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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA FLORESTAL SARA SEBASTIANA NOGUEIRA

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Academic year: 2021

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PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA FLORESTAL

SARA SEBASTIANA NOGUEIRA

CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA, FÍSICA, COLORIMÉTRICA E DURABILIDADE NATURAL DA Mimosa tenuiflora

MOSSORÓ - RN

2020

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CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA, FÍSICA, COLORIMÉTRICA E DURABILIDADE NATURAL DA Mimosa tenuiflora

Monografia apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, Câmpus Mossoró como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Florestal.

Orientador: Prof. Dr. Vinicius Gomes de Castro – UFERSA.

MOSSORÓ-RN

2020

(3)

9.279/1996 e Direitos Autorais: Lei n°9.610/1998. O conteúdo desta obra tomar-se-á de domínio público após a data de defesa e homologação da sua respectiva ata. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a) sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos.

Setor de Informação e Referência

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi

desenvolvido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e

gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-

UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação (SUTIC) sob

orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de

Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.

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CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA, FÍSICA, COLORIMÉTRICA E DURABILIDADE NATURAL DA Mimosa tenuiflora

Monografia apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Florestal.

Defendida em: 06 / 02 / 2020.

BANCA EXAMINADORA

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A Deus, que sempre tem me mostrado seu cuidado nos momentos mais difíceis, me direcionando durante toda essa jornada.

Aos meus pais e minha família, que me deram todo apoio e auxílio e que me motivam cada dia mais a buscar pelo meu melhor enquanto ser humano e profissional.

Ao meu orientador Vinícius, que me auxiliou durante a graduação, desde a execução deste trabalho até os conselhos e orientações profissionais.

Aos professores do curso de Engenharia Florestal na UFERSA que contribuíram com meu crescimento profissional através de todos os conhecimentos partilhados e de todo auxílio e orientações.

A banca examinadora, que me apoiou durante as minhas decisões, me ajudando a seguir com elas e por contribuírem no fechamento de mais um ciclo em minha vida.

A Lucas, Rayane e Karol que foram meu alicerce em boa parte desta caminhada e que me acolheram em momentos difíceis em Mossoró e também me proporcionaram momentos de alegria.

A Daniel, Jenickson, Cirilo, Giliard, Cleyton, Lili e a todos os meus colegas de curso e futuramente de profissão que compartilharam noites de estudo, de boas risadas, dias de luta e dias de glória, tornando mais leve a caminhada.

A Lidiane, David, Francoyse, Elen, Nardela e a todos aqueles que compõem os Laboratórios de Tecnologia da Madeira e Patologia Florestal que de alguma forma se prontificaram e se mostraram disponíveis durante todas as minhas análises.

Enfim, agradeço a todos aqueles que contribuíram para o meu crescimento e que tenha

ajudado a deixar minha marca nestes anos de UFERSA, seja na instituição ou na vida

daqueles que conheci.

(6)

É de suma importância conhecer e estudar as características de cada espécie, para que se possa dar uma melhor destinação destas no mercado. Para tanto, este trabalho visou avaliar as propriedades químicas, físicas e colorimétricas da Jurema-preta (Mimosa tenuiflora (Willd.) Poiret) em diferentes alturas (Base, Diâmetro a altura do peito e Topo), bem como a resistência natural desta ao ataque de podridão branca por meio do fungo Ganoderma sp.. A espécie demonstrou-se altamente resistente ao fungo independente da altura. Em solubilidade em NaOH 1%, todas as alturas apresentaram médias estatisticamente iguais, tanto antes quanto depois do ensaio. Contudo, apresentou variações quanto ao teor de extrativos a diferentes alturas, com maior teor de extrativos na base da Jurema-preta e menor teor de extrativos no topo, que denotou influência na cor da madeira e na perda de massa. A madeira de Mimosa tenuiflora exibiu maior fator anisotrópico na base com valores próximos de 1,0.

Através das análises realizadas, foi possível observar o potencial de aplicação da espécie no setor moveleiro, tendo em vista sua alta durabilidade natural e propriedades físicas com menor predisposição da peça a empenamentos e rachaduras.

Palavras-chave: Caatinga. Biodeterioradores. Podridão branca. Massa Específica.

(7)

It is extremely important to know and study the characteristics of each species to be able to recommend their best destination for the market. Thus, this work aimed to evaluate chemical, physical and color properties of Jurema-preta (Mimosa tenuiflora (Willd.) Poiret) at different heights (Base, Chest high diameter and Top), as well as natural resistance to white rot attack by the fungus Ganoderma sp.. The species showed to be highly resistant to the fungus at any height. For solubility in NaOH 1%, all heights presented statistically equal averages, for both before and after deterioration test. However, it showed variation of extractive amounts at different heights, higher extractive amounts at Jurema-preta base's sample and lower at the top, which influenced the wood color and the weight loss. The Mimosa tenuiflora wood showed a higher anisotropic index at the bottom wood with values close to 1.0. Based on the analisys, it was possible to see the potential to apply the species wood in the furniture sector, since the wood's high natural resistance and physical properties with low propensity to warp and split.

Key word: Caatinga. Biodeterioration agents. White rot. Specific gravity.

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Figura 1-Preparo das amostras de Jurema-preta a diferentes alturas (0%, 25%, 50%, 75% e

100%) em moinho de facas ... 18

Figura 2-Equipamento Soxhlet utilizado para extração em acetona... 20

Figura 3–Amostras usadas para análise colorimétrica de Jurema-preta a diferentes alturas

(base, diâmetro a altura do peito e topo) ... 22

Figura 4-Realização de análises nos corpos de prova de Jurema-preta (base, diâmetro a altura

do peito e topo) com Colorímetro Konica Minolta CR-410 ... 23

Figura 5-Corpo de prova de Jurema-preta para ensaio de apodrecimento com dimensões

2,5x2,5x1,0 cm ... 24

Figura 6-Preparo do ensaio de deterioração em Câmara de fluxo laminar ... 25

Figura 7-Solubilidade em hidróxido de sódio a 1% ... 26

Figura 8-Teor de extrativos em água fria e água quente da Jurema-preta a cinco diferentes

alturas (0%, 25%, 50%, 75% e 100%) ... 28

Figura 9-Teor de extrativos em solvente orgânico da Jurema-preta a cinco diferentes alturas

(0%, 25%, 50%, 75% e 100%) ... 29

Figura 10-Teor de extrativos totais da Jurema-preta a cinco diferentes alturas (0%, 25%, 50%,

75% e 100%)... 30

Figura 11-Massa específica da Jurema-preta a cinco diferentes alturas (0%, 25%, 50%, 75% e

100%) ... 31

(9)

Tabela 1-Classificação da resistência da madeira ao ataque de fungos ... 26 Tabela 2-Propriedades físicas da Jurema-preta a cinco diferentes alturas (0%, 25%, 50%, 75%

e 100%) ... 32

Tabela 3-Parâmetros colorimétricos da Jurema-preta a três diferentes alturas (Base, DAP e

topo) ... 34

Tabela 4-Perda de massa da Jurema-preta a três diferentes alturas (Base, DAP e topo) ... 35

Tabela 5-Solubilidade em NaOH 1% da Jurema-preta antes e após o ensaio de apodrecimento

... 37

(10)

1 INTRODUÇÃO...11

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 13

JUREMA-PRETA ... 13

PROPRIEDADES FÍSICAS ... 14

PROPRIEDADES QUÍMICAS ... 14

PROPRIEDADES COLORIMÉTRICAS ... 15

DURABILIDADE NATURAL ... 15

FUNGOS XILÓFAGOS ... 16

3 MATERIAIS E MÉTODOS ... 18

PREPARO DAS AMOSTRAS ... 18

ANÁLISES QUÍMICAS ... 19

3.2.1 Teor de Extrativos ... 19

3.2.2 Solubilidade do hidróxido de sódio a 1% (NaOH)... 20

PROPRIEDADES FÍSICAS ... 21

3.3.1 Massa Específica ... 21

3.3.2 Índices de Contração e Fator Anisotrópico ... 21

PROPRIEDADES COLORIMÉTRICAS ... 22

RESISTÊNCIA NATURAL À PODRIDÃO BRANCA ... 23

3.5.1 Isolamento do fungo ... 23

3.5.2 Preparação das amostras de madeira ... 24

3.5.3 Ensaio acelerado ao ataque de fungos ... 24

3.5.4 Avaliação da deterioração ... 25

ANÁLISE ESTATÍSTICA ... 27

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 28

CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA ... 28

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA ... 31

CARACTERIZAÇÃO COLORIMÉTRICA ... 33

4.4 RESISTÊNCIA AO ATAQUE DE FUNGO ... 35

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 38

REFERÊNCIAS ... 39

(11)

1 INTRODUÇÃO

A madeira possui uma infinidade de funções, servindo desde sua forma bruta até como matéria prima para inúmeros produtos além de apresentar diversas aplicações dentro da indústria. Por exemplo, a madeira pode ser utilizada para produção de carvão vegetal, que gera energia para funcionamento de máquinas, sendo que seus resíduos também podem ser utilizados na fabricação de briquetes, produto que desempenham uma mesma função energética. Além disso, a madeira é fundamental na fabricação de móveis, celulose, papel e produtos diversos. Apesar de proporcionar bastantes funcionalidades, necessita-se de mais estudos que visem demonstrar a melhor aplicação das espécies de madeira dentre os diversos mercados, principalmente no que diz respeito a espécies nativas da Caatinga.

O Brasil possui diversos biomas com características bastante peculiares. O bioma Caatinga é um destes, compreendendo uma vegetação diferenciada das demais por conter características que permitem maior resistência às condições semiáridas. Contudo, ainda que este seja rico em espécies e bastante diversificado, existe a necessidade de estudos mais profundos que visem identificar sua aplicabilidade e seu potencial madeireiro. Tais estudos permitiriam conhecer propriedades químicas, físicas e mecânicas de cada espécie e dariam uma destinação adequada, uma vez que, de acordo com Almeida (2010), em sua maioria são utilizadas apenas como fonte de energia. Isto pode provocar um desperdício do potencial de certos indivíduos que poderiam ser aplicados em produtos de maior valor agregado, como por exemplo no setor moveleiro.

Um fator determinante dentre as várias características da madeira é a sua durabilidade natural, podendo ser definida como a capacidade de suportar ao ataque de biodeterioradores (GOMES; FERREIRA, 2002). Com isso, é possível classificar a finalidade do material trabalhado e para qual uso ela deve ser destinada, tendo em vista que existe indivíduos mais propensos a agentes deterioradores do que outros. Isso pode estar associada a diversos motivos como por condições climáticas, aspectos relacionados a própria espécie, teor de cerne e alburno, dentre outros.

Caso seja susceptível, especialmente quando em contato com o solo por longo

período, em condições favoráveis, o indivíduo apresenta elevadas perdas de massa. Segundo

Blanchette (2000), a podridão branca é um destes responsáveis, sendo um agente biótico, mais

precisamente um fungo, que proporciona a perca das propriedades da madeira por meio das

suas atividades enzimáticas atuando na deterioração dos seus componentes primários

(celulose, hemiceluloses e lignina).

(12)

Ao se conhecer as características de cada espécie, é possível indicar uma melhor

destinação dentro da indústria, identificando assim a qualidade desta e como se comporta em

determinadas circunstâncias. Para tanto, este trabalho visou avaliar as propriedades químicas,

físicas e colorimétricas da Jurema-preta (Mimosa tenuiflora (Willd.) Poiret) em diferentes

alturas (Base, Diâmetro a altura do peito e Topo), bem como sua resistência natural ao ataque

de podridão branca por meio do fungo Ganoderma sp.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Cada indivíduo florestal possui propriedades físicas, químicas e mecânicas próprias.

Por meio destas e diversos outros aspectos, é possível diferenciar a madeira de cada espécie das demais. Araújo (2007) relatou a influência de propriedades físicas e mecânicas da madeira para a indústria, tendo em vista que através dos conhecimentos delas, em conjunto com outras informações (resistência a degradação biótica e abiótica, por exemplo), é possível indicar uma melhor destinação e classificá-las quanto ao uso. Outro fator muito importante é o teor de extrativos na madeira e como isso vem a interferir nas suas características, refletindo na resistência ao apodrecimento e ao ataque de insetos (PAES et al., 2016)

JUREMA-PRETA

A Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir., popularmente chamada de Jurema-preta, é uma espécie nativa da região semiárida, facilmente encontrada em áreas degradadas (AZEVÊDO et al., 2012). Esta leguminosa caracteriza-se por possuir presença de espinhos e abscisão foliar como estratégia as condições climáticas impostas pelo bioma no qual está inserido (PEREIRA FILHO et al., 2005).

A Jurema-preta apresenta inúmeras aplicabilidades, destacando-se pelo seu potencial calorífico, podendo ser empregada na produção de carvão (MEDEIROS, 2018). Os frutos são utilizados na alimentação animal, a casca usada para produção de taninos, além da madeira que se destaca pela elevada resistência mecânica e boa durabilidade natural, usadas na produção de estacas (BAKKE, 2005). Podendo ainda ser aplicada na construção civil como moirões, vigas, caibros, ripas, painéis, entre outros, substituindo assim outras espécies comumente usadas neste setor (FERREIRA, 2018).

Segundo Silva et al. (2011), a Jurema-preta possui casca grossa e rugosa, apresenta coloração escura, o que da origem ao seu nome popular. Dispõe de cerne e alburno bem distintos, com coloração de alburno variando de amarelo a vermelho e cerne escuro, bastante avermelhado. Além disto, os autores caracterizaram a espécie anatomicamente e relataram:

vasos possuindo arranjo difuso de forma solitária ou múltipla de dois ou casualmente de três

ou mais de três, com placas de perfuração simples e pontoações intervasculares multisseriadas

alternas guarnecidas; fibras libriforme, apresentando paredes espessas e ainda fibras

gelatinosas; seus raios exibem estratificação irregular; e contendo ainda parênquima axial em

seu lenho com presença de células com cristais prismáticos de forma subdividida.

(14)

PROPRIEDADES FÍSICAS

O conhecimento das propriedades físicas é essencial para que se possa identificar uma melhor destinação, bem como o uso adequado da madeira. De acordo com Calil Junior, Lahr e Dias (2003), a densidade é um importante parâmetro de definição para melhor aplicabilidade da madeira. A densidade básica, definida por meio da massa seca sobre o volume saturado, é imprescindível na caracterização da madeira. Tanto no que diz respeito a sua determinação, quanto a variação dentro da árvore nos seus diferentes sentidos (OLIVEIRA, HELLMEISTER, TOMAZELLO FILHO, 2005).

Outro parâmetro necessário para definição qualidade da madeira é a sua variação dimensional que se dá por meio da absorção e perda de água, ocorrendo abaixo do ponto de saturação das fibras (VALE, DIAS, SANTANA, 2010). A variação pode ser atribuída ao fato de características internas do indivíduo, ou seja, a química e a anatomia da madeira (FERREIRA, 2018).

Esta variação dimensional, permite ainda a caracterização de um atributo muito importante da madeira, a retratibilidade, expressando diretamente o comportamento das peças, tendo em vista que são susceptíveis a empenamentos e rachaduras (RODRIGUES et al., 2008). Além disto, a anisotropia torna-se outro caráter bastante determinante quanto ao comportamento das peças, já que madeiras tendem a variar em suas diferentes dimensões. O fator anisotrópico é expressado através da razão entre a contração tangencial e radial, e reflete assim no fendilhamento e empenamento da peça de acordo com a relação estabelecida entre seus eixos (OLIVEIRA; SILVA, 2003).

PROPRIEDADES QUÍMICAS

A madeira é tida como um biopolímero tridimensional composto por celulose, hemiceluloses, lignina e ainda, em menor quantidade, extrativos e cinzas. Apesar destes serem encontrados em menor quantidade na madeira, os extrativos podem influenciar em diversas características, como sua cor, durabilidade, além de influir negativamente na sua aplicação dentro dos processos industriais (SANTOS, 2008).

No geral, a madeira é um material heterogêneo, poroso e com características distintas

nos seus diferentes eixos. Porém, quanto a sua diferenciação química independente da

espécie, é pouco notável, no que diz respeito a sua constituição elementar (carbono,

hidrogênio, oxigênio e nitrogênio). Já nos constituintes da parede celular, a lignina e

hemiceluloses diferem em quantidade nas espécies, enquanto que a celulose se apresenta de

(15)

forma regular. Já os extrativos são encontrados de formas diversas. Em análises químicas da madeira, a principal dificuldade encontrada não é a quantidade de elementos presentes, mas sim a associação dos constituintes na parede celular que se apresentam intimamente ligados (KLOCK et al., 2005).

PROPRIEDADES COLORIMÉTRICAS

A composição química presente nas substâncias do xilema é o que define a cor da madeira. Esta cor, pode apresentar variações com o decorrer do tempo, devido a oxidação causada pela presença de luz interagindo com componentes da madeira como a lignina (HON, 2001). Na presença de intempéries, a madeira pode apresentar modificação da cor, além de comprometer outras propriedades. Através de equipamentos especializados, é possível sua melhor caracterização por meio da descrição da composição desta (TELES, COSTA, 2014).

As propriedades colorimétricas são um importante fator no mercado moveleiro, principalmente no que diz respeito às madeiras tropicais. Tendo em vista a importância dessa propriedade, faz-se o uso do sistema CIE-L*a*b*, em que: L representa a claridade variando de 0 (preto absoluto) a 100 (branco absoluto); a* indica o quão vermelho é o material, caso seja positivo remete ao vermelho, sendo negativo remete ao verde; b* diz respeito a matriz amarela, positivo indica amarelo, negativo indica azul; a saturação (C) demonstra a pureza da cor; e o ângulo de tinta (H) indica a dominância de alguma tonalidade (ZANUNCIO, FARIAS, SILVEIRA, 2014).

DURABILIDADE NATURAL

A madeira é um importante produto dentro dos vários setores da construção civil. Pode ainda ser utilizada na produção de móveis, dormentes de estradas de ferro (GOMES, SILVA, MELO, 2005). Porém, existem alguns fatores que limitam sua aplicação, como a durabilidade natural, sendo fundamental estudos que visem conhecer sua resistência quando submetida a agentes deterioradores, para assim utilizá-la corretamente (SILVA, LOPEZ, OLIVEIRA, 2004).

Um dos maiores desafios encontrados pelos pesquisadores tem sido conseguir resolver

problemas referentes a durabilidade natural e a instabilidade dimensional da madeira

(POUBEL et al., 2013). Em decorrência da falta de estudos científicos, o mercado acaba se

restringindo a determinadas espécies, o que contribui para escassez e as colocando em risco

de extinção (CARDOSO et al., 2012).

(16)

Por ser um material orgânico, a madeira é naturalmente susceptível a agentes bióticos e abióticos. No entanto, é importante levar em consideração circunstâncias que favorecem sua vulnerabilidade ao ataque dos organismos xilófagos. Uma destas variáveis é o ambiente no qual a madeira em uso está inserida, já que interfere diretamente em diversos outros termos como umidade, temperatura e pH (ARCHER; LEBOW, 2006).

Segundo Trevisan, Tieppo e Carvalho (2008), é necessário estudar processos que envolvam a deterioração natural de cada indivíduo levando em consideração o ambiente e buscando identificar o potencial de cada um. Desta forma se contribui para o maior aproveitamento da peça e se evita desperdícios desnecessários. Assim, para melhor definição da durabilidade natural das espécies, dois ensaios podem ser efetuados, são estes desenvolvidos em campo ou em laboratório (STANGERLIN, 2012).

FUNGOS XILÓFAGOS

Os fungos xilófagos são responsáveis pela deterioração da madeira e desempenham um importante papel na natureza através da decomposição de seus constituintes, contribuindo assim na entrada e na troca de energia no ecossistema por meio da ciclagem de nutrientes (ALEXOUPOULOS, MINIS, BLACKWELL, 1996). Porém esta característica não é desejável comercialmente devido o comprometimento da qualidade das peças. Visa-se, portanto, indivíduos resistentes a agentes deterioradores, evitando assim a necessidade do uso de tratamentos preservativos (SILVA, LOPEZ, OLIVEIRA, 2004).

Dentre os fungos que degradam a madeira, estão os apodrecedores, especialmente os basidiomicetos, responsáveis pelas podridões parda e branca, possuindo características peculiares quanto a forma de deterioração. O primeiro é evidenciado através de uma cor pardacenta nas peças, ocasionado pela decomposição dos polissacarídeos da parede celular. Já madeiras atacadas por podridão branca apresentam uma coloração mais clara, o que ocorre porque, além de degradar polissacarídeos, também há degradação simultânea da lignina (OLIVEIRA et al., 2005).

Fungos causadores de podridão-branca têm ganhado interesse na área de microbiologia industrial e ambiental por serem capazes de degradar vários poluentes xenobióticos e recalcitrantes através das atividades enzimáticas (COELHO et al., 2010) atuando na recuperação de ambientes contaminados por meio da degradação de corantes e compostos de processos têxteis (KAMIDA et al., 2005).

Entre os responsáveis pela podridão branca, pode-se destacar o gênero Ganoderma sp.

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possuindo espécies presentes tanto em ambientes tropicais como temperados. Este gênero dispõe de grande importância econômica e ambiental pela sua atuação na ciclagem de nutrientes (FERNANDES, 2014), suas propriedades medicinais por meio da contribuição na produção de fármacos (GILBERTSON, 1980), além disso, pesquisas vem fazendo o uso de fungos do tipo basidiomicetos no estudo da descoloração e degradação de corantes têxteis (SANTOS, 2016). Este gênero pode também ser responsável pela degradação da madeira através da podridão do cerne ou infectando regiões elevadas do tronco.

Essa podridão ocorre através da entrada do fungo por aberturas naturais ou injúrias no

indivíduo, tendo como estratégia seu desenvolvimento no cerne, já que este possui células

mortas e, portanto, uma fase gasosa mais extensa quando comparada ao alburno, o que leva a

ser um critério para ser atacado (SILVA, 2017). As espécies do gênero Ganoderma sp. podem

se apresentar de forma saprófito degradando a madeira ou ainda fitopatogênica, degradando o

indivíduo vivo. Além disto, possuem uma ampla gama de hospedeiros, o que permite uma

ampla adaptação a condições climáticas (SILVA, 2014).

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho foi realizado no prédio dos Laboratórios de Engenharia Florestal na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró/RN. As análises foram realizadas no Laboratório de Tecnologia da Madeira e no Laboratório de Patologia Florestal.

PREPARO DAS AMOSTRAS

Três indivíduos de Jurema-preta (Mimosa tenuiflora (Willd.) Poiret) foram coletados na Fazenda Baixa da Oiticica localizada a 15 km da cidade de Upanema/RN (coordenadas:

latitude de 05º 30’ 20,8’’ e longitude de 037º 20’ 37,0’’). Os troncos foram seccionados em discos de 5 cm de espessura nas alturas de 0% (base), 25%, 50%, 75% e 100% (topo) referente à altura comercial, constituindo assim, cinco tratamentos.

A madeira residual da produção das amostras foi aproveitada para análise das propriedades químicas. A madeira foi moída em um moinho de facas tipo Wiley (Figura 1), para cada altura separadamente. O pó da madeira foi peneirado e utilizou-se o passante em peneira de abertura de 40 mesh e retido na peneira de 100 mesh, de acordo com a recomendação da norma TAPPI 257 (2012).

Figura 1 - Preparo das amostras de Jurema-preta a diferentes alturas (0%, 25%, 50%, 75% e 100%) em moinho de facas.

Fonte: A autora (2020).

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ANÁLISES QUÍMICAS 3.2.1 Teor de Extrativos

Foram realizados extração em água fria e em água quente (TAPPI 207, 2008) e extração em acetona, como solvente orgânico (TAPPI 204, 2007). Para determinação dos teores de extrativos, foram realizadas três repetições para cada tratamento.

Na extração em água quente, as amostras foram pesadas em balança analítica obtendo- se 10g cada. Em seguida, adicionou-se água destilada e levou-se estas a banho-maria por 3h.

Logo após, realizou-se a filtragem das amostras e levou-se a estufa a uma temperatura de 105ºC por 24 h.

Para extração em água fria, 10g das amostras foram pesadas em balança analítica e agitadas constantemente por 48h. Logo após, foram para filtragem, sendo posteriormente levadas a estufa a 105ºC por 24 h.

Para calcular a solubilidade em água quente e água fria utilizou-se a seguinte equação:

Solubilidade em água (%) = (

(𝐴−𝐵)

𝐴

) 𝑥 100 (1) Em que: A = peso seco da amostra antes da extração (g); B = peso seco da amostra após extração (g).

Para extração em acetona, usou-se um Soxhlet limpo e seco. Pesou-se 2g do material

previamente peneirado e adicionou-se 180 ml do solvente-acetona para realização da

extração. Logo após, conectou-se o frasco com o material ao aparelho de extração e iniciou-se

o fluxo de água por meio do condensador (Figura 2). Posteriormente quando o solvente foi

parcialmente evaporado a um volume de 20 a 25 ml, removeu-se o frasco do aparelho e levou-

se as amostras a estufa a 105ºC por 24h.

(20)

Figura 2 – Equipamento Soxhlet utilizado para extração em acetona.

Fonte: A autora (2020).

Calculou-se o teor de extrativos totais com base na soma de extrativos obtidos em água quente e solvente orgânico.

3.2.2 Solubilidade do hidróxido de sódio a 1% (NaOH)

Conforme a norma TAPPI 212 (2002), realizou-se a determinação da solubilidade em hidróxido de sódio a 1%. Para cada tratamento, foram realizadas três repetições sendo pesadas para cada uma delas 2 g em balança analítica. Posteriormente adicionou-se 100 ml de NaOH 1% e levou-se ao banho maria por 60 min a 100°C. Logo após, as amostras foram filtradas e lavadas com ácido acético e água destilada quente. Em seguida as mesmas foram levadas a estufa a ± 105°C e posteriormente pesadas.

Para calcular a solubilidade percentual utilizou-se a seguinte equação:

S = [(A - B) / A] × 100 (2)

Em que: A = peso seco da amostra antes da extração (g); B = peso seco da amostra

após extração (g).

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PROPRIEDADES FÍSICAS 3.3.1 Massa Específica

Para determinação da massa específica básica utilizou-se a norma NBR 11941 (2003).

Os corpos de prova foram submetidos ao ponto de saturação das fibras (PSF), tendo seu volume estimado pelo método de imersão. Logo após estas foram levados a estufa a ±102 °C até a massa constante. Em seguida estes foram pesados para obtenção da massa seca.

Calculou-se a massa específica básica das madeiras através da relação entre a massa seca e o volume saturado.

3.3.2 Índices de Contração e Fator Anisotrópico

Para avaliação das propriedades físicas da madeira, seguiu-se a norma NBR 7190 (1997). Foram utilizados três corpos de prova para cada tratamento, os mesmos apresentavam dimensões de 2 x 2 x 3 cm (sentido radial, tangencial e longitudinal, respectivamente). Estes foram submersos em água até atingirem massa constante, acima do ponto de saturação das fibras. Em seguida, com o auxílio de um paquímetro digital, realizou-se a medição dos comprimentos nos eixos longitudinal, radial e tangencial. Logo após as amostras foram levadas a estufa a 103 °C ± 2 °C até que os corpos de prova ficassem absolutamente secos, e então mediu-se novamente os comprimentos nos três eixos. Posteriormente foram calculados os índices de contração radial (CR), tangencial (CT) longitudinal (CL) contração volumétrica (CV) e fator anisotrópico.

Calculou-se as contrações com base nas equações:

C

TRL

= [(V

TRL

- S

TRL

)/ V

TRL

x 100 (3) Em que: C = contração linear (%); T = tangencial; R = radial; L = longitudinal; V = medição em madeira saturada (mm); S = medição em madeira seca (mm);

CV= [((LVxEVxCV) - (LSxESxCS)/(LVxEVxCV))x 100] (4) Em que: CV= contração volumétrica (%); LV = Largura verde; EV = Espessura verde; CV = Comprimento verde; LS= Largura seca; ES= Espessura seca; CS= Comprimento seco.

O fator anisotrópico foi calculado pela relação entre a contração tangencial e radial dos

corpos de prova.

(22)

PROPRIEDADES COLORIMÉTRICAS

Foram realizadas análises colorimétricas para determinar a variação da cor da madeira em três diferentes alturas (base, DAP e topo). Foi utilizado um corpo de prova para cada tratamento e efetuou-se cinco leituras em cada um deles (Figura 3). As análises foram realizadas utilizado o colorímetro Konica Minolta CR-410 (Figura 4), por meio do sistema CIE-L*a*b*. Avaliou-se os parâmetros colorimétricos: L (luminosidade), a* (coordenada no eixo vermelho-verde) e b* (coordenada do eixo azul-amarelo). Utilizou-se as equações (Equação 5) e (Equação 6) para o calcular os parâmetros C (saturação) e h*(ângulo de tinta):

C = (a*2 + b*2)/2 (5) h* = tan-1(b*/a*) (6) Em que: a*= coordenada no eixo vermelho-verde; b* = coordenada no eixo azul-amarelo; C = Saturação; h* = ângulo de tinta

Figura 3 – Amostras usadas para análise colorimétrica de Jurema-preta a diferentes alturas (base, diâmetro a altura do peito e topo).

Fonte: A autora (2020).

(23)

Figura 4 - Realização de análises nos corpos de prova de Jurema-preta (base, diâmetro a altura do peito e topo) com Colorímetro Konica Minolta CR-410.

Fonte: A autora (2020).

RESISTÊNCIA NATURAL À PODRIDÃO BRANCA 3.5.1 Isolamento do fungo

Utilizou-se um fungo de podridão branca, o Ganoderma sp., obtido no Laboratório de Patologia Florestal, proveniente de uma área do bioma Caatinga.

O isolamento e repicagem deste se deu em câmera de fluxo laminar em meio de

cultura BDA (batata-dextrose-ágar) que foi autoclavado juntamente com as placas de petri

para repicagem do fungo. Após o procedimento, as placas foram levadas à estufa incubadora

de demanda bioquímica de oxigênio (BOD) a 28°c de temperatura com fotoperíodo de 12h

para acompanhamento do desenvolvimento do fungo.

(24)

3.5.2 Preparação das amostras de madeira

A espécie avaliada foi a Jurema-preta (Mimosa tenuiflora (Willd.) Poiret). Três indivíduos foram obtidos dentro da UFERSA, no Campus Universitário Central. Para realização do experimento, as árvores foram subdivididas em três tratamentos, baseados nas diferentes porções do tronco em relação à altura do solo (base, DAP e topo). Para cada tratamento em questão, foram utilizadas 20 amostras, confeccionadas nas dimensões 2,5x2,5x1,0 cm (Figura 5).

Sendo para cada tratamento, 10 corpos de prova foram inoculados com o fungo Ganoderma sp. e 10 corpos de prova mantidos como testemunha. Após a confecção destes, foram levados a estufa a 105ºC afim de que se obtivesse a massa constante destes para calcular a perda de massa.

Figura 5 - Corpo de prova de Jurema- preta para ensaio de apodrecimento com dimensões 2,5x2,5x1,0 cm.

Fonte: A autora (2020).

3.5.3 Ensaio acelerado ao ataque de fungos

O ensaio de deterioração da madeira foi conduzido segundo a norma ASTM D 2017

(2005). Frascos de vidros com tampa metálica rosqueável foram preenchidos com 40g de solo

do tipo Cambissolo, com pH 6,7, proveniente da cidade de Afonso Bezerra/RN, em seguida,

adicionou-se 9ml de água destilada a cada frasco de forma que o solo se torne friável,

(25)

propiciando um meio adequado para desenvolvimento do fungo. Posteriormente, os fracos foram autoclavados e levados para inoculação do fungo em câmera de fluxo laminar, usando dois discos com 10mm de fungo para cada amostra (Figura 6).

Para evitar uma possível contaminação ao meio, os discos foram manuseados com auxílio de uma pinça e os frascos foram fechados e vedados com papel filme. Por fim, as amostras foram levadas a BOD para acompanhamento e avaliação após 12 semanas.

Figura 6 - Preparo do ensaio de deterioração em Câmara de fluxo laminar.

Fonte: A autora (2020).

3.5.4 Avaliação da deterioração

Após as 12 semanas sob condições de temperatura e luminosidade controlada em BOD, as amostras foram retiradas, limpas com auxílio de uma escova e levadas a estufa a 105°C até obter a massa constante. Obtendo-se em seguida a massa após o ataque dos fungos e assim calculando a perda de massa através da Equação 7:

𝑃𝑀 = ((𝑚𝑖−𝑚𝑓) / 𝑚𝑓)100 (7)

Em que: PM = perda de massa (%); mi = massa inicial (g); mf = massa final (g).

Conforme critérios estabelecidos pela ASTM D 2017 (2005) (Tabela 1), determinou-

se a classificação da resistência natural das espécies aos ataques de fungo apodrecedores.

(26)

Tabela 1 - Classificação da resistência da madeira ao ataque de fungos

Perda de massa (%) Massa residual (%)

Categoria indicada de resistência a um fungo

específico testado

0 a 10 90 a 100 Altamente resistente

11 a 24 76 a 89 Resistente

25 a 44 56 a 75 Moderadamente resistente

≥45 ≤55 Pouco ou não resistente

Fonte: ASTM D 2017 (2005).

O grau de degradação dos carboidratos após a madeira ser submetida ao ataque do fungo Ganoderma sp. foi determinado pela avaliação da solubilidade em hidróxido de sódio a 1% (TAPPI 212, 2002) conforme a Figura 7.

Figura 7 - Solubilidade em hidróxido de sódio a 1%.

Fonte: A autora (2020).

(27)

ANÁLISE ESTATÍSTICA

Realizou-se a Análise de Variância (ANOVA) com Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC) para as variáveis propriedades físicas como contração radial, tangencial, longitudinal, volumétrica e massa específica básica, bem como propriedades químicas (extração em água fria, água quente, acetona), e a colorimetria, para indivíduos de Jurema- preta a diferentes alturas.

Além disto, avaliou-se ainda a perda de massa da madeira, a solubilidade em

hidróxido de sódio a 1% antes e após o ensaio com fungo de podridão branca por meio da

aplicação de análise de variância (ANOVA) em arranjo fatorial para verificar a interação entre

dois fatores: altura e ataque. Para tabulação dos dados utilizou-se o programa estatístico

Sisvar 5.6 e aplicou-se o teste de Tukey com um nível de significância a 5% de probabilidade.

(28)

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA

A figura 8 refere-se ao teor de extrativos obtidos a diferentes alturas (0%, 25%, 50%, 75%

e 100%) para Jurema-preta em água fria e água quente.

Figura 8 - Teor de extrativos em água fria e água quente da Jurema- preta a cinco diferentes alturas (0%, 25%, 50%, 75% e 100%).

Fonte: A autora (2020).

Quanto ao teor de extrativos em água fria a Jurema-preta apresentou médias que variaram

entre 4,84 até 6,93%. Sendo que, os valores médios apresentaram-se estatisticamente iguais para

as alturas 0%, 25%, 50%, e 100% e estatisticamente diferente para a árvore a 75% de altura. Já

(29)

para os teores em água quente, as alturas 50%, 75% e 100% apresentaram médias estatisticamente iguais, diferenciando-se assim da altura a 0%, o qual foi a menor média encontrada. Já a altura a 25% foi considerada estatisticamente igual a todas as alturas apresentadas.

Ao contrário do que foi observado, a literatura indica que geralmente ocorre um maior teor de extrativos na base do indivíduo, o que está atribuída ao maior teor de cerne neste. O aumento de cerne acompanha o avanço da idade do lenho, estando presente na base, já a madeira juvenil encontra-se nas partes mais altas, ou seja, no topo (COSTA et al., 2017).

Porém, Paes et al. (2013a), estudando o efeito dos extrativos e cinzas na resistência natural de quatro madeiras a cupins xilófagos, realizaram extrações em água fria e água quente e constataram um maior teor de extrativos no cerne de três espécies Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan. var. cebil (Gris.) Alts., Tabebuia aurea (Mart.) Bureau. e Eucalyptus camaldulensis Dehnh. Contudo a espécie Amburana cearensis (Allem.) A.C.Sm. apresentou valores para teor de extrativos semelhantes, tanto no alburno quanto no cerne para extração em água quente e teor de extrativos superior no alburno comparado ao cerne em água fria.

A figura 9 refere-se ao teor de extrativos obtidos a diferentes alturas (0%, 25%, 50%, 75% e 100%) para Jurema-preta em acetona.

Figura 9 - Teor de extrativos em solvente orgânico da Jurema- preta a cinco diferentes alturas (0%, 25%, 50%, 75% e 100%).

Fonte: A autora (2020).

Em relação ao teor de extrativos em solvente orgânico pode-se constatar médias que variaram de 5,27 a 11,33%. Destacando-se a altura a 0% com maior média encontrada e a 100%

como a menor média. As alturas 25%, 50% e 75% foram consideradas estatisticamente iguais.

(30)

Sendo a altura a 50% considerada estatisticamente igual a altura a 0%. A árvore a 100% de altura foi considerada estatisticamente diferente das demais.

Diógenes et al. (2019), através de estudos desenvolvidos com Embiratanha (Pseudobombax marginatum (A.St.-Hil., Juss & Cambess)), também a diferentes alturas, observaram que o teor de extrativos é foi maior na base e no topo do que na parte central do indivíduo. Isto pôde ser constatado durante a execução deste trabalho, ao se determinar o teor de extrativos apolares foi detectada uma quantidade superior na base do que nas partes centrais, entretanto verificou-se um menor teor de extrativos no topo, quando comparado as demais partes do indivíduo.

Em trabalho realizado por Gonçalves e Lelis (2012) sobre o teor de extrativos da Acacia mangium Willd. solúveis em três tipos de solvente (ciclohexano, acetato de etila e metanol), também foi relatado maior teor de extrativos na base do indivíduo independente do solvente utilizado, havendo uma redução decrescente de extrativos do sentido base para o topo.

A figura 10 refere-se ao teor de extrativos obtidos a diferentes alturas (0%, 25%, 50%, 75% e 100%) para Jurema-preta em teor de extrativos totais (água quente + acetona).

Figura 10 - Teor de extrativos totais da Jurema-preta a cinco diferentes alturas (0%, 25%, 50%, 75% e 100%).

Fonte: A autora (2020).

Para o teor de extrativos totais, destaca-se maiores valores médios para a altura a 50%

(13,94%), seguido da altura a 0% (13,40%) e menor para altura a 100% (9,15%). Stangerlin et

al. (2013), por meio de análises com três espécies amazônicas, obteviveram maiores teores de

extrativos para espécie Cumaru (Dipteryx odorata (Aubl.) Willd.) (9,20%) que apresentou maior

resistência em ensaio de apodrecimento acelerado quando comparada as outras espécies

(31)

estudadas. Esta espécie demonstrou valor médio semelhante a Jurema-preta a 100% de altura, que apresentou a menor média encontrada para teor de extrativos totais. Já a madeira a 50% e 0% de altura apresentaram valores aproximados ao encontrado em trabalhos desenvolvido por Almeida et al. (2015) com espécie da região semiárida, a Jurema-branca (Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke) (13, 17%).

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA

A figura 11 apresenta valores médios para massa específica da Jurema-preta a diferentes alturas. As alturas a 0%, 25% apresentaram médias estatisticamente semelhantes. Bem como, a árvore a 50% de altura apresentou média estatisticamente semelhante a altura a 75%. Já a média encontrada para a árvore a 100% de altura foi estatisticamente diferente das demais. As médias variaram entre 0,77g/cm³ a 0,97g/cm³.

Figura 11 - Massa específica da Jurema-preta a cinco diferentes alturas (0%, 25%, 50%, 75% e 100%).

Em que: Colunas acompanhadas de uma mesma letra não diferem estatisticamente.

Fonte: A autora (2020).

Paes et al. (2013b), ao estudar características físico-química, energética e dimensões

das fibras de três espécies florestais do semiárido brasileiro, observaram uma massa específica

para Jurema-preta de 0,88g/cm³. Para este trabalho pode-se encontrar independente da altura

do indivíduo uma massa específica média de 0,87g/cm³.

(32)

Estudos desenvolvidos por Gonçalves, Lelis e Abreu (2010), com uma espécie do mesmo gênero, o Sabiá (Mimosa caesalpiniaefolia Benth.) também a diferentes alturas, indicaram uma variação da massa específica de 0,74 g/cm³ a 0,82 g/cm³, que se deu ao longo do fuste, os mesmos constataram maiores valores médios na base (0% de altura) e menores valores no topo (100% de altura).

Conforme Chies (2005), é natural uma redução da massa específica do sentido base para o topo. Isso ocorre em função do percentual de madeira juvenil que apresenta um aumento neste sentido, gerando assim menor percentual de lenho adulto e consequentemente menor densidade. Tendo em vista que a maior quantidade de lenho tardio influencia no aumento de massa específica do indivíduo e consequentemente na resistência natural deste.

A Tabela 2 apresenta as propriedades físicas da Jurema-preta a cinco diferentes alturas (0%, 25%, 50%, 75% e 100%).

Tabela 2 - Propriedades físicas da Jurema-preta a cinco diferentes alturas (0%, 25%, 50%, 75% e 100%)

Alturas RRad RTan RLong CV FA

0% 3, 37 a (29,69)

5,83 a (28,36)

0,31 a (78,32)

9,28 a (27,98)

1,74 b (7,74) 25% 5,38 a

(30,44)

5,43 a (36,52)

0,34 a (89,39)

10,80 a (31,20)

1,02 a (22,43) 50% 4,35 a

(15,86)

3,46 a (41,26)

0,24 a (102, 38)

7,88 a (23,43)

0,79 a (36,22) 75% 3,88 a

(39, 15)

4,92 a (21,31)

0,31 a (56,96)

8,89 a (23,02)

1,45 ab (43,90) 100% 5,56 a

(27,59)

4,55 a (30,06)

0,50 a (60,45)

10,31 a (22,68)

0,84 a (30,42)

Em que: Rrad= Retratibilidade radial; RTan = Retratibilidade tangencial; RLong = Retratibilidade longitudinal; CV = Contração Volumétrica; FA = Fator anisotrópico; Valores que se encontram fora dos parênteses, seguido de uma mesma letra, em uma mesma coluna, não diferem estatisticamente.

Fonte: A autora (2020).

A Jurema-preta apresentou valores médios para as propriedades físicas retratibilidade

radial, tangencial, longitudinal e contração volumétrica estatisticamente semelhantes para

todas as alturas apresentadas (0%, 25%, 50%, 75% e 100%). Para fator anisotrópico, as

alturas a 25%, 50% e 100% apresentaram-se estatisticamente iguais, com menor fator

(33)

anisotrópico constatado a 50% de altura (0,79) seguido do topo (0,84), sendo a altura a 0%

(1,74) estatisticamente superior as demais. A altura a 75% apresentou-se estatisticamente igual a todas as alturas apresentadas.

Segundo Rocha et al. (2015), o fator anisotrópico torna-se um importante indicador para destinação do uso da peça. Quanto mais próximo de 1, a madeira pode ser indicada para seu uso no setor moveleiro, o que significa que não há variações significativas entre as dimensões da madeira e que esta apresenta um comportamento uniforme em seus diferentes sentidos. Além disto outro importante fator é os valores individuais das contrações lineares (radial e tangencial) e volumétricos baixos, que indicam maior estabilidade dimensional da madeira.

Nock (1975) realizou uma classificação que permite a melhor destinação das peças conforme o seu fator anisotrópico, sendo assim considerado excelente e indicado para confecção móveis finos, esquadrias e barcos quando apresentarem um fator anisotrópico entre 1,2 a 1,5. Já quando a peça apresentar entre 1,5 a 2,0 considera-se normal, podendo ser indicado o uso para confecção de estantes, mesas e armários. Porém quando estes apresentarem valores acima de 2,0, tem-se uma peça considerada como ruim, indicada para construção civil (isto quando observado suas propriedades mecânicas) e para produção de carvão e lenha.

Araújo et al. (2016), estudando as propriedades físicas da madeira de Calycophyllum spruceanum Benth. em função do diâmetro e da posição (base e topo) no fuste, detectaram que a madeira da base do indivíduo apresentou maior instabilidade dimensional quando comparado ao topo. A espécie demonstrou um fator anisotrópico entre 1,0 e 1,5, indicando uma peça de boa qualidade.

CARACTERIZAÇÃO COLORIMÉTRICA

Os parâmetros colorimétricos são demonstrados na tabela 3, sendo estes expressados a

três diferentes alturas: base, diâmetro a altura do peito e topo.

(34)

Tabela 3 - Parâmetros colorimétricos da Jurema-preta a três diferentes alturas (Base, DAP e topo)

Alturas L a* b* C h

Base 45,47 a

(6,77)

12,71 b (4,63)

22,09 a (12,71)

25,54 a (9,58)

59,79 a (5,85)

DAP 47,75 a

(6,21)

11,97 b (5,19)

22,18 a (15,46)

25,26 a (12,19)

61,17 a (7,26)

Topo 51,73 b

(7,27)

9,83 a (17,72)

23,06 a (10,26)

25,16 a (7,70)

66,69 b (7,41)

Em que: DAP (Diâmetro a altura do peito); L = Luminosidade; a* = pigmento vermelho-verde; b* = pigmento azul-amarelo; C = cromaticidade; h = ângulo de tinta; Valores que se encontram fora dos parênteses, seguidos de uma mesma letra, em uma mesma coluna, não diferem estatisticamente.

Fonte: A autora (2020).

Quanto aos parâmetros colorimétricos para as alturas base, diâmetro a altura do peito e topo, constatou-se que o topo apresentou diferença estatística das demais para os parâmetros luminosidade, pigmento vermelho-verde e ângulo de tinta.

O topo (51,73) foi a altura que demonstrou maior valor médio para o parâmetro Luminosidade (L), tendendo a apresentar tons mais voltados para a cor escura. Conforme classificação sugerida por Camargos e Gonçalez (2001), madeiras com valor médio de (L>56) apresentam alta luminosidade e com coloração voltada para tons mais claros, já para (L<56) com coloração voltada para tons mais escuros.

Em trabalho desenvolvido por Maia (2018) com a Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth. (Jurema de Embira) e a Mimosa caesalpiniifolia Benth (Sabiá), espécies do mesmo gênero encontradas no bioma Caatinga, foi apresentado valores aproximados para o topo do indivíduo de Jurema-preta (51,73) e a Jurema de Embira (51,53), apresentando estas tonalidades mais voltadas para tons escuros. Diferente do Sabiá (58,23) que apresentou maior valor médio de luminosidade, sendo assim mais clara que as demais espécies mencionadas.

No que diz respeito a pigmentação todas as alturas se mostraram estatisticamente

iguais para o pigmento amarelo (b*). Já para o pigmento vermelho (a*), porém, verificou-se

diferença estatística para o topo, que apresentou média estatisticamente inferior as demais o

que a classifica como a altura da árvore menos avermelhada. O mesmo pode estar atribuído

(35)

como a parte que tem menor teor de cerne do indivíduo e consequentemente um menor teor de extrativos totais. Conforme Maia (2018), existe uma diferença na coloração de cerne e alburno, em que o cerne tende a estar mais avermelhado e o alburno amarelado.

Para o parâmetro cromaticidade (C), o topo (25,54), DAP (25,26) e a base (25,16) apresentaram-se estatisticamente iguais, indicando, portanto, igual saturação. Quanto ao ângulo de tinta (H), o topo (66,69) apresentou-se estatisticamente diferente das demais, sendo o maior valor constatado. Porém, apesar de ser observado valor médio mais próximo ao eixo a* (90

o

) do que do eixo b* (0

o

), a grandeza dos valores médios de pigmentação amarelo (b*) indicou no geral tons mais voltados para o amarelo avermelhado na base e DAP e tons mais amarelados no topo que pode estar associado ao maior teor de alburno.

4.4 RESISTÊNCIA AO ATAQUE DE FUNGO

Na tabela 4 é expressada a perda de massa, avaliada logo após ensaio com o fungo de podridão branca, em que são observadas três diferentes alturas da árvore (Base, diâmetro a altura do peito e topo) submetidas ao ataque do fungo Ganoderma sp. e ensaio sem presença do mesmo (testemunha).

Tabela 4 - Perda de massa da Jurema-preta a três diferentes alturas (Base, DAP e topo)

Alturas Atacado Testemunha

Base 1,16 aA

(30,36)

0,80 aA (25,73)

DAP 1,63 aA

(30,69)

1,09 aA (26,25)

Topo 4,78 bB

(50,79)

0,68 aA (50,89)

Em que: DAP (Diâmetro a altura do peito); Valores seguidos de uma mesma letra, em uma mesma coluna e em uma mesma linha, não diferem estatisticamente.

Fonte: A autora (2020).

Avaliando a perda de massa da Jurema-preta a diferentes alturas, observou-se que houve

diferença estatística para o topo que apresentou valores superiores, e consequentemente maior

perda de massa quando comparada a base e o DAP. Por outro lado, a testemunha apresentou

valores médios estatisticamente iguais para todas as alturas, demonstrando assim que não

houve interferência significativa do ambiente na perda de massa. Além disto, por meio desta,

constatou-se que o ensaio foi executado livre de contaminação.

(36)

Avaliando a resistência natural da Jurema-preta em diferentes posições do tronco, Paes, Melo e Lima (2007) não observaram diferença significativa independentemente da posição do tronco para a espécie, o que pode ser ligado ao maior teor de cerne nas amostras. Tendo em vista que o cerne apresenta maior durabilidade quando comparado ao alburno, mas ainda assim este pode ser afetado por fatores como tipo de fungo, susceptibilidade da madeira no ambiente em que está inserida e pelo teor de extrativos (CLAUSEN, 2010)

Neste trabalho pôde ser evidenciado uma relação entre a perda de massa e a massa específica através do topo da Jurema-preta. A madeira de topo apresentou menor valor médio para massa específica e maior perda de massa, bem como a madeira da base, que apresentou maior valor médio para massa específica e menor perda de massa. Contudo, a durabilidade natural das espécies pode estar mais atrelada ao teor de extrativos do que a massa específica que estas apresentam (CARVALHO et al., 2015; MODES et al., 2012). Isto pode ser comprovado através do maior teor de extrativos totais encontrados na base e no diâmetro a altura do peito, o que pode estar relacionado a maior resistência natural destas, e consequentemente a menor perda de massa que estas apresentaram quando comparado ao topo, por exemplo.

Porém, ainda que o topo do indivíduo de Jurema-preta tenha apresentado maior perda de massa, quando confrontado com outros trabalhos, mostrou-se uma madeira resistente. Por exemplo, o trabalho de Carvalho et al. (2015) testou a resistência de folhosas (Eucalyptus robusta, Eucalyptus tereticornis, Eucalyptus dunnii e Hovenia dulcis) a um fungo de podridão branca e apresentaram respectivamente as seguintes perdas de massa 11,89%, 20,81%, 32,49% e 47, 97%.

A solubilidade em NaOH 1% é expressado na tabela 5 para os valores da espécie antes

e após o ataque do fungo de podridão branca, bem como a testemunha que foi submetida as

mesmas condições de ambiente, porém não foi exposta ao fungo Ganoderma sp.

(37)

Tabela 5 - Solubilidade em NaOH 1% da Jurema-preta antes e após o ensaio de apodrecimento

Alturas Sadio Atacado Testemunha

Base 24,83 aA

(10,44)

26,29 aA (1,15)

24,68 aA (3,00)

DAP 23,20 aA

(12,69)

24,27 aA (8,41)

24,44 aA (4,86)

Topo 22,78 aA

(7,33)

23,74 aA (12,20)

23,07 aA (0,40)

Em que: DAP (Diâmetro a altura do peito); Valores seguidos de uma mesma letra, em uma mesma coluna e em uma mesma linha não diferem estatisticamente.

Fonte: A autora (2020).

Constatou-se valores estatisticamente iguais para espécie de Jurema-preta independentemente da altura do indivíduo, tanto antes quanto após o ataque de fungo, o mesmo foi constatado para a testemunha.

Em trabalho desenvolvido por Santos (2018) com a mesma espécie, também não foram observadas diferenças significativas antes e após o ensaio, o que está associado ao fato de o fungo não conseguir degradar as cadeias de celulose e influenciar assim na solubilidade em NaOH 1%.

Tendo em vista que este tipo de análise permite medir o grau de degradação causada

pelo fungo, é possível constatar, portanto, que a resistência natural da espécie estudada não foi

afetada independente das condições impostas.

(38)

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através do desenvolvimento deste trabalho foi possível observar que dentro de uma mesma espécie e uma mesma árvore podem ocorrer variações que afetam a durabilidade natural do indivíduo e sua aplicação no mercado;

Quando analisado o teor de extrativos a diferentes alturas, constatou-se uma redução no teor de extrativos do sentido base para o topo, com maior teor de extrativos na base da Jurema-preta e menor teor de extrativos no topo;

A madeira de Mimosa tenuiflora apresentou maior fator anisotrópico na base o que demonstra peças que podem ser indicadas para produção de móveis por exemplo, tendo em vista que apresentaram valores próximos de 1,0. Além disto, por mais que a base tenha apresentado valores superiores quando comparada as demais alturas, não ocorre o comprometimento do indivíduo por inteiro para esta finalidade;

Em relação a cor, houve influência do teor de extrativos, em que a base, tendeu a apresentar cores mais voltadas para tons mais escuros e avermelhados, diferentemente do topo que teve pouca expressividade do pigmento vermelho e tendeu a cores mais amareladas;

Houve ainda influência do teor de extrativos na perda de massa, em que o topo apresentou maior perda massa, porém a mesma não foi de forma significativa, podendo enquadrar a espécie como sendo de alta resistência;

Levando em consideração que a espécie estudada é constantemente utilizada para

produção de carvão, através das análises realizadas foi possível observar a potencialidade de

outras destinações de uso, já que foi demonstrado uma alta durabilidade natural desta ao

fungo Ganoderma sp. e propriedades físicas que possibilitam menor predisposição das peças

a empenamentos e rachaduras.

(39)

REFERÊNCIAS

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Referências

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