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PETROGRAFIA, GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DA SUÍTE INTRUSIVA NOROAGRO, DIVISA MATO GROSSO- RONDÔNIA, SW DO CRÁTON AMAZÔNICO

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(1)

PETROGRAFIA, GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DA SUÍTE INTRUSIVA NOROAGRO, DIVISA MATO GROSSO-

RONDÔNIA, SW DO CRÁTON AMAZÔNICO

(2)

Profª. Drª. Maria Lucia Cavalli Neder Vice-Reitor

Prof. Dr. Francisco José Dutra Solto Pró-Reitora de Pós-Graduação

Profª. Drª. Leny CaselliAnzai

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA - ICET Diretor

Prof. Dr. Edinaldo de Castro e Silva

DEPARTAMENTO DE RECURSOS MINERAIS - DRM Chefe

Prof. Dr. Paulo César Corrêa da Costa

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS Coordenador

Prof. Dr. Amarildo Salina Ruiz

(3)
(4)

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO N° 30°

“Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do Cráton

Amazônico”.

RONE MARCOS APARECIDO DOS SANTOS

Orientador

Prof. Dr. João Batista de Matos

Co-Orientador

Prof. Dr. Amarildo Salina Ruiz

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Geociências do Instituto de Ciências Exatas e da Terra da Universidade Federal de Mato Grosso como requisito parcial para a obtenção do Título de Mestre na Área de Concentração: Geologia Regional e Recursos

Minerais.

CUIABÁ/MT

2012

(5)
(6)

“É exatamente disso que a vida é feita, de MOMENTOS. Momentos que TEMOS que passar, sendo bons ou ruins, para o nosso prórprio aprendizado. Nunca esquecendo do mais importante:

Nada nessa vida é por acaso. Absolutamente nada. Por isso, temos que nos preocupar em fazer a nossa parte , da melhor forma possível. A vida nem sempre segue a nossa vontade, mas ela é perfeita naquilo que tem que ser”.

Francisco Candido Xavier.

(7)

DEDICATÓRIA

A Deus força divina que nos deu a possibilidade de conduzir esta pesquisa, a minha familia (pai e mãe), amigos e aos mestres que orientarão com muita destreza, em especial ao meu orientador Prof. Dr. João Batista de Matos (grande amigo).

(8)

i A Deus por ter dado a capacidade de discernir o certo do errado, por ter me dado sabedoria suficiente para conduzir esta pesquisa, e por te colocado ao longo deste percurso pessoas de altíssima grandeza.

A minha família pai: Valdevino Jose dos Santos e mãe: Davina Francisca de Jesus, pelo carinho, atenção e compreensão nos momentos de dificuldades e por ter acreditado neste propósito, agradecimento especial.

Ao meu nobre Orientador João Batista de Matos pela paciência e companheirismo ao longo dessa jornada que se iniciou desde o trabalho de conclusão de curso de Graduação em Geologia, ao paciente e amigo Co- Orientador Amarildo Salina Ruiz pela dedicação e parceria em conduzir esta pesquisa.

Aos professores que compõe o corpo docente do Curso de Geologia, bem como o Programa de Pós-Graduação, meus sinceros agradecimentos pela contribuição profissional que a mim foi dada, momentos de alegrias sempre estiveram lado a lado ao logo desses 7 anos de convivência, sei que levarei daqui amigos por longa data, levarei um aprendizado impar ao longo de minha vida pessoal e profissional. Aos técnicos administrativos compartilho este alegria de agora me tornar MESTRE com todos que direta ou indiretamente estiveram à disposição em aguentarminhas solicitações (rsrsrs), e reclamações olha que foram muitas em especial ao Reginaldo (DRM) e Dirce (DGG).

Agora agradeço aos meus companheiros (grandes amigos), que outrora me acompanham desde

os primórdios de minha vida acadêmica nesta Instituição, citar nomes e bastante complicado mais

existe alguns que cito com bastante orgulho, baixinha Mariarosa grande parceira como sempre diz

Geologar é Preciso, obrigado pelas conversas de corredor de bar em bar, ao Grande amigo e irmão

Marcelo Galé pelas ajudas em softwares objetivando as confecções de mapas e etc., pela paciência

(9)

ii ajuda quando solicitada. As colegas de sala Ana Flavia e Dalila por terem aguentado as reclamações que por sinal foram muitas, aos meus grandes amigos e irmãos de Piranhas-GO Bruno Faustino e Frederico Marques pelo apoio e incentivo nesta jornada. Agradeço a todas as figuras que este curso de Geologia colocou em meu caminho, Galera da Republica Garimpo S/A (japa, goiabinha, bobs, china e miojo), Republica Cavernas (Daniel, Tião em especial Cladomir-meu filho pela dedicação), a grande turma de graduação na qual me orgulho muito por ter vivido os momentos únicos na vida acadêmica “Turma Quebra-Campo”. E difícil à tarefa de citar nomes porque foram tantas as pessoas que contribuíram para concretização desta etapa, seja ouvindo minhas reclamações seja contribuindo com a sua atenção. Agradeço de forma especial aos grandes amigos George Miller, Patrick Alves, Tiago Nery, Jefferson Castelli (ultimo amigo conquistado, gente fina estas aí!), Roberta Medeiros e Sandra pelas cachaçadas aos domingos, pelos almoços e cuidados comigo, Rosamaria e Maiara Braga valeu pela parceria, Brena, Ludmila (ganço!), Leandro (Russo), Armando Marques (Toxico), Renato Sala grande amigo, Carlos Gustavo digo GUGA gente fina, Erni (Chimba),Mario Chazan (marinho boy//pelas boas risadas!), Vicente Borges, Eder Medeiros, Pedro Arantes gente fina, Pompom (rsrs), Newton Diego, David pela colaboração em mapas quando necessário, Douglas (Dogrão), Leonardo Fraga. Enfim são tantos os amigos que de modo geral os agradeço.

Aos colegas de Pós-Graduação pelo companheirismo e atenção com a minha pessoa, pela amizade aqui conquistada, pelas discussões em reuniões ou em sala para sanar quaisquer duvidas.

Por fim agradeço de forma especial aos órgãos de fomento e apoio para a conclusão desta

Dissertação: em especial a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a CAPES (PROCAD,

Proc. N° 096/2007), á FAPEMAT (Proc. Nº 002.0141/2007), pelo suporte financeiro para o

desenvolvimento. Agradeço ao Grupo de Pesquisa em Evolução Crustal e Tectônica-Guaporé

/UFMT, ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Geociências da Amazônia-GEOCIAM.

(10)

iii

AGRADECIMENTOS i

SUMÁRIO iii

ÍNDICE DE FIGURAS DA DISSERTAÇÃO iv

ÍNDICE DE FIGURAS DO ARTIGO iv

ÍNDICE DE TABELA DO ARTIGO vi

RESUMO vi

ABSTRACT vii

1. APRESENTAÇÃO DO TEMA

1

2. OBJETIVOS 2

OBJETIVOS ESPECÍFICOS 3

3. MATERIAIS E METODOS 3

3.1. Etapa de Preparação 3

3.2. Etapa de Levantamento de Dados 4

3.2.1.Campo 4

3.2.2. Etapa de Laboratório 4

3.2.3. Química de Rocha Total 5

3.2.4. Geocronologia 5

4. Etapa de Tratamento e Sistematização dos Dados 6

5. Etapa de Elaboração da Dissertação 6

6. CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL 7

7. Geologia da Suíte Intrusiva Noroagro 12

7.1. COMPLEXO RIO GALERA 13

7.2. SUÍTE INTRUSIVA NOROAGRO 16

7.3. DIQUES MÁFICOS 17

7.4. FORMAÇÃO UTIARITI 18

8. ARTIGO

20

RESUMO

20

ABSTRACT

21

INTRODUÇÃO

22

CONTEXTO GEOLOGICO REGIONAL

22

Terreno Alto Guaporé (1.4 a 1.3 Ga)

25

GEOLOGIA E PETROGRAFIA

28

CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL E DEFORMAÇÃO 31

GEOQUÍMICA 33

GEOCRONOLOGIA 206Pb/ 204Pb 41

Procedimento Pb/Pb em Zircão (evaporação) 41

RESULTADOS ANALÍTICOS 42

CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÃO 44

(11)

iv

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 46

Anexo 1 Anexo 2

ÍNDICE DE FIGURA DA DISSERTAÇÃO

Figura 1:

Mapa de Localização da área de estudo

2

Figura 2:

Compartimentação geocronológica e tectônica do Craton Amazônico, o Maciço Rio Apa como seu extremo meridional, extraído de Ruiz 2005

9

Figura 3:

(A) Mapa simplificado do SW do Cráton Amazônico mostrando os limites aproximados das principais províncias, principais orógenos, terrenos e elementos tectônicos das unidades litológicas. (B) As principais províncias geocronológicas do Cráton Amazônico, extraído de Bettencout et. al (2010)

11

Figura 4:

Coluna estratigráfica esquemática das unidades mapeadas

13 Figura 5:

Foto de afloramento representando a forma de ocorrência dos paragnaisses dispostos na forma de lajedo com bandamento composicional (S2) bem definido e uma foliação proeminente (A), figura (B) contato brusco entre as rochas pertencente ao embasamento metamórfico Rio Galera e rochas intrusivas da Suíte Intrusiva Noroagro.

14

Figura 6:

Anfibolito de coloração cinza escura, granulação fina, isenta de alteração.

14 Figura 7:

Afloramento em corte de estrada, composto por muscovita-biotita-quartzo sillimanita xisto, de coloração marrom avermelhado, representado em forma de xenólitos em meio às rochas da Suíte Intrusiva Noroagro.

15

Figura 8:

Forma de ocorrência dos Diques Máficos, apresentando uma geometria tabular alongada com direções W-E subparalelas a foliação regional.

17

Figura 9:

Forma de ocorrência dos arenitos da Formação Utiariti, em forma de platôs elevados.

18

Figura 10:

Foto representando em detalhe estratificação cruzada acanalada de pequeno porte

. 19

(12)

v ÍNDICE DE FIGURA DO ARTIGO

Figura 1:

Compartimentação geocronológica e tectônica do Craton Amazônico, o Maciço Rio Apa como seu extremo meridional, extraído de Ruiz 2005.

24

Figura 2:

Compartimentação em Domínios Tectônicos para o SW do Cráton Amazônico, onde abrange o SW de Mato Grosso e Bolívia e em destaque a área objeto de estudo, extraído de Ruiz (2009).

25

Figura 3:

Mapa Geológico da Suíte Intrusiva Noroagro- SW do Cráton Amazônico

27 Figura 4:

Foto (A) RM 01 forma de ocorrência dos afloramentos em forma de blocos, (B) Afloramento RM 02 foto de detalhe com presença de xenólitos de rocha metabasica.

28

Figura 5:

Foto (A) afloramento em forma de blocos com foliação proeminente, (B) foto de detalhe de rocha tonalítica cortada por diques sin-plutônicos com foliação coincidente com a da rocha encaixante.

28

Figura 6:

Fotomicrografia: Legenda; (A) Pl- plagioclásio com deformação rúptil microfraturas, polarizadores descruzados, (B) Pl- deformação rúptil e polarizadores cruzados; (C e D) Bt- biotita forma tabular e Aln- cristais euhédricos de alanita; (E) Gr- granada subédrica e Bt- palhetas de biotita, polarizadores descruzados; (F) grãos anédricos de quartzo com extinção ondulante polarizadores cruzados; (G) plagioclásio saussuritizado + quartzo (Qz) com intensa zonação; (H) cristais euhédricos de plagioclásio e anédricos de quartzo, representam uma textura granoblástica, polarizadores cruzados

30

Figura 7:

Diagrama modal QAP.Para as rochas da Suíte Intrusiva Noroagro

31 Figura 8:Modelo esquemático representando feições de campo da Suíte Intrusiva Noroagro, foto em detalhe apresentando Granodiorito injetado segundo o plano axial das dobras do embasamento.

32 Figura 9:Diagramas de variações de Harker para elementos maiores ppm (expressos em óxidos) das rochas da Suíte Intrusiva Noroagro

36 Figura 10:Diagramas de variações de Harker para elementos traços (ppm) das rochas da Suíte Intrusiva Noroagro

37 Figura11:Diagrama classificatório e discriminativo de processos de alteração pós-magmáticos para as rochas da Suíte Intrusiva Noroagro: Al2O3 versusTiO2(Cattalani&Bambic 1994)

37 Figura 12:Diagramas classificatórios para as rochas da SIN: (A) SiO2versus Zr/TiO2 (Winchester &

Floyd 1977); (D) R1xR2 (La Roche 1980)

39 Figura 13:Diagramas geoquímicos para a SIN: (A) Total de álcalis versus sílica e (B) AFM (Irvine

&Baragar 1971); (C) A/NK versus A/CNK (Maniar & Piccoli 1989); ); (D) Diagrama Total de K2O versus SiO2 (Peccerillo& Taylor, 1976)

39

Figura 14:Diagrama tectônico para as rochas da SIN: (A) Rb versus Y+Nb (Pearce et. al. 1984, Pearce 1996); (B) Hf-Rb/30- Ta*3 (Harris et al. 1986)

40 Figura 15:(A) Padrões de variação de elementos Terras Raras, normalizados pelos valores do condríto (Nakamura 1977); (B) Diagrama Spider de elementos incompatíveis (e compatíveis), normalizados pelos valores dos Granitos de Cordilheira Meso-Oceânica (Pearce et al. 1984) da Suíte Intrusiva Noroagro

41

Figura 16:Fotomicrografia de cristais de zircão da amostra RM-1 selecionados para a datação 43 Figura 17:Diagrama idades versus cristais de zircão para a amostra RM-1 da Suíte Intrusiva Noroagro

44

(13)

vi

Tabela 1:

Composição química de elementos maiores, menores e traços (% em peso e ppm)

das rochas da Suíte Intrusiva Noroagro

34

Tabela 2:

Continuação composição química de elementos maiores, menores e traços (% em peso e ppm) das rochas da Suíte Intrusiva Noroagro

35

Tabela 3:

Dados isotópicos de Pb de multigrãos de zircão da amostra RM-1 da Suíte Intrusiva Noroagro

43

RESUMO

A área localiza-se no Distrito de Noroagro, Comodoro (MT). Nela, o embasamento é constituído

por rochas metavulcanossedimentares representadas por paragnaisses, paranfibolitos e xisto reunido

sob a designação “Complexo Rio Galera”, aflorando na parte central da área. Apresenta um

complexo padrão deformacional exibindo três foliações penetrativas, sendo S1 e S2 coaxiais, com

atitude 70-80W e médio a alto ângulo de mergulho. Neste trabalho, as rochas anteriormente

denominadas Granito Rio Piolho, são abordadas como Suíte Intrusiva Noroagro (SIN) homônimas

ao Distrito. A SIN é composta por rochas holocristalinas, inequigranulares, médias a grossas,

xenomórfica, cor cinza, constituída por plagioclásio, quartzo, tendo hornblenda e biotita como

minerais máficos primários e microclina (rara). Os minerais de alteração se apresentam como

zoizita, sericita, calcita, epidoto e argilo-minerais. Quimicamente apresentam composição variando

de tonalito até monzogranito, subalcalinas de natureza cálcio-alcalina geradas em ambiente de arco

vulcânico em período pós-orogênico. Os processos metamórficos identificados nestas rochas

ocorrem intimamente associados à deformação F

3

Os dados isotópicos obtidos, (amostra RM-1)

pelo método Pb/Pb em zircão referem-se à idade média de 1421.2 +4.7 Ma (MSWD = 1.4)

considerada como mínima de cristalização para as rochas da SIN.

(14)

vii The area is localized in the Comodoro District (MT). The basement is constituted by metavolcanosedimentary rocks, paragneiss, paramphibolites and schists. Meeting under Complex

“Rio Galera” denomination, flagging in the central portion. This rocks presents complex

deformational pattern showing three penetrative foliations being the S

1

and S

2

coaxial, and the

strike 70-80ºW and medium to high dip. In this works, the rocks previously denominated Granite

Rio Piolho are approach with the assignment of Suite Intrusive Noroagro (SIN) homonymous of

District. The SIN is composed by holocrystalline, inequigranular, medium to coarse

grained,xenomorphic, gray color, with plagioclase, quartz, hornblende, biotite (primary mafic

minerals) and microcline (rare). The alteration minerals are: zoizite, sericite, calcite, epidote and

clay minerals. Chemically shows composition ranging from tonalite to monzogranite being the

parental magma classified as sub-alkaline and calc-alkaline type, generated in volcanic arc

environment at the post-orogenic time. The metamorphic process suffered by this rocks, occur in

straight association with the F

3

deformational pattern. The isotopic data obtained (sample RM-1) by

the Pb/Pb method refers to the medium age 1421.2 +4.7 Ma (MSWD = 1.4), considered as the

minimum age of crystalization of the SIN rock.

(15)

1 1. APRESENTAÇÃO DO TEMA

Terreno Alto Guaporé (1.4 a 1.3 Ga)

No setor ocidental da Província Rondônia-Juruena, Rizzotto et al. (2002) caracterizam a Faixa Alto Guaporé por meio de estudos geológicos e geocronológicos um evento tectono-magmático de abrangência regional balizado no intervalo de 1350 a 1320 Ma. Posteriormente, Rizzotto & Dehler (2007) denominaram esse evento de Faixa Alto Guaporé, o qualteria sido derivado de uma orogenia colisional, nesseintervalo de tempo e em condições metamórficas de alto grau, sendo que o mesmo possui correspondência temporal com a Orogenia San Ignácio, definida no oriente Boliviano por Litherland et al. (1986) e com as orogenias Rondoniana (Teixeira e Tassinari, 1984) e Candeias (Santos et al. 2002).

AFaixa Alto Guaporé se estende desde o setor central setentrional de Rondônia, prolongando-se para o sudeste até a porção sul - ocidental de Mato Grosso, estando em grande parte encoberta pelos litotipossedimentares cretácicos da Bacia dos Parecis e inconsolidados da Formação Guaporé.

Corresponde a uma zona estreita e alongada, e delineada por fortes anomalias magnéticas.

O sudoeste do Cráton Amazônico na divisa entre os Estados de Mato Grosso e Rondônia, nas

proximidades do município de Comodoro de acordo com o mapa de Localização figura 1, é

caracterizado por rochas pertencentes ao Complexo Rio Galera, de idade possivelmente

paleoproterozóica Suíte Intrusiva Noroagro, anteriormente denominada Granito Rio Piolho por

Rizzotto et.al. (2010), é tratada neste trabalho sob esta designação pelo entendimento de que essa

denominação expressa melhor sua área tipo de ocorrência. Apresenta idade U/Pb por laser ablation

de 1429± 23 Ma. (Rizzotto et.al., 2010) e Pb/Pb de 1421 ± 4.7 Ma (este trabalho) e Complexo

Máfico Ultramáfico Trincheira, intrusiva nas duas últimas e com idade Ar/Ar 1319± 10 Ma

(Rizzotto et al. 2010) parcialmente recobertos pela Formação Utiariti do Grupo Parecis.

(16)

2

Figura 1: Mapa de Localização da área de estudo.

2. OBJETIVOS

Objetivo Geral

O propósito deste trabalho é estabelecer as características petrogenéticas e geocronológicas

da Suíte Intrusiva Noroagro e as correlações deste corpo intrusivo com os eventos tectono-

magmático/metamórficos regionais associados

.

(17)

3 Objetivos Específicos

Cartografar geologicamente a Suíte Intrusiva Noroagro, tendo como resultado um mapa geológico na escala de 1:100.00, englobando áreas no entorno da Fazenda Maringá e parte do Assentamento Noroagro, nas proximidades da cidade de Comodoro-MT;

Caracterização petrográfica e faciologica das rochas da Suíte Intrusiva Noroagro;

Detalhamento petrogenético dos Granitos da Suíte Intrusiva Noroagro, com a obtenção de dados litogeoquímicos (elementos maiores, menores, traços e terra raras), buscando assim estabelecer a fonte e os eventos magmáticos associados;

Definir geocronologicamente (Pb/Pb) a idade de cristalização desses litotipos.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Os métodos empregados para a realização desta pesquisa podem ser comparados aos mesmos empregados em mapeamento sistemático e aqui foram divididos em 4 etapas principais, sendo elas em ordem seqüencial da seguinte maneira: Etapa Preliminar (de Preparação), Etapa de Aquisição de Dados ( campo e laboratório), Etapa de Tratamento e Sistematização dos Dados e Etapa de Redação da Dissertação.

3.1. Etapa de Preparação

Para a etapa de preparação foi efetuado levantamento bibliográfico de trabalhos realizados na

área pesquisada, TCCs, Relatórios de campo referentes às disciplinas envolvendo mapeamento

geológico (Geologia de Campo), artigos e teses. Adicionalmente, foi executada a interpretação de

imagens de satélite (Geocover, Nasa), visando o entendimento geológico regional das estruturas da

Faixa Alto Guaporé do Estado de Mato Grosso. O mapa base foi elaborado apartir das

interpretações de imagens de satélite, com o auxilio do software Arcgis versão 9.2, Corel Draw

(versão 16) e utilização de Excel para confecção de planilhas.

(18)

4 3.2. Etapa de Levantamento de Dados

Esta etapa corresponde às atividades desenvolvidas para obtenção dos dados de campo e laboratório (análises petrográficas, geoquímicas de rocha e geocronológicas Pb/Pb).

3.2.1. Campo

Foram efetuadas três etapas de campoem escala de 1:100.000 nos arredores do Distrito de Noroagro tendo sido cartografadas rochas pertencentes à Suíte Intrusiva Noroagro, suas encaixantes e ainda rochas da Suíte Intrusiva Trincheira que se encontram encaixadas nos litotipos da SIN. A primeira etapa ocorreu entre maio de 2010 e junho de 2011, onde buscou-se detalhar afloramentos- chave com coleta de amostras para análises petrográficas e químicas, totalizando um 150 (cento e cinquenta) pontos.

3.2.2. Etapa de Laboratório

As descrições petrográficas foram desenvolvidas, dando ênfase à mineralogia e textura e paragênese da Suíte Intrusiva Noroagro. As seções delgadas foram confeccionadas no laboratório de Laminação da UNESP, e o estudo sistemático efetuadocom auxilio de um microscópio petrográficoOlimpusBx 41. Para as fotomicrografias e captura de imagens das seções delgadas o equipamento utilizado foi uma câmera acoplada ao microscópio polarizador(Infinity1)comandada pelo software de mesma denominação, alem de Corel Draw, versão 16 como auxiliar para ajustes e confecção de pranchas.

Para a determinação modal de 18 amostras selecionadas como as mais representativas das rochas

graníticas estudadas, cuja analise foi realizada atrás de amostras cerradas e polidas, foram

previamente submetidas à coloração seletiva dos feldspatos, segundo metodologia discutida por

Hutchinson (1974), que pode ser sumarizada da seguinte forma:

(19)

5 1- Dissolver 18g de nitrito de sódio numa quantidade de água destilada até perfazer 50 ml;

2- Dissolver 5g de nitrato de cobalto em 5 ml de ácido acético, acrescentando água destilada até completar 50ml;

3- Juntar as soluções, agitando com bastão de vidro, para a obtenção de 100 ml de uma solução de Hexanitritocobalto de sódio;

4- Submeter a amostra aos vapores de ácido fluorídrico (40%) durante 30 segundos;

5- Emergir a amostra na solução de Hexanitritocobalto de sódio por igual tempo;

6- Lavar a amostra sob água corrente e deixar secar ao natural.

As análises modais foram contabilizadas através de um contador manual. O numero de pontos determinados por seção variou de 100 a 500, isso em função das texturas e granulação apresentada.

Os dados disponíveis encontram-se plotados no diagrama QAP (Figura 7) de Streckeisen (1976).

3.2.3. Química de Rocha Total

Para as análises geoquímicas foram selecionadas 18 amostras de rochas consideradas como as

mais representativas da Suíte Intrusiva Noroagro considerando sua distribuição na área de estudo,

bem como sua diversidade textural e composicional, em base à petrografia efetuada. Inicialmente,

as amostras foram serradas e britadas nos laboratórios de Laminação e Preparação de Amostras do

DRM-UFMT e, em seguida, ocorreu a separação individual de cerca de 10g de amostra, sendo todas

enviadas ao Acme AnalyticalLaboratories (Acmelab)- Vancouver/ Canadá para determinações

através dos métodos ICP (InductivelyCouple Plasma) e ICP-MS (InductivelyCouple Plasma Mass

Espectrometry) para elementos maiores e menores ((SiO

2

, TiO

2

, Al

2

O

3

, FeO

total

, MnO, MgO, CaO,

Na

2

O, K

2

O e P

2

O

5

) e traço(Rb, Sr, Cr, Ni, Zr, Y, Ce, Ba, Be, Nb, Cu,Lu, Dy, Gd, Er, Yb, Y, La,

Eu, Nd, Ce e Sm).

(20)

6 3.2.4. Geocronologia

A preparação de amostra foi realizada no laboratório de Preparação de amostras do DRM- UFMT. A datação Pb/Pb em zircão (evaporação) foram realizadas no Laboratório de Geologia Isotópica (Pará-Iso), da Universidade Federal do Pará. As análises foram feitas em um espectrômetro de massa Finnigan MAT 262. A rocha datada corresponde à amostra RM-01.

3.4. Etapa de Tratamento e Sistematização dos Dados

Esta fase consistiu na integração e interpretação dos dados obtidos: onde foi elaborado o mapa de Situação de Afloramentos e Geológico (Preliminar e Final) com auxilio dos softwares Arcgis versão 9.2 e Corel Draw, versão 16, juntamente com os dados de campo e dados anteriormente adquiridos na área pesquisada, foram possíveis gerar subsídios possibilitando o traçado de contatos litológicos.Para os resultados geoquímicos obtidos os mesmos foram tratados com o auxilio do software para processamento de dados litoquímicos tais como: Minpetfor Windows (versão 2.02, Richard 1995) e Newpet for DOS (versão 7.10, Clarke 1992). Os gráficos obtidos foram posteriormente tratados no software Corel Draw, versão 16.

3.5. Etapa de Elaboração da Dissertação

Com os dados obtidos, tratados e interpretados, foi possível confeccionar a presente dissertação e

elaboração de um artigo científico intitulado: “Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte

Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso- Rondônia, SW do Cráton Amazônico”, o qual foi

submetido à Revista de Geociências da Universidade Estadual Paulista/ UNESP, pré- requisitos

necessários para obtenção do título de mestre no programa de Pós-Graduação em Geociências da

Universidade Federal de Mato Grosso.

(21)

7 6. CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL

O Cráton Amazônico é a maior entidade geotectônica pré-cambriana da América do Sul, ocupa quase toda a região noroeste do Brasil e se prolonga para o interior da Bolívia, Guiana, Suriname, Venezuela, Colômbia e Paraguai. Seu limite oriental é definido pelos cinturões neoproterozóicos Paraguai (SE) e Araguaia (E); enquanto a N, S e W apresenta-se recoberto pelos sedimentos das Bacias Subandinas. A sinéclise do Amazonas, cuja calha central orienta-se segundo a direção E- W,promove uma subdivisão desse crátonem dois escudos; sendo a norte, o das Guianas, e a sul, o do Brasil Central.

A primeira síntese sobre a geologia do Craton Amazônico no Brasil foi elaborada por Almeida (1974), fazendo os primeiros esboços do então denominado Craton do Guaporé.

Posteriormente,Amaral (1974), através de levantamento de dados geológicos e geocronológicos (K- Ar e raros Rb-Sr), propõe a divisão do Cráton em províncias, baseado nos trabalhos de mapeamento geológico executado pela CPRM e RADAMBRASIL nos anos 70.

Duas linhas de pensamento contrastantes tentaram descrever o cenário evolutivo do Craton Amazônico. De um lado os autores alicerçados nos conceitos da escola geossinclinal apresentam um modelo baseado na recorrência de sucessivas reativações proterozóicas em uma extensa plataforma arqueana-paleoproterozóica; enquanto, outros pesquisadores, que empregam os fundamentos da Teoria da Tectônica Global ou de Placas, defendem um processo de evolução crustal baseado em sucessivas acresções de crosta juvenil em torno de um núcleo arqueano, distribuídas temporalmente até o limiar do Neoproterozóico, tendo este modelo sido aplicado tanto para o craton como um todo, como a setores restritos. Dentre as muitas contribuições a esse modelo, ressaltam-se as de: Teixeira et al. (1989), Tassinari (1996), Tassinari & Macambira (1999), Tassinari et al. (2000), Santos et al. (2000), Almeida et al. (2000).

Para o setor SW do Estado de Mato Grosso,Saes& Fragoso César (1996), Pinho &Pinho(1997),

Saes (1999), Matos &Schorscher (1997), Geraldes (2000), Leite &Saes (2002), Geraldes et al.

(22)

8 2001, Matos et al. 2004, Ruiz 2005, Bogeret al.2005, Santoset al. 2008 e Bettencourt et al (2010)prestaram significativa contribuição, surgindo também as primeiras tentativas de correlação global, como por exemplo, a justaposição da Amazônia e Laurentia, durante a amalgamação do Supercontinente Rodínia (Sadowski& Bettencourt 1996).

Várias modificações foram efetuadas por Santos (2003) em relação aos modelos anteriores, dentre elas destaca-se: a criação da Província Carajás desmembrando-a da Província Amazônia Central, redefinição da Província Tapajós- Parima (antiga Ventuari-Tapajós) com a alegação de que os terrenos da região de Ventuari (Venezuela) serem mais jovens e enquadrados na Província Rio Negro; desmembrando então a Província Rio Negro-Juruena em Província Rio Negro e Rondônia- Juruena e ampliação do limite da Província Sunsás em território brasileiro. Todavia, em muitas áreas ainda existem traçados de limites imprecisos ou duvidosos entre províncias, em função da escassez de dados estruturais e geocronológicos. O traçado retilínio entre os limites de províncias também é questionável, levando a crer que os terrenos acrescionários possuiam suas margens com limites retos, o que é bastante improvável.

Ruiz (2005) posiciona o Maciço Rio Apa como parte do Craton Amazônico com base nas

seguintes observações: o Grupo Cuiabá e as demais unidades litoestratigráficasque constituem o

Cinturão de Dobramentos Paraguai, exibem clara continuidade física desde a região de Nova

Xavantina (MT) tendo continuidade na região da Serra da Bodoquena e Aquidauana (MS) e

extendem-se até a parte oriental da República do Paraguai(Figura 2). Este autor ainda efetua uma

correlação litoestratigráfica entre as unidades que compõem a calha sedimentar Tucavaca na Bolívia

(Grupos Boqui, Tucavaca e Murciélago) e as unidades expostas na Faixa Paraguai no SW do Brasil

(Grupos Jacadigo e Alto Paraguai); enfatizando que o “Cinturão” Tucavaca exibe uma discreta

deformação compressiva, destacando-se apenas amplas ondulações e raros cavalgamentos, sua

disposição sub-ortogonal ao cinturão principal (Paraguai) e o registro de estruturas extensionais

paralelas ao eixo da calha sedimentar sugerem para este autor, que a Faixa Tucavaca representa um

(23)

9 braço abortado (junção Tríplice) da Faixa Paraguai. O Maciço Rio Apa, representaria dessa forma, uma margem passiva continental.

Figura 2: Compartimentação geocronológica e tectônica do Craton Amazônico, o Maciço Rio Apa como seu extremo meridional, extraído de Ruiz 2005.

(24)

10 A Província Rondoniana-San Ignácio, onde se insere a unidade estudada, é limitada a norte e leste pela Província Rio Negro-Juruena, a sul pela Província Sunsás e a oeste por sequências sedimentares fanerozóicas e é caracterizada por um fragmento formado por amalgamação de arcos magmáticos em colisão continental ao longo do limite com a Província Rio Negro-Juruena (Cordani

& Teixeira 2007). Segundo Bettencourt et al. (2010), a cratonização da Província Rondoniana-San Ignácio foi seguida por reativação tectônica, deformação, superimposição termal e magmatismo relacionados com eventos orogênicos, estes efeitos são observados em feições como zonas de cisalhamento, faixas milonitizadas, riftes, bacias sedimentares e intrusões pós-tectônicas e anorogênicas. Estes autores subdividiram essa província em Terreno Paraguá (1.82-1.32 Ga), Terreno Jauru (1.78-1.42 Ga), Terreno Rio Alegre (1.51-1.38 Ga) e o Terreno Alto Guaporé onde se insere a área pesquisada (Figura 3).

Após o desenvolvimento da Faixa Alto Guaporé na borda sul do Cráton Amazônico, um curto

período de quiescência tectônica se estabeleceu. Posteriormente, à retomada da atividade

tectônica,oCiclo de Wilson, iniciou-se com um processo de rompimento crustal intracontinental,

com geração de proto-oceano, o qual está representado pelo Terreno Nova Brasilândia, o qual

possui uma individualidade que o diferencia dos terrenos ou domínios adjacentes, dos quais é

separado por falhas ou zonas de cisalhamento de grande expressão.

(25)

11

Figura 3: (A) Mapa simplificado do SW do Cráton Amazônico mostrando os limites aproximados das principais províncias, principais orógenos, terrenos e elementos tectônicos das unidades litológicas. (B) As principais províncias

geocronológicas do Cráton Amazônico, extraído de Bettencout et. al (2010).

(26)

12 7. GEOLOGIA DA SUÍTE INTRUSIVA NOROAGRO

Com o mapeamento geológico realizado na área de estudo (imediações do Assentamento Noroagro, Distrito de Comodoro MT)foi possível estabelecer o reconhecimento de 5 (cinco) unidades estratigráficas, figura 4: Complexo Rio Galera, Suíte Intrusiva Noroagro, Complexo Máfico Ultramáfico Trincheira, Formação Utiaríti e Coberturas Sedimentares Aluvionares.

Os litotipos do embasamento apresentam-se polideformados, constituídos por Xistos,

Paragnaisses e Anfibolitos bandados pertencentes ao Complexo Rio Galera. Este embasamento é

cortado por uma intrusão magmática ácida a intermediária granitica de composição variando de

monzogranitos a tonalitos, anteriormente denominada Granito Rio Piolho (Rizzotto, et al. 2010),

reconhecida neste trabalho como Suíte Intrusiva Noroagro. É comum a presença de xenólitos de

paragnaisses e anfibolitos do embasamento. Os contatos entre as unidades vistos em campo se

mostram abruptos e subverticais, localmente cortados por diques máficos sin-plutônicos correlatos

ao Complexo Máfico Ultramáfico Trincheira. Esta mostram-se recoberta pela Formação Utiaríti

através de um contato discordante erosivo. A mais jovem unidade mapeada está representada pelas

Coberturas Sedimentares Aluvionares como resultado do retrabalhamento quaternário.

(27)

13

Figura 4: Coluna estratigráfica esquemática das unidades mapeadas.

7.1. Complexo Rio Galera

As rochas do Complexo Rio Galera constituem uma associação de paragnaisses, anfibolitos e xistos definidos por Ruiz (2005) na localidade de Nova Lacerda MT, deformados e metamorfizados na fácies Anfibolito alto a granulito, localizados na parte sul da área estudada. Na maioria dos afloramentos descritos em campo, sua exposição ocorre em forma de lajedos próximos á Drenagens.

Os paragnaisses variam de cinza a cinza escura, inequigranular de granulação fina, representado por bandamento gnáissico muito regular, bem definido entre as partes félsicas (quartzo, feldspato e plagioclásio), e máficas (biotita, muscovita, granada, sillimanita e anfibólio), de acordo com a figura 5.

Os anfibolitos apresentam granulação fina a muito fina de cor verde a cinza escura, sendo

holocristalina mesocrática com textura afanítica, equigranular maciçar representado na figura 6,

(28)

14 tendo como paragênese característica a hornblenda e o plagioclásio. Sua coloração é cinza escura e sua granulação é fina a muito fina.

Os xistos são de granulação média a fina (figura 7), afloram geralmente estagio avançado de intemperismo, compostos por muscovita, biotita, quartzo por vezes, sillimanita. Na maioria dos afloramentos descritos, estas rochas se apresentam em forma de morrotes suaves localizados em cortes de estrada. Localmente são expostos na forma de mega xenólitos em meio às rochas da Suíte Intrusiva Noroagro.

Figura 5: Foto de afloramento representando a forma de ocorrência dos paragnaisses dispostos na forma de lajedo com

bandamento composicional (S2) bem definido e uma foliação proeminente (A). Contato brusco entre as rochas pertencente ao embasamento metamórfico Rio Galera e rochas intrusivas da Suíte Intrusiva Noroagrofigura (B).

Figura 6: Anfibolito de coloração cinza escura, granulação fina, isenta de alteração.

(29)

15

Figura 7: Afloramento em corte de estrada, composto por muscovita-biotita-quartzo sillimanita xisto, de coloração marrom avermelhado, representado em forma de xenólitos em meio às rochas da Suíte Intrusiva Noroagro.

.

(30)

16 7.2. Suíte Intrusiva Noroagro

A Suíte Intrusiva Noroagro é representada por uma grande distribuição espacial, cerca de 200 km

2

aflorante na porção norte e sul da área e serve como substrato para a deposição da Formação Utiaríti (Grupo Parecis). O contato entre essas unidades é por discordância erosiva. As rochas graníticas estão intrudidas em meio a xistos, paragnaisses e anfibolitos do embasamento, correspondente ao Complexo Rio Galera.

Os granitóides afloram, na área pesquisada, em forma de blocos e às vezes de morrotes suaves.

São cortados localmente por diques máficos e xenólitos de xistos e gnaisses. Os litotipos que constituem esta intrusão são compostos por uma variação faciológica representada desde monzogranitos até tonalitos. São leuco a mesocráticos de granulação média a grossa, porfiríticos e raramente equigranulares, holocristalinas de cor cinza á cinza escura e apresentam cristais de K- feldspato e raramente de plagioclásio como fenocristais. Ocorrem ainda cristais subarredondados de quartzo, e grãos tabulares de plagioclásio, hornblenda e biotita.

Em análise microscópica os granitóides estão representados por cristais anédricos de quartzo

apresentando extinção ondulante, cristais euédricos tabulares de oligoclásio, além de micas (biotita

e muscovita). Os minerais acessórios formam grãos prismáticos euédricos de titanita, rutilo e

allanita. Localmente se observa plagioclásio apresentando um intenso processo de micro-

fraturamento, ocasionado durante uma terceira deformação dúctil Sn+

2

da Suíte Intrusiva Noroagro,

e também intensos processos de saussuritização.

(31)

17 7.3. Diques Máficos

Esta unidade é constituída por rochas básicas de granulação fina a muita fina, composta de anfibolitos a metagabros de cor verde escura a cinza, localizados na porção sudoeste da área pesquisada. Sua forma de ocorrência se dá por corpos estreitos a alongados intrusivos em rochas metamórficas do embasamento e em rochas da Suíte Intrusiva Noroagro. Apresentam espessura media de 5 metros, com direção predominante W-E, (figura 8).

Figura 8: Forma de ocorrência dos Diques Máficos, apresentando uma geometria tabular alongada com direções W-E subparalelas a foliação regional.

(32)

18 7.4. Formação Utiariti

A Formação Utiariti é composta primordialmente por quartzo-arenito vermelho com alto grau de silicificação e diagênese, granulometria fina média, estrutura maciça e/ou estratificação cruzada acanalada de pequeno porte. Na área ocorre na porção nordeste na forma de pacotes subhorizontais e, muitas vezes, repousando diretamente sobre as rochas cristalinas do embasamento, como representado nas (figuras 9 e 10).

Figura 9: Forma de ocorrência dos arenitos da Formação Utiariti, em forma de platôs elevados.

(33)

19

Figura 10: Foto representando em detalhe estratificação cruzada acanalada de pequeno porte.

(34)

20

“Petrografia, Geoquímica e Geocronologia da Suíte Intrusiva Noroagro, Divisa Mato Grosso – Rondônia, SW do Cráton Amazônico”.

Rone Marcos A. dos Santos

1, 4,5 (ronegeo@hotmail.com)

João Batista de Matos

1,2,4,5 (jmatos@cpd.ufmt.br)

Amarildo Salina Ruiz

1,3,4,5(asruiz@gmail.com)

(1)-Programa de Pós-Graduação em Geociências, Instituto de Ciências Exatas e da Terra – (ICET), Universidade Federal de Mato Grosso – (UFMT) - Avenida Fernando Corrêa, s/n Bairro Coxipó.

CEP 78060-900. Cuiabá, MT, Brasil.

(2)- Departamento de Recursos Minerais, ICET, UFMT.

(3)- Departamento de Geologia Geral, ICET, UFMT.

(4)- Grupo de Pesquisa em Evolução Crustal e Tectônica- Guaporé

(5)- Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Geociências da Amazônia-GEOCIAM.

RESUMO

A área de estudo localiza-se no Distrito de Noroagro, Comodoro (MT). Cujo embasamento é constituído por rochas metavulcanossedimentares representadas por paragnaisses, paranfibolitos e xisto, reunidos sob a designação “Complexo Rio Galera”, que aflora na parte central da área.

Apresenta um complexo padrão deformacional exibindo três foliações penetrativas, sendo S1 e S2 coaxiais, com atitude 70-80W e médio a alto ângulo de mergulho. Neste trabalho, as rochas anteriormente denominadas Granito Rio Piolho, são abordadas como Suíte Intrusiva Noroagro (SIN) homônimas ao Distrito. A SIN é composta por rochas holocristalinas, inequigranulares, médias a grossas, xenomórfica, cor cinza, constituída por plagioclásio, quartzo, tendo hornblenda e biotita como minerais máficos primários e microclina (rara). Os minerais de alteração se apresentam como zoizita, sericita, calcita, epidoto e argilo-minerais. Quimicamente, apresentam composição variando de tonalito até monzogranito, subalcalinas de natureza cálcio-alcalina geradas em ambiente de arco vulcânico em período pós-orogênico. Os processos metamórficos identificados nestas rochas ocorrem intimamente associados à deformação F

3

Os dados isotópicos obtidos (amostra RM-1) pelo método Pb/Pb em zircão referem-se à idade média de 1421.2 +4.7 Ma (MSWD = 1.4) considerada como mínima de cristalização para as rochas da SIN.

Palavras-chaves: Cráton Amazônico, Faixa Alto Guaporé, Suíte Intrusiva Noroagro.

(35)

21 ABSTRACT R.M.A. Santos, J.B. Matos, A.S. Ruiz –Petrography, GeochemistryandtheGeochronology Noroagro Intrusive Suíte, Mato Grosso division Rondônia, SW Amazonian Cráton. The area is localized in the Comodoro District (MT). The basement is constituted by metavolcanosedimentary rocks, paragneiss, paramphibolites and schists. Meeting under Complex Rio Galera denomination, flagging in the central portion. This rocks presents complex deformational pattern showing three penetrative foliations being the S

1

and S

2

coaxial, and the strike 70-80ºW and medium to high dip. In this works, the rocks previously denominated Granite Rio Piolho are approach with the assignment of Suite Intrusive Noroagro (SIN) homonymous of District. The SIN is composed by holocrystalline, inequigranular, medium to coarse grained,xenomorphic, gray color, with plagioclase, quartz, hornblende, biotite (primary mafic minerals) and microcline (rare). The alteration minerals are: zoizite, sericite, calcite, epidote and clay minerals. Chemically shows composition ranging from tonalite to monzogranite being the parental magma classified as sub-alkaline and calc-alkaline type, generated in volcanic arc environment at the post-orogenic time. The metamorphic process suffered by this rocks, occur in straight association with the F

3

deformational pattern. The isotopic data obtained (sample RM-1) by the Pb/Pb method refers to the medium age 1421.2 +4.7 Ma (MSWD = 1.4), considered as the minimum age of crystalization of the SIN rocks.

Keywords: Amazonian Craton, Alto Guaporé Belt, Noroagro Intrusive Suite.

(36)

22 INTRODUÇÃO

O sudoeste do Cráton Amazônico na divisa entre os estados de Mato Grosso e Rondônia, proximidades do município de Comodoro, é caracterizado por rochas pertencente ao Complexo Rio Galera, Complexo Máfico Ultramáfico Trincheira e Suíte Intrusiva Noroagro (SIN), parcialmente recobertos pela Formação Utiariti do Grupo Parecis. Segundo Santos et.al. (2010) a SIN, anteriormente denominada Granito Rio Piolho por Rizzotto et.al. (2010) apresentou idade U/Pb, por laser ablation de 1429± 23 Ma.

Essas rochas cortam discordantemente os Complexos Rio Galera e Colorado. O propósito deste trabalho é estabelecer as características petrográficas, geoquímicas e geocronológicas deste corpo intrusivo com os eventos magmáticos regionais associados.

ASIN ocorre como matacões subarrendondos a alongados, onde predominam monzogranitos a tonalitos leucocráticos a mesocráticos de granulação média, porfiríticos e raramente equigranulares, apresentando, localmente, fenocristais euédricos de feldspato potássico.

CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL

O Cráton Amazônico é a maior entidade geotectônica pré-cambriana da América do Sul, ocupa quase toda a região noroeste do Brasil e se prolonga para o interior da Bolívia, Guiana, Suriname, Venezuela, Colômbia e Paraguai. Seu limite oriental é definido pelos cinturões neoproterozóicos Paraguai (SE) e Araguaia (E); enquanto a N, S e W apresenta-se recoberto pelos sedimentos das Bacias Subandinas. A sinéclise do Amazonas, cuja calha central orienta-se segundo a direção E-W, o subdivide em dois escudos; a norte, o das Guianas, e a sul, o Brasil Central.

Os modelos geotectônicos propostos para a evolução do Cráton Amazônico seguem duas linhas

de abordagem bastante distintas. Uma delas está baseada no modelo das províncias geocronológicas

– geotectônicas, mobilístico, e propõe uma evolução através da aglutinação de cinturões orogênicos,

(37)

23 desde o Paleoproterozóico até o Neoproterozóico, em torno de núcleos arqueanos (Cordani et al.

1979; Tassinari, 1981; Teixeira et al., 1989; Tassinari et al., 1996; Tassinari, 1996; Sato &

Tassinari, 1997).

Cordani et al. (1979) descrevem um núcleo proto- cratônico (Província Amazônia Central), circundado por cinturões móveis paleo a neoproterozóicos responsáveis por eventos de acresção de associações de rochas crustais juvenis ou retrabalhadas (Províncias Maroni- Itacaíunas, Rio Negro –Juruena e Rondoniana San Ignácio).

Tassinari (1996), Tassinari &Macambira (1999 e 2004), definem o Cráton Amazônico como o resultado da acresção continental, a partir de um proto-cráton arqueano (Província Amazônia Central – 2.5 Ga), composto por microcontinentes amalgamados em orogenias colisionais, associado a outras cinco províncias geocronológicas denominadas de Maroni-Itacaiúnas (2.2-1.95 Ga), Ventuari-Tapajós (1.95-1.8 Ga), Rio Negro-Juruena (1.8-1.55 Ga), Rondoniana-San Ignacio (1.55-1.3 Ga) e Sunsás (1.3-1.0 Ga). As províncias Ventuari-Tapajós e Rio Negro-Juruena são compostas por material derivado do manto evoluído em uma sucessão de arcos magmáticos, enquanto as outras apresentam retrabalhamento associado a processos colisionais. Ruiz (2005) e Cordani et al. (no prelo) acrescentam o Bloco Rio Apa ao Cráton Amazônico, estendendo sua área de ocorrência até o extremo sul da Faixa Móvel Paraguai (Fig.1). Neste trabalho, dá-se preferência aos estudos desenvolvidos por Tassinari & Macambira (1999 e 2004), Ruiz (2005) e Cordani et.al.

(2010).

(38)

24

Figura 1: Compartimentação geocronológica e tectônica do Craton Amazônico, o Maciço Rio Apa como seu extremo meridional, extraído de Ruiz 2005.

A Província Rondoniana-San Ignácio, onde se insere a unidade estudada, é limitada a norte e

leste pela Província Rio Negro-Juruena, a sul pela Província Sunsás e a oeste por seqüências

sedimentares fanerozóicas e é caracterizada por um fragmento formado por amalgamação de arcos

magmáticos em colisão continental ao longo do limite com a Província Rio Negro-Juruena

(Cordani & Teixeira 2007). Segundo Bettencourt et al. (2010) a cratonização da Província

Rondoniana-San Ignácio foi seguida por reativação tectônica, deformação, superimposição termal e

magmatismo relacionados com eventos orogênicos, estes efeitos são observados em feições como

(39)

25 zonas de cisalhamento, faixas milonitizadas, riftes, bacias sedimentares e intrusões pós-tectônicas e anorogênicas. Estes autores subdividiram essa província em Terreno Paraguá (1.82-1.32 Ga), Terreno Jauru (1.78-1.42 Ga), Terreno Rio Alegre (1.51-1.38 Ga) e o Terreno Alto Guaporé onde se insere a área pesquisada (Figura. 2).

Figura 2. Compartimentação em Domínios Tectônicos para o SW do Cráton Amazônico, onde abrange o SW de Mato Grosso e Bolívia e em destaque a área objeto de estudo, extraído de Ruiz (2009).

TERRENO ALTO GUAPORÉ (1.4 A 1.3 GA)

A Faixa Alto Guaporé foi instalada durante a evolução do Orógeno Rondoniano (1.42 – 1.32

Ga). No setor ocidental da Província Rondônia-Juruena, Rizzotto et al. (2002) a caracterizam por

meio de estudos geológicos e geocronológicos e, descrevem um evento tectono-magmático de

abrangência regional balizado no intervalo de 1350 a 1320 Ma. Posteriormente, Rizzotto & Dehler

(2007) denominaram esse evento de Faixa Alto Guaporé, o qual foi derivado de uma orogenia

(40)

26 colisional, em um intervalo de tempo e em condições metamórficas de alto grau, sendo que o mesmo possui correspondência temporal com a Orogenia San Ignácio, definida no oriente Boliviano por Litherland et al. (1986) e com as orogenias Rondoniana (Teixeira e Tassinari, 1984) e Candeias (Santos et al. 2000), embora a conotação tectônica entre estes eventos seja bastante distinta.

A Faixa Alto Guaporé se estende desde o setor central setentrional de Rondônia, prolongando-se

para o sudeste até a porção sul - ocidental de Mato Grosso, estando em grande parte recoberta por

rochas sedimentares das Bacias dos Parecis e sedimentos inconsolidados da Formação Guaporé,

correspondendo a uma zona estreita e alongada, delineada por fortes anomalias magnéticas.

(41)

27

Figura 3. Mapa Geológico da Suíte Intrusiva Noroagro- SW do Cráton Amazônico.

(42)

28 GEOLOGIA E PETROGRAFIA

A Suíte Intrusiva Noroagro tem uma grande distribuição espacial em torno de 200 km², estendendo-se de Norte- Sul da área pesquisada e está intrudida em xistos e paragnaisses polideformados, pertencentes ao Complexo Rio Galera. Distribuem-se como blocos e ás vezes aflorando como morrotes suaves. Localmente são cortados por diques sin-plutônicos e xenólitos de rochas máficas e/ou rochas calcissilicatadas. (figuras 4 e 5).

Os litotipos que constituem esta intrusão apresentam variação composicional variando de tonalito a monzogranito.São meso a leucocráticos, de granulação média a grossa, localmente porfiriticos,apresentando por vezes, fenocristais de k-feldspato e raros grãos tabulares deplagioclásio, quartzo subarredondado, hornblenda e biotita.

Figura 4. Foto (A) RM 01 forma de ocorrência dos afloramentos em forma de blocos, (B) Afloramento RM 02 foto de detalhe com presença de xenólitos de rocha metabasica.

Figura 5. Foto (A) afloramento em forma de blocos com foliação proeminente, (B) foto de detalhe de rocha tonalítica cortada por diques sin-plutônicos com foliação coincidente com a da rocha encaixante.

(43)

29 Em análise de lâmina delgada (Fig. 6), os granitóides estão representados por rochas holocristalinas, inequigranulares, textura lepdoblastica com variações à granoblastica, formada pela orientação dos minerais de quartzo, plagioclásio e micas. Quando alterada, evidencia a atuação de processos de sericitização,e argilização menos intensa nos feldspatos, com cloritização dos cristais de biotita. Essas rochas são constituídas pela seguinte paragenese primaria: plagioclásio, quartzo, feldspato alcalino, biotita e muscovita, tendo como acessórios apatita, zircão e opacos e como minerais de alteração sericita, argilo-minerais, calcita e clorita.

O plagioclásio apresenta-se em grãos euédricos a subédricos tabulares com textura mirmequítica, levemente orientados segundo a fase de deformação F

1

. Exibe geminação polissintetica albita, periclina, por vezes combinadas albita + carlsbad e periclina + carlsbad, zonação encontra-se frequentemente identificada nesses cristais, o que indica resfriamento rápido.

O quartzo, apresenta-se em grãos anédricos e extinção ondulante, deformação intra-cristalina, num processo de recristalização estática indicando baixas temperaturas de metamorfismo.

Os Feldspatos alcalinos são subedrico sepor vezes apresentam geminação em grade e inclusões granulares e aciculares de quartzo e apatita respectivamente, observa-se textura gráfica e sericitização incipiente, com zonação normal.

A biotita apresenta-se como mineral máfico predominante ocorrendo em palhetas intersticiais.

Comumente mostra-se parcial a totalmente cloritizada definindo um processo de

retrometamorfismo. Como minerais acessórios ocorrem cristais aciculares de apatita e zircão

associados aos maficos.

(44)

30

Figura 6.Fotomicrografia: Legenda; (A e B) Pl- plagioclásio com evidencias de microfraturas, devido a processos de

deformação ruptil polarizadores descruzados, (C e D) Bt- biotita forma tabular e Aln- cristais euhédricos de alanita; (E) Gr- granada subédrica e Bt- palhetas de biotita, polarizadores descruzados; (F) grãos anédricos de quartzo com extinção

ondulante polarizadores cruzados; (G) plagioclásio saussuritizado + quartzo (Qz) com intensa zonação; (H) cristais euhédricos de plagioclásio e anédricos de quartzo, representam uma textura granoblástica, polarizadores cruzados.

(45)

31 A composição modal das rochas da SIN encontra-se ilustrado no diagrama QAP (Figura 7) e indicam concentração de amostragem variando do campo dos monzogranitos até tonalitos, evidenciando um trend de empobrecimento em plagioclásio com a evolução magmática.

Figura 7. Diagrama modal QAP.Para as rochas da Suíte Intrusiva Noroagro

CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL E DEFORMAÇÃO

Na área estudada foram identificadas pelo menos três fases de deformação, F

1,

F

2

e F

3

,que afetaram as rochas da Suíte Intrusiva Noroagro e suas encaixantes.

A fase de deformação F

1,

de caráter dúctil, é representada pelo desenvolvimento de um

bandamento composicional (S

1

) nos gnaisses do Complexo Rio Galera, o qual exibe intenso e

complexo padrão de dobramento. A orientação preferencial do bandamento S

1

varia entre N80º-

60ºW com mergulhos elevados a médios, ora para NE ora para SW. Os efeitos tectono-

metamórficos desta fase de deformação não afeta a Suíte Intrusiva Noroagro, indicativos de uma

(46)

32 deformação/metamorfismo de idade paleoproterozóica.

As paragêneses geradas incluem minerais como biotita + sillimanita + granada, sugestivos de fácies anfibolito alto a granulito.

A fase de deformação F

2

é responsável pela formação de dobras D

2

variando desde dobras cerradas a fechadas desenhadas pelo bandamento composicional (S

1

) e, na Suíte Noroagro, pelo desenvolvimento de destacada foliação penetrativa, do tipo xistosidade (S

2

), que se orienta segundo a direção N80º-60ºW com mergulhos íngremes, entre 70º e 90º, tanto para NE como para SW. O metamorfismo associado a esta deformação é inferido, neste trabalho, como representativo de fácies xisto verde.

A fase F

3

é caracterizada pelo redobramento suave das foliações S

1

eS

2

e, localmente, pelo desenvolvimento de faixas de transposição/cisalhamento segundo a direção N-S. As dobras D

3

são simétricas, com plano axial e eixo subverticais a foliação S

3

é caracterizada por uma clivagem de crenulação e, mais raramente, uma xistosidade, representativa de um metamorfismo de fácies xisto verde baixo, provavelmente da zona da clorita, em função das paragêneses apresentadas: clorita + sericita/muscovita + epidoto.

A Figura 8 ilustra a relação entre as estruturas tectônicas identificadas nas encaixantes, Complexo Rio Galera e a Suíte Intrusiva Noroagro.

Figura 8. Modelo esquemático representando feições de campo da Suíte Intrusiva Noroagro, foto em detalhe apresentando Granodiorito injetado segundo o plano axial das dobras do embasamento.

(47)

33 GEOQUÍMICA

Para as análises químicas foram selecionadas dezoito amostras de rochas mais representativas da Suíte Intrusiva Noroagro considerando sua distribuição na área de estudo, bem como sua diversidade textural e composicional, tendo sido efetuadas noAcme Analytical Laboratories (Acmelab)-Vancouver/Canadá para determinações através dos métodos ICP (InductivelyCouple Plasma) e ICP-MS (InductivelyCouple Plasma Mass Espectrometry) de elementos maiores, menores e traços, sendo os resultados apresentados nas tabelas 1 e 2.

As rochas da Suíte Intrusiva Noroagro, apresentam valores de SiO

2

entre 61,18 e 73,07 % e caracterizam uma seqüência ácida pouco expandida que, no entanto, refletem tendências de variações coerentes, indicando uma evolução contínua marcada possivelmente por cristalização fracionada.Os diagramas Harker (Figura 9) mostram tendências de variação com correlações lineares negativas entre sílica e(Fe

2

O

3

)

t,

TiO

2,

MgO, Na

2

O e CaO, que refletem o empobrecimento em plagioclásio e em minerais máficos primários, tais como hornblenda, biotita, ilmenita-magnetita, titanita e apatita, e correlação positiva com o K

2

O,durante a evolução magmática. O Na

2

O em processo normal de diferenciação tende a mostrar correlação positiva com esse índice, aqui apresenta correlação negativa denunciando provavelmente mobilização de sódio durante a atuação de processos sub-solidus.Entre os elementos traço (Figura. 10), correlações negativas são observadas para Sr, Ga e Nb que,provavelmente,relacionam-se ao empobrecimento em minerais máficos primários (biotita e hornblenda), plagioclásio, bem como, pelo fracionamento de zircão.

No diagrama TAS (Le Maitre 1989), as rochas da Suíte Intrusiva Noroagro as rochas da SIN

plotam-se no campo dos dacitos e riodacitos, coincide com os campos plotados no diagrama R

1

4Si-

11(Na+K)-2(Fe+Ti) X R

2

6Ca +2Mg +Al (La Roche 1980). De forma semelhante, as amostras

tratadas no diagrama proposto por Winchester & Floyd (1977) inserem-se no campo dos dacitos-

riodacitos,que utiliza, além de SiO

2

, elementos considerados menos móveis nos processos pós-

magmáticos, tais como as razões Zr/TiO

2

e Nb/Y.

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