CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ESTOMATOLOGIA
CARIE DE MAMADEIRA
DANIELLE MARIA MISSEN DREFAHL
Monografia apresentada ao Departamento de Estomatologia da Universidade Federal de Santa Catarina para obtenção do titulo de Especialista em Odontopediatria.
Orientadora: Joeci de Oliveira
EPÍGRAFE
"Que ignominia, ser criança. Ser tão pequeno que se pode ser carregado, ser movido de um lado para
outro, â vontade dos outros. Ser alimentado ou não. Ser limpo, ou ficar sujo. Fazerem-nos felizes ou nos deixarem chorando. E certamente uma indignidade tão grande que não é surpresa que alguns de nós
nunca se recuperem disso. Pois certamente um dos medos básicos da pessoa humana é não ser tratado como pessoa, e sim como coisa. Manipulados, movidos por forças impessoais, tratados como sem importância pelos poderosos e superiores. Cada um de nós pode ser um pequenino átomo num universo enorme, mas precisamos da ilusão de que contamos — que a nossa individualidade exige atenção. Podermos ser totalmente desrespeitados como pessoa é um tipo de morte em vida, contra a qual
somos levados a lutar com toda a nossa força."
Dedico este trabalho
aos meus pais, Osni e Margareth, que de nada adiantaria o trabalho cientifico se os valores de uma vida não tivessem sido transmitidos, tais como dignidade, respeito e amor.
41111111.11.1."...~.1.11■1 iii r
wirl,wv•
Cl 401.0.4
AGRADECIMENTOS
A minha família, especialmente aos meus irmãos Juliano e Ide pelo carinho e paciência.
Aos meus colegas de trabalho, pelo companheirismo e compreensão.
24 professora Joeci de Oliveira, pela orientação na
elaboração deste trabalho.
professora Liene Campos, pela grande colaboração dispensada.
Aos professores do curso de especialização de odontopediatria, Maria José, lzabel, Joeci e Ricardo, pela amizade e dedicação.
Aos professores convidados, pelos conhecimentos transmitidos.
Aos funcionários da Universidade Federal de Santa Catarina, pelo carinho.
Aos meus colegas de curso, cada um com suas particularidades especiais, que mostraram, durante
todos os momentos, que realmente existe amizade, respeito, dedicação e companheirismo.
1 INTRODUÇÃO 7
2 REVISÃO DE LITERATURA 9
2.1 Princípios gerais de cariologia 9
2.1.1 Cárie: doença 9
2.1.2
Saliva
10
2.1.3
Substrato
cariogênico(dieta)
12
2.1.4
Microorganismos
15
2.2 Cárie de mamadeira 17
2.2.1
Prevalência
19
2.2.2 Microbiota
do
bebê2.3 Dieta e cárie de mamadeira 17
2.3.1
Mamadeira
noturna 32
2.3.2
Potencial
cariogênicodo leite
382.4 Aconselhamento dietético 43
2.5 Controle e prevenção da cárie de mamadeira 47
3 DISCUSSÃO 51
4 CONCLUSÕES 56
1 INTRODUÇÃO
A
dentição decidua nãotem recebido a
mesma atençãodispensada
àdentição
permanente, embora se
reconheçaque os dentes
deciduosdesempenham
funções
importantes, não apenas circunscritas à cavidade bucal, como também na
formação
harmoniosa
e fisiológicada estrutura facial.
Conforme
COUTTNHO,NAVARRO,
MOREIRA (17),relatam que a
perda dos dentes
deciduosprecocemente pode causar nas
crianças distúrbiosde
fonação, redução
da capacidade
mastigatória,problemas
psicológicos,má
oclusão e hábitos
bucais viciosos, como a
interposiçãolingual.
De acordo com DI REIS, MOREIRA (19)
, atualmente, oquadro
epidemiológico
de
cárie dentáriano Brasil mostra indices alarmantes, com urna
media de
C.P.O.D.em
tornode
6,7em
criançascom idades entre
6 e 14anos.
Isso leva a uma
reflexãoa respeito das medidas
educativas epreventivas
adotadas até agora.
BENGTSON, BENGTSON
(7)
, afirmamque, para se ter uma
idéia,na
idade de um ano ocorrem
lesõesde
cárieem
5%das
crianças,elevando-se este
Talvez esse quadro seja tão pessimista pelo simples fato de que a
cárie
dental ainda não seja encarada socialmente como uma doença, mas sim como um fator inerente à vontade doindivíduo, e o
tratamento curativo, uma conseqüência deste fato.Para DI REIS,
MOREIRA (19)
, a nutrição enfoca um âmbito muito maior do que a cavidade bucale
a formação de lesões decárie,
pois é responsável pelo pleno crescimentoe
desenvolvimento de um indivíduo saudável. Embora somenteo
aleitamento materno seja suficiente para a nutrição dos bebês até os 6 meses de idade,e
este hábito seja estimulado por pediatrase
odontopediat-ras, fatores culturaise
sócioeconômicos fazem com que outros alimentos sejam dados à criança, em idade precoce. A atenção odontoWica deve começar em idade mais tenra, quando os fatores determinantes dadoença
começam a se instalar, ou seja, em bebês deO
a 12 meses e, ainda mais, os pais devem receber, desde a gestação dos filhos, as orientações necessárias para cuidar dasaúde
bucal dobebê.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Princípios gerais de cariologia
2.1.1 Cárie: doença
De acordo com THYLSTRUP, FEJERSKOV (54), na prática diária fala-se da doença cárie como "a cavidade do dente". Entretanto a lesão cariosa representa um sinal ou um sintoma da doença e, como tal, um reflexo tardio da própria doença.
sacarose. A
microbiota
e a dietasão
pré-requisitos, no entanto o fatorcariogênico
mais essencial é a bactéria. Os fatores secundários, tais como a saliva, a exposição ao flúor, a higiene bucal e outros,
aumentam
ou diminuem aresistência
dos dentes, acariogenicidade
do substrato local (dieta) e o potencialcariogênico
damicrobiota.
2.1.2
SalivaSegundo
TENOVUO, LAGERLOF
(52)
, a saliva é o fluido produzido pelas glândulas salivares, atingindo o volume total de0,5
a1,0
litro por dia; elaproduzida
dia e noite, é constantemente deglutida, estando presente como uma película protéica, revestindo todas assuperflcies
da cavidade bucal.Para esses autores (52), as
funções
protetoras da saliva, contra aslesões
de cárie e aerosão,
podem ser resumidas da seguinte forma:a) melhoram a limpeza dos fragmentos de
alimentos
na boca;11
c) previnem a redução intra-oral do pH, após a ingestão de açucar, pelo efeito tampão da saliva e pela ação de alguns componentes salivares alcalinos (uréia, sialina);
d) aumentam a resistência da hidroxiapatita contra os ataques cariogênicos e melhoram a saturação do fluido da placa nas estruturas da superficie do dente, em face dos componentes inorgânicos da saliva (cálcio, fosfato, fluoreto);
e) podem remineralizar as lesões cariosas iniciais, por meio dos ions de cálcio e de fosfato da saliva, sendo esta remineralização melhorada com a presença de íons-flúor;
f) aumentam o nível de remoção dos microorganismos cariogênicos
da boca, não só pelo seu efeito de fluxo, mas também pela sua capacidade de aglutinar bactérias;
g) modificam a composição da película adquirida, na qual os componentes dela derivados (mucinas, antígenos do grupo sanguíneo, etc.) podem prevenir a colonização pela bactéria
cariogênica.
substratos bacterianos, principalmente diferentes açúcares, corno a sacarose,
introduzida na cavidade bucal na forma de alimentos.
Para LAGERLOF, OLIVERBY (35), o processo de diluição e eliminação
do açúcar é chamado de "clearance salivar". 0 fluxo salivar terá efeito preventivo da cárie, influenciando o nível do clearance do substrato: quanto maior o fluxo, mais rápido o clearance.
Para JOHNSTON, MESSER (31), neste quadro é possível salientar a
alimentação do bebé, que normalmente recebe a mamadeira durante o sono, o
que afeta a limpeza mecânica dos dentes, pois o liquido da mamadeira fica estagnado e possui potencial cariogénico.
2.1.3 Silbstrato cariogênico (dieta)
Conforme LORENZO (36), a dieta representa o substrato que o próprio
hospedeiro fornece para a bactéria cariogénica, seja para sua implantação, seja
para a acidogénese. Neste aspecto desponta a sacarose como o mais cariogênico
dos açúcares porque:
a) apresenta molécula pequena, desprovida de carga elétrica e muito solúvel, difundindo-se facilmente pela placa dental;
13
c) é o único açúcar utilizado para a produção de polissacarideos extracelulares e de reserva, que podem ser convertidos em ácidos quando da carência de açúcares da placa;
d) é o substrato de maior rendimento energético para a acidogênese
responsável pela descalcificação dental.
Assim, LORENZO (37), analisa as curvas da cinética de acidogênese na placa dental, devido à ingestão de carboidratos fermentáveis em indivíduos com
cárie ativa, com cárie inativa e sem lesões de cárie. 0 exame mostra que se formam diferentes curvas, conforme os diferentes graus de atividade de cárie. Os Pacientes cujas placas atingem valores de pH críticos para a descalci ficação do esmalte (em torno de pH 5,2) são os pacientes cárie-ativos e parece lógico haver alguma razão neste fato. Analisaram-se então as curvas exibidas por esses pacientes, dividindo-as em três fases distintas, a saber:
níveis
similares aos pacientes com caries inativas, contudo, as
placas colhidas de
sítiosdentais de pacientes
cárie-ativos exibem proporçõesmuito
maioresde
estreptococos mzitanse,
conseqüentemente, produzem odobro de
ácidopor
miligramacomparativamente as placas isoladas dos
sítiosde pacientes
cane-inativos;
b)fase de permanência abaixo do pH critico nos indivíduos
cárie-ativos: o
pH da interface placa-esmalte permanece
< 5,0durante
20minutos nos moderadamente
cárie-ativos, e 50minutos nos
extremamente
cárie-ativos.Nesses
períodos,os ions
cálcio efosfato
do
esmaltedissolvem-se, tentando
tamponar o ácido einiciar
oprocesso de
rernineralização. 0evento
ecológicomais importante
.
desta fase
éa persistência da
acidogênese,nos pacientes
cárie-ativos,em pH
< 5,0durante longo tempo
(20-50 minutos).Essa
acidez
tornametabolicamente inativa a grande maioria das
bactérias, ficando evidente que as placas
cariogênicas sãoconstituídas
por bactérias que
toleramessa
condiçãoambiental.
Observou
-se que
o estreptococos mutans e estreptococos sob rinos são,inusitadamente,
maisativos em pH
5,0do que em pH neutro
eque
o lactobacilos caseitambém
o 6,porém em menor grau.
15
placa cariogênica, dos raros microorganismos aciddricos ou
acidófilos. Assim, a aciduridade é um requisito de virulência
indispensável para a bacteria cariogênica; na realidade várias
bactérias da placa dental são acidogênicas, mas incapazes de
progredir lesões cariosas, por não serem acidófilas;
c)fase de recuperação do pH: nos intervalos entre as refeições, o pH
da placa vai retornando ao ponto basal e os ions cálcio e fosfato da
placa difundem-se para a lesão inicial, remineralizando-a Porém
devem-se dar condições para a ocorrência desta fase reparadora, e
esta é fundamental na prevenção da doença cárie.
2.1.4 Microorganismos
Os pesquisadores americanos, FITZGERALD e KEYES, apud BO
KRASSE " 1), demonstraram que animais experimentais não desenvolveram
lesões de cárie, mesmo se recebessem urna dieta contendo uma grande
quantidade de açúcar, a não ser que fossem infectados com certos estreptococos
indutores de lesões de carie. Assim microorganismos específicos deveriam ser
introduzidos em um novo hospedeiro para que a cárie dental se desenvolvesse.
Desta forma, os autores afirmam que a cárie dental é uma doença transmissível e
infecciosa.
De acordo corn BOWDEN, EDWARDSSON (12), as bactérias começam
de bactérias dentro da boca continua por toda a vida. Os primeiros microorganismos da boca que podem ser isolados durante as primeiras semanas após o nascimento são predominantemente os estreptococos; incluindo os mitis, oralis e salivarius. Essas bactérias são capazes de se estabelecer dentro da boca, porém há evidências de que outras bactérias aparecem como transitórias. Supõe-se que elas Supõe-sejám capazes de obter acesso ao habitat, mas não podem competir com as bactérias estabelecidas. É possível citar dois exemplos dessas bactérias, antes da erupção dos dentes: os lactobacilos de origem fecal e os estreptococos do grupo mutans.
Durante os primeiros meses de vida, a microbiota torna-se mais complexa, com bactérias aneróbicas, tais como a veil/one/ia sp. e a provotella sp. A erupção dos dentes tem um grande impacto na composição da microbiota bucal. Isso é esperado, uma vez que os dentes fornecem novos tipos de superficies e novos microambientes. Entre essas alterações na colonização por espécies que se aderem às superficies do dente e ai se multiplicam, as mais importantes são os estreptococos mutans, sobrinos, sang,uis e algumas espécies de actinomyces, assim como o aumento no número e nos tipos de bactérias anaer6bicas. A microbiota torna-se mais complexa até atingir uma relativa estabilidade nos adultos jovens, quando os representantes da maioria dos microorganismos da cavidade bucal podem ser isolados. Quanto ao gênero, a microbiota é estável. A maioria das pessoas carrega os mesmos gêneros e
17
em habitats
e
microambientes de umindivíduo
podem variar, refletindocaracterísticas
daquele habitat, que pode ser único parao
hospedeiro.A microbiota bucal normal inclui bactérias que, sob certas condições ambientais,
provocarão
desmineralização do esmaltee
das superficies da raiz. Portantopromoverão
lesões cariosas em humanos. Geralmente essas bactérias podem ser divididas em dois grupos patógenos principais, fortemente associadosàs
lesões decáries e às
bactérias que são encontradas junto com os patógenos principais na microbiota das lesões iniciaise
dentina cariosa. As mais importantes são as que estão incluidas no grupo dos "estreptococos mutans". Este grupo inclui sete espécies, embora duas delas, estreptococos mutanse o
estreptococos sobrinus, sejam as que mais
estão
associadasàs cáries
em humanos. 0 segundo gênero que está associadoàs
lesões decáries
éo
lactobacilos, que normalmente são isolados da dentina cariosa, que pode ser
o
seu principal habitat na boca.2.2 Cárie de mamadeira
Dentre as várias pesquisas consultadas, existem sinonimias para este padrão especifico de
cárie
que acomete bebêse
pré-escolares, denominadocárie
meio de um ataque de cárie
rápido
e extenso, que pode ser iniciado tão logo os denteserupcionem, em crianças
de até9
meses de idade. Neste quadropatológico,
os dentes maisafetados são
os incisivos superiores, sendo que os incisivos inferiores normalmentepermanecem higidos.
De acordo com
CALACHE
et al (15), este tipo de cárie deevolução
aguda tem aspecto clinico de coresbranquiçada
e consistência amolecida e úmida; as manchas brancas rasas, porém extensas, envolvem a face cervical dos dentes, podendo, entretanto, com aevolução
do processo, tomar toda a coroa dental.Já
para KELLY,BRLTERD (33)
, pode esta síndrome resultar de qualquer um dos fatores ou estarem a eles associada da seguinte forma:.
a)alimentação
prolongada na mamadeira depois de um ano de idade;b)alimentação imprópria
com a mamadeiraquando
acriança
écolocada na cama ou dando a mamadeira
à
vontadequando
ela estaacordada;
19
Segundo FRALZ (23), GRINDEFJORD et al (29), BABEELY et al lb),
ROSSOW, KJAERNES, HOLST (48), respectivamente, alguns aspectos das condições desta faixa etária também devem ser analisados, a saber:
a) os dentes ainda não sofreram maturação pós-eruptiva. Conseqüentemente são mais susceptíveis ao desafio cariogênico; b) acontecem modificações na microbiota bucal, a partir da erupção
dos dentes, ocorrendo a implantação da microbiota cariogênica, especialmente a manutenção do estreptococos mutans;
c) apesar do aleitamento materno ser reconhecido como ideal e suficiente até os 6 meses de idade, a maioria das crianças recebe mamadeira precocemente, estando este fator associado ao status
sOcioeconômico;
d) existe um período de acomodação da dieta do bebê à dieta da família, no qual são introduzidas novas forrnas de consumo de açúcar, que, somadas ao uso da mamadeira, resultam em uma dieta potencialmente cariogênica.
2.2.1 Prevalência
Segundo constatou
TINANOFF (55),a
prevalênciadesta
condiçãotem
sido de
85%em certas
populaçõesde índios americanos, em crianças
pré-escolares.Ja.
COOK
et al (16),determinaram a
prevalênciade cárie de mamadeira
em uma
populaçãode
629crianças na faixa
etáriade
3a
5anos na India, e
observaram que
50,2%das crianças examinadas apresentaram
lesõesde cárie.
Para GORDON, REDDY (28) ao
, relacionaremuma
pesquisarepresentativa de
100crianças com idades de até
2anos, apontaram para um
índice de
c.e.omédio de
2,37na
Áfricado Sul.
Conforme WINTER
et al (66),após examinarem
602 criançascom
idades entre
12e
60meses, na Inglaterra, constataram que o
c.e.omédio foi de
1.0
e que
g%das crianças apresentavam
carie rampante.De acordo com
BABEELY et al (6),constataram que a
prevalênciada
cariede mamadeira é de
11,5%no Kuwait, em crianças com idades variando
entre
17e
52meses.
Ja.
no Brasil, os dados sobre a prevalência estavam mais relacionados
com as crianças pré-escolares.
", 1
3 anos, 33% dos molares já estavam cariados, mas não apresentou dados sobre a
epidemiologia em crianças abaixo de 3 anos. WALTER et al, apud WALTER,
FERELLE, ISSAO (61), revelaram um estudo preliminar na qual prevalência da
cárie
situou-se em 4% nas crianças de 0 a 2 anose
meio. Esta prevalência,extremamente alta, refletia a população estudada, que era seletiva
e
distorcida, pois se tratava dos primeiros 235 bebês atendidos pela Bebê-Clinica, na Universidade Estadual de Londrina, noParaná
(UEL — PR).Pela precocidade da idade
e
cultua popular, tornou-se dificilo
acesso a fim de se obter uma amostra representativa para uma população nesta faixa etária. Hábitos alimentares nesta idade são influenciados por fatoresétnicos e
culturais,
o
que limita os resultados para a representatividade daquelesgrupos
étnicos e
culturais examinados, não podendo ser comparados a outras culturas. Assim a prevalência decárie
de mamadeira de um pais não pode ser comparada àde outro,
e
a comparação não se aplica nem mesmo no mesmo pais, seconsiderados diferentes grupos
étnicos.
2.2.2 Microbiota do bebê
Existe uma associação positiva entre a prevalência de cárie dental
e
a quantidade de estreptococos mutans. Considerando que em bebês a microbiota ainda está sendo definida, fatores externos, tais como a dietae
aPara TOLEDO,
BEZERRA (56),a
relaçãoentre a dieta
ea
cáriedental
esta fundamentada
erecebe destaque cada vez maior em estudos de
prevenção.A
dieta
éum fator de
desequilíbrio,que pode promover
mudançasnas
condições ecológicasda placa
bacteriana.A
composiçãodos alimentos
eos
hábitosdietéticos influenciam
otipo
ea
proporçãode microorganismos
cariogênicosencontrados na
placa. Ressalte-seainda que a
freqüênciade
carboidratosentre as
refeições
pode ser um fator importante na
virulência,assim como a alta
ingestãode sacarose estabelece a quantidade do
estreptococos mutans.Sendo assim, VAN
HOUTE,GIBBS,
BUIERA (39),realizaram um
estudo relatando
o isolamentode
estreptococos e lactobacilosda placa
esaliva
de
criançascom
cáriede mamadeira. Todas as
criançastinham
históriade dormir
com a mamadeira
eutilizavam-na também durante todo
odia, com muita
frequência.
A
localizaçãodas amostras foram
lesões cariosasde dentes anteriores
superiores, nas
lesõesde manchas brancas,
eem
áreasclinicamente sadias nos
mesmos ou em outros dentes. Os
estreptococos mutanssignificaram
60%da
flora
cultiváveltotal da placa obtida das
lesões cariosas emanchas brancas;
eexprimiram também
27%da placa de muitas areas
clinicamentesadias dos
dentes das
6 criançaspesquisadas, com
cáriede
mamadeira.Os
lactobacilosestavam em grande quantidade nas
regiõesonde havia
lesõesde
cárie,demostrando que existe um papel extenso em seu progresso. Os autores,
então,23
FUJIWARA et al (24), estudaram a prevalência de
cárie, o número e
a distribuição de estreptococos mutans em 356 crianças com idades entre 0e
2 anos, noJapão.
As crianças foram examinadas duas vezes em um anoe
a maioria não recebeuágua
fluoretada. Os estreptococos mutans foram isolados na amostra salivar de 39,9% das crianças com mais de 6 meses de idade que já tinham dentes. 0número
de estreptococos mutanse
a prevalência decárie
aumentaram com a idadee o
c.e.o. das crianças que não tinham estreptococos mutans era menor do que nas crianças nas quais ele foi isolado. O número de estreptococosmutans no primeiro exame relacionou-se com a presença de lesões de
cárie,
tanto quanto no segundo exame, realizado após um ano. Isso indica que a quantidade de estreptococos mutans está associada com a iniciação de lesões decárie
em crianças de pouca idade.MATEE et al (39), realizaram uma pesquisa na Tanzdnia, para investigar a prevalência de crianças que desenvolveram
cárie
profunda, das quais a alimentação era com leite materno, inquiri
ndo a presença de estreptococosmutans e lactobacilos na microflora bucal. 0 grupo foi composto por 37 crianças, 17 delas sem lesões de
cárie,
com idades variando . entre 1e
2,5 anos.Estreptococos mutans
e
lactobacilos foram encontrados em todas as crianças com lesões de cáriee
na maioria das crianças sem lesões decárie.
As crianças selecionadas não usavam mamadeira,e o
leite materno, contendo 7% de lactose, dado sem restrição, foio
principal meio de nutrição. A quantidade decárie
rampante.
A pesquisa teve por objetivo mostrar quecrianças,
com ou semlesões
de cárie, alimentadas no peito,têm
estreptococos mutans e lactobacilos em seus dentes e que acárie rampante
tem sido relatada emcrianças
que tiveram aleitamentomaterno
enão
usavam mamadeira outiveram
outro tipo de abusoalimentar.
GR1NDEFJORD
et al (29), realizaram uma pesquisa comcrianças que
moravam
nossubúrbios
de Estocolmo. Noestudo
inicial foi determinada a prevalência de estreptococos mutans nascrianças quando
elas tinham1
ano de idade, e aos2,5
anos, elas foram novamente examinadas. No primeiroexame
foidiagnosticada
uma lesão de cárie em11,7%
dascrianças
e, com2,5
anos,6,4%
das
crianças
exibiam mais de uma lesão de cárie. A prevalência de cárie nascrianças
de baixa classe social,9,7%,
foisignificantivamente
mais alta. Destesindividuos-, 28%
estavam colonizados com estreptococos mutans. Essacolonização
precoce pode indicarexposição
a uma dieta rica em sacarose, que facilita acolonização
e, portanto, contribui para um risco maiorà
cane. Os autores sugerem umaassociação
entre acolonização
precoce pelamicrobiota
cariogênica
e um aumento no risco de desenvolvimento delesões
de cárie.Vários
estudos mostram uma intimaassociação
entre os níveis deestreptococos da saliva
materna
e o nível deinfecção
dacriança
com estes microorganismos, logoapós
aerupção
dos primeiros dentes, nadentição decidua
25
natural de infecção.
Portanto, BROWN, JUNNER, HEW (14), realizaram um estudo baseando-se no relacionamento entre a cárie rampante e os níveis de
Estreptococos mutans nas crianças e suas mães. 0 estudo foi conduzido com crianças com menos de dois anos de idade e suas mães, que freqüentavam uma clinica de classe média em Brisbane, na Australia. Foram estudadas 24 crianças com menos de 6 anos de idade e 112 crianças abaixo de dois anos de idade. Nos dois grupos foi significante a associação entre a contagem de estreptococos
mutans entre mãe e filho, porém, nas crianças menores de 6 anos de idade,
não
houve associação entre a contagem deste microorganismo e a presença de lesões de cárie. Já nas crianças menores que 2 anos de idade, 8 delas mostraram sinais de cárie e 6 tinham padrão típico de cárie de mamadeira. 0 número de crianças abaixo de dois anos com lesões de cárie é muito baixo para uma análise estatística com o estreptococos mutans, mas o alto nível deinfecção
é aparente. Os resultados também determinaram uma significativa relação entre a quantidade de estreptococos mutans e o número de dentes irrompidos na boca do bebé. Os autores concluíram que as contagens salivares de estreptococos mutans entre mães e filhos estavam relacionadas, confirmando o conceito de que mães mais infectadas infectam mais facilmente seus filhos.mães, obtiveram-se espécimes de placa infantil e amostras de saliva materna. Da análise de 20 crianças, 13 possuíam um tipo de bactéria, e nem todos os tipos de bactérias materna colonizavam a criança. Entretanto, muitos dos estreptococos
mutans isolados e observados entre mãe e filho possuíam códigos idênticos, o que leva a concluir que a mãe, em maior parte, é a primeira fonte de transmissão do estreptococoi mutans a seus filhos.
Já BO KRASSE (11), através de um levantamento da literatura, constatou que a cárie dental é uma doença infecciosa e transmissível e que as crianças herdam esta bactéria de pessoas de seu convívio direto, sendo a mãe muitas vezes a principal fonte de infecção , O autor comenta ainda que, apesar do
estreptococos mutans e lactobacilos estarem fortemente associados à cárie dental, isto não significa que eles são os únicos microorganismos que causam a cárie, nem que eles são sempre cariogênicos; existem vários fatores que determinam o risco 6. cárie: como o número de microorganismos cariogênicos, virulência, tempo, dieta, levando-se sempre em conta os mecanismos protetores do hospedeiro.
17
mãe
foi testado para a predição de desenvolvimento de lesões decárie
na criança. Em estudos iniciais, demonstrou-se que a inké
a fonte primária deinfecção do estreptococos mutans.
Porém, AALTONEN, TENOVUO (1), desenvolveram uni trabalho para testar a hipótese de que variações na freqüência do contato salivar materno com
o
bebê podem estar associadas à infecção oral da criança como
estreptococosmutans
e
como
desenvolvimento de lesões decárie.
Para tanto, foramselecionadas 327 crianças de 7 meses de idade, divididas em dois
grupos
baseados na freqüência de contatos
íntimos
salivares entremãe e
filho. Cinco a sete anos depois, todos os primeiros filhos, 55, foram examinados quanto alesões de
cárie e
A prevalência de estreptococos mutans e lactobacilos. Ascrianças
com contato intimo salivar freqüente com amãe
apresentavam menosestreptococos nas suas amostras salivares que as crianças com contatos mais raros. Desta forma, a
fi
rma-se, no exame final, que acárie
dental foi mais freqüente entre as crianças do grupo de contato intimo raro.Os resultados sugerem que a exposição infantil aos
antígenos
de bactérias cariogênicas maternas antes da erupção dental podem aumentar aresistência da criança à infecção por agentes patogênicos.
2.3 Dieta
e
cárie de mamadeiraPesquisa realizada por GORDON, REDDY
(28)
,com uma amostra
representativa de
100mks e seus respectivos filhos, estes com idades variando
entre
12e
24meses,
selecionadasaleatoriamente na Cidade do Cabo, Africa do
Sul, indicou a
prevalênciade
lesõesnas crianças e os hábitos de consumo de
açúcar
entre mães e filhos.
0estudo revelou que
72%das mães
nãolimpavam os
dentes das crianças e estas achavam que a
escovaçãodental deveria começar
entre
24-36meses, depois da
erupçãode todos os dentes;
94%das mks
nãoreceberam aconselhamento de como escovar os dentes das crianças e
74%não
tinham qualquer conhecimento sobre placa dental. Os dados sobre
padrãode
consumo de
açúcarrevelam que
háuma
correlaçãopositiva entre os
padrõesde
consumo de
açúcarentre mãe e filho. A
introduçãode alimentos contendo
açúcar
ocorreu normalmente aos
6meses de idade e aos
12meses todas as
crianças consumiam
alimentos com este ingrediente.
0 c.e.o.médio foi de
2,37.Os autores concluíram que as mães têm um
conhecimentopequeno sobre
higiene bucal, e que, o consumo de
açúcarna
alimentaçãodas
crianças éinfluenciado pelos
hábitosde consumo de açúcar da Mk. E esse
açúcaradicionado na dieta do
bebêproximamente
aoperíodo de
erupçãodos primeiros
dentes.
ROS
SOW,
KJAERNE S ,HO
L S T (48), realizaramum
estudoenvolvendo
231crianças norueguesas, observando a diferença no consumo de
19
demostraram que o consumo de açúcar aumenta no período de acomodação da dieta do bebé A da família, de acordo com o avanço de idade da criança. Aos 10 meses, as crianças alcançam o último estágio de aleitamento ou mesmo já desmamaram, e conseqüentemente seus hábitos alimentares estão se adaptando aos hábitos da família, 0 estudo revelou que mks com mais instrução tinham filhos com menor consumo de açúcar. Estes resultados confirmam a necessidade de informações sobre os aspectos saudáveis do consumo de açúcar dado As mães.
mais prejudiciais aos dentes quando usados como agentes adoçantes em chupetas ou mamadeiras.
Publicação complementar de WINTER et al (67), relacionou o uso da
mamadeira adocicada com o subseqüente consumo de alimentos contendo açúcar, entre as refeições, e a prevalência de lesões cariosas. Com relação aos hábitos de higiene bucal, o único fator significativo foi a redução de lesões de cárie nas superficies lisas dos incisivos superiores. Os autores concluíram que o uso de mamadeiras adocicadas na infância pode condicionar a criança a um consumo excessivo de alimentos contendo açúcar, nos anos seguintes.
Já BABEELY et al (6), propuseram urn sistema de classificação para
31
ERONAT,
EDEN
(21)
,realizaram um exame em
71crianças com
cáriede mamadeira, comparado-as com um grupo de controle selecionado
aleatoriamente.
Todas as crianças moravam na mesma
regido,com fluor na
águapotável
abaixo de
0.3 p.p.m., esuas idades variavam de
2a
6anos. As crianças
foram examinadas clinicamente,
eum
questionáriofoi dado aos pais coletando
informaçõessobre
alimentação, hábitosde
escovaçãodental
e "status-sócioeconômicoda
família.Um
diáriode
alimentaçãode
trêsdias foi
entregueaos pais para registrar a comida
ea bebida consumidas pela criança. Com
relaçãoingestão
de
açúcar, 20,54%das crianças do grupo de controle apresentaram
alto
padrãode consumo de
açúcar,enquanto que, no grupo com
cárie rarnpante,esta
característicaatingiu
83,1%das crianças. Com este estudo concluiu-se que
dieta
não-balanceada,contendo alto consumo de
açúcar,na
infância,uso
prolongado de mamadeira
echupeta
adoçadasão os fatores
maisimportantes na
etiologia da
cárie rampante.De acordo com GOMES
et al (27), 0 estudorealizado com
75 criançasna faixa
etáriade
1a
4anos, em
Niterói,Rio de Janeiro, revelou que os
resultados obtidos baseados em
questionáriossobre padrão de
alimentaçãoforam
os seguintes:
72crianças
(96%)consumiram uma dieta
cariogênica, 44 crianças(58,7%) possuíam o habito
de
amamentaçãonoturna,
e 10crianças
(13,3%)tomavam mamadeira contendo dois ou mais alimentos com
açúcarou mel.
0alta
prevalência
de cárie obtida.2.3.1
Mamadeiranoturna
JOHNSTON, MESSER (31) comentam que existe na
literatura
numerosos casos de cárie de mamadeira relacionados com mamadeiras contendo líquidos adocicados, incluindo leite
adocicado,
sucos de frutas, refrigerantes, mel, etc.FRAIZ
(23)
, entretanto, informa que dois aspectos devem ser analisados
para determinar o potencialcariogênio
de um alimento em bebês: o método deingestão
e o momento do uso. Por método, entende-se o modo ou maneira com que o alimento é ingerido, pois aatitude
interfere no tempo depermanência
de resíduos alimentares na boca.0
mesmo alimento ingerido por meio do copo ou da mamadeira apresentará tempos de ingestão diferentes, com tempo deBiblioteca Universitóric
UFSC 33
Conforme estudo realizado por ROBINSON, NAYLOR (47), com 110 crianças de faixa etária de 5 anos de idade, levando-se em conta os fatores associados com
o
desenvolvimento de lesões de cárie em incisivos deciduos superiores, as crianças que tomaram mamadeira tiveram maior probabilidade de desenvolver lesões decárie
do que as crianças que receberam aleitamento materno ou misto. .0 uso da mamadeira noturna dificultou muito a higienização dos dentes. Esse uso até uma idade mais avançadae
a adição de sacarose na mamadeira levou esses estudiosos a associar a presença de lesões decárie
a estas práticas.A pesquisa desenvolvida por POWELL (44), em 40 crianças com
cárie
de mamadeira, com idade de 18 meses a 5 anos, revelou que os dentes mais precocemente envolvidos foram os incisivos superiorese
os molares superiores. Das 40crianças,
72,5% dormiam com mamadeira na boca,e
leite foi fornecido para 62% das crianças. Leite puro foi dado a 32% das crianças,e
leite adicionado com açúcar, para 25%e
leite com cereais, a 5%. Apesar deo
padrão de cárie sercaracterístico,
a chave de diagnósticoé
a história dos hábitos alimentarese
de mamadeira. Uma criança que leva a mamadeira para a cama depois dos 10 meses de idadeé
a criança que potencialmentemostrará
sinais da síndrome.questionário.
Entre as crianças examinadas que foram exclusivamente amamentadas pelo peito, 527 (95%) não tinham lesões de cárie. Em comparação, das crianças amamentadas exclusivamente por mamadeiras, apenas 455 (82%) não tinham lesões decárie.
Esta diferençaé
estatisticamente significativa. Das 555 crianças examinadas, 105 (19%) receberam mamadeira adocicada para acalmaro
choro. Dentre estas, 9% desenvolveram lesões decárie.
Considerando a freqüência desse uso de sacarose, 6 das 17 crianças que apresentaram lesões decárie
eram alimentadastrês
ou mais vezes ao dia com este artificio. Os autores concluem queo
fator contribuinte principal para uma dieta cariogénica seria a utilização da sacarose na mamadeira.Segundo programa de
saúde
bucal realizado por GOEPFERD (26), na Universidade de Iowa, com crianças de até 3 anos de idade, constatou-se um aumento de -cárie
dental de acordo com a idade, devido ao uso prolongado da mamadeira. Quase metade das crianças examinadas receberam mamadeira na cama,e
mais da metade destas crianças mamaram por mais de 12 meses. Observou-se que sete, entre nove crianças com lesões decárie,
faziam uso da mamadeira noturna como calmantee
usaram a mamadeira até uma idade mais avançada.ZIPSC
f",b1fotece Setortaii
008.0
crianças de 14 meses até 8 anos, com uma média de idade de 31 meses, sendo o exame clinico foi conduzido numa clinica pediátrica privada, em uma comunidade urbana com suprimento de água fluoretada de 1 ppm. Os resultados mostraram que 56% das crianças dormiam com a mamadeira. Destas, 70% descartavam-na quando adormeciam e 27% apresentaram a síndrome. Dos outros 30% que dormiam com a mamadeira na boca, 62% desenvolveram carie de mamadeira. Os autores concluíram que o fator predominante para o desenvolvimento da cárie de mamadeira foi a maneira como a criança dormiu.
JUAMBELTZ, KULA, PERM.AN (32), realizaram estudo incluindo 60 crianças, com idades entre 18 e 24 meses: 30 delas livres de lesões de cárie e 30 diagnosticadas com cárie de mamadeira. Os resultados mostram que a grande maioria -das crianças foi alimentada com a mamadeira, embora exista uma diferença significante no modo como elas dormiram: mais crianças com cárie de mamadeira usaram a mamadeira quando dormiam do que crianças livres de carie. Outro fator é que as crianças que desenvolveram a síndrome foram mantidas na mamadeira até a idade média de 26.5 meses, enquanto as crianças livres de cárie usaram a mamadeira até a idade média de 18.78 meses, .ou seja, aquelas mamaram até a uma idade mais avançada.
1
a
4anos, numa area urbana do estado de Washington. Dos
84 responsáveispelas crianças,
19%admitiram que as crianças ingeriam doces nos intervalos das
refeições
mais de três vezes ao dia. Durante as respostas dos questionários,
colocar uma criança para dormir
comuma
mamadeirateve como resposta, pelos
responsáveis,
que
25%das crianças
sempredormiam com a mamadeira, e
12%responderam que as crianças dormiam as vezes com a mamadeira.
0 conteúdoda
mamadeira foi de leite ou formula
láctea (56%)ou apenas
água (24%)e somente
(2%)
colocaram suco de fruta. Os autores concluíram com o estudo que a
freqüência
declarada de
ingestãode doces nos intervalos entre as
refeições érazoável
e que muitas vezes
sãodados alimentos
saudáveisaos filhos, embora os
responsáveis
precisem de mais
informaçõessobre as propriedades dos alimentos
retentivos
como causadores de
lesõesde caries.
0continuo uso da mamadeira
enquanto a criança
estána cama se revelou uma
práticacomum no quadro
estudado e é uma
agressãomaior do que a ingestão de doces, visto que a
incidência de
lesõesde cárie na
dentiçãopermanente é maior em crianças que
tiveram cárie na
dentição decidua.DOMOTO et al (20),
realizaram um estudo no estado de Washington,
com imigrantes mexicanos que apresentam alta incidência de cárie de
mamadeira. As crianças do estudo
tinhamuma média de
idadede
17,1meses.
0formulário da entrevista englobou dados, tais como
hábitosdas
criançasem
37
mínimo, um incisivo superior com lesão de cárie e que em 30,4% havia, no mínimo, um de idênticos dentes com a lesão de mancha branca. Esae estudo indicou que crianças com lesões de manchas brancas tendem a desenvolvê-las em três ou quatro dentes. Essas manchas devem ser os primeiros sinais visíveis da doença. Foi recomendado aos pais suprimir a mamadeira repentinamente. Isso foi considerado possível por apenas 46% dos entrevistados. A sugestão de substituir a mamadeira gradualmente foi aceita pelo dobro dos pais (86%). Os autores concluem que, pelo menos para esta população, pelos resultados obtidos, mudanças drásticas na alimentação dos filhos não são facilmente aceitas.
Trabalho realizado por
AYHAN
(4)
, envolveu342
crianças com idades entre2
a5
anos,divididas
em dois grupos.0 primeiro
grupo tinha161
crianças apresentandocárie
de mamadeirae o
segundogrupo, 181
crianças semlesões
decárie.
Estapopulação
vivia na mesmaregido geográfica,
em queo
fluor naágua
de abastecimento era
0,5
ppm., umnível
muito baixo. Por meio de uminterrogatório
aos pais, observou-se que as crianças que tinhamcárie
de mamadeira mamaram além dos12
meses de idade.0
autor concluiu que dormir com a mamadeira foi um fatorcontribuinte
principal, ainda mais que esta mamadeiranão
era descartada duranteo
sono.Não
houve diferença entre a bebidae o carboidrato
ingeridoe
aformação
decárie
de mamadeira, assim como a idade em que começou ahigienização.
2.3.2 Pótencial cariogênico
do leiteSegundo O'BRIEN et al (42),
o hábito
dasucção é
umreflexo
que ocorre noestágio
oral do desenvolvimentoe
desaparece duranteo
crescimento normal, entre as idades de1
a3 1/2
anos, sendo a primeira atividade muscular coordenada da criança.Há
essencialmente duas formas desucção:
a formanutritiva (o
aleitamentomaterno e
a mamadeira), quefornece
os nutrientes essenciais,e
a formanão-nutritiva,
que garante um sentimento de bem-estar, calore
segurança. Cada um dos tipos denutrição influencia
de forma diferente asestruturas
dento-faciais da criança.Durante o
aleitamentomaterno, o bebê
morde
o
mamilo damãe,
como um plano achatado.0 bebê é
capaz de regularo
39
exerce
pressão
progressiva contra aporção
posterior, para drenaro
leite. Este leite,então, é
liberado para dentro da cavidade bucal juntamente com a salivae
entra no trato digestivo. Os
bebês amamentados
no seiosão melhor
oxigenadose
ficam menos estressados por este
ritmo
desucção; o
aleitamentomaterno
também promove desenvolvimento
orofacial,
melhorado pelo movimento deprotrusdo
mandibular maisrápido
no bebê que mama no peito do que nobebê
que mama na mamadeira.
Porém,
estudosepidemiológicos
associamo
aleitamentomaterno
prolongado
à
presença delesões
decárie,
pois THOMSON, THOMSON, CHANDLER (53), realizaramestudo
paradeterminação
do potencialcariogênico
do leite humano, tomando por base testes de pH dos leites humanoe
bovinoe
iniciaram
asexperiências intra-orais.
Os dados obtidos nadeterminação
do pH mostraram queo
leite humano tem potencialcariogênico considerável,
porémsão
raras ascircunstâncias
sob as quais ocorremlesões
decárie
duranteo
aleitamento
materno. 0 diagnóstico
do aleitamentomaterno
como causa dadoença é
baseado nopadrão
decárie
em conjunto com ahistória
do caso, na qualobservação
comumé
queo bebê
dorme na cama com amãe e
que asucção
éfreqüente e
prolongada.associados ao aleitamento materno, o leite materno era a principal fonte de
nutrição, porém ministrado várias vezes ao dia e por períodos prolongados.
Segundo os autores citados, tanto o leite humano quanto o leite bovino
são cariogênicos, principalmente se ficarem muito tempo em contato com os
dentes, e a cariogenicidade é aumentada se houver a adição de sacarose.
ERONAT, EDEN
(21)
,examinaram 71 crianças com cárie rampante.
Destas, 27 tiveram amamentação no peito nos primeiros 12 meses. Os autores
concluíram que a amamentação no peito, prolongada e a. vontade, pode provocar
cárie rampante.
MA I EE
et al (39),analisaram 17 crianças que desenvolveram lesões de
cárie. Estas crianças selecionadas não utilizavam mamadeira, e o leite materno,
contendo 7% de lactose, dado sem restrição, foi o principal meio de nutrição.
MA I EE
et al (40)conduziram uma pesquisa para determinar
aprevalência de cárie rampante e sua etiologia. Um total de 2.192 crianças com
idades entre 1 e 4 anos, na Tanzania, formaram a amostra da pesquisa de
prevalência: 1.239 crianças estavam no grupo de 1 a 2 anos, 576 crianças no
grupo de 2 a 3 anos e 373 no grupo de 3 a 4 anos. Para revelar fatores associados
com caries rampantes, um estudo de controle de caso de crianças com a
enfermidade foi composto por 116 amostras, sendo comparadas com um grupo
41
como
freqüência
eduração
daamamentação
no peito durante o dia e á noite, foram analisados através deuma
entrevista com a mãe. Na idade de2
anos,51%
das
crianças
com cárierampante
ainda eram alimentadas no peito,quando
comparadas com
32%
dascrianças
livres de cárie. Os autores concluíram que a forteassociação
entre a cárierampante
e aalimentação
no peito,à
noite,quando
a
criança está
dormindo, pode causarlesões
de cárie, particularmente nos incisivos superiores. Quando acriança
adormece com o mamilo na boca, o leite irá se acumular nestes dentes pelaredução noturna
do fluxo salivar, e esta lactosefermentável
em ambiente sem capacidade de limpeza normal pode provocarlesões
de cárie.De acordo com JOHNSTON, MESSER (31), a
cariogenicidade
do leite(bovino-
e humano) apresenta um papel complexo na etiologia da cáriedentária.
Os leitesbovino
e humano contêm lactose, que "in vitro" pode aumentar aimplantação
de bactériascariogênicas
e produzirlesões
de cárie em animais delaboratório.
Sob algumascondições,
o leite humano pode ser maiscariogênico
que o leite bovino, devido ao seu
conteúdo
de lactose(7%),
que éaproximadamente o dobro do leite bovino,
além
desteúltimo
possuir umaconcentração
mais alta decálcio
efósforo
que o leite humano.FRAIZ
(23)
, comenta que o leite contémvárias
proteínas, incluindo afornecer
um revestimento orgânico protetor ao esmalte, sugerindo que elastêm
uma
ação tamponante
sobre o pH ácido da placa.MOR, MAC
DOUGALL
(41)
,realizaram
estudo para monitorar asmudanças do pH da placa depois de
bochechos
com sacarose a5%,
lactose a5%,
leite e leite mais flúor a
4
ppm. Os autores chegaram àconclusão
de que, com o sedimento salivar, aadição
de sacarose a5%
ao leite alterou as mudanças de pHquando
emcomparção
como leite puro.0
leitefreqüentemente
produziu um aumentoinicial
do pH e, com aadição
de sacarose, o pH começou a cairimediatamente.
Aadição
de flúor no leite não teve efeitoapreciável
nas mudanças de pH da placa.BOWEN, PEARSON (13), realizaram
urna
pesquisa na qual ratosreceberam dietas que variavam nesta
proporção: 1)
leite a2%
de gordura;2)
leite com lactose reduzida;
3)
lactose a4%; 4)
sacarose a10%; 5) frutose
a10%;
6) água
destilada.Diferenças significativas nos valores de cárie de
superficie
lisa e sulco foram observados nos grupos que receberam sacarose a• 10%.
Entretanto,disparidades
nos valores de cárie de esmaltenão
foram observadas entre os que receberam leite integral ou adocicados com sacarose, sugerindo que o leiteestá
43
simultaneamente com o desafio cariogênico (sacarose), este é mais cariogênico que o leite isoladamente, embora o leite exerça alguma proteção contra o desafio cariogênico.
BIRKHED, IMFELD, EDWARDSSON (I°), examinaram as mudanças do pH da placa, antes e depois de um período de 4 - 6 semanas, com lavagem bucal diária com lactose a 10% ou leite bovino desnatado; depois, com bochechos com leite humano, leite bovino padrão e leite bovino com lactose hidrolisada comparados com soluções de lactose e sacarose. Os resultados indicam que a sacarose foi fermentada em um nível mais alto que a lactose e esta mais rapidamente que o leite. As presentes descobertas de uma resposta cariogênica aumentada na placa dental ao leite e lactose, depois da adaptação, sugerem que o potencial cariogênico do leite pode variar dependendo da exposição individual. 0 potencial cariogênico do leite sob condições normais é
provavelmente de pouca importância clinica. Entretanto, a situação pode ser diferente quando fatores salivares não são ótimos, ou seja, durante o sono, para os bebês, e em pacientes com xerostomia. A resposta cariogênica aumentada deve ser uma das razões para o desenvolvimento de lesões de cáries em dentes deciduos, após a amamentação no seio à vontade e por um tempo prolongado.
2.4 Aconselhamento dietético
só em relação ao desenvolvimento de lesões de
cárie,
mas também porque os hábitos dietéticos adquiridos na infância formam a base parao
futuro padrão alimentar.Para uma educação dietética eficaz,
é
necessário que odontopediatras, pediatrase
demais profissionais da saúde tenham condutas semelhantes na avaliação de saúde.Já PAIVA, BEZERRA, TOLEDO (43), relatam um trabalho baseando-se em um questionário de 24 perguntas que foram enviadas a 115 médicos pediatras do Distrito Federal, quando apenas 57
questionários
retornaram. Os autores concluíram que 70,2% dos médicos recomendavamo
leite materno exclusivo, até 6 meses de idade. Os autores acreditam queo
leite maternoé
cariogenico
e
seu uso deve ser feito adequadamente como
auxilio da higiêne bucal, a fim de se evitar acárie
de mamadeira. Dos pediatras, 78,9% recomendam adocicar a mamadeira,o
que acaba estabelecendo um hábito dificil de mudar. Prescrevem 22,8% flúor sistêmico. Porémé
precisoorientá-los
de que45
entre as especialidades, motivando diretamente
o
paciente quanto aos hábitos alimentarese
cuidados com a cavidade bucal da criança ainda em idade precoce.KOMORI et al (34), relataram um trabalho sobre prevenção da
doença
cárie,
feito noJapão,
incluindo orientação aos pais quanto 6. dieta alimentar, higiene bucal, anomalias dentárias, observação sobre a incidênciae
a prevalência de lesões decárie
em crianças na faixa etária de 1e
de V-2, ano. Os autores comentam, que após 1, ano não existe mais a necessidade da mamadeira, pois esta acaba por interferir no processo normal da sucçãoe
deglutição da criança,e
que
o
aleitamento materno noturnoé
um dos fatores parao
aumento dacárie
em crianças. Nesta faixaetária
são asmães
que devem fazer a higienização bucal em seus filhos, pois que a indulgência deste processo está diretamente relacionada como
aparecimento da lesão cariosa. Os autores relatam, ainda, a necessidade de prevenção por meio da motivação dos pais. Os autores acreditam naimportância
deste trabalho já realizado, concordando que deve ser aproveitado no Brasil, onde prevêem uma redução da
cárie
dentária, afirmando que nãoé
um trabalho de dificil execução. Porém, quando comparado aoJapão
teremos diferenças sócioculturaise
também nutricionais.Realizaram um estudo sobre instruções quanto ao uso da mamadeira, realizado por BENITEZ, O' SULLIVAN, TINANOFF (8), COM 17 crianças em
idade de 21 a 36 meses, apresentando lesões de
cárie
de mamadeira não tratadasEstados Unidos.
Inicialmente
um exame clinico foi realizado para avaliar aslesões,
depois osresponsáveis
receberamquestionários
comrelação
aoshábitos
de higiene bucal
e alimentação
das crianças. Osresponsáveis
foram instruidos adesmamar
as crianças damamadeira noturna
ou substituiro
liquido porágua.
Todas as crianças usavam mamadeira
e 13,
das17
crianças, usavam-na maisfreqüentemente
duranteà
noite. Depois de3
meses, somente7
pais relataram que suas criançaspararam
completamente com amamadeira.
Os autores sugerem que, com um ano de idade, a criança seja desmamada no peito ou na mamadeira. A descoberta de que12,
dos17, responsáveis
admitiram estar cientes dacariogenicidade
doslíquidos
doces damamadeira
sugere que informaro
responsável
do perigonão é
suficiente para prevenir talcomportamento.
Nestasituação, intervenções
quenão
dependam muito dacooperação
do paciente precisam ser consideradas como técnicas preventivas.FRAIZ
(23)
afirma que:"0 sucesso do aconselhamento depende não só da transferência de informações à família, mas também da adaptação das recomendações ix realidade em que a criança vive uma vez que as ações coletivas ou
47
2.5 Controle
e
prevenção da cárie de mamadeiraNão
é o
objetivo destarevisão
de literatura discutir as técnicas de tratamento dacárie
de mamadeira, porém alguns aspectos devem ser analisados.Segundo WALTER, NAKAMA (63),
o
melhor controle dacárie
de mamadeiraé
a educação odontológica. Nos pacientes da Bebê-Clinica, ondeo
tratamento precoce
é
realizado antes do primeiro ano de vida, pela eliminaçãoe
pelo controle dos fatores de risco detectáveis, a prevalência desta
síndrome
épróxima de zero.
A primeira parte do tratamento educativo direcionado aos pais preocupa-se em esclarecer de forma genérica a importância dos tratamentos
e
em evidenciar quando, comoe
por que:a) iniciar a atenção odontológica precoce;
b) controlar a amamentação noturna;
c) realizar os procedimentos de limpeza
e
de escovação dentária;d) controlar
o
consumo de carboidratos, principalmente os açúcares;Esse tratamento visa ao esclarecimento da
importância
do cuidado com asaúde
bucal dosbebês,
omais
precocemente possível e antes dos6
meses devida.
A segunda parte do tratamento educativo, o especifico, é realizada com a
criança
e direcionada aos pais,quando,
além de se definirem os fatores de risco, serão demonstradas formas de controlá-los ou eliminá-los, informando como limpar e escovar os dentes, como aplicar o flúor diariamente e como controlar aamamentação noturna cariogênica.
0 tratamento
preventivo é fundamentado nadeterminação
do risco de cárie pelo método clinicoanamnésico,
em que os indicativos ambientaissão
salientados. Este método de
determinação
de risco tem-se mostrado eficazquando
aplicado napopulação
menor de3
anos, com índice desegurança
de cerca de80%,
o que recomenda o seu uso.Cabe ressaltar que os tratamentos preventivos
compõem-se
das seguintesetapas:
a) reversão do risco: obtida pelas medidas de
interposição
dehábitos
higiênicos
de limpeza eescovação
precoce, assim como pelainibição
do alto consumo deaçúcar
e daamamentação noturna
e por um possível controle das possibilidades decontaminação
49
b) aumento da resistência: faz-se predominatemente pela aplicação diária de fluoreto de sódio a 0,02%, por ser eficaz, seguro
e
não determinar overdose, quando usado corretamente;c) tratamento de choque: está direcionado aos pacientes que não são
de baixo risco
e é
medida destinada a eliminar os fatores geradorese
a aumentar de forma rápida a resistência do hospedeiro, limpandoe
controlando a placae
aplicandoflúor
de forma intensiva, durante 4 semanas seguidas;d) tratamento de manutenção-clinica: realizado no consultório, consta de consultas de 2 em 2 meses, com
o
objetivo de observar a evolução dos tratamentos,reavaliá-los,
assim como para manter a seqüência das aplicações de soluções fluoretadase
acompanhar a seqüência da erupção dos dentes, etc.Essa dupla
açãodo
fluoretode
diaminode prata, a
prevenção ea
cariostase,
segundo WALTER,
I-ERELLE, ISSAO (61),deve-se
à existênciados
Ions
F e Ag. 0ion
fluoretoreage com os componentes minerais do dente, para
produzir
flúor apatita e fluoretode
cálcio,enquanto que a prata reage com os
componentes
orgânicos,formando, principalmente,
o proteinatode prata
e ofosfato de prata.
0
resultado da
cariostase (paralisaçãoda atividade
cariogênica)com
ouso do
safluoraide fluoretode
diaminoa
30 %,juntamente com a
eliminação e ocontrole dos fatores
etilógicosda
doença,limpeza
e escovação dentária, e aplicaçãocaseira de
fluoretode
sódioem baixa
concentraçãomostram
eficácia quandoacompanhados da
repleçãodas cavidades com
ionômerode
vidro.O índice
de
cariostaseobtido na
Bebê -Clinica
atinge 84,6%, oque
demonstra que, embora
ouso do
cariostáticoapresente desvantagem da
descoloração
dental (manchas negras), apresenta a vantagem de preservar
o3 DISCUSSÃO
Vários autores relatam que, no quadro patológico da cárie de mamadeira, os dentes mais afetados são os incisivos superiores, uma vez que estão entre os primeiros dentes na seqüência de erupção e, portanto, possuem prolongada exposição ao desafio cariogênico; seguidos pelos primeiros molares, segundos molares e, num estágio mais avançado, pelos caninos. A razão para a severidade desigual está relacionada a três fatores: a cronologia da erupção, a duração do, hábito deletério e o padrão muscular de sucção. Durante a sucção, o mamilo (natural ou artificial) fica contra o palato, corn a lingua estendendo-se anteriormente sobre os incisivos inferiores, formando uma vedação oral, e conseqüentemente protegendo-os do desafio cariogênico. 0 liquido da
• amamentação fica ao redor dos dentes presentes (exceto dos incisivos inferiores), afetando principalmente a face vestibular dos incisivos superiores. (AYHAN (4), BABEELY et al (6), GOMES et al (27), MATEE et al (40), ROBINSON, NAYLOR(48).)
sofrem influência após a ingestão de sacarose e esta não é distribuída de forma homogênea. As menores concentrações de açúcar são encontradas na superficie lingual dos incisivos inferiores e vestibular dos molares superiores, enquanto que a vestibular dos incisivos superiores e molares inferiores apresenta maior concentração de açúcar. Além disso, a velocidade do fluxo salivar é menor nas vestibulares, excet o . na vestibular dos molares superiores próximos ao ducto da parátida, do que nas regiões linguais. Este padrão de especificidade na distribuição do açúcar e velocidade do fluxo salivar contribui para determinar o padrão de lesões de cárie de mamadeira.
BENGTSON, BENGTSON (7), GARNER, NORWOOD,
EISENSON 25), JOHNSTON, MESSER (31), MACPHERSON, DAWES (38) concordath que o tempo é um fator essencial no desenvolvimento da cárie de mamadeira e .a amamentação prolongada, e à noite, é o fator contribuinte principal. A freqüência excessiva da amamentação (até 10 exposições ao dia) permite que os níveis de pH da placa caiam por períodos prolongados, causando grande desmineralização.
53
criança
com este microorganismo, logo
apósa
erupçãodos primeiros dentes na
dentição decidua
e durante a
erupçãodos molares permanentes, sugerindo que a
mãe
é uma fonte natural de
infecção.(BROWN,
JUNNER, LIEW (14 ,BERKOWITZ,
JONES,BO
KRASSE(36), ALALUUSUA, MALMIVERTA '2)).Nas
criançasportadoras de cárie de mamadeira, o esmalte sadio
próximo
As
lesõesapresenta uma contagem de
estreptococos mutanssemelhante
As
áreassem
lesões(VAN
HOUTE,GIBBS,
BUTERA (59)),o mesmo ocorrendo
em
criançasportadoras de cárie por aleitamento
materno (MATEE et al (39))•
Desse modo, continuadas as características dietéticas, as
superficies higidas serãofuturamente envolvidas.
GRINDEFJORD et al (29),
definiram, entre os fatores de
influênciana
colonização de estreptococos mutansem
criançasde um ano de idade, o
aleitamento
materno apósos
10meses de idade. Segundo MA
1 EE et al (39),o
aleitamento
maternopermite a
colonizaçãoe a
proliferaçãode microorganismos
cariogênicos em