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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE BIOSSISTEMAS RHÉGIA BRANDÃO DA SILVA

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE BIOSSISTEMAS

RHÉGIA BRANDÃO DA SILVA

TOXICIDADE DE ÁGUA RESIDUÁRIA DE BOVINOCULTURA, SUINOCULTURA E LIXIVIADO DE ATERRO SANITÁRIO NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE

MILHO (Zea mays L.)

Niterói 2015

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TOXICIDADE DE ÁGUA RESIDUÁRIA DE BOVINOCULTURA, SUINOCULTURA E LIXIVIADO DE ATERRO SANITÁRIO NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE

MILHO (Zea mays L.)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Engenharia de Biossistemas da Universidade Federal Fluminense como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Engenharia de Biossistemas.

Orientador:

Prof. Dr. Leonardo Duarte Batista da Silva Coorientador:

Prof. Dr. Alexandre Lioi Nascentes

Niterói 2015

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Ricardo e Waldesi, meu amor maior.

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A Deus, por cada dia concedido, pelo livre arbítrio, sabedoria nas escolhas e às pessoas colocadas no meu caminho.

Aos meus pais, pelo amor, porto seguro e conselhos valiosos.

Ao professor Leonardo Duarte Batista da Silva, pela orientação, incentivo, confiança e amizade desde o início da minha vida acadêmica, sendo uma das minhas fontes de motivação.

Ao professor Alexandre Lioi Nascentes, pelo enriquecimento e contribuição grandiosa ao trabalho.

Aos professores Conan Ayade e Dinara Alves pela diferença que fizeram ao trabalho com suas sugestões construtivas.

A Universidade Federal Fluminense e a todos os docentes com quem tive o prazer de aprender mais.

A Capes, pela concessão da bolsa de mestrado.

A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em especial ao Laboratório de Estudo das Relações Solo-Planta e ao professor Everaldo Zonta, pela oportunidade de concluir toda a parte experimental deste trabalho.

Aos amigos, Luana Schneider, Cassiano Rolim, Anderson Amorim, Igor Martins, pela pronta ajuda no experimento.

Aos amigos, que ganhei do PGEB, Thábata Brito, Luiz Correa, Guilber Amaral, Talmo Manhaes e Josie Antonucci, que tornaram o mestrado mais alegre e leve.

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"Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta."

(Chico Xavier).

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Atualmente, nos países em desenvolvimento, houve aumento da geração de resíduos, com consequência direta no ambiente e na saúde. Vários países produzem alimentos com o reuso de águas residuárias e lixiviado de aterro. Essa prática é um fator importante para a gestão dos recursos hídricos, uma vez que:

fomenta a ciclagem dos nutrientes e matéria orgânica dos dejetos animais; minimiza a poluição ambiental; preserva as características físicas, químicas e biológicas do solo; além de ser uma alternativa econômica para propriedades rurais. De maneira geral, significa um aporte considerável de nutrientes que causa um incremento na produtividade. As concentrações ideais das águas residuárias de bovinocultura (ARB), águas residuárias de suinocultura (ARS) e lixiviado podem ser aplicadas de modo que não promova a toxicidade às plantas e ao solo. O experimento utilizou sementes de milho (Zea mays L.), variedade Sol da Manhã, para os ensaios toxicológicos, cultura que requer determinados nutrientes encontrados em abundância nos efluentes utilizados. Neste trabalho foram avaliados os valores médios dos parâmetros comprimento de raiz primária (CRP), comprimento de parte aérea (CPA), volume de raiz (VR), área superficial de raiz (ASR) e diâmetro médio de raiz (DMR), comparando-os entre os efluentes, com o objetivo de verificar a toxicidade de distintas concentrações de água residuária de bovinocultura, água residuária de suinocultura e lixiviado de aterro sanitário, na germinação da cultura do milho (Zea mays L.). O lixiviado, nas suas diferentes concentrações, apresentou o efeito mais tóxico, em relação aos demais tratamentos. Quanto às amostras tratadas, merece destaque o fato das sementes terem obtido melhor desenvolvimento na concentração 25%, demonstrando que os compostos presentes nas amostras tratadas favoreceram seu desenvolvimento. Ressalta-se que necessita-se avaliar adequadamente questões relativas à qualidade e segurança do vegetal para fins de alimentação.

Palavras–Chave: reuso de água; efluente; bioensaios; desenvolvimento vegetativo.

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ABSTRACT

Nowadays in developing countries there was an increase of waste production with a direct consequence on the environment and health in general. Several countries yield food by reusing wastewater and landfill leachate. Such practice is a key factor for the management of water resources because: it promotes the nutrients and the organic matter of animal excrement is cycling; it minimizes the environmental pollution; it preserves the physical, chemical and biological soil features; besides that it is an economic alternative for rural properties. Overall, this means a significant nutrients’

supply which causes an increase in productivity. The optimal concentrations of the leachate, cattle and swine wastewater can be applied in a way that does not promote toxicity to plants and soil. The aim of this study was to verify the toxicity of different concentrations of landfill leachate, cattle and swine wastewater on corn (Zea mays, L.) germination. The experiment used corn grain (Zea mays, L.), early sunglow variety, for the toxicological tests, a crop that requires certain nutrients found in abundance within the effluents used. Within this study were evaluated the mean values of the following parameters: primary root length, shoot length, root volume, root surface area and root mean diameter, comparing them among the effluents. The leachate, in its different concentrations, presented the most toxic effect in comparison with the remaining treatments. As for the treated samples, it is worth highlighting the fact that the seeds have gotten better development in the concentration of 25%, demonstrating the compounds present within the treated samples improved their development. Nevertheless, issues related to quality and safety of the plant for nourishment purposes must be properly evaluated.

Keywords: water reuse, effluent, bioassays, vegetative development.

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Figura 1 - As soluções preparadas dos efluentes, totalizando 5 tratamentos para cada efluente, f. 27

Figura 2 - Preparação das sementes para ensaio de germinação, f. 28

Figura 3 - Fixação dos tubos falcon e imersão do rolos de papel filtro com as sementes de milho em soluções com concentrações de 0, 25, 50, 75 e 100% dos efluentes avaliados, f. 28

Figura 4 - Amostras em estufa com controle de temperatura, conforme recomendações do MAPA (2009): (a) vista interna da estufa com as amostras, (b) detalhe do visor de controle da temperatura, f. 29

Figura 8 - Valores médios do comprimento de raiz primária das sementes expostas às diferentes concentrações de lixiviado de aterro sanitário, água residuária de bovinocultura e água residuária de suinocultura no 4° (a) e 7° dias (b) após a germinação, f. 36

Figura 9 - Comprimento da parte aérea das sementes expostas às diferentes concentrações de lixiviado de aterro sanitário, água residuária de bovinocultura e água residuária de suinocultura no 4° (a) e 7° dias (b), f. 37

Figura 10 - Volume de raiz das sementes no 4° (a) e 7° dias (b) após a germinação e área superficial de raiz das sementes no 4° (c) e 7° dias (d) após a germinação, expostas às diferentes concentrações de lixiviado de aterro sanitário, água residuária de bovinocultura e água residuária de suinocultura, f. 39

Figura 11 - Diâmetro médio de raiz das sementes expostas às diferentes concentrações de lixiviado de aterro sanitário, água residuária de bovinocultura e água residuária de suinocultura no 4° (a) e 7° dias (b) após a germinação, f. 41

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Valores médios dos parâmetros obtidos da água residuária da bovinocultura de leite, f. 19

TABELA 2 - Valores mínimos, máximos e médios dos parâmetros obtidos da água residuária de suinocultura a partir dos dejetos, f. 21

TABELA 3 - Características do lixiviado em função da idade do aterro, f. 22

TABELA 4 - Extração média de nutrientes em kg.ha-1 realizada pela cultura do milho destinada à produção de grãos e silagem em diferentes níveis de produtividade, f. 24 TABELA 5 - Valores médios de CRP, CPA, VR, ASR, DMR, com as diferentes concentrações de ARB, analisadas no 4° dia, f. 32

TABELA 6 - Valores médios de CRP, CPA, VR, ASR, DMR, com as diferentes concentrações de ARB, analisadas no 7° dia, f. 33

TABELA 7 - Valores médios de CRP, CPA, VR, ASR, DMR, com as diferentes concentrações de lixiviado de aterro sanitário, analisadas no 4° dia, f. 33

TABELA 8 - Valores médios de CRP, CPA, VR, ASR, DMR, com as diferentes concentrações de Lixiviado de Aterro Sanitário, analisadas no 7° dia, f. 33

TABELA 9 - Valores médios de CRP, CPA, VR, ASR, DMR, com as diferentes concentrações de ARS, analisadas no 4° dia, f. 34

TABELA 10 - Valores médios de CRP, CPA, VR, ASR, DMR, com as diferentes concentrações de ARS, analisadas no 7° dia, f. 35

TABELA 11 - Comparação estatística dos valores médios de CRP, CPA, VR, ASR, DMR, com as diferentes concentrações de lixiviado de aterro sanitário, ARS e ARB, analisadas no 4° dia após a germinação, f. 42

TABELA 12 - Comparação estatística dos valores médios de CRP, CPA, VR, ASR, DMR, com as diferentes concentrações de lixiviado de aterro sanitário, ARS e ARB, analisadas no 7° dia após a germinação, f. 43

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ar água residuária

ars água residuária de suinocultura

arb água residuária de bovinocultura de leite dbo demanda bioquímica de oxigênio

dqo demanda química de oxigênio u.a. unidade animal

nh3 amônia

co2 dióxido de carbono

nh4 metano

n2o óxido nitroso

rsu resíduos sólidos urbanos

LAS Laboratório de Análise de Sementes

MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento UFRRJ Universidade Federal Rural do Rio De Janeiro crp comprimento de raiz primária

cpa comprimento de parte áerea asr área superficial de raiz vr volume de raiz

dmr diâmetro médio de raiz

mm milímetro

g grama

ha hectare

m3 metro cúbico

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO, p. 13 2 OBJETIVOS, p. 16

2.1 OBJETIVO GERAL, p. 16

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS, p. 16 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA, p. 17 3.1. ÁGUAS RESIDUÁRIAS, p. 17

3.1.1. Águas Residuárias de Bovinocultura de Leite, p. 18 3.1.2 Águas Residuárias de Suinocultura, p. 20

3.2 LIXIVIADO DE ATERRO SANITÁRIO, p. 21 3.3 .CULTURA DO MILHO (Zea mays L.), p. 23 3.4 ENSAIOS DE TOXICIDADE, p. 25

4 MATERIAL E MÉTODOS, p. 27 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO, p. 32 6 CONCLUSÕES, p. 45

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS, p. 46

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1 INTRODUÇÃO

No Brasil, dentre outros países em desenvolvimento, a globalização aumentou a geração de resíduos com características sintéticas, cuja deposição sobre o solo, implica em impacto ambiental negativo e elevados riscos à saúde pública (NASCENTES, 2013).

Em países desenvolvidos ou em desenvolvimento, poucas são as áreas povoadas que não sofram com a poluição dos recursos hídricos, a contaminação por material biológico ou químico, tornando-se um problema mundial (BAIRD e CANN, 2011).

O reuso da água residuária (AR) é um fator importante para a gestão dos recursos hídricos, pois fomenta a reciclagem dos nutrientes e matéria orgânica dos dejetos animais, sendo o melhor destino de modo a evitar a poluição ambiental, bem como preservar as características físicas, químicas e biológicas do solo (CAMPOS et al., 2002).

O aproveitamento agrícola de AR constitui uma importante contribuição para a minimização da contaminação ambiental devido à redução de seu lançamento em mananciais e/ou solos, além de ser uma alternativa econômica para a propriedade rural (SEGANFREDO, 2007; FRANCISCO et al., 2014). Cabe ressaltar que o lançamento de efluentes diretamente em corpos de água receptores deve atender a padrões estabelecidos pela resolução n° 430, de 13 de maio de 2011 da legislação federal.

A quantidade de AR gerada em função do número de animais, da alimentação, da quantidade de água utilizada na higienização das instalações, e, do manejo dos dejetos. Com o desenvolvimento industrial houve a produção de uma grande quantidade de dejeto que, pela falta de tratamento adequado, se transformou em uma das maiores fontes poluidoras dos mananciais hídricos. Tal cenário se deve ao fato dos suínos apresentarem um elevado número de contaminantes (NOLASCO et al., 2005).

No entanto, a aplicação de AR na agricultura, ainda é feita com pouco embasamento experimental, e pode ocasionar contaminação de águas subterrâneas e desequilíbrios na relação solo-planta (MARTINS, 2014). Na Europa e Estados Unidos, a utilização de AR é observada em técnicas de tratamento por escoamento superficial e, também na fertilização de solos cultivados. No Brasil, a mesma é

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utilizada sob forma de fertirrigação de culturas exploradas em regiões produtoras de suínos e bovinos (FREITAS et al., 2005). Vale ressaltar que essa prática deve ser realizada de forma criteriosa (SILVA et al., 2012; FREITAS et al., 2005; LO MONACO, 2009).

Em alguns países, onde o racionamento de água é severo, o reaproveitamento de AR é uma realidade, em Israel por exemplo, 65% do efluente sanitário tratado é utilizado na irrigação agrícola (CAPRA e SCICLONE, 2004). Outra forma de reuso acontece no México, onde 45000 L de esgoto produzidos na cidade do México são misturados diariamente com água de chuva. Em seguida a mistura é conduzida por meio de canais a uma distância de 60 km, para irrigação de milhares de hectares cultivados com cereais e forragens (BASTOS, 2003). Na Austrália, áreas de 600 hectares cultivadas com cana-de-açúcar são irrigadas com efluentes de tratamento de esgoto. A utilização dos efluentes proporcionou aumento de 62,5% da produção de açúcar (BRADDOCK e DOWNS, 2001).

Na mesma proporção, pesquisadores observaram que a utilização de lixiviado na fertirrigação do cafeeiro contribuiu para o aumento da produtividade de maneira mais efetiva quando comparado com o manejo convencional (RIBEIRO et al., 2009).

O crescente interesse de pesquisadores e órgãos governamentais se dá pelo fato do incentivo à agricultura sustentável da agricultura familiar, as quais podem utilizar AR e o lixiviado, substituindo os fertilizantes químicos de alto custo e reduzindo o impacto negativo ao ambiente (SIMAS e NUSSIO, 2001).

Além do uso de AR, o lixiviado oriundo de aterros sanitários contém elevada concentração de substâncias orgânicas e inorgânicas, o qual apresenta composição complexa e variável, está sendo estudado devido o seu potencial de aplicação na agricultura. Esse material pode ser empregado na reposição nutricional do solo, substituindo a adubação convencional. Dessa maneira, seria possível a obtenção de benefícios econômicos com a redução dos custos de produção, além da disposição final que garanta a integridade ambiental.

De maneira geral, AR e o lixiviado de aterro sanitário apresentam um aporte significativo de nutrientes, os quais podem ser absorvidos pelas plantas e, com isso, virem a proporcionar um incremento na produtividade. O desenvolvimento e a produtividade das culturas apresentam valores crescentes com a adição desses

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nutrientes, porém, tal aumento na produtividade pode vir aliado a uma possível contaminação do perfil do solo (FRANCISCO et al., 2014).

A aplicação de AR e lixiviado no sistema solo-planta deve ser fundamentada em critérios agronômicos, levando em consideração a possível toxicidade às plantas. Assim, torna-se importante o conhecimento das taxas ideias de aplicação desses efluentes, de acordo com a necessidade nutricional da cultura avaliada (FONSECA et al., 2007; SEGANFREDO, 2007; ERTHAL et al, 2010).

Numa pesquisa foi constatado um aumento de 40% em produtividade de uma variedade de milho, 19% na altura da planta e 65% no peso da espiga, quando comparado com o controle, em um sistema de sulcos irrigado com ARS (CHATEAUBRIAND, 1988).

Investigou-se a irrigação de culturas destinadas à produção de biodiesel (soja e girassol) utilizando uma diluição de 20% de lixiviado em água e, notaram que o crescimento das plantas não foi afetado negativamente, ocorrendo maior desenvolvimento vegetativo quando comparados com as plantas cultivadas convencionalmente, especialmente o girassol (LEIGUE et al., 2013).

A toxicidade desses efluentes, em contato com um organismo vivo, é determinada pelos bioensaios, observando o seu desenvolvimento quando colocado em diferentes concentrações de ARB, ARS e lixiviado (SANT’ANNA JUNIOR, 2010).

A realização de ensaios toxicológicos é de extrema importância para a aplicação de efluentes no solo (FUENTES et al., 2004).

Após a determinação das concentrações ideais das ARB, ARS e lixiviado, essas podem ser aplicadas de modo não tóxico às plantas e ao solo, tendo em vista que os macronutrientes nitrogênio e potássio são altamente requeridos pela cultura do milho, e os resíduos apresentam taxas elevadas dos mesmos.

Neste contexto, a aplicação de concentrações dos efluentes ARB, ARS e lixiviado de aterro permitirá a germinação adequada de sementes de milho (Zea mays L.), apresentando-se como uma alternativa viável para substituir totalmente ou parcialmente a adubação convencional. Tal aplicação contribuirá para o destino sustentável desse material, e uma potencial redução de custos ao produtor.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Verificar a toxicidade de distintas concentrações de água residuária de bovinocultura, água residuária de suinocultura e lixiviado de aterro sanitário, na germinação da cultura do milho (Zea mays L.).

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar o efeito tóxico de quatro concentrações (diluição em água destilada) distintas: 25%, 50%, 75%, 100%; além do controle (0% de efluente e 100% de água destilada) de água residuária de bovinocultura, água residuária de suinocultura e lixiviado de aterro sanitário na germinação de milho (Zea mays L.), variedade BRS 4157 (Sol da Manhã).

Comparar parâmetros morfológicos (comprimento de raiz primária;

comprimento de parte aérea; área superficial de raiz; volume de raiz e diâmetro médio de raiz) de sementes pós-germinadas de milho (Zea mays L.), variedade BRS 4157 (Sol da Manhã), submetidas a distintas concentrações de água residuária de bovinocultura, água residuária de suinocultura e lixiviado de aterro sanitário.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. ÁGUAS RESIDUÁRIAS

São consideradas águas residuárias (AR) aquelas que possuem em sua constituição resíduos de atividades antrópicas, águas oriundas de processos produtivos (MATOS, 2004). Segundo Dynea et al. (2006), AR são ricas em macro e micronutrientes, que podem ser absorvidos e assimilados pelos vegetais e, em se tratando de espécies agrícolas, promovendo aumento na produtividade da cultura.

São inúmeros os efeitos benéficos ao aplicar AR no solo, como por exemplo, a influência no aumento da porosidade do solo. Esse efeito foi observado em solos hidromórficos, onde houve o aumento na velocidade de infiltração de água após um ano de incubação do resíduo, evidenciando o aumento da porosidade (MATOS et al., 1998).

A presença de matéria orgânica ou carbono orgânico no solo indica a eficiência positiva das práticas culturais adotadas e influenciam também, além da porosidade, a estrutura e estabilização dos agregados, neutralização de substâncias tóxicas, disponibilidade de nutrientes (MATOS et al., 1996).

A aplicação de AR no solo melhora a fertilidade do solo, resultando em elevação da produtividade de culturas e produção de massa seca de raízes, além de promover interação das raízes com as hifas de fungos micorrízicos, aumentando a resistência mecânica na estrutura do solo (BULLUCK et al., 2002).

Por meio da fertirrigação com ARS, a cultura do tomateiro apresentou aumento na área foliar e suprimento das suas necessidades nutricionais, o que resultou em frutos saudáveis do ponto de vista sanitário, ou seja, ausência de coliformes termotolerantes e salmonella sp, e um rendimento maior ao aplicarem 150% das necessidades de nitrogênio da cultura usando o referido efluente (SOUZA et al., 2005).

Em contrapartida, os principais impactos negativos ambientais, causados pelo lançamento de águas residuárias agroindustriais, sem tratamento prévio, em corpos hídricos, são a elevação da demanda bioquímica de oxigênio (DBO) da água.

Com isso, diminui-se o oxigênio dissolvido no meio, alteração do quadro da eutrofização e proliferação de doenças veiculadas pela água (MATOS, 2005;

BERTONCINI, 2008).

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Dentre esses problemas o maior é a eutrofização, porém esse fenômeno não é o poluidor, mas sim a consequência dele, que ocasiona aumento de nutrientes para fitoplâncton e plantas aquáticas superiores, provocando desequilíbrio de oxigênio na água (FIA e MATOS, 2001; MATOS, 2004).

O manejo inadequado de dejetos de bovinos e suínos pode contaminar o lençol freático, plantas e cursos d`água, principalmente com nitrato, metais pesados, entre outros; aumentar a proliferação de agentes patogênicos provenientes dos resíduos; e, prejudicar a infiltração de água e a troca de gases entre a atmosfera e o solo, devido ao entupimento dos macroporos (MATOS et al., 1997; DYNEA et al., 2006).

A disposição equivocada de AR, em volumes elevados ou frequência inadequada, pode acarretar em risco de contaminação de águas subterrâneas, selamento superficial e salinização do solo (MATOS, 2004). No caso do selamento das camadas superficiais do solo, tal efeito acarreta a redução da velocidade de infiltração básica, uma vez que, o movimento da água se dá pelos macroporos, e seu entupimento acaba facilitando a erosão e escoamento superficial. Alguns estudos mostram a impermeabilização de solos em decorrência desse problema (OLIVEIRA et al. 2003; FRANCISCO et al., 2014).

3.1.1. Águas Residuárias de Bovinocultura de Leite

O resíduo gerado pelos bovinos em sistema de confinamento é um problema que envolve aspectos técnicos de manejo, sanitário e ambiental. Os confinamentos que usam sistemas de limpeza hidráulicos dos resíduos, consomem entre 200 a 250 litros de água por unidade animal.dia-1, onde o total de esterco é de aproximadamente 10% do peso corporal animal (CARVALHO E SILVA, 2006).

Considerando-se características qualitativas da ARB, pode-se afirmar que é rica em material orgânico, sólidos totais e nutrientes (ERTHAL, 2008). Na Tabela 1, são apresentados os valores encontrados ao caracterizar tais efluentes.

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Tabela 1 - Valores médios dos parâmetros químicos obtidos da água residuária de bovinocultura de leite

Parâmetros de qualidade Valores obtidos

DBO (mg L-1) 18028

DQO (mg L-1) 16539

Sólidos Totais (mg L-1) 7492

Nitrogênio Total (mg L-1) 697

Fósforo (mg L-1) 132

Potássio (mg L-1) 362

Cálcio + Magnésio (mg L-1) 156

Sódio (mg L-1) 91

Carbono Total (mg L-1) 1347

Zinco (mg L-1) 2,94

Cobre (mg L-1) 1,38

pH 7,84

Condutividade Elétrica (dS m-1) 4,3 Fonte: Adaptado ERTHAL (2008).

No sentido de que cada animal excreta aproximadamente 145 g de nitrogênio, 42,7 g de fósforo e 131,5 g de potássio em esterco fresco diariamente, tendo em vista que cada u.a. (unidade animal) perde pelas fezes e urina cerca de 65% dos nutrientes oferecidos na alimentação, o resultado é uma ARB com grande aporte de nutrientes (OVERCASH et al., 1983; HAYNES & WILLIANS, 1993).

As culturas são favorecidas pela quantidade de nutrientes disponível nas águas residuárias, usando em benefício de seu desenvolvimento e manutenção de microrganismos responsáveis pela degradação do material orgânico presente no solo, possibilitando a reciclagem dos nutrientes. As características químicas da ARB proporcionam melhorias físicas no solo devido ao alto teor de matéria orgânica na água e, são as principais alterações oriundas da aplicação de AR (DYNEA et al 2006).

Logo, o reuso na agricultura como fertilizante de origem orgânica passa a ser uma alternativa de diminuição dos custos de produção, devido a possibilidade de substituição dos fertilizantes químicos (SILVA, 2005).

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3.1.2 Águas Residuárias de Suinocultura

A suinocultura é uma exploração pecuária concentradora de dejetos animais altamente poluidora do solo, do ar e da água. Por isso, nos últimos anos, passou a ser crescente a atenção às necessidades de desenvolvimento de tecnologias voltadas para a eficiência na disposição dos resíduos gerados pelos suínos, de forma a causar o mínimo impacto sobre o ambiente (MATOS et al., 1997).

No Brasil são aproximadamente 35 milhões de cabeças, no qual o setor de produção demanda mais de 192 milhões de m³ ano-1 de água. Essa atividade agropecuária gera cerca de 100 milhões de m³ ano-1 de efluente, com um potencial poluidor na ordem de 2,5 milhões de toneladas de DBO, concentrados basicamente, na região Sul (PERDOMO, 2001).

O impacto da contaminação depende de diversos fatores, que abrange desde a consciência do criador, tamanho da propriedade até a assistência dos órgãos responsáveis, especialmente em áreas de criação de animais confinados (ASSIS e MURATORI, 2007).

As ARS podem ser reutilizadas com o mesmo intuito da ARB, no sentido de que melhora a qualidade nutricional do solo, desde que sejam aplicadas em quantidades e frequências ideias para cada tipo de solo, condição climática local, composição dos dejetos (que variam conforme raça, tamanho e alimentação fornecida) espécie vegetal cultivada, entre outros fatores que possam influenciar.

Vale ressaltar que também é uma forma de diminuir o lançamento desse efluente em corpos receptores de água. (BRANDÃO et al., 2000; BARROS et al., 2005;

FRANCISCO et al., 2011).

O nitrogênio é o macronutriente presente em maior concentração na ARS e, está intimamente associado à dose que deverá ser aplicada ao solo (Tabela 2).

Resultados satisfatórios, como apontam o estudo de tratamento e aproveitamento agrícola de resíduos sólidos, no qual concluiu-se que 50 a 60 toneladas de ARS equivalem, em relação a quantidade de nutrientes, a uma tonelada de adubo químico (MATOS, 2004a).

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Tabela 2 - Valores mínimos, máximos e médios dos parâmetros químicos obtidos da água residuária de suinocultura a partir dos dejetos.

Parâmetros Mínimo (mg.L-1) Máximo (mg.L-1) Média (mg.L-1)

DQO 11530 38448 25542

Nitrogênio 1660 3710 2374

Fósforo 320 1180 577

Potássio 260 1140 535

Fonte: Adaptado SILVA (2006).

Os impactos negativos podem ser maiores do que os positivos, caso não haja manejo adequado, bem como acontece com a ARB. No processo de decomposição dos dejetos; como também em todas as fases de criação de suínos, são emitidos gases danosos às vias de respiração humana e animal, além de ser agravante para o aquecimento global (BRAGA et al., 2005). Os principais são a amônia (NH3), dióxido de carbono (CO2), metano (NH4) e óxido nitroso (N2O) (OLIVEIRA et al., 2003a; SARDÁ et al., 2010).

Diante do exposto faz-se necessário estudos que sirvam como base para recomendações de concentrações diluídas, que possam ser aplicadas na agricultura. Com isso, o próprio produtor rural poderia dar um destino adequado a esse resíduo, trazendo não só a segurança ambiental como a redução de custos relativos a aquisição de insumos.

3.2 LIXIVIADO DE ATERRO SANITÁRIO

Lixiviado é o líquido oriundo da água formada no interior das células do aterro sanitário, constituído de altos teores de compostos orgânicos e inorgânicos, dos produtos provenientes da degradação biológica da massa residual disposta, na forma dissolvida e coloidal, e da água que percola desde a camada de cobertura até as camadas subsuperficiais (GIORDANO, 2003;LANGE e AMARAL, 2009).

A composição dos resíduos sólidos urbanos (RSU) compreende desde restos de alimentos, plásticos, metais até componentes prejudiciais à saúde pública e ao meio ambiente (CASTILHOS Jr et al., 2003). Nos lixões encontramos uma série de problemas, como: os riscos de incêndios, decorrente dos gases oriundos da

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decomposição do RSU; presença de animais vetores de doenças; e, o mais agravante são a presença de catadores nesses locais (BOCCHIGLIERI, 2010).

A diferença entre os lixões e os aterros controlados são, basicamente, o controle de entrada e saída de pessoas, compactação e cobertura dos resíduos, porém ambos não funcionam com medidas de controle ambiental, não há impermeabilização do solo, e nem tratamento do lixiviado e gases produzidos (D’ALMEIDA e VILHENA, 2000).

A característica do lixiviado é diferenciada de acordo com a operacionalização do aterro, condições ambientais locais e, principalmente, pelos processos de decomposição dos resíduos depositados. Contudo, independente da influência desses fatores, o lixiviado gerado deve ser tratado para que possa ser lançado no ambiente, no decorrer da operação do aterro. Todavia, há alteração da composição do lixiviado, o que dificulta a eficiência das técnicas no seu tratamento, além de apresentar alto custo (FERREIRA et al., 2001; MANNARINO, 2010).

A Tabela 3 apresenta as faixas de valores usualmente encontradas em lixiviados em função da idade do aterro.

Tabela 3 - Características do lixiviado em função da idade do aterro.

Parâmetros x Idade do Aterro (anos) 0 a 5 5 a 10 10 a 15 >20

DBO (g L-1) 10 - 25 1 - 4 0,05 – 1 < 0,05 DQO (g L-1) 15 - 40 10 - 20 1 - 5 < 1 Nitrogênio Amoniacal (mg L-1) 500 - 1500 300 - 500 50 - 200 < 30

pH 3 - 6 6 - 7 7 - 7,5 7,5

Sódio e Potássio (g L-1) 2 - 4 0,5 - 1,5 0,1 - 0,5 < 1 Cálcio (g L-1) 2 - 4 0,5 - 2 0,3 - 0,5 < 3 Cloreto (g L-1) 1 - 3 0,5 - 2 0,1 - 0,5 < 0,1 Sulfato (mg L-1) 500 - 2000 200 - 1000 50 - 200 < 50 Fósforo (mg L-1) 100 - 300 10 - 100 - < 10 Fonte: Adaptado NASCENTES (2013).

São inúmeras as tecnologias empregadas, para tratamento de lixiviados, desde processos físico-químicos até processos biológicos, sendo os físico-químicos comumente usados. No que se refere a tratamentos biológicos, o mais empregado

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no tratamento de lixiviado estão as lagoas facultativas, lagoas anaeróbias, lagoas aeradas facultativas, lagoas aeradas de mistura completa, reatores UASB (Upflow Anaerobic Sludge Blanket )e lodos ativados. (NASCENTES, 2013).

O sistema de lagoas para tratamento de lixiviados é amplamente usado no Brasil, embora a prática e o monitoramento desses sistemas sejam de baixa eficiência para esse efluente (GOMES et al., 2009). Todavia são considerados processos simples de tratamento, apesar de requerer áreas extensas para sua construção. As vantagens desses sistemas são os baixos custos de implantação, operação e manutenção; e resistência à variações de carga hidráulica e orgânica (VON SPERLING, 1996).

A baixa eficiência é facilmente observada em lagoas de estabilização onde lixiviados antigos apresentam elevada recalcitrância, que indica a presença de compostos de difícil degradação. Enquanto que, para lixiviados novos se torna uma alternativa viável, mesmo que, com uma remoção limitada de matéria orgânica devido a fração não biodegradável (GOMES et al., 2009; NASCENTES, 2013).

Quanto aos lodos ativados, são flocos produzidos pelo crescimento de microorganismos na presença de oxigênio, os quais são usados com larga frequência e possuem aceitação e tradição no tratamento de efluentes domésticos e industriais. Esse sistema sofre modificações adequando-se o efluente tratado às normas ambientais, pois o sistema varia conforme o tipo de fluxo hidráulico no tanque de aeração, na forma pela qual o oxigênio é suprido, e dos parâmetros do processo como idade do lodo e do grau de pré-tratamento dos afluentes (METCALF e EDDY, 1991; JORDÃO e PESSOA, 1995).

3.3 CULTURA DO MILHO (Zea mays L.)

O Brasil produz cerca de 47 milhões de toneladas, sendo o terceiro maior produtor mundial de milho (Zea mays L.) (SANTOS, 2003). É uma das espécies comerciais mais importantes no mundo, originário do México e da América Central, apresenta uma gama de variedades e pode ser encontrado em diversos países devido a sua fisiologia ser adaptável a diversos climas (PATERNIANI, 1995).

Botanicamente é definida como cariopse, sendo composta por embrião, endosperma e pericarpo (GALINAT, 1979). Pertence ao reino Plantae; divisão

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Anthophta; classe Monocotiledonae; ordem Poales; família Poaceae; gênero Zea;

espécie Zea mays (DOEBLEY, 1990).

A cultura do milho é exigente em nitrogênio e potássio, principalmente quando o sistema de produção agrícola passa para uma agricultura intensiva com nível tecnológico alto, fazendo uso de irrigação (Tabela 4). Entretanto os micronutrientes, apesar de exigidos em menor escala, são essenciais para o equilíbrio fisiológico da planta, pois a deficiência de algum, como por exemplo, ferro, manganês, cobre, zinco, boro e molibdênio, acarreta na desorganização dos processos metabólitos. O cálcio, o magnésio e o fósforo seguem como os outros macronutrientes mais exigidos pela cultura (COELHO e FRANÇA, 2008; EMBRAPA MILHO e SORGO, 2008).

Tabela 4 - Extração média de nutrientes em kg ha-1 realizada pela cultura do milho destinada à produção de grãos e silagem, em diferentes níveis de produtividade.

Tipos de exploração

Produtividade t ha-1

N P K

Kg ha-1

Ca Mg

Grãos

3,65 5,80 7,87 9,17 10,15

77 100 167 187 217

9 19 33 34 42

83 95 113 143 157

10 7 27 30 32

10 17 25 28 33

Silagem (matéria seca)

11,60 15,31 17,13 18,65

115 181 230 231

15 21 23 26

69 213 271 259

35 41 52 58

26 28 31 32 Fonte: COELHO e FRANÇA (2008); EMBRAPA MILHO e SORGO (2008).

A utilização de variedades de milho mais rústicas e adaptadas tem sido uma alternativa viável para pequenos produtores. Dentre essas variedades, a Sol da Manhã é considerada eficiente no uso do nitrogênio e, mesmo sendo rústica, responde ao manejo com fertilizantes. A associação de composto orgânico mais fertilizante resultou, para essa variedade, numa maior produção de sementes, com maior massa e vigor germinativo, além de apresentar sementes com taxas de

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germinação semelhantes às adubadas mineralmente, quando feito uso isolado do composto orgânico (MARTINS, 2014). A variedade foi desenvolvida pela Embrapa Milho e Sorgo para manter sua rusticidade original, além de alta eficiência na absorção de nutrientes, principalmente o nitrogênio, e consequentemente maior produtividade (SANTOS, 2003).

De acordo com as normas do teste de germinação do milho, os laboratórios de análise de sementes têm desenvolvido importante papel na melhoria contínua da qualidade, ao realizar avaliação dos atributos fisiológicos, genéticos, sanitários e físicos das amostras representativas do lote de sementes. Nesse sentido, com o objetivo de obter a acreditação pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Laboratório de Análise de Sementes (LAS) da Embrapa Milho e Sorgo se adequou e implantou o sistema de Gestão da Qualidade, que tem rastreabilidade dos resultados e a satisfação dos clientes, atendendo aos requisitos da Norma ISO/IEC 17025:2005, às normas da Embrapa, às normas do MAPA para Análise de Sementes. A supervisão é realizada pelo Laboratório Oficial de Análise de Sementes Supervisor do MAPA desde 1983 (BRASIL, 1983; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005; MAPA, 2009).

O teste de germinação é usado para obter informações sobre a qualidade das sementes, determinando o potencial máximo de germinação e também estimando o valor para semeadura em campo. A análise da germinação é verificada pela emergência e pelo desenvolvimento das estruturas essenciais do embrião, que são o sistema radicular, o coleóptilo e a parte aérea; demonstrando sua aptidão para produzir uma plântula normal (ABNT, 2005).

3.4 ENSAIOS DE TOXICIDADE

Testes de toxicidade são determinados por bioensaios, os quais são fundamentais para o controle de qualidade dos efluentes. Por meio desses ensaios pode-se observar as respostas de uma determinada população de organismos - testes, quando exposta a diferentes níveis de exposição, bem como avaliar a possibilidade de aplicação dos mesmos no solo (FUENTES et al., 2004;

SANT’ANNA JUNIOR, 2010). Trata-se de uma metodologia para verificar presença de substâncias tóxicas, sendo de baixo custo, rápida execução e alta sensibilidade (BRITO-PELEGRINI et al., 2009).

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26

Desse modo, a investigação dos efeitos tóxicos dos efluentes sobre as plantas podem servir de base para a possível aplicação desses no solo, com efeitos benéficos para determinadas culturas (NASCENTES, 2013). Na literatura é possível encontrar ensaios de avaliação de toxicidade utilizando sementes de espécies vegetais, como alface, trigo, café, quiabo e algumas flores, dentre outras (ALMEIDA et al., 2008; BRITO-PELEGRINI et al., 2009; DELLAMATRICE, 2005; FAÇANHA et al., 2002; MORTELE et al., 2006).

A toxicidade aguda é determinada pelos ensaios de CL50 (concentração que causa efeito letal em 50% dos organismos) e CE50 (concentração derivada estatisticamente que causa 50% de efeito sobre os organismos), enquanto a toxicidade crônica é determinada pelo parâmetro CENO (maior concentração que não causa efeito adverso nos organismos) (NASCENTES, 2013).

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4 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido e realizado no decorrer dos meses de março, abril, maio e junho de 2014. Nesse período realizou-se a coleta dos efluentes, o preparo do material, e as análises laboratoriais no Laboratório de Estudo das Relações Solo-Planta, localizado no Departamento de Solos do Instituto de Agronomia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) na cidade de Seropédica - RJ. Para os ensaios toxicológicos utilizou-se sementes de milho (Zea mays, L.), variedade Sol da Manhã, as quais foram obtidas na Fazendinha Agroecológica do km 47, bem como os resíduos de bovinocultura de leite em um sistema orgânico de produção, usados no preparo da respectiva solução utilizada no trabalho.

A água residuária de suinocultura foi preparada a partir dos dejetos dos suínos do Instituto de Zootecnia da UFRRJ, e o lixiviado foi coletado no Aterro Sanitário de Paracambi, na cidade de Paracambi – RJ.

Todos os efluentes foram diluídos em água destilada, de modo a avaliar-se 5 tratamentos, nas concentrações à 25%, 50%, 75%, 100%, além do controle (0% de efluente); numa mesma batelada, de modo a garantir amostras em triplicatas com as mesmas características físico-químicas sendo aplicadas ao organismo-teste.

Ressalta-se que a ARB deve ser mantida em repouso por um período de 24 horas, devido ao seu alto teor de material orgânico, para que haja decantação do material em suspensão (Figura 1).

Figura 1 - As soluções preparadas dos efluentes, totalizando 5 tratamentos para cada efluente.

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28

As sementes foram enroladas em papel filtro “germitest®”, próprio para ensaios de germinação. Para cada tratamento foram realizadas 3 repetições com rolinhos contendo 10 sementes cada, totalizando 30 resultados por tratamento.

Sendo preparado 6 rolinhos por concentração avaliada, 3 rolinhos foram avaliados no 4° dia após o início do experimento, segundo recomendações do MAPA (2009) para teste de germinação em sementes de milho, e os outros 3 rolinhos foram analisados no 7° dia após o início do experimento.

Figura 2 - Preparação das sementes para ensaio de germinação.

Os rolos com papel filtro foram colocados em tubos "falcon" contendo as misturas, conforme apresentado na Figura 3.

Figura 3 - Fixação dos tubos falcon e imersão do rolos de papel filtro com as sementes de milho em soluções com concentrações de 0, 25, 50, 75 e 100% dos efluentes avaliados.

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O delineamento experimental desta fase previu um branco (água destilada), além das amostras brutas e diluídas dos efluentes 0%, 25%, 50%, 75% e 100%.

Após a preparação de todas as amostras, essas foram incubadas em estufa com controle de temperatura, tendo-se adotado 28°C, conforme recomendações do MAPA (2009) (Figura 4).

Diariamente era verificado o nível do líquido nos tubos, repondo-se na amostra, caso necessário. As soluções de reposição são as mesmas utilizadas no preparo inicial das amostras, que ficaram armazenadas em geladeira. Essa reposição não exige um nível exato do efluente, já que o comportamento de absorção dos líquidos variaram de acordo com as diferentes concentrações.

(a) (b)

Figura 4 - Amostras em estufa com controle de temperatura, conforme recomendações do MAPA (2009): (a) vista interna da estufa com as amostras, (b) detalhe do visor de controle

da temperatura.

No quarto dia após a incubação, três rolinhos de cada tratamento foram retirados da estufa, mantendo-se outros três para avaliação somente no sétimo dia, momento em que se repetiu a metodologia descrita a seguir.

Os parâmetros morfológicos avaliados foram: Comprimento de Raiz Primária (CRP), Comprimento de Parte Aérea (CPA), Área Superficial de Raiz (ASR), Volume de Raiz (VR) e Diâmetro Médio de Raiz (DMR).

(31)

30

Para a avaliação dos parâmetros Comprimento de Raiz Primária (CRP) e Comprimento da Parte Aérea (CPA), os rolinhos foram abertos e, com uso de régua, procederam-se as medições, conforme apresentado na Figura 5.

Figura 5 - Comprimento de raiz primária (CRP) e comprimento de parte aérea (CPA) em sementes germinadas de milho.

Para a análise de Volume de Raiz (VR), Área Superficial de Raiz (ASR), Diâmetro Médio de Raiz (DMR), utilizou-se o sistema WinRHIZO® 2012b (Regent Instr. Inc.), acoplado a um scanner profissional Epson XL 10000 equipado com unidade de luz adicional. Foi utilizada uma definição de 400 dpi para as medidas de morfologia de raiz (BAUHUS E MESSIER, 1999).

As raízes foram separadas da semente e da parte aérea e dispostas em uma cuba de acrílico de 20 cm de largura por 30 cm de comprimento contendo água destilada (Figura 6). A utilização deste acessório permitiu a obtenção de imagens em três dimensões, evitando também a sobreposição das raízes.

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Figura 6 - Raízes dispostas em cuba para digitalização de imagens e análise morfológica de sistema radicular de sementes germinadas de milho.

O software usado nas análises estatísticas foi o ANOVA. Na análise das médias dos resultados, foram realizados teste de Tukey, em nível de 5% de probabilidade de erro, e submetidos à análise de variância pelo teste de Ficher (F).

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32

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 5, verifica-se o resultado das médias avaliadas do Comprimento de Raiz Primária (CRP); Comprimento de Parte Aérea (CPA); Volume de Raiz (VR), Área Superficial de Raiz (ASR); Diâmetro Médio de Raiz (DMR); da cultura do milho submetido a diferentes concentrações de ARB, medidos no 4° dia após a incubação.

Tabela 5 - Valores médios de CRP, CPA, VR, ASR, DMR, obtidos ao se aplicar diferentes concentrações de água residuária de bovinocultura, analisadas no 4° dia de germinação.

Concentrações CRP1(cm) CPA2 (cm) VR3 (mm3) ASR4 (mm2) DMR5 (mm) 0% 4,600 a 0,723 a 495,40 a 2756,81 a 7,128 a 25% 5,103 a 1,000 a 524,85 a 3041,12 a 6,910 ab 50% 4,753 a 0,633 a 382,17 a 2415,44 a 6,227 ab 75% 4,633 a 0,693 a 329,80 a 2176,38 a 6,040 b 100% 4,386 a 0,607 a 400,44 a 2561,51 a 6,255 ab

*Dentro da mesma coluna, as médias com mesma letra não diferem estatisticamente ao nível de 5%

de significância pelo teste de tukey. 1.Comprimento de raiz primária; 2. Comprimento de parte aérea;

3. Volume de raiz; 4. Área superficial de raiz; 5. Diâmetro médio de raiz.

Observa-se, na Tabela 5, que não houve diferença estatisticamente significativa entre os valores médios do CRP, CPA, VR, ASR das amostras com 0%, 25%, 50%, 75% e 100% da ARB, com exceção dos valores médios de DMR, o qual há uma pequena diferença entre as concentrações 0% e 75%. Neste caso, verifica- se que o efeito toxicológico da ARB, ainda não afetou significativamente a germinação do milho.

Na Tabela 6, verifica-se o resultado das médias avaliadas do Comprimento de Raiz Primária (CRP); Comprimento de Parte Aérea (CPA); Volume de Raiz (VR) , Área Superficial de Raiz (ASR); Diâmetro Médio de Raiz (DMR); da cultura do milho submetido a diferentes concentrações de ARB, medidos no 7° dia após a incubação.

Na tabela abaixo, observa-se diferença significativa nos valores médios de CRP, VR e DMR. Desse modo evidencia-se o efeito toxicológico potencializado com o aumento das concentrações, uma vez que, com o aumento da concentração há uma diminuição dos parâmetros avaliados. Com relação a CPA e ASR, apesar de não se verificar diferença significativa, vale ressaltar que ocorreu uma diferença de 34,05% no CPA, entre o maior valor médio 5,956 mm (0%) e o menor valor médio, 4,443 mm (100%); e uma diferença na ASR de 76,75% entre o maior valor médio, 13.816,57 mm2 (0%) e o menor valor médio, 7.816,96 mm2 (100%).

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Tabela 6 - Valores médios de CRP, CPA, VR, ASR, DMR, com as diferentes concentrações de água residuária de bovinocultura, analisadas no 7° dia de germinação.

Concentrações CRP1(cm) CPA2(cm) VR3(mm3) ASR4 (mm2) DMR5 (mm) 0% 16,136 a 5,956 a 2824,00 a 13816,57 a 8,149 a 25% 13,756 ab 5,536 a 2453,67 ab 12755,10 a 7,682 ab 50% 12,146 ab 5,280 a 1999,40 ab 10574,55 a 7,540 ab 75% 11,190 ab 4,520 a 1581,14 ab 9281,68 a 6,801 bc 100% 11,043 b 4,443 a 1290,23 b 7816,96 a 6,142 c

*Dentro da mesma coluna, as médias com mesma letra não diferem estatisticamente ao nível de 5%

de significância pelo teste de tukey. 1.Comprimento de raiz primária; 2. Comprimento de parte aérea;

3. Volume de raiz; 4. Área superficial de raiz; 5. Diâmetro médio de raiz.

Nas Tabelas 7 e 8, verificam-se o resultado das médias avaliadas do Comprimento de Raiz Primária (CRP); Comprimento de Parte Aérea (CPA); Volume de Raiz (VR), Área Superficial de Raiz (ASR); Diâmetro Médio de Raiz (DMR); de sementes germinadas de milho submetidas às diferentes concentrações de lixiviado de aterro sanitário, medidos no 4° e no 7° dia após a germinação, respectivamente.

Tabela 7 - Valores médios de CRP, CPA, VR, ASR, DMR, com as diferentes concentrações de lixiviado de aterro sanitário, analisadas no 4° dia de germinação.

Concentrações CRP1(cm) CPA2 (cm) VR3 (mm3) ASR4 (mm2) DMR5 (mm) 0% 5,226 a 1,530 a 485,21 a 2863,87 a 6,765 a 25% 4,906 a 1,280 ab 370,14 ab 2327,25 ab 6,372 a 50% 4,176 a 0,853 bc 277,24 b 1869,09 ab 5,940 ab 75% 3,596 a 0,663 c 223,03 b 1756,72 ab 5,043 b 100% 3,493 a 0,607 c 200,05 b 1508,34 ab 5,035 b

*Dentro da mesma coluna, as médias com mesma letra não diferem estatisticamente ao nível de 5%

de significância pelo teste de tukey. 1.Comprimento de raiz primária; 2. Comprimento de parte aérea;

3. Volume de raiz; 4. Área superficial de raiz; 5. Diâmetro médio de raiz.

Tabela 8 - Valores médios de CRP, CPA, VR, ASR, DMR, com as diferentes concentrações de lixiviado de aterro sanitário, analisadas no 7° dia de germinação.

Concentrações CRP1(cm) CPA2 (cm) VR3 (mm3) ASR4 (mm2) DMR5 (mm) 0% 14,710 a 5,570 a 2125,58 a 11661,60 a 7,160 a 25% 13,623 ab 6,356 a 2195,80 a 10914,63 a 8,050 a 50% 10,730 ab 5,963 a 1808,31 a 10030,14 a 7,557 a 75% 9,196 bc 4,000 a 1742,80 a 9519,67 a 6,862 a 100% 8,060 c 3,670 a 1582,07 a 9006,45 a 6,971 a

*Dentro da mesma coluna, as médias com mesma letra não diferem estatisticamente ao nível de 5%

de significância pelo teste de tukey. 1.Comprimento de raiz primária; 2. Comprimento de parte aérea;

3. Volume de raiz; 4. Área superficial de raiz; 5. Diâmetro médio de raiz.

Nas tabelas 7 e 8 acima, pode-se observar que os valores médios dos tratamentos referentes ao lixiviado, tanto do 4° como do 7° dia, apresentam

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34

diferenças significativas distintas dos parâmetros avaliados. No 4° dia apenas o parâmetro CRP não apresentou diferença significativa, enquanto no 7°, CPA VR, ASR e DMR, não apresentaram diferenças significativas. Vale ressaltar que apesar desses parâmetros, no 7° dia, não apresentarem diferenças significativas, observou- se uma diferença de 51,77% no CPA, entre o maior valor, 5,570 mm (0%) e o menor valor, 3,670 mm (100%); uma diferença de 38,79% no VR, entre o maior valor, 2.195,80 mm3 (25%) e o menor valor, 1.582,07 mm3 (100%); uma diferença na ASR, de 29,48%, entre o maior valor, 11.661,60 mm2 (0%) e o menor valor, 9.006,45 mm2 (100%); e, ainda uma diferença de 13,71% no DMR, entre o maior valor, 8,050 mm (25%) e o menor valor, 6,862 mm (75%).

De acordo com Nascentes (2013), o qual avaliou-se a toxicidade do lixiviado seguindo a metodologia abordada neste trabalho, e as recomendações do MAPA (2009) para germinação do milho, os valores seguem a mesma tendência dos resultados obtidos no experimento, apesar de não apresentarem diferenças estatisticamente significativas, os valores das médias são menores conforme há aumento da concentração do lixiviado.

Na Tabela 9, verifica-se o resultado das médias avaliadas do Comprimento de Raiz Primária (CRP); Comprimento de Parte Aérea (CPA); Volume de Raiz (VR), Área Superficial de Raiz (ASR); Diâmetro Médio de Raiz (DMR); da cultura do milho submetido a diferentes concentrações de ARS, medidos no 4° dia após a incubação.

Tabela 9 - Valores médios de CRP, CPA, VR, ASR, DMR, com as diferentes concentrações de água residuária de suinocultura, analisadas no 4° dia de germinação.

Concentrações CRP1(cm) CPA2 (cm) VR3 (mm3) ASR4 (mm2) DMR5 (mm) 0% 4,020 a 0,803 a 335,11 a 2221,67 a 6,044 a 25% 4,217 a 0,930 a 373,35 a 2389,74 a 6,254 a 50% 4,500 a 0,957 a 237,53 a 1669,23 a 5,646 a 75% 4,536 a 1,077 a 335,62 a 2133,71 a 6,301 a 100% 4,580 a 1,090 a 320,45 a 2205,26 a 5,828 a

*Dentro da mesma coluna, as médias com mesma letra não diferem estatisticamente ao nível de 5%

de significância pelo teste de tukey. 1.Comprimento de raiz primária; 2. Comprimento de parte aérea;

3. Volume de raiz; 4. Área superficial de raiz; 5. Diâmetro médio de raiz.

Na Tabela 9, observa-se que não houve diferença estatisticamente significativa entre os parâmetros avaliados, das amostras com 0%, 25%, 50%, 75%

e 100%.

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Na Tabela 10, verifica-se que ocorre diferença significativa para o resultado das médias avaliadas do Comprimento de Raiz Primária (CRP) e Diâmetro Médio de Raiz (DMR); e que não há diferença entre as médias do Comprimento de Parte Aérea (CPA); Volume de Raiz (VR) e Área Superficial de Raiz (ASR); de sementes germinadas de milho submetidas às diferentes concentrações de ARS, medidos no 7° dia. Apesar de não ocorrer diferença significativa, verifica-se que uma diferença de 37,11% no CPA, entre o maior valor, 6,407 mm (75%) e o menor valor, 4,673 mm (100%), uma diferença de 7381% no VR, entre o maior valor, 2.962,67 mm3 (25%) e o menor valor, 1.704,49 mm3 (100%), e uma diferença na ASR, de 40,20%, entre o maior valor, 14.714,51 mm2 (25%) e o menor valor, 10.495,60 mm2 (100%).

Tabela 10 - Valores médios de CRP, CPA, VR, ASR, DMR, com as diferentes concentrações de água residuária de suinocultura, analisadas no 7° dia de germinação.

Concentrações CRP1(cm) CPA2 (cm) VR3 (mm3) ASR4 (mm2) DMR5 (mm) 0% 18,530 a 6,173 a 2770,10 a 12746,65 a 8,634 a 25% 14,400 ab 5,973 a 2962,67 a 14714,51 a 8,026 ab 50% 13,550 ab 5,710 a 2120,63 a 11640,29 a 7,291 bc 75% 14,080 ab 6,407 a 2574,88 a 14124,18 a 7,283 bc 100% 10,550 b 4,673 a 1704,49 a 10495,60 a 6,259 c

*Dentro da mesma coluna, as médias com mesma letra não diferem estatisticamente ao nível de 5%

de significância pelo teste de tukey. 1.Comprimento de raiz primária; 2. Comprimento de parte aérea;

3. Volume de raiz; 4. Área superficial de raiz; 5. Diâmetro médio de raiz.

Na Figura abaixo são apresentados a evolução dos resultados dos valores médios do comprimento de raiz primária (CRP) das amostras brutas e tratadas, no 4°(Figura 8a) e 7° dias após a germinação (Figura 8b).

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36

Figura 5 - Valores médios do comprimento de raiz primária das sementes expostas às diferentes concentrações de lixiviado de aterro sanitário, água residuária de bovinocultura e

água residuária de suinocultura no 4° (a) e 7° dias (b) após a germinação.

Pode-se observar na Figura 8a, referente ao 4° dia após a germinação, que o ocorreu um decréscimo de comprimento de raiz com o aumento da concentração de lixiviado; essa mesma tendência também ocorre no 7° dia de germinação (Figura 8b). Já a germinação das sementes utilizando ARS, apresentou um comportamento inverso, na avaliação do 4° dia (Figura 8a), porém na avaliação do 7° dia apresentou diminuição do CRP com o aumento das concentrações (Figura 8b).

Com relação a ARB, em ambos os dias (4° e 7° dia), a concentração de 25%

apresentou um maior valor para o CRP, sendo que a partir desta concentração há um declínio no CRP.

(38)

Nota-se ainda nas figuras 8a e 8b, que os valores médios de CRP, para as testemunhas (0%), apresentaram uma discrepância para os três tratamentos, sendo assim, fica evidente que variabilidade genética, também influencia nos resultados para este parâmetro avaliado.

Nas Figuras 9a e 9b são apresentados os resultados dos valores médios dos comprimentos de parte aérea (CPA) das amostras de lixiviado de aterro sanitário, ARS e ARB, no 4° e 7° dias após a germinação.

Figura 6 - Comprimento da parte aérea das sementes expostas às diferentes concentrações de lixiviado de aterro sanitário, água residuária de bovinocultura e água residuária de

suinocultura no 4° (a) e 7° dias (b).

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38

Verifica-se que no 4° dia após a germinação (Figura 9a) o lixiviado de aterro sanitário apresentou um comportamento inverso do aumento de sua concentração com o CPA, porém após o 4° dia de germinação o CPA aumentou para a concentração de 25% e a partir dela apresentou um declínio, sendo que o valor do CPA para a concentração de 100% (3,6 mm) é 2 mm menor que o valor da testemunha (5,6 mm). Este fato evidencia que há uma influência (toxicidade) do lixiviado no desenvolvimento da parte aérea do milho, a partir de um certo valor de concentração do efluente diluído.

Após o 4° dia de germinação das sementes utilizando ARS, verifica-se que ocorreu um comportamento do CPA (Figura 9a) semelhante ao comportamento do CRP (Figura 8a), ou seja, esses comprimentos aumentaram com o aumento da concentração. Este fato evidencia que inicialmente a ARS apresenta um aporte de nutrientes que promovem a germinação. Analisando ainda a Figura 9b (7° dia de germinação), verifica-se que a concentração de 75% de ARS, promoveu o maior aumento de CPA.

No caso da ARB, que após o 4° dia o tratamento de 25% apresentou um aumento no crescimento, porém no 7° dia ocorreu um declínio do CPA com o aumento da concentração de ARB.

Nota-se ainda na Figura 9a, que há uma discrepância para os três tratamentos nos valores médios de CPA, após o 4° dia de germinação das sementes, para as testemunhas (0%), porém esses valores ficam semelhantes após o 7° dia de germinação das sementes (Figura 9b). Este fato mostra que apesar da variabilidade genética, há uma tendência de igualdade no desenvolvimento da parte aérea da planta, quando submetidas ao mesmo tratamento.

Nas Figuras 10a, 10 b, 10c e 10d são apresentados os resultados dos valores médios do volume de raiz (VR) e área superficial de raiz (ASR) das amostras de lixiviado de aterro sanitário, ARS e ARB, após 4 e 7 dias de germinação, respectivamente.

(40)

Figura 7 - Volume de raiz das sementes no 4° (a) e 7° dias (b) após a germinação e área superficial de raiz das sementes no 4° (c) e 7° dias (d) após a germinação, expostas às diferentes concentrações de lixiviado de aterro sanitário, água residuária de bovinocultura e

água residuária de suinocultura.

(41)

40

Nota-se um comportamento muito semelhante para os parâmetros avaliados, ou seja, VR e ARS seguiram a mesma tendência.

Com aumento da concentração do lixiviado há uma diminuição de VR e ASR, tanto para o 4° (Figuras 10a e 10c), como para o 7° dia de germinação das sementes (Figuras 10b e 10d), evidenciando o efeito da toxicidade deste efluente na germinação do milho, principalmente no desenvolvimento radicular, como também foi avaliado no CRP.

Com relação a ARS, nota-se uma inconstância na tendência do efeito da concentração do efluente, no desenvolvimento do sistema radicular das sementes, porém é possível verificar que a concentração de 50% mostrou os menores valores em ambos os dias de avaliação, bem como as concentrações de 25% e 75%, os maiores valores.

Com relação a ARB, no 4° dia (Figuras 10a e 10c), a concentração de 25%

apresentou um maior valor para VR e ASR, e após uma queda nos valores referentes as concentrações de 50 e 75%, há uma pequena elevação na concentração de 100%. Verifica-se ainda que, após o 7° dia de germinação das sementes, o aumento da concentração da ARB é inversamente proporcional aos valores de VR e ASR (Figuras 10b e 10d).

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Figura 8 - Diâmetro médio de raiz das sementes expostas às diferentes concentrações de lixiviado de aterro sanitário, água residuária de bovinocultura e água residuária de

suinocultura no 4° (a) e 7° dias (b) após a germinação.

Nas Figuras 11a e 11b, verifica-se que, de um modo geral em todos os tratamentos com o aumento da concentração há uma diminuição do DMR. Vale ressaltar que o DMR foi o parâmetro que apresentou menos diferenças quando comparados os três efluentes, principalmente no 7° dia de germinação das sementes (Figura 11b). Este fato se dá, pois o diâmetro é um parâmetro pouco variável após quatro e sete dias de germinação.

Na Tabela 11, verifica-se a comparação estatística entre os valores médios de CRP, CPA, VR, ASR e DMR; 4° dia de germinação das sementes de milho, submetida aos efluentes: lixiviado de aterro sanitário, ARS e ARB, nas concentrações 0, 25, 50, 75 e 100%.

(43)

42 Tabela 11 - Comparação estatística dos valores médios de CRP, CPA, VR, ASR, DMR, com as diferentes concentrações de lixiviado de aterro sanitário, água residuária de bovinocultura

e água residuária de suinocultura, analisadas no 4° dia após a germinação.

ARB CRP1 (cm) CPA2 (cm) VR3 (mm3) ASR4(mm2) DMR5 (mm)

0% 4,600

a

0,723 b

495,396 a

2756,82 ab

7,128 a

25% 5,103

a

1,003 ab

524,850 a

3041,124 a

6,191 ab

50% 4,753

a

0,633 b

382,180 abc

2415,44 ab

6,227 abcd

75% 4,633

a

0,693 b

329,802 abc

2176, 38 ab

6,040 abcd 100% 4,386

a

0,606 b

400,443 abc

2561,512 ab

6,255 abcd Lixiviado CRP1 (cm) CPA2 (cm) VR3 (mm3) ASR4(mm2) DMR5 (mm)

0% 5,226

a

1,530 a

485,216 ab

2863,87 ab

6,765 ab

25% 4,907

a

1,280 ab

370,141 abc

2327,25 ab

6,372 abc

50% 4,177

a

0,853 ab

277,244 abc

1869,09 ab

5,940 abcd

75% 3,597

a

0,663 b

223,030 c

1756,72 ab

5,035 d 100% 3,493

a

0,607 b

200,052 c

1508,34 b

5,043 cd ARS CRP1 (cm) CPA2 (cm) VR3 (mm3) ASR4(mm2) DMR5 (mm)

0% 4,020

a

0,803 ab

335,119 abc

2221,67 ab

6,044 abcd

25% 4,217

a

0,957 ab

373,357 abc

2389,75 ab

6,255 abcd

50% 4,500

a

0,930 ab

237,536 bc

1669,24 ab

5,646 bcd

75% 4,537

a

1,077 ab

335,628 abc

2133,72 ab

6,301667 abcd 100% 4,580

a

1,090 ab

320,455 abc

2205,26 ab

5,828 abcd

f ns * * * *

CV (%) 18,46 28,19 23,48 20,61 7,24

*Dentro da mesma coluna, as médias com mesma letra não diferem estatisticamente ao nível de 5% de significância pelo teste de tukey. 1.Comprimento de raiz primária; 2. Comprimento de parte aérea; 3. Volume de raiz; 4. Área superficial de raiz; 5. Diâmetro médio de raiz.

É possível notar na Tabela 11, os valores médios de CRP, não apresentam diferença significativa para os distintos tratamentos e respectivas concentrações.

Apesar de não ocorrer diferença significativa, há uma variação de 49,61% entre o maior valor, 5,226 mm (lixiviado 0%) e 3,493 mm (lixiviado 100%).

Verifica-se na Tabela acima que existe uma diferença significativa dos valores de CPA, VR, ASR e DMR, demonstrando que esses parâmetros foram sensíveis aos tratamentos e suas respectivas concentrações.

Referências

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