Leishmaniose
Prof ª. Igor Ximenes
QUEBRANDO A BANCA
Leishmaniose Tegumentar Americana
Doença infecciosa, não contagiosa, causada por protozoários do gênero Leishmania, de transmissão vetorial, que acomete pele e mucosas
Agente etiológico:
• Há várias espécies de leishmanias envolvidas na transmissão.
• No Brasil, já foram identificadas 7 espécies, sendo 6 do subgênero Viannia e 1 do subgênero Leishmania. As mais importantes são Leishmania (Viannia) braziliensis, L. (L.)
amazonensis e L. (V.) guyanensis.
Hospedeiros e reservatórios - Marsupiais, roedores, preguiça, tamanduá, dentre outros. A
interação reservatório-parasito é considerada um sistema complexo, na medida em que é multifatorial, imprevisível e dinâmica, formando
uma unidade biológica que pode estar em constante mudança, em função das alterações
do meio ambiente
Modo de transmissão - Pela picada da fêmea de insetos flebotomíneos das diferentes espécies de importância médico-sanitária do
gênero Lutzomyia. São conhecidos
popularmente como mosquito palha, tatuquira, birigui, entre outros
Leishmaniose Tegumentar Americana
Período de incubação Em média, de 2 a 3 meses, podendo apresentar períodos mais curtos (2 semanas) e mais longos (2 anos)
Período de transmissibilidade
Desconhecido. Não há transmissão homem a homem. A transmissão se dá pelo vetor que adquire o parasito ao picar
reservatórios, transmitindo-o ao homem
Suscetibilidade e imunidade
A suscetibilidade é universal. A infecção e a doença não conferem imunidade ao paciente
Quadro Clínico
A doença cutânea apresenta-se classicamente por pápulas, que evoluem para úlceras com fundo granuloso
e bordas infiltradas em moldura, que podem ser únicas ou múltiplas, mas indolores.
Pode manifestar-se como placas verrucosas, papulosas, nodulares, localizadas ou difusas.
A forma mucosa, secundária ou não à cutânea,
caracteriza-se por infiltração, ulceração e destruição dos tecidos da cavidade nasal, faringe ou laringe. Quando a
destruição dos tecidos é importante, podem ocorrer perfurações do septo nasal e/ou palato.
Suspeita clínico-epidemiológica associada à intradermorreação de Montenegro (IDRM) positiva e/ou demonstração do parasito no exame parasitológico direto em esfregaço de raspado da borda da lesão, ou no inprint feito com o fragmento
da biópsia; em histopatologia ou isolamento em cultura
O diagnóstico de certeza de um processo infeccioso é feito pelo encontro do parasito, ou de seus produtos, nos tecidos ou fluidos biológicos dos hospedeiros.
Portanto, recomenda-se a confirmação do diagnóstico por método
parasitológico, antes do início do tratamento, especialmente naqueles casos com evolução clínica fora do habitual e/ ou má resposta a tratamento anterior
Diagnóstico
Tratamento
A droga de primeira escolha é o antimonial pentavalente.
Visando padronizar o esquema terapêutico, a Organização Mundial da Saúde recomenda que a dose desse antimonial seja
calculada em mg/Sb+5/kg/dia (Sb+5 significando antimônio pentavalente).
Há dois tipos de antimoniais pentavalentes que podem ser utilizados: o antimoniato de N-metil glucamina e o
stibogluconato de sódio (esse último não comercializado no Brasil).
Leishmaniose Visceral
Protozoose cujo espectro clínico pode variar desde manifestações clínicas discretas até as graves, que, se não tratadas, podem levar a
óbito.
A Leishmaniose Visceral (LV), primariamente, era uma zoonose caracterizada como doença de caráter eminentemente rural.
• Mais recentemente, vem se expandindo para áreas urbanas de médio e grande porte e se tornou crescente problema de saúde pública no país e em outras áreas do
continente americano, sendo uma endemia em franca expansão geográfica.
Considerando a evolução clínica desta endemia, optou-se por sua divisão em períodos:
Período inicial
• Esta fase da doença, também chamada de “aguda” por alguns autores, caracteriza o início da sintomatologia, que pode variar para cada paciente, mas, na maioria dos casos, inclui febre com duração inferior a 4 semanas, palidez
cutâneo-mucosa e hepatoesplenomegalia
Período de estado
• Caracteriza-se por febre irregular, associada ao emagrecimento progressivo, palidez cutâneo-mucosa e aumento da hepatoesplenomegalia. Apresenta quadro clínico arrastado, geralmente com mais de 2 meses de evolução e,
muitas vezes, com comprometimento do estado geral
Período final
• Caso não seja feito o diagnóstico e tratamento, a doença evolui progressivamente para o período final, com febre contínua e comprometimento intenso do estado geral. Instala-se a desnutrição, (cabelos quebradiços, cílios alongados e pele seca) e edema dos membros inferiores, que pode evoluir para anasarca. Outras manifestações
importantes incluem hemorragias (epistaxe, gengivorragia e petéquias), icterícia e ascite.
Evolução Clínica
Agente etiológico - Protozoário tripanosomatídeos do gênero Leishmania, espécie Leishmania chagasi, parasita intracelular obrigatório sob forma aflagelada ou amastigota das células do sistema fagocítico
mononuclear.
Reservatórios - Na área urbana, o cão (Canis familiaris) é a principal fonte de infecção. A enzootia canina tem precedido a ocorrência de casos humanos e a infecção em cães tem sido mais prevalente que no homem. No ambiente silvestre, os reservatórios são as raposas (Dusicyon vetulus e Cerdocyon thous) e os marsupiais (Didelphis albiventris). Questiona-se a possibilidade do homem também ser fonte de infecção.
Modo de transmissão - No Brasil, a forma de transmissão é através da fêmea de insetos flebotomíneos das espécies de Lutzomyia longipalpis e L. cruzi, infectados. A transmissão ocorre enquanto houver o
parasitismo na pele ou no sangue periférico do hospedeiro. Não ocorre transmissão direta da LV de pessoa a pessoa.
Leishmaniose
Visceral
Período de incubação
É bastante variável tanto para o homem, como para o cão. No homem varia de 10 dias a 24 meses; em média, de 2 a 6 meses, e, no cão, varia de
3 meses a vários anos, com média de 3 a 7 meses
Período de transmissibilidade O vetor poderá se infectar enquanto persistir o parasitismo na pele ou no sangue circulante dos animais reservatórios
Complicações
As mais frequentes são de natureza infecciosa bacteriana. Dentre elas, destacam-se: otite média aguda, otites, piodermites e afecções
pleuropulmonares, geralmente precedidas de bronquites,
traqueobronquites agudas, infecção urinária, complicações intestinais;
hemorragias e anemia aguda
Leishmaniose
Visceral
Diagn óstico
Clínico-epidemiológico e laboratorial. Esse último, na rede básica de saúde, baseia-se principalmente em exames imunológicos e parasitológicos
Exame sorológico
• É o de detecção mais fácil para o diagnóstico da LV (imunofluorescência e Elisa, esse último não disponível na rede).
Exame Parasitológico
• É o diagnóstico de certeza feito pelo encontro de formas amastigotas do parasito, em material biológico obtido preferencialmente da medula óssea, por ser um procedimento mais seguro, do linfonodo ou do baço. Este último deve ser realizado em ambiente hospitalar e em condições cirúrgicas
Exames inespecíficos
• São importantes devido às alterações que ocorrem nas células sanguíneas e no metabolismo das proteínas; orientam o processo de cura do paciente.
Hemograma:
• pode evidenciar uma pancitopenia: diminuição de hemáceas, leucopenia, com linfocitose relativa, e plaquetopenia. A anaeosinofilia é achado típico, não ocorrendo quando há associação com outras patologias, como a Esquistossomose ou a Estrongiloidíase.
Dosagem de proteínas:
• há forte inversão da relação albumina/ globulina, com padrões tão acentuados quanto no mieloma múltiplo
Tratamento
No Brasil, os medicamentos utilizados para o tratamento da LV são o Antimonial Pentavalente e a Anfotericina B.
O Ministério da Saúde recomenda o Aantimoniato de N-metil Glucamina como fármaco de primeira escolha para o
tratamento da LV; no entanto, a escolha de cada um deles deverá considerar a faixa etária, presença de gravidez e co-
morbidades.
QUESTÕES
1. (VUNESP – 2019)
A diferença na evolução das leishmanioses para leishmaniose tegumentar ou leishmaniose visceral se deve ao tipo de
(A) agente etiológico.
(B) fatores climáticos, como temperatura e umidade.
(C) ambiente onde o hospedeiro se encontra, se urbano ou silvestre.
(D) vetor envolvido na transmissão.
(E) sensibilidade do hospedeiro.
1. (VUNESP – 2019)
A diferença na evolução das leishmanioses para leishmaniose tegumentar ou leishmaniose visceral se deve ao tipo de
(A) agente etiológico.
(B) fatores climáticos, como temperatura e umidade.
(C) ambiente onde o hospedeiro se encontra, se urbano ou silvestre.
(D) vetor envolvido na transmissão.
(E) sensibilidade do hospedeiro.
2. (FAUEL – 2020) As leishmanioses são um conjunto de doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania e da família Trypanosomatidae. De modo geral, essas enfermidades se dividem em leishmaniose tegumentar americana, que ataca a pele e as mucosas, e leishmaniose visceral (ou calazar), que ataca órgãos internos. Assinale a alternativa que contenha o vetor da Leishmaniose:
(A)mosquito Aedes aegypti (B)mosquito Anopheles
(C)mosquito barbaeiro (D)mosquito palha
2. (FAUEL – 2020) As leishmanioses são um conjunto de doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania e da família Trypanosomatidae. De modo geral, essas enfermidades se dividem em leishmaniose tegumentar americana, que ataca a pele e as mucosas, e leishmaniose visceral (ou calazar), que ataca órgãos internos. Assinale a alternativa que contenha o vetor da Leishmaniose:
(A)mosquito Aedes aegypti (B)mosquito Anopheles
(C)mosquito barbaeiro (D)mosquito palha
3. (Fundação CEFETBAHIA – 2019) Sobre a Leishmaniose, analise as assertivas e identifique com V as verdadeiras e com F as falsas.
( ) A Leishmaniose mucosa é uma forma de Leishmaniose visceral.
( ) A transmissão da Leishmaniose, habitualmente, é feita pela picada de várias espécies de flebotomídeos
( ) Na Leishmaniose mucosa pode ocorrer infiltração e destruição da pirâmide nasal, com consequente queda da ponta nasal, formando o “nariz de tapir” ou “nariz de anta”.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é (A)V V F
(B)V F V (C)F V V (D)F V F (E)F F V
3. (Fundação CEFETBAHIA – 2019) Sobre a Leishmaniose, analise as assertivas e identifique com V as verdadeiras e com F as falsas.
( ) A Leishmaniose mucosa é uma forma de Leishmaniose visceral.
( ) A transmissão da Leishmaniose, habitualmente, é feita pela picada de várias espécies de flebotomídeos
( ) Na Leishmaniose mucosa pode ocorrer infiltração e destruição da pirâmide nasal, com consequente queda da ponta nasal, formando o “nariz de tapir” ou “nariz de anta”.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é (A)V V F
(B)V F V (C)F V V (D)F V F (E)F F V
4. (VUNESP – 2018) As leishmanioses são denominadas zoonoses porque
(A)são doenças causadas por parasitas que acometem primariamente os animais e depois o homem, tendo manifestações variáveis em diferentes regiões.
(B)acometem os animais que vivem em zoológicos, devido ao estresse que sofrem diariamente.
(C)atingem apenas animais que vivem próximos aos seres humanos.
(D)afetam apenas aves e mamíferos exóticos, ou seja, que não fazem parte originalmente da fauna brasileira.
(E)são doenças transmitidas ao ser humano pelo contato direto com outros mamíferos.
4. (VUNESP – 2018) As leishmanioses são denominadas zoonoses porque
(A)são doenças causadas por parasitas que acometem primariamente os animais e depois o homem, tendo manifestações variáveis em diferentes regiões.
(B)acometem os animais que vivem em zoológicos, devido ao estresse que sofrem diariamente.
(C)atingem apenas animais que vivem próximos aos seres humanos.
(D)afetam apenas aves e mamíferos exóticos, ou seja, que não fazem parte originalmente da fauna brasileira.
(E)são doenças transmitidas ao ser humano pelo contato direto com outros mamíferos.
5. (Instituto UniFil – 2019) Sobre leishmaniose, assinale a alternativa incorreta.
(A)A leishmaniose visceral é causada por um protozoário da espécie Leishmania Chagasi.
(B)A transmissão da leishmaniose visceral ocorre por meio da picada da fêmea do flebotomínio infectado.
(C)Os reservatórios silvestres da leishmaniose visceral são as raposas e os marsupiais e o reservatório urbano, os principais reservatórios, são os cães.
(D)O ciclo biológico do vetor acontece em cinco fases: ovo, larva, ninfa, pupa e adultos.
5. (Instituto UniFil – 2019) Sobre leishmaniose, assinale a alternativa incorreta.
(A)A leishmaniose visceral é causada por um protozoário da espécie Leishmania Chagasi.
(B)A transmissão da leishmaniose visceral ocorre por meio da picada da fêmea do flebotomínio infectado.
(C)Os reservatórios silvestres da leishmaniose visceral são as raposas e os marsupiais e o reservatório urbano, os principais reservatórios, são os cães.
(D)O ciclo biológico do vetor acontece em cinco fases: ovo, larva, ninfa, pupa e adultos.
6. (Instituto Excelência – 2019) Leishmaniose Visceral é uma doença de notificação imediata para:
(A)Secretaria Municipal de Saúde.
(B)Secretaria Estadual de Saúde.
(C)Ministério da Saúde.
(D)Nenhuma das alternativas.
6. (Instituto Excelência – 2019) Leishmaniose Visceral é uma doença de notificação imediata para:
(A)Secretaria Municipal de Saúde.
(B)Secretaria Estadual de Saúde.
(C)Ministério da Saúde.
(D)Nenhuma das alternativas.
7. (CCV-UFC – 2018)
São características clínicas e laboratoriais do período inicial da Leishmaniose Visceral:
(A)Palidez discreta, febre e plaquetopenia.
(B)Febre, emagrecimento e plaquetopenia.
(C)Febre, emagrecimento e anemia discreta.
(D)Hepatomegalia e anemia discreta, com febre.
(E)Palidez e anemias discretas, e manifestações hemorrágicas.
7. (CCV-UFC – 2018)
São características clínicas e laboratoriais do período inicial da Leishmaniose Visceral:
(A)Palidez discreta, febre e plaquetopenia.
(B)Febre, emagrecimento e plaquetopenia.
(C)Febre, emagrecimento e anemia discreta.
(D)Hepatomegalia e anemia discreta, com febre.