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Estudo comparativo entre o discurso da mídia e do povo sobre a copa de 2014

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Academic year: 2021

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mídia e do povo sobre a copa de 2014

Resumo

Este estudo busca descobrir como o Rio de Janeiro foi descrito pelo povo e pela mídia durante a Copa do Mundo de 2014. Este trabalho analisa e estabelece comparações entre o dossiê de movimentos sociais, Megaeventos e violações dos direitos humanos no Rio de

Janeiro, e as matérias do jornal O Globo, ambos produzidos em 2014. Para evidenciar os elementos que contribuam para o entendimento de contradições e proximidades dos diferentes discursos, utilizamos a Análise de Conteúdo, seguindo as diretrizes de Bardin (2016). No intuito de compreender as construções simbólicas contidas nas páginas dos dois documentos, utilizamos a teoria de representações sociais, de acordo com Jovchelovitch (2000). Acreditamos que as representações criadas pelos sujeitos urbanos registram as memórias das cidades, auxiliando-nos a investigar o que restou de um mundo antigo, a amar ou rejeitar o novo.

Palavras-chave

comunicação pública; megaevento; cidade; representação social.

Igor Lacerda

Mestrando em Comunicação Social pela UERJ (igorlacerdasa@gmail.com)

Guilherme Carvalhido Cláudia Sendra

Mestre em Comunicação Social pela UERJ (glhido@gmail.com) Mestre em Comunicação pela UERJ

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Abstract

The aim of this study is to discover how the city of Rio de Janeiro was described and recorded by its habitants and the media during the World Cup in 2014. Thus, the aims of this research is to analyze and establish comparisons between the dossier produced by social movements, Megaevents and human rights violations in Rio de Janeiro, and the articles of the newspaper The Globe, produced in 2014. The methodology used was Content Analysis, following the guidelines of Bardin (2016) in order to highlight the elements of the corpus that contribute to the understanding of contradictions and proximity of the different discourses. In order to promote the understanding of the symbolic constructions presented in the pages of the two journalistic products, it was used the theory of social representations, according to Jovchelovitch (2000). The representations created by urban subjects record the memories of cities, helping to investigate what remains of an ancient world and to love or reject the new.

Keywords

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Introdução

O Rio de Janeiro normalmente atrai muitos visitantes interessados em sentir sua diversidade cultural e aproveitar um dia de sol em uma de suas belas praias. Atualmente, por ter recebido grandes eventos esportivos, a cidade obteve destaque em diversos produtos comunicacionais e se tornou ainda mais cobiçada. Narrativas sobre a cidade começaram a ser transmitidas não só pela mídia convencional, que teve a intenção de apresentar uma cidade global e apta a receber megaeventos, mas também pelas mídias alternativas, em que os moradores reivindicavam mais participação nas decisões sobre os projetos de revitalização.

As representações da cidade, criadas tanto pelos meios de comunicação clássicos quanto pelos cariocas que utilizaram a web para narrar o cotidiano, tiveram a possibilidade de reforçar estereótipos ao mesmo tempo em que conferiram visões às metrópoles. As representações feitas por esses dois atores sociais (mídia e povo) se assemelharam, se confrontaram e fizeram surgir novos jeitos de ver o urbano, fazendo com que surgissem diferenças entre os espaços públicos, vividos pelos sujeitos que dão sentido ao urbano, e o espaço público midiático espetacularizado, descrito pelas grandes empresas de jornalismo e publicidade.

O Rio é uma cidade polifônica e comunicou o tempo todo. Foi representada por múltiplas vozes autônomas que se atravessaram e se relacionaram. Essas vozes também se sobrepuseram umas às outras, ficaram segregadas ou puderam obter mais ênfase, mas todas elas revelaram a forma como os diferentes sujeitos sentiram a mesma cidade, como esclarece Canevacci (2004).

A cidade não conseguiu ser representada por uma única narrativa. Por isso, ao analisar essa metrópole,

foi preciso considerar as muitas vozes que ecoaram em seus diferentes espaços. As narrativas sobre Rio não foram criadas só pelas mídias hegemônicas, elas também foram feitas através das redes sociais e meios de comunicação populares, utilizados por moradores que narram suas vivências cotidianas. Além disso, surgiram registros sobre a cidade nas rodas de samba nos arredores da Lapa, nos versos cantados pelos amantes da bossa nova frente às praias da Zona Sul, nas pichações que dão mais vida às paredes cinza da Central do Brasil, nos lambe-lambes colados nos muros de Santa Teresa, nas conversas entre amigos ou desconhecidos nos botecos da Cinelândia e/ou nos discursos persuasivos de vendedores ambulantes que ocupam a Uruguaiana ou Copacabana.

Assim, a narratividade urbana sobre o Rio não foi uma exclusividade dos meios de comunicação de massa, pois a cidade foi descrita diariamente pelo coletivo, por todos que circularam e ocuparam seus espaços. Nesse território urbano, os corpos dos sujeitos se fundiram ao corpo da cidade, formando um único corpo. Com a junção desses dois corpos, o destino de um não se separou do destino do outro, adquirindo as mesmas dimensões culturais, materiais, econômicas e históricas, como esclarece Orlandi (2014). A cidade estava marcada nos corpos de seus habitantes e, por isso, quando eles a apresentam, também apresentaram suas próprias vidas. Sendo assim, os sujeitos urbanos e suas representações passam a ser importantes para fazer o registro das memórias das metrópoles, dos tempos antigos e das situações já vivenciadas, auxiliando-nos a, no futuro, imaginar mundos diferentes, pensar sobre realidades sociais ou simplesmente observar o que restou de um mundo antigo, amar o que é novo ou até mesmo rejeitá-lo.

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Este trabalho tem a intenção de descobrir como o Rio de Janeiro foi representado e registrado pelo povo e pela mídia durante a Copa do Mundo de 2014, um megaevento que trouxe grande visibilidade para a metrópole e exigiu sua adequação às exigências da Federação Internacional de Futebol (FIFA) e do Comitê Olímpico Internacional (COI). O objetivo é analisar e estabelecer comparações entre as narrativas produzidas por movimentos sociais, por meio do dossiê

Megaeventos e violações dos direitos humanos no Rio de Janeiro,

um documento elaborado pelo Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas em 2014, e pelo jornal O Globo, através de matérias produzidas no mesmo ano.

O Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas do Rio de Janeiro foi escolhido para compor o corpus deste estudo por ter contado com um conjunto de lideranças populares heterogêneas que, desde 2010, se uniram para discutir estratégias e repensar o modelo de política urbana que estava sendo implantado no Rio de Janeiro. O objetivo dessas organizações foi mobilizar os moradores da cidade para cobrar por processos mais democráticos, que garantissem o diálogo com a população sobre os investimentos e os legados dos jogos.

As representações da cidade feitas por essas organizações revelam a percepção de uma ampla rede de movimentos sociais, sindicatos, iniciativas do terceiro setor, instituições acadêmicas, lideranças populares e pessoas atingidas pelos planejamentos urbanos, além de órgãos de defesa de direitos humanos. Esses grupos se uniram para fortalecer as lutas sociais por meio de plenárias quinzenais, cursos de formação de lideranças populares, produção de jornais e revistas, divulgação de denúncias e realização de atos públicos.

Eles não ficaram restritos aos espaços físicos, eles também utilizaram canais como o Facebook, Site, Twitter e Youtube para dialogar com o público

e divulgar seus materiais informativos às pessoas que não os conheciam. Entre suas pautas, podiam ser encontrados assuntos como: participação em consultas públicas, transparência e acesso à informação, acesso aos orçamentos, cumprimento dos direitos trabalhistas, despejo zero para a realização da Copa, violações de direitos humanos, os legados sociais e a defesa de uma política esportiva e cultural. O espaço virtual, para eles, foi à continuação de um trabalho que acontecia em praças, ruas, universidades e outros espaços públicos.

O Globo foi escolhido como objeto de estudo por ser um dos periódicos de maior visibilidade e influência na cidade do Rio de Janeiro. Além disso, o jornal deu grande atenção aos assuntos relacionados à Copa do Mundo de 2014. Narrou a cidade antes, explicando os projetos urbanísticos para o Rio de Janeiro, durante, falando sobre os jogos e suas novidades, e depois, registrando os supostos legados que seriam deixados pelos megaeventos.

Optou-se pela Análise de Conteúdo como metodologia, seguindo as diretrizes de Bardin (2016), a fim de evidenciar elementos no corpus que contribuem para o entendimento de contradições e de proximidades nos diferentes discursos. Para interpretar as construções simbólicas presentes nas páginas dos dois produtos jornalísticos, esse artigo se utiliza da teoria de representações sociais e parte da visão de Jovchelovitch (2000) de que tais representações “re-constróem” a realidade e possuem caráter de produção de sentido, expressando, assim, o trabalho do psiquismo humano sobre o mundo que os cerca.

Metodologia

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com um conjunto de técnicas de investigação dos meios de comunicação e por utilizar métodos sistemáticos e objetivos na descrição das mensagens, possibilitando uma leitura aprofundada do que é evidenciado em textos e fornecendo caminhos para compreender o que está além das primeiras impressões que geralmente se tem dos produtos (BARDIN, 2016).

Seguindo as diretrizes de Bardin (2016), foi realizada a identificação de elementos-chave dos conteúdos, o que tornou possível estabelecer as inferências relativas às narrativas. No caso deste trabalho, foram definidas categorias temáticas e as narrativas foram classificadas de acordo com o surgimento desses temas analisados nos produtos. As inferências foram baseadas em indicadores quantitativos, que apontaram a recorrência de determinadas abordagens que puderam gerar conhecimentos sobre os lugares e as pessoas representadas.

Desta forma, este trabalho conta com as seguintes categorias: (1) moradia, (2) mobilidade urbana e (3) segurança pública.

Para promover o entendimento sobre as construções simbólicas identificadas nas matérias do jornal O Globo e no dossiê produzido pelo Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas, esse estudo se valerá da teoria de representações sociais, seguindo a visão de Jovchelovitch (2000) de que tais representações podem construir e reconstruir a realidade por possuírem um caráter de produção de sentido, e por expressar as formas como os sujeitos interpretam o universo que os cercam.

Comunicação e movimentos sociais

Os movimentos sociais começam a surgir para

tentar modificar projetos e ideias que interferem na vida da população. Por isso, muitas vezes são apresentados como uma alternativa capaz de promover mudanças na realidade social. Os movimentos sociais podem ter muitos objetivos, mas, geralmente, têm o desejo de construir uma relação dialógica com seus membros, utilizando as informações sobre o mundo que os cercam na tentativa de modifica-lo quando necessário.

Os movimentos sociais são entendidos por Dias (2012) como um agrupamento de indivíduos que, envolvidos em uma causa e unidos a outros que pensam da mesma forma, têm o intuito de promover ou questionar as mudanças na sociedade. O autor diz que estes movimentos apresentam certo dinamismo, e sua duração pode ser temporária, afinal, eles existem até que certos propósitos sejam atingidos.

Ainda segundo o autor, os movimentos sociais podem ser caracterizados por pelo menos três tipos: conservadores, reformistas e revolucionários. Os movimentos conservadores defendem os valores de um passado tido como ideal e suas ações se concentram na volta deste estado. Os movimentos reformistas têm o propósito de modificar alguns aspectos da sociedade, sem a intenção de transformá-la por completo. Os movimentos revolucionários são aqueles que se propõem a mudar a estrutura social completamente. Os indivíduos que compõem os movimentos revolucionários pretendem alterar por completo o sistema social vigente, e até substituí-lo por outro.

Os movimentos sociais brasileiros, de acordo com Cardoso (2004), possuíram pelo menos duas trajetórias: na primeira trajetória, entre 1970 e 1980, os movimentos sociais surgiam para substituir os instrumentos de participação disponíveis na época (partidos políticos e associações); na segunda trajetória, ocorrida durante os primeiros momentos de 1980, os movimentos sociais

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mantiveram as características da primeira trajetória, mas tendendo à “institucionalização” de sua relação com o Estado. Na primeira trajetória, os movimentos sociais são tidos como uma novidade capaz de preencher uma lacuna criada pela ditadura militar, por causa dos bloqueios impostos aos canais de comunicação. Durante essa época, os movimentos sociais valorizavam os ideais de autonomia e espontaneidade. Eles eram tidos uma alternativa capaz de modificar a cultura política vigente, e tinham a intenção de repensar as “relações clientelísticas” com o sistema político tradicional. Assim, dentro desse contexto de 1970, alguns indivíduos ligados a movimentos sociais não viam benefícios no envolvimento com partidos políticos, com o Estado e com o sistema político no geral.

O cenário mudou em 1980 e, agora, na segunda trajetória, os movimentos sociais brasileiros tenderam à institucionalização, pois esse período coincide com a “redemocratização” – momento em que o sistema político começou a reabrir seus canais de comunicação e participação. A partir disso, começou a surgir uma nova relação entre os movimentos sociais, partidos políticos e agências públicas, sendo, inclusive, o momento em que surgem os conselhos de mulheres, negros, saúde e habitação, como conta Cardoso (2004).

Ainda de acordo com Cardoso (2004), os movimentos sociais brasileiros, pelo menos nestes dois períodos, modificaram suas visões e estratégias em decorrência do contexto político no qual estavam inseridos. O cenário mudou e, por isso, eles sentiram a necessidade de rever suas reivindicações e estratégias mobilização.

A comunicação contribuiu, e ainda contribui, para que os movimentos sociais conquistem seus propósitos. É através da comunicação que os movimentos sociais se aproximam de seus seguidores e atraem novos voluntários. A comunicação também tem ajudado a

solucionar os conflitos internos e externos que podem surgir dentro do movimento social. Além disso, dependendo dos ideais do movimento social, os meios de comunicação de massa podem ser utilizados como um instrumento capaz de dar visibilidade às ações e sugestões de transformação social.

A utilização dos meios de comunicação para a mobilização da sociedade não é exclusividade da sociedade contemporânea, como explica Mafra (2010). De acordo com ele, as mobilizações sociais sempre aconteceram através de vários meios de comunicação, onde assumiram diferentes formas, a partir do momento em que os homens perceberam que podiam agir nos universos que os cercavam, junto àqueles que compartilhavam os mesmos desejos e sentimentos.

Henriques (2005) explica, por exemplo, que a convocação para as mobilizações sociais nas sociedades mais antigas era feita de forma “arcaica”, como através dos sinos de uma igreja. Mais tarde os sons dos sinos foram substituídos pelos autofalantes, surgindo, nesse momento, a necessidade de elaborar uma boa mensagem para que todos entendessem o que estava sendo divulgado.

Com a expansão do acesso à educação, que gerou um aumento no número de alfabetizados, as pessoas também passaram a ser convidadas a participar dos processos de mobilização por meio de instrumentos impressos, ainda de acordo com o autor. Nesse período os jornais começaram a desempenhar um papel importante, pois, dentro das limitações da época, começaram a transmitir as notícias mais rapidamente. Surge uma nova forma de se preocupar com a mensagem, pois, nesta fase, ela também é vista como um registro da história.

O rádio chegou para integrar este cenário e, por ser uma ferramenta mais barata, passou a transmitir

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as mensagens a todos que tinham o aparelho, possibilitando, inclusive, o acesso dos analfabetos às notícias, como conta Henriques (2005). O rádio ainda é utilizado como um instrumento mobilizador de algumas comunidades, sendo, em alguns casos, umas das principais fontes de informações.

Na contemporaneidade, dentro de um mundo globalizado, onde as pessoas estão cada vez mais conectadas à internet, a sociedade passa por transformações propiciadas, entre outros fatores, pelas novas tecnologias de comunicação. As ferramentas de comunicação, cada vez mais fabricadas e consumidas, estão possibilitando a produção e o contato com conteúdos mais plurais, sobre as diversas realidades da sociedade, que podem ser transmitidos para todas as partes do mundo (BRAGA et al. 2007).

As novas tecnologias de comunicação e informação têm alterado a forma como os indivíduos interagem e, inclusive, os movimentos sociais são influenciados por essas transformações. Esses movimentos tendem a utilizar as redes online para dialogar com seus membros e conquistar novos voluntários, divulgar suas ações e conquistas e arrecadar investimentos para suas atividades.

Peruzzo (2012) esclarece que os movimentos sociais utilizam a comunicação com as seguintes intenções: mobilizar aqueles que serão beneficiados por suas ações; divulgar os objetivos e as conquistas; tornar suas ações e propostas conhecidas; arrecadar apoios e recursos financeiros para suas atividades; publicizar as sugestões oriundas da razão de ser da instituição e, desta forma, solidificar suas propostas de mudança; conquistar e incentivar os voluntários; resolver conflitos internos e externos; prestar contas das atividades desenvolvidas, conquistas obtidas e recursos utilizados, entre outros objetivos.

Castells (2013) elucida que apesar de uma parte

dos movimentos iniciarem nas redes sociais, eles sentem a necessidade de se localizar nos espaços urbanos, seja através de manifestações de rua ou da ocupação de praças. Assim, o espaço dos movimentos sociais contemporâneos é formado pelos locais virtuais e pelos espaços ocupados no mundo real.

O movimento social contemporâneo é rede de redes, como diz o autor, assim, eles têm a opção de não ter um ponto de encontro identificável e, mesmo assim, garantir a coordenação e a deliberação de tarefas pela interligação de seus múltiplos núcleos virtuais ou físicos. Essa estrutura tende a aumentar a participação das pessoas, já que o movimento conta com redes abertas, sem fronteiras definidas e reconfiguradas de acordo com o nível de envolvimento de seus participantes.

Dentro dos movimentos podem surgir redes que se conectam a outros países, páginas da internet e diferentes grupos da sociedade. Castells (2013) defende que os movimentos atuais são normalmente “locais” e “globais”, pois a movimentação que começa em um cenário local, pelas razões próprias dos habitantes da localidade, podem se conectar com outras organizações em torno do mundo. Desta forma, os movimentos sociais globais e locais estão conectados e compartilham informações, erros, experiências e estratégias de mobilização.

Seguindo a lógica da rede, os movimentos da atualidade têm o objetivo de ser virais, ou seja, querem criar narrativas sobre os próprios cotidianos através de textos, imagens e vídeos, compartilhados em diversas plataformas, para ocuparem em outros espaços da rede. A intenção é fazer com que essas narrativas sejam compartilhadas pelo maior número de usuários. Segundo Castells (2013), o compartilhamento de experiências em imagens pode ser feito de um país para o outro, mas também entre cidades e instituições.

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apresentam uma liderança específica, mesmo tendo muitos líderes em potencial. As decisões são tomadas em assembleias ou comitês para garantir a participação de todos os membros. A horizontalidade das redes, ou seja, a valorização de todas as visões de mundo, sem que uma realidade seja percebida como mais importante que a outra, favorece a cooperação e a solidariedade, ao mesmo tempo em que reduz a necessidade de uma liderança formal, como explica Castells (2013).

Quando os representantes de uma sociedade falham em suas administrações, como ocorreu no processo de planejamento do Rio de Janeiro para receber a Copa do Mundo de 2014, quando falta moradia, transporte e segurança pública de qualidade, os movimentos sociais surgem para tentar solucionar os problemas por conta própria, fora ou dentro de um sistema político tradicional. Através de ações colaborativas, os indivíduos, juntos, começam a interferir na própria história com suas representações, e a comunicação ajuda a construir a autonomia desses cidadãos.

Análises e inferências

Os dados a seguir apontam diferenças e semelhanças entre as representações do Rio de Janeiro durante a Copa do Mundo de 2014, produzidas pelo jornal O Globo e pelo dossiê Megaeventos e violações de direitos humanos. Foram contabilizadas inferências sobre questões

como moradia, mobilidade urbana e segurança pública. Moradia

A categoria Moradia se propõe a mostrar as visões de moradores do Rio, através do dossiê produzido pelo Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas, e da mídia,

por intermédio das edições de O Globo, revelando as questões, os conflitos e os planos sobre esse tema.

Notou-se que o Comitê Popular trouxe 27 abordagens sobre violações dos direitos à moradia, causadas pelos planos de preparação da cidade para os jogos esportivos. Apareceram 26 mobilizações de moradores contrários aos esses projetos, mobilizações planejadas principalmente pelas pessoas afetadas pelas remoções.

Esses planos urbanos, pensados principalmente pela prefeitura do Rio de Janeiro, afetaram o funcionamento e a existência de locais com valor histórico e cultural, foram retratados em 6 partes do dossiê. Além de afetar a permanência de alguns espaços ricos culturalmente, esses projetos valorizam algumas áreas do Rio, tornando-as mais caras e não acessíveis aos mais pobres – o assunto foi abordado 2 vezes.

O documento produzido por moradores do Rio de Janeiro teve a intenção de explicar a situação da cidade aos cariocas e, então, trouxe 27 esclarecimentos jurídicos sobre o direito à moradia. Essas violações de direitos, em muitas situações, trouxeram lucros aos setores imobiliários – foram notadas em 13 partes. Em 26 abordagens, foi possível perceber a ausência de diálogo entre a prefeitura e os moradores, além de clareza nos projetos para as áreas populares.

O Globo deu pouca ênfase aos temas referentes

à moradia e às remoções que aconteceram em várias favelas e espaços populares do Rio. Identificamos 4 referências aos lucros adquiridos por microempresários e grandes empresários ligados ao setor hoteleiro e 1 referência às novas formas de aproveitar os pontos turísticos da cidade.

O dossiê produzido por ativistas e pesquisadores cariocas trouxe informações sobre os prejuízos sentidos

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pelos habitantes da cidade, ao mesmo tempo em que esclareceu juridicamente assuntos referentes aos direitos de moradores removidos, e registrou as ações populares referentes a esse tema.

O jornal O Globo deu mais destaque aos benefícios que seriam adquiridos por trabalhadores e empresários com a chegada dos turistas. Falou sobre os hotéis que seriam adquiridos pelo Rio, as oportunidades que a maior circulação de turistas traria aos pequenos empresários e a lotação, que começou antes do evento, de parte da rede hoteleira da cidade.

Mobilidade Urbana

A categoria referente à mobilidade urbana apresenta a percepção dos moradores do Rio e da mídia em relação aos projetos para a mobilidade urbana, suas obras e execuções.

O Comitê Popular abordou juridicamente as questões referentes à população afetada pelos planos de mobilidade urbana, essas explicações apareceram 15 vezes. Esse documento foi um instrumento importante para as lutas sociais urbanas, principalmente para as que reivindicavam o direito dos mais pobres à cidade, pois denunciou às autoridades públicas e às comunidades internacionais as violações de direitos humanos e as ilegalidades contra a população da sede. Essas ilegalidades e violações foram feitas em prol de interesses mercadológicos.

Entre os argumentos utilizados, a mobilidade foi mostrada como fator essencial para garantir o direito à cidade, esses argumentos apareceram 14 vezes no texto. O Comitê Popular mostrou que o direito à cidade só seria acessível a todos os habitantes se os meios de transporte fossem seguros, confortáveis e ambientalmente sustentáveis. O ideal, de acordo com

o grupo, seria a oferta de variados transportes, e a possibilidade de integração intermodal – como a chance de entrar com bicicletas no metrô, por exemplo.

O Comitê Popular defendeu que as pessoas removidas de suas casas deveriam ser realocadas em áreas próximas aos aparelhos culturais, ambientes de lazer e trabalho, conforme dito em pelo menos 18 partes do dossiê. Já que esses aspectos foram pouco abordados nos planos de remoção da prefeitura do Rio, o documento falou sobre temas referentes ao barateamento das passagens como uma forma de garantir que as pessoas removidas, e que agora vivem em locais mais afastados, tenham acesso aos novos locais de lazer e de cultura construídos para o evento.

Os moradores da cidade, segundo os registros do Comitê, fizeram pelo menos 6 atividades para informar e protestar por melhores serviços de transporte público. O atraso nas obras que pretendiam amenizar os problemas de mobilidade durante a Copa do Mundo foi abordado pelas pessoas que criaram o dossiê, essas reclamações foram expostas em 1 notícia. Foram notadas pelo menos 5 considerações sobre as vantagens adquiridas pelas empreiteiras com os planos de mobilidade e seus altos gastos.

Apareceram 4 violações aos direitos humanos e à moradia para a construção de estações, estacionamentos e novos transporte. Em 2 trechos do dossiê foi considerada a destruição de ambientes com valor histórico e cultural para a cidade, em troca de novos estacionamentos e vias que levariam os visitantes aos locais de lazer.

De acordo o Comitê Popular, os transportes cariocas são ruins, caros e não têm segurança – tais queixas foram observadas em 15 trechos do documento. O Rio também tem pouca interação intermodal, isso significa que as pessoas não têm muitas opções de

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ciclovias e oportunidades de entrar em outros meios de transporte com suas bicicletas, essa avaliação foi notada em 2 momentos.

O Globo, ainda no início do ano de 2014, falou

em 2 notícias sobre o mau funcionamento do metrô. Para os entrevistados pelo jornal, a mobilidade urbana seria um dos grandes riscos para a Copa do Mundo (apareceu em 2 partes), junto com a precária sinalização no trânsito, incluindo poucas placas em inglês (também apareceu em 2 partes).

Com a aproximação do evento esportivo de 2014, o jornal passou a pautar a inauguração do BRT que, mesmo com atrasos para a finalização de suas linhas, seria capaz de levar os turistas até os locais dos jogos – essa observação apareceu 2 vezes. O material noticioso começou a abordar o bom funcionamento do metrô com a aproximação dos espetáculos (em 1 momento do texto), os bons serviços prestados pelos aeroportos (em 2 momentos) e a criação de novas ciclovias (em 1 momento).

Com a finalização da Copa do Mundo, o jornal passou a discorrer sobre a inauguração do sistema de veículos sobre trilhos (VLT), que seria inaugurado para as Olimpíadas de 2016 – tema verificado em 1 notícia do jornal. O Globo, em 1 notícia, tratou da precariedade na infraestrutura dos aeroportos, ressaltando que mesmo assim conseguiram atender aos visitantes.

Ao comparar o discurso do dossiê com o do jornal, constatamos que o Comitê Popular tratou a mobilidade urbana como um direito dos cariocas, enquanto O Globo a tratou como um elemento essencial para o transporte de turistas interessados nas atividades da Copa do Mundo.

Para o movimento popular, o transporte público precisaria ser bom e mais acessível para unir as áreas pobres

às ricas da cidade, e levar seus habitantes mais pobres aos novos espaços de cultura e lazer. Para a mídia tradicional, os transportes públicos precisariam ser mais funcionais e ágeis para causar uma boa impressão aos visitantes.

Os moradores do Rio de Janeiro demonstraram algum interesse nos novos e melhores meios de transporte, mas não estavam dispostos a perder seus direitos à moradia e à cidade, além dos espaços ricos em história e cultura, para desfrutar de melhores meios de locomoção. O jornal concedeu um espaço para as revindicações de moradores insatisfeitos com os transportes públicos, mas, ao mesmo tempo, apresentou novas alternativas e projetos para os problemas apontados pela população. Mesmo que os projetos de mobilidade urbana não tenham sido finalizados na data prevista, O Globo, com o interesse de despertar o interesse em visitantes, expôs muitas sugestões e opiniões de especialistas para o melhor atendimento de turistas durante o megaevento. Segurança Pública

A categoria sobre Segurança Pública expõe explicações concedidas pela mídia sobre os planos de segurança pública, principalmente durante os jogos da Copa do Mundo, e como a população que vive o dia a dia da cidade tem sentido as mudanças provocadas por esses planos.

O Comitê Popular se propôs a explicar as metas da prefeitura do Rio de Janeiro para que as mazelas referentes à segurança pública fossem sanadas, pôde ser notado em 4 abordagens. A intenção que a mídia tradicional teve de publicizar a imagem de favelas mais seguras visava atrair turistas para esses locais, constatado em 1 trecho do documento. Entre as críticas feitas por esses moradores, notou-se 10 vezes a possibilidade que os programas de segurança tinham de valorizar partes

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mais ricas da cidade em detrimento de outras mais pobres. O dossiê falou sobre a militarização de territórios populares e favelas, pois, de acordo com 13 abordagens, os policiais que estão nessas áreas não respeitam os habitantes. São 43 casos de mortes causadas pelo confronto entre os policiais e os traficantes, e o despreparo da polícia militar também foi destacado nessas situações.

O Comitê Popular reconheceu que a segurança pública seria um dos benefícios deixados pelos grandes eventos, e que é um dos desejos dessa cidade que têm a intenção de ser reconhecidas como global e desenvolvida, essa ocorrência foi verificada em 1 dos textos do documento. Por outro lado, quando eles se reuniam para questionar as ações violentas de policiais, foram tratados com repressão. A ideia de que as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) foram utilizadas para reprimir manifestações populares foi assunto recorrente, foi exposta 29 vezes.

As notícias produzidas pelo jornal O Globo deram mais destaque a divulgação de ambientes mais seguros e com policiamento adequado, na intenção de atrair mais turistas para áreas pouco visitadas. Antes, com o tráfico e seus atos de violência, os visitantes não podiam ou queriam visitar algumas áreas, mas, agora, graças às Unidades de Polícia Pacificadora, outras áreas poderiam ser mais exploradas pelo turismo – argumento utilizado 4 vezes.

O conteúdo noticioso mostrou as “megaoperações militares” como uma alternativa para combater o narcotráfico, eles se propuseram a explicar todas as vantagens desses planos em 8 momentos. Entre as explicações mais comuns para defender os projetos de segurança pública para as favelas cariocas, foram encontrados 6 argumentos de que as unidades de polícia seriam capazes de trazer paz às comunidades e aos seus moradores.

Surgiram muitas manifestações contrárias à Copa do Mundo e as narrativas emitidas pelos manifestantes poderiam ser prejudiciais à imagem que estava sendo construída para os jogos e para a cidade. As representação das manifestações populares como sendo prejudiciais à Copa foram vistas 2 vezes no decorrer do conteúdo do jornal O Globo. Foi percebido que os policiais militares também foram utilizados para enfrentar as ações e as atividades populares contrárias ao recebimento dos espetáculos, como pôde ser constatado em 3 considerações.

Verificamos ao analisar os dois discursos que

O Globo abordou o tema da segurança pública para

transmitir um cenário sem violência e seguro para receber muitos turistas, empresários, atletas e artistas – e, assim, trazer novas oportunidades e prosperidade para as áreas de hotelaria, turismo, gastronomia e outras. O Comitê Popular, por outro lado, mostrou que as propostas de segurança estavam criminalizando a população mais pobre, reprimindo suas ações e luta pelo direito à cidade e à moradia, e matando parte dessas pessoas.

Conclusão

A Copa do Mundo de 2014 foi narrada tanto pela mídia tradicional quanto pela mídia alternativa. O jornal O Globo teve a intenção de criar um ambiente favorável ao megaevento, enquanto os movimentos sociais utilizaram tanto as redes sociais quanto os espaços públicos para defender seus pontos de vista.

As passeatas e outras atividades populares tiveram tanta força que conseguiram alterar o cenário favorável à recepção da Copa, deslocando a atenção das pessoas para as ideias e as indignações que vinham das ruas e das redes. A web foi tão importante nesse processo

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que possibilitou que as narrativas de moradores do Rio chegassem a grandes jornais internacionais como The

New York Times, El País, The Guardian e Le Mond e, assim,

obtivessem um alcance global.

Todos os homens urbanos e suas representações serviram para registrar esse momento histórico da metrópole e, por isso, este estudo buscou identificar as diferenças e semelhanças nos discursos do povo, no dossiê Megaeventos e Violações dos Direitos Humanos no Rio de Janeiro, e na mídia, nas matérias produzidas pelo O Globo.

Os dois produtos que compõem o corpus deste estudo apresentam o Rio de Janeiro antes, durante e depois da Copa do Mundo de 2014. Ambos trataram de assuntos como moradia, mobilidade urbana e segurança pública.

O dossiê fez um registro de violações de direitos à moradia, especialmente de pessoas pobres, causadas pelos planejamentos de desenvolvimento urbano. Além disso, o material também fez esclarecimentos jurídicos sobre o direito dos cidadãos afetados pelas obras. As edições de O Globo, por outro lado, não deram destaque aos problemas de moradia, preferiram falar sobre os lucros de setores ligados à hotelaria e às atrações turísticas.

Os movimentos sociais utilizaram as manifestações de rua para expor seus descontentamentos, buscando um diálogo com outros cariocas e com os responsáveis pelos projetos urbanos. Eles queriam mais participação e clareza nos projetos propostos pela Prefeitura do Rio de Janeiro. O Globo narrou as manifestações como um risco para a Copa do Mundo e expos os planos de segurança pública para enfrentar os manifestantes.

O Comitê Popular esclareceu que a mobilidade urbana é essencial para garantir o direito à cidade. Ele defende a criação de meios de transporte bons, baratos e seguros, além de mais ciclovias nas ruas da

cidade. Antes da Copa do Mundo, O Globo explicou que a mobilidade urbana podia ser um risco para os megaeventos, mas, depois dos espetáculos esportivos, cederam lugar ao orgulho pelo bom funcionamento dos transportes urbanos.

Observamos, assim, que as representações sobre a cidade e seus habitantes não foram estáticas, pelo contrário, elas estão sempre se transformando, pois os processos de comunicação, o conflito e o confronto entre novas e velhas opiniões e estereótipos, se formam enquanto são produzidos e questionados, como diz Jovchelovitch (2000). Nesse sentido, as representações que surgem durante esses processos são móveis, versáteis e estão continuamente mudando.

Essa pluralidade de representações pode gerar conflitos, mas eles não são prejudiciais, pois as representações necessitam do encontro produzido por perspectivas diferentes, e dos conflitos que elas produzem, para que diferentes modos de vida possam co-existir e fazer emergir saberes que possuam a flexibilidade capaz de absorver outras formas de racionalidade.

Concluímos que a união das diferentes formas de narrar a Copa do Mundo de 2014, tanto pela mídia tradicional quanto pelo povo, conseguiram ajudar aqueles indivíduos que desejavam interpretar a realidade. Através dessas diferentes percepções, eles foram capazes de se posicionar e transmitir, à sua maneira, suas opiniões sobre o evento. Dentro desse processo, as representações sobre o Rio foram criadas e re-criadas e, segundo Jovchelovitch (2000), esse dinamismo faz parte e é exigido pelas constantes transformações do mundo contemporâneo, cada vez mais conectado a outros universos.

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Referências bibliográficas

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