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Criação de camarões é atividade em franco desenvolvimento no Ceará

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Academic year: 2021

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Criação de camarões é atividade em franco desenvolvimento no Ceará

Shrimp Farming - a rapidly developing activity in Ceará

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Summary

A sector capable of witnessing a fivefold increase of its production. That’s the situation of shrimp farming in Ceará, an activity that emerged in the mid-70s and saw its production and maturity scale consolidate in the beginning of the 2000s. Along with other Northeast states, the production of marine shrimp currently represents the best organized segment of the national fishing sector. The states of Ceará and Rio Grande do Norte alone were responsible for 70% of the Brazilian production of farmed shrimp in 2011. The other 30%

were distributed among the states of Pernambuco, Paraíba, Piauí, Sergipe, Bahia, Maranhão, Pará and Santa Catarina.

The president of the Ceará Association of Shrimp Farmers, Cristiano Peixoto Maia, announces that shrimp production, in 2012, is expected to increase nine and a half percent in relation to the previous year.

The president of the Brazilian Association of Shrimp Farmers, on the other hand, warns that the lack of credit for technological development, market prospection and structural investments contribute to the delay of the Brazilian shrimp farming.

Sumário

Um setor com capacidade para quintuplicar sua produção. Essa é a situação da criação de cama- rões (carcinicultura) cearense, uma atividade que surgiu em meados da década de 70 e consolidou sua escala de produção e maturidade no início dos anos 2000. Junto com os demais estados nordes- tinos, a produção de camarão marinho representa atualmente, o segmento mais organizado do setor pesqueiro nacional. Só os estados do Ceará e do Rio Grande do Norte participaram com 70% da produ- ção brasileira de camarão cultivado, em 2011. Os 30% restantes foram distribuídos entre os estados de Pernambuco, Paraíba, Piauí, Sergipe, Bahia, Ma- ranhão, Pará e Santa Catarina.

O presidente da Associação Cearense dos Produ-

tores de Camarão, Cristiano Peixoto Maia, anuncia

que a expectativa para o aumento da produção de

camarão para 2012, em relação ao cultivo do ano

anterior, seja de nove e meio por cento. Já o presi-

dente da Associação Brasileira dos Criadores de Ca-

marão, Itamar Rocha, adverte que a falta de crédito

para o desenvolvimento tecnológico, prospecção de

mercado e investimentos estruturantes concorre

para o atraso da carcinicultura brasileira.

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Durante o período de 2000 a 2004, quando as ex- portações brasileiras de camarão chegaram a re- presentar 75% da produção nacional, os centros de processamento foram utilizados em sua plena capacidade. Atualmente, com o crescimento da de- manda interna para o camarão in natura, parte da capacidade instalada está ociosa.

No Brasil, pesquisas realizadas durante 15 anos com a espécie de camarão Litopeneus vannamei, oriundo da costa sul-americana do Oceano Pacífi - co, apontou para a maior viabilidade técnica e eco- nômica desse tipo de crustáceo, sendo atualmente a espécie que domina 100% da carcinicultura bra- sileira.

Essas mesmas pesquisas apontaram para a es- pecial vocação do cultivo do camarão marinho para promover a inclusão social no Nordeste e a distribuição da riqueza no campo. Os centros de processamento do camarão antes de seu envio ao mercado consumidor, que operam em recintos protegidos e resfriados, oferecem também opor- tunidades de trabalho para a mão de obra femi- nina, considerado o segmento de maior potencial do Nordeste em relação à demanda dessa mão de obra. No auge das exportações setoriais, em 2003, as mulheres participaram com 14 por cento dos 50.000 empregos diretos gerados pela carcinicul- tura no Nordeste.

Na região nordestina, são cerca de 20 mil hectares cultivados de produção de camarão em cativeiro, o que representa 98 por cento de sua infraestrutura produtiva. Já no Ceará, a extensão da área atual voltada para a atividade da Carcinicultura é de 5.760 hectares, divididos em cinco polos produto- res e 180 empreendimentos.

É por isso que um dos desafi os do setor foi sempre o de buscar um modelo de produção sustentável que integre geração de emprego e renda e a otimi- zação do uso do capital e dos recursos naturais e desenvolvimento humano.

Evolução

Com expectativa de produção de 35 mil toneladas para este ano de 2012, o que representa um au- mento de cerca de 9,5% em relação ao ano pas- sado, o Ceará ocupa, desde 2010, a liderança na criação de camarão em cativeiro. Um ótimo resul- tado já que no momento atual, o setor da carci- nicultura brasileira, praticamente concentrado na região Nordeste e em especial no Ceará, passa por um processo de plena reativação e a quase totali-

dade de sua produção, cerca de 99% das 70 mil toneladas produzidas no Brasil, em 2011, foram destinadas ao mercado interno.

Os produtores do setor advertem para a importân- cia da carcinicultura instalada no meio rural do Nordeste, sendo a produção de camarão em cati- veiro uma atividade do setor primário da economia regional que mais gera emprego por unidade de área trabalhada. Para se ter uma ideia da impor- tância da atividade para o setor primário nordesti- no, 37.800 é o total de empregos diretos gerados em 20 mil hectares de área cultivada, na região.

No Ceará, que tem uma extensão de 5.760 hecta- res de cultivo, são gerados 10.886 empregos dire- tos, de acordo com estudos realizados pela Univer- sidade Federal de Pernambuco e confi rmados pela Associação Cearense dos Criadores de Camarão.

Durante o período de 2000 a 2004, quando as exportações brasileiras de camarão chegaram a representar 75% da produção nacional, os cen-

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tros de processamento de camarão foram utiliza- dos em sua plena capacidade. Atualmente, com o crescimento da demanda interna para o camarão in natura, parte da capacidade instalada está ocio- sa. “A plena utilização dessa capacidade instalada, pelo fato de demandar o uso de intensiva mão de obra, somente se viabilizará caso sejam adotados incentivos, especialmente a desoneração da folha de pagamento e a isenção do PIS/COFINS nas ven- das internas e na aquisição de insumos”, alertam os produtores.

Em 2003, ano de maior volume do camarão ex- portado, 58.455 toneladas, as indústrias de pro- cessamento de camarão geraram cerca de 7 mil empregos diretos para a mão de obra feminina no meio rural do Nordeste. O que correspondeu a 14% do total de emprego direto gerado pelo setor.

O presidente da Associação Cearense dos Criado- res de Camarão, Cristiano Peixoto Maia, informa que praticamente toda a produção nacional do camarão cultivado foi absorvida pelo mercado in- terno, somente uma quantidade inexpressiva foi exportada, cerca de 108 toneladas. Segundo ele, até 2006, 80% da produção de camarão eram ex- portados, das quais 70% se destinavam aos Es-

tados Unidos. Com a ação antidumping imposta pelos Estados Unidos, os produtores redireciona- ram a produção para o mercado interno, o que resultou na baixa de preço. O valor médio do ca- marão, na fazenda, atualmente, gira em torno de R$ 10,00.

Sustentabilidade

O engenheiro de Pesca e professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE – Acaraú), Márcio Bezerra, reconhece que o de- bate sobre a sustentabilidade ambiental da car- cinicultura marinha brasileira encontra-se ideo- logizado há pelo menos dez anos. “Sem dúvida, essa discussão tem sido um dos grandes respon- sáveis no impedimento da racionalização desse debate entre os grupos de interesse envolvidos, em detrimento da utilização de fundamentação técnica e científi ca para subsidiar acusações e defesas destes grupos”. Segundo Márcio Bezerra, essa posição acarreta diretamente no comprome- timento da gestão executiva pelo poder público dos recursos naturais onde a carcinicultura está inserida, além de confundir a opinião pública.

O pesquisador afi rma que estudos técnico-cien- tífi cos recentes têm mostrado, claramente, que

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novas informações de uso e ocupação de áreas pela atividade e a qualidade das águas dos vivei- ros de produção, trazem conclusões e evidências que comprovam que os impactos de natureza am- biental da carcinicultura no Ceará não indicam comprometimento das funções ambientais dos seus ecossistemas dos quais a própria atividade depende para seu sucesso.

Ainda sobre o tema, o estudo indica que tais evi- dências científi cas contrapõem o estigma ou o mito criado de “grande vilão” da zona costeira do Ceará e do Brasil que foi ideologicamente transferi- do para a atividade sem a devida fundamentação.

Numa discussão de cunho técnico e científi co, é importante distinguir entre posicionamentos técni- cos e opiniões leigas, observar com atenção as re- ferências e os critérios utilizados para a avaliação correta dos reais impactos da atividade.

Márcio Bezerra conclui que o mais importante “é buscar nesse processo de consolidação da aqui- cultura, em especial, da carcinicultura, uma cultu- ra periódica que identifi que problemas relativos à atividade”. Essas questões, segundo o professor, podem ser minimizadas, através da busca de solu- ções sustentáveis com informações técnico-cientí-

fi cas que existem sobre o assunto. Essas medidas possibilitam aproveitar melhor o potencial ambien- tal e desfrutar com prudência e desenvolvimento essa reconhecida atividade produtiva em nossa zona costeira brasileira.

O Presidente da Associação Cearense de Criado- res de Camarão (ACCC), Cristiano Maia, destaca o quanto o setor tem gerado em crescimento econô- mico importante nas regiões em que se cultivam o camarão. Ele informa que a Associação se preo- cupa em acompanhar as fazendas produtoras do crustáceo e o que ele percebe é que os produtores têm melhorado a efi ciência da produção.

A carcinicultura é uma atividade que tem se expan- dido no interior do Estado. O potencial empregatí- cio, segundo o presidente da ACCC, é promissor.

São 180 produtores cadastrados no Ceará, geran- do cerca de 11 mil empregos diretos.

Da empregabilidade se benefi ciam homens e

mulheres que moram nas comunidades no en-

torno das fazendas de cultivo de camarão em

cativeiro. O maior município produtor é Aracati,

seguido de Acaraú. Em todo o Estado são cin-

co principais polos produtivos: Coreaú, Acaraú,

Curu, Baixo e Médio Jaguaribe.

Referências

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