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MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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FABIULA PEDROSO SUSIN

MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO FACULDADE DE EDUCAÇÃO

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FABIULA PEDROSO SUSIN

MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Trabalho apresentado como requisito para conclusão da Habilitação Educação Infantil à Comissão de professores responsáveis pelo Curso: Profas. Maria Angela Barbato Carneiro, Maria José P. M. França, Marisa Del Cioppo Elias e Neide Barbosa Saisi, sob a orientação da Profa. Dra. Marisa Del Cioppo Elias.

PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO FACULDADE DE EDUCAÇÃO

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Dedicatória

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Agradecimentos

Agradeço em primeiro lugar, meus pais, que me deram a vida e com isso a oportunidade de conhecer as crianças.

Ao meu marido, Leonardo, por me dar força para cursar minha segunda faculdade, e por sempre me ajudar a cuidar do nosso filho Felipe, quando precisei ficar estudando e horas no computador fazendo trabalhos.

Ao meu filho Felipe, por ser um anjo de criança e me aguardar sempre paciente para brincar durante esses anos de curso.

Aos professores, que me ensinaram que Pedagogia é muito mais que ensinar os alunos, é aprender com eles.

A professora Dra. Marisa Del Cioppo Elias, que me orientou no presente trabalho, sempre muito paciente, coerente e pronta a sanar as dúvidas. A ela, meu muito obrigado!

Aos músicos, compositores e grandes artistas da música.

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Resumo

O objetivo do trabalho foi salientar a importância da música para educação infantil, enfatizando o respeito pela criança em seu aprendizado, mostrando como a música pode ser aliada do conhecimento e qual o papel que o professor pode desempenhar para que haja a formação integral do aluno. Fizemos uma pesquisa sobre a teoria piagetina, buscando em artistas e teóricos da música, Britto (2003), Jeandot (1990), Mársico (1982), Tinhorão (1978), bases para a construção do presente trabalho. Colocamos os aspectos necessários para desenvolvimento do ensino-aprendizagem, mostrando a importância do currículo e do papel do professor. O trabalho mostrou a importância da música para o desenvolvimento cognitivo, afetivo, estético e social da criança.

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Epígrafe

Música: Superfantástico, Balão Mágico

Superfantástico amigo! Que bom estar contigo

No nosso balão! Vamos voar novamente

Cantar alegremente Mais uma canção Tantas crianças já sabem

Que todas elas cabem No nosso balão Até quem tem mais idade

Mas tem felicidade No seu coração Sou feliz, por isso estou aqui Também quero viajar nesse balão!

Superfantástico No balão mágico,

O mundo fica bem mais divertido! Superfantásticamente

As músicas são asas da imaginação É como a flor e a semente

Cantar que faz a gente Viver a emoção Vamos fazer a cidade

Virar felicidade Com a nossa canção Vamos fazer essa gente

Voar alegremente No nosso balão! Sou feliz, por isso estou aqui Também quero viajar nesse balão!

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Sumário

Introdução... 08

1. A história da música...10

1.1. A música brasileira... 12

1.2. A música da cultura infantil...16

2. Música e currículo... 19

2.1. A proposta... 22

3. A criança de Educação Infantil... 25

3.1. Desenvolvimento musical... 33

4. O papel do professor...38

Considerações finais... 40

Referências bibliográficas... 41

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Introdução

Gosto de música, mas não entendo de música. Sou aquela ouvinte que

admira os sons, mas não entende de partituras, notas e todo esse montante que

abrange o preparo de uma música. Sei que é uma linguagem que, por meio

sonoro permite expressar e comunicar sentimentos e sensações. Uma arte que

nos leva a refletir sobre a vida e o mundo.

O que me intriga é que nascemos ouvindo milhares de sons. Sons esses

que chamamos de barulhos, de cantos, de ruídos, de silêncio e de música. Ah,

as músicas! A elas nos rendemos, pulamos, dançamos, ouvimos, gritamos, ou,

simplesmente, nos aquietamos.

A música é vida, morte, acalanto, é emoção; ela marca nossas vidas por

ter uma função afetiva, estética e cognitiva enorme. E foi pensando nisso e

lembrando da infância e das minhas experiências que resolvi fazer um trabalho

sobre as contribuições da música na educação infantil.

Cresci numa família que gosta de música, mas na qual não há nenhum

músico. Nem eu nem meus irmãos aprendemos tocar algum instrumento, mas

crescemos ouvindo música, todos os tipos, e elas estavam presentes nas

brincadeiras em casa, no churrasco de domingo, na festa junina e, é claro, na

escola. E, às vezes quando ouço uma música da minha infância, lembro até do

cheiro daquele momento.

Desde que meu filho nasceu e nos estágios que tenho feito nas escolas,

comecei a verificar a influência que a música exerce sobre as crianças. Não

estou falando especificamente da aula de música, mas dos jogos musicais, das

cantigas de roda, da música que a professora canta para introduzir um conteúdo

ou uma atividade, e nos quais, diversos exemplos podemos verificar a mudança

do comportamento da criança perante a música.

Certa vez, no estágio com crianças de cinco anos, me deparei com uma

cena intrigante. Havia uma aluna, que dentro da sala de aula não se relacionava

com ninguém, respondia às perguntas da professora sempre de cabeça baixa e

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participava de tudo em casa, junto da família. Bom, o que me intrigou era que

quando a professora cantava ou quando estávamos na aula de música ela se

soltava, erguia a cabeça, brincava, pulava e cantava,...até interagia com os

amiguinhos. Eu me perguntei: O que mudava com a música para que essa

menina, tão linda e tão fechada, desabrochasse como uma flor e brilhasse tão

delicadamente perante aquela brincadeira musical? Que sentimentos afloravam?

O que a fazia enxergar que aquele momento era mais prazeroso?

Verifiquei, também, que na hora do recreio ela também ficava mais à

vontade e comecei a levantar minhas hipóteses: primeiro, ficar sentado numa

carteira três horas por dia não interessava muito a uma criança de 5 anos;

segundo, todas as crianças se soltam numa atividade livre, como o recreio e, a

grande maioria participa das aulas de música, pois além da voz, elas podem

soltar o corpo, seus sentimentos, suas angústias e alegrias, fazer movimentos,

conseguindo assim, absorver muito mais o que está sendo passado, pois é

visível a participação das crianças.

Com isso, fiquei cada vez mais motivada a aprofundar estudos no sentido

de entender como a música pode ajudar as crianças no seu processo de

desenvolvimento cognitivo, sensível, estético e afetivo, beneficiando o

aprendizado e o comportamento das mesmas, promovendo a interação e a

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1 A História da Música

A música é uma linguagem privilegiada, na qual os seres humanos se

comunicam entre si e está vinculada diretamente às emoções e ao mundo de

cada um.

A música se constitui basicamente de uma sucessão de sons e silêncio

organizada ao longo do tempo e embora não consigamos provar seu surgimento

de forma precisa, a história da música confunde-se com a própria história de

desenvolvimento da inteligência e da cultura humana.

O conceito de música varia de cultura para cultura e é certo que é uma

linguagem entendida por todos, pois como disse o filósofo alemão Wagner, (In:

JEANDOT, 1990): a música é a linguagem do coração. Uma linguagem universal

que envolve maneiras diferentes de tocar, cantar, organizar sons e tradições.

Não podemos dizer ao certo onde e como a música nasceu. Verificando

desenhos das primeiras civilizações

1

como as de Jordão e Mesopotâmia, estes

revelaram instrumentos e práticas relacionadas à música, como, magia, saúde,

religião e até suas guerras. Os Gregos, por exemplo, dão a música a patente de

criação do mundo.

A história mitológica da música¹ diz, que tudo começou com a morte dos

Titãs. Conta-se que depois da vitória dos deuses do Olimpo sobre os seis filhos

de Urano Zeus solicitou a criação de divindades que cantassem as vitórias dos

Olímpicos. Com isso, dormiu com Mnemosina, deusa da memória, e os dois

tiveram nove musas que faziam parte do cortejo de Apolo, deus da música. Há,

também, Eumolpo, que era tão bom músico, que chegava a curar doenças.

Já a história não mitológica da música divide-se em duas partes: a

primeira é a expressão de sentimentos através da voz humana e a segunda, o

fenômeno natural de uma ou mais vozes trabalharem em conjunto.

Jeandot (1990) narra o surgimento da música a partir de Pitágoras,

Darwin, autores europeus e indígenas. Para Pitágoras, a música surgiu segundo

1

(11)

a teoria do antigo Egito, onde cada planeta em movimento simbolizava um som.

E cada som correspondia a uma nota musical, formando uma escala que seria a

ordem do universo. Já para Darwin, pai da teoria da evolução, a música derivava

dos gritos dos animais.

Para muitos autores europeus a música surgiu do interesse do homem

primitivo na busca de sons nos objetos do dia a dia, e na satisfação de exercitar

o corpo e a fala, com movimentos que se transformaram em suas danças e seus

cantos, iniciando assim uma cultura musical. Cantando o homem saudava seu

próximo, alegrava um ente querido, chamava ou espantava os maus espíritos,

agradecia, caçava, chorava o morto. Com o tempo, começou a selecionar na

natureza materiais que produziam sons agradáveis, descobrindo timbres e sons

melódicos, que o despertou para sua consciência estética. A música indígena,

por exemplo, desenvolveu-se de acordo com cada tribo, onde cada uma

expressava-se a seu modo e fazia instrumentos peculiares a cada necessidade,

como o rito da caça, pesca, colheita, plantação, nascimento, adolescência,

casamento e morte.

Na realidade a música é o resultado das inúmeras experiências e

reflexões sobre músicas de civilizações diversas com a inserção de diversos

indivíduos que se apaixonaram por fazer, cantar, compor música dentro de

diferentes culturas.

A música deve ser entendida como ARTE, uma vez que como disciplina

ela está inserida na história da arte e na evolução dos povos. Não é possível

definir sua essência, mas o que podemos fazer, através do interesse de nossas

crianças e da vontade dos professores é utilizar a música como grande aliada na

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1.1 A música brasileira

Sabemos que a música brasileira é uma mistura de muitas origens. Ela é

muito rica, pois se desenvolveu sobre a influência de três raças: a negra, a

branca e a indígena. Vamos descrever aqui um pouco sobre alguns gêneros da

canção popular, a partir do século XVIII, que são à base da música, para melhor

entendermos como ela se caracterizou, e para salientarmos que temos que

valorizar e conhecer as nossas raízes e não só a música européia:

A

Modinha é

caracterizada por ser cantada em toada e em compasso,

indicada por um breque e soa como heresia, não apenas pelo texto, mas pela

inovação musical. Um dos documentos antigos, sobre a modinha, data dos fins

do século XVIII e foi lançado por Caldas Barbosa, um negro carioca que cantava

a malícia e as mulheres numa viola em tom direto e com desenvoltura de um

trovador.

Em Tinhorão (1978, p.10), podemos ler:

“Ora, se essas cantigas amorosas de suspiros e requebras, de

namoros refinados, de garrídices – cujo surgimento na colônia se

explicava pelas menores restrições morais existentes longe do atuante

sistema de censura da metrópole.... e tais canções vinham atender às

novas condições da vida cortesã”.

E traz também (Id, p.27):

“A modinha é a mais rica das formas por que se manifesta a inspiração

de nosso povo. O canto popular brasileiro, de que a modinha é uma

forma, não podia deixar o que é: simplesmente o produto de uma

inspiração pessoal e, por assim dizer, uniforme, embora assimilada pelo –

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A música de

Carnaval,

que era chamada de entrudo, nos primeiros

séculos de colonização, era realizada principalmente em comemorações como,

aniversários do rei ou da rainha, casamento ou nascimento de príncipes,

incluindo desfiles fantasiados, carros alegóricos e música de fanfarra.

Eram bailes cerimoniosos e para a elite, com a presença da família real,

onde todos usavam acessórios importados da Europa, como, caras de porco, de

gato, cabeças mecânicas com barbas, invenções feitas em Veneza.

Podemos verificar em Tinhorão (1978, p.112):

“As pessoas capazes de comprar essas novidades européias eram

evidentemente as mesmas que desde o Primeiro Império se divertiam nos

bailes de máscaras ainda algo fechado do Teatro São Pedro de

Alcântara, e que deviam ser necessariamente cerimoniosos, porque em

tais bailes, comparecia o Príncipe Dom Pedro I, do Brasil”.

Até então, o carnaval era para poucos, somente para a elite. Já na

segunda metade do século XIX, começou a fazer parte da recreação dos negros

e mestiços, e também brancos das camadas mais humildes da cidade que

fantasiados e com instrumentos de percussão, tomavam as ruas de forma

anárquica, pois cada folião criava seus passos de dança de acordo com a

música.

Podemos constatar, ainda, em Tinhorão (Id, p.114):

“De fato, desde pelo menos a segunda metade do século XIX, os

portugueses do Rio de Janeiro haviam estendido ao carnaval carioca a

velha figura de Zé-pereira: os tocadores de bumbos enormes que, na

região do Minho, em Portugal, acompanhavam as procissões ao lado dos

tocadores de gaita e fole... a emulação entre os grupos de Zé-pereira era

feita na base da maior potência das batidas, o que não chegava a

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apenas um estrondar compassado, marcando provavelmente o ritmo do

andar do portador do instrumento”.

A presença eminente destas marchinhas no coração e na voz dos foliões

aliadas à vontade de estar no convívio de outras pessoas para se fazer, através

do uso de vários instrumentos, uma anarquia organizada fez nascer o samba.

O

Samba

é o gênero de música brasileira, mais autenticamente carioca,

pois surgiu da necessidade de um ritmo que estivesse de acordo com a

desordem do carnaval. Até então, o carnaval era composto por músicas de

velhos estribilhos africanos, derivados das festas de escravos e junto havia uma

brincadeira que os participantes faziam para alegrar ainda mais a festa.

O samba surgiu da necessidade de encontrar um ritmo para essa festa de

rua.

Podemos verificar em Tinhorão (Id, p.120):

“Essa diversificação vinha por em relevo, no Rio de Janeiro, o problema

da participação de camadas novas numa festa que, pelo menos desde

meados do século, se havia estruturado num esquema rígido: as

camadas baixas “jogavam o entrudo”, atirando-se farinha e água suja na

cara, em plena rua, num vale-tudo brutal; as famílias burguesas assistiam

ao bailes de máscaras nos teatros, enquanto os homens, particularmente

filiavam-se às grandes sociedades, onde os desfiles de carros de críticas

lhes permitiam manifestar um pensamento político precariamente

atendido pelas eleições roubadas. Assim , os elementos que vinham

compor a baixa classe média e engrossar a classe média propriamente

dita teriam de ficar de fora, não fora a reestruturação do carnaval vir dar

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Mas, foi às vésperas da Primeira Guerra Mundial, que surgiu o samba de

roda onde um grupo de compositores semi-alfafabetizados criaram o samba com

ritmo de samba (Id, p.123): o grupo “(...) elaborou um arranjo musical com temas

urbanos e sertanejos que, ao ser lançado para o carnaval de 1917, acabou se

constituindo no grande achado musical do samba carioca”.

Ainda o mesmo autor assim se manifesta (Id, p.130):

“Com o aparecimento da geração de compositores profissionais dos

meios do rádio e das fábricas de discos – Ari Barroso, Lamartine Babo,

João de Barro, Noel Rosa, Assis Valente, Haroldo Lobo, Ataulfo Alves, e

outros – o samba, nascido carnavalesco, foi adaptado, pela modificação

do seu andamento para o meio do ano sob o nome de samba-canção”.

Já o

Frevo

é uma criação original de mestiços da baixa classe média

urbana brasileira a qual se destaca no campo da música e da dança. As origens

dos passos de frevo estão ligados à capoeira, uma vez que os integrantes dos

desfiles abriam caminho gingando e aplicando rasteiras, e se deu principalmente

no Rio de Janeiro e Salvador, concretizando-se, posteriormente, em Recife.

Essa idéia de música e dança foi bem captada pelo pernambucano

Valdemar de Oliveira, que escreveu (Tinhorão, Id, p.142):

“Os músicos pensavam em lhe dar mais animação (ao carnaval) e a

gente de pé no chão queria, isso sim, música barulhenta, impetuosa, viva

que convidasse ao esperneio, no meio da rua. Sucedeu, assim, um

trabalho recíproco, de ajuda, de colaboração, que esteve longe de ser

feito premeditadamente. Tudo de palpite, de improviso, para pegar ou

não, e pegando. Quando menos se viu, a música tinha ganhado, de ano a

ano, características próprias, inconfundíveis, e, do mesmo modo, a dança,

que já não se parecia com nenhuma outra, nem mesmo com os passos

que estavam no seu subconsciente, quando o povo começou sua

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criança, já era ela crescida e dona de si. A palavra frevo veio tarde,

quando a música – que era uma “marcha” para todos os efeitos – se

impunha no carnaval”.

O nome frevo designa a visão de milhares de recifenses caindo no passo,

(Id, p.144): “(...) davam a multidão o aspecto de uma superfície líquida fervendo,

e na linguagem popular pernambucana ferver sempre fora frever”.

A

Bossa Nova

que surgiu no final da década de 50, em meio a muitos

protestos era caracterizada pela maneira de tocar e não como um gênero de

música. O surgimento se deu com a intenção de alguns jovens de Copacabana,

que, cansados com a importação de música americana, montaram um tipo de

samba, intelectualizado com procedimentos de jazz e música clássica, com base

na poesia erudita.

São grandes nomes da bossa nova, como Vinícius de Moraes e Antonio

Carlos Jobim, que aliaram a integração da voz do cantor, uma esquematização

rítmica, com estrutura melódica. Segundo Tinhorão (Id, p.223):

“(...) a bossa

nova constituiu uma reação culta, partida de jovens da classe média branca das

cidades, contra a ditadura do ritmo tradicional”.

1.2 A música da cultura infantil

Falaremos um pouco da música que envolve o universo infantil e de que

maneira ela é utilizada no dia a dia, já que, sabemos que ela se faz presente na

vida de todos nós e nos remete a experiências e vivências particulares a cada

um.

Acalanto ou canção de ninar

Acalantos são canções de ninar que ajudam na hora de embalar o bebê

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dormir suavemente. Segundo Britto (2003), utilizamos os acalantos, cantando,

para afastar os bichos e os fantasmas das crianças, uma proteção para espantar

as ameaças. Elas são grandes aliadas para o desenvolvimento musical da

criança.

Muitas dessas canções fazem parte de nossa infância e estão presentes

em todo Brasil, algumas das cantigas de ninar mais conhecidas são: “Nana

Nenê”, “Boi Da Cara Preta”, “Dorme Nenê”, “Tutu-Marambá”.

Brincos e parlendas

Brincos e parlendas são atividades musicas que envolvem sons e rimas.

Elas servem para animar e entreter bebês e crianças. Os brincos, segundo Britto

(2003), são, geralmente cantados por outra pessoa (mãe, pai, etc) para a

criança, envolvendo o movimento corporal. As parlendas são brincadeiras de

iniciativa da própria criança, com ritmo e rimas e sem música.

São exemplos de

Brincos: “

Serra, serra, serrador”, “Bambalão”, “A

casinha da vovó”, “Palminhas de Guiné”, “Dedo mindinho”, entre outros.

Alguns exemplos de

Parlendas: “

Amanhã é domingo”, “Um, dois, Feijão

com Arroz”, “Rei, Capitão”, “Barra-Manteiga”, entre outras.

Cantigas de roda ou Brinquedos de roda

As cantigas de roda, segundo Araújo (2007), são um tipo de canção

popular que estão relacionadas diretamente com a brincadeira de roda. A

cantiga de roda faz parte do folclore brasileiro e consiste em formar um grupo,

onde todos de mãos dadas ou não cantam e fazem a coreografia de acordo com

a música. Normalmente a letra da música é de fácil memorização, com muitas

rimas, repetições e trocadilhos que ajudam a brincadeira a ficar sempre

animada.

Seguem-se alguns exemplos de

Cantigas de roda: “

Lagarta pintada”,

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pau no gato”, “O pintor de Jundiaí”, “A barata diz que tem”, “Pombinha branca”,

“Alecrim”, “Cai, cai balão”, “A dona aranha”, “Se você está contente”, “Papagaio

loro”, “Fui morar numa casinha”, “Pintinho amarelinho”, “O trem de ferro”, “Meu

galinho”, “Boneca de lata”, “Fui no Itororó”, “Ciranda cirandinha”, “Marcha

soldado”, entre muitas outras.

Como vimos a música influencia a vida e marca uma cultura. No capítulo

a seguir falaremos da música no currículo de Educação Infantil e como esta

pode ser trabalhada interdisciplinarmente, para a melhoria constante do

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2 Música e Currículo

“(...) em todas as culturas as crianças brincam com a música. Jogos e

brinquedos musicais são transmitidos por tradição oral, persistindo nas

sociedades urbanas, nas quais a força da cultura de massa é muito intensa,

pois são fontes de vivências e desenvolvimento expressivo e musical.

Envolvendo o gesto, o movimento, o canto, a dança e o faz-de-conta, esses

jogos e brincadeiras são legítimas expressões da infância. Brincar de roda,

ciranda, pular corda, amarelinha, etc. são maneiras de estabelecer contato

consigo próprio e com o outro, de se sentir único e, ao mesmo tempo, parte

de um grupo, e de trabalhar com as estruturas e formas musicais que se

apresentam em cada canção e em cada brinquedo.

Os jogos e brinquedos musicais da cultura infantil incluem os acalantos

(cantigas de ninar); as parlendas (os brincos, as mnemônicas e as parlendas

propriamente ditas); as rondas (canções de roda); os contos; os romances,

etc.”

(BRASIL, vol.3, 1998, p.71)

No presente trabalho, a grande preocupação é a de mostrar o quão importante é a música para o desenvolvimento infantil, e como ela pode ser desenvolvida nas diferentes áreas do currículo.

Claro que entender sobre a melodia e o ritmo, faz parte de entender o desenvolver da música, mas não estamos falando de desenvolver um músico, um técnico e, sim, uma criança que tenha prazer em aprender com música.

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Ainda segundo Britto (2003), o ensino-aprendizagem na área de música vem recebendo grande influência das teorias cognitivas e pedagógicas, que estão ajudando de maneira significativa à ampliação da utilização da música no modo de sentir, pensar e perceber do bebê e das crianças.

Para educação infantil o mais importante da música é colocá-la na rotina, no dia a dia da criança, utilizando música no ensinamento das disciplinas, utilizando-a interdisciplinarmente.

Começaremos com algo básico, mas necessário: a motivação. Segundo Jeandot (1990), não há escuta musical, sem motivação. Nosso cotidiano é vivido em meio a barulhos da grande cidade, e isso causa ansiedade e um alvoroço interno, que muitas vezes não nos deixa ouvir os belos sons da natureza, e lógico, não é diferente com as crianças.

Para salientarmos melhor as atividades, jogos e exercícios que ajudam a motivar as crianças em seu aprendizado é necessário que entendamos os elementos constitutivos da música. São eles: o ritmo, a melodia e a harmonia.

Ritmo

Para Jeandot (1990), o ritmo está presente no mundo inorgânico e também na vida; indica uma ordem métrica, uma espécie de ordenação, com valores de duração diversas. É o elemento mais importante da música, é o que nos equilibra e nos harmoniza, nos situando no mundo com seus limites e contornos. Para Jacas (In: ARRIBAS, 2004), é a maneira de alternar e suceder os sons, verificando sílabas e pulsações.

Melodia

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Harmonia

Britto (2003), diz que a harmonia é a disposição que regulariza a coerência e as proporções das partes de um todo. Jeandot (1990), acrescenta que, a harmonia é a vestimenta da melodia, é como uma teoria que trata da formação e do encadeamento dos acordes, é a fusão dos sons.

Um currículo que envolva a música para o desenvolver das atividades deve relacionar a cultura musical à função lúdica de cada exercício, que é a principal forma de desenvolver conteúdos junto às crianças de educação infantil.

A linguagem musical na rotina de creches e escolas de Educação Infantil pode contemplar as seguintes atividades, segundo Britto (2003) e Jacas (Id, 2004):

 Trabalho vocal;

 Interpretação de canções;

 Brinquedos cantados e rítmicos;

 Jogos que reúnem som, movimento e dança;

 Jogos de improvisação;

 Sonorização de histórias;

 A habilidade de precisão, equilíbrio, e o sentido de ordem;

 A imaginação e a criatividade;

 Elaboração e execução de arranjos (vocais e instrumentais);

 Invenções musicais (vocais e instrumentais);

 Construção de instrumentos e objetos sonoros;

 Registro;

 Escuta sonora e musical, apreciação musical;

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Segundo Britto (2003) e Jeandot (1990), a música é um jogo em sua essência e pode apresentar-se em três dimensões:

Jogo sensório-motor –está ligado à exploração dos sons e gestos. A criança pode expressar-se corporalmente. A imitação é muito utilizada no desenvolvimento sensório –motor;

Jogo simbólico – está ligado ao valor expressivo e à significação da música. Neste jogo a criança representa a expressão, o sentimento e o significado da música;

Jogo com regras – está ligado à organização e à estruturação da linguagem musical.

Piaget, (In: WADSWORTH, 2003), com relação à linguagem musical na conduta infantil, classifica como: exploração, expressão e construção, referentes ao jogo sensório-motor, ao jogo simbólico e ao jogo com regras, respectivamente.

A proposta do presente trabalho é aliar à rotina de Educação Infantil às atividades musicais, de forma que envolva o aluno, motive e o ajude a adquirir conhecimentos de forma lúdica, para que apreendam de forma prazerosa, internalizando conteúdos. F. Delalande, (In: BRITTO, 2003), diz que a música incentiva à criança a explorar e pesquisar sobre fontes sonoras, a expressão da vida afetiva e, conseqüentemente, a representação e organização das idéias.

2.1 A proposta

Como em Educação Infantil os conteúdos são dados de maneira global, a proposta que aqui apresentamos é muito simples. O importante é ter conhecimento da base teórica, a qual pode ser encontrada em muitos livros de música de educação infantil que nos prepara melhor para motivar os alunos.

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despertará na criança suas aptidões, causando-lhe afeição e necessidade da música fazendo, assim, parte de sua rotina diária de aprendizado.

E como podemos fazer isso? A seguir segue alguns elementos que nos ajudarão nestes exercícios, são eles:

Ensinando ritmo

A finalidade dos exercícios sobre ritmo é situar a criança em relação a seu corpo e mente, e principalmente ao tempo e compasso da música, velocidade, duração, para que a criança consiga sentir o ritmo e trabalhá-lo paulatinamente. Com base nas teorias de Jacas (In: ARRIBAS, 2004) e Britto (2003), os exercícios que podemos trabalhar para treinar o ritmo são:

 Movimentos que incitem a expressão;

 Criação de movimentos;

 Controle do próprio corpo;

 Adaptação a diferentes tempos;

 Aquisição de habilidades;

 Coordenação neuromotora;

 Treinar a atenção e memória;

 Vontade sujeita a comandos;

 Sentido de responsabilidade;

 Consciência do corpo (possibilidades musculares e corporais);

 Iniciativa e esforço criador.

Ensinando a ouvir

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 O despertar de sua sensibilidade;

 Desenvolvimento do sentido estético;

 Melhor percepção auditiva;

 Iniciação aos elementos da música;

 Interpretação sensitiva de uma frase musical;

 Resposta ao estímulo sonoro;

 Educação da voz

A criança ao aprender o ritmo e a ouvir, estará exercitando e, conseqüentemente, treinando também a voz.

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3 A Criança de Educação Infantil – Desenvolvimento de 0 a 6 anos

“Não há nada na inteligência que não tenha passado antes pelos sentidos”.

( KOMENSKY, In: ARRIBAS, 2004)

Há diversas teorias a respeito de como o ser humano se desenvolve. E ao estudá-las e tentar aplicar a nossa prática escolar devemos ter a clareza de que essas teorias nos ajudarão a entender o desenvolvimento da criança sem esquecer, que a sociedade evolui, o contexto muda e com ele a nossa criança.

No presente capítulo tratamos, mais especificamente do desenvolvimento da criança de 0 á 6 anos.

O ser humano é um ser complexo que pensa e atua de modo único e original no seu processo de aprendizagem. Para situar o processo educacional de cada um temos que verificar este ser no tempo e na sua cultura e, como vimos no capítulo anterior, o modo como cada um aprende depende do seu contexto social e da época em que se vive. Não podemos comparar a criança de 20 anos atrás com a criança de hoje. As teorias não mudaram muito, mas a criança mudou, a sociedade mudou, o modo de vida mudou e com a educação não tem sido diferente. A criança de 20 anos atrás não tinha acesso ao que as crianças de hoje têm. Há canais na TV paga que são destinados apenas para crianças, com conteúdos dirigidos.

Para Piaget (In: MÁRSICO, 1982, p.19), “o desenvolvimento constitui um processo inerente, inalterável e evolutivo, com fases diferenciadas”. Sendo assim, para este psicólogo, o desenvolvimento se dá através de níveis de desenvolvimento que se ligam a uma fase anterior dando seguimento a um processo no qual a criança evolui com a conquista de novos esquemas, de novas habilidades e conceitos que foram contraídos e assimilados através de experiências anteriores.

Piaget foi um estudioso da evolução do pensamento do recém-nascido até a adolescência. Suas teorias tentam explicar os mecanismos mentais que o indivíduo utiliza para captar o mundo, investigando o processo de construção de conhecimento, que deu nome a sua ciência de Epistemologia Genética, que estuda os mecanismos do aumento do conhecimento.

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desenvolvimento cognitivo. Segundo Piaget (In: NOVA ESCOLA, 2008, p.90), “As estruturas operativas não resultam de aprendizagem nem de programa hereditário

inato: assim não podem nascer senão de uma construção”, ou seja, esta teoria Interacionista e Construtivista explica o homem como não determinado pelo biológico, nem pelo meio, mas sim como resultado da relação de ambos, e também à medida que interage com o mundo, o sujeito aprende a organizá-lo e constrói seu mundo interno.

O eixo central desta teoria é, portanto, a interação organismo-meio que acontece através de dois processos: a organização interna e a adaptação ao meio com funções exercidas pelo organismo ao longo da vida. Para entendermos este processo é necessário entender os quatro conceitos cognitivos: esquemas, assimilação, acomodação e equilibração.

O bebê ao nascer não diferencia seu corpo do ambiente, e o único reflexo que possui é o da sucção. Seu esquema corporal está em construção. O único esquema que ele possui é o reflexo, que não é fixo, modifica-se com o desenvolvimento mental, tornando-se cada vez mais refinado, à medida que o bebê torna-se mais apto a generalizar os estímulos. Sua identidade é construída, paulatinamente, na relação que o bebê estabelece com o meio social e físico. Para Piaget (In: WADSWORTH, 2003, p.17), “Os esquemas são estruturas intelectuais que organizam os eventos como eles são percebidos pelo organismo e classificados em

grupos, de acordo com características comuns”.

Com o crescimento, o desenvolvimento intelectual e orgânico da criança, os esquemas tornam-se mais complexos, num contínuo processo de construção e reconstrução de conceitos. E ainda sobre esquemas Piaget (Id, 2003, p.18), diz:

“À medida que a criança se desenvolve, os esquemas tornam-se mais

diferenciados, menos sensórios e mais numerosos; e a rede que eles formam

tornam-se incrivelmente mais complexa. Durante os primeiros meses de vida,

um bebê tem alguns esquemas reflexos que lhe permitem fazer algumas

poucas diferenciações do meio ambiente. Um adulto tem um vasto arranjo de

esquemas comparativamente complexos que permitem um grande número de

diferenciações. (Id, p.19) Os esquemas cognitivos do adulto são derivados

(27)

A assimilação é o processo cognitivo de classificar novos eventos em esquemas existentes. É a incorporação de elementos externos, como, objetos, acontecimentos, experiências, a um esquema do indivíduo. É o processo pelo qual o bebê capta cognitivamente o ambiente e o organiza, possibilitando a ampliação de seus esquemas. A assimilação ocorre continuamente. Por exemplo, segundo Piaget (WADSWORTH, 2003, p.19):

“(...) um menino passeando numa estrada campestre com seu pai, e o pai

aponta para uma vaca no campo e diz, “O que é aquilo?” A criança olha para

a vaca ( estímulo) e diz, “ É um cachorro”. O que aconteceu? O menino,

vendo o objeto (vaca) no campo, examinou sua coleção de esquemas até

encontrar um que lhe parecesse apropriado para nele incluir o objeto. Para a

criança, o objeto (vaca) tem todas as características de um cachorro – ele se

encaixa no esquema cachorro – e assim a criança conclui que esse objeto era

um cachorro”.

A acomodação é a modificação de um esquema ou de uma estrutura em função das particularidades do objeto a ser assimilado. A acomodação pode criar um novo esquema no qual se possa encaixar um novo estímulo ou modificar um já existente, de modo que, o estímulo possa ser incluído nele. Após ter ocorrido à acomodação, a criança tenta novamente encaixar o estímulo no esquema e aí ocorre à assimilação; é a atividade do sujeito sobre o objeto em tentar assimilá-lo, que determina a acomodação. Para Piaget (Id, p.20), “Uma vez modificada a estrutura cognitiva, o estímulo é prontamente assimilado. A assimilação é sempre o

produto final”. É a compreensão e o conhecimento de mundo desta criança que irá acomodar este objeto, e irá repeti-la quantas vezes necessárias para a construção deste objeto.

Já a equilibraçãoé um processo de auto-regulação. É um estado de balanço entre assimilação e acomodação. A equilibração permite que a experiência externa seja incorporada aos esquemas da criança. Piaget (Id, p.22) diz que:

“(...) podemos dizer então, que uma criança, ao experienciar um novo

estímulo (ou um velho, outra vez), tenta assimilar o estímulo a um esquema

(28)

estimuladora particular, é alcançado no momento. Se a criança não consegue

alcançar o estímulo, ela tenta, fazer uma acomodação, modificando um

esquema ou criando um esquema novo. Quando isto é feito, ocorre a

assimilação do estímulo e, nesse momento, o equilíbrio é alcançado”.

Piaget (In: WADSWORTH, 2003) coloca a inteligência como algo dinâmico, que decorre da construção de estruturas de conhecimento que vão se instalando no cérebro. É um mecanismo de adaptação do organismo a uma situação nova que, implica a construção contínua de novas estruturas. Esta adaptação refere-se ao mundo exterior e, desta forma, os indivíduos se desenvolvem intelectualmente a partir de exercícios e estímulos oferecidos pelo meio que o cercam.

Em seu livro, Seis estudos de Psicologia, Piaget (2005, p.19), afirma que no período sensório-motor (0 a 2 anos), a criança possui:

“(...) uma inteligência totalmente prática, que se refere à manipulação de

objetos e que só utiliza em lugar de palavras e conceitos, percepções e

movimentos, organizados em esquemas de ação”.

A inteligência é desenvolvida na interação sujeito e objeto e há três componentes neste processo: Conteúdo, Função e Estrutura. O Conteúdoé variável, é o conhecimento que a criança possui. A Função refere-se à assimilação e a acomodação que são invariáveis ao longo do tempo. A Estrutura é variável e foi com ela que Piaget mais se ocupou, pois é através das estruturas que podemos verificar a organização dos esquemas, entendendo o funcionamento intelectual. O desenvolvimento das estruturas cognitivas é dado quando a criança consegue assimilar e acomodar os estímulos exteriores do ambiente.

As atividades que a criança desenvolve em suas ações com o meio são determinantes para o desenvolvimento da inteligência. Essas atividades não devem ser apenas físicas e sim com estímulos intelectuais e em meio social, pois sozinha não há como interagir e gerar uma experiência, não ocorrendo assim, assimilação e acomodação que são necessárias ao desenvolvimento.

(29)

FÍSICO MATEMÁTICO SOCIAL

DEFINIÇÃO Conhecimento a

respeito das

propriedades físicas

do objeto

Conhecimento

abstrato

Conhecimento feito

pelas pessoas,

relação com o outro

COMO SE ADQUIRE Processo de

descoberta, através

de ações sobre o

objeto

Inventado através

das ações do objeto

Obtido através das

interações com as

pessoas

FONTE Os objetos As ações do sujeito As pessoas

CARACTERISTICAS É caracterizado

pela regularidade

da reação do

objeto. Constata

propriedades

inerentes ao objeto:

peso, forma, cor...

Estrutura-se a partir

dos conteúdos

extraídos dos

objetos por

intermédio dos

sentidos.

É inventado e

reinventado pelo

sujeito. Estrutura-se

a partir da

abstração reflexiva

e construtiva que

tem origem na

coordenação das

ações que a criança

exerce.

É proveniente do

consenso social

externo ao sujeito.

Pode ser ensinado

através de

informações do

mundo exterior:

regras sociais,

consensos, etc...

EXEMPLOS Tamanho, forma,

cor, textura, sabor,

odor, som,

flexibilidade...

Número, área,

volume, classe,

ordem, tempo,

velocidade, peso...

Linguagens, regras

morais, valores,

cultura, história,

símbolos...

Quadro I: Adaptado da teoria piagetiana sobre desenvolvimento infantil, segundo Wadsworth, 2003,

(30)

Há ainda quatro fatores que estão relacionados ao desenvolvimento cognitivo, segundo Piaget (In: WADSWORTH, 2003, p.34-35). São eles:

1. Maturação e hereditariedade: herdamos um organismo que amadurece em contato com o meio ambiente, e a maturação nos mostra o que este organismo pode nos favorecer em cada etapa de desenvolvimento, indicando se a construção de estruturas específicas é possível ou não naquele estágio:

“Assim sendo, a maturação (fatores herdados) coloca amplas restrições ao

desenvolvimento cognitivo. Estas restrições mudam à medida que a

maturação progride. A realização do potencial subentendido por estas

restrições, a qualquer ponto do desenvolvimento, depende das ações da

criança sobre o seu meio”.

2. Experiência ativa: cada conhecimento que a criança constrói requer uma interação com o objeto, sendo ele um evento, uma pessoa, etc. Essa experiência provoca assimilação e acomodação que servem para modificar as estruturas já desenvolvidas, para resolver uma nova situação: “(...) resultando em uma mudança cognitiva (mudanças nas estruturas ou esquemas)”.

3. Interação social: este é um fator particularmente importante para o desenvolvimento cognitivo, pois se dará na relação com as pessoas, com o social. Para desenvolver os conceitos aceitáveis socialmente e que são adquiridos sensorialmente ou não, como o conceito de cadeira e o conceito de amor.

O conceito árvore tem referentes físicos; o conceito honestidade não tem. Uma criança pode desenvolver um conceito socialmente aceitável de árvore

(conhecimento físico), relativamente independente dos outros. Na medida em

que os conhecimentos são “arbitrários” ou socialmente definidos, a criança

depende da interação social para a construção e validação dos conceitos”.

(31)

É a equilibração que permite que novas experiências sejam incorporadas aos esquemas.

Para que todos esses esquemas sejam incorporados ao sujeito, há mais um componente importante para esse processo: o desenvolvimento Afetivo que, engloba os valores, desejos, interesses, sentimentos e emoções em geral.

Para o desenvolvimento intelectual há dois aspectos importantes do Afeto: a motivação e a seleção. A motivação é a energia que impulsionará a busca, o esforço. A seleção está ligada ao interesse do indivíduo que aumentará seus esquemas de acordo com o afeto colocado no objeto de interesse, por exemplo, o gosto por ler sobre desenvolvimento infantil do que história antiga aumentará meus esquemas sobre desenvolvimento infantil.

Para Piaget, o afeto se desenvolve da mesma maneira que a inteligência, e tem extrema influência sobre o desenvolvimento intelectual, não modificando estruturas, mas influenciando no que se vai ser modificado. Sendo assim, o afeto também é construído. Ele diz (In: WADSWORTH, 2003, p.38):

“É impossível encontrar um comportamento oriundo apenas da afetividade,

sem nenhum elemento cognitivo. É, igualmente, impossível encontrar um

comportamento composto somente de elementos cognitivos”.

As crianças assimilam as experiências aos esquemas afetivos, do mesmo modo que, assimilam as experiências às estruturas cognitivas, tendo como resultado o conhecimento. Afetivo e cognitivo trabalham juntos, onde cada comportamento cognitivo é influenciado pela afetividade. Em Piaget (2005, p.22), ele coloca: “Afetividade e inteligência são, assim, indissociáveis e constituem os dois aspectos

complementares de toda conduta humana”.

(32)

Período sensório-motor (0 a 2 anos):

Piaget (In: WADSWORTH, 2003, p. 39 a 61) utiliza para esse período a expressão “a passagem do caos ao cosmo”, para traduzir o que o estudo sobre a construção do real descreve e explica. De acordo com a teoria piagetiana:

“(...) a criança nasce em universo para ela caótico, habitado por objetos surreais

(que desapareciam de uma vez do campo da percepção, com tempo e espaço

subjetivamente sentidos, e causalidade reduzida ao poder das ações, em uma

forma de onipotência”.

No recém-nascido, portanto, as funções limitam-se ao exercício dos aparelhos reflexos inatos. Assim sendo, o universo que circunda a criança é conquistado mediante a percepção e os movimentos (como a sucção, o movimento dos olhos, por exemplo). Progressivamente, a criança vai aperfeiçoando tais movimentos reflexos e adquirindo habilidades e chega ao final do período sensório-motor já se concebendo dentro do “cosmo”, com objetos, tempo, espaço, causalidade, objetivados e solidários, entre os quais situa a si mesmo como um objeto específico, agente e paciente dos eventos que nele ocorre.

Período pré-operatório (2 a 7 anos):

(33)

atribuída em grande parte às possibilidades de contatos interindividuais fornecidos pela linguagem.

3.1 Desenvolvimento musical

Assim como Piaget (In: WADSWORTH, 2003), os pedagogos de música concordam que o desenvolvimento musical se dá em um processo contínuo, iniciando-se com experiências concretas e pouco a pouco caminhando para o desenvolvimento abstrato, sendo que depende de cada indivíduo, de sua natureza, a função da musicalidade. Musicalidade é a capacidade do indivíduo a responder a ritmos e melodias que são à base da arte musical.

Mársico (1982, p.21) afirma que: “Poder-se-ia dizer que a progressiva organização, a emergência e a compreensão dos padrões e sua posterior

interpretação é que constituem a verdadeira essência do desenvolvimento musical”.

É só através das experiências musicais que se pode amadurecer musicalmente. Todo conceito musical não é compreendido de imediato. São necessárias experiências concretas e aos poucos orientações para o conhecimento abstrato da linguagem musical.

Logo, assim como já citado, o grau de desenvolvimento musical de um indivíduo dependerá da qualidade do seu senso musical, que são seus níveis de maturidade e a influência do meio físico e sócio-cultural.

Não podemos deixar de salientar que na idade de 0 a 6 anos estamos mostrando o mundo musical para a criança e o que é necessário ter em mente é que as atividades que serão utilizadas sejam motivadoras o bastante para despertar na criança a curiosidade para a sonoridade e o desenvolvimento dos sons e do ritmo e para que a criança seja participativa e se envolva na rotina.

Todavia, o desenvolvimento musical só irá acontecer se a criança tiver contato com a música, em experiências e atividades que possibilitem a diferenciação e a integração dos elementos musicais.

(34)

Acredita-se que a criança nasça com potencialidades que lhe são próprias e que cada uma possua um modo especial de aprender e se desenvolver no meio ambiente em que vive com estas particularidades cognitivas, afetivas e sociais. Baseado nas investigações de Piaget (In: WADSWORTH, 2003), Mársico (1982), Jeandot (1990) veremos, a seguir, o desenvolvimento musical da criança de 0 a 6 anos:

O Bebê

“(...) o bebê não somente tem a capacidade de perceber sons (musicais, da

fala, ambientais, etc.) como também se expressa em todas as situações,

organizando, pouco a pouco, o mundo sonoro que percebe e formando uma

ordem própria, que lhe permitirá comunicar-se, com a voz ou batendo com

qualquer objeto ou sobre qualquer objeto. Com a idade de aproximadamente

um mês e meio, o bebê já emite sons de diferentes alturas (mais graves ou

mais agudos), os quais, ainda que não formem melodias, permitem que ele

chame a atenção à sua volta.”

(P. Alsina, 1997, p.207)

Desde muito cedo estamos em contato com a música. Jeandot (1990) coloca que a receptividade da música é um fenômeno corporal. Entramos muito cedo em contato com o universo sonoro. Esta relação se dá primeiramente no acalanto da mãe, nas cantigas de ninar, nos ruídos ao nosso redor. No útero materno o bebê já tem contato com um dos fundamentais elementos da música, o ritmo, estando em contato direto com as pulsações do coração da mãe.

O bebê explora o mundo através dos sentidos, sentindo seu próprio corpo e suas habilidades motoras. Antes mesmo de falar, em ambientes normais de convivência familiar, vemos o bebê cantarolar, emitir sons de vogais, gritar, urrar; o próprio bebê experimenta, o tempo todo, sua capacidade vocal, se espantando a cada conquista.

Britto (2003), diz que: “Podemos dizer que o processo de musicalização dos bebês e crianças começa espontaneamente, de forma intuitiva, por meio do contato

(35)

Segundo Britto (2003), é entre três meses e um ano que o bebê descobre um instrumento natural que é a voz. Ele chora quando quer demonstrar desconforto e canta e grita quando está alegre ou para chamar atenção. Começa, também, acompanhar músicas com palmas, com a cabeça, com gestos e sons que são a primitiva forma de exploração do mundo pela descoberta de sons.

Nesta fase, entram em ação os objetos ao redor e os brinquedos, que são interação certa na descoberta de sons e exploração de ambiente. Neste momento, qualquer objeto que cause ruído, torna-se um instrumento musical prendendo sua atenção por muito tempo.

Esta aquisição de expressão verbal e corporal começa a dar início ao desenvolvimento social da linguagem e de seu sentido no mundo, e será na interação com o adulto, nas possibilidades de imitar, inventar sons e responder a eles que a criança inicia o desenvolvimento afetivo, cognitivo e musical.

A Criança de 2 a 6 anos

A criança em seu contato com o mundo, desde os primeiros momentos de vida desenvolverá capacidades e percepções que lhe ajudarão na formação de seu mundo interno. E serão, também, o ambiente familiar e o ambiente sócio escolar que podem produzir inibições que são muitas vezes responsáveis, pela vontade de se relacionar, se alegrar e até mesmo de cantar uma música junto aos amigos.

Segundo Mársico (1982), a criança é tão espontânea, que é capaz de criar melodias livremente. É muito importante, que desde cedo ela seja colocada em contato com a música para constituir junto ao idioma materno, o seu próprio idioma.

Britto (2003) coloca a criança como um ser brincante e construtor de instrumentos e sons, e é através de suas curiosidades que a criança descobre a música e o mundo, imitando e repetindo.

A criança de 2 a 3 anos, para Britto (2003), acompanha uma canção com movimentos regulares, seguindo um pulso, mas não de forma métrica, nem consciente do que isso implica no seguimento da música.

(36)

Assim como a aquisição da linguagem, a expressão musical acontece lentamente, como uma garatuja sonora, onde é necessário à exploração vocal, a reprodução, criação e reconhecimento das letras, num caminho que envolve, segundo Piaget (WADSWORTH, 2003), a permanente, reorganização de percepções, exploração e descobertas, construções de hipóteses, reflexões e sentidos que tornarão significativas as transformações e conquistas que acontecem quando se aprende música.

Jeandot (1990), nos coloca que a linguagem musical e o movimento caminham juntos na educação infantil:

“É a partir dessa relação entre gesto e o som que a criança – ouvindo,

cantando, imitando, dançando - constrói seu conhecimento sobre a música,

percorrendo o mesmo caminho do homem primitivo na exploração e na

descoberta dos sons”.

A Psicologia atual tem destacado a grande importância na relação entre desenvolvimento, às noções gerais de espaço e tempo e o desenvolvimento harmonioso da criança no domínio do movimento ritmado.

Jeandot (1990), coloca que experiências demonstram que, desde a idade de 1 ano, aproximadamente, a música incita o bebê a se balançar, embora não haja uma sincronia entre o ritmo e o balanço. A criança não possui ainda maturação do sistema nervoso para estabelecer as coordenações neuromusculares necessárias. Já, por volta, dos 3, 4 anos de idade esta sincronia se estabelece.

Logo, segundo Britto (2003), Jeandot (1990) e Mársico (1982), podemos dizer sobre a criança de 2 a 6 anos de idade com relação ao desenvolvimento musical que, aos :

 2 anos: a criança é capaz de cantarolar fora do ritmo, cantar versos soltos, fragmentos de canções. É um pouco inibida perante o grupo. Reconhece algumas melodias, gosta de cirandas e atividades de relaxamento com música.

(37)

tem menos inibição para cantar junto ao grupo. Gosta de marchar, pular, caminhar, correr, seguindo o ritmo da música.

 4 anos: a criança tem grande progresso no controle da voz. Possui grande facilidade para participar de jogos simples e cantados. Cria pequenas músicas durante as brincadeiras. Gosta quando tem que dramatizar as canções.

 5 anos: a criança reconhece e gosta de um extenso repertório de músicas. Consegue cantar melodias inteiras. Possui sincronia entre pés e mãos durante a música, conseguindo pular em um só pé no ritmo da música. Percebe os diversos timbres utilizados na música, como vozes, objetos e instrumentos. Também, diferencia sons graves de agudos, além da intensidade fraca e forte.

 6 anos: tem um ótimo controle do ritmo. Adapta palavras sobre ritmos ou trechos musicais já conhecidos, inventando seus próprios.

Como vimos, a criança se desenvolve em seu próprio tempo e ritmo e a música é grande aliada neste percurso do seu início de vida, que é o mais importante e onde a criança construirá seu repertório e valores, onde o desenvolvimento afetivo e cognitivo serão melhor desenvolvidos por profissionais conscientes e que lhe darão a segurança necessária para essa construção.

(38)

4 Papel do Professor

“A finalidade última da intervenção pedagógica é contribuir para que o aluno

desenvolva as capacidades de realizar aprendizagens significativas por si

mesmo (...) e que aprenda a aprende”.

(Coll, 1990, p.179)

Como já falamos nos capítulos anteriores, toda criança é única em seu

desenvolvimento e compreensão de mundo, e é papel do professor ter essa

consciência e compreensão da criança enquanto uma totalidade, para que o trabalho

pedagógico possa ser um processo contínuo de construção. Este deve envolver o

perceber, o sentir, o experimentar, o imitar, o criar e o refletir.

Sabemos, que o intuito do presente trabalho, é colocar o ensino da música

interdisciplinarmente, para que em conjunto com todas as atividades estabelecidas para

a educação infantil, ela se faça de forma lúdica, facilitando o aprendizado, em

atividades que desenvolvam o senso rítmico, a audição, a sensibilidade, a consciência

estética, enriquecendo a memória da criança e o desenvolvimento do conhecimento.

A música dentro do currículo da Educação Infantil, um currículo que se deseja

multidisciplinar, ajuda essa formação integral uma vez que, as matérias passam a

serem vistas em conjunto, como: Português, Matemática, Artes, Música, e na mesma

atividade.

Segundo Teca (2003), o professor de música ou professor polivalente, que

utilizar música para ensinar, deve buscar dentro de si lembranças de sua infância,

tentando recuperar jogos, brinquedos e canções que o ajudem a fundamentar o brincar

das crianças e proporcionar a possibilidade de se conhecerem e se integrarem com a

cultura. É claro que, transmitir sua própria cultura musical, não ajudará o professor, pois

por ele ser, antes de tudo, um pesquisador, deve pesquisar o universo musical a que a

criança pertence, para poder encorajá-la na descoberta e criação de novas formas de

expressão.

Jeandot (1990), acredita que o mais importante, o mais estimulante é que o

(39)

descobertas, a criança possa enriquecer seu repertório musical, aprendendo música,

aprendendo, por exemplo, matemática com música.

O trabalho do professor deve ser, acima de tudo criativo. Só assim conseguirá

planejar atividades que envolvam diferentes tipos de músicas motivando e facilitando o

aprendizado da criança. A música tem o poder de despertar o senso estético o

desenvolvimento da sensibilidade, que ajuda o sentir, o viver, o codificar e o aprender.

O professor deve trabalhar no intuito da descoberta e para isso é necessário que

este busque as lendas e mitos que envolvem a música, para que além de enriquecer

seus conhecimentos, lhe dará bases fortes para trabalhar com as crianças em sala de

aula de forma rica e diferente.

É muito importante, também, que se dê às crianças a possibilidade de

desenvolverem a expressão, para que criem seus próprios gestos, que imitem os

colegas, concentrando-se, principalmente, no exercício que envolve a canção, sem a

obrigação de fazer gestos comandados e que não tragam nenhuma referencia lúdica

para a criança.

O professor, assim como a instituição em que trabalha, devem respeitar as

opções de música de cada criança, dosando os temas e atividades, para que cada

criança se sinta confortável e segura em seu aprendizado, uma vez que diversos

(40)

Considerações finais

A música sendo uma das formas de representação simbólica do mundo, em sua riqueza e diversidade, permite-nos conhecer melhor a nós mesmos e ao outro. Sendo esse conhecimento uma aproximação da relação afetiva e cognitiva, podemos utilizá-lo para conhecer melhor as crianças e suas particularidades.

O objetivo do trabalho foi salientar a importância da música para educação infantil, enfatizando o respeito pela criança em seu aprendizado, como a música pode ser aliada do conhecimento e qual o papel que o professor pode desempenhar para que haja a formação integral do aluno.

Fizemos uma pesquisa sobre a teoria piagetina, buscando em artistas e teóricos da música bases para a construção do presente trabalho.

Sendo cada criança um ser único, devemos observá-las conscientes de que estas estão em uma etapa de suas vidas que é a mais importante, pois é ali que ela construirá seu conhecimento, seus valores, numa comunicação diária com o mundo, desenvolvendo-se cognitiva e afetivamente.

A música, neste início de vida só tem a agregar e organizar na criança seus sentidos e percepções, para que esta entenda aos poucos as dimensões do mundo, interando-a com a vida, para que ela explore, construa, apreenda e internalize seus conhecimentos, dando vazão a suas habilidades, angústias, alegrias.

Explorando, expressando-se corporal e vocalmente a criança vai descobrindo seu lugar no mundo, entendendo a dimensão de si e do outro, conhecendo a si própria e ao outro, percebendo nela e no outro a transformação que o conhecimento suscita.

(41)

Referências Bibliográficas

ARAÚJO, Ana Paula. Cantigas de roda. Disponível em: <http:

www.infoescola.com/folclore/cantigas-de-roda/>. Acesso em 18/09/2008.

ARRIBAS, Teresa Lleixá e colaboradores. Educação Infantil: Desenvolvimento, Currículo e Organização Escolar. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.

BRASIL, Ministério da educação e cultura. Secretária do ensino fundamental. Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil. Volume 3, Brasília, MEC/ SEF, 1998.

BRITTO, Teca Alencar. Música na educação infantil: uma proposta para a formação integral da criança. São Paulo: Peirópolis, 2003.

JEANDOT, Nicole. Explorando o universo da música. São Paulo: Scipione, 1990.

MÁRSICO, Leda Osório. A criança e a música: Um estudo de como se processa o desenvolvimento musical da criança. Rio de Janeiro: Globo, 1982.

NOVA ESCOLA. Grandes Pensadores. São Paulo: Abril, N. 19, julho/ 2008. P. 90. Edição especial.

PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia: tradução: Maria Alice Magalhães D´Amorim e Paulo Sérgio Lima Silva. 24ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005.

TINHORÃO, José Ramos. Pequena história da música popular brasileira. São Paulo, SP: Círculo do livro, 1978.

(42)

WIKIPEDIA. A história da música. Disponível em: < http:

(43)

Anexos

As atividades aqui propostas são sugestões de Jeandot (1990) e servem para nos envolvermos com a música e com as crianças, criando uma atmosfera motivadora relacionada com o prazer obtido nas atividades, estimulando as crianças e proporcionando um convívio social mais harmonioso e criativo.

Sugestões de atividades

Barulho e silêncio

Peça às crianças que façam barulho utilizando a voz, as mãos, as pernas e objetos; em seguida, peça-lhes silêncio.

Pergunte:

O que é necessário para haver silêncio? O que é necessário para haver barulho? É possível fazer barulho sem movimento?

As respostas das crianças podem ser várias. Algumas acharão que é possível falar e gritar sem se mexer. Argumente perguntando-lhes se não estão fazendo algum movimento com a boca, etc.

A idéia é levar a criança a perceber que o som vem do movimento. A criança tentará ouvir o silêncio, prestará atenção no seu corpo e nos movimentos.

Se o barulho na classe for tal que você não consiga se comunicar com as crianças, não aumente o tom de voz, gritando. Inicie uma batida regular de palmas ou com algum objeto que chame atenção das crianças. Assim que elas forem prestando atenção ao som, diminua a intensidade até chegar ao silêncio.

Os sons da boca

(44)

Cada criança mostra uma possibilidade, e as outras devem imitá-la. Elas gostam muito de vibrar os lábios com os dedos, de estalar a língua, de bater nas bochechas cheias de ar.

Pergunte o que acharam de cada som, quais mais gostaram de ouvir e de fazer. A seguir uma das crianças produzirá um som com a boca, sem que as outras vejam. O jogo consiste em descobrir o que o colega fez e tentar imitá-lo.

Esta atividade incentiva à criança a produzir sons, a se expressar, verificando as possibilidades sonoras com a boca.

Brincadeira de roda

Nosso repertório cultural é muito vasto em cantigas de roda. A movimentação, o canto e o ritmo podem ser simples ou complexos, mas sempre agradam às crianças.

Sempre que possível aproveite o repertório das crianças vá introduzindo novas canções.

Por exemplo, brincando de “Onde está a Margarida”, combine com as crianças que uma de cada vez irá dizer o que a Margarida está fazendo, e todas, ao mesmo tempo, farão o gesto:

- Onde está a Margarida? - Olê, olê, olá.

- Onde está a Margarida? - Olê, olê, olá.

- Ela está no seu castelo. - Olê, olê, olá.

- O que ela está fazendo? - Olê, olê, olá.

- Ela está tomando banho. - Olê, olê, olá.

- O que ela está fazendo? - Olê, olê, olá.

- Ela está se enxugando.

Referências

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