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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA CURSO DE AGRONOMIA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA

CURSO DE AGRONOMIA

FRANCISCO LUAN ALMEIDA BARBOSA

A EUTROFIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO CEARÁ

FORTALEZA

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FRANCISCO LUAN ALMEIDA BARBOSA

A EUTROFIZAÇÃO DOS RECURSOS HIDRICOS NO ESTADO DO CEARÁ

Monografia apresentada ao Departamento de Economia Agrícola do Curso de Agronomia da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do titulo de Engenheiro Agrônomo.

Orientadora: Professora Dra. Patrícia Verônica Pinheiro Sales Lima

FORTALEZA

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará

Biblioteca Universitária

Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo (a) autor (a)

B197e Barbosa, Francisco Luan Almeida.

A Eutrofização dos Recursos Hídricos no Estado do Ceará / Francisco Luan Almeida Barbosa. – 2017. 49 f. : il. color.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias, Curso de Agronomia, Fortaleza, 2017.

Orientação: Prof. Dr. Patrícia Verônica Pinheiro Sales Lima. 1. Eutrofização. 2. Recursos Hídricos. 3. Ceará. I. Título.

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FRANCISCO LUAN ALMEIDA BARBOSA

A EUTROFIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO CEARÁ

Monografia apresentada ao Departamento de Economia Agrícola do Curso de Agronomia da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do titulo de Engenheiro Agrônomo.

Orientadora: Professora Dra. Patrícia Verônica Pinheiro Sales Lima

Aprovada em 08/12/2017

Banca Examinadora

D.Sc Patrícia Verônica Pinheiro Sales Lima (Orientadora) Universidade Federal do Ceará (UFC)

Eng. Agrônoma Cecília Barreto Rodrigues (Avaliadora) Universidade Federal do Ceará

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AGRADECIMENTOS

A Deus e a Jesus Cristo por ser a luz que ilumina os meus caminhos.

Aos meus pais Jose Luciano Barbosa e Elani Maria Almeida Barbosa e a minha irmã Livia Maria Almeida Barbosa pelo apoio incondicional durante toda a minha vida.

Ao meu padrinho Jose Luciano Graziano pelos seus conselhos.

Ao meu tio Elenilson dos Santos Almeida por sua amizade e companheirismo.

Ao restante da minha família que sempre torceram por mim.

À professora Patrícia Verônica Pinheiro Sales Lima pela sua orientação neste TCC, e principalmente por sua amizade e voto de confiança.

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RESUMO

O Estado do Ceará apresenta um avanço significativo no processo de eutrofização nos mananciais, mas o debate sobre os impactos e as ações para conter o fenômeno ainda está incipiente. O objetivo geral desta pesquisa é realizar um diagnostico das condições dos recursos hídricos do Estado do Ceará quanto à eutrofização. Para tanto, foram identificadas as áreas vulneráveis as principais causas e impactos. Além disso, buscou-se analisar a atuação das instituições governamentais responsáveis pela gestão do problema. Como métodos de pesquisa foram adotados a pesquisa bibliográfica, documental e a de campo. Os principais resultados mostraram que a eutrofização encontra-se presente nos reservatórios de todas as regiões do Ceará e que a maioria destes já se apresenta no estado eutrófico ou hipereutrófico. As causas primordiais do problema são a criação extensiva de animais e a falta de saneamento básico. As consequências são de natureza econômica, social e ambiental. Apesar da abrangência espacial e de ameaçar o abastecimento humano e animal observou-se que as iniciativas governamentais para conter o problema encontram-se desarticuladas e envolvem poucas instituições. A maioria das ações implementadas são de natureza estruturante, sendo mais comum a fiscalização e a orientação de uso dos mananciais aos produtores rurais.

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ABSTRACT

The State of Ceara presents a significant advance in the process of eutrophication in the springs, however the discussion on the impact an government actions to combact the phenomenon are still at early stages. The objective of the study was to make a diagnosis of the conditions of the water resources of the State of Ceara regarding eutrophication. For this purpose the vulnerable areas, the main causes and impacts from eutrophication had been identified. In addition, the intention was to analyze the performance of government institutions responsible for managing the problem. As research methods were used bibliographical, documentary and field research. The main results showed that eutrophication is present in the reservoirs of all regions of Ceara and that most of these are already present in the eutrophic or hipereutrophic state. The main causes of the problem are extensive livestock breeding and lack of basic sanitation. The consequences are economic, social and environmental. Despite the spatial scope that threatening human and animal supplies, it was noted that government initiatives to contain the problem are disjointed and involve few institutions. Most of the implemented actions are of a structuring nature, being more common the supervision and the orientation of use of the sources to the rural producers.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Fatores que aceleram a eutrofização em açudes.--- 18

Figura 2 - Os Principais problemas ambientais nos mananciais.--- 23

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Classificação do estado trófico para reservatórios desenvolvidos pela CETESB.-17

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Representação dos Estados Tróficos dos mananciais. --- 15

Quadro 2 - Sistematização dos Impactos da Eutrofização nos mananciais localizados no Estado do Ceará. --- 31

Quadro 3 - Sistematização dos impactos da Eutrofização, de acordo com técnicos especialistas no tema. --- 32

(11)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 12

2 ASPECTOS TEÓRICOS DA EUTROFIZAÇÃO ... 14

2.1 Conceito e tipos de eutrofização ... 14

2.2 Classificação dos níveis de Eutrofização ... 15

2.3 Causas da Eutrofização ... 17

2.4 As consequências da eutrofização ... 20

2.5 O combate à Eutrofização ... 23

3 METODOLOGIA ... 26

3.1 Área de Estudo e Fonte dos Dados ... 26

3.2.Descrição do tipo de pesquisa ... 27

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 28

4.1 Identificação das áreas com maiores Índices de Eutrofização no Estado do Ceará ... 28

4.2 Impactos sociais, econômicos e ambientais da Eutrofização no Estado do Ceará ... 30

4.3 Sistematização das ações que estão sendo implementadas para o combate da Eutrofização no Ceará. ... 33

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 35

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 36

(12)

1 INTRODUÇÃO

No Estado do Ceará, os recursos hídricos estão se tornando cada vez mais escassos e prevalece a ocorrência de períodos de estiagens, caracterizados pela ocorrência irregular das precipitações pluviométricas. Como consequência a população convive com o risco de escassez de água. Como agravantes dos problemas climáticos a região apresenta problemas de elevada taxa de evapotranspiração e a expansão de mananciais em processo de eutrofização.

Os problemas relacionados à vulnerabilidade hídrica no Estado levaram a uma série de medidas, por parte do poder público, voltadas para o aumento da oferta de água. É o caso das barragens, açudes e cisternas. Enquanto a preocupação dos tomadores voltava-se para a construção de obras hidráulicas, outro problema foi se expandindo nos reservatórios hídricos; a eutrofização dos mananciais (CAMPOS, 2015).

A eutrofização já abrange quase todos os açudes do Ceará. De acordo com o levantamento realizado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME,) mostrou que cerca de 75% dos 132 reservatórios localizados no Estado do Ceara monitorados por ela, os quais possuem volumes variando aproximadamente entre 1,0 a 6.700 hm³, já apresentavam estado eutrofico ou hipereutrofico. Nesse estudo, foi constatado que há predominância de açudes eutrofizados e hipereutrofizados.

Ainda no Ceara, podem ser citados alguns exemplos de mananciais afetados pela eutrofização: I) O Açude Orós, localizado na região centro sul. Estudos mostram que a causa da eutrofização nesse manancial foram os altos teores de fósforo presente na água, e também a elevação da temperatura na água (BATISTA et al, 2014);II) A Bacia Hidrográfica do Curu, com destaque para as localidades de General Sampaio e Caxitoré, na condição de supereutrofização(DAMASCENO e MENDES, 2015).

(13)

Apesar de a eutrofização ser um fenômeno recorrente nos mananciais cearenses, constata-se pouca literatura acadêmica sobre o tema. Sendo que a maioria desta literatura se fundamenta em experimentos realizados em reservatórios de climas temperados. Desta forma, as características peculiares de mananciais tropicais podem estar mal representadas e até não terem sido consideradas. Acrescenta-se a isto as diferenças regionais no Brasil, localizado em uma zona tropical como, por exemplo, entre as regiões sul e nordeste. Sendo assim, com uma maior compreensão e sistematização das informações sobre o problema da Eutrofização e de seus impactos, as autoridades que compõe o poder público poderão ter uma tomada de decisão mais adequada no que se refere a ações para conter esse problema.

Este quadro tem suscitado interesse sobre as seguintes questões relativas trazidas a lume: Como os tomadores de decisão estão se organizando? Quais os agentes envolvidos? Quais as intervenções, parcerias e as principais dificuldades quanto à eutrofização? Como a população participa desse processo? Quais as áreas prioritárias? Quais as causas da eutrofização? Quais os avanços observados? Sob essa perspectiva esta pesquisa assume como hipótese que:

O Estado do Ceará apresenta um avanço significativo no processo de eutrofização nos mananciais sendo que nestes ainda não estão sendo executadas medidas efetivas para a redução desse problema.

Diante do exposto o presente estudo buscou realizar um diagnóstico das condições dos recursos hídricos do Estado do Ceará quanto à eutrofização. Especificamente pretende-se: a) identificar as áreas com maiores índices de eutrofização no Ceará;

b) verificar quais os impactos sociais, econômicos e ambientais da eutrofização e

(14)

2 ASPECTOS TEÓRICOS DA EUTROFIZAÇÃO

2.1 Conceito e tipos de eutrofização

A palavra eutrofização é de origem grega, cujo seu significado é “bem nutrido”. A respeito do seu significado abaixo é apresentada a seguinte definição:

A Eutrofização é a superfertilização de corpos d’água, tendo como consequência um

crescimento excessivo das plantas aquáticas tanto planctônicas quanto aderidas, a níveis tais que sejam considerados como causadores de interferências nos usos

desejáveis do corpo d’água. (Franz, Cunha, Gobbi; 2007 p.2).

Ainda é possível caracterizar a eutrofização como a modificação de um nível de estado trófico para outro superior de lagos e reservatórios, o que tem ocorrido de maneira rápida nas últimas décadas e em nível global, vindo a ser uma ameaça ambiental no que se refere à qualidade das águas superficiais.

Muitos países, com destaque para os Estados Unidos e Inglaterra, vêm estudando esse processo de forma mais detalhada com a finalidade de identificar possíveis vulnerabilidades das bacias onde se encontram reservatórios ou lagos com índices de trofia elevados e, assim, criar planos e modelos de gestão sustentável desses corpos

d’água. (Bennion; 2005, p.259)

Os primeiros relatórios de degradação trófica de lagos foram escritos no final do século XIX referente aos lagos alpinos. Nyenje et al. (2010) relataram que 54% dos lagos e reservatórios na Ásia estão eutrofizados, na Europa esse índice é de 53%, na América do Norte 48%, na América do Sul 41% e na África 28%. No Brasil, os primeiros registros da Eutrofização nos mananciais, referem-se ao lago Paranoá (Brasília) e a lagoa Rodrigo de Freitas (Rio de Janeiro).

O fenômeno da eutrofização pode ser de causa natural ou artificial. A eutrofização de origem natural é um processo lento e contínuo que ocorre por meio do acúmulo de nutrientes carregados pelas chuvas e pelas águas superficiais que desgastam e lavam a superfície

terrestre. Segundo Fonseca (2010, p.5): “A eutrofização natural tende a ser benéfica,

aumentando a produtividade primária e tornando o sistema ideal para a presença dos consumidores (zooplâncton, moluscos, crustáceos e peixes).

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taxa de evaporação, ou que não haja renovação de forma constante da água, resultando no aumento da concentração de nutrientes. Segundo Macedo e Tavares (2010): em condição natural, sem que haja interferência das atividades humanas, lagos profundos e com baixa produtividade biológica sofrem processos de transformação, tornando-se rasos, com alta produtividade biológica e enriquecidos por nutrientes.

Em relação, à eutrofização de origem artificial esta é causada por meio da ação antrópica e é caracterizada por ser um processo rápido, tendo em vista a contaminação dos mananciais. Segundo Henry, et al. (1983) a eutrofização artificial ou cultural é a designação empregada para diferenciar a ação do homem, daquela causada na evolução dos ambientes aquáticos, isto é, a eutrofização causada por um influxo nutritivo natural.

2.2 Classificação dos níveis de Eutrofização

A classificação quanto ao estado trófico de um manancial indica a gravidade do problema e a necessidade ou não de intervenções. O Estado trófico é uma propriedade fundamental dos ecossistemas aquáticos, visto que demonstra como a ação antrópica exerce a sua influência na qualidade da água e do funcionamento ecológico dos mananciais (Netto 1998). Os principais estados de trofia em mananciais encontram-se sintetizados no Quadro 1.

Quadro 1- Representação dos Estados Tróficos dos Mananciais.

Fonte: Agência Nacional das Águas (ANA)

Algumas características mostram a qualidade da água sob o ponto de vista do seu estado trófico. Conforme Netto (1988) tais características podem ser avaliadas a partir de

Estado de eutrofização Caracterização

Oligotrófico Águas limpas, de baixa produtividade, em que não ocorrem interferências indesejáveis sobre os usos da água, decorrentes da presença de nutrientes. Observação Neste estado trófico do manancial é o ideal para a utilização da água para o consumo humano.

Mesotrófico Águas com produtividade intermediária, com possíveis implicações sobre a qualidade da água, mas em níveis aceitáveis, na maioria dos casos. Neste estado trófico desse manancial, é aceitável a utilização da água para o consumo humano sob determinadas condições.

Eutrófico Corpos de água com alta produtividade, com redução da transparência, em geral afetados por atividades antrópicas, nos quais ocorrem alterações indesejáveis na qualidade da água e interferências nos usos múltiplos. Neste estado trófico, é aceitável a utilização da água para o consumo animal.

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indicadores como:

 Oxigênio Dissolvido (requer sempre uma apreciação crítica);

 Plâncton (examinado ao longo do tempo, permite acompanhar a evolução do fenômeno);

 Transparência (medida pelo disco de Secchi);

 Turbidez (influi na penetração da luz e na sua disponibilidade para a fotossíntese);

 Clorofila a (aplicável com restrição aos lagos rasos sempre que não se levar em conta a influência das plantas macrofitas);

 Nitrogênio Particulado.

Ainda segundo Netto (1988, p.24): “Alem da própria presença de macro e

micronutrientes, que pode ser determinada nas águas, existem certas características que refletem a qualidade do líquido sob o ponto de vista eutrófico e que podem dar uma indicação sobre o estágio desse processo.” Essas características podem-se definidas como o Índice de Estado Trófico (IET).

Devido à necessidade de síntese das informações e tendo ciência de que a problemática da eutrofização é preponderante na realidade dos nossos reservatórios, o estado de trofia foi selecionado como índice capaz de traduzir os resultados laboratoriais em informações mais acessíveis à sociedade. (Paulino et al; 2003, p.1).

O IET tem o objetivo de classificar a água no que se refere aos seus diferentes graus de trofia, ou seja, avaliar um manancial quanto ao seu enriquecimento por nutrientes. De acordo com a Agência Nacional de Águas:

O Índice do Estado Trófico tem por finalidade classificar corpos d’água em

diferentes graus de trofia, ou seja, avalia a qualidade da água quanto ao enriquecimento por nutrientes e seu efeito relacionado ao crescimento excessivo das algas ou ao aumento da infestação de macrofitas aquáticas. (Agência Nacional das Águas; 2007,p.2)

Para a identificação do estado trófico de um manancial o índice mais utilizado é o de Carlson (1977), referente a mananciais localizados em regiões temperadas, e o de Toledo Jr et al (1983) que é uma espécie de adaptação do índice de Carlson sendo utilizado para avaliar reservatórios localizados nas regiões tropicais.

O índice de Carlson é obtido por meio de uma transformação linear da transparência pelo disco de Secchi que tem como finalidade realizar uma estimativa da concentração de biomassa algal. Este índice é muito utilizado para avaliar o índice de estado trófico dos mananciais devido a sua simplicidade e objetividade. A fórmula do IET proposta por Carlson é:

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Um índice de estado trófico funciona como um registro das atividades humanas nas várias bacias hidrográficas, além de oferecer subsídios para a formulação de planos de manejo e gestão de ecossistemas aquáticos, por meio de estratégias que visem à sustentabilidade dos recursos hídricos e que garantam os usos múltiplos da água, em médio e longo prazo. (Fia et al; 2009, p.134).

Conforme Wiegand (2015) os índices de estado trófico fornecem uma visão sobre como os nutrientes e a disponibilidade de luz e outros fatores estimulam o desenvolvimento da biomassa de algas. Existem vários fatores que podem influenciar o estado trófico. A luz, por exemplo, influencia diretamente os estados autotróficos e heterotróficos. Os efeitos diretos sobre o estado autotrófico são evidentes: a luz pode limitar as taxas fotossintéticas. A radiação solar pode também influenciar o estado heterotrófico pela degradação da matéria orgânica na superfície da água, tornando esta mais disponível para o consumo microbiano (DE LANGE et al., 2003).

A Tabela 1 exibe a classificação do estado trófico de um manancial desenvolvida pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB).A referida companhia afirma que na sua metodologia de classificação do IET, considera apenas os parâmetros de clorofila a e fósforo total (este parâmetro vem do índice de Carlson), por considerar que as medidas de transparência podem ser afetadas pela elevada turbidez resultante de material mineral. Em função desses dois parâmetros, foram estabelecidas seis (6) categorias para classificação do corpo hídrico, em função do seu grau de trofia (CETESB, 2012)

Tabela 1 - Classificação do estado trófico para reservatórios desenvolvidos pela CETESB.

Classe de Estado Trófico IET

Ultraoligotrófico IET ≤ 47

Oligotrófico 47 < IET ≤ 52

Mesotrófico 52 < IET ≤ 59

Eutrófico 59 < IET ≤ 63

Supereutrófico 63 < IET ≤ 67

Hipereutrófico IET> 67

Fonte: CETESB, 2010

2.3 Causas da Eutrofização

(18)

industriais (BARRETO, 2013). Na Figura 1 pode ser observada uma síntese do processo causador da eutrofização.

Figura 1 - Fatores que aceleram a eutrofização em açudes

Fonte Van Ginkel (2011).

Segundo Von Sperling (1996) as principais fontes de fósforo, que é o principal nutriente responsável, pelo fenômeno da eutrofização são:

 “Drenagem pluvial ( áreas com matas e florestas; Áreas agrícolas; Áreas urbanas)  Esgotos (Domésticos e Industriais)”.

Segundo Wetzel (2001), os ambientes aquáticos continentais são mais sensíveis às entradas de fósforo, enquanto que o nitrogênio frequentemente limita a produção primária em sistemas estuarinos e marinhos. Conforme Von Sperling (1996) é recomendável ter como prioridade o controle das fontes de fósforo quando o objetivo é controlar o problema da

eutrofização em corpos d’água continentais. Como descrito por Fonseca (2010, p.10): “Além

das fontes naturais, o fósforo entra nos ecossistemas aquáticos por meio do lançamento de

esgoto sem tratamento ou com tratamento inadequado para remoção de nutrientes”. No caso

de áreas agrícolas a principal forma de acúmulo de fósforo se dá no formato de íon (PO4=) via escoamento superficial e erosão do solo ( FONSECA, 2010).

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fenômeno da eutrofização, como por exemplo, a matéria orgânica e os micro elementos. Somam-se a isso, outros fatores que também podem interferir são: a qualidade da água, os aspectos ecológicos, as características físicas e morfológicas dos mananciais, à velocidade de escoamento ou de renovação, ao tempo de residência e as condições climática (intensidade dos ventos e temperatura). A profundidade dos lagos também exerce uma reconhecida influência no fenômeno.

Os poluentes causadores da eutrofização nos mananciais podem ser classificados em dois grupos (Prime, 1998):

 Cargas pontuais: lançamentos individualizados como os que ocorrem no lançamento de esgotos sanitários1 ou de efluentes industriais. Cargas pontuais são facilmente identificadas e, portanto, o seu controle é mais eficiente e mais rápido. A poluição das águas superficiais por cargas pontuais ocorre de maneira intensa no país. Segundo o estudo conduzido por Feitosa (2011) em pequenos açudes do semiárido cearense, no meio rural o consumo de água por animais e a lavagem de roupa na beira do açude são práticas comumente adotadas que contribuem para o processo de eutrofização desses corpos d’água.

 Cargas difusas: são assim chamadas por não terem um ponto de lançamento especifico ou por não advirem de um ponto preciso de geração, tornando-se assim de difícil controle e identificação. Exemplos de cargas difusas: a infiltração de agrotóxicos no solo proveniente de campos agrícolas, o aporte de nutrientes em córregos e rios através da drenagem urbana. As fontes de poluição do tipo cargas difusas possuem três tipos de causas: urbana, rural ou atmosférica.

Em áreas urbanas, a poluição difusa tem composição complexa - de metais e óleos a sólidos, constituindo-se numa fonte de poluição tanto maior quanto mais deficiente for à coleta de esgotos ou mesmo a limpeza pública. Já na área rural, a poluição difusa é devida em grande parte à drenagem de precipitações pluviométricas a partir de solos agrícolas e ao fluxo de retorno da irrigação, sendo associada aos sedimentos (carreados quando há erosão do solo), aos nutrientes (nitrogênio e fósforo) e aos defensivos agrícolas. A drenagem de precipitações pluviométricas a partir de áreas de pecuária é associada, ainda, aos resíduos da criação animal. (Mansor; 2005, p.26).

Em relação à eutrofização nos açudes Straskraba e Tundisi (2000) escrevem que as principais causas da eutrofização são: a presença de animais nas margens dos açudes, onde defecam e urinam; os efluentes domésticos como, por exemplo: lavagem de roupas, águas

1A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico referente ao ano de 2000, divulgada pelo Instituto Brasileiro de

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utilizadas nas atividades domésticas; o desmatamento da mata ciliar, que protegeria os açudes contra o assoreamento e a entrada de matéria orgânica; a presença de lixo ao ar livre; e o uso de insumos agrícolas. Segundo (Da Costa et al., 2009; Moraes, 2009) com a continuidade desse processo, há o acúmulo de matéria morta na região mais profunda desses ambientes, causando o aumento do metabolismo de bactérias que, por sua vez, ocasiona a mortandade de peixes e outros organismos pela falta ou diminuição de oxigênio, acrescentando-se, ainda, o fato de a produção de toxinas, por algas cianofíceas, ser prejudicial à biota e à saúde humana.

Além disso, segundo Mansor (2005) a evolução do processo de eutrofização de um lago ou reservatório está associada ao uso e ocupação do solo predominante na bacia hidrográfica. No que se refere à ocupação agrícola esta representa a etapa intermediária do processo de deterioração de um corpo d’água, resultando em um acréscimo da carga de

fósforo, da concentração de algas e do assoreamento no manancial. De acordo com o autor, a deposição atmosférica de poluentes - especialmente nitrogênio – resultantes de atividades industriais e queimadas, o arraste de partículas e gases da atmosfera por águas pluviais, também são consideradas fontes difusas de poluição.

2.4. As consequências da eutrofização

De acordo com, Franz, Cunha e Gobbi (2007, p.3) as principais conseqüências da

eutrofização são “perda de biodiversidade; alteração no padrão de oxigenação da água;

floração de algas, de cianobacterias e de plantas macrófitas aquáticas; restrição aos usos de

água; efeitos sobre a saúde humana e aumento dos custos para o tratamento de água.” A

eutrofização contribui para a redução dos reservatórios de água disponíveis para o consumo humano. Pode-se citar como consequência da eutrofização a mortandade de peixes nos reservatórios devido à redução da quantidade de oxigênio presente na água.

A eutrofização promove a proliferação exagerada de plantas aquáticas flutuantes e emergentes, que chega a cobrir inteiramente todo o espelho d’água, criando sérios

problemas para a navegação, instalação de bombeamento e turbinagens e estabelecendo condições favoráveis para a procriação de mosquitos e outros vetores. Esses problemas são gerados pela presença maciça de plantas macrófitas. (Netto;1988, p.26).

A eutrofização poderá causar vários impactos ao ambiente. Segundo Fonseca (2010) alguns efeitos negativos são:

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 A degradação da qualidade da água com alterações de composição, cor, turbidez, aumento da decomposição orgânica causando maior consumo de oxigênio dissolvido até anoxia;

 Modificações na ictiofauna, avifauna e mastofauna;

 Alterações no metabolismo geral do sistema;

 Liberação de gases e produção de maus odores;

 Produção de substâncias tóxicas;

 Prejuízos consideráveis para o uso da água em aproveitamentos hidroelétricos.

Tavares et al. (1998) destacam a importância das chuvas como fator modificador da qualidade da água em represas do Nordeste brasileiro, onde na época chuvosa o arraste de material fecal e orgânico, rico em nutrientes eutrofizantes, a partir das margens provoca alterações acentuadas na qualidade da água. Os reservatórios situados em bacias hidrográficas ocupadas por matas e florestas, usualmente, apresentam baixa produtividade primária em função da limitação dos nutrientes. Entretanto, nos reservatórios situados em proximidades de centros urbanos ou de áreas agrícolas, comumente, se verifica uma progressiva acumulação de plantas aquáticas e um processo de eutrofização acelerado (VON SPERLING, 1996).

Dentre as consequências da eutrofização no Brasil, pode-se citar um evento referente à contaminação da água por cianotoxinas. Em que neste exemplo a seguir o uso da água contaminada era proveniente de um açude eutrofizado resultou no óbito de varias pessoas. Segundo Wiegand (2015, p.23): “O evento mais drástico ocorreu em Caruaru (PE), onde 116

de 123 pacientes de hemodiálise apresentaram intoxicação por microcistina, sendo que destes 54 entraram em óbito devido, à falência das funções hepáticas”. Há outros estudos indicam que pequenas quantidades de determinadas cianotoxinas ingeridas em longo prazo, podem causar doenças neurodegenerativas como mal de Parkinson e Alzheimer.

(22)

A ocorrência de processos de eutrofização em inúmeros reservatórios, aliada ao déficit de investimento em infraestrutura dos serviços de saneamento básico do país, dificulta a tomada de decisão pelo poder publico de quais reservatórios encontram-se em situação mais critica para a implementação de ações emergenciais de controle e reversão desse processo. (Figueiredo et al; 2007, p.399).

As espécies comuns de plantas macrófitas encontradas em águas eutrofizadas são: Eichornia, Pistia, Potalogeton, Ceratopbyllum, Mycropbyllum entre outras.

Por outro lado, as conseqüências da eutrofização também podem ser benéficas. Um exemplo seria as lagoas de estabilização. Lagoas de estabilização são caracterizadas como locais para o tratamento de afluentes, através de processos químicos e biológicos com a finalidade de reter a matéria orgânica e obter água com um padrão de qualidade aceitável para o seu retorno no meio ambiente. Além disso, a eutrofização contribui para a multiplicação de algas nos mananciais resultando em uma redução na quantidade de bactérias patogênicas e ainda pode corroborar para uma maior produtividade de peixes, devido à abundância de alimento.

Deve-se mencionar, contudo que a eutrofização “planejada”, com vistas à maior

produtividade, nem sempre tem sido bem sucedida. Como é de conhecimento geral, a eutrofização altera substancialmente o plâncton e a população ictica, estabelecendo condições diversas de equilíbrio, com a substituição das espécies. (Netto; 1988, p.23).

A seguir deve-se salientar o estudo conduzido por Smith (2009) que tem a finalidade de exemplificar alguns impactos da eutrofização nos mananciais:

 Aumento na produtividade e biomassa do fitoplâncton e algas em lagos, reservatórios;

Mudança na composição algal, frequentemente originando “blooms” de espécies

incômodas, muitas das quais podendo ser tóxicas ou pouco comestíveis;

 Aumento na produtividade e biomassa do perifíton, bem como mudanças na sua composição;

 Mudanças na produtividade e biomassa de plantas vasculares;

 Aumento na produtividade e biomassa de consumidores aquáticos;

 Aumento na probabilidade de mortandade de peixes;

 Decréscimo da transparência da água;

 Aumento na probabilidade e intensidade de gosto, odor, e problemas de filtração de águas superficiais;

 Depleção na concentração de oxigênio da água;

 Acúmulo de nutrientes dissolvidos em água profundas anóxicas;

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 Impactos econômicos negativos, incluindo o decréscimo dos valores de propriedades e redução dos usos recreativos;

 Possibilidade de aumento de risco e intensidade de doenças.

Na Figura 2 constam as principais causas e consequências do processo de eutrofização dos mananciais.

Figura 2 - Os Principais problemas ambientais nos mananciais

Fonte: Tundisi J. G e Tundisi T.M (2002)

2.5. O combate à Eutrofização

A necessidade de contenção da eutrofização é um problema global e preocupação na gestão de água. Em âmbito internacional, a União Européia determinou que todos os lagos europeus tenham boa qualidade biológica em até 2015 (European Union, 2000). Deve-se ressaltar que a recuperação desses mananciais é bastante difícil, pois estes possuem uma reserva interna de fósforo no sedimento ou tem uma alta biomassa de peixes zooplanctívoros

e/ou invertívoros impedindo a possibilidade do controle “top-down” do zooplâncton sobre o Efeito direto

Efeito indireto

Acidificação Urbanização Usoexcessivo da água

Eutrofização

Sedimentação

Crescimentopopulacional Sobre uso do solo

Nível da água

Subst.tóxicas

Industrialização

Aumentode emissões

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fitoplâncton (Palmer et al., 1999).

A restauração de mananciais em países como Holanda e Dinamarca tem sido executada a partir da técnica denominada de biomanipulação, que consiste na remoção dos peixes zooplanctívoros, levando a um acréscimo na comunidade zooplanctônica e diminuição da biomassa de fitoplâncton, e resultando em uma redução nos índices de fósforo e nitrogênio total, tendo o objetivo de melhoria na qualidade da água (Sondergaard et al., 2007).

Podem-se citar outras técnicas utilizadas para a recuperação desses mananciais. Segundo Pereira (2011) tem-se utilizado a remoção de peixes zooplanctívoros, a oxigenação do hipolimnio, tratamento do alume (sulfatos metálicos) e dragagem dos sedimentos. Deve-se ressaltar que as técnicas utilizadas para a restauração de lagos são mais simples, em comparação aos rios. Conforme Pereira (2011, p.12): “os projetos de restauração de lagos usam variáveis mais fáceis de avaliar, como o fósforo e nitrogênio total, clorofila a, profundidade do disco de Secchi e material sólido em suspensão, sendo que essas variáveis são medidas antes e podem ser comparadas após a biomanipulação.”

O Comitê Internacional de Ambientes Lacustres (International Lake Environment Committee – ILEC), em cooperação com o Programa das Nações Unidas (United Nations Environment Programme–UNEP), desenvolve um projeto denominado“Survey of the State of

the World Lakes” (Avaliação do Estado dos Lagos do Mundo). Este programa tem a finalidade de avaliar vários mananciais importantes no mundo. Foram avaliados cerca de 217 lagos em todo o mundo. Através desse projeto, foram identificados seis (6) problemas ambientais nesses mananciais no que se refere à qualidade da água sendo a eutrofização um deles. (Tundisi J.G e Tundisi J.M (2002).

Somam-se a isto outras medidas para o tratamento de lagos e reservatórios. Segundo

Tundisi J.G e Tundisi J.M (2002): “Em alguns lagos em países industrializados, o tratamento

de águas residuárias para remover nitrogênio e/ou fósforo tem evitado a degradação da qualidade da água. Conforme Tundisi J.G e Tundisi J.M (2002): “Os melhores exemplos de sucesso no tratamento da eutrofização são aqueles em que a diversão das águas residuárias foi usada em área com pequena agricultura, desviando-a do lago.” Neste caso, O lago Washington, localizado no Estado de Washington nos Estados Unidos é um exemplo.

(25)

Controle dos esgotos: 1. Tratamento dos esgotos a nível terciário com remoção de nutrientes;2. Tratamento convencional dos esgotos e lançamento a jusante da represa; 3. Exportação dos esgotos para outra bacia hidrográfica que não possua lagos e represas. 4. Infiltração dos esgotos no terreno. (Von Sperling; p.193-194).

Em relação às fontes de cargas difusas pode-se citar o acumulo de nutrientes em córregos e rios através da drenagem urbana. Conforme Von Sperling (1995, p. 164), as

medidas adotadas em fontes de cargas difusas são: “Controle da drenagem pluvial: 1. Controle do uso e ocupação do solo na bacia; 2. Faixa verde ao longo da represa e tributários;

3. Construção de barragens de contenção.”

Segundo Ferreira et al (2009) foi desenvolvido um produto denominado de Phoslock que é utilizado para a adsorção de fósforo em mananciais, resultando na diminuição da densidade de cianobacterias tóxicas:

Este produto foi desenvolvido, recentemente, na Austrália, para restaurar tanto ecossistemas de água-doce quanto marinhos dentro de um amplo gradiente de pH (4-11). Testes, em laboratório, foram realizados para avaliar a eficiência do produto na remoção de fósforo reativo dissolvido (FRD) em soluções com concentrações de 0,5 e 1,0 mg./L. Além disso, foi testado também o potencial de Phoslock para promover a redução do crescimento de uma cepa de cianobacteria tóxica, Microcystis aeruginosa (NPLJ4). Nos tratamentos com Phoslock, comprovou-se uma remoção altamente significativa (p<0,001) de FRD (>99%) e conseqüente redução efetiva (>94%, p<0,001 ) da densidade de cianobacterias. Estes resultados corroboram a alta habilidade de Phoslock em adsorver fósforo em sistemas aquáticos e limitar o crescimento de cianobactérias pela escassez deste nutriente. (Ferreira, T.F e da Motta Marques, D.M; 2009, p.73).

Com isso, o produto Phoslock constitui como uma medida corretiva em relação ao problema da eutrofização nos mananciais, sendo o seu mecanismo de ação caracterizado como uma precipitação química do fósforo através de processos químicos.

Como outra alternativa para o controle da eutrofização nos reservatórios pode-se citar a técnica da biomanipulação. O principio desta técnica consiste na manipulação dos

organismos aquáticos e da cadeia alimentar. Segundo Ribeiro (2002, p.4): “Na

biomanipulação, pressões alimentares sobre os zooplâncton são efetuadas por peixes, de forma que espécies maiores de zooplâncton predominem, sendo assim capazes de manter a

biomassa de fitoplâncton sob controle”. A biomanipulação pode ser definida da seguinte

maneira:

(26)

De acordo com Wiegand (2015) há estudos que indicam o uso de carpas e tilápias filtradoras para verificar o controle destes organismos sobre florações de cianobactérias em vários locais no mundo, como por exemplo, na Austrália, na China e no Nordeste Brasileiro.

3 METODOLOGIA

3.1 Área de Estudo e Fonte dos Dados

A área de estudo para a realização da pesquisa foi o Estado do Ceará. A escolha dessa região geográfica é justificada pelos sérios e contínuos problemas locais no que diz respeito à disponibilidade de recursos hídricos. Além disso, observa-se que em quase todos os mananciais locais existem casos de eutrofização e uma tendência de agravamento do problema.

Os dados utilizados foram primários e secundários. Os dados primários foram obtidos por meio da aplicação de questionários a representantes de instituições que atuam no combate à eutrofização no Estado do Ceará: Universidade Federal do Ceará (UFC), Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH), Secretaria das Cidades e a Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Ceará (SDA).

A escolha das instituições foi realizada por meio da técnica de amostragem “bola de

neve”. De acordo com Vinuto:

A execução da amostragem em bola de neve se constrói da seguinte maneira: para o pontapé inicial, lança-se mão de documentos e/ou informantes-chaves, nomeados como sementes, a fim de localizar algumas pessoas com o perfil necessário para a pesquisa, dentro da população geral. Isso acontece porque uma amostra probabilística inicial é impossível ou impraticável, e assim as sementes ajudam o pesquisador a iniciar seus contatos e a tatear o grupo a ser pesquisado. Em seguida, solicita-se que as pessoas indicadas pelas sementes indiquem novos contatos com as características desejadas, a partir de sua própria rede pessoal, e assim sucessivamente e, dessa forma, o quadro de amostragem pode crescer a cada entrevista, caso seja do interesse do pesquisador. Eventualmente o quadro de amostragem torna-se saturado, ou seja, não há novos nomes oferecidos ou os nomes encontrados não trazem informações novas ao quadro de análise. (Vinuto; 2014, p.203).

O questionário aplicado foi composto por treze questões que buscaram identificar as principais ações governamentais no combate à eutrofização no Ceará, as suas causas e as suas consequências2. O período de aplicação foi o mês de outubro de 2017.

Os dados secundários corresponderam às informações coletadas junto a documentos oficiais, sites governamentais e não governamentais ligados ao tema da eutrofização,

(27)

trabalhos e artigos acadêmicos. Segundo Cunha, (2001, p.9) as fontes secundarias “ Contem

informações sobre documentos primários e são arranjados segundo um plano definitivo ;são,

na verdade os organizadores dos documentos primários e guiam o leitor para eles”.

3.2 Descrição do tipo de pesquisa

A pesquisa realizada pode ser classificada quanto à abordagem como pesquisa qualitativa. De acordo com Silveira e Córdova (2009) a pesquisa qualitativa não se preocupa com a representatividade numérica. De fato, buscou-se compreender o fenômeno da eutrofização no Ceará a partir de aspectos não quantificáveis tais como sua abrangência, causas, impactos e formas de combate.

Quanto à natureza é do tipo aplicada uma vez que se buscou sistematizar as informações de modo a direcioná-las ao problema tema: eutrofização. Além disso, destaca-se sua característica exploratória já que envolveu levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas da área tema. Por fim, quanto aos métodos, foram adotados pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e pesquisa de campo.

Segundo Oliveira (2007) a pesquisa bibliográfica volta-se para a análise de documentos de caráter cientifico como livros, periódicos, teses, dissertações e artigos científicos. Em relação à pesquisa documental a seguir será apresentada a sua definição.

Conforme Oliveira (2007, p.69): “A pesquisa documental é a busca de informações em

documentos que não receberam nenhum tratamento científico, como relatórios, reportagens de jornais, revistas, cartas, filmes, gravações, fotografias, entre outros materiais de divulgação.” Deve-se salientar o conceito de documentos.

A palavra 'documentos' neste caso deve ser entendida de uma forma ampla, incluindo os materiais escritos (como, por exemplo, jornais, revistas, diários, obras literárias, científicas e técnicas, cartas, memorandos, relatórios), as estatísticas (que produzem um registro ordenado e regular de vários aspectos da vida de determinada sociedade) e os elementos iconoto de um fenômeno. (Godoy; 1995, p. 21-22).

Como benefício desse tipo de pesquisa cita-se a preservação das informações contidas em documentos armazenados em um longo período de tempo. Conforme Godoy (p.23, 1995): "Na pesquisa documental, três aspectos devem merecer atenção especial por parte do investigador: a escolha dos documentos, o acesso a eles e a sua análise".

Por fim, “a pesquisa de campo caracteriza-se pelas investigações em que, além da pesquisa bibliográfica e/ou documental, se realiza coleta de dados junto a pessoas, como recurso de

diferentes tipos de pesquisa” (Silveira e Córdova, 2009, p. 37). Aqui, esse método consistiu na

(28)

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo estão sistematizadas as informações sobre a eutrofização no estado do Ceará. Inicialmente foram identificadas as áreas onde há maior ocorrência do fenômeno. Em seguida foram elencadas as principais causas e os impactos e, por fim, as ações implementadas para conter o avanço nos reservatórios hídricos.

4.1 Identificação das áreas com maiores Índices de Eutrofização no Estado do Ceará

Os documentos básicos que nortearam a identificação das áreas com maiores níveis eutrofização no Ceará foram os relatórios de qualidade da água dos açudes monitorados pela COGERH. Estes relatórios têm como objetivo inicial demonstrar o estado trófico dos mananciais ao longo do ano/ campanha, e ainda o volume de água armazenado dos reservatórios em forma de porcentagem. Os relatórios abrangem 153 reservatórios.

(29)

Tabela 2 - Percentual de reservatórios por estado trófico e época do ano. Estado do Ceará em 2015– 2017.

Ano 2015

Estado Trófico Fevereiro Maio Agosto Novembro

Oligotrófico 5,66% 0,89% 1,88% 1,02%

Mesotrófico 7,54% 17,85% 4,71% 16,32%

Eutrófico 37,73 43,75% 48,11% 42,85%

Hipereutrófico 49,07 37,50% 45,30% 39,81%

Ano 2016

Estado Trófico Fevereiro Maio Agosto Novembro

Oligotrófico 0% 0% 4,38% 2,72%

Mesotrófico 11,71% 9,56% 16,66% 14,54%

Eutrofico 55,85% 60,00% 57,01% 52,72%

Hipereutrofico 32,44% 30,44% 21,95% 30,02%

Ano 2017

Estado Trófico Fevereiro Maio Agosto Novembro

Oligotrófico 2,02% 3,17% n.d n.d

Mesotrófico 15,15% 15,87% n.d n.d

Eutrófico 48,48% 64,28% n.d n.d

Hipereutrófico 34,35% 16,68% n.d n.d

Nota: n.d = dados não disponibilizados para o período. Fonte: Adaptado de dados disponibilizados pela COGERH.

Deve-se ressaltar que, conforme o relatório da COGERH elaborado por Paulino, et al

(2017, p.15): “ Destaca-se que as amostras coletadas são de água bruta e que esta precisa passar por tratamento específico para torná-la adequada ao abastecimento humano, conforme

a Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde.”

(30)

onde os seus índices de trofia estão em uma situação crítica, caso dos açudes Pereira de Miranda, Araras, Castanhão e Orós.

Figura 3- Estado trófico dos reservatórios cearenses. (Novembro de 2016)

Fonte: Portal Hidrológico do Ceará - Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos – COGERH. (Sistema de Qualidades das Águas).

A eutrofização dos reservatórios localizados nos domínios das bacias metropolitanas foi apontada por Souza et al (2013). Outros trabalhos identificaram o problema na Bacia do Acaraú (Mota et al, 2007), Bacia do Alto Jaguaribe (Silva et al, 2017), no Açude Castanhão (SOUZA et al, 2017), no Açude Orós (BATISTA et al, 2014).

4.2 Impactos sociais, econômicos e ambientais da Eutrofização no Estado do Ceará

(31)

Contudo, os impactos observados são similares.

Quadro 2 - Sistematização dos Impactos da Eutrofização nos mananciais localizados no Estado do Ceará.

Ambiental

Como impactos ambientais decorrentes do processo da eutrofização cita-se a contaminação dos mananciais devido a altos índices de nitrato e fosfato decorrentes da ausência de saneamento básico e o descarte inadequado de esgotos (de origem domestica ou industrial) e dos fertilizantes. Além disso, temos o acesso irrestrito do gado aos reservatórios caracterizando como outra causa da eutrofização

Tese de Doutorado. Wiegand,

M.C.“ Eutrofização de Açudes no

Semiárido: Vulnerabilidade e

Biomanipulação”.

Fonte: Adaptação realizada a partir dos autores citados no Quadro 2.

No Quadro 3 é apresentada a opinião dos entrevistadores que pode corroborar com os resultados observados no Quadro 2.

Dimensão Impactos Fonte (Titulo da pesquisa)

Econômica

A Mortandade de peixes nos reservatórios. É considerado como um impacto econômico, pois para a comunidade que vive próxima aos mananciais a piscicultura é considerada como a principal fonte de renda. Cita-se como exemplo, No ano de na bacia do açude Orós localizado na região centro sul do Ceará, houve a mortandade de peixes causando um prejuízo para a comunidade local de cerca de R$ 1,5 milhão.

FEITOSA, L. S. Aspectos Limnológicos da Pequena Açudagem no Semiárido: Estudo de Caso dos Açudes do Assentamento 25 de Maio, Madalena-CE. 2011. 130 f

Social

A atividade de piscicultura pode ser considerada como uma oportunidade de inclusão social de varias pessoas. Pois, no, município de Quixelô é considerada como um projeto social, em que as pessoas com os recursos da piscicultura estão podendo construir casas de alvenaria e adquirir veículos e eletrodomésticos

Reportagem Diário do Nordeste,

2015 s.d: “Mortandade de peixes

no Órós causa prejuízos de R$ 1,5

(32)

Quadro 3 - Sistematização dos impactos da Eutrofização, de acordo com técnicos especialistas no tema.

Dimensão Impactos Fonte (Titulo da pesquisa)

Econômica

Segundo os técnicos, os maiores impactos econômicos decorrentes da eutrofização é a mortandade de peixes, sendo assim inviabilizando a atividade de piscicultura nestes

reservatórios. Questionário aplicado a pessoas que lidam com o tema da Eutrofização nos reservatórios localizados no Estado do Ceará Social

Em relação aos impactos sociais, pode-se citar o endividamento dos agricultores a instituições financeiras como o Banco do Brasil, pois com a inviabilização da piscicultura constitui o seu principal meio de renda.

Ambiental

No que se refere aos impactos ambientais, cita-se a redução expressiva da qualidade da água se tornando inviável ao consumo humano; Redução do nível de oxigênio na água resultando na morte de animais aquáticos; Aumento do custo de tratamento da água para a população;

Questionário aplicado a pessoas que lidam com o tema da Eutrofização nos reservatórios localizados no Estado do Ceará

Fonte: Dados coletados pelo o autor

Dentre os impactos mais ressaltados pelos técnicos entrevistados pode-se citar a ameaça ao abastecimento humano. O abastecimento humano vem sendo comprometido devido aos reservatórios estarem eutrofizados. O fenômeno da eutrofização que é causado pelo descarte inadequado de dejetos domésticos, fertilizantes, e efluentes industriais que são percolados em direção aos mananciais resultando na multiplicação de microorganismos que habitam a superfície da água, favorecendo a turbidez desta e impedindo a penetração da luz solar, cuja consequência é a diminuição da quantidade de oxigênio dissolvido na água

resultante da ação fotossintética. Sendo assim, a luz solar não penetra no espelho d’água,

(33)

cianobactérias que quando são submetidas a determinadas condições ambientais podem sintetizar toxinas que chegam a ser fatal aos seres humanos, sendo esta a justificativa para a restrição do uso da água eutrofizada.

De acordo com os técnicos as principais causas da eutrofização são o descarte inadequado de dejetos domésticos, fertilizantes, e efluentes industriais; a ausência de saneamento básico nas comunidades próximas aos reservatórios; o acesso irrestrito do gado no entorno dos mananciais; a instalação em excesso de tanques e redes nos reservatórios devido à atividade da piscicultura; a percolação da água de irrigação com a presença de agrotóxicos para os corpos hídricos.

4.3 Sistematização das ações que estão sendo implementadas para o combate da Eutrofização no Ceará.

No Ceará existem diferentes instituições que atuam no combate a eutrofização. No Quadro 4 abaixo constam as principais e a forma de como elas atuam.

Quadro 4 - As instituições que atuam no combate a Eutrofização no Ceará.

Instituição Forma de atuação

Universidade Federal do Ceará

A UFC tem um papel de formação de pessoal, no que se refere à formação de técnicos especialistas em recursos hídricos. Além disso, a UFC adota soluções paliativas ao problema da eutrofização pode-se citar a retirada das plantas macrofitas das margens como, por exemplo, no Açude Santo Anastácio.

Secretaria de Recursos Hídricos (SRH)

A SRH atua na análise dos projetos de outorga da água dos reservatórios públicos por parte da população local. Estes projetos constituem na autorização de implementar a atividade de piscicultura nestes reservatórios. Além disso, a SRH tem como objetivo a fiscalização do entorno dos reservatórios tendo em vista o combate ao descarte de fertilizantes, efluentes domésticos e industriais e o acesso irrestrito ao gado.

Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH)

Em relação à contribuição da COGERH quanto ao problema da eutrofização isso se dá pela elaboração de relatórios indicando quais as áreas estão sendo afetadas por esse problema e indicando possíveis soluções a serem adotadas pelo poder público.

Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Ceará (SDA)

(34)

Secretaria das Cidades Elaboração das políticas públicas de saneamento. Fonte: Elaborado pelo próprio autor

A seguir serão expostas as principais ações voltadas para a redução do problema da eutrofização de acordo com os representantes da UFC, SDA, SRH, Secretaria das Cidades e COGERH. De acordo com o representante da COGERH as ações concretas adotadas são o projeto de melhoria da água e a instalação de equipamentos para oxigenar o fundo dos reservatórios eutrofizados. O projeto de melhoria da água é executado pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). Pode-se citar que os sistemas de águas rurais executados pela Cagece através do Projeto São José são gerenciados pelo Sistema Integrado de Saneamento Rural (Sisar), (Cagece, 2017).

O Sisar é uma entidade privada sem fins lucrativos que gerencia sistemas de abastecimento de água em comunidades rurais juntamente com os moradores. A Cagece sensibiliza e capacita as comunidades, além de prestar manutenção nos sistemas de tratamento e distribuição de água, mas são os próprios moradores que operam o sistema, através de representação da associação do Sisar, no local. O Sisar foi implantado no Ceará em 1996, em parceria com o Banco de Desenvolvimento Alemão Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW), nas Bacias do Acaraú e Coreaú. Atualmente, há oito unidades do Sisar no Ceará (uma em cada bacia hidrográfica do Estado), segundo o levantamento realizado em abril de 2017, são 1.419 localidades atendidas e aproximadamente 552 mil pessoas beneficiadas com sistemas de abastecimento de água, gerenciados pelos próprios moradores. (CAGECE, 2017).

A Cagece, através da Gerência de Saneamento Rural (Gesar) implanta e monitora os sistemas de abastecimento de água. Deve-se salientar que cada um desses sistemas constitui uma Organização da Sociedade Civil (OSC) sem fins lucrativos, formada pelas associações comunitárias representando as populações atendidas, com a participação e orientação da Cagece. Entre as atribuições dessas oito OSCs, está à prestação de assistência técnica, o controle da qualidade da água, o cálculo de tarifas, a emissão de contas, trabalho social nas comunidades e o repasse de informações para a Cagece.

(35)

gases tóxicos no fundo dos reservatórios, sendo assim evitando a mortandade dos peixes, também proporciona a quebra de barreira de temperatura entre o fundo e a superfície do ambiente deixando a água homogênea melhorando a uniformidade dos organismos aquáticos no que se refere ao seu crescimento.

O que se observa é que de fato há um interesse pelo combate à eutrofização, através de ações que vem sendo implantadas em diferentes regiões e por diferentes instituições, entretanto ressalta-se a importância de parcerias. Atualmente, pode-se citar que apenas a Cogerh e a SRH mantêm parcerias com outras instituições para a implementação de ações para a redução da eutrofização. Essa parceria se dá com as seguintes instituições: Agência Nacional das Águas (ANA) e o Banco Mundial.

Em relação ao combate à eutrofização foi possível identificar carência de ações básicas como tratamentos de esgoto e implementação de saneamento básico em áreas rurais e urbanas, iniciativas voltadas para a conscientização da população quanto ao tratamento dos resíduos sólidos, medidas preventivas para evitar o assoreamento dos rios.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os recursos hídricos no Ceará encontram-se em estágio preocupante de eutrofização. Mais de 80% dos mananciais monitorados apresentam nível eutrófico ou hipereutróficos o que demonstra a gravidade do problema. Outro ponto a ser destacado é que o fenômeno se verifica em todas as bacias hidrográficas cearenses e atinge importantes reservatórios, responsáveis pelo abastecimento de um grande contingente de pessoas, caso dos Açudes Castanhão, Orós, Araras, Pereira de Miranda. As principais causas da eutrofização no Ceará não diferem daquelas verificadas em outras regiões do Brasil e do mundo. Onde as causas identificadas foram à criação de animais de modo extensivo e próximo a reservatórios, a falta de saneamento básico e efluentes industriais.

(36)

como a redução expressiva da qualidade da água se tornando inviável ao consumo humano, deve-se salientar que a questão do abastecimento humano é o problema prioritário em relação ao tema da eutrofização dos mananciais segundo os técnicos entrevistados.

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Tabela 1 - Classificação do estado trófico para reservatórios desenvolvidos pela CETESB
Figura 1 - Fatores que aceleram a eutrofização em açudes
Figura 2 - Os Principais problemas ambientais nos mananciais
Tabela 2 - Percentual de reservatórios por estado trófico e época do ano. Estado do Ceará em  2015 –  2017
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