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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

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Registro: 2015.0000654829 ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 0051435-04.2010.8.26.0506, da Comarca de Ribeirão Preto, em que são apelantes BRUNA SCARPARO ZIMMERMANN (JUSTIÇA GRATUITA) e MARIA CRISTINA ZIMMERMANN (JUSTIÇA GRATUITA), é apelado FUNDAÇÃO MATERNIDADE SINHÁ JUNQUEIRA.

ACORDAM, em 25ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso.

V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores VANDERCI ÁLVARES (Presidente) e EDGARD ROSA.

São Paulo, 3 de setembro de 2015.

Claudio Hamilton

RELATOR

Assinatura Eletrônica

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Apelação Cível nº 0051435-04.2010.8.26.0506 Comarca: Ribeirão Preto

Apelantes: Bruna Scarpazo Zimmermann (justiça gratuita) e Outra Apelado: Fundação Maternidade Sinhá Junqueira

Juiz: Paulo Cícero Augusto Pereira

VOTO 10.969

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS MÉDICO-HOSPITALARES - COBRANÇA Despesas com internação de paciente para realização de cirurgia plástica de mamoplastia - Internação em regime particular Alegação da parte ré no sentido de que foi realizado, por contrato verbal, um “pacote” com o médico responsável pela cirurgia, onde estavam abrangidas todas as despesas médicas e hospitalares necessárias ao procedimento Contratação escrita dos serviços perante o nosocômio Ausência de vício de vontade quando da assinatura do contrato - Responsabilidade de terceira pessoa (médico responsável), em decorrência de contrato de prestação de serviços, não é oponível à autora, pois que diz respeito a res inter alios - Cobrança devida Procedência da ação mantida - Recurso desprovido.

Trata-se de ação de cobrança que FUNDAÇÃO

MATERNIDADE SINHÁ JUNQUEIRA move em face de BRUNA

SCARPAZO ZIMMERMANN e MARIA CRISTINA SCARPARO

ZIMMERMANN, julgada procedente para condenar as rés, de forma

solidária, no pagamento do valor originário de R$ 2040,00, com

atualização monetária a partir do ajuizamento da ação, e juros de

mora de 1% ao mês a partir da última citação. Em razão da

sucumbência, a parte vencida foi condenada de forma solidária no

pagamento das custas e despesas do processo e verba honorária

fixada em 10% sobre o valor total da condenação, com atualização

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até o efetivo pagamento.

Apelo das rés alegando, em resumo, que, conforme contrato verbal firmado com o Dr. Estéfano Luiz Favaretto, os honorários médicos e despesas hospitalares foram estabelecidos em R$ 7.000,00, em “pacote”. Aduzem que tiveram de assinar o contrato de assistência hospitalar de fl. 29/31 porque lhes informaram que se tratava de procedimento de praxe. Entendem que os honorários médicos são de R$ 5.000,00 e R$ 2.000,00 para despesas hospitalares. Requerem a exclusão do valor de R$

420,00, relativo ao Laboratório Victório Valeri, por estar coberto no convênio pacote cirurgia. Anotaram que, se fosse válido o contrato com o hospital, deveria haver uma proposta prévia de prestação de serviços hospitalares, o que não ocorreu. Sustentam que as cláusulas do contrato são unilaterais, em modelo padrão, e seus termos foram assinados em ambiente hospitalar, com a filha recolhida em um dos leitos, ofertado junto com nota promissória em branco, o que não proporcionou à mãe a leitura e reflexão adequada sobre suas cláusulas e condições. Requerem a improcedência da ação.

Recurso não respondido.

A douta Procuradoria Geral de Justiça deixou de se manifestar.

É o relatório.

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Alega a autora que as rés celebraram “Contrato de Assistência Hospitalar”, em 9 de janeiro de 2009, tendo sido contratada a realização de todos os procedimentos diagnósticos terapêuticos e laboratoriais, indicados pelo médico responsável, que se fizessem necessários, a serem executados por si ou por terceiros especializados. Afirma que a internação ocorreu de forma particular em 9/1/2009, tendo a paciente se utilizado dos serviços necessários ao seu restabelecimento. No entanto, aduz que não houve a devida contraprestação. Assim, requer a condenação das rés no pagamento da importância de R$ 2.626,52, relativa às despesas hospitalares, acrescida de juros de 1% ao mês, mas atualização monetária e verba honorária na base de 20% sobre o valor da condenação.

As rés, citadas, contestaram alegando, em resumo, que ajustaram verbalmente com o Dr. Estéfano Luiz Favaretto, em seu consultório, um “pacote de cirurgia plástica”, no valor de R$

7.000,00, que englobaria os honorários do médico e demais gastos

e procedimentos, valor que foi efetivamente pago por meio de 7

cheques de R$ 1.000,00. Aduziram que não houve proposta de

prestação de serviços hospitalares, ou apresentação de tabela de

preços, aditamento indispensável a sua formalização, já que todo o

procedimento foi previamente programado. Insistiram que o pacote

cirúrgico abrangeu as despesas hospitalares. Requerem a

denunciação da lide do médico. Requerem a improcedência.

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Houve réplica.

A ação foi julgada procedente.

O recurso não merece prosperar.

Com efeito, o “Contrato de Assistência Hospitalar”, datado de 09/01/2009 (fl. 29/31), celebrado entre as partes litigantes, acompanhado do Boletim de Internação da paciente de fl.

32 é plenamente válido, nada havendo que possa desabonar as suas cláusulas, as quais não são abusivas.

Aliás, a paciente se internou em regime particular, logo, não se pode crer, que não tinha conhecimento de que estava contratando com o hospital diretamente, onde seria realizada a cirurgia plástica de mamoplastia, esta de responsabilidade do médico Dr. Estéfano Luiz Favaretto.

Ademais, não há prova quanto aos termos do invocado

“pacote cirúrgico”, a confirmar a tese trazida pela defesa.

Observe-se do teor do contrato firmado quanto à

contratação de médicos que “os médicos responsáveis pela

internação e pelo tratamento serão escolhidos pelo

CONTRATANTE e/ou pelo cliente, sendo certo que os honorários

profissionais decorrentes do atendimento, serão de sua exclusiva

responsabilidade, sem qualquer vinculação com a CONTRATADA,

e serão saldados com recursos próprios ou através da utilização de

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Plano de Assistência Médica” (fl. 30).

E ainda consta do contrato que “ a responsabilidade da CONTRATADA estará sempre vinculada aos serviços e atendimentos que forem por ela prestados, sem prejuízo de eventual responsabilidade solidária com terceiros (médicos, laboratórios e outros), ou exclusiva destes, que venham a participar dos procedimentos clínicos/cirúrgicos que forem adotados” (fl. 29).

Nem se diga que o contrato previu a existência de denominado convênio “pacote cirurgia plástica”, pois que tal menção diz respeito à eventual cobertura por plano de saúde, o que não é o caso.

A alegação de existência de responsabilidade de terceira pessoa (médico responsável), em decorrência de contrato de prestação de serviços, não é oponível à autora, pois que diz respeito a res inter alios.

Demais, nada impede à parte ré, se assim entender, de buscar ressarcir-se das despesas com o hospital perante o médico que foi contratado por ela, diante dos fatos invocados em defesa, quanto à cobertura total do procedimento cirúrgico e dos honorários médicos.

Nesse sentido, já decidiu esta Câmara:

“EMENTA: Prestação de serviços hospitalares. Ação de

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cobrança, julgada procedente em 1º grau. 1. Cobrança de débitos decorrentes da prestação de serviços médico-hospitalares direcionada em face do paciente. 2. Pedido de denunciação da lide da empresa terceira, que teria supostamente se responsabilizado pelas despesas hospitalares perante o réu, que restou deferido pelo magistrado sentenciante, deixando o réu, contudo, transcorrer in albis o prazo para proceder à citação da denunciada. 3. O paciente assinou respectivo termo e assumiu as despesas decorrentes de cirurgia plástica, sendo parte legítima para figurar no polo passivo da ação de cobrança dos serviços prestados. 4. Existência de contratação de terceira empresa e eventual cobertura por ela das despesas cobradas não é oponível à entidade hospitalar. 5. Nada impede o manejo da ação própria, pelo devedor, contra quem reputa ser o responsável pela cobertura das despesas, a fim de alcançar direito ressarcitório. 6. Negaram provimento ao recurso”

(Apelação Cível nº 0007998-49.2010.8.26.0008, rel. Des. Vanderci Álvares, julgada em 13/02/2014).

“APELAÇÃO - AÇÃO DE COBRANÇA - Ausência de

indícios que demonstrem eventual ligação entre o hospital autor e a

empresa Person Intermediação de Cirurgia Plástica Ltda., com

quem a ré firmou contrato Termo de ciência e consentimento do

paciente assinado pela requerida - Apelada internada da condição

de paciente particular - Inexistência de vício de vontade apto a

invalidar o contrato de prestação de serviços hospitalares celebrado

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- Não caracterização do estado de perigo - A cirurgia realizada não era de emergência e a obrigação assumida não é excessivamente onerosa - Cobrança devida - Recurso provido” (Apelação Cível nº 0103683-26.2009.8.26.0006, rel. Des. Hugo Crepaldi, julgada em 24/10/2013).

Consequentemente, fica mantida a sentença de primeiro grau.

Posto isso, nega-se provimento ao recurso.

CLÁUDIO HAMILTON

Relator

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