativa “Conhecimento para o Espaço - Espaço para o Conhecimento: uma oportunidade para cooperação”, como estratégia para preencher a lacuna de conhecimento entre as pessoas e a ciência espacial, dada sua alta aderência com iniciativas já adotadas pela Agência Espacial Brasileira nesse mesmo sentido, tais como a AEB escola e o Centro Vocacional Tecnológico Espacial (CVT-E). Muito similarmente ao que se pretende com os programas da AEB, a proposta do Centro AIR busca apresentar temas ligados ao espaço na sala de aula e sensibilizar as escolas para a importância da ciência e tecnologias espaciais. Esse alinhamento pode permitir oportunidades para promoção do CVT-E e a exportação do modelo do programa AEB Escola e do CVT-E para outros países.

Apesar da quase totalidade das iniciativas e oportunidades de parcerias do AIR Center se mostraram muito aderentes ao foco da pesquisa e desenvolvimento tecnológico nacional para a área espacial, os seguintes pontos são contrários aos interesses do Brasil, quais sejam:

• A proposta de implantação de um espaçoporto nos Açores para veículos lançadores de baixo custo para satélites de pequeno porte, baseado em parcerias com a indústria internacional, pode colidir frontalmente com os interesses do Brasil. Essa situação cria uma concorrência com o Centro de Lançamento de Alcântara – CLA e de uso dos sítios de lançamento do CLA para parcerias comerciais com a indústria internacional. Cabe destacar que essa proposta parece tecnicamente viável, mas questionável quanto à vantagem em termos de custo, dada posição geográfica da ilha de Santa Maria nos Açores (36º de latitude norte), comparada com Alcântara (2°18’ de latitude sul), por exemplo, ainda que a proximidade com a Europa facilite a logística para os veículos lançadores e das cargas úteis. Nesse sentido, foi recomendado um direcionamento para posicionar o CLA como melhor opção que Açores e, como segunda opção, o CLBI;

• Dada a desfavorável situação econômica nacional atual, com perspectivas de se estender para os próximos anos, é importante destacar que a implantação de estações de monitoramento, antenas e outros elementos de infraestrutura em território continental brasileiro

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e/ou nas suas ilhas oceânicas devem ser custeadas, prioritariamente, pela Comunidade Europeia ou pelo Governo Português ou via ESA, assim como as estações Glonass e Beidou, instaladas recentemente em território nacional, foram patrocinadas, respectivamente, pela Rússia e China (GIELOW, 2018; MILESKI, 2018);

• Destaca-se também o risco legal e operacional para a construção de instalações ou implantação de equipamentos nas ilhas de Fernando de Noronha, São Pedro e São Paulo, por serem reservas ambientais / ecológicas.

4 CONSIDERAÇÕES SOBRE O ESPAÇOPORTO DOS AÇORES E PERSPECTIVAS FUTURAS

A intenção de instalar um espaçoporto na ilha dos Açores por parte do Governo Português não é algo novo e remonta há mais de uma década, pelo menos, principalmente depois que o projeto AIR foi iniciado. A ideia de tal equipamento era aproveitar a proximidade dos Açores do continente europeu, com a possibilidade de vetores de lançamento viáveis. Desse modo haveria facilidade logística associada às condições econômicas e fiscais favoráveis para empresas New Space europeias, com projetos de veículos lançadores de pequeno porte, para cargas úteis de, no máximo, 500 kg em órbitas polares/heliossícronas para altitudes entre 400 e 1000 km (RIBEIRO, 2018).

Além de viabilizar os lançamentos e testes tecnológicos, o projeto pretende propiciar o surgimento e/ou estabelecimento de um polo de startups do setor espacial genuinamente New Space, um segmento não coberto pelo principal centro de lançamento utilizado pela Agência Espacial Europeia (Kourou, Guiana - América do Sul), cerca de 4.500 km de distância dos Açores e mais de 5.600 km do continente europeu. Ainda que o sítio dos Açores (~36º N) tenha considerável desvantagem (cerca 25%)para órbitas altas (geoestacionárias, etc.) ou para cargas muito pesadas em órbitas baixas, em termos de impulso adicional resultante da rotação da Terra, em comparação com Kourou (~5º N), qualquer resíduo de vantagem desaparece quando se trata de órbitas polares / heliossícronas, como é o caso dos lançadores previstos para serem lançados dos Açores.

A promessa de instalação do Espaço porto dos Açores tornou-se mais próxima da realidade quando, em outubro de 2018, o Governo Português, com

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o apoio técnico da ESA, apresentou um chamamento público internacional (International Call for Interest) (PORTUGUESE SCIENCE AND TECHNOLOGY FOUNDATION, 2018) para a apresentação de propostas da iniciativa privada para instalação, operação e manutenção do espaçoporto dos Açores a ser instalado na região de Malbusca, no extremo sul da ilha de Santa Maria (Figura 5). Com a assessoria técnica da ESA, com o aporte de 5 milhões de euros por parte do Governo Português e com uma previsão de mercado que deve alcançar a casa dos bilhões de dólares nos próximos anos (Figura 6), esse chamamento obteve propostas de 14 empresas de oitos países para a sua primeira etapa: Estados Unidos, Rússia, Holanda, França, Itália, Alemanha, Espanha e Portugal (PORTUGAL, 2018).

Figura 5 - Localização da região onde será instalado o Espaçoporto do Açores (Malbusca, Santa Maria) e principais instalações da ilha

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Figura 6 - Previsão do mercado de serviços de microlançadores até 2028 (em bilhões de dólares)

Fonte: MTAEROSPACE, 2018.

Diante de um crescente mercado mundial para lançamentos de microssatélites, esse segmento da indústria e serviços espaciais mundial deve movimentar cerca de 7 bilhões de dólares nos próximos anos. Com vistas às oportunidades de negócios nesse cenário favorável e em resposta a ações promotoras de implantação desse novo sítio de lançamento e da respectiva infraestrutura de suporte de acesso ao espaço, algumas empresas europeias com projetos de veículos lançadores de pequeno porte têm considerado os Açores nos seus planos de ação para os próximos anos, conforme apresentações realizadas no workshop promovido pela ESA em novembro de 2018 (EUROPEAN SPACE AGENCY, 2018). Entre essas empresas que apresentaram estudos nessa área, considerando lançamentos a partir dos Açores, destacam-se: a MT Aerospace8/OHB9; a Deimos/Orbex; a PLD10 Space; e a Ariane

Group.

Segundo os estudos, vislumbra-se uma demanda estimada de 4.000 nano / microssatélites, entre 2018 e 2028. Desse total, 40% estarão na faixa de massa de 1 a 25 kg, 40% se classificarão entre 25 e 60 kg e os 20% restantes se enquadrarão entre 60 e 200 kg. Aproximadamente 75% serão satélites componentes de constelações (MT AEROSPACE, 2018; PLDSPACE, 2018).

Motivados por essa expectativa promissora, as empresas mencionadas apresentaram projetos com diversos níveis de maturidade tecnológica para o segmento de lançamento de pequenos satélites, conforme apresentado no Quadro 2.

8 MT AEROSPACE - Maschinenfabrik Augsburg-NürnbergNeueTechnologie. Empresa de origem alemã, subsidiária da OHB. Disponível em: https://www.mt-aerospace.de/index-en.html.

9 OHB - Otto Hydraulik Bremen. Empresa de origem Alemã. Disponível em: https://www.ohb-system. de/main-company.html.

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Quadro 2 - Comparação dos projetos apresentados no Micro-Launcher Workshop/ESA

Empresa MT Aerospace Deimos / Orbex PLD Space ArianeGroup Veículo MT / Micro-Launcher Prime (Arion2)Miura5 Q@TS Massa da carga

útil (Kg) 100 - 200 150 300 100

Altitude (Km) 700 500 500 ?

Órbita Heliossíncrona (SSO11) Heliossíncrona (SSO) Heliossíncrona (SSO) Heliossíncrona (SSO)

Massa do veículo (Ton) 15 18 32 25 Comprimento (m) 20 19 27 17 Largura (m) 1,6 1,3 1,6 1,8 / 2,5 Estágios 2 ou 3 2 2 ou 3 3 Quantidade de

motores 1 (S1) / 1(S2) / 1 (Kick-Stage) 6 (S1) / 1(S2) 5 (S1) / 1(S2) / 1 (Kick-Stage) 8 (S1) / 2 (S2) / 1 (S3) Propelente LOX / Metano LOX / BioLPG QuerozeneLOX/ HTPB / H2O2

Local de

lançamento Europa / Açores Europa / Açores Kourou / ? ? / ?

TRL12 2 / 3 3 / 4 4 / 5 2 / 3 Tempo estimado de desenvolvimento (Anos) 5 4 4 4 Fonte: AUTORES, 201913.

Independentemente dos projetos dos veículos microlançadores apresentados por cada participante do evento, o fator comum entre todos é a ênfase nas características favoráveis da logística envolvida na operação a partir

11 SSO - Sun SynchronousOrbit (Órbita Heliossíncrona).

12 TRL - Technology Readiness Level (Nível de Maturidade Tecnológica). 13 Dados de diversas fontes, coletados e organizados pelo autor.

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dos Açores, como bem destacado pela Deimos (DEIMOS; ORBEX, 2018), que apresenta o portfólio de foguetes de grande porte (Vega, Soyuz e Ariane) lançados a partir de Kourou, complementado por uma solução de menor porte lançada da Europa. Essa perspectiva é enfatizada em todos os projetos, ainda que melhorias na infraestrutura de estradas, do aeroporto e do porto da ilha de Santa Maria estejam em destaque como apresentado pela Deimos/Orbex (DEIMOS ELECNOR GROUP; ORBEX, 2018).

Em uma visão de custos, a Ariane Group apresenta a meta de cerca de 2 milhões de dólares para o lançamento de 100 kg de carga útil, ou 20.000 dólares por quilograma (Q@TS STUDY..., 2018). No que se refere ao retorno do investimento, a PLD Space estima que com um investimento da ordem dos 70 milhões de dólares (entre 2018 e 2022) e a entrada em operação em 2002, o retorno do investimento poderá ocorrer em pouco mais de 8 anos. Com essa perspectiva, hipoteticamente, o modelo de negócios da PLD Space vislumbra, em 10 anos, atingir um faturamento da ordem de 120 milhões de dólares por ano, com lucro anual na casa dos 25 milhões de dólares.

Em termos de instalação do espaçoporto, os estudos da Deimos Elecnor Group e Orbex (2018) definem regiões circulares concêntricas de segurança no entorno das plataformas de lançamento em Malbusca, com cerca de 600m de raio (área de altíssimo risco), outra com 900m de raio (alto risco) e outra de 1.300m de raio (área de risco moderado), conforme a figura 7. Com essas áreas de segurança definidas, é possível, segundo o estudo da Deimos, realizar lançamentos para órbitas polares, em direção geral sul (setor entre osazimutes ~120º e ~230º), de veículos do porte do Orbex Prime e outros da mesma categoria (vide tabela 2), assim como o próprio veículo nacional em desenvolvimento, o VLM-1, ou o já operacional veículo lançador da empresa RocketLab, o Electron, que possuem características semelhantes aos projetos apresentados anteriormente, conforme o Quadro 3.

Por mais que as instalações e condições de uso do CLA sejam, no presente momento, reconhecidamente superiores às dos Açores (excetuando os aspectos de logística) e que o lançamento a partir de Alcântara seja vantajoso para órbitas altas e equatoriais, é importante reforçar que, para órbitas heliossícronas e/ou polares, essa vantagem não é expressiva. Por esse motivo, considerando ainda que a maioria das missões satélites pequenos e de veículos lançadores de pequenos satélites é concebida para órbitas heliossícronas baixas (SSO/LEO), conclui-se que, no geral, os lançamentos desses dispositivos a partir de Alcântara não seriam tão atrativos, economicamente falando, quando comparados com os planejados para os Açores.

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Figura 7 - Detalhe das áreas de segurança do sítio de lançamento do espaçoporto dos Açores

Fonte: DEIMOS; ORBEX, 2018 (Adaptado).

Quadro 3 - Comparativo VLM-1 x Electron

Empresa / Instituição AIE RocketLab

Veículo VLM-1 Electron

Massa da carga útil (Kg) 150 150–225

Altitude (Km) 300 500

Órbita LEO Heliossíncrona (SSO)

Massa do veículo (Ton) 28 12,5

Comprimento (m) 19,60 17

Largura (m) 1,45 1,2

Estágios 3 3

Quantidade de motores 1 (S1) / 1(S2) / 1 (S3) RP-1/LOX

Propelente Sólido Líquido

Local de lançamento principal Brasil/Alcântara Nova Zelândia / Maha LC-1

TRL 7 / 8 9

Tempo estimado de

desenvolvimento (Anos) 15 10

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Considerando isso, é possível identificar que a vocação natural do CLA é o mercado de veículos lançadores para órbitas equatoriais, médias de baixa inclinação, geoestacionárias / altas. Com essa configuração, em tese, o principal concorrente do CLA não seria o futuro espaço porto dos Açores, mas o Centro de Lançamento de Kourou, na Guiana Francesa, que, com somente 3 graus de diferença da posição do centro de Alcântara com relação ao Equador, já opera plenamente sítios físicos de lançamento voltados para esse perfil de veículos lançadores.

Por outro lado, considerando que o CLBI, em Natal, não pode mais operar foguetes de maior porte por questões de segurança do seu entorno altamente urbanizado, vislumbra-se que, em paralelo às informações sobre as áreas de segurança para o espaço porto dos Açores, seria possível inferir a plausibilidade do lançamento de veículos microlançadores (vide Quadros2 e 3) a partir do referido centro (Figuras 8 e 9). A ideia de lançamentos a partir do CLBI se justifica por dois motivos: a necessidade de um sítio de lançamento reserva para o CLA e a necessidade de se desenvolver um polo para testes de novas tecnologias e serviços para microlançadores, do porte do VLM ou de veículos de sondagem modificados como o VSB-30 (LOUREDA, 2018) ou equivalentes (INATANI; OHTSUKA, 2018).

O mote de um sítio reserva justifica-se adicionalmente pelo fato de que, quando o CLA estiver ativo comercialmente, poderá haver gargalos na disponibilidade de lançamentos, na medida em que campanhas de lançamento ocuparem as instalações de integração e a(s) plataforma(s) de lançamento por vários dias ou até semanas. Por outro lado, a infraestrutura regional, as universidades e centros tecnológicos regionais e a facilidade de acesso ao CLBI, comparados com os do CLA, também proporcionam um ambiente e uma logística mais dinâmica para que os empreendedores, os institutos de pesquisa e a academia, brasileiros ou estrangeiros, possam testar propostas de microlançadores e cubesats/microssatélites até 150kg de massa.

Considerando o mesmo padrão para definição de áreas de segurança idealizado para os Açores (Figura 7) e os aplicado ao CLBI, é possível verificar que o Centro de Parnamirim, Rio Grande do Norte, ainda possui condições satisfatórias para o lançamento (em direção geral leste) de veículos de sondagem e ou veículos microlançadores, conforme a Figura 9.

Essas condições devem-se ao fato de as mesmas regiões circulares (com os mesmos raios) idealizadas para os Açores caírem dentro da área do CLBI, quando aplicadas sobre a área do centro (considerando a mesma escala), excetuando-se a Estrada do Sol (rodovia estadual que fragmentou a área do centro em duas), que poderia ser bloqueada nos dias de lançamento ou mesmo evitada completamente pela criação de uma via alternativa de fluxo que circundasse o perímetro mais exterior da referida unidade. Além disso, as instalações civis mais próximas (no perímetro do Centro) estão a mais de 1.900m da plataforma de lançamento principal. Aplicando essa mesma distância de segurança de 1.900m para os limites

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do setor de lançamento, este poderia ter uma amplitude máxima de 100 graus entre os azimutes de 25º a 135º, aproximadamente.

Figura 8 - Áreas do CLBI e instalações de lançamento

Fonte: AUTORES, 2018.

Evidentemente que essa sugestão de uso de Parnamirim / Natal precisa ser avaliada frente a outros quesitos, pois, quando se trata de questões de segurança, muitos outros fatores devem ser considerados. Em um primeiro momento, apesar de existirem padrões e normatizações internacionais sobre segurança na operação de centros de lançamento, tais como as descritas no documento (INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR THE ADVANCEMENT OF SPACE SAFETY, 2010), as normas nacionais

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podem ser mais rigorosas, de modo a minimizar potenciais riscos inerentes à atividade. Dentre diversos fatores de risco, um dos que mais pode influenciar na definição das áreas de segurança em torno dos locais de lançamento está associado à densidade demográfica populacional, sendo que, no entorno do CLBI, este indicador deve, provavelmente, ser superior em comparação com o dos Açores.

Figura 9 - Detalhe das áreas de segurança idealizadas para o espaçoporto do Açores aplicadas ao CLBI

Fonte: AUTORES, 2018.

Por outro lado, Parnamirim / Natal apresentam uma infraestrutura de transporte (rodovias e acesso ao mar) já plenamente instalada, com a presença de um aeroporto muito próximo de seu centro de lançamento (antigo Aeroporto Augusto Severo), o

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que implicaria menores custos de logística do que o CLA, para um segmento cujo foco é a redução de custos no acesso ao espaço para dispositivos pequenos, com orçamentos muito inferiores aos do mercado lançadores para dispositivos satelitais de grande porte. Além disso, como as cidades são mais populosas, a barreira do Inferno poderia potencializar em muito o turismo na região.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O programa de parceria proposto para adesão do Brasil ao AIR Center é uma iniciativa que vem sendo encabeçada por Portugal à frente de diversos países como o Canadá, os Estados Unidos e outros que são banhados pelo oceano Atlântico. De extrema relevância técnica e científica, apresenta também um grande potencial de desenvolvimento e exploração econômica da região e dos países vizinhos.

A participação do Brasil é de grande interesse para os países envolvidos nessa aliança do Atlântico e configura-se valiosa para o país, não só na área espacial, mas em outros ramos como a oceanografia, a climatologia e em termos de segurança de rotas marítimas, por exemplo. Entretanto, alguns aspectos como a iminente instalação de um espaço porto nas ilhas dos Açores, específico para veículos lançadores de pequeno porte, mostra-se, em um primeiro momento, uma potencial ameaça aos interesses de exploração comercial de lançamentos desde Alcântara, no momento em que o país visa obter as condições legais e técnicas para se inserir nesse mercado promissor.

Considerando que muitas empresas que desenvolvem lançadores para pequenos satélites possuem projetos muito específicos e de pouca escalabilidade da carga útil, a localização comercial e de logística privilegiada do espaçoporto açoriano, pode, em tese, superar as potenciais vantagens de redução de custos de lançamento e de aumento de carga útil decorrentes das localizações latitudinais privilegiadas dos centros brasileiros, mais próximas ao Equador (CLA a 2º S e CLBI a 5,9º S, contra os ~36º N dos Açores), e suas infraestruturas já consolidadas, principalmente quando se refere a órbitas equatoriais, médias ou geoestacionárias.

Além disso, a criação de um ecossistema específico para a instalação de startups no segmento espacial nos Açores, inclusive com incentivos fiscais e diplomáticos, pode reduzir o interesse de empresas estrangeiras em se instalarem em futuros polos tecnológicos no entorno do CLA, no Maranhão, e/ou do CLBI, em Parnamirim, Rio Grande do Norte.

Diante desse cenário, seria interessante e recomendado que os atores envolvidos e responsáveis pelo Programa Espacial Brasileiro (PEB) considerassem ações mais efetivas e proativas, antecipando e minimizando riscos que sejam desfavoráveis aos anseios brasileiros, de modo a viabilizar a entrada do Brasil no mercado bilionário de lançamento de sistemas espaciais. Uma dessas medidas é a revitalização do CLBI, que já tem infraestrutura instalada e que poderia se tornar

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importante polo de atração de investimentos adicionais como centro de lançamento reserva para microlançadores, uma vez reduzidos os riscos da exploração do centro e constatada a maturidade operacional dos lançadores nacionais.

Entre as medidas necessárias, historicamente enfatizadas pela comunidade espacial nacional e reforçadas na “Carta de Foz do Iguaçu” (LOUREDA, 2018), destacam-se, entre outras: a aprovação urgente do Acordo de Salvaguardas pelo Congresso Nacional, a criação de condições para investidores e empresas nacionais e internacionais do setor espacial, a revitalização e reestruturação do PEB e investimentos na infraestrutura do CLA e do CLBI e dos seus em tornos.

REFERÊNCIAS

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Recebido em: 18 fev. 2019. Aceito em: 30 out. 2019.

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Figura 1 - Densidade do tráfego marítimo do Atlântico em 2015 11
Figura 2 - Tráfego aéreo do Atlântico em 2015 (Quantidade de partidas e voos / ano)
Figura 3 - Possível agenda de cooperação de rastreio para coleta de dados de  satélites
Figura 4 - Estações de pesquisa identificadas como parceiras potenciais no  Atlântico Norte e Sul
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Referências

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