C A F É - Retrai-se o mercado internacional
Em outubro último, perdurou nos mercados nacionais a mesma colma nos negócios de café já observada em setembro. As remessas paro o ex- terior foram relativamente pequenos e, quando o mês findou, haviam sido apenas de 1 134658 sacos - os menores registrados poro o mês no últi.
mo qüinqüênio. A explicação provável paro o foto reside no antecipação de compras representada pelos negócios especiais do IBC com fabricantes norte-americanos de café solúvel, dos quais uma dos condições era (I de que se devia e-mbarcar, antes de 30 de setembro p. findo, todo o café comprado. Como (I época dos temperaturas mais baixas já teve início no hemisfério Norte, é de esperar-se que os negócios ganhem alguma animaçóo, embora militem contra nós, entre outros, dois fotôres ponderáveis, o saber:
de um lado, a qualidade menos desejóvel do parcela mais importante dos cafés da safra em curSai e 'de outro os preços fixados por aquêle Instituto poro o aceitação, a registra, das declarações de vendo 00 exterior, os quais se situam em níveis relativamente elevados quando postos em confronto com as da variedade robusta que, sendo de paladar neutr'o, podem substi- tuir, em certo medida, os nossos cafés nas ligas dos torrodores.
A 3 1 de outubro último, por exem~
pio, os cofé's brasileiros do estilo San- tos eram cotados no mercado do disponível de Novo York o preços que oscilavam, por libra-pêso, entre
US$ 0,3525
e0,3575,
00posso
que os do variedade robusto de Angola, de primoroso apresentação, eramvendidos a USS 0,2450, os da Costa
do Mor;m o USS 0,2025 e os de Ugondo o USS 0,2
100.Não fôro o contigêncio em que os tarrodores se vêem de a tender às pe- culiaridades do paladar dos consumi- dores e a situoçõo seric,,' ainda pior,
porque as necessidades do govêrno
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em moedas estrangeiros o levam a
pretender pelos cafés brasileiros cer·
to nível de preço que lhes tolhe no exterior o copacidade competitivo,
a ponto de não conseguirmos vender parc;o todos os mercados, tanto tradi- cionais como novos, o quota a nós atribuído no Acôrdo Internacional do Café, somente poro os primeiros.
ANOS Outubro
19$6 · . .
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.. . . .
. ..
. . . . .. .
. .. . . .
1 298 44019:;7
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• • • • • • • • • • • • • • • 1 490 300 1958· . . .
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• • • • • • • • • • • • • • 1 538 438 1959· ....
. ••••. . . . . . . . . .
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1 189 2131960 · . . . . .
. . . . . . . . . . . .
.. .
..
. . ..
. ..
1 134 65820
MOVIMENTO EXPORTADOR
Em outubro nossos remessas pG'ro o exterior atingiram, como dissemos
1 134 658 socos. No mês de outu- bro, nos dez primeiros meses do ono e nos quatro primeiros meses do sa-
fra, essas exportações foram as se- guintes, em socos de 60 qui los:
Jan.-Out. Jul.-0ut.
13 839 312
,
371 62411 489
'"
3 432 62810 419 924 4 620 620
14 434 928 6 949 446
14 142 835 6 174 383
CONJUNTURA ECONÔMICA
As cifras relGtivas ao ano em cur- so mostram já sensível diminuição
nas vendas para o exterior, a desa- fia r a capacidade e o engenho dos
dirigentes da economia cafeeira em encontrar meios e modos de superar as dificuldades Que se apresentam nesse domínio. A rigidez dos preços introduzida pela intervenção governa-
mental nos mercados internos, a lia- da à Qualidade menos desejável da sofra, permite Que nossos competi-
dores mais temidos, isto é, os africa- nos, trabalhem com boa margem de segurança.
No entanto, possuindo o IBC enor- mes estoques, não lhe deverá ser di- fíci l, se Quiser, encontrar nêles e pôr à disposição do comércio exportador, a preços convenientes, café's fàci l- mente aceitáveis pelos torradores.
Do contrário, fica remos expostos a
•
prosseguir vendendo apenas o Que não puder ser encontrado alhures, com graves inconvenientes para a nossa receita em moedas estrangei- ros, a cujas necessidades cabe prin- cipalmente ao café ctender, impon- do a êste nobre produto penoso com- promisso Que o está a sacrificar e do Qual se deve procurar libertá-lo no menor prazo possível.
BUREAU INTER-AFRICANO DO CAfÉ
Na reunião realizada em Paris, nas primeiros dias de outubro, dos representantes de 12 países produto- res do África, sendo oito da área do franco, três da área da libra e um da área do escudo, foi aprovada unô-
nimemente projeto de normas e re- gras propostas pare: a criação de um
COM ERC IO E XT E RI OR 00 BRAS IL
_~_~ _ _ -,Er./l rlllLUOES
-
DE DOL4RES - 1955- 1 960 250 í'"
~-+-+----t-
", 1--+-
" 1- -1
DEZEMBRO
TOTAL DO
CAP'.
• VKRDK TORRADO NOS ESTADOS tlNlDOS(Em milhare8 de aacas de 00 kg)
t O T A L
AlIO JAli. - MAl!:. ABR.-JUN . rOL.-SEI. OUT. - DEZ Do q\lal
Ceral doa t1 nad.a
a.o café
solúvel
•
1956 ..••• 5 639
•
836•
754 S 034 20 263 3 14919S 7 ••••• 5 383 4 861
•
579 S . . 8 20 321 3 3361958 . .•.. S S13
•
954 " 900 S 570 20 <', 3 49%1959 . ...•
,
8"•
987 S , . . S "8 21 698 3 '441960 •••• • S 8" S 'OS 5 083 • • • 16 121a 2 984*
{ai 9 1I080S.
Bureau Inter-Africano do Café, o ser submetido à aprovação dos respecti-
vo orgcmismo seria realizada em To- que a primeiro sessão plenória do no-
vo organismo seria realizadO' em Ta·
ncmorive, capital da República Mol- gache, no dia 5 de dezembro cor-
rente.
O Sr. Georges Monnet, ministro do Agricultura da Costa do Marfim, disse, após Q reunião, que seria acon- selhável, no futuro, convidar noções ta is como ú' fndia e o Indonésia poro participarem do Bureau. Acrescen-
tou que tinham sido convidados poro o reunião de Tananorive observado-
res dos países africanos que ainda não haviam aderido 00 Acôrdo I n- ternacional do Café, bem assim re- presentantes das maiores nações
portadoras do mundo.
IMPORTAÇÕES E CONSUMO MUNDIAIS
Do confronto dos dados estatísti- cos já divulgados nos diversos países
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consumidores, relativos a 1960, Com os de idênticos períodos do ano pas- sado, chega ... se à conclusão pOUCO auspiciosa de que nao se registra qualquer progresso digno de nota, tanto nas importações como no con- sumo mundial em 1960, cabendo
lembrar no entanto que em 1959 fo- ram alcançadas nestes dois itens os cifras mais a ltos de todos os tempos.
Nos Estados Unidos, por exemplo, país onde se divulgam os dados das torrações de café' paro o consumo, verificamos, através dos números re- centemente publicados pelo Bureau of Census, que os torrações de café, nos três primeiros trimestres de 1960, superaram as de iguGI período de
1959 em apenas 101 000 sacos isto
,
é, 0,6% (ver QUADROl. Quando se
Se V. Sa. já é assinante des- ta Revisto, certamente far-Ihe-á:
justiça, recomendanda-a aos seus amigos. e:stes, por sua vez,
lhe ficarão muito gratos. E nóS também.
CONJUNTURA ECONOMICA
considero o crescimento do papulo·
ção consumidora, é possível falo'r em estagnação do consumo, que estará talvez em relação com certo grau de retração, apontada par muitos ob·
servadores, na economia daquele grande país e bom será que não ve- nho' a acentuar-se.
O exame dêsses dados revela que continua a progredir ali a torração pora a fabricação de cofé solúvel, ao passo que a torração pc.'ra a utili· zação à maneira tradicional apresen- ta ligeiro declínio. Em 1959 (9 me·
---, - - -,
ses) foram torradas 2768 mil socas paro a fabricação de solúvel e ., ..
13 252 mil para o utilização sob o forma tradicional. No mesmo perio- do de 1960, a torração poro solúvel totolizou 2984 mil sacas, ou seja, mCi'is 216 mil (7,8 % ), e para o uti-
lização à maneiro tradicional 13 137 mil, isto é, menos 115 mil socas (0,9 % 1. Em 1960, as torrações poro o fabricação de solúvel represento·
rom, nos primeiros 9 meses do ano, 17,8 % dototol, tendos;dode 17,3 % em período idêntico de 1959.