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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ESTOMATOLOGIA

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(1)

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ESTOMATOLOGIA

CARIE DE MAMADEIRA

DANIELLE MARIA MISSEN DREFAHL

Monografia apresentada ao Departamento de Estomatologia da Universidade Federal de Santa Catarina para obtenção do titulo de Especialista em Odontopediatria.

Orientadora: Joeci de Oliveira

(2)

EPÍGRAFE

"Que ignominia, ser criança. Ser tão pequeno que se pode ser carregado, ser movido de um lado para

outro, â vontade dos outros. Ser alimentado ou não. Ser limpo, ou ficar sujo. Fazerem-nos felizes ou nos deixarem chorando. E certamente uma indignidade tão grande que não é surpresa que alguns de nós

nunca se recuperem disso. Pois certamente um dos medos básicos da pessoa humana é não ser tratado como pessoa, e sim como coisa. Manipulados, movidos por forças impessoais, tratados como sem importância pelos poderosos e superiores. Cada um de nós pode ser um pequenino átomo num universo enorme, mas precisamos da ilusão de que contamos que a nossa individualidade exige atenção. Podermos ser totalmente desrespeitados como pessoa é um tipo de morte em vida, contra a qual

somos levados a lutar com toda a nossa força."

(3)

Dedico este trabalho

aos meus pais, Osni e Margareth, que de nada adiantaria o trabalho cientifico se os valores de uma vida não tivessem sido transmitidos, tais como dignidade, respeito e amor.

(4)

41111111.11.1."...~.1.111 iii r

wirl,wv•

Cl 401.0.4

AGRADECIMENTOS

A minha família, especialmente aos meus irmãos Juliano e Ide pelo carinho e paciência.

Aos meus colegas de trabalho, pelo companheirismo e compreensão.

24 professora Joeci de Oliveira, pela orientação na

elaboração deste trabalho.

professora Liene Campos, pela grande colaboração dispensada.

Aos professores do curso de especialização de odontopediatria, Maria José, lzabel, Joeci e Ricardo, pela amizade e dedicação.

Aos professores convidados, pelos conhecimentos transmitidos.

Aos funcionários da Universidade Federal de Santa Catarina, pelo carinho.

Aos meus colegas de curso, cada um com suas particularidades especiais, que mostraram, durante

todos os momentos, que realmente existe amizade, respeito, dedicação e companheirismo.

(5)

1 INTRODUÇÃO 7

2 REVISÃO DE LITERATURA 9

2.1 Princípios gerais de cariologia 9

2.1.1 Cárie: doença 9

2.1.2

Saliva

10

2.1.3

Substrato

cariogênico

(dieta)

1

2

2.1.4

Microorganismos

15

2.2 Cárie de mamadeira 17

2.2.1

Prevalência

19

2.2.2 Microbiota

do

bebê

2.3 Dieta e cárie de mamadeira 17

2.3.1

Mamadeira

noturna 3

2

2.3.2

Potencial

cariogênico

do leite

38

2.4 Aconselhamento dietético 43

2.5 Controle e prevenção da cárie de mamadeira 47

3 DISCUSSÃO 51

4 CONCLUSÕES 56

(6)

1 INTRODUÇÃO

A

dentição decidua não

tem recebido a

mesma atenção

dispensada

à

dentição

permanente, embora se

reconheça

que os dentes

deciduos

desempenham

funções

importantes, não apenas circunscritas à cavidade bucal, como também na

formação

harmoniosa

e fisiológica

da estrutura facial.

Conforme

COUTTNHO,

NAVARRO,

MOREIRA (17),

relatam que a

perda dos dentes

deciduos

precocemente pode causar nas

crianças distúrbios

de

fonação, redução

da capacidade

mastigatória,

problemas

psicológicos,

oclusão e hábitos

bucais viciosos, como a

interposição

lingual.

De acordo com DI REIS, MOREIRA (19)

, atualmente, o

quadro

epidemiológico

de

cárie dentária

no Brasil mostra indices alarmantes, com urna

media de

C.P.O.D.

em

torno

de

6,7

em

crianças

com idades entre

6 e 14

anos.

Isso leva a uma

reflexão

a respeito das medidas

educativas e

preventivas

adotadas até agora.

BENGTSON, BENGTSON

(7)

, afirmam

que, para se ter uma

idéia,

na

idade de um ano ocorrem

lesões

de

cárie

em

5%

das

crianças,

elevando-se este

(7)

Talvez esse quadro seja tão pessimista pelo simples fato de que a

cárie

dental ainda não seja encarada socialmente como uma doença, mas sim como um fator inerente à vontade do

indivíduo, e o

tratamento curativo, uma conseqüência deste fato.

Para DI REIS,

MOREIRA (19)

, a nutrição enfoca um âmbito muito maior do que a cavidade bucal

e

a formação de lesões de

cárie,

pois é responsável pelo pleno crescimento

e

desenvolvimento de um indivíduo saudável. Embora somente

o

aleitamento materno seja suficiente para a nutrição dos bebês até os 6 meses de idade,

e

este hábito seja estimulado por pediatras

e

odontopediat-ras, fatores culturais

e

sócioeconômicos fazem com que outros alimentos sejam dados à criança, em idade precoce. A atenção odontoWica deve começar em idade mais tenra, quando os fatores determinantes da

doença

começam a se instalar, ou seja, em bebês de

O

a 12 meses e, ainda mais, os pais devem receber, desde a gestação dos filhos, as orientações necessárias para cuidar da

saúde

bucal do

bebê.

(8)

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Princípios gerais de cariologia

2.1.1 Cárie: doença

De acordo com THYLSTRUP, FEJERSKOV (54), na prática diária fala-se da doença cárie como "a cavidade do dente". Entretanto a lesão cariosa representa um sinal ou um sintoma da doença e, como tal, um reflexo tardio da própria doença.

(9)

sacarose. A

microbiota

e a dieta

são

pré-requisitos, no entanto o fator

cariogênico

mais essencial é a bactéria. Os fatores secundários, tais como a saliva, a exposição ao flúor, a higiene bucal e outros,

aumentam

ou diminuem a

resistência

dos dentes, a

cariogenicidade

do substrato local (dieta) e o potencial

cariogênico

da

microbiota.

2.1.2

Saliva

Segundo

TENOVUO, LAGERLOF

(52)

, a saliva é o fluido produzido pelas glândulas salivares, atingindo o volume total de

0,5

a

1,0

litro por dia; ela

produzida

dia e noite, é constantemente deglutida, estando presente como uma película protéica, revestindo todas as

superflcies

da cavidade bucal.

Para esses autores (52), as

funções

protetoras da saliva, contra as

lesões

de cárie e a

erosão,

podem ser resumidas da seguinte forma:

a) melhoram a limpeza dos fragmentos de

alimentos

na boca;

(10)

11

c) previnem a redução intra-oral do pH, após a ingestão de açucar, pelo efeito tampão da saliva e pela ação de alguns componentes salivares alcalinos (uréia, sialina);

d) aumentam a resistência da hidroxiapatita contra os ataques cariogênicos e melhoram a saturação do fluido da placa nas estruturas da superficie do dente, em face dos componentes inorgânicos da saliva (cálcio, fosfato, fluoreto);

e) podem remineralizar as lesões cariosas iniciais, por meio dos ions de cálcio e de fosfato da saliva, sendo esta remineralização melhorada com a presença de íons-flúor;

f) aumentam o nível de remoção dos microorganismos cariogênicos

da boca, não só pelo seu efeito de fluxo, mas também pela sua capacidade de aglutinar bactérias;

g) modificam a composição da película adquirida, na qual os componentes dela derivados (mucinas, antígenos do grupo sanguíneo, etc.) podem prevenir a colonização pela bactéria

cariogênica.

(11)

substratos bacterianos, principalmente diferentes açúcares, corno a sacarose,

introduzida na cavidade bucal na forma de alimentos.

Para LAGERLOF, OLIVERBY (35), o processo de diluição e eliminação

do açúcar é chamado de "clearance salivar". 0 fluxo salivar terá efeito preventivo da cárie, influenciando o nível do clearance do substrato: quanto maior o fluxo, mais rápido o clearance.

Para JOHNSTON, MESSER (31), neste quadro é possível salientar a

alimentação do bebé, que normalmente recebe a mamadeira durante o sono, o

que afeta a limpeza mecânica dos dentes, pois o liquido da mamadeira fica estagnado e possui potencial cariogénico.

2.1.3 Silbstrato cariogênico (dieta)

Conforme LORENZO (36), a dieta representa o substrato que o próprio

hospedeiro fornece para a bactéria cariogénica, seja para sua implantação, seja

para a acidogénese. Neste aspecto desponta a sacarose como o mais cariogênico

dos açúcares porque:

a) apresenta molécula pequena, desprovida de carga elétrica e muito solúvel, difundindo-se facilmente pela placa dental;

(12)

13

c) é o único açúcar utilizado para a produção de polissacarideos extracelulares e de reserva, que podem ser convertidos em ácidos quando da carência de açúcares da placa;

d) é o substrato de maior rendimento energético para a acidogênese

responsável pela descalcificação dental.

Assim, LORENZO (37), analisa as curvas da cinética de acidogênese na placa dental, devido à ingestão de carboidratos fermentáveis em indivíduos com

cárie ativa, com cárie inativa e sem lesões de cárie. 0 exame mostra que se formam diferentes curvas, conforme os diferentes graus de atividade de cárie. Os Pacientes cujas placas atingem valores de pH críticos para a descalci ficação do esmalte (em torno de pH 5,2) são os pacientes cárie-ativos e parece lógico haver alguma razão neste fato. Analisaram-se então as curvas exibidas por esses pacientes, dividindo-as em três fases distintas, a saber:

(13)

níveis

similares aos pacientes com caries inativas, contudo, as

placas colhidas de

sítios

dentais de pacientes

cárie-ativos exibem proporções

muito

maiores

de

estreptococos mzitans

e,

conseqüentemente, produzem o

dobro de

ácido

por

miligrama

comparativamente as placas isoladas dos

sítios

de pacientes

cane-inativos;

b)fase de permanência abaixo do pH critico nos indivíduos

cárie-ativos: o

pH da interface placa-esmalte permanece

< 5,0

durante

20

minutos nos moderadamente

cárie-ativos, e 50

minutos nos

extremamente

cárie-ativos.

Nesses

períodos,

os ions

cálcio e

fosfato

do

esmalte

dissolvem-se, tentando

tamponar o ácido e

iniciar

o

processo de

rernineralização. 0

evento

ecológico

mais importante

.

desta fase

é

a persistência da

acidogênese,

nos pacientes

cárie-ativos,

em pH

< 5,0

durante longo tempo

(20-50 minutos).

Essa

acidez

torna

metabolicamente inativa a grande maioria das

bactérias, ficando evidente que as placas

cariogênicas são

constituídas

por bactérias que

toleram

essa

condição

ambiental.

Observou

-

se que

o estreptococos mutans e estreptococos sob rinos são,

inusitadamente,

mais

ativos em pH

5,0

do que em pH neutro

e

que

o lactobacilos casei

também

o 6,

porém em menor grau.

(14)

15

placa cariogênica, dos raros microorganismos aciddricos ou

acidófilos. Assim, a aciduridade é um requisito de virulência

indispensável para a bacteria cariogênica; na realidade várias

bactérias da placa dental são acidogênicas, mas incapazes de

progredir lesões cariosas, por não serem acidófilas;

c)fase de recuperação do pH: nos intervalos entre as refeições, o pH

da placa vai retornando ao ponto basal e os ions cálcio e fosfato da

placa difundem-se para a lesão inicial, remineralizando-a Porém

devem-se dar condições para a ocorrência desta fase reparadora, e

esta é fundamental na prevenção da doença cárie.

2.1.4 Microorganismos

Os pesquisadores americanos, FITZGERALD e KEYES, apud BO

KRASSE " 1), demonstraram que animais experimentais não desenvolveram

lesões de cárie, mesmo se recebessem urna dieta contendo uma grande

quantidade de açúcar, a não ser que fossem infectados com certos estreptococos

indutores de lesões de carie. Assim microorganismos específicos deveriam ser

introduzidos em um novo hospedeiro para que a cárie dental se desenvolvesse.

Desta forma, os autores afirmam que a cárie dental é uma doença transmissível e

infecciosa.

De acordo corn BOWDEN, EDWARDSSON (12), as bactérias começam

(15)

de bactérias dentro da boca continua por toda a vida. Os primeiros microorganismos da boca que podem ser isolados durante as primeiras semanas após o nascimento são predominantemente os estreptococos; incluindo os mitis, oralis e salivarius. Essas bactérias são capazes de se estabelecer dentro da boca, porém há evidências de que outras bactérias aparecem como transitórias. Supõe-se que elas Supõe-sejám capazes de obter acesso ao habitat, mas não podem competir com as bactérias estabelecidas. É possível citar dois exemplos dessas bactérias, antes da erupção dos dentes: os lactobacilos de origem fecal e os estreptococos do grupo mutans.

Durante os primeiros meses de vida, a microbiota torna-se mais complexa, com bactérias aneróbicas, tais como a veil/one/ia sp. e a provotella sp. A erupção dos dentes tem um grande impacto na composição da microbiota bucal. Isso é esperado, uma vez que os dentes fornecem novos tipos de superficies e novos microambientes. Entre essas alterações na colonização por espécies que se aderem às superficies do dente e ai se multiplicam, as mais importantes são os estreptococos mutans, sobrinos, sang,uis e algumas espécies de actinomyces, assim como o aumento no número e nos tipos de bactérias anaer6bicas. A microbiota torna-se mais complexa até atingir uma relativa estabilidade nos adultos jovens, quando os representantes da maioria dos microorganismos da cavidade bucal podem ser isolados. Quanto ao gênero, a microbiota é estável. A maioria das pessoas carrega os mesmos gêneros e

(16)

17

em habitats

e

microambientes de um

indivíduo

podem variar, refletindo

características

daquele habitat, que pode ser único para

o

hospedeiro.

A microbiota bucal normal inclui bactérias que, sob certas condições ambientais,

provocarão

desmineralização do esmalte

e

das superficies da raiz. Portanto

promoverão

lesões cariosas em humanos. Geralmente essas bactérias podem ser divididas em dois grupos patógenos principais, fortemente associados

às

lesões de

cáries e às

bactérias que são encontradas junto com os patógenos principais na microbiota das lesões iniciais

e

dentina cariosa. As mais importantes são as que estão incluidas no grupo dos "estreptococos mutans". Este grupo inclui sete espécies, embora duas delas, estreptococos mutans

e o

estreptococos sobrinus, sejam as que mais

estão

associadas

às cáries

em humanos. 0 segundo gênero que está associado

às

lesões de

cáries

é

o

lactobacilos, que normalmente são isolados da dentina cariosa, que pode ser

o

seu principal habitat na boca.

2.2 Cárie de mamadeira

Dentre as várias pesquisas consultadas, existem sinonimias para este padrão especifico de

cárie

que acomete bebês

e

pré-escolares, denominado

cárie

(17)

meio de um ataque de cárie

rápido

e extenso, que pode ser iniciado tão logo os dentes

erupcionem, em crianças

de até

9

meses de idade. Neste quadro

patológico,

os dentes mais

afetados são

os incisivos superiores, sendo que os incisivos inferiores normalmente

permanecem higidos.

De acordo com

CALACHE

et al (15), este tipo de cárie de

evolução

aguda tem aspecto clinico de cor

esbranquiçada

e consistência amolecida e úmida; as manchas brancas rasas, porém extensas, envolvem a face cervical dos dentes, podendo, entretanto, com a

evolução

do processo, tomar toda a coroa dental.

para KELLY,

BRLTERD (33)

, pode esta síndrome resultar de qualquer um dos fatores ou estarem a eles associada da seguinte forma:

.

a)alimentação

prolongada na mamadeira depois de um ano de idade;

b)alimentação imprópria

com a mamadeira

quando

a

criança

é

colocada na cama ou dando a mamadeira

à

vontade

quando

ela esta

acordada;

(18)

19

Segundo FRALZ (23), GRINDEFJORD et al (29), BABEELY et al lb),

ROSSOW, KJAERNES, HOLST (48), respectivamente, alguns aspectos das condições desta faixa etária também devem ser analisados, a saber:

a) os dentes ainda não sofreram maturação pós-eruptiva. Conseqüentemente são mais susceptíveis ao desafio cariogênico; b) acontecem modificações na microbiota bucal, a partir da erupção

dos dentes, ocorrendo a implantação da microbiota cariogênica, especialmente a manutenção do estreptococos mutans;

c) apesar do aleitamento materno ser reconhecido como ideal e suficiente até os 6 meses de idade, a maioria das crianças recebe mamadeira precocemente, estando este fator associado ao status

sOcioeconômico;

d) existe um período de acomodação da dieta do bebê à dieta da família, no qual são introduzidas novas forrnas de consumo de açúcar, que, somadas ao uso da mamadeira, resultam em uma dieta potencialmente cariogênica.

2.2.1 Prevalência

(19)

Segundo constatou

TINANOFF (55),

a

prevalência

desta

condição

tem

sido de

85%

em certas

populações

de índios americanos, em crianças

pré-escolares.

Ja.

COOK

et al (16),

determinaram a

prevalência

de cárie de mamadeira

em uma

população

de

629

crianças na faixa

etária

de

3

a

5

anos na India, e

observaram que

50,2%

das crianças examinadas apresentaram

lesões

de cárie.

Para GORDON, REDDY (28) ao

, relacionarem

uma

pesquisa

representativa de

100

crianças com idades de até

2

anos, apontaram para um

índice de

c.e.o

médio de

2,37

na

África

do Sul.

Conforme WINTER

et al (66),

após examinarem

602 crianças

com

idades entre

12

e

60

meses, na Inglaterra, constataram que o

c.e.o

médio foi de

1.0

e que

g%

das crianças apresentavam

carie rampante.

De acordo com

BABEELY et al (6),

constataram que a

prevalência

da

carie

de mamadeira é de

11,5%

no Kuwait, em crianças com idades variando

entre

17

e

52

meses.

Ja.

no Brasil, os dados sobre a prevalência estavam mais relacionados

com as crianças pré-escolares.

(20)

", 1

3 anos, 33% dos molares já estavam cariados, mas não apresentou dados sobre a

epidemiologia em crianças abaixo de 3 anos. WALTER et al, apud WALTER,

FERELLE, ISSAO (61), revelaram um estudo preliminar na qual prevalência da

cárie

situou-se em 4% nas crianças de 0 a 2 anos

e

meio. Esta prevalência,

extremamente alta, refletia a população estudada, que era seletiva

e

distorcida, pois se tratava dos primeiros 235 bebês atendidos pela Bebê-Clinica, na Universidade Estadual de Londrina, no

Paraná

(UEL — PR).

Pela precocidade da idade

e

cultua popular, tornou-se dificil

o

acesso a fim de se obter uma amostra representativa para uma população nesta faixa etária. Hábitos alimentares nesta idade são influenciados por fatores

étnicos e

culturais,

o

que limita os resultados para a representatividade daqueles

grupos

étnicos e

culturais examinados, não podendo ser comparados a outras culturas. Assim a prevalência de

cárie

de mamadeira de um pais não pode ser comparada à

de outro,

e

a comparação não se aplica nem mesmo no mesmo pais, se

considerados diferentes grupos

étnicos.

2.2.2 Microbiota do bebê

Existe uma associação positiva entre a prevalência de cárie dental

e

a quantidade de estreptococos mutans. Considerando que em bebês a microbiota ainda está sendo definida, fatores externos, tais como a dieta

e

a

(21)

Para TOLEDO,

BEZERRA (56),

a

relação

entre a dieta

e

a

cárie

dental

esta fundamentada

e

recebe destaque cada vez maior em estudos de

prevenção.

A

dieta

é

um fator de

desequilíbrio,

que pode promover

mudanças

nas

condições ecológicas

da placa

bacteriana.

A

composição

dos alimentos

e

os

hábitos

dietéticos influenciam

o

tipo

e

a

proporção

de microorganismos

cariogênicos

encontrados na

placa. Ressalte-se

ainda que a

freqüência

de

carboidratos

entre as

refeições

pode ser um fator importante na

virulência,

assim como a alta

ingestão

de sacarose estabelece a quantidade do

estreptococos mutans.

Sendo assim, VAN

HOUTE,

GIBBS,

BUIERA (39),

realizaram um

estudo relatando

o isolamento

de

estreptococos e lactobacilos

da placa

e

saliva

de

crianças

com

cárie

de mamadeira. Todas as

crianças

tinham

história

de dormir

com a mamadeira

e

utilizavam-na também durante todo

o

dia, com muita

frequência.

A

localização

das amostras foram

lesões cariosas

de dentes anteriores

superiores, nas

lesões

de manchas brancas,

e

em

áreas

clinicamente sadias nos

mesmos ou em outros dentes. Os

estreptococos mutans

significaram

60%

da

flora

cultivável

total da placa obtida das

lesões cariosas e

manchas brancas;

e

exprimiram também

27%

da placa de muitas areas

clinicamente

sadias dos

dentes das

6 crianças

pesquisadas, com

cárie

de

mamadeira.

Os

lactobacilos

estavam em grande quantidade nas

regiões

onde havia

lesões

de

cárie,

demostrando que existe um papel extenso em seu progresso. Os autores,

então,

(22)

23

FUJIWARA et al (24), estudaram a prevalência de

cárie, o número e

a distribuição de estreptococos mutans em 356 crianças com idades entre 0

e

2 anos, no

Japão.

As crianças foram examinadas duas vezes em um ano

e

a maioria não recebeu

água

fluoretada. Os estreptococos mutans foram isolados na amostra salivar de 39,9% das crianças com mais de 6 meses de idade que já tinham dentes. 0

número

de estreptococos mutans

e

a prevalência de

cárie

aumentaram com a idade

e o

c.e.o. das crianças que não tinham estreptococos mutans era menor do que nas crianças nas quais ele foi isolado. O número de estreptococos

mutans no primeiro exame relacionou-se com a presença de lesões de

cárie,

tanto quanto no segundo exame, realizado após um ano. Isso indica que a quantidade de estreptococos mutans está associada com a iniciação de lesões de

cárie

em crianças de pouca idade.

MATEE et al (39), realizaram uma pesquisa na Tanzdnia, para investigar a prevalência de crianças que desenvolveram

cárie

profunda, das quais a alimentação era com leite materno, inqui

ri

ndo a presença de estreptococos

mutans e lactobacilos na microflora bucal. 0 grupo foi composto por 37 crianças, 17 delas sem lesões de

cárie,

com idades variando . entre 1

e

2,5 anos.

Estreptococos mutans

e

lactobacilos foram encontrados em todas as crianças com lesões de cárie

e

na maioria das crianças sem lesões de

cárie.

As crianças selecionadas não usavam mamadeira,

e o

leite materno, contendo 7% de lactose, dado sem restrição, foi

o

principal meio de nutrição. A quantidade de

(23)

cárie

rampante.

A pesquisa teve por objetivo mostrar que

crianças,

com ou sem

lesões

de cárie, alimentadas no peito,

têm

estreptococos mutans e lactobacilos em seus dentes e que a

cárie rampante

tem sido relatada em

crianças

que tiveram aleitamento

materno

e

não

usavam mamadeira ou

tiveram

outro tipo de abuso

alimentar.

GR1NDEFJORD

et al (29), realizaram uma pesquisa com

crianças que

moravam

nos

subúrbios

de Estocolmo. No

estudo

inicial foi determinada a prevalência de estreptococos mutans nas

crianças quando

elas tinham

1

ano de idade, e aos

2,5

anos, elas foram novamente examinadas. No primeiro

exame

foi

diagnosticada

uma lesão de cárie em

11,7%

das

crianças

e, com

2,5

anos,

6,4%

das

crianças

exibiam mais de uma lesão de cárie. A prevalência de cárie nas

crianças

de baixa classe social,

9,7%,

foi

significantivamente

mais alta. Destes

individuos-, 28%

estavam colonizados com estreptococos mutans. Essa

colonização

precoce pode indicar

exposição

a uma dieta rica em sacarose, que facilita a

colonização

e, portanto, contribui para um risco maior

à

cane. Os autores sugerem uma

associação

entre a

colonização

precoce pela

microbiota

cariogênica

e um aumento no risco de desenvolvimento de

lesões

de cárie.

Vários

estudos mostram uma intima

associação

entre os níveis de

estreptococos da saliva

materna

e o nível de

infecção

da

criança

com estes microorganismos, logo

após

a

erupção

dos primeiros dentes, na

dentição decidua

(24)

25

natural de infecção.

Portanto, BROWN, JUNNER, HEW (14), realizaram um estudo baseando-se no relacionamento entre a cárie rampante e os níveis de

Estreptococos mutans nas crianças e suas mães. 0 estudo foi conduzido com crianças com menos de dois anos de idade e suas mães, que freqüentavam uma clinica de classe média em Brisbane, na Australia. Foram estudadas 24 crianças com menos de 6 anos de idade e 112 crianças abaixo de dois anos de idade. Nos dois grupos foi significante a associação entre a contagem de estreptococos

mutans entre mãe e filho, porém, nas crianças menores de 6 anos de idade,

não

houve associação entre a contagem deste microorganismo e a presença de lesões de cárie. Já nas crianças menores que 2 anos de idade, 8 delas mostraram sinais de cárie e 6 tinham padrão típico de cárie de mamadeira. 0 número de crianças abaixo de dois anos com lesões de cárie é muito baixo para uma análise estatística com o estreptococos mutans, mas o alto nível de

infecção

é aparente. Os resultados também determinaram uma significativa relação entre a quantidade de estreptococos mutans e o número de dentes irrompidos na boca do bebé. Os autores concluíram que as contagens salivares de estreptococos mutans entre mães e filhos estavam relacionadas, confirmando o conceito de que mães mais infectadas infectam mais facilmente seus filhos.

(25)

mães, obtiveram-se espécimes de placa infantil e amostras de saliva materna. Da análise de 20 crianças, 13 possuíam um tipo de bactéria, e nem todos os tipos de bactérias materna colonizavam a criança. Entretanto, muitos dos estreptococos

mutans isolados e observados entre mãe e filho possuíam códigos idênticos, o que leva a concluir que a mãe, em maior parte, é a primeira fonte de transmissão do estreptococoi mutans a seus filhos.

Já BO KRASSE (11), através de um levantamento da literatura, constatou que a cárie dental é uma doença infecciosa e transmissível e que as crianças herdam esta bactéria de pessoas de seu convívio direto, sendo a mãe muitas vezes a principal fonte de infecção , O autor comenta ainda que, apesar do

estreptococos mutans e lactobacilos estarem fortemente associados à cárie dental, isto não significa que eles são os únicos microorganismos que causam a cárie, nem que eles são sempre cariogênicos; existem vários fatores que determinam o risco 6. cárie: como o número de microorganismos cariogênicos, virulência, tempo, dieta, levando-se sempre em conta os mecanismos protetores do hospedeiro.

(26)

17

mãe

foi testado para a predição de desenvolvimento de lesões de

cárie

na criança. Em estudos iniciais, demonstrou-se que a ink

é

a fonte primária de

infecção do estreptococos mutans.

Porém, AALTONEN, TENOVUO (1), desenvolveram uni trabalho para testar a hipótese de que variações na freqüência do contato salivar materno com

o

bebê podem estar associadas à infecção oral da criança com

o

estreptococos

mutans

e

com

o

desenvolvimento de lesões de

cárie.

Para tanto, foram

selecionadas 327 crianças de 7 meses de idade, divididas em dois

grupos

baseados na freqüência de contatos

íntimos

salivares entre

mãe e

filho. Cinco a sete anos depois, todos os primeiros filhos, 55, foram examinados quanto a

lesões de

cárie e

A prevalência de estreptococos mutans e lactobacilos. As

crianças

com contato intimo salivar freqüente com a

mãe

apresentavam menos

estreptococos nas suas amostras salivares que as crianças com contatos mais raros. Desta forma, a

fi

rma-se, no exame final, que a

cárie

dental foi mais freqüente entre as crianças do grupo de contato intimo raro.

Os resultados sugerem que a exposição infantil aos

antígenos

de bactérias cariogênicas maternas antes da erupção dental podem aumentar a

resistência da criança à infecção por agentes patogênicos.

2.3 Dieta

e

cárie de mamadeira

(27)

Pesquisa realizada por GORDON, REDDY

(28)

,

com uma amostra

representativa de

100

mks e seus respectivos filhos, estes com idades variando

entre

12

e

24

meses,

selecionadas

aleatoriamente na Cidade do Cabo, Africa do

Sul, indicou a

prevalência

de

lesões

nas crianças e os hábitos de consumo de

açúcar

entre mães e filhos.

0

estudo revelou que

72%

das mães

não

limpavam os

dentes das crianças e estas achavam que a

escovação

dental deveria começar

entre

24-36

meses, depois da

erupção

de todos os dentes;

94%

das mks

não

receberam aconselhamento de como escovar os dentes das crianças e

74%

não

tinham qualquer conhecimento sobre placa dental. Os dados sobre

padrão

de

consumo de

açúcar

revelam que

uma

correlação

positiva entre os

padrões

de

consumo de

açúcar

entre mãe e filho. A

introdução

de alimentos contendo

açúcar

ocorreu normalmente aos

6

meses de idade e aos

12

meses todas as

crianças consumiam

alimentos com este ingrediente.

0 c.e.o.

médio foi de

2,37.

Os autores concluíram que as mães têm um

conhecimento

pequeno sobre

higiene bucal, e que, o consumo de

açúcar

na

alimentação

das

crianças é

influenciado pelos

hábitos

de consumo de açúcar da Mk. E esse

açúcar

adicionado na dieta do

bebê

proximamente

ao

período de

erupção

dos primeiros

dentes.

ROS

SOW,

KJAERNE S ,

HO

L S T (48), realizaram

um

estudo

envolvendo

231

crianças norueguesas, observando a diferença no consumo de

(28)

19

demostraram que o consumo de açúcar aumenta no período de acomodação da dieta do bebé A da família, de acordo com o avanço de idade da criança. Aos 10 meses, as crianças alcançam o último estágio de aleitamento ou mesmo já desmamaram, e conseqüentemente seus hábitos alimentares estão se adaptando aos hábitos da família, 0 estudo revelou que mks com mais instrução tinham filhos com menor consumo de açúcar. Estes resultados confirmam a necessidade de informações sobre os aspectos saudáveis do consumo de açúcar dado As mães.

(29)

mais prejudiciais aos dentes quando usados como agentes adoçantes em chupetas ou mamadeiras.

Publicação complementar de WINTER et al (67), relacionou o uso da

mamadeira adocicada com o subseqüente consumo de alimentos contendo açúcar, entre as refeições, e a prevalência de lesões cariosas. Com relação aos hábitos de higiene bucal, o único fator significativo foi a redução de lesões de cárie nas superficies lisas dos incisivos superiores. Os autores concluíram que o uso de mamadeiras adocicadas na infância pode condicionar a criança a um consumo excessivo de alimentos contendo açúcar, nos anos seguintes.

Já BABEELY et al (6), propuseram urn sistema de classificação para

(30)

31

ERONAT,

EDEN

(21)

,

realizaram um exame em

71

crianças com

cárie

de mamadeira, comparado-as com um grupo de controle selecionado

aleatoriamente.

Todas as crianças moravam na mesma

regido,

com fluor na

água

potável

abaixo de

0.3 p.p.m., e

suas idades variavam de

2

a

6

anos. As crianças

foram examinadas clinicamente,

e

um

questionário

foi dado aos pais coletando

informações

sobre

alimentação, hábitos

de

escovação

dental

e

"status-sócioeconômico

da

família.

Um

diário

de

alimentação

de

três

dias foi

entregue

aos pais para registrar a comida

e

a bebida consumidas pela criança. Com

relação

ingestão

de

açúcar, 20,54%

das crianças do grupo de controle apresentaram

alto

padrão

de consumo de

açúcar,

enquanto que, no grupo com

cárie rarnpante,

esta

característica

atingiu

83,1%

das crianças. Com este estudo concluiu-se que

dieta

não-balanceada,

contendo alto consumo de

açúcar,

na

infância,

uso

prolongado de mamadeira

e

chupeta

adoçada

são os fatores

mais

importantes na

etiologia da

cárie rampante.

De acordo com GOMES

et al (27), 0 estudo

realizado com

75 crianças

na faixa

etária

de

1

a

4

anos, em

Niterói,

Rio de Janeiro, revelou que os

resultados obtidos baseados em

questionários

sobre padrão de

alimentação

foram

os seguintes:

72

crianças

(96%)

consumiram uma dieta

cariogênica, 44 crianças

(58,7%) possuíam o habito

de

amamentação

noturna,

e 10

crianças

(13,3%)

tomavam mamadeira contendo dois ou mais alimentos com

açúcar

ou mel.

0

(31)

alta

prevalência

de cárie obtida.

2.3.1

Mamadeira

noturna

JOHNSTON, MESSER (31) comentam que existe na

literatura

numerosos casos de cárie de mamadeira relacionados com mamadeiras contendo líquidos adocicados, incluindo leite

adocicado,

sucos de frutas, refrigerantes, mel, etc.

FRAIZ

(23)

, entretanto, informa que dois aspectos devem ser an

alisados

para determinar o potencial

cariogênio

de um alimento em bebês: o método de

ingestão

e o momento do uso. Por método, entende-se o modo ou maneira com que o alimento é ingerido, pois a

atitude

interfere no tempo de

permanência

de resíduos alimentares na boca.

0

mesmo alimento ingerido por meio do copo ou da mamadeira apresentará tempos de ingestão diferentes, com tempo de

(32)

Biblioteca Universitóric

UFSC 33

Conforme estudo realizado por ROBINSON, NAYLOR (47), com 110 crianças de faixa etária de 5 anos de idade, levando-se em conta os fatores associados com

o

desenvolvimento de lesões de cárie em incisivos deciduos superiores, as crianças que tomaram mamadeira tiveram maior probabilidade de desenvolver lesões de

cárie

do que as crianças que receberam aleitamento materno ou misto. .0 uso da mamadeira noturna dificultou muito a higienização dos dentes. Esse uso até uma idade mais avançada

e

a adição de sacarose na mamadeira levou esses estudiosos a associar a presença de lesões de

cárie

a estas práticas.

A pesquisa desenvolvida por POWELL (44), em 40 crianças com

cárie

de mamadeira, com idade de 18 meses a 5 anos, revelou que os dentes mais precocemente envolvidos foram os incisivos superiores

e

os molares superiores. Das 40

crianças,

72,5% dormiam com mamadeira na boca,

e

leite foi fornecido para 62% das crianças. Leite puro foi dado a 32% das crianças,

e

leite adicionado com açúcar, para 25%

e

leite com cereais, a 5%. Apesar de

o

padrão de cárie ser

característico,

a chave de diagnóstico

é

a história dos hábitos alimentares

e

de mamadeira. Uma criança que leva a mamadeira para a cama depois dos 10 meses de idade

é

a criança que potencialmente

mostrará

sinais da síndrome.

(33)

questionário.

Entre as crianças examinadas que foram exclusivamente amamentadas pelo peito, 527 (95%) não tinham lesões de cárie. Em comparação, das crianças amamentadas exclusivamente por mamadeiras, apenas 455 (82%) não tinham lesões de

cárie.

Esta diferença

é

estatisticamente significativa. Das 555 crianças examinadas, 105 (19%) receberam mamadeira adocicada para acalmar

o

choro. Dentre estas, 9% desenvolveram lesões de

cárie.

Considerando a freqüência desse uso de sacarose, 6 das 17 crianças que apresentaram lesões de

cárie

eram alimentadas

três

ou mais vezes ao dia com este artificio. Os autores concluem que

o

fator contribuinte principal para uma dieta cariogénica seria a utilização da sacarose na mamadeira.

Segundo programa de

saúde

bucal realizado por GOEPFERD (26), na Universidade de Iowa, com crianças de até 3 anos de idade, constatou-se um aumento de -

cárie

dental de acordo com a idade, devido ao uso prolongado da mamadeira. Quase metade das crianças examinadas receberam mamadeira na cama,

e

mais da metade destas crianças mamaram por mais de 12 meses. Observou-se que sete, entre nove crianças com lesões de

cárie,

faziam uso da mamadeira noturna como calmante

e

usaram a mamadeira até uma idade mais avançada.

(34)

ZIPSC

f",b1fotece Setortaii

008.0

crianças de 14 meses até 8 anos, com uma média de idade de 31 meses, sendo o exame clinico foi conduzido numa clinica pediátrica privada, em uma comunidade urbana com suprimento de água fluoretada de 1 ppm. Os resultados mostraram que 56% das crianças dormiam com a mamadeira. Destas, 70% descartavam-na quando adormeciam e 27% apresentaram a síndrome. Dos outros 30% que dormiam com a mamadeira na boca, 62% desenvolveram carie de mamadeira. Os autores concluíram que o fator predominante para o desenvolvimento da cárie de mamadeira foi a maneira como a criança dormiu.

JUAMBELTZ, KULA, PERM.AN (32), realizaram estudo incluindo 60 crianças, com idades entre 18 e 24 meses: 30 delas livres de lesões de cárie e 30 diagnosticadas com cárie de mamadeira. Os resultados mostram que a grande maioria -das crianças foi alimentada com a mamadeira, embora exista uma diferença significante no modo como elas dormiram: mais crianças com cárie de mamadeira usaram a mamadeira quando dormiam do que crianças livres de carie. Outro fator é que as crianças que desenvolveram a síndrome foram mantidas na mamadeira até a idade média de 26.5 meses, enquanto as crianças livres de cárie usaram a mamadeira até a idade média de 18.78 meses, .ou seja, aquelas mamaram até a uma idade mais avançada.

(35)

1

a

4

anos, numa area urbana do estado de Washington. Dos

84 responsáveis

pelas crianças,

19%

admitiram que as crianças ingeriam doces nos intervalos das

refeições

mais de três vezes ao dia. Durante as respostas dos questionários,

colocar uma criança para dormir

com

uma

mamadeira

teve como resposta, pelos

responsáveis,

que

25%

das crianças

sempre

dormiam com a mamadeira, e

12%

responderam que as crianças dormiam as vezes com a mamadeira.

0 conteúdo

da

mamadeira foi de leite ou formula

láctea (56%)

ou apenas

água (24%)

e somente

(2%)

colocaram suco de fruta. Os autores concluíram com o estudo que a

freqüência

declarada de

ingestão

de doces nos intervalos entre as

refeições é

razoável

e que muitas vezes

são

dados alimentos

saudáveis

aos filhos, embora os

responsáveis

precisem de mais

informações

sobre as propriedades dos alimentos

retentivos

como causadores de

lesões

de caries.

0

continuo uso da mamadeira

enquanto a criança

está

na cama se revelou uma

prática

comum no quadro

estudado e é uma

agressão

maior do que a ingestão de doces, visto que a

incidência de

lesões

de cárie na

dentição

permanente é maior em crianças que

tiveram cárie na

dentição decidua.

DOMOTO et al (20),

realizaram um estudo no estado de Washington,

com imigrantes mexicanos que apresentam alta incidência de cárie de

mamadeira. As crianças do estudo

tinham

uma média de

idade

de

17,1

meses.

0

formulário da entrevista englobou dados, tais como

hábitos

das

crianças

em

(36)

37

mínimo, um incisivo superior com lesão de cárie e que em 30,4% havia, no mínimo, um de idênticos dentes com a lesão de mancha branca. Esae estudo indicou que crianças com lesões de manchas brancas tendem a desenvolvê-las em três ou quatro dentes. Essas manchas devem ser os primeiros sinais visíveis da doença. Foi recomendado aos pais suprimir a mamadeira repentinamente. Isso foi considerado possível por apenas 46% dos entrevistados. A sugestão de substituir a mamadeira gradualmente foi aceita pelo dobro dos pais (86%). Os autores concluem que, pelo menos para esta população, pelos resultados obtidos, mudanças drásticas na alimentação dos filhos não são facilmente aceitas.

(37)

Trabalho realizado por

AYHAN

(4)

, envolveu

342

crianças com idades entre

2

a

5

anos,

divididas

em dois grupos.

0 primeiro

grupo tinha

161

crianças apresentando

cárie

de mamadeira

e o

segundo

grupo, 181

crianças sem

lesões

de

cárie.

Esta

população

vivia na mesma

regido geográfica,

em que

o

fluor na

água

de abastecimento era

0,5

ppm., um

nível

muito baixo. Por meio de um

interrogatório

aos pais, observou-se que as crianças que tinham

cárie

de mamadeira mamaram além dos

12

meses de idade.

0

autor concluiu que dormir com a mamadeira foi um fator

contribuinte

principal, ainda mais que esta mamadeira

não

era descartada durante

o

sono.

Não

houve diferença entre a bebida

e o carboidrato

ingerido

e

a

formação

de

cárie

de mamadeira, assim como a idade em que começou a

higienização.

2.3.2 Pótencial cariogênico

do leite

Segundo O'BRIEN et al (42),

o hábito

da

sucção é

um

reflexo

que ocorre no

estágio

oral do desenvolvimento

e

desaparece durante

o

crescimento normal, entre as idades de

1

a

3 1/2

anos, sendo a primeira atividade muscular coordenada da criança.

essencialmente duas formas de

sucção:

a forma

nutritiva (o

aleitamento

materno e

a mamadeira), que

fornece

os nutrientes essenciais,

e

a forma

não-nutritiva,

que garante um sentimento de bem-estar, calor

e

segurança. Cada um dos tipos de

nutrição influencia

de forma diferente as

estruturas

dento-faciais da criança.

Durante o

aleitamento

materno, o bebê

morde

o

mamilo da

mãe,

como um plano achatado.

0 bebê é

capaz de regular

o

(38)

39

exerce

pressão

progressiva contra a

porção

posterior, para drenar

o

leite. Este leite,

então, é

liberado para dentro da cavidade bucal juntamente com a saliva

e

entra no trato digestivo. Os

bebês amamentados

no seio

são melhor

oxigenados

e

ficam menos estressados por este

ritmo

de

sucção; o

aleitamento

materno

também promove desenvolvimento

orofacial,

melhorado pelo movimento de

protrusdo

mandibular mais

rápido

no bebê que mama no peito do que no

bebê

que mama na mamadeira.

Porém,

estudos

epidemiológicos

associam

o

aleitamento

materno

prolongado

à

presença de

lesões

de

cárie,

pois THOMSON, THOMSON, CHANDLER (53), realizaram

estudo

para

determinação

do potencial

cariogênico

do leite humano, tomando por base testes de pH dos leites humano

e

bovino

e

iniciaram

as

experiências intra-orais.

Os dados obtidos na

determinação

do pH mostraram que

o

leite humano tem potencial

cariogênico considerável,

porém

são

raras as

circunstâncias

sob as quais ocorrem

lesões

de

cárie

durante

o

aleitamento

materno. 0 diagnóstico

do aleitamento

materno

como causa da

doença é

baseado no

padrão

de

cárie

em conjunto com a

história

do caso, na qual

observação

comum

é

que

o bebê

dorme na cama com a

mãe e

que a

sucção

é

freqüente e

prolongada.

(39)

associados ao aleitamento materno, o leite materno era a principal fonte de

nutrição, porém ministrado várias vezes ao dia e por períodos prolongados.

Segundo os autores citados, tanto o leite humano quanto o leite bovino

são cariogênicos, principalmente se ficarem muito tempo em contato com os

dentes, e a cariogenicidade é aumentada se houver a adição de sacarose.

ERONAT, EDEN

(21)

,

examinaram 71 crianças com cárie rampante.

Destas, 27 tiveram amamentação no peito nos primeiros 12 meses. Os autores

concluíram que a amamentação no peito, prolongada e a. vontade, pode provocar

cárie rampante.

MA I EE

et al (39),

analisaram 17 crianças que desenvolveram lesões de

cárie. Estas crianças selecionadas não utilizavam mamadeira, e o leite materno,

contendo 7% de lactose, dado sem restrição, foi o principal meio de nutrição.

MA I EE

et al (40)

conduziram uma pesquisa para determinar

a

prevalência de cárie rampante e sua etiologia. Um total de 2.192 crianças com

idades entre 1 e 4 anos, na Tanzania, formaram a amostra da pesquisa de

prevalência: 1.239 crianças estavam no grupo de 1 a 2 anos, 576 crianças no

grupo de 2 a 3 anos e 373 no grupo de 3 a 4 anos. Para revelar fatores associados

com caries rampantes, um estudo de controle de caso de crianças com a

enfermidade foi composto por 116 amostras, sendo comparadas com um grupo

(40)

41

como

freqüência

e

duração

da

amamentação

no peito durante o dia e á noite, foram analisados através de

uma

entrevista com a mãe. Na idade de

2

anos,

51%

das

crianças

com cárie

rampante

ainda eram alimentadas no peito,

quando

comparadas com

32%

das

crianças

livres de cárie. Os autores concluíram que a forte

associação

entre a cárie

rampante

e a

alimentação

no peito,

à

noite,

quando

a

criança está

dormindo, pode causar

lesões

de cárie, particularmente nos incisivos superiores. Quando a

criança

adormece com o mamilo na boca, o leite irá se acumular nestes dentes pela

redução noturna

do fluxo salivar, e esta lactose

fermentável

em ambiente sem capacidade de limpeza normal pode provocar

lesões

de cárie.

De acordo com JOHNSTON, MESSER (31), a

cariogenicidade

do leite

(bovino-

e humano) apresenta um papel complexo na etiologia da cárie

dentária.

Os leites

bovino

e humano contêm lactose, que "in vitro" pode aumentar a

implantação

de bactérias

cariogênicas

e produzir

lesões

de cárie em animais de

laboratório.

Sob algumas

condições,

o leite humano pode ser mais

cariogênico

que o leite bovino, devido ao seu

conteúdo

de lactose

(7%),

que é

aproximadamente o dobro do leite bovino,

além

deste

último

possuir uma

concentração

mais alta de

cálcio

e

fósforo

que o leite humano.

FRAIZ

(23)

, comenta que o leite contém

várias

proteínas, incluindo a

(41)

fornecer

um revestimento orgânico protetor ao esmalte, sugerindo que elas

têm

uma

ação tamponante

sobre o pH ácido da placa.

MOR, MAC

DOUGALL

(41)

,

realizaram

estudo para monitorar as

mudanças do pH da placa depois de

bochechos

com sacarose a

5%,

lactose a

5%,

leite e leite mais flúor a

4

ppm. Os autores chegaram à

conclusão

de que, com o sedimento salivar, a

adição

de sacarose a

5%

ao leite alterou as mudanças de pH

quando

em

comparção

como leite puro.

0

leite

freqüentemente

produziu um aumento

inicial

do pH e, com a

adição

de sacarose, o pH começou a cair

imediatamente.

A

adição

de flúor no leite não teve efeito

apreciável

nas mudanças de pH da placa.

BOWEN, PEARSON (13), realizaram

urna

pesquisa na qual ratos

receberam dietas que variavam nesta

proporção: 1)

leite a

2%

de gordura;

2)

leite com lactose reduzida;

3)

lactose a

4%; 4)

sacarose a

10%; 5) frutose

a

10%;

6) água

destilada.

Diferenças significativas nos valores de cárie de

superficie

lisa e sulco foram observados nos grupos que receberam sacarose a

• 10%.

Entretanto,

disparidades

nos valores de cárie de esmalte

não

foram observadas entre os que receberam leite integral ou adocicados com sacarose, sugerindo que o leite

está

(42)

43

simultaneamente com o desafio cariogênico (sacarose), este é mais cariogênico que o leite isoladamente, embora o leite exerça alguma proteção contra o desafio cariogênico.

BIRKHED, IMFELD, EDWARDSSON (I°), examinaram as mudanças do pH da placa, antes e depois de um período de 4 - 6 semanas, com lavagem bucal diária com lactose a 10% ou leite bovino desnatado; depois, com bochechos com leite humano, leite bovino padrão e leite bovino com lactose hidrolisada comparados com soluções de lactose e sacarose. Os resultados indicam que a sacarose foi fermentada em um nível mais alto que a lactose e esta mais rapidamente que o leite. As presentes descobertas de uma resposta cariogênica aumentada na placa dental ao leite e lactose, depois da adaptação, sugerem que o potencial cariogênico do leite pode variar dependendo da exposição individual. 0 potencial cariogênico do leite sob condições normais é

provavelmente de pouca importância clinica. Entretanto, a situação pode ser diferente quando fatores salivares não são ótimos, ou seja, durante o sono, para os bebês, e em pacientes com xerostomia. A resposta cariogênica aumentada deve ser uma das razões para o desenvolvimento de lesões de cáries em dentes deciduos, após a amamentação no seio à vontade e por um tempo prolongado.

2.4 Aconselhamento dietético

(43)

só em relação ao desenvolvimento de lesões de

cárie,

mas também porque os hábitos dietéticos adquiridos na infância formam a base para

o

futuro padrão alimentar.

Para uma educação dietética eficaz,

é

necessário que odontopediatras, pediatras

e

demais profissionais da saúde tenham condutas semelhantes na avaliação de saúde.

Já PAIVA, BEZERRA, TOLEDO (43), relatam um trabalho baseando-se em um questionário de 24 perguntas que foram enviadas a 115 médicos pediatras do Distrito Federal, quando apenas 57

questionários

retornaram. Os autores concluíram que 70,2% dos médicos recomendavam

o

leite materno exclusivo, até 6 meses de idade. Os autores acreditam que

o

leite materno

é

cariogenico

e

seu uso deve ser feito adequadamente com

o

auxilio da higiêne bucal, a fim de se evitar a

cárie

de mamadeira. Dos pediatras, 78,9% recomendam adocicar a mamadeira,

o

que acaba estabelecendo um hábito dificil de mudar. Prescrevem 22,8% flúor sistêmico. Porém

é

preciso

orientá-los

de que

(44)

45

entre as especialidades, motivando diretamente

o

paciente quanto aos hábitos alimentares

e

cuidados com a cavidade bucal da criança ainda em idade precoce.

KOMORI et al (34), relataram um trabalho sobre prevenção da

doença

cárie,

feito no

Japão,

incluindo orientação aos pais quanto 6. dieta alimentar, higiene bucal, anomalias dentárias, observação sobre a incidência

e

a prevalência de lesões de

cárie

em crianças na faixa etária de 1

e

de V-2, ano. Os autores comentam, que após 1, ano não existe mais a necessidade da mamadeira, pois esta acaba por interferir no processo normal da sucção

e

deglutição da criança,

e

que

o

aleitamento materno noturno

é

um dos fatores para

o

aumento da

cárie

em crianças. Nesta faixa

etária

são as

mães

que devem fazer a higienização bucal em seus filhos, pois que a indulgência deste processo está diretamente relacionada com

o

aparecimento da lesão cariosa. Os autores relatam, ainda, a necessidade de prevenção por meio da motivação dos pais. Os autores acreditam na

importância

deste trabalho já realizado, concordando que deve ser aproveitado no Brasil, onde prevêem uma redução da

cárie

dentária, afirmando que não

é

um trabalho de dificil execução. Porém, quando comparado ao

Japão

teremos diferenças sócioculturais

e

também nutricionais.

Realizaram um estudo sobre instruções quanto ao uso da mamadeira, realizado por BENITEZ, O' SULLIVAN, TINANOFF (8), COM 17 crianças em

idade de 21 a 36 meses, apresentando lesões de

cárie

de mamadeira não tratadas

(45)

Estados Unidos.

Inicialmente

um exame clinico foi realizado para avaliar as

lesões,

depois os

responsáveis

receberam

questionários

com

relação

aos

hábitos

de higiene bucal

e alimentação

das crianças. Os

responsáveis

foram instruidos a

desmamar

as crianças da

mamadeira noturna

ou substituir

o

liquido por

água.

Todas as crianças usavam mamadeira

e 13,

das

17

crianças, usavam-na mais

freqüentemente

durante

à

noite. Depois de

3

meses, somente

7

pais relataram que suas crianças

pararam

completamente com a

mamadeira.

Os autores sugerem que, com um ano de idade, a criança seja desmamada no peito ou na mamadeira. A descoberta de que

12,

dos

17, responsáveis

admitiram estar cientes da

cariogenicidade

dos

líquidos

doces da

mamadeira

sugere que informar

o

responsável

do perigo

não é

suficiente para prevenir tal

comportamento.

Nesta

situação, intervenções

que

não

dependam muito da

cooperação

do paciente precisam ser consideradas como técnicas preventivas.

FRAIZ

(23)

afirma que:

"0 sucesso do aconselhamento depende não só da transferência de informações à família, mas também da adaptação das recomendações ix realidade em que a criança vive uma vez que as ações coletivas ou

(46)

47

2.5 Controle

e

prevenção da cárie de mamadeira

Não

é o

objetivo desta

revisão

de literatura discutir as técnicas de tratamento da

cárie

de mamadeira, porém alguns aspectos devem ser analisados.

Segundo WALTER, NAKAMA (63),

o

melhor controle da

cárie

de mamadeira

é

a educação odontológica. Nos pacientes da Bebê-Clinica, onde

o

tratamento precoce

é

realizado antes do primeiro ano de vida, pela eliminação

e

pelo controle dos fatores de risco detectáveis, a prevalência desta

síndrome

é

próxima de zero.

A primeira parte do tratamento educativo direcionado aos pais preocupa-se em esclarecer de forma genérica a importância dos tratamentos

e

em evidenciar quando, como

e

por que:

a) iniciar a atenção odontológica precoce;

b) controlar a amamentação noturna;

c) realizar os procedimentos de limpeza

e

de escovação dentária;

d) controlar

o

consumo de carboidratos, principalmente os açúcares;

(47)

Esse tratamento visa ao esclarecimento da

importância

do cuidado com a

saúde

bucal dos

bebês,

o

mais

precocemente possível e antes dos

6

meses de

vida.

A segunda parte do tratamento educativo, o especifico, é realizada com a

criança

e direcionada aos pais,

quando,

além de se definirem os fatores de risco, serão demonstradas formas de controlá-los ou eliminá-los, informando como limpar e escovar os dentes, como aplicar o flúor diariamente e como controlar a

amamentação noturna cariogênica.

0 tratamento

preventivo é fundamentado na

determinação

do risco de cárie pelo método clinico

anamnésico,

em que os indicativos ambientais

são

salientados. Este método de

determinação

de risco tem-se mostrado eficaz

quando

aplicado na

população

menor de

3

anos, com índice de

segurança

de cerca de

80%,

o que recomenda o seu uso.

Cabe ressaltar que os tratamentos preventivos

compõem-se

das seguintes

etapas:

a) reversão do risco: obtida pelas medidas de

interposição

de

hábitos

higiênicos

de limpeza e

escovação

precoce, assim como pela

inibição

do alto consumo de

açúcar

e da

amamentação noturna

e por um possível controle das possibilidades de

contaminação

(48)

49

b) aumento da resistência: faz-se predominatemente pela aplicação diária de fluoreto de sódio a 0,02%, por ser eficaz, seguro

e

não determinar overdose, quando usado corretamente;

c) tratamento de choque: está direcionado aos pacientes que não são

de baixo risco

e é

medida destinada a eliminar os fatores geradores

e

a aumentar de forma rápida a resistência do hospedeiro, limpando

e

controlando a placa

e

aplicando

flúor

de forma intensiva, durante 4 semanas seguidas;

d) tratamento de manutenção-clinica: realizado no consultório, consta de consultas de 2 em 2 meses, com

o

objetivo de observar a evolução dos tratamentos,

reavaliá-los,

assim como para manter a seqüência das aplicações de soluções fluoretadas

e

acompanhar a seqüência da erupção dos dentes, etc.

(49)

Essa dupla

ação

do

fluoreto

de

diamino

de prata, a

prevenção e

a

cariostase,

segundo WALTER,

I-ERELLE, ISSAO (61),

deve-se

à existência

dos

Ions

F e Ag. 0

ion

fluoreto

reage com os componentes minerais do dente, para

produzir

flúor apatita e fluoreto

de

cálcio,

enquanto que a prata reage com os

componentes

orgânicos,

formando, principalmente,

o proteinato

de prata

e o

fosfato de prata.

0

resultado da

cariostase (paralisação

da atividade

cariogênica)

com

o

uso do

safluoraide fluoreto

de

diamino

a

30 %,

juntamente com a

eliminação e o

controle dos fatores

etilógicos

da

doença,

limpeza

e escovação dentária, e aplicação

caseira de

fluoreto

de

sódio

em baixa

concentração

mostram

eficácia quando

acompanhados da

repleção

das cavidades com

ionômero

de

vidro.

O índice

de

cariostase

obtido na

Bebê -

Clinica

atinge 84,6%, o

que

demonstra que, embora

o

uso do

cariostático

apresente desvantagem da

descoloração

dental (manchas negras), apresenta a vantagem de preservar

o

(50)

3 DISCUSSÃO

Vários autores relatam que, no quadro patológico da cárie de mamadeira, os dentes mais afetados são os incisivos superiores, uma vez que estão entre os primeiros dentes na seqüência de erupção e, portanto, possuem prolongada exposição ao desafio cariogênico; seguidos pelos primeiros molares, segundos molares e, num estágio mais avançado, pelos caninos. A razão para a severidade desigual está relacionada a três fatores: a cronologia da erupção, a duração do, hábito deletério e o padrão muscular de sucção. Durante a sucção, o mamilo (natural ou artificial) fica contra o palato, corn a lingua estendendo-se anteriormente sobre os incisivos inferiores, formando uma vedação oral, e conseqüentemente protegendo-os do desafio cariogênico. 0 liquido da

• amamentação fica ao redor dos dentes presentes (exceto dos incisivos inferiores), afetando principalmente a face vestibular dos incisivos superiores. (AYHAN (4), BABEELY et al (6), GOMES et al (27), MATEE et al (40), ROBINSON, NAYLOR(48).)

(51)

sofrem influência após a ingestão de sacarose e esta não é distribuída de forma homogênea. As menores concentrações de açúcar são encontradas na superficie lingual dos incisivos inferiores e vestibular dos molares superiores, enquanto que a vestibular dos incisivos superiores e molares inferiores apresenta maior concentração de açúcar. Além disso, a velocidade do fluxo salivar é menor nas vestibulares, excet o . na vestibular dos molares superiores próximos ao ducto da parátida, do que nas regiões linguais. Este padrão de especificidade na distribuição do açúcar e velocidade do fluxo salivar contribui para determinar o padrão de lesões de cárie de mamadeira.

BENGTSON, BENGTSON (7), GARNER, NORWOOD,

EISENSON 25), JOHNSTON, MESSER (31), MACPHERSON, DAWES (38) concordath que o tempo é um fator essencial no desenvolvimento da cárie de mamadeira e .a amamentação prolongada, e à noite, é o fator contribuinte principal. A freqüência excessiva da amamentação (até 10 exposições ao dia) permite que os níveis de pH da placa caiam por períodos prolongados, causando grande desmineralização.

(52)

53

criança

com este microorganismo, logo

após

a

erupção

dos primeiros dentes na

dentição decidua

e durante a

erupção

dos molares permanentes, sugerindo que a

mãe

é uma fonte natural de

infecção.

(BROWN,

JUNNER, LIEW (14 ,

BERKOWITZ,

JONES,

BO

KRASSE(36), ALALUUSUA, MALMIVERTA '2)).

Nas

crianças

portadoras de cárie de mamadeira, o esmalte sadio

próximo

As

lesões

apresenta uma contagem de

estreptococos mutans

semelhante

As

áreas

sem

lesões

(VAN

HOUTE,

GIBBS,

BUTERA (59)),

o mesmo ocorrendo

em

crianças

portadoras de cárie por aleitamento

materno (MATEE et al (39))

Desse modo, continuadas as características dietéticas, as

superficies higidas serão

futuramente envolvidas.

GRINDEFJORD et al (29),

definiram, entre os fatores de

influência

na

colonização de estreptococos mutans

em

crianças

de um ano de idade, o

aleitamento

materno após

os

10

meses de idade. Segundo MA

1 EE et al (39),

o

aleitamento

materno

permite a

colonização

e a

proliferação

de microorganismos

cariogênicos em

bebês, podendo ocorrer cárie

rampante

em

crianças

que somente

realizaram este tipo de aleitamento.

Outro fator que merece

atenção é

a idade

em

que a

criança começa

a

consumir

açúcar, já

que a presença de sacarose na dieta do

bebê

facilita a

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