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ATLAS DIGITAL DE MORFOLOGIA COMPARADA: UMA FERRA-MENTA COMPLEMENTAR AO ENSINO DE HISTOLOGIA E HISTO-PATOLOGIA

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Academic year: 2020

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ISSN 2179-5037

ATLAS DIGITAL DE MORFOLOGIA COMPARADA: UMA

FERRA-MENTA COMPLEFERRA-MENTAR AO ENSINO DE HISTOLOGIA E

HISTO-PATOLOGIA

Carlos Henrique de Freitas Burity1 Sergian Vianna Cardozo2

RESUMO: O objetivo do presente trabalho foi estruturar um atlas de morfologia comparada digital e disponibilizá-lo, como ferramenta digital complementar de auxílio ao estudo dos alunos, junto ao portal acadêmico da Universidade, facilitando o ensi-no e aprendizagem nas áreas de morfologia. Avaliou-se por meio de grupos compa-rativos o desempenho dos alunos nas disciplinas relacionadas, de 2009 a 2012, utili-zando-se os parâmetros: alunos abaixo da média e o índice de reprovação. Os re-sultados demonstraram boa aceitação do Atlas Digital como ferramenta de auxílio à aprendizagem, nas disciplinas, melhorando o rendimento dos alunos e uma diminui-ção no índice de reprovadiminui-ção. Comprovamos que com ferramentas tecnológicas é possível ofertar um complemento ao estudo de conteúdos de histologia e histopato-logia, impactando no rendimento dos acadêmicos.

Palavras-chave: Atlas digital; Educação; Histologia; Patologia.

Digital atlas of comparative morphology: a complementary tool for

teaching histology and histopathology

ABSTRACT: The aim of this study was to design a digital atlas of comparative mor-phology and to offer it as a complementary digital tool to aid student studies, along with the academic portal of the University and, thereby, facilitate teaching and

1Doutorado em Biologia (Biociências Nucleares) pela Universidade do Estado do Rio de

Janei-ro.Professor Adjunto Doutor I da Universidade do Grande Rio, Brasil. cburity@unigranrio.com.br

2Doutorado em Patologia pela Universidade Federal Fluminense; Coordenador de Pós-Graduação

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ing in the areas of morphology. It was evaluated by comparing the performance of groups students in related disciplines, from 2009 to 2012, using these parameters: below-average students and failure rates. The results demonstrate that the Digital Atlas was favorably received as a learning aid in these disciplines, improving student performance and decreasing failure rates. We proved that technological tools can complement the study of histological and histopathological content, thus impacting student performance.

Keywords: Digital atlas, Education, Histology, Pathology.

INTRODUÇÃO

As disciplinas de Histologia e Patologia representam um componente chave para formação acadêmica da área de saúde, servindo tanto como uma ponte entre as ciências básicas e a prática clínica/diagnóstica, quanto como referência funda-mental para pesquisa básica. Estas disciplinas, devido à necessidade da interação entre os conhecimentos teóricos e práticos, tradicionalmente, são oferecidas aos acadêmicos através de uma combinação de exposições de peças macroscópicas e lâminas microscópicas (NEVES et al., 2008).

Um problema, aparentemente generalizado nas escolas de saúde, é a per-cepção que a aprendizagem em Histologia e Patologia é bastante dificultada, uma vez que há a necessidade do aluno extrapolar os conhecimentos obtidos na teoria para a prática.

A incorporação dos computadores e da internet no ensino de graduação na área de saúde vem sendo progressivamente estimulada (WFME, 1998). Mas a falta de integração com outras formas de ensino/aprendizado tradicionalmente utilizadas e a resistência cultural dos alunos e professores são fatores que podem prejudicar a introdução de novas tecnologias de ensino (COELI et al., 2004).

O acesso à Internet e o número de computadores no país continua aumen-tando. Desde as pesquisas realizadas pelo IBGE, em parceria com o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.Br), em 2005, atingimos 54 milhões de usuários de Inter-net, e o equipamento já figura em 25% dos domicílios brasileiros (SANTOS, 2009). As principais barreiras para o uso da internet perpassam pela falta de habilidade em

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61% dos entrevistados, bem como o não uso em seu domicílio (29%). Em decorrên-cia disto, os centros de acesso pago (lanhouse) continuam sendo os locais preferi-dos para o acesso à Internet no Brasil, principalmente entre os jovens e os de menor renda (SANTOS, 2009).

Neste sentido, precisamos estar atentos ao desenvolvimento de Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC, buscando políticas de enfrentamento a esta realidade e a inclusão de novas ferramentas de ensino e aprendizagem como os atlas eletrônicos, com vistas a popularizar o acesso, bem como diversificar a abor-dagem desses conteúdos. Segundo Santos (2009), a faixa etária entre 15 e 24 anos concentra a maior parte dos internautas brasileiros. Este cenário alicerça a iniciativa de dispormos tal estudo, levando a esses jovens a oportunidade de acessarem essa ferramenta para estudo diário.

Gomes (2003) apontava que através da internet os acadêmicos e/ou interes-sados podiam dispor de farto material, tais como bibliotecas, portais de periódicos eletrônicos de acesso gratuito, voltados prioritariamente para a área Médica, e de maior acessibilidade pela gratuidade de um dos maiores leitores de documentos no formato PDF (Portable Document Format), o Acrobat Reader (Adobe Systems

Incor-porated). Mesmo assim, esse autor, à época não divulgava em seu artigo nenhum

atlas de histologia ou patologia. Contudo, quatro anos mais tarde, o mesmo autor, divulga a ocorrência de uma boa fonte de acesso aos acadêmicos que buscam

es-tudar o conteúdo prático de histologia, no site:

http://www.danielbranco.com.br/atlasi/atlas.html (GOMES, 2007).

Nesse site, os autores Daniel de Moraes Branco e Roberto Lodeiro Müller, acadêmicos da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 1995, já destacavam que seus colegas tinham a dificuldade de estudar o conteúdo prático das disciplinas desta área. Assim, ou permaneciam no laboratório em horário vago ou levavam a caixa de lâmina para seu domicílio, e em grupo, buscavam estudar em um microscópio, de difícil aquisição. Deste então, seu

site se tornou uma referência para os acadêmicos, com a possibilidade de navegar

pelas diferentes fotomicrografias e textos, referenciados por autores famosos e seus orientadores à época: Sônia Maria Lauer de Garcia e José Valdeni de Lima.

Ao final da década, aliar conteúdo com fotomicrografias, em ambiente virtual, já não parece uma proposta utópica. Barcelos et al., (2008) já discutem o atlas digital

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como recurso de apoio ao ensino de Histologia no nível superior. Neste estudo, os autores concluem a importância de se aliar as imagens com o ambiente virtual em paralelo com as aulas e a reflexão de qualificação do ensino de ciências da saúde.

O modelo de Atlas, proposto por Bachettini (2013), Atlas de Histologia Médi-ca, usando a experiência da Universidade Católica de Pelotas, denota a realidade e as perspectivas futuras, conforme sua apresentação da ferramenta:

“Em virtude da evolução dos meios de comunicação, tornou-se possível propor-cionar aos alunos um método de estudo à distância, muito utilizado por diversas universidades, a fim de complementar o trabalho desenvolvido no sistema pre-sencial. Cabe ressaltar que de maneira alguma o Atlas digital pode

substitu-ir o trabalho realizado em sala de aula, ou mesmo descartar a leitura

comple-mentar de livros textos, pois o Atlas apresenta apenas legendas relativas às i-magens [...]” (BACHETTINI, 2013, p1, Grifo nosso).

Mesmo sabendo que tal iniciativa vem permeando o espaço virtual na rede, Leite et al., (2010), conclui e ratifica o grifo acima.

“O Atlas de Histologia Sistemática desenvolvido ajudará os alunos numa melhor compreensão da disciplina, servindo como complemento nos estudos, aju-dando nas análises das lâminas referentes a cada sistema estudado” (LEITE, et

al., 2010, p19, Grifo nosso).

Assim sendo, o objetivo do presente trabalho foi estruturar um atlas de mor-fologia comparada digital e dispor junto ao portal acadêmico da Universidade, facili-tando o ensino e aprendizagem nas áreas de morfologia (histologia e histopatologia), além de incentivar o aluno ao estudo, por meio deste recurso eletrônico.

MATERIAL E MÉTODOS

Local do estudo

Os procedimentos de histotécnica foram desenvolvidos no Laboratório de Morfologia e Morfometria localizado no Campus I (Duque de Caxias, RJ) da Univer-sidade do Grande Rio (UNIGRANRIO).

Obtenção das amostras teciduais

Foram utilizadas amostras de órgãos e tecidos, oriundas de animais necrop-siados, cedidas da Clínica Veterinária Escola da Universidade, Centro de Primatolo-gia do Rio de Janeiro ou da Fundação Rio-Zoo, inferindo sobre possíveis relações cronológicas, sexuais, sociais e morfométricas.

Para o estudo microscópico, os fragmentos passaram pela clivagem, a fim de garantir uma melhor fixação pelo formol tamponado a 10%, diminuindo, assim, as

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chances de autólise por atividade enzimática das células. Passado o tempo de fixa-ção os fragmentos foram preparados por técnicas de rotina histológica, de acordo com Lillie e Fulmer (1976).

Captura de Imagens

As fotomicrografias foram obtidas a partir de lâminas histológicas e histopa-tológicas obtidas após o procedimento histotécnico, e digitalizadas através do siste-ma de isiste-magem existente no Laboratório de Morfologia e Morfometria da Universida-de (Fig. 1).

Figura 1: Equipamentos utilizados na captura das fotomicrografias (Microscópio Ni-kon Eclipse E200; Câmera Moticam 1000; Computador PC com monitor de 22”).

Portal acadêmico da Universidade

Para facilitar a rotina acadêmica de alunos e professores, a Universidade disponibiliza, na internet, seu Portal Acadêmico com vários serviços on-line. O acdêmico pode fazer consultas e ter acesso a diferentes funcionalidades, além de a-cessar serviços on-line, tais como: Biblioteca, Revistas Eletrônicas, Blogs e Secreta-ria Acadêmica.

Através do portal o gestor acadêmico é capaz de monitorar o desempenho dos alunos e imputar várias inferências, uma delas é o percentual de alunos abaixo da média e o índice de reprovação, aqui usados.

Foram escolhidas duas disciplinas de cursos da área da saúde com vistas a ilustrarmos os resultados obtidos com a utilização do Atlas Digital de Morfologia Comparada: Elementos de Morfologia Comparada, do Curso de Ciências Biológicas, e Processos Patológicos, do Curso de Enfermagem. Tais cursos são os maiores em número de alunos, da Escola de Ciências da Saúde da Universidade.

Foram utilizados como ponto de corte os anos de 2009 a 2012, tanto o se-gundo quanto o primeiro semestres, com vistas a obter os resultados antes e depois

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da divulgação do Atlas. Optou-se por não computar o intervalo entre o segundo se-mestre de 2010 e o primeiro de 2011, com vistas a reduzir o viés do período de im-plantação, bem como para facilitar as comparações entre semestres.

Os Serviços de análise de tráfego foram obtidos através do Google

Analy-tics©, fornecidos pelo Google Inc. (“Google”), localizado em 1600 Amphitheatre

Parkway, Mountain View, CA 94043, Estados Unidos. O Google Analytics© é criado

a partir de uma plataforma de relatórios, que permite avaliar as informações atuali-zadas sobre os visitantes, e saber como e quando usam o Atlas de Morfologia Com-parada Digital.

Vale destacar que a tecnologia utilizada na estrutura e apresentação do por-tal é pautada na política de software livre – OpenCMS (Alkacon Software). Ferra-menta profissional, de fácil uso como sistema de manejo de conteúdo em website, criando e mantendo websites rápidos e de maneira eficiente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Montagem do Atlas Digital

Após a confecção das lâminas de microscopia, do registro das fotomicrogra-fias, da preparação dos textos, dos dísticos e das legendas, foi obtido o produto: A-tlas Digital de Morfologia Comparada.

Todo o material e a criação dos templates do atlas foram realizados em par-ceria com os profissionais do DTI e Marketing da Unigranrio, que podem ser aces-sados através da página de entrada: http://www.unigranrio.br/atlas-mofologia-comparada/index.html (Fig. 2).

Figura 2: Capa da página de entrada do Atlas de Morfologia Comparada Digital.

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nas imagens circulares clicáveis. Estas se manterão como cabeçalho, facilitando a navegação, e abaixo abrirá uma página com uma sinopse, contextualizando o aluno no tema a ser estudado e expondo as miniaturas das fotomicrografias. Ao clicar so-bre a fotomicrografia, esta se amplia, usando-se recurso de flash (Adobe Systems

Incorporated), mostrando-se os dísticos com a legenda autoexplicativa. É possível

também avançar ou retroceder as fotomicrografias, usando-se os botões “Prev” –

Previous (anterior) e o botão “Next” (seguinte) ou “Close” (fechar) para retornar ao

tema, conforme a Fig. 3 (A e B). Em se tratando das principais patologias, estas tive-ram um arranjo diferenciado, organizando-as em categorias e dispostas em uma ú-nica coluna.

Figura 3: Detalhe das fotomicrografias, normal (A) e patológica (B) podendo-se in-tercambiar entre as anteriores ou próximas.

Desta maneira, fizemos uma abordagem diferente do apresentando por Bar-cellos et al., (2008), Bachettini (2013) e Leite et al., (2010), onde apenas as fotomi-crografias são apresentadas, com pequenas legendas. Assim sendo, pautados em experiência anterior, se faz necessário contextualizar, associar ao plano de ensino da disciplina e verificar a retenção dos conteúdos.

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Outra abordagem pode ser vista em Neves et al., (2008), com o uso de ma-terial didático complementar de patologia, através de uma mídia, fornecida aos alu-nos. Contudo, um fator limitante desta abordagem reside no fato da dependência de

hardware para efetuar a leitura da mídia, o que de certa maneira restringe o acesso,

ao invés de franqueá-lo através de dispositivos digitais, como smartphones e tablets, que podem acessar a internet gratuitamente em hotspots. Além disto, as lanhouses que são pontos de acesso à tecnologia, habitualmente não dispõem de tais

hardwa-res, dando preferências às entradas USB, para conexão com os dispositivos digitais

mais atuais.

Visitas e visitantes – Google Analytics©

Os resultados obtidos com o Google Analytics© referem-se ao período de abril de 2011 (implantação da ferramenta) até setembro de 2012, perfazendo um total de 17 meses. Neste período foram registradas 19.558 visitas, com 14.745 visi-tantes, em um total de 39.234 visualizações de página, com um tempo médio de permanência de 01m32s (Fig. 4).

Figura 4: Output do Google Analytics© para o período anotado, mostrando a visão geral das visitas, com número de visitas mensais e a duração média das visitas por mês.

Como o Atlas em essência é grafado e publicado em português, os visitantes se concentram, em sua maioria, nas Américas (96,15%). Entretanto, 2,25% são Eu-ropeus, 0,46% Africanos, provavelmente amparados em colonização pelo mesmo idioma. O percentual restante (1,14%), nas demais regiões.

Na América Latina, os países mais acessados, fora o Brasil (99,2%) são: Bo-lívia, Argentina e Colômbia, respectivamente.

Os visitantes brasileiros se concentram na região sudeste (55,69%), segui-dos pelo nordeste (10,24%) e a região sul (10,03%) o percentual restante, espalhado pelo território nacional.

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Do total de visitantes no período, pode-se observar que o Atlas conta com uma taxa de 24,68% de visitantes que retornam ao sítio da internet. A Fig. 5 apre-senta o comportamento das visitas em relação ao total, novas e recorrentes, indi-cando a manutenção destes últimos em número ao longo do período e elevando-se quando comparados os anos de 2011 e 2012.

Figura 5: Output do Google Analytics© para o período anotado, mostrando a visão geral do total de visitas, os novos visitantes e os visitantes recorrentes, assim como o percentual destes.

Com o sistema adotado do Google Analytics© é passível avaliar a tendência de tecnologia, para as quais devemos focar o Atlas. Assim sendo, no que tange os dispositivos móveis, cerca de 600 visitas, do total, já foram realizadas através do uso de celulares (smartphones) e tablets, conforme mostra a Fig. 6. Os tablets só figu-ram a partir de outubro de 2011, acompanhando a tendência de visitas dos

smart-phones, mas ainda menor em número. Assim sendo, o mês de fevereiro de 2012 já

demonstra uma elevação em tais acessos.

Além dos equipamentos de mobilidade, as redes sociais também vêm figu-rando com meio de disseminação e acesso à ferramenta desenvolvida. A partir do mês de setembro de 2011 as visitas através de redes sociais já começam a ser re-gistradas, tendo o seu pico no mês de setembro de 2012, e já contribuem com 445 acessos, sendo 440 oriundas do facebook© (Fig. 7).

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Figura 6: Output do Google Analytics© para o período anotado, mostrando a visão geral das visitas que usam dispositivos móveis para acessar o Atlas, assim como o percentual de tráfego em relação ao total de visitas.

Figura 7: Output do Google Analytics© para o período anotado, mostrando as visitas oriundas das redes sociais, em comparação com as visitas totais ao Atlas.

Apesar do Google Analytics© estar disponível desde 2005, os demais arti-gos publicados e consultados para este estudo (NEVES et al., 2008; BARCELLOS et

al., 2008; LEITE et al., 2010; BACHETTINI, 2013) não fizeram uso, o que de certa

maneira dificulta maiores comparações. No entanto, fica claro que o aluno que faz uso do atlas, ainda é, em sua maioria, aquele matriculado na disciplina em oferta na Universidade, daí uma baixa retenção, pois a cada semestre este público varia, as-sim como há uma queda nos acessos nos períodos de férias (dezembro, janeiro e julho). Fica claro, através dos resultados obtidos, que há uma tendência para o uso de dispositivos digitais e de redes sociais para o acesso ao Atlas.

Desempenho dos Acadêmicos nas disciplinas

Ao avaliar o impacto no desempenho dos alunos, medido pelo percentual de notas auferidas abaixo da média, em cada avaliação e o índice de reprovação (I.R.) aplicado ao final do semestre, percebe-se que: o segundo semestre de 2009 (antes do uso do Atlas) e o segundo semestre de 2011 (após o uso do Atlas), ambas as

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disciplinas apresentaram melhora expressiva. Contudo, ao compararmos os primei-ros semestres de 2010 (antes do uso do Atlas) e de 2012 (após o uso do Atlas), a-penas a disciplina de Processos Patológicos mostrou um resultado mais expressivo (Fig. 8). Tal resultado em relação ao conteúdo de morfologia comparada pode ser explicado de certa maneira pela característica desta disciplina, onde são abordados outros conteúdos de embriologia e anatomia, não contemplados no Atlas.

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Figura 8: Gráficos comparativos do desempenho dos acadêmicos de Biologia (Mor-fologia Comparada) e Enfermagem (Processo Patológico), em dois semestres antes e após a implantação do Atlas Digital. AV1, AV2 e AVS são os conjuntos de avalia-ções aplicadas ao longo de um semestre e I.R. é o índice de reprovação aplicado para a disciplina no semestre.

Neves et al. (2008), ao adotarem como recurso adicional de estudo em Pato-logia Geral um CD-ROM contendo arquivos de conhecimentos teóricos e imagens microscópicas, observaram uma elevada aceitação dos alunos a esta ferramenta adicional de estudo, assim como um melhor rendimento na disciplina de Patologia Geral, corroborando com os dados apresentados no presente trabalho. Entretanto, o uso de CD-ROM apresenta a limitação do uso de um hardware, que é o leitor, com interface em um computador. Neste sentido, optamos pela estrutura com base no servidor, usando-se o programa de preferência do usuário na internet, facilitando o acesso com qualquer dispositivo digital, que possua acesso à internet, e até mesmo por acesso gratuito em hotspot em locais públicos. Contudo, é consenso que estes instrumentos adicionais auxiliam no processo de ensino aprendizagem, mas não substituem as aulas práticas convencionais com a manipulação in loco do microscó-pio, tampouco norteiam para uma redução das aulas teóricas com professores es-pecialistas, com competência, habilidade e principalmente vivência nesta área de atuação (DICK, 2000; LUNDIN et al., 2004; KUMAR et al., 2004; SANTA-ROSA & STRUCHINER, 2011).

Tais resultados demonstram uma boa aceitação do Atlas Digital como ferra-menta de auxílio à aprendizagem, tanto na disciplina de Processos Patológicos, quanto na de Morfologia Comparada, favorecendo um melhor rendimento dos alunos e, consequentemente, uma diminuição considerável no índice de reprovação. Bem

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como reduz o viés da dificuldade de uso dos equipamentos, indicação frequente dos acadêmicos, quanto a possíveis insucessos no rendimento, nas avaliações das dis-ciplinas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Comprovamos, através deste estudo, que com ferramentas tecnológicas é possível ofertar um complemento ao estudo de conteúdos de histologia e histopato-logia, a baixo custo de produção (ferramentas de software livre ou gratuito), de a-cesso livre aos alunos, com boa relação custo/benefício em investimento em

hard-ware.

O uso do Atlas Digital apresenta vantagens sobre a manipulação de laminá-rio e microscópios, bem como sobre o uso de espaço físico de laboratólaminá-rio e quantita-tivo destes recursos para atender aos diferentes alunos, das diferentes turmas nes-tas disciplinas.

Como já concluído por outros autores, com ferramentas didáticas correlatas, o Atlas não exclui a necessidade de aulas presenciais e de outros recursos didáticos e bibliográficos, sendo, assim, um coadjuvante importante na atual relação ensino aprendizagem das disciplinas de histologia e histopatologia, representando um ga-nho na formação dos acadêmicos.

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Recebido em 20/06/2014. Aceito em 09/08/2014.

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Figura 1: Equipamentos  utilizados na captura das fotomicrografias (Microscópio Ni- Ni-kon Eclipse E200; Câmera Moticam 1000; Computador PC com monitor de 22”)
Figura 2: Capa da página de entrada do Atlas de Morfologia Comparada Digital.
Figura  3:  Detalhe  das  fotomicrografias,  normal  (A)  e  patológica (B)  podendo-se in- in-tercambiar entre as anteriores ou próximas
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