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Estud. av. vol.17 número48

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Academic year: 2018

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WA L T E R BA R E L L I

ESTU DO S AVANÇADO S 17 (48), 2003 184

PO BREZ Ano Brasil não resulta das disparidades entre o mundo rural e o mundo urbano, como na Índia, e sim da concentração de renda urbana. No mundo inteiro houve e há problemas de déficit habitacional. Mas to-dos os países em que houve e há políticas de financiamento da construção resol-veram parcialmente, ou pelo menos evitaram o agravamento do problema. Em alguns países da Europa, e na Nova Zelândia, a habitação é uma meta social defi-nida pelo governo. Desde os anos 1950 a França vem construindo as chamadas

habitations à loyer m odéré(H LM), casas e apartamentos de aluguel reduzidos; o

déficit habitacional que havia no final da Segunda Guerra foi sanado em pouco mais de dez anos. Essa política de financiamento nos tem cruelmente faltado. O Banco da H abitação realizou muita coisa, mas foi fechado em meados dos anos 1980, sem uma crítica mais séria do que estava fazendo. Como era uma herança dos governos militares, havia contra ele uma opinião pública bastante desfavorável. H oje se percebe que foi um erro ter acabado com esse banco, auxílio indispensável à solução do problema mais grave e de mais difícil solução no Brasil: a habitação. Com efeito, o déficit habitacional é o grande empecilho para superar-se o quadro de pobreza. O s 53 milhões de pobres e miseráveis brasileiros não têm como pagar um aluguel, muito menos como possuir uma moradia. Suprir esse déficit exige um investimento a longo prazo, uma massa de recursos que pode-mos estimar em 4% do produto nacional. O constante endividamento do país agrava o quadro da pobreza e complica a implantação de projetos que visem a solucioná-la. H oje, por exemplo, se o governo conseguisse o equivalente a 4% do produto nacional, essa parcela seria logo absorvida pelo pagamento de juros.

Daí a importância de aumentar a taxa de poupança. É espantoso que com uma renda média alta, de quase cinco mil dólares, o Brasil tenha uma taxa de pou-pança tão baixa. Se voltássemos aos patamares de 24, ou até 25%, haveria recur-sos suficientes – sem precisar recorrer ao endividamento externo – para enfrentar o problema dos investimentos reprodutivos e o do atraso na construção civil.

* Trecho de capítulo do livro do autor Em busca de novo m odelo: reflexões sobre a crise contem porânea, 2ª ed., Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2002, pp. 17-19.

A

habitação

*

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ELSO

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