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DIVISÃO E DEMARCAÇÃO DE TERRAS PARTICULARES

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(1)

DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE

JURISDIÇÃO CONTENCIOSA

DA AÇÃO DE DIVISÃO E DA

DEMARCAÇÃO DE TERRAS

PARTICULARES

CPC artigos 946 a 981

1 - DISPOSIÇÕES GERAIS

São duas ações.

1ª – AÇÃO DEMARCATÓRIA

É ação de procedimento especial de

jurisdição contenciosa por meio do qual

se busca fazer valer o direito subjetivo

reconhecido pelo art. 1.297, caput, ou

1.298, do Código Civil.

(2)

Espécies da demarcatória:

Simples: pedido apenas de demarcar

 Qualificada: pedidos cumulados:

demarcar mais reintegração ou

reivindicação.

 Total ou parcial: se tiver por objeto

todo o imóvel ou parte dele.

Generalidades

 Cessação de confusão de limites

 Fixar novos rumos / aviventar limites

já existentes

 Dois ou mais imóveis confrontantes

(3)

Legitimidade:

 Ativa: proprietário ou condômino

 Passiva: proprietário do prédio

confinante

Petição inicial

 Art. 282 + art. 950

 Foro da situação do imóvel

 Designação do imóvel que se pretende

demarcar

 Descrição dos limites que o autor

(4)

 Indicação dos confinantes da linha

demarcanda

Wambier, p. 231

Requerer a citação dos réus para

contestar no prazo comum de 20 dias

Procedimento

 Ofertada contestação, segue-se o

procedimento ordinário

 Perícia

 Nomeação de dois arbitradores e um

agrimensor

(5)

 Acolhimento do pedido

demarcatório: apelação com

duplo efeito;

 homologatória da demarcação

– apelação apenas com efeito

devolutivo

2ª – AÇÃO DE DIVISÃO

É ação de procedimento especial de

jurisdição contenciosa por cujo

intermédio se busca fazer valer o

direito subjetivo estabelecido pelo art.

1.320, caput, primeira parte, do

Código Civil.

(6)

Generalidades

 Extinção da comunhão

 Tornar certo o quinhão de cada

comunheiro

 Imóvel divisível

Wambier, p. 231

Legitimidade:

 Ativa: condômino ou compossuidores

 Passiva:

condômino

ou

(7)

Petição inicial

 Art. 282 + art. 967

 Foro da situação do imóvel

 Origem da comunhão

 Exata descrição do imóvel

 Especificação / qualificação dos

condôminos

 Especificação das benfeitorias

Wambier, p. 231

 Requerer a citação dos réus para

contestar no prazo comum de 20 dias

Procedimento

 Ofertada contestação, segue-se o

(8)

 Duas sentenças:

 Acolhimento do pedido

divisório: apelação com duplo

efeito;

 homologatória de divisão –

apelação apenas com efeito

devolutivo

 Duas sentenças:

 Declaratória: procedência da

pretensão de dividir;

 Constitutiva: torna efetiva a divisão

CUMULAÇÃO DAS AÇÕES

Art. 947 CPC

(9)

 Dois pedidos

 Citação dos confinantes e dos

condôminos

 Um único processo

 Dois procedimentos

 Primeiro resolve-se a demarcação;

depois a divisão

 Resolvida a demarcação, os

confinantes passam a ser

considerados terceiros – art. 948 CPC

NATUREZA DÚPLICE

A pretensão divisória ou demarcatória é

comum a ambas as partes

(10)

CAPÍTULO VIII

DA AÇÃO DE DIVISÃO E DA DEMARCAÇÃO DE TERRAS PARTICULARES Seção I

Das Disposições Gerais Art. 946. Cabe:

I - a ação de demarcação ao proprietário para obrigar o seu confinante a estremar os respectivos prédios, fixando-se novos limites entre eles ou aviventando-se os já apagados;

II - a ação de divisão, ao condômino para obrigar os demais consortes, a partilhar a coisa comum.

Art. 947. É lícita a cumulação destas ações; caso em que deverá processar-se primeiramente a demarcação total ou parcial da coisa comum, citando-se os confinantes e condôminos.

Art. 948. Fixados os marcos da linha de demarcação, os confinantes considerar-se-ão terceiros quanto ao processo divisório; fica-lhes, porém, ressalvado o direito de vindicarem os terrenos de que se julguem despojados por invasão das linhas limítrofes constitutivas do perímetro ou a reclamarem uma indenização pecuniária correspondente ao seu valor.

Art. 949. Serão citados para a ação todos os condôminos, se ainda não transitou em julgado a sentença homologatória da divisão; e todos os quinhoeiros dos terrenos vindicados, se proposta posteriormente.

Parágrafo único. Neste último caso, a sentença que julga procedente a ação, condenando a restituir os terrenos ou a pagar a indenização, valerá como título executivo em favor dos quinhoeiros para haverem dos outros condôminos, que forem parte na divisão, ou de seus sucessores por título universal, na proporção que Ihes tocar, a composição pecuniária do desfalque sofrido.

Seção II Da Demarcação

Art. 950. Na petição inicial, instruída com os títulos da propriedade, designar-se-á o imóvel pela situação e denominação, descrever-se-ão os limites por constituir, aviventar ou renovar e nomear-se-ão todos os confinantes da linha demarcanda.

Art. 951. O autor pode requerer a demarcação com queixa de esbulho ou turbação, formulando também o pedido de restituição do terreno invadido com os rendimentos que deu, ou a indenização dos danos pela usurpação verificada.

Art. 952. Qualquer condômino é parte legítima para promover a demarcação do imóvel comum, citando-se os demais como litisconsortes.

Art. 953. Os réus que residirem na comarca serão citados pessoalmente; os demais, por edital.

Art. 954. Feitas as citações, terão os réus o prazo comum de 20 (vinte) dias para contestar.

(11)

Art. 955. Havendo contestação, observar-se-á o procedimento ordinário; não havendo, aplica-se o disposto no art. 330, II.

Art. 956. Em qualquer dos casos do artigo anterior, o juiz, antes de proferir a sentença definitiva, nomeará dois arbitradores e um agrimensor para levantarem o traçado da linha demarcanda.

Art. 957. Concluídos os estudos, apresentarão os arbitradores minucioso laudo sobre o traçado da linha demarcanda, tendo em conta os títulos, marcos, rumos, a fama da vizinhança, as informações de antigos moradores do lugar e outros elementos que coligirem.

Parágrafo único. Ao laudo, anexará o agrimensor a planta da região e o memorial das operações de campo, os quais serão juntos aos autos, podendo as partes, no prazo comum de 10 (dez) dias, alegar o que julgarem conveniente.

Art. 958. A sentença, que julgar procedente a ação, determinará o traçado da linha demarcanda.

Art. 959. Tanto que passe em julgado a sentença, o agrimensor efetuará a demarcação, colocando os marcos necessários. Todas as operações serão consignadas em planta e memorial descritivo com as referências convenientes para a identificação, em qualquer tempo, dos pontos assinalados.

Art. 960. Nos trabalhos de campo observar-se-ão as seguintes regras: I - a declinação magnética da agulha será determinada na estação inicial; II - empregar-se-ão os instrumentos aconselhados pela técnica;

III - quando se utilizarem fitas metálicas ou correntes, as medidas serão tomadas horizontalmente, em lances determinados pelo declive, de 20 (vinte) metros no máximo;

IV - as estações serão marcadas por pequenas estacas, fortemente cravadas, colocando-se ao lado estacas maiores, numeradas;

V - quando as estações não tiverem afastamento superior a 50 (cinqüenta) metros, as visadas serão feitas sobre balizas com o diâmetro máximo de 12 (doze) milímetros;

Vl - tomar-se-ão por aneróides ou por cotas obtidas mediante levantamento taqueométrico as altitudes dos pontos mais acidentados.

Art. 961. A planta será orientada segundo o meridiano do marco primordial, determinada a declinação magnética e conterá:

I - as altitudes relativas de cada estação do instrumento e a conformação altimétrica ou orográfica aproximativa dos terrenos;

II - as construções existentes, com indicação dos seus fins, bem como os marcos, valos, cercas, muros divisórios e outros quaisquer vestígios que possam servir ou tenham servido de base à demarcação;

III - as águas principais, determinando-se, quando possível, os volumes, de modo que se Ihes possa calcular o valor mecânico;

IV - a indicação, por cores convencionais, das culturas existentes, pastos, campos, matas, capoeiras e divisas do imóvel.

(12)

Parágrafo único. As escalas das plantas podem variar entre os limites de 1 (um) para 500 (quinhentos) a 1 (um) para 5.000 (cinco mil) conforme a extensão das propriedades rurais, sendo admissível a de 1 (um), para 10.000 (dez mil) nas propriedades de mais de 5 (cinco) quilômetros quadrados.

Art. 962. Acompanharão as plantas as cadernetas de operações de campo e o memorial descritivo, que conterá:

I - o ponto de partida, os rumos seguidos e a aviventação dos antigos com os respectivos cálculos;

II - os acidentes encontrados, as cercas, valos, marcos antigos, córregos, rios, lagoas e outros;

III - a indicação minuciosa dos novos marcos cravados, das culturas existentes e sua produção anual;

IV - a composição geológica dos terrenos, bem como a qualidade e extensão dos campos, matas e capoeiras;

V - as vias de comunicação;

Vl - as distâncias à estação da estrada de ferro, ao porto de embarque e ao mercado mais próximo;

Vll - a indicação de tudo o mais que for útil para o levantamento da linha ou para a identificação da linha já levantada.

Art. 963. É obrigatória a colocação de marcos assim na estação inicial - marco primordial -, como nos vértices dos ângulos, salvo se algum destes últimos pontos for assinalado por acidentes naturais de difícil remoção ou destruição.

Art. 964. A linha será percorrida pelos arbitradores, que examinarão os marcos e rumos, consignando em relatório escrito a exatidão do memorial e planta apresentados pelo agrimensor ou as divergências porventura encontradas.

Art. 965. Junto aos autos o relatório dos arbitradores, determinará o juiz que as partes se manifestem sobre ele no prazo comum de 10 (dez) dias. Em seguida, executadas as correções e retificações que ao juiz pareçam necessárias, lavrar-se-á o auto de demarcação em que os limites demarcandos serão minuciosamente descritos de acordo com o memorial e a planta.

Art. 966. Assinado o auto pelo juiz, arbitradores e agrimensor, será proferida a sentença homologatória da demarcação.

Seção III Da Divisão

Art. 967. A petição inicial, elaborada com observância dos requisitos do art. 282 e instruída com os títulos de domínio do promovente, conterá:

I - a indicação da origem da comunhão e a denominação, situação, limites e característicos do imóvel;

II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência de todos os condôminos, especificando-se os estabelecidos no imóvel com benfeitorias e culturas;

(13)

Art. 968. Feitas as citações como preceitua o art. 953, prosseguir-se-á na forma dos arts. 954 e 955.

Art. 969. Prestado o compromisso pelos arbitradores e agrimensor, terão início, pela medição do imóvel, as operações de divisão.

Art. 970. Todos os condôminos serão intimados a apresentar, dentro em 10 (dez) dias, os seus títulos, se ainda não o tiverem feito; e a formular os seus pedidos sobre a constituição dos quinhões.

Art. 971. O juiz ouvirá as partes no prazo comum de 10 (dez) dias.

Parágrafo único. Não havendo impugnação, o juiz determinará a divisão geodésica do imóvel; se houver, proferirá, no prazo de 10 (dez) dias, decisão sobre os pedidos e os títulos que devam ser atendidos na formação dos quinhões.

Art. 972. A medição será efetuada na forma dos arts. 960 a 963.

Art. 973. Se qualquer linha do perímetro atingir benfeitorias permanentes dos confinantes, feitas há mais de 1 (um) ano, serão elas respeitadas, bem como os terrenos onde estiverem, os quais não se computarão na área dividenda.

Parágrafo único. Consideram-se benfeitorias, para os efeitos deste artigo, as edificações, muros, cercas, culturas e pastos fechados, não abandonados há mais de 2 (dois) anos.

Art. 974. É lícito aos confinantes do imóvel dividendo demandar a restituição dos terrenos que Ihes tenham sido usurpados.

§ 1o Serão citados para a ação todos os condôminos, se ainda não transitou em julgado a

sentença homologatória da divisão; e todos os quinhoeiros dos terrenos vindicados, se proposta posteriormente.

§ 2o Neste último caso terão os quinhoeiros o direito, pela mesma sentença que os obrigar

à restituição, a haver dos outros condôminos do processo divisório, ou de seus sucessores a título universal, a composição pecuniária proporcional ao desfalque sofrido.

Art. 975. Concluídos os trabalhos de campo, levantará o agrimensor a planta do imóvel e organizará o memorial descritivo das operações, observado o disposto nos arts. 961 a 963.

§ 1o A planta assinalará também:

I - as povoações e vias de comunicação existentes no imóvel;

II - as construções e benfeitorias, com a indicação dos seus fins, proprietários e ocupantes;

III - as águas principais que banham o imóvel;

IV - a composição geológica, qualidade e vestimenta dos terrenos, bem como o valor destes e das culturas.

§ 2o O memorial descritivo indicará mais:

I - a composição geológica, a qualidade e o valor dos terrenos, bem como a cultura e o destino a que melhor possam adaptar-se;

(14)

II - as águas que banham o imóvel, determinando-lhes, tanto quanto possível, o volume, de modo que se Ihes possa calcular o valor mecânico;

III - a qualidade e a extensão aproximada de campos e matas; IV - as indústrias exploradas e as suscetíveis de exploração;

V - as construções, benfeitorias e culturas existentes, mencionando-se os respectivos proprietários e ocupantes;

Vl - as vias de comunicação estabelecidas e as que devam ser abertas; Vll - a distância aproximada à estação de transporte de mais fácil acesso; Vlll - quaisquer outras informações que possam concorrer para facilitar a partilha.

Art. 976. Durante os trabalhos de campo procederão os arbitradores ao exame, classificação e avaliação das terras, culturas, edifícios e outras benfeitorias, entregando o laudo ao agrimensor.

Art. 977. O agrimensor avaliará o imóvel no seu todo, se os arbitradores reconhecerem que a homogeneidade das terras não determina variedade de preços; ou o classificará em áreas, se houver diversidade de valores.

Art. 978. Em seguida os arbitradores e o agrimensor proporão, em laudo fundamentado, a forma da divisão, devendo consultar, quanto possível, a comodidade das partes, respeitar, para adjudicação a cada condômino, a preferência dos terrenos contíguos às suas residências e benfeitorias e evitar o retalhamento dos quinhões em glebas separadas.

§ 1o O cálculo será precedido do histórico das diversas transmissões efetuadas a partir do

ato ou fato gerador da comunhão, atualizando-se os valores primitivos.

§ 1o O cálculo será precedido do histórico das diversas transmissões efetuadas a partir do

ato ou fato gerador da comunhão, atualizando-se os valores primitivos.

§ 2o Seguir-se-ão, em títulos distintos, as contas de cada condômino, mencionadas todas

as aquisições e alterações em ordem cronológica bem como as respectivas datas e as folhas dos autos onde se encontrem os documentos correspondentes.

§ 3o O plano de divisão será também consignado em um esquema gráfico.

Art. 979. Ouvidas as partes, no prazo comum de 10 (dez) dias, sobre o cálculo e o plano da divisão, deliberará o juiz a partilha. Em cumprimento desta decisão, procederá o agrimensor, assistido pelos arbitradores, à demarcação dos quinhões, observando, além do disposto nos arts. 963 e 964, as seguintes regras:

I - as benfeitorias comuns, que não comportarem divisão cômoda, serão adjudicadas a um dos condôminos mediante compensação;

II - instituir-se-ão as servidões, que forem indispensáveis, em favor de uns quinhões sobre os outros, incluindo o respectivo valor no orçamento para que, não se tratando de servidões naturais, seja compensado o condômino aquinhoado com o prédio serviente;

III - as benfeitorias particulares dos condôminos, que excederem a área a que têm direito, serão adjudicadas ao quinhoeiro vizinho mediante reposição;

(15)

IV - se outra coisa não acordarem as partes, as compensações e reposições serão feitas em dinheiro.

Art. 980. Terminados os trabalhos e desenhados na planta os quinhões e as servidões aparentes, organizará o agrimensor o memorial descritivo. Em seguida, cumprido o disposto no art. 965, o escrivão lavrará o auto de divisão, seguido de uma folha de pagamento para cada condômino. Assinado o auto pelo juiz, agrimensor e arbitradores, será proferida sentença homologatória da divisão.

§ 1o O auto conterá:

I - a confinação e a extensão superficial do imóvel;

II - a classificação das terras com o cálculo das áreas de cada consorte e a respectiva avaliação, ou a avaliação do imóvel na sua integridade, quando a homogeneidade das terras não determinar diversidade de valores;

III - o valor e a quantidade geométrica que couber a cada condômino, declarando-se as reduções e compensações resultantes da diversidade de valores das glebas componentes de cada quinhão.

§ 2o Cada folha de pagamento conterá:

I - a descrição das linhas divisórias do quinhão, mencionadas as confinantes;

Il - a relação das benfeitorias e culturas do próprio quinhoeiro e das que lhe foram adjudicadas por serem comuns ou mediante compensação;

III - a declaração das servidões instituídas, especificados os lugares, a extensão e modo de exercício".

"Art. 981. Aplica-se às divisões o disposto nos artigos 952 a 955".

CPC PROJETADO

VERSÃO CÂMARA

CAPÍTULO V

DA AÇÃO DE DIVISÃO E DA DEMARCAÇÃO DE TERRAS

PARTICULARES

Seção I

(16)

Art. 593. Cabe:

I – ao proprietário ação de demarcação, para obrigar o seu

confinante a estremar os respectivos prédios, fixando-se novos

limites entre eles ou aviventando-se os já apagados;

II – ao condômino a ação de divisão, para obrigar os demais

consortes a estremar os quinhões.

Art. 594. É lícita a cumulação dessas ações, caso em que deverá

processar-se primeiramente a demarcação total ou parcial da coisa

comum, citando-se os confinantes e os condôminos.

Art. 595. A demarcação e a divisão poderão ser realizadas por

escritura pública, desde que maiores, capazes e concordes todos

os interessados, observando-se, no que couber, os dispositivos

deste Capítulo.

Art. 596. Fixados os marcos da linha de demarcação, os

confinantes considerar-se-ão terceiros quanto ao processo divisório;

fica-lhes, porém, ressalvado o direito de vindicar os terrenos de que

se julguem despojados por invasão das linhas limítrofes

constitutivas do perímetro ou de reclamar indenização

correspondente ao seu valor.

Art. 597. No caso do art. 596, serão citados para a ação todos os

condôminos, se ainda não transitou em julgado a sentença

homologatória da divisão, e todos os quinhoeiros dos terrenos

vindicados, se proposta posteriormente.

Parágrafo único. Nesse último caso, a sentença que julga

procedente a ação, condenando a restituir os terrenos ou a pagar a

indenização, valerá como título executivo em favor dos quinhoeiros

para haverem dos outros condôminos que forem parte na divisão ou

de seus sucessores por título universal, na proporção que lhes

tocar, a composição pecuniária do desfalque sofrido.

Art. 598. Tratando-se de imóvel georreferenciado, com averbação

no Registro de Imóveis, pode o juiz dispensar a realização de prova

pericial.

Seção II

Da demarcação

(17)

Art. 599. Na petição inicial, instruída com os títulos da propriedade,

designar-se-á o imóvel pela situação e pela denominação,

descrever-se-ão os limites por constituir, aviventar ou renovar e

nomear-se-ão todos os confinantes da linha demarcanda.

Art. 600. Qualquer condômino é parte legítima para promover a

demarcação do imóvel comum, requerendo a intimação dos demais

para intervir no processo, querendo.

Art. 601. A citação dos réus será feita por correio, observado o

disposto no art. 228.

Parágrafo único. Será publicado edital, nos termos do inciso III do

art. 240.

Art. 602. Feitas as citações, terão os réus o prazo comum de quinze

dias para contestar.

Art. 603. Após o prazo de resposta do réu, observar-se-á o

procedimento comum.

Art. 604. Antes de proferir a sentença, o juiz nomeará um ou mais

peritos para levantar o traçado da linha demarcanda.

Art. 605. Concluídos os estudos, os peritos apresentarão minucioso

laudo sobre o traçado da linha demarcanda, considerando os

títulos, os marcos, os rumos, a fama da vizinhança, as informações

de antigos moradores do lugar e outros elementos que coligirem.

Art. 606. A sentença que julgar procedente o pedido determinará o

traçado da linha demarcanda.

Parágrafo único. A sentença proferida na ação demarcatória

determinará a restituição da área invadida, se houver, declarando o

domínio ou a posse do prejudicado, ou uma e outra.

Art. 607. Transitada em julgado a sentença, o perito efetuará a

demarcação e colocará os marcos necessários. Todas as

operações serão consignadas em planta e memorial descritivo com

as referências convenientes para a identificação, em qualquer

tempo, dos pontos assinalados, observada a legislação especial

que dispõe sobre a identificação do imóvel rural.

(18)

Art. 608. As plantas serão acompanhadas das cadernetas de

operações de campo e do memorial descritivo, que conterá:

I – o ponto de partida, os rumos seguidos e a aviventação dos

antigos com os respectivos cálculos;

II – os acidentes encontrados, as cercas, os valos, os marcos

antigos, os córregos, os rios, as lagoas e outros;

III – a indicação minuciosa dos novos marcos cravados, dos antigos

aproveitados, das culturas existentes e da sua produção anual;

IV – a composição geológica dos terrenos, bem como a qualidade e

a extensão dos campos, das matas e das capoeiras;

V – as vias de comunicação;

VI – as distâncias a pontos de referência, tais como rodovias

federais e estaduais, ferrovias, portos, aglomerações urbanas e

polos comerciais;

VII – a indicação de tudo o mais que for útil para o levantamento da

linha ou para a identificação da linha já levantada.

Art. 609. É obrigatória a colocação de marcos assim na estação

inicial, dita marco primordial, como nos vértices dos ângulos, salvo

se algum desses últimos pontos for assinalado por acidentes

naturais de difícil remoção ou destruição.

Art. 610. A linha será percorrida pelos arbitradores, que examinarão

os marcos e rumos, consignando em relatório escrito a exatidão do

memorial e planta apresentados pelo agrimensor ou as divergências

porventura encontradas.

Art. 611. Juntado aos autos o relatório dos peritos, o juiz

determinará que as partes se manifestem sobre ele no prazo

comum de quinze dias. Em seguida, executadas as correções e as

retificações que o juiz determinar, lavrar-se-á o auto de demarcação

em que os limites demarcandos serão minuciosamente descritos de

acordo com o memorial e a planta.

(19)

Art. 612. Assinado o auto pelo juiz e pelos peritos, será proferida a

sentença homologatória da demarcação.

Seção III

Da divisão

Art. 613. A petição inicial será instruída com os títulos de domínio

do promovente e conterá:

I – a indicação da origem da comunhão e a denominação, a

situação, os limites e as características do imóvel;

II – o nome, o estado civil, a profissão e a residência de todos os

condôminos, especificando-se os estabelecidos no imóvel com

benfeitorias e culturas;

III – as benfeitorias comuns.

Art. 614. Feitas as citações como preceitua o art. 601,

prosseguir-se-á na forma dos arts. 602 e 603.

Art. 615. O juiz nomeará um ou mais peritos para promover a

medição do imóvel e as operações de divisão, observada a

legislação especial que dispõe sobre a identificação do imóvel rural.

Parágrafo único. O perito deverá indicar as vias de comunicação

existentes, as construções e as benfeitorias, com a indicação dos

seus valores e dos respectivos proprietários e ocupantes, as águas

principais que banham o imóvel e quaisquer outras informações que

possam concorrer para facilitar a partilha.

Art. 616. Todos os condôminos serão intimados a apresentar,

dentro de dez dias, os seus títulos, se ainda não o tiverem feito, e a

formular os seus pedidos sobre a constituição dos quinhões.

Art. 617. O juiz ouvirá as partes no prazo comum de quinze dias.

Parágrafo único. Não havendo impugnação, o juiz determinará a

divisão geodésica do imóvel; se houver, proferirá, no prazo de dez

dias, decisão sobre os pedidos e os títulos que devam ser atendidos

na formação dos quinhões.

(20)

Art. 618. Se qualquer linha do perímetro atingir benfeitorias

permanentes dos confinantes feitas há mais de um ano, serão elas

respeitadas, bem como os terrenos onde estiverem, os quais não se

computarão na área dividenda.

Art. 619. Os confinantes do imóvel dividendo podem demandar a

restituição dos terrenos que lhes tenham sido usurpados.

§ 1º Serão citados para a ação todos os condôminos, se ainda não

transitou em julgado a sentença homologatória da divisão, e todos

os quinhoeiros dos terrenos vindicados, se proposta posteriormente.

§ 2º Nesse último caso terão os quinhoeiros o direito, pela mesma

sentença que os obrigar à restituição, a haver dos outros

condôminos do processo divisório ou de seus sucessores a título

universal a composição pecuniária proporcional ao desfalque

sofrido.

Art. 620. Os peritos proporão, em laudo fundamentado, a forma da

divisão, devendo consultar, quanto possível, a comodidade das

partes, respeitar, para adjudicação a cada condômino, a preferência

dos terrenos contíguos às suas residências e benfeitorias e evitar o

retalhamento dos quinhões em glebas separadas.

Art. 621. Ouvidas as partes, no prazo comum de quinze dias, sobre

o cálculo e o plano da divisão, o juiz deliberará a partilha. Em

cumprimento dessa decisão, o perito procederá a demarcação dos

quinhões, observando, além do disposto nos arts. 609 e 610, as

seguintes regras:

I – as benfeitorias comuns que não comportarem divisão cômoda

serão adjudicadas a um dos condôminos mediante compensação;

II – instituir-se-ão as servidões que forem indispensáveis em favor

de uns quinhões sobre os outros, incluindo o respectivo valor no

orçamento para que, não se tratando de servidões naturais, seja

compensado o condômino aquinhoado com o prédio serviente;

III – as benfeitorias particulares dos condôminos que excederem à

área a que têm direito serão adjudicadas ao quinhoeiro vizinho

mediante reposição;

(21)

IV – se outra coisa não acordarem as partes, as compensações e

as reposições serão feitas em dinheiro.

Art. 622. Terminados os trabalhos e desenhados na planta os

quinhões e as servidões aparentes, o perito organizará o memorial

descritivo. Em seguida, cumprido o disposto no art. 611, o escrivão

lavrará o auto de divisão, seguido de uma folha de pagamento para

cada condômino. Assinado o auto pelo juiz e pelo perito, será

proferida sentença homologatória da divisão.

§ 1º O auto conterá:

I – a confinação e a extensão superficial do imóvel;

II – a classificação das terras com o cálculo das áreas de cada

consorte e a respectiva avaliação ou a avaliação do imóvel na sua

integridade, quando a homogeneidade das terras não determinar

diversidade de valores;

III – o valor e a quantidade geométrica que couber a cada

condômino, declarando-se as reduções e as compensações

resultantes da diversidade de valores das glebas componentes de

cada quinhão.

§ 2º Cada folha de pagamento conterá:

I – a descrição das linhas divisórias do quinhão, mencionadas as

confinantes;

II – a relação das benfeitorias e das culturas do próprio quinhoeiro e

das que lhe foram adjudicadas por serem comuns ou mediante

compensação;

III – a declaração das servidões instituídas, especificados os

lugares, a extensão e o modo de exercício.

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