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Bolema vol.29 número52

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Academic year: 2018

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ISSN 1980-4415 DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1980-4415v29n52e01

Bolema, Rio Claro (SP), v. 29, n. 52, p. viii-x, ago. 2015 viii

Roger Miarka*

O que pode um Editorial?

O que pode um editorial?

Esse verbo - poder - é um tanto quanto ambíguo. Por um lado, "poder" diz da permissão para fazer; por outro lado, diz da potência do fazer. Podemos, porque nos é permitido. Podemos, porque temos potência.

O que pode um editorial?

Pode dizer dos artigos que veicula, entendidos um a um, ou em pequenos grupos temáticos. Nessa edição 52, temos textos que falam de História da Matemática, de Etnomatemática, de Modelagem Matemática, de Ensino e Aprendizagem, de Formação de Professores, de Atividades centradas em objetos matemáticos específicos, de Filosofia da Matemática...

Esses temas, que frequentemente se sobrepõem - e cujos artigos poderiam ser categorizados das mais diversas maneiras -, apresentam a diversidade de nossa área quando entendidos como grupos de interesse, mas também quando olhados um a um. São compostos por textos que atravessam a Educação Matemática e suas tendências. A cada travessia, uma nova Educação Matemática se faz. A cada nova Educação Matemática, um novo mundo se abre com espaço para novas pesquisas e outras travessias.

Nesse movimento, a Educação Matemática brasileira tem se mostrado com muita força, criativa e sólida, destacando-se no panorama internacional, fruto da seriedade e esforços de pesquisadores que o BOLEMA tem a oportunidade de acompanhar há trinta anos.

O quemais pode um editorial?

Também pode dizer dos artigos que circula compreendidos como um conjunto, ou melhor, como uma rede que diz de uma área.

O BOLEMA veicula artigos de pesquisa em Educação Matemática. Não se trata apenas de um espaço para publicação. Ele reúne artigos, ele diz de tendências, ele fala de um panorama da

* Doutor em Educação Matemática pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Brasil.

Professor Assistente Doutor e Pesquisador da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Brasil. Endereço para correspondência: Av. 24-A, 1515 - Caixa Postal 178 - CEP: 13506900 - Rio Claro, SP, Brasil. E-mail: romiarka@gmail.com

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ISSN 1980-4415 DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1980-4415v29n52e01

Bolema, Rio Claro (SP), v. 29, n. 52, p. viii-x, ago. 2015 ix

pesquisa em Educação Matemática. Ele discorre sobre a pesquisa como um todo. Ao mesmo tempo em que a alimenta, por ela é alimentado.

O que, então, pode um editorial?

Pode dizer da situação daquela que o alimenta.

Há pouco mais de dois meses, as universidades brasileiras receberam um comunicado da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), informando-as de um corte drástico - algo em torno de 70% - da verba do Programa de Apoio à Pós-Graduação (PROAP) e do Programa de Excelência Acadêmica (PROEX).

É importante destacar que esses programas são instrumentos básicos de financiamento das pós-graduações no Brasil. Em especial, na Educação Matemática, em que não temos grandes investimentos empresariais - uma vez que o retorno de nossas pesquisas não visam ao lucro -, esses dois Programas constituem praticamente todo o respaldo financeiro que temos.

Um corte como este não ajusta o financiamento a uma situação orçamentária, mas inviabiliza o funcionamento de nossos programas de pós-graduação, em que, majoritariamente, nossa pesquisa é produzida.

Vemos com preocupação que o projeto "pesquisa" desenhado com expectativa e sabedoria desde a década de 1950 está se desfazendo. As agências fomentadoras de pesquisa - como CNPq, FAPESP e, mais recentemente, a CAPES, e demais FAPs - estão carentes de recursos, a ponto de não mais fomentarem a pesquisa como esperado. Os pesquisadores em ação já estão sentindo essa carência. Perguntamos: permanecerão até quando entre nós? E de que modo essa situação incidirá sobre os pesquisadores ainda em formação?

O BOLEMA ainda não sentiu essa crise. Ainda não perdeu suas (poucas) fontes de financiamento e neste ano ainda recebeu submissões anuais na ordem da centena. Em suma, ainda tem seu alimento. Ainda tem seu espaço. No entanto, bem sabemos que a fome não surge quando a comida se esgota, mas quando o corpo começa a reclamar.

O que ainda pode um editorial?

Um editorial ainda pode dizer de uma situação calamitosa que sofre a pesquisa e a pós-graduação brasileira, como um apelo às políticas que regem os financiamentos, para que tomem seriamente a pesquisa brasileira em sua especificidade de modo atento às suas necessidades.

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ISSN 1980-4415 DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1980-4415v29n52e01

Bolema, Rio Claro (SP), v. 29, n. 52, p. viii-x, ago. 2015 x

Qual é a distância entre o "também", o "ainda" e a morte, da pesquisa, de uma revista, ou de uma área?

Referências

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