As condições de trabalho na escola e as novas demandas educacionais como fatores responsáveis pelo adoecimento docente – uma experiência numa escola da
rede municipal de São Paulo 1
Vera Lúcia Maria dos Santos
Resumo
Este artigo interessa-se por levantar as relações existentes entre as condições de trabalho na escola e as novas demandas educacionais como fatores responsáveis pelo adoecimento docente. Para tal, teve como fonte de pesquisa uma escola da rede municipal a qual, por questões éticas, não teve seu nome revelado. A coleta de dados deu-se de forma qualitativa, cuja participação voluntária dos docentes foi feita por meio de questionários, para análise e confronto com dados oficiais e trabalhos sobre o tema. Para efeito de contabilização dos dados, restringiu-se a pesquisa aos anos de 2006 e 2007.
Palavras-chave: Trabalho docente, condições de trabalho, adoecimento, mal-estar docente.
Introdução
O presente estudo nasceu de inquietações levantadas em conversas
informais entre professores e em cada um dos problemas vividos na escola: o
profissional docente está doente, é fato, mas qual a relação existente entre as novas
exigências educacionais, redefinindo um novo papel para o professor, bem como às
atuais condições de trabalho e o crescente processo de adoecimento do quadro do
1 Artigo apresentado à Universidade Cidade de São Paulo. Lato Sensu em Gestão Escolar, sob a
magistério? De que forma essas variáveis têm contribuído para desencadear ou
acentuar tais problemas?
Na tentativa de buscar caminhos que nos levem às possíveis respostas,
escolhemos como fonte de pesquisa uma escola da rede municipal, “EMEF. X”,
assim chamada por questões éticas, devido ao seu perfil: localização periférica,
apesar disso, há baixa rotatividade de professores (fato este que contribui para
coleta de dados), atende a uma clientela de baixo poder aquisitivo e que tem
enfrentado problemas de violência, indisciplina, além de contar com casos de
inclusão, sem o devido acompanhamento médico ou psicológico, e ainda cinco
casos de professores readaptados.
Sem pretender enveredar para o campo da medicina, o presente estudo faz
um breve recorte da saúde desta escola, por meio dos seus profissionais, no intuito
de refletir sobre as particularidades do ambiente de trabalho do professor, confrontar
os dados ali obtidos com outras pesquisas e trabalhos do gênero, além de buscar na
literatura que trata das relações entre trabalho e saúde do profissional da educação
seu embasamento teórico. Vale ressaltar também que, por ser uma pesquisa
qualitativa, devemos considerar suas limitações quanto à generalização dos
resultados obtidos.
A pesquisa foi elaborada por meio de questionários, de participação
voluntária, composta por duas partes: a primeira em que se visava mapear o perfil
dos docentes da instituição – sexo, idade, nível em que leciona, tempo de
magistério, acúmulo de cargos, tipo de acúmulo, afastamentos por problemas de
saúde nos anos de 2006 e 2007, nível de cansaço, grau de satisfação, quantidade
de horas diárias trabalhadas; e uma segunda, composta por um bloco de perguntas,
aqui assumem valores numéricos positivos: nunca = 1; raras vezes = 2; algumas
vezes = 3; muitas vezes = 4 e, sempre = 5, visando verificar o grau de incômodo
propriamente dito, desde os físicos e estruturais, como: ventilação, ruído, pó do giz
etc, passando pelos ergonômicos: ficar muito tempo em pé, sentado; além daqueles
relacionados às antigas e novas tarefas do trabalho do professor: fazer diário,
participar de reuniões pedagógicas, assumir uma responsabilidade que considera da
família, perceber a desproporcionalidade entre salário e responsabilidade, entre
outros.
Para aferição dos resultados e considerando-se que a maneira como o
professor lida com as tensões dependem de variáveis como: sexo, idade, nível em
que leciona, tipo de instituição, entre outros fatores; dividiu-se as respostas dos
docentes, em três grupos: a) Professoras; b) Professores e c) Total ou geral: soma
das respostas dos dois grupos anteriores. Além de considerar, em algumas
circunstâncias, outros subgrupos, tais como: os que lecionam no ciclo I, II e em
ambos, os que acumulam, os que não acumulam, entre outros. Para contabilização
dos dados, optou-se por dois cálculos diferentes para cada parte da pesquisa:
Primeira parte – porcentagem simples das respostas conseguidas, exemplo: dos participantes, 69% são professoras e 29% professores, 2% sem resposta; 29% do
total lecionam no Ciclo I, seguidos por 58% do Ciclo II, 11% em ambos e 2% sem
resposta para a questão. Segunda parte, bloco de questões - cálculo da média
ponderada das respostas dadas, substituindo as opções de respostas (nunca, raras
vezes, algumas vezes, muitas vezes e sempre) por seus valores assumidos. Com os
resultados das médias, elaborou-se um ranking do grau de incômodo para cada
grupo mencionado (Professoras, Professores e Geral), a partir do maior incômodo
Além do questionário aplicado, conseguimos dados junto à unidade escolar
referente ao número mensal (sem maiores especificações quanto ao nome ou
quanto ao motivo) de licenças concedidas a seus profissionais nos anos de 2006 e
2007, com os quais construímos um gráfico, visando analisar em quais períodos
letivos os professores estão mais propensos a ficarem doentes.
Para análise das questões propostas, este trabalho apresenta o resultado da
pesquisa na “EMEF. X”, simultaneamente confronta com dados oficiais e/ou
sindicados e busca o seu embasamento na literatura disponível sobre o assunto,
propondo com isso um debate acerca do tema.
ADOECIMENTO DOCENTE UM PROCESSO COM MUITAS NUANCES:
ANALISANDO OS QUESTIONÁRIOS
I. PERFIL DOS ENTREVISTADOS: DOCÊNCIA UMA ATIVIDADE
CULTURALMENTE FEMININA
A pesquisa procurou abranger o maior número possível de professores da
“EMEF. X”, sendo os questionários distribuídos em meados de junho de 2008, nos
quatro turnos de funcionamento da escola, com previsão de devolução para primeira
semana de julho. Interessante perceber a ampla aceitação por parte dos professores
em participar do estudo, dos 61 questionários distribuídos, 55 devolvidos, a grande
maioria deles, muito tempo antes do prazo estipulado. Fato este que demonstra a
relevância do estudo para a categoria.
Tabela 1.
PERFIL DOS PROFESSORES DA ESCOLA TOTAL %
FEMININO %
MASCULINO %
Sexo 98% 69% 29%
Sem resposta no quesito sexo 2%
Total: 100%
CAMPO DE ATUAÇÃO:
Ciclo I 29% 40% 6%
Ciclo II 58% 47% 88%
Ciclo I e II 11% 13% 6%
Sem resposta 2%
Total: 100% 100% 100%
Entre os docentes entrevistados, a maioria era do sexo feminino 69% contra
apenas 29% do sexo masculino:
Os trabalhadores da educação constituem de fato, até a atualidade, uma categoria essencialmente feminina e este é o primeiro resultado que salta aos olhos quando se toma o conjunto da categoria. No entanto, uma análise mais profunda permite relativizar esta afirmação, quando se efetuam uma divisão segundo os graus em que lecionam os professores. (CODO, 2003, p.62)
De fato, ao dividirmos a categoria em seus níveis de atuação, percebemos um
processo que Codo chama de desfeminização da categoria, mais evidente nas
séries finais - 88% dos homens do nosso estudo atuam no ciclo II (quatro últimas
séries do Ensino Fundamental).
Tabela 2.
IDADE:
De 20 a 30 anos 7% 8% 6%
De 31 a 40 anos 29% 37% 13%
De 41 a 50 anos 44% 42% 50%
Mais de 50 anos 18% 13% 31%
Sem resposta 2%
Total: 100% 100% 100%
TEMPO DE MAGISTÉRIO
Até 5 anos 2% 3%
De 6 a 10 anos 14% 18% 6%
De 11 a 15 anos 20% 21% 19%
De 16 a 20 anos 22% 21% 25%
De 21 a 25 anos 20% 21% 19%
De 26 a 30 anos 16% 13% 25%
Mais de 30 anos 4% 3% 6%
Sem resposta 2%
A faixa etária predominante está entre 41 e 50 anos, compreendendo 44% do
total de professores. Quanto ao tempo de magistério, constata-se uma pequena
porcentagem de docentes ou muito novos na carreira, 2% com até 5 anos ou mais
antigos, apenas 4% dos que lecionam há mais de 30 anos. Nesse quesito, houve um
ligeiro empate, 20%, 22% e 20%, situando a maioria dos entrevistados numa faixa
entre 11e 25 anos.
II. PAPÉIS SOCIAIS E JORNADA DE TRABALHO
Tabela 3.
ACUMULA CARGOS TOTAL% FEM.% MASC.%
Sim 80% 80% 88%
Não 16% 20% 6%
Sem resposta 2% 6%
Sem resposta (quanto ao sexo) 2%
Total: 100% 100% 100%
QUANTO AO ACÚMULO
Dois cargos de Professor 80% 83% 71%
Um cargo de professor e outro de chefia 16% 10% 29%
Um cargo de professor e outros 4% 7%
Total: 100% 100% 100%
Com relação ao acúmulo de cargos (situação em que o professor tem dois
empregos, possibilidade esta garantida por legislação específica), começamos então
a delinear o cenário que pode nos levar ao princípio de nossas inquietações – 80%
deles acumula cargos, entre os homens, esta taxa aumenta para 88%. Dos que
acumulam, a maioria tem dois cargos docentes, o que nos faz refletir sobre a
quantidade de alunos atendidos pelo mesmo professor e acrescentar a esta reflexão
que, no caso daqueles que trabalham no Ciclo II, este número de alunos pode ser
ainda maior, observando que o professor deste nível tem uma maior quantidade de
classes. Vale observar também que, no tocante ao tipo de acúmulo, os homens
apesar de ser minoria no magistério, ocupam proporcionalmente uma maior
A taxa de 80% de professores que acumulam na “EMEF. X” relaciona-se a
próxima tabela, constatando que, 56% dos docentes entrevistados têm uma jornada
de trabalho diária de mais de 10 horas, entre os homens esta taxa atinge 70%.
O cenário educacional não está despojado do seu cenário cultural;
historicamente o magistério constituiu-se como uma atividade tipicamente feminina,
numa sociedade em que as mulheres recebem salários inferiores aos dos homens,
ao mesmo tempo em estabelece para estes o papel de provedor da família. Este
fato aliado ao descompasso entre as rápidas transformações ocorridas no mundo do
trabalho ao longo desses últimos anos e a lenta assimilação dos novos papéis
sociais desempenhados por homens e mulheres, faz com que o crescente número
de profissionais docentes do sexo masculino, dentro de uma carreira culturalmente
feminina, tenha a necessidade de trabalhar mais para tentar equiparar seus ganhos
aos de outros profissionais do mesmo sexo. Isto justificaria o fato de 88% dos
professores entrevistados acumularem cargos e 70% deles cumprirem uma jornada
diária de mais de 10 horas. Questões salariais, por sua vez, ocupam as primeiras
posições nas queixas referidas por eles neste estudo e também na bibliografia
levantada. “Em um trabalho anterior, Kyriacou e Stcliffe (1977) nos falam dos baixos
salários como a principal fonte de insatisfação entre os homens, e das classes
grande para mulheres.” (ESTEVE,1999)
Por outro lado, o fato de 80% das professoras acumularem cargos e 53 %
delas cumprirem uma jornada de mais de 10 horas diárias de trabalho, também é
muito significativa. Ela revela a inserção da mulher no mundo do trabalho e a
mudança do seu novo papel social como provedora de grande parte das famílias
brasileiras, obrigando-a na prática a uma jornada, muitas vezes, maior que a dos
Hoje a mulher assume o papel de provedora, responsabilizando-se pela manutenção do grupo familiar: trata-se de uma dona de casa metamorfoseada em pai provedor. Isto significa que ela assume um espaço tido como masculino. É comum que as tarefas femininas se somem às masculinas, configurando a dupla jornada de trabalho. (CODO, 2003, p.67)
No caso das professoras que acumulam, a dupla jornada constitui-se em
“tripla”, tendo relação direta em sua saúde física e mental.
Tabela 4
HORAS DIÁRIAS DE TRABALHO TOTAL% FEM.% MASC.%
Até 4 horas
Mais de 4 até 6 horas 9% 10% 6%
Mais de 6 até 8 horas 13% 13% 12%
Mais de 8 até 10 horas 20% 24% 12%
Mais de 10 horas 56% 53% 70%
Sem resposta 2%
Total: 100% 100% 100%
Independente do sexo, 56% dos profissionais desta unidade escolar estão
submetidos a uma longa jornada de trabalho, o que refletirá nos itens a seguir:
Tabela 5.
HORAS DESTINADAS AO PREPARO DE AULAS E CORREÇÃO DE ATIVIDADES
Até 2 horas semanais 16% 11% 31%
Mais de 2 até 4 horas semanais 40% 39% 43%
Mais de 4 até 8 horas semanais 27% 34% 13%
Mais de 8 horas semanais 13% 13% 13%
Sem resposta no quesito sexo 2%
sem resposta 2% 3%
Total: 100% 100% 100%
HORAS DESTINADAS AO LAZER
Até 2 horas semanais 25% 21% 37%
Mais de 2 até 4 horas semanais 31% 26% 44%
Mais de 4 até 8 horas semanais 35% 42% 19%
Mais de 8 horas semanais 5% 8%
Sem resposta 2% 3%
Sem resposta no quesito sexo 2%
Total: 100% 100% 100%
A extensa jornada de trabalho faz com o professor dedique menos tempo ao
planejamento e preparo de atividades e estas por sua vez retiram grande parte das
horas que o profissional poderia dedicar-se ao lazer, ao descanso ou à família,
as questões relativas ao trabalho adentram os finais de semanas e as horas vagas
do professor. Parece haver uma clara relação de mais e menos entre esses fatores:
menos salário – mais trabalho – menos tempo – mais problemas: cansaço, insatisfação, doenças, ausências etc.
III. RELAÇÃO ENTRE ESTRESSE E AUSÊNCIAS
Gráfico 1. Nível de Satisfação Gráfico 2. Nível de cansaço
Segundo os dados obtidos pela pesquisa, 53% dos professores sentem-se
pouco satisfeitos com as condições de trabalho, o maior grau de satisfação é nulo.
Mas, talvez a maior unanimidade seja no tocante ao nível de cansaço, 82% dos
participantes afirmaram estar muito cansados, isto se levarmos em consideração
tratar-se do mês de junho, época em que a pesquisa foi realizada:
“Uma pesquisa realizada na Inglaterra, em 1978, sobre as escolas polivalentes,
mostrou que existe uma estreita relação entre o estresse dos educadores e a diminuição da satisfação no trabalho, e por outro lado, entre o absentismo e a
intenção de abandonar o emprego.” (OIT apud ESTEVE, 1999, p. 62)
Esteve (1999, p.64) aponta que:
“Os pedidos de licença e o aumento do absentismo têm relação com os ciclos de
estresse identificados ao longo do ano escolar (Hembling e Gilliland, 1981). Os finais de trimestre e o final do curso, tanto pela acumulação de tensão no período precedente quanto pela coincidência com as avaliações, são os períodos de maior
Levando-se em consideração as diferenças de calendários letivos, europeu
ao qual se referiu Esteve e ao brasileiro, podemos confirmar a hipótese do autor nos
gráficos abaixo:
Fonte: EMEF.X: controle de licenças
Para o primeiro semestre, podemos perceber que maio aparece como
um mês de pico de estresse nos dois gráficos, alternado por junho (2006) e abril
como picos, seguido do mês de novembro de 2006. Há uma sensível queda das
licenças nos meses de julho (recesso escola) e dezembro (proximidade das férias).
Esteve afirma que os períodos de férias e, por extensão, os do recesso
cumprem um papel importante, pois rompem o acumulo do estresse. (loc.cit).
Obviamente não podemos generalizar estes dados a ponto de torná-los regra, mas é
interessante verificar a semelhança entre eles com aqueles descritos pelo autor
espanhol em estudo feito com os docentes de Málaga.
IV. DOENÇAS COMO CONSEQUÊNCIA
Já nos referimos aqui a respeito da tripla jornada das professoras, portanto
não seria surpresa constatar que são elas as mais afetadas por doenças num
comparativo com os docentes do sexo masculino:
Tabela. 6 e 7: Número de Afastamentos em 2006 e 2007.
AFASTAMENTO EM 2006 (LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE)
Total
% Fem.% Masc.%
Sim 36% 42% 25%
Não 62% 58% 75%
Sem resposta: 2%
Total: 100% 100% 100%
Fonte: Questionário de Pesquisa
42% das mulheres em 2006 e 34% delas em 2007 afastaram-se de suas
atividades para tratamento de saúde, contra 25% e 19% dos homens nos
respectivos anos. Contudo a próxima tabela mostra um dado interessante:
Tabela 8 e 9. Desconforto ao lecionar e Permanência do desconforto.
AFASTAMENTO EM 2007 (LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE)
Total
% Fem.% Masc.%
Sim 29% 34% 19%
Não 69% 66% 81%
Sem resposta 2%
Total: 100% 100% 100%
DESCONFORTO AO
LECIONAR Total% Fem% Masc.%
69% dos homens trabalham com
um nível de desconforto constante, que permanece para 19% deles, inclusive
quando não estão lecionando; contra 29% das delas. Estranho verificar que,
proporcionalmente, elas se afastem mais por motivo de doença, quando eles
trabalham com um nível de desconforto/dor maior. Uma explicação possível seria a
de que, ao sinal de desconforto/dor ou presença de doenças, elas procurem mais
rapidamente o tratamento médico, que pode ter como consequência o pedido
afastamento (licença); ao passo que os homens, até por uma questão cultural,
demorem mais a tomar alguma atitude, permitindo assim que o problema torne-se
crônico. No geral, 47% dos docentes da unidade escolar relatam que às vezes
trabalham com algum tipo de desconforto. Quais seriam eles e a que tipo de
problemas levariam?
Tabela 10. Motivo das licenças concedidas.
MOTIVO DO AFASTAMENTO: PROBLEMA DE:
Estresse, depressão, síndrome do pânico... 35% 29% 60% Articulação: tendinites, bursites... 27% 33%
Circulação e outras relacionadas
Diabetes, pressão alta e outras 3% 20%
Outras não relacionadas (disfonia...) 35% 38% 20% Total de ocorrências das respostas 100% 100% 100%
Fonte: Questionário de pesquisa
Um estudo feito pelo Sindicado dos Professores do Estado de São Paulo,
realizado em 2003 com mais 1,8 mil delegados participantes do XIX Congresso
Estadual da APEOESP, detectou que 46,2% das doenças com diagnóstico médico Sim, às vezes 47% 58% 25%
Não 11% 13% 6%
Sem resposta 2%
Total: 100% 100% 100%
PERMANÊNCIA DO DESCONFORTO NO FINAL DE
SEMANA
Sim, constantemente 18% 18% 19%
Sim, às vezes 54% 53% 62%
Não 24% 26% 19%
Sem resposta: 2% 3%
S/resp. no quesito sexo 2%
confirmado têm como causa o estresse; problemas relacionados à voz, depressão e
tendinite respondem respectivamente por 26,2%, 24,4% e 21,4%. No quesito
“doenças relacionadas ao trabalho”, três destas doenças ocupam três primeiros
lugares de diagnóstico, nesta ordem com taxa de 21,8% estresse, problemas de voz
17,8% e tendinite 16,1%. (APEOESP, 2003)
O estudo feito na “EMEF. X” confirma estes dados: estresse/depressão e
problemas de voz respondem por 35% cada do total de licenças com diagnóstico
médico confirmado, seguido pelos problemas nas articulações como tendinites,
bursites, que atinge 27% dos professores.
V. TRABALHO x FAMÍLIA: CONFLITOS, FRUSTRAÇÕES
O ambiente do trabalho do professor é uma “arena de conflitos”: de desejos,
vontades, exigências, e sobre os quais o docente não pode exercer um completo
domínio, constituindo-se assim uma grande fonte de irritação. De todas elas, as que
se destacaram têm no aluno – o material, o recurso, o produto do trabalho do professor – o seu foco: 32% para desinteresse e 26% para a indisciplina, conforme
tabela abaixo:
Tabela 11. Fontes de irritação no trabalho FONTES DE IRRITAÇÃO NO TRABALHO (MAIS DE UMA
RESPOSTA FOI POSSÍVEL)
Exigência da chefia 6% 7% 3%
Tarefas burocráticas 24% 21% 31%
Relacionamento com colegas 1% 1%
Indisciplina dos alunos 26% 24% 32%
Desinteresse do aluno 32% 33% 28%
Família dos alunos 9% 13% 3%
Outros: 2% 1% 3%
Total de ocorrências das respostas 100% 100% 100%
Uma queixa frequente relatada pela maioria dos professores é a de que o seu
trabalho absorve sua energia, a linha que separa o profissional do humano é tênue,
leva-os para esfera pessoal, causando um esgotamento ainda maior. Este fato foi
verificado, 11% dos entrevistados dizem não conseguir desligar-se do trabalho,
deste número, 16% eram professoras. O impacto de tal problema na vida familiar do
docente e consequentemente na sua saúde pode ser muito grande:
No caso da existência do conflito entre trabalho e família, onde o trabalhador sente-se roubado de um tempo que poderia estar se dedicando à família, percebe-se um aumento significativo dos fatores de exaustão emocional e despersonalização. (CODO,2003, p.257)
60% dos entrevistados afirmam que os problemas profissionais afetam
parcialmente sua vida familiar e 12% dos docentes do sexo masculino assinalaram a
opção “totalmente”, conforme tabela abaixo:
Tabelas: 12 e 13: Família X Trabalho POSSIBILIDADE DE
"DESLIGAR-SE" DO
AMBIENTE PROFISSIONAL
Sim, sempre 14% 16% 12%
Sim, às vezes 53% 50% 63%
Raramente 16% 13% 25%
Não consigo desligar-me 11% 16%
Sem resposta 4% 5%
S/ resp. no quesito sexo 2%
Total: 100% 100% 100%
BLOCO DE QUESTÕES
Composto por 35 questões objetivas, cujas respostas podem assumir pesos
que variam numa escala de 1 a 5, o Bloco de Questões buscou mapear o grau de
incômodo dos professores, geradores de ansiedade e estresse. Elementos físicos,
estruturais, ergonômicos e contextuais foram contemplados porque incidem sobre a
prática docente, de maneira direta e assim chamado por Blaise de fatores de IMPACTO DOS PROBLEMAS
PROFISSIONAIS NO
AMBIENTE FAMILIAR: SEUS PROBLEMAS
PROFISSIONAIS AFETAM O
AMBIENTE FAMILIAR? Sim, totalmente 9% 8% 12% Sim, parcialmente 60% 66% 50%
Não 25% 21% 38%
Sem resposta 4% 5%
S/ resp. no quesito sexo 2%
primeira ordem, tais como: recursos materiais e condições de trabalho, violência e
limitações institucionais:
Problemas de horários, de normas internas, de locais cuja utilização é regulada por normas gerais de pouca flexibilidade, as exigências de prescrições marcadas pela instituição ou pela inspeção, a necessidade de reservar uma parte do tempo para reuniões, encontros, avaliações, visitas de pais e outras atividades do centro, limitam em muitas outras ocasiões as possibilidades de uma atuação de qualidade. (ESTEVE, 1999, p.50)
E fatores de segunda ordem, os quais longe de ser “não tão importantes quanto os de primeira”, referem-se aos elementos que incidem indiretamente sobre
a ação do professor, sendo assim chamados pelo distanciamento físico em relação à
sala de aula. Poderíamos citar o contexto social em que o professor exerce sua
docência, “baixos salários como fator que não supõe uma redução significativa de
eficácia docente até que, associado a outros fatores contextuais, produz uma crise
de identidade.” (Blaise, apud Esteve, op. cit. p.109)
Assim temos, dividindo as respostas dadas por sexo, chegamos ao ranking
das dez primeiras e maiores queixas:
RANKING DO QUESTIONÁRIO DE CARGA PSÍQUICA DO TRABALHO DOCENTE
Colunas1 Colunas2 Colunas3 Colunas4
ORDEM RESULTADO: MULHERES MÉDIA MODA
1 Desproporção entre o número de alunos e a capacidade de dar atenção a todos 4,37 5 2 Ter necessidade de chamar a atenção do aluno constantemente durante as aulas 4.34 5
3 Lidar com alunos considerados indisciplinados 4.21 5
4 Ter necessidade de alterar o tom da voz para ser ouvido pelos alunos 4.16 5 Perceber o ruído produzido pela conversa entre os alunos 4.16 5 5 Ter necessidade de falar constantemente durante as aulas 4.11 5
Desinteresse dos alunos 4.11 5
6 Perceber a desproporcionalidade entre o salário e a responsabilidade do trabalho 4.03 5 7 Condições de ruídos produzidos pelo fluxo de pessoal no ambiente de trabalho 4 5 8 Perceber o distanciamento entre as propostas oficiais de trabalho e a prática 3.97 5
Movimentação dos alunos durante a aula 3.97 5
Ter de fazer reunião de pais 3.97 3
9 Hipersolicitação de atenção da parte dos alunos 3.95 5
RANKING DO QUESTIONÁRIO DE CARGA PSÍQUICA DO TRABALHO DOCENTE
Colunas1 Colunas2 Colunas3 Colunas4
ORDEM RESULTADO: HOMENS MÉDIA MODA
1 Perceber a desproporcionalidade entre o salário e a responsabilidade do trabalho 4.25 5 Desinteresse dos alunos com as atividades propostas 4.25 5
2 Lidar com alunos considerados indisciplinados 4.06 5
Perceber o distanciamento entre as propostas oficiais de trabalho e a prática 4.06 4 Ter de assumir responsabilidade que considera ser da família e não da escola 4.06 3 3 Ter necessidade de alterar o tom da voz para ser ouvido pelos alunos 4 4 4 Ter necessidade de chamar a atenção do aluno constantemente durante as aulas 3.94 5
Movimentação dos alunos durante a aula 3.94 5
Lidar com alunos dispersivos 3.94 5
5 Condições de ruídos produzidos pelo fluxo de pessoal no ambiente de trabalho 3.88 4;5
Lidar com alunos apáticos 3.88 4
6 Perceber alunos com celulares, MP 3,4,5...entre outros aparelhos eletrônicos 3,75 5 Perceber o ruído produzido pela conversa entre alunos 3.75 4 7 Desproporção entre o número de alunos e a capacidade de dar atenção a todos 3.69 5 Tenho estado descontente com as condições de trabalho 3.69 3 8 Ter necessidade de falar constantemente durante as aulas 3.5 4 9 Lidar com situações emergenciais não condizentes com a aula 3.38 2;4;5
10 Pressões (tempo, prazos e metas) no trabalho 3.31 4
Hipersolicitação de atenção da parte dos alunos 3.31 3
I. SALÁRIO X QUANTIDADE DE ALUNOS X RESPONSABILIDADES
Dentre as dez queixas que atingiram o maior grau de incômodo, observamos
um fato já alertado por Esteve: uma maior tendência dos profissionais do sexo
masculino de encontrarem no salário uma grande fonte de insatisfação; em relação
às mulheres, as classes numerosas geram o maior incômodo.
II. ENTRE PROFESSORES E ALUNOS
Por sua vez, a relação professor-aluno pode ser uma grande fonte de
estresse, professores e professoras apontaram que, lidar com alunos
indisciplinados, dispersivos, chamar constantemente a atenção do aluno durante as
aulas, gera muito incômodo e insatisfação, ocupando entre a segunda e a terceira
Essa mudança de contexto não afeta somente a sala de aula, na verdade, ela
é consequência de uma mudança social, iniciada já no seio familiar: a necessidade
de garantir a independência financeira ou a simples necessidade de garantir a
sobrevivência, forçou a inserção da mulher no mundo do trabalho,
consequentemente, as crianças passaram a ficar menos tempo com seus pais,
sendo criados por babás e posteriormente na escola. Para compensar a ausência,
muitos pais tornaram-se excessivamente permissivos, diminuindo a autoridade sobre
seus filhos. A própria estrutura familiar tem se modificado consideravelmente,
famílias antes mononucleares (centrada nas figuras de pai, mãe e filhos) tornam-se
plurinucleares (vários núcleos: pai, mãe, madrasta, padrasto, filhos, enteados etc)
A diminuição da autoridade dos pais projeta-se também na sala de aula com a
diminuição da autoridade do professor: ele não mais ocupa o status e a importância
que tivera no passado. Por conta disso, e sem apoio da família, o docente muitas
vezes é agredido verbalmente e até fisicamente por aqueles que deveriam
beneficiar-se do seu trabalho.
Meleiro (2006, p.19) analisa a relação entre a perda da autoridade dos pais e
o reflexo na sala de aula:
Cada vez mais presentes em sala de aula, a rebeldia e o pouco caso dos alunos em relação alguns professores. Saindo de uma educação extremamente repressora, observamos uma educação extremamente permissiva. A educação dada por muitas famílias não contempla o limite e o reflexo disso aparece na sala de aula, com adolescentes desrespeitando sistematicamente a figura da autoridade.
III. PRESSÕES E NOVAS EXIGÊNCIAS
incorporando a ambos, novas responsabilidades às já existentes, como as pressões
por metas e prazos, fazendo com que o professor, de um modo geral, esteja muito
descontente com as condições de trabalho (para eles, 7ª com peso 3.69 e 11ª e
peso 3.89 para elas).
É possível perceber que hoje o professor tem de atender a necessidades que,
num outro momento eram divididas com outros setores da sociedade – família, por
exemplo. Por isso, o esforço desprendido no exercício da docência cresceu na
mesma proporção, sem que, contudo, estas responsabilidades fossem
acompanhadas das mudanças necessárias na formação docente, nem dos meios
disponíveis para responder às novas exigências. (GOBLE, PORTER apud ESTEVE,
1999).
Os professores são muito visados pelos programas governamentais como agentes centrais da mudança nos momentos de reforma. São considerados os principais responsáveis pelo desempenho dos alunos, da escola e do sistema. Diante desse quadro, os professores vêem-se, muitas vezes, constrangidos a tomarem para si a responsabilidade pelo êxito ou insucesso dos programas. Se algo contraria as expectativas depositadas é por sua competência, ou falta dela, que o sucesso não foi obtido. (OLIVEIRA, 2003, p.32).
Noronha também reforça essa idéia:
O professor diante das variadas funções que a escola pública assume tem de desempenhar papéis que estão para além de sua formação. Muitas vezes esses profissionais são obrigados a desempenhar as funções de agente público, assistente social, psicólogo, entre outras. Tais exigências contribuem para um sentimento de desprofissionalização, da perda da identidade profissional, da constatação de que ensinar às vezes não é o mais importante. (NORONHA apud OLIVEIRA, 2003, p. 32-33).
Mas há um preço a ser pago pela sobrecarga - a saúde do professor: “A
noção de trabalho está no eixo da análise dos problemas de saúde relatados, uma
vez que ela designa as circunstâncias em que o trabalhador mobiliza a sua
capacidade para obter resultados almejados” (ASSUNÇÃO, 2003, p. 91).
IV A OPÇÃO PELO MAGISTÉRIO
Interessante constatar, contudo, que para os docentes envolvidos na
pesquisa, a perspectiva de mudar de empregado está longe, tanto para os
professores, quanto para as professores (17ª e 25ª posições respectivamente), o
que pode estar associado à faixa etária predominante do grupo analisado – 41 a 50 anos (44%), ao tempo de suas vidas destinado ao magistério – 62% entre 11 e 25
anos ou a outra possibilidade ainda não cogitada. Na perspectiva de poder começar
tudo de novo, a maioria dos entrevistados não parece ter muitas dúvidas – ser professor não gera incômodo (índice de incômodo de 2.75 para eles, 3 para elas,
ocupando respectivamente as 18º e 22º posições).
V RUÍDO: INIMIGO DA SAÚDE
Outro ponto a ser considerado é a questão do ruído em todas as suas
dimensões. Dentre todos os elementos físicos e/ou estruturais, o ruído foi sempre
destacado: o produzido pelos alunos, aquele do local de trabalho, os produzidos por
aparelhos eletrônicos. Seja de forma direta: perceber o ruído produzido pelos
alunos, condições de ruídos produzidos pelo fluxo de pessoas no ambiente de
trabalho ou indiretamente: falar mais alto para ser ouvido, o barulho ocupa três
posições dentre as dez primeiras reclamações dos professores. Para termos uma
idéia, condições de iluminação, temperatura e ventilação ocuparam, na opinião dos
professores, as 12ª, 14ª e 20ª posições. No conceito das professoras, 21ª, 22ª e 24ª
para temperatura, iluminação e ventilação. Segundo a Revista Nova Escola On-line,
o barulho em algumas escolas é tanto que pode levar ao estresse e até perda de
audição, isto porque, em muitas salas de aulas, principalmente aquelas que têm
o ser humano é de 65 decibéis, de acordo com a Organização Mundial de Saúde
(OMS), contrariando também a marca de 40 a 50 decibéis estabelecidos pela
Associação Brasileira de Normas técnicas e aprovado por resolução do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (Conama), que tem força de lei.
CONCLUSÃO
Ao referirmos à profissão Professor, muitos ainda conservam uma imagem
idealizada, ingressam na carreira sem a devida dimensão do que seria ela, por que
se está nela e aonde chegar por meio dela, daí o título desse trabalho “Visão do paraíso perdido”:
A principal conclusão que se pode tirar do estudo desses trabalhos é que a profissão docente é eleita por uma concepção ideal, segundo a qual o aspirante a professor se identifica com a imagem idílica que descrevemos anteriormente, vendo-se a si mesmo, no futuro, dedicado a um trabalho de ajuda, de relação interpessoal individual, que pouco tem a ver com a prática do magistério. (BAYER E MARTÍNEZ, apud ESTEVE, 1999, p.120)
Mas, a ilusão dura até que se entre numa sala de aula, perceba-se que, ser
professor não tem a mesma significação de outrora, que a escola não é a mesma e
que o aluno está longe de ser e desempenhar o papel que um dia lhe foi atribuído,
somada à percepção de que a formação inicial não nos preparou para lidar com o
real, então o choque. Vivemos um momento de crise na profissão, que reflete a crise
da própria escola - a consequência disso é o adoecimento. É isso mesmo o que se
verifica: “somos uma classe doente”, literalmente afônica, acometida por bursites,
tendinites, distúrbios osteomusculares, síndrome do pânico e “Burnout” (Síndrome
As condições de trabalho têm parte nesse processo: ruídos em excesso; em
tempos de informática, a escola ainda vive da lousa e do giz que afeta a voz ou a
pele, a falta de recursos materiais, um salário que obriga o docente ao acúmulo de
cargos, a estafa, a sobrecarga.
Em tempos de mudanças, a sociedade deposita nas mãos do professor que
cuide dos seus filhos enquanto, seus pais trabalham, que lhes dê educação, afeto,
ensino, que os prepare para vida em sociedade, para que seja um cidadão crítico.
Os programas governamentais cobram dele metas, prazos, índices, que supram com
seu esforço e comprometimento aquilo que falta em recursos, para a implementação
de reforma educacional.
Mas como falar em reforma educacional, um novo currículo, investimentos em
formação continuada de professores, quando os mesmos não podem, em todas as
suas potencialidades, assumir seu papel em sala de aula, seja esta dificuldade
motivada por condições de trabalho inadequadas gerador de adoecimento, de
exigências que fujam às competências atribuídas à classe docente
(descaracterização do professor) ou a possibilidade de executá-las. Desprezar esse
princípio levará qualquer mudança ao fracasso. Nos dizeres de Assunção (2003,
p.87):
De que maneira, as metas de eliminação de repetência, de bloqueio ao desperdício, evitando-se a evasão, da maximização da utilização de instalação e material pedagógico, e a intensificação do trabalho do professor estariam sendo
acompanhadas das condições reais para atingir as reformas preconizadas?(grifo nosso).
Ou ainda, segundo Oliveira (2003, p.34):
oferece como meios efetivos, entendendo que esses meios não se reduzem a condições objetivas simplesmente.
É necessário esclarecer, contudo, que até pela brevidade desse estudo, não
foi possível analisar todos os aspectos da questão, somente as que foram
previamente delimitadas. Mas fica a pergunta: o que faz com que um professor
queira permanecer na carreira em condições tão adversas, tendo a possibilidade de
sair dele? Esta e outras questões abrem possibilidades para novos trabalhos ou a
continuidade do mesmo.
Por ora, em vista do que foi apresentado, é necessário ratificar que, políticas
públicas que desprezem as condições de trabalho docente e insistem em
exigências, cujo capital investido constitui somente o esforço do professor, pode
condená-lo ao adoecimento, a morte prematura de sua carreira no magistério, sem
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