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MEMORY AND TRADITION: TRAVERSING THE WAYS OF THE JUREMA CULT IN PARAÍBA

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Academic year: 2018

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XVI Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação (XVIENANCIB) ISSN 2177-3688

GT 10 – Informação e Memória Comunicação Oral

MEMÓRIA E TRADIÇÃO: PERCORRENDO OS CAMINHOS DO

CULTO DA JUREMA NA PARAÍBA

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MEMORY AND TRADITION: TRAVERSING THE WAYS OF THE

JUREMA CULT IN PARAÍBA

Maria Nilza Barbosa Rosa, UFPB nilzasor@yahoo.com.br

Bernardina Maria Juvenal Freire de Oliveira, UFPB bernardinafreire@gmail.com

Resumo: Este artigo de revisão apresenta etapas parciais do trabalho de pesquisa em desenvolvimento cujo objetivo principal é compreender a tradição do Culto da Jurema em João pessoa e sua importância informacional, considerando o papel das subjetividades na transformação da realidade e na construção de memórias sociais. Nesse sentido, este trabalho busca reafirmar as relações existentes entre informação e memória, por meio de uma revisão bibliográfica, a fim de traçarmos as bases para um quadro conceitual e metodológico necessário para a sustentação da pesquisa. Nesta direção temática, em trabalho de campo, a primeira perspectiva a que se propõe, é saber quais motivações fizeram certos indivíduos escolher entre o Culto da Jurema a outras práticas religiosas em João pessoa. A segunda refere-se à observação do processo de expansão e/ou retração dos seguidores de práticas religiosas, as atividades a que essa prática dá origem, sua estrutura ocupacional e social, entre outros aspectos. O trabalho situa-se na abordagem quantitativa e qualitativa e o aprofundamento da análise seguirá o método descritivo-interpretativo como predominante para compreensão sobre o fenômeno. O repertório consiste na observação dos cerimoniais, da estrutura hierárquica entre as entidades e os integrantes do culto, os ritos de passagem e a relação desses ritos com seus participantes, e de que modo estas práticas se convergem ao significado cultural da Jurema. Este estudo cria oportunidade de olhar o espaço da Jurema, sob a perspectiva de sua trajetória, de sua historicidade e da preservação da memória, além de suscitar reflexões sobre a produção e disseminação de informação.

Palavras-chave: Informação. Tradição da Memória. Jurema.

Abstract: This review article presents partial stages of on going research work whose main objective is to understand the Jurema Cult tradition in Paraíba and its informational importance, considering the

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role of subjectivity to transform reality and to build social memories. Thus, this paper seeks to reaffirm the links between information and memory through literature review in order to trace the basis for a conceptual and methodological framework for research support. On this thematic direction, with field work under way, the first perspective it proposes is to know what motives made certain individuals choose between the Cult of Jurema other than other religious practices in Paraíba. The second one refers to the observation of the process of expansion and/or contraction of the number of followers of religious practices, the activities to which this practice gives rise, the occupational and social structure, and some other relevant aspects. The work uses quantitative and qualitative approach and further

analysis will follow the descriptive and interpretative method essencial for understanding the

phenomenon. The repertoire consists of observing the ceremonial sessions, the hierarchical structure between the entities and the cult members, rites of passage and the relationship of these rites with its participants, emphasizing how these practices converge to the cultural meaning of Jurema. This study creates opportunity to look at the space of Jurema from the perspective of its historicity and memory preservation, and cast light on the production and dissemination of information.

Keywords: Information. Tradition of memory. Jurema.

1 INTRODUÇÃO

Para bem conhecer uma coisa é preciso tudo ver, tudo aprofundar, comparar todas as opiniões, ouvir os prós e os contras (Allan Kardec, Rev. Espírita, set de 1866).

A preocupação com experiência religiosa de indivíduos e grupos sociais representa tópico central em várias ciências dedicadas ao estudo do homem. Sob a influência desse tema propomos um estudo direcionado à cultura da memória, ou seja, as memórias que conectam passado e presente dos grupos sociais e que orientarão as relações com o futuro. Nesta ótica, buscamos a abordagem de temas relacionados à tradição da memória popular, que nos conduz a experiências de indivíduos e grupos sociais.

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A jurema pode ser uma planta, uma bebida, uma entidade. Como uma entidade, a Jurema é a personificação espiritual das forças das florestas brasileiras, mais especificamente, das matas nordestinas.

Como forças atuantes na permanência e atualização de uma cultura, os mitos ganham relevância para coesão de grupos sociais, instituindo sentido na organização de determinadas sociedades. O mito é, pois, memória coletiva, produto de experiências vividas pelos sujeitos e internalizadas em práticas de rituais e de cerimônias. Nesta direção temática, a primeira perspectiva a que se propõe é saber as motivações que fizeram certos indivíduos escolher entre o Culto da Jurema a outras práticas religiosas. A segunda perspectiva refere-se à observação do processo de expansão e/ou retração dos seguidores de práticas religiosas, as atividades a que essa prática dá origem, sua estrutura ocupacional e social, entre outros aspectos. Na modalidade de enfocarmos o fenômeno da memória, no que se refere ao Culto da Jurema, buscamos ainda a confluência de vários outros tipos religiosos, como a Umbanda, o Catolicismo, o Candomblé e o Kardecismo.

Reconhecendo a importância da reflexão sobre a realidade e, quiçá, do reconhecimento de ambivalências entre a influência católica e das tradições culturais na prática da Jurema, surge a possibilidade de vislumbrarmos algumas digressões sobre a dinâmica das relações desta tradição com outras religiões mediúnicas e de possessão.

Investigar os diversos temas da religiosidade no Brasil é um desafio, principalmente quando se tenta juntar propostas teóricas e metodológicas nos estudos sobre memória social, seja nas formas e conteúdo dos registros, seja na busca de preservação da identidade de grupos sociais e de hábitos e costumes em seus diversos diálogos para preservação ou ressignificação de uma memória coletiva que os une enquanto uma sociedade específica (KOURY, 2000).

As formas culturais populares consoantes ao religioso abrem caminhos para entendimento de como se dá a ascensão da Jurema nesse campo. Ou seja, um espaço que se estrutura na interação entre diversas formas de expressão articuladas em torno de elementos, tanto da tradição quanto da religião, da política, e que por este motivo, podem ser publicamente acessíveis. São fatores representacionais que se reúnem, se transformam ou contrastam entre si.

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compreensão de diferentes formas de processamento e de codificação do estímulo e exprimem os diversos modos de organização das respostas.

Na esteira do tema da informação e da memória, propomos realizar um estudo do panorama do contexto religioso no Brasil, incluindo um estudo bibliográfico sobre o surgimento do Culto da Jurema na Paraíba. Complementaremos este estudo destacando as contribuições do catolicismo, do kardecismo, da umbanda e do candomblé para o Culto da Jurema. Paralelamente, mapearemos os locais em que ocorre o Culto da Jurema na cidade de João Pessoa. Este estudo encontra-se em desenvolvimento.

Já em trabalho de campo, selecionaremos alguns terreiros para realização do estudo, nos quais buscaremos identificar os seguintes elementos: cerimonial, hinos, danças e transe ritual, a estrutura hierárquica entre as entidades e os membros do culto, além de observar e enumerar os ritos de passagem, a relação desses ritos com seus participantes e de que modo estas práticas se convergem ao significado cultural da Jurema. Os dados serão construídos a partir da observação prolongada e sistemática dos eventos nos quais estão inscritos os processos que analisamos. Ou seja, a memória de uma sociedade cuja cultura é transmitida essencialmente por via oral, reforçando a ideia de que tais narrativas constituem uma síntese da cultura popular e ajudam na perpetuação da sociedade juremeira. Complementaremos a abordagem metodológica realizando entrevista não padronizada com mestres do terreiro e demais integrantes do grupo. As histórias sobre o Culto da Jurema, narradas por seus integrantes, certamente servirão de base para demonstrarmos que a investigação e a análise das histórias e silêncios do testemunho oral podem revelar a natureza e os significados da experiência de cada integrante. Complementaremos a atividade de coleta de dados, realizando o reconhecimento da estrutura espacial dos centros, as atividades desenvolvidas em cada culto, a estrutura ocupacional e social e os processos de mudança ocorridos nesses espaços.

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2 INFORMAÇÃO, CULTURA, RELIGIOSIDADE

O estudo em pauta compreende a informação na conjunção de outras disciplinas, para o alinhamento interdisciplinar da Ciência da Informação com temas que insurgem nos debates de outras ciências. Nesse sentido, algumas áreas do conhecimento têm contribuído para uma percepção mais ampla de tal conceito.

Capurro e Hjørland (2007) assinalam uma tendência em incorporar a interdisciplinaridade na área da Ciência da Informação, após apresentarem o conceito de informação no sentido de conhecimento comunicado. Os autores entendem que, a depender de diferentes perspectivas, é possível verificar o que está sendo informativo em um determinado contexto.

Informações e representações produzidas em nossa sociedade, em determinada época, ajudam os estudiosos a compreenderem que articulações essas informações e representações possuem com os diferentes grupos sociais, as diversas formas de referência às coisas religiosas resultantes do convívio de culturas diversas e de seus modos de comunicação até reconstituí-las como um sistema articulado com a totalidade histórica.

A informação é uma qualidade da realidade material a ser organizada, e não existe fora do tempo (ZEMAN, 1970). Tal compreensão a respeito de informação abre brecha para ampliarmos o seu conceito, inserindo nele a produção de significados socialmente aceitos, isto é, a produção de um bem simbólico, sua disseminação e consumo, que implica na sua própria reprodução, ou seja, na própria organização do conhecimento.

A Ciência da Informação é um campo interdisciplinar de conhecimento e responde aos problemas informacionais da sociedade, de sua origem voltada ao uso da informação nos diferentes contextos humanos. Essa consideração de Saracevic (1996) se estende às subáreas da Ciência da Informação, como a preservação de lugares da memória da humanidade considerada como um aspecto central de preocupação e ocupação dos sujeitos que atuam nos espaços destinados à memória.

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descrição ou representação, nesse caso, a informação pode ser considerada tangível e intangível.

A teoria da representação aproxima-se do conceito de informação, ampliando os pressupostos de Buckland (1994), devido à sua relação com o receptor da informação. A informação como processo faz parte de uma constante cultural, sendo exterior ao sujeito. A informação está no mundo e a cultura está na mente humana, sendo formada pelo sentido, pelas experiências e valores do indivíduo.

Capurro e Hjørland (2007) e Buckland (1994), destacam que a informação é mais material, enquanto o conhecimento é mais imaterial. A comunicação entre os emissores e receptores, do ponto de vista comunicacional, histórico e cognitivo, é o que irá produzir elementos que são da ação cultural e científica do ser humano.

A organização do conhecimento como área de estudo, se diferencia em duas concepções de conhecimento: uma, enquanto processo cognitivo individual constitui-se em uma certeza subjetiva ou objetivamente conclusiva da existência de um fato ou do estado de um caso adquirido por meio de reflexão; e a outra, enquanto algo sobre o qual existe certo consenso social.

Albuquerque (2001) esclarece que os sistemas de organização do conhecimento existem desde os tempos remotos e estão presentes em todas as áreas do conhecimento humano, de modo mais simples aos mais complexos. Para a autora, coletar, organizar, identificar, catalogar e classificar qualquer tipo de suporte informacional constitui atividade que norteia o tratamento de seus acervos e que fazem dessas instituições, depositárias de coleções, parte da história de diferentes culturas. Albuquerque (2011) coloca ainda em evidência a organização do conhecimento, e ressalta que a organização diz respeito ao desenvolvimento de teorias em determinadas áreas de assunto com o objetivo de elaborar instrumentos para representarem essas informações. Para ela, “as principais características da representação da informação residem na substituição do texto do documento por sua descrição abreviada, utilizada como um artifício para recuperar o que é essencial no documento, isto é, o tema” (ALBUQUERQUE, 2011, p.03).

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A propósito do termo Cultura, Le Goff (2003) preceitua que a materialidade da

cultura, no momento em que ela se exprime de maneira abstrata, a cultura material não está mais em questão. Isso designa “não apenas o domínio das representações mentais, do direito, do pensamento religioso e filosófico, da língua e das artes, mas também as estruturas socioeconômicas, as relações sociais e as relações de produção, em suma a relação entre os homens” (LE GOFF, 2003, p.180-81).

Por sua vez, a cultura popular a partir das características que lhe são peculiares é mediada pela interpretação que cada povo tem das histórias populares narradas, da recepção contextualizada na história local. Assim, a cultura popular mescla dados do dia a dia, associa o passado ao presente preservando a memória, além de constituir uma maneira própria de ver o mundo; assim, a cultura popular compõe seu enredo com contribuições que nascem de intervenções da própria comunidade (CANCLINI, 2003).

Ainda no que se refere ao termo cultura popular, Canclini (2003, p.12) revela a necessidade de redefinir o que hoje é cultura popular e que essa redefinição precisa juntar-se a uma “estratégia de investigação capaz de abranger tanto a produção, quanto a circulação e o consumo”. Canclini (2003, p. 29) limita o uso do termo cultura:

À produção de fenômenos que contribuem a representação ou reelaboração simbólica das estruturas materiais, para a compreensão, reprodução ou transformação do sistema social, ou seja, a cultura diz respeito a todas as práticas e instituições dedicadas à administração, renovação e reestruturação do sentido.

No que se refere aos fenômenos culturais tradicionais, Canclini (2003, p.220) esclarece que são hoje “o produto multideterminado de agentes populares e hegemônicos, rurais e urbanos, locais, nacionais e transnacionais”. Por extensão, “é possível pensar que procedentes de diversas classes e nações o popular é constituído por processos híbridos e complexos, usando como signos de identificação elementos”.

Chauí (1982) entende que a cultura popular é construída por práticas realizadas em uma cultura dominante, podendo apropriar-se ou resistir a ela. Nesse sentido, esclarece a autora:

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Em seus estudos sobre a cultura popular, Xidieh (1967) destaca a complexidade oculta na aparência singela. Chama a atenção este autor, para o fato de que as elaborações da literatura popular flutuam entre o real e o imaginário e projetam-se em torno de personagens humanos, animais, vegetais e do mundo inanimado. Do silêncio do diálogo entre o espiritual e o material resultam fantasmas, almas do outro mundo, entidades espirituais, ou seja, criações míticas de uma cultura híbrida. São elementos que exsudam de um ato de fé, sem explicação racional, recebida como uma mensagem na qual se lê as marcas da intervenção de Deus em nosso mundo. Definir a cultura popular não é tarefa simples, pois envolve, no dizer de Bosi (2001, p.63), “escolha de um ponto de vista, e em geral, implica tomada de posição”. Como se vê, o popular revela uma plasticidade conceitual, imprimindo uma definição que passa por movimentos intrínsecos ao próprio conceito, inserido nos limites teóricos da tradição e atualizado para as atuais necessidades e exigências.

No que se refere ao conceito de religião, Geertz (2001) considera-o como um sistema de símbolos que atua para estabelecer modos de longa duração e motivações nos homens por meio de formulação de concepções de ordem geral da existência. O autor se debruça sobre a crença de que, revestidos dessas concepções, com tal aura de factualidade é que os humores e motivações parecem singularmente realistas.

A preocupação com a experiência religiosa de indivíduos e grupos sociais representa tema central em várias ciências dedicadas ao estudo do homem. Esta preocupação aparece na Antropologia da Religião - que se pauta pelo caráter evolutivo e pelo desejo de explicar a origem das religiões -, como na psicologia, na abordagem freudiana, em que se considera o caráter ilusório da religião, e ainda, na abordagem junguiana, na qual valorizam os sonhos, mitos e símbolos.

Os estudos ligados à antropologia religiosa remetem a crenças, individuais ou coletivas, concentrando sua atenção sobre o componente religioso na cultura. Essas crenças se reproduzem com alterações e transformações ao longo da história. O escritor e historiador inglês Keith Thomas (1991) debruçou-se sobre a crença, que transcorria entre os séculos XVI e XVIII, na tentativa de compreensão do sistema de crenças em torno dos desencarnados, mostrando que os mortos foram considerados, ao longo da Idade Média, uma realidade absoluta.

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relações que mantêm com essa sociedade. Assim, o indivíduo busca, por meio dos símbolos, dosmitos e dos ritos, um poder transcendente que o espaço religioso oferece.

Desde os estudos mais relevantes da Antropologia das Religiões Afro-brasileiras, pelos anos de 1940, no que se refere à religiosidade, muita coisa mudou. Muitas tendências foram confirmadas, ao mesmo tempo, novos direcionamentos se impuseram. Na atualidade, religiões recém-criadas, as Pentecostais, por exemplo, lutam com as mais antigas, como a Umbanda, o Espiritismo e as demais afro-brasileiras. Criaram-se novos modos de interpretação e foram veiculados na mídia os conteúdos renovados sob outros aspectos, objetivando disputar os fiéis num cenário de enfrentamento entre concorrentes no campo religioso brasileiro.

A religião panteísta, no Brasil, oferta aos adeptos uma religião que facilmente se adapta aos seus anseios através do Culto à Natureza, da teoria da irradiação dos planetas na água fluidificada ou benta, do transe místico. A religião panteísta difunde o sentimento de fraternidade, humanidade e ajuda mútua entre os fiéis, seja na cooperação para o trabalho, seja na adversidade. É importante salientar que a constituição histórica da formação das religiões panteístas no Brasil mostra-se tão difícil, quanto à tentativa de compreender a estrutura organizacional de suas entidades.

Oswaldo Elias Xidieh (1967) ressalta que os grupos brasileiros são, com escassas exceções, católicos.

Esse catolicismo não pode ser enquadrado naquilo que a Igreja Católica apresenta de mais restrito e mais ortodoxo. É um catolicismo todo especial porque reajustado, através do tempo, ao impacto de culturas diferentes entre si, devido à disseminação da população rústica por extensas áreas geográficas, em vista da parca assistência que os meios religiosos competentes puderam dar a essas populações, e, consequentemente, pelo esquecimento ou abandono das práticas, usos e costumes estrita e rigorosamente católicos (XIDIEH, 1967, p. 111).

Os lugares destinados ao culto não se consagram com ritos especiais. Para Xidieh (1967), a simples introdução neles de um símbolo religioso ou a realização de uma cerimônia religiosa (o terço, por exemplo), vale pela sua consagração. As práticas religiosas produzidas desempenham um papel importante na memória coletiva religiosa (HALBWCHS, 1990).

A Antropologia da Religião envolve o estudo das instituições religiosas em relação a outras instituições sociais, e da comparação de crenças e práticas religiosas em diferentes

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desenvolvimento, tais como: a crença em espíritos ou fantasmas; o uso de magia como um meio de controlar o supernatural; o uso de adivinhação como um meio de descobrir conhecimento oculto; e os resultados de rituais, tal como oração e sacrifício como um meio de influenciar o resultado de vários eventos através de uma agência sobrenatural, às vezes sob a forma de xamanismo ou culto aos antepassados (BASTIDE, 1985).

Toda religião é criada pela comunidade humana que se prostra diante dela. Na comunicação entre as pessoas, no momento de transmissão de sua cultura, um dos primeiros registros é o verbal. Ato que se realiza por meio dos mitos. O mito é uma memória coletiva, produto de experiências vividas pelos indivíduos e internalizadas em práticas de rituais e de cerimônias. Estas representações religiosas são consideradas como princípios organizadores dos processos simbólicos, derivados dos posicionamentos específicos dos indivíduos nas relações sociais. Os princípios organizadores são semelhantes às dimensões de oposição e hierarquização que Bourdieu (1987) descreve em sua teoria de campo e aos princípios de dicotomia, adaptação, assimilação e sincronia, que intervêm na dinâmica da propagação e da difusão. Fazem parte das representações sociais os seguintes aspectos: a organização do campo representacional, os princípios organizadores das diferenças individuais, e a ancoragem social dos princípios organizadores. Enfatizamos o conceito de representação não no sentido interno, mas no sentido de representações coletivas, alguma coisa que se encontra no social e que se impões à consciência do indivíduo.

Azevedo Neto (2007, p.03) destaca que a questão da representação vem assumindo cada vez mais importância dentro de círculos especializados de conhecimento. Para o autor, “esta faceta é bem observada, quando nos deparamos com duas formas de inovações, as tecnológicas e as de hábitos linguísticos”. As migrações de pessoas que transmitem seus hábitos linguísticos e a migração de práticas religiosas podem resultar em adaptações ou integrações de religiões em um determinado ambiente.

Segundo Basalla (1989), a tecnologia é criada apenas com a intenção de satisfazer necessidades imediatas do ser humano. Assim, aquilo que é produzido e que ultrapassa as necessidades elementares torna-se desnecessário, ao mesmo tempo em que se indaga que nível de sofisticação tecnológica é aplicado para atender a tal necessidade.

3 (RE)COMPONDO A MEMÓRIA DA JUREMA

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nordestina. Durante os períodos de grande estiagem, a jurema se destaca do resto da vegetação nativa pelo fato de manter-se exuberante, resistente à falta de água.

A utilização e cultuação de partes desta árvore, durante os rituais religiosos dos índios brasileiros são descritas nos trabalhos de Oliveira (1985), Cascudo (1978), Mota (1987), entre outros, os quais se referem à confecção de uma bebida sagrada a partir da casca, tronco e raízes da referida planta. Quando ingerida, acredita-se que tal bebida poderá transportar os homens a uma comunicação com os espíritos.

A Jurema imperava na Paraíba até a década de 1960, quando chega ao Estado a Umbanda, ganhando espaço com o Terreiro de Umbanda Ogum Beira-Mar, de Mãe Marinalva. Um processo de trocas e reelaborações ocasionou a introdução da Umbanda na Paraíba em fins de 1960, um marco nesse processo aliado a mais recente influência do candomblé. Essas reelaborações deram condições para a formação da Umbanda cruzada com Jurema (DIAS, 2001).

Devido à grande diversidade cultural existente na Paraíba, as religiões como a Católicas, Protestantes, Espíritas, Jurema, Candomblé, passaram uma a influenciar às outras, num processo de transculturação, dando origem às variadas designações: Candomblé, Macumba, Umbanda.

Coulanges (1988) sustenta a ideia de que a prática religiosa é que estabelece o vínculo a cada nova associação, realizando a ideia da expansão religiosa. Nesse sentido, o Culto da Jurema, como tradição religiosa, essencialmente nordestina, é uma tradição que se iniciou com o uso da planta de mesmo nome, pelos indígenas da região Norte e Nordeste. Sofreu influências de variadas origens, da feitiçaria europeia à pajelança, passando pelas religiões africanas e pelo catolicismo popular, e ainda pelo cristianismo esotérico. No contexto do sincretismo brasileiro afro-ameríndio, a presença ou não da jurema como elemento sagrado do culto vem estabelecer a diferença principal entre as práticas de Umbanda e do Catimbó.

O termo catimbó é uma derivação de timbó ou caa-timbó do idioma Nheengatu, a língua dos tupinambá ou tupi guarani e significa defumação (CASCUDO apud FREYRE,

1934). Como destacam Dias (2011) e Souza e Andrade Júnior (2013), foi na cidade de Alhandra, município de João Pessoa, que esse culto, na forma do Catimbó alcançou repercussão.

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ação que denomina as pessoas que retornam espiritualmente na linhagem da jurema sagrada como mestres (as), caboclos (as) ou índios (as), e a mesma se manifesta em médiuns de todo o Brasil e também do exterior” (LIMA, 2010, p.58).

Sobre as juremeiras mais antigas da Paraíba, Lima (2010) destaca: Mãe Rita Preta, Mãe Laura e Mãe Isaura atuavam em Santa Rita; Mãe Cleonice e Maria do Peixe, em Joao Pessoa, entre outras que já faleceram. Mãe Marinalva é a Yalorixa mais antiga da umbanda, e Pai Osias, sucessor de um dos mais antigos terreiros de umbanda do Estado. No Candomblé, Mãe Beata de Yemanjá (já falecida) trouxe o Candomblé de Angola; Pai Jackson de Oya é o precursor do Ketu em Cajazeiras, seguido pelo Tata Afonso angoleiro; Pai Erivaldo do Ketu e Mãe Renilda do Jeje. Esses três últimos, em Joao Pessoa.

Como descreve Lima (2010), na década de 1960 Mãe Rita Preta conheceu Carlos Leal Rodrigues, por intermédio de Mãe Teinha de Iansã (falecida). Mãe Teinha e Carlos Leal foram os primeiros Mãe e Pai de Santo de Mãe Rita Preta e também de Mãe Laura de Oya. Mãe Rita Preta e Carlos Leal Rodrigues juntaram-se ao também juremeiro Cícero Tomé, e começaram a discutir uma forma de organizar, agrupar os adeptos da jurema e da umbanda, para juntos criarem uma federação que visasse priorizar como bandeira de luta, a liberação dos cultos afro-brasileiros paraibanos.

Consta ainda nos escritos de Lima (2010) que Mãe Rita Preta além de ser precursora da iniciação na Jurema, tendo se iniciado em 1945, em Lagoa Seca-PE, foi fundadora da Federação dos Cultos Africanos da Paraíba em dezembro de 1966, quando da aprovação da lei que liberou os cultos afro-brasileiros no Estado. Com a criação da Federação dos Cultos Africanos da Paraíba, o primeiro presidente foi Carlos Leal Rodrigues, que ficou de 1966 até a sua morte em 1982. Com a sua morte, a Federação Paraibana dos Cultos Africanos foi assumida temporariamente por Emídio do Oriente, oriundo de Campina Grande, que em seguida, indica Valter Pereira, que também não e iniciado nas religiões afro-brasileiras. Valter Pereira assumiu a presidência da Federação após a presidência temporária de Emídio do Oriente na década de 1980.

Segundo Lima (2011), Mãe Marinalva criou o estatuto do terreiro em 1962, registrou em cartório, sendo publicado no em Diário Oficial. A lei nº 3.443 de 6 de novembro de 1966 dispõe sobre o exercício dos cultos africanos no Estado da Paraíba. Uma conquista e avanços, baseando-se no artigo 33 da Constituição Estadual, do artigo 59 do Ato Institucional n. 2 (de 27/10/1965) e com o artigo 32 §39, da Emenda Constitucional no 1 (de 22/12/1965).

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três décadas, anterior a lei 3.443, muitas juremeiras e juremeiros foram perseguidos, presos e torturados pelo aparato estatal, onde no Brasil, o exercício de culto era garantido desde a criação da primeira Constituição republicana em 1890. Contraditoriamente ao que se vivenciava na Paraíba, a Lei 4.898/65, art. 4o, alíneas “d” e “e”, pune o abuso de autoridade decorrente de atentado a liberdade de associação à liberdade de consciência e de crença, e ao livre exercício do culto religioso (LIMA, 2010).

É conveniente enfatizar que a memória não se contrapõe o esquecimento, e este deve ser articulado com as lembranças, estando engastado nas políticas de contenção, preservação e restauração da memória, tanto individual quanto coletiva, tanto biológica quanto artificial. A prática social é o que vem a determinar a conjuntura da memória coletiva a ser administrada ao longo da construção das memórias e esquecimentos institucionalizados.

Nas sociedades sem escrita, a memória coletiva parece ordenar-se em torno de três grandes interesses, apontados por Le Goff (2003): a idade coletiva do grupo, fundada em certos mitos, mais precisamente nos mitos de origem; o prestígio das famílias dominantes, que se exprime pelas genealogias; e o saber técnico, transmitido por meio de fórmulas práticas fortemente ligadas à magia religiosa. Sendo assim, quase toda a base cultural, fundada sobre a lembrança dos indivíduos, nas sociedades, estava identificada com a memória, sobretudo a memória auditiva. Na oralidade primária a palavra tinha como função básica a gestão da memória social, não a simples livre expressão das pessoas ou a comunicação prática cotidiana. A memória e a tradição juremeira foram inscritas e preservadas nas mentes dos integrantes dos grupos e repassadas por gerações.

Segundo Chapouthier (2005), a memória pode constar de dois sentidos: no sentido estrito, memória é a capacidade que certos seres vivos têm de armazenar, no sistema nervoso, dados ou informações sobre o meio que os cerca, para assim modificar o próprio comportamento. Em uma concepção mais ampla, a memória é também todo traço deixado no mundo ou nos componentes deste por um determinado evento.

Ferreira e Amaral (2004, p.139) asseveram que falar de memória é falar de certa estrutura de arquivamento, “que nos permite experiências socialmente significativas do passado, do nosso presente e de nossa percepção do futuro”. Conforme preceitua Barros (2005, p.01), a memória é também “a aquisição, o armazenamento e a evocação de informações. A aquisição é denominada de aprendizado e a evocação é também chamada recordação, lembrança, recuperação”.

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afro-brasileiros e se mistura com o catolicismo popular. A Jurema não tem um padrão específico de culto, cada líder tem sua forma de impor seus ritos e pode acontecer na terra, na mesa, no chão. A primeira Jurema que existiu foi de chão. Ela é considerada pelos seus integrantes como a própria natureza; como raiz viva e como espaço naturalmente sagrado.

Na terra, na mesa, no chão, não importa ao juremeiro o local. Ali se faz o templo; ali o templo constitui uma ‘abertura’ para o alto e assegura a comunicação com o mundo dos encantados, conforme indica Halbwachs (1990, p.159).

Conta-se que os africanos que chegavam ao Brasil, ao fugirem dos engenhos onde estavam escravizados, encontravam abrigo nas aldeias indígenas, através desse contato com os primitivos, fazia-se aí a troca de conhecimento religioso. Os grandes mestres juremeiros são sempre mestiços com sangue índio e negro. Os negros africanos contribuíram com o seu conhecimento sobre o culto dos mortos e das divindades da natureza: os Orixás, Voduns e Inkices; os índios contribuíram com o conhecimento de invocações dos espíritos de antigos pajés e dos trabalhos realizados com os encantados das matas e dos rios. Daí a Jurema se compor de duas grandes linhas de trabalho: a linha dos mestres de Jurema e a linha dos Encantados.

O culto da jurema difundiu-se dos sertões e agrestes nordestinos em direção às grandes cidades do litoral, tendo o símbolo sagrado da árvore da Jurema. Originado na cultura indígena, sincretiza-se com elementos da magia europeia, do catolicismo e da matriz africana, conforme já destacaram Cascudo (1978) e Bastide (1985). A partir daí, formou-se o Catimbó na Paraíba, Recife, Maceió e Natal, proveniente, sobretudo, dos rituais indígenas centrados na jurema (BRANDÃO; RIOS, 1998).

Bastide (1945) afirma ser o Catimbó de origem índia, considerando como tradições indígenas. Nesse culto, o uso da defumação para curar doenças, o emprego do fumo para entrar em estado de transe e a ideia do mundo dos espíritos, no qual há casas e cidades. Refere-se o autor a esse culto como sendo remanescente da antiga festa da jurema, ritual comunitário que se realizava anualmente entre as tribos indígenas do Nordeste, modificado em contato com o catolicismo e com a passagem da organização tribal para outro tipo de organização, a partir da desagregação da tribo em famílias dispersas no litoral.

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Bastide (1985) faz referência ao uso da jurema (palmeira tóxica do Nordeste) tanto através do chá de sua raiz (ajuá) como do fumo de suas folhas e raiz dentro de um cachimbo, usado para incensar os fiéis. Tal descrição se deu após a participação do autor em uma cerimônia de Catimbó, ocorrida na festa do Dia de Reis na Paraíba.

A missão de pesquisas folclóricas de 1938, organizada por Mário de Andrade, então chefe do departamento de cultura do município de São Paulo, também fez referência ao uso da jurema (CARLINI, 1994). Uma equipe de pesquisadores que tinham como objetivo coletar dados sobre a cultura popular no Norte e Nordeste do país encontrou na Paraíba um número expressivo de catimbós, relatando nos seus diários a existência de um forte núcleo catimbozeiro, principalmente no município de Alhandra/PB, extraindo das narrativas dos juremeiros todo um sistema de informações que dizem respeito aos valores, fatos e sentimentos que compõem essa sociedade.

O ritual de Jurema é hoje praticado nos terreiros de Umbanda com novos significantes e significados. Como afirma Pordeus (2006), não é mais praticada dentro do catimbó como os índios de outrora faziam; ela está revestida de novos valores simbólicos, engendrados pela grande mistura religiosa operada na Umbanda, em que aparecem elementos do Catolicismo e do Espiritismo.

A jurema é exaltada não só como uma planta, a mimosa hostilis. Ao redor do culto

dessa árvore transitatoda uma série de possibilidades de elementos mágico-religiosos: árvore sagrada, porque nela a Virgem Maria teria escondido o Menino Jesus; bebida sagrada, reconhecida assim pelos adeptos, porque tem o poder de cura; entidade espiritual; cidade espiritual; dependendo do contexto em que a palavra que a designa apareça, têm-se essas diferentes conotações (BRANDÃO; RIOS, 2004).

O reconhecimento da estrutura espacial dos centros, as atividades desenvolvidas em cada culto, a estrutura ocupacional e social e os processos de mudança ocorridos nesses espaços, considerando os conceitos de preservação e disseminação de conteúdos informacionais, sobre cultos religiosos, são alguns dos propósitos deste estudo. As observações dos rituais, as informações colhidas com as entrevistas, as conversas informais, certamente fornecerão material empírico significativo para análise, como também poderão aflorar a nossa percepção a respeito da função social da Jurema e sua forma de ser.

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4 À SOMBRA DA JUREMA...

O fio condutor desta exposição foi o estudo da tradição do Culto da Jurema na Paraíba e sua importância informacional na perspectiva da memória. O conceito de memória prevalece num complexo teórico, essencialmente halbbwachiano, em que o equilíbrio do grupo religioso está assegurado, considerando-se que os lugares sagrados participam das coisas materiais e somente ao se fixar sobre eles é que o pensamento coletivo do grupo de fiéis possui mais chances de se imobilizar e de permanecer, sendo esta, a melhor condição da memória coletiva religiosa.

Salientamos, no entanto, a complementaridade de diferentes conceitos a respeito da memória, mais especificamente, da tradição da memória. O uso de diferentes conceitos não será arbitrário, pois poderão traduzir a nossa preocupação de dar focos mais restritos à exploração da realidade.

A visão das práticas no Culto da Jurema pauta-se pelos princípios da hermenêutica, vez que, as interpretações abrem vastas perspectivas de entendimento sobre os diferentes significados que os agentes sociais atribuem aos símbolos da vida social.

Nessa atividade, a análise do Culto da Jurema deverá ocorrer dentro de uma ação significativa, cujas intenções e sentidos estão referidos às concepções de mundo de seus integrantes e, dessa maneira, tornar transparente a forma estrutural das concepções que compõem a formação destes cultos.

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