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Radiol Bras vol.36 número6

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Academic year: 2018

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Radiol Bras 2003;36(6):III–IV

E d i t o r i a l

Ultra-sonografia e ressonância magnética

em um hospital de ortopedia: uma preocupação

com o processo de aprendizagem e ensino

Márcio Martins Machado1, Ana Cláudia Ferreira Rosa1, Válney Luiz da Rocha2, Edegmar Nunes Costa3,

Rubens Carneiro dos Santos Júnior4

A convite do Hospital de Acidentados de Goiânia, em fevereiro de 2002 assumi-mos (M.M.M. e A.C.F.R.) a Divisão de Radiologia Músculo-Esquelética e de Emergência deste hospital. A idéia era desenvolvermos uma inter-relação mais estreita entre as novas aquisições na área de diagnóstico por imagem — em es-pecial a ultra-sonografia (US) e a ressonância magnética (RM) — e os achados clínico-cirúrgicos.

O hospital, composto por 15 ortopedistas de nossa cidade, muitos dos quais pro-fessores do Departamento de Ortopedia da Faculdade de Medicina da Universi-dade Federal de Goiás (FM-UFG), já possuía histórica produção no sentido da correlação entre os achados da radiologia geral e de tomografia computadori-zada (TC) com aqueles da clínica e cirurgia. Conseguiam isto por possuírem um arquivo de todos os casos do hospital, inclusive com os exames de imagem, sem-pre com a participação concomitante das atividades desenvolvidas no Departa-mento de Ortopedia da FM-UFG. Ademais, assim como no DepartaDeparta-mento su-pracitado, o Hospital de Acidentados de Goiânia é estruturado em grupos, pos-suindo o grupo da cirurgia do pé, joelho, quadril adulto e infantil, coluna, co-tovelo e ombro, o da cirurgia da mão, bem como o da microcirurgia. Este fato corrobora ainda mais a seriedade de estudos advindos deste grupo.

Quando do convite, tivemos muita honra em aceitá-lo. Isto não somente pelo aspecto do trabalho como radiologistas, mas pela possibilidade de agregarmos os exames de US e de RM neste processo de inter-relação com a clínica e a cirur-gia. Evidentemente, os ortopedistas já realizavam este tipo de correlação há vários anos, mas sem contudo contar com a presença diuturna do radiologista.

Com a nossa chegada, introduzimos no Hospital de Acidentados a US músculo-esquelética. Já os exames de RM solicitados pelos ortopedistas deste Hospital são realizados por nós no Serviço de Ressonância Magnética do Instituto de

1. Responsáveis pela Divisão de Radiologia Músculo-Esquelética e de Emergência do Centro de Diagnóstico do Hospital de Acidentados de Goiânia, Dou-tores em Radiologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Médicos Radiologistas Cooperados do Departamento de Radio-logia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (FM-UFG).

2. Professor e Chefe do Departamento de Ortopedia da FM-UFG, Ortopedista do Hospital de Acidentados de Goiânia.

3. Professor e Chefe do Grupo de Pé do Departamento de Ortopedia da FM-UFG, Ortopedista do Hospital de Acidentados de Goiânia. 4. Professor do Departamento de Radiologia da FM-UFG, Chefe do Serviço de Ressonância Magnética do Instituto de Neurologia de Goiânia.

Endereço para correspondência: Dr. Márcio Martins Machado. Rua 1027, nº 230, Edifício Fabiana, ap. 304, Setor Pedro Ludovico. Goiânia, GO, 74823-120. E-mail: marciommachado@ibest.com.br

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Neurologia de Goiânia, a convite do radiologista Prof. Dr. Rubens Carneiro, di-retor do Serviço de Ressonância Magnética deste Instituto.

Entendidas estas colocações, é fácil perceber como se desenvolve de maneira fluida o processo de aprendizagem e ensino. O paciente é atendido pelos médi-cos do hospital e são submetidos aos mais diversos exames (radiografias, TC, US e RM). A maioria destes exames é realizada por nós (M.M.M. e A.C.F.R.), e aqueles que porventura não são, sempre são reavaliados por nós em conjunto com os ortopedistas.

Após a análise do quadro clínico e dos exames de imagem, em avaliação multi-disciplinar, envolvendo a nossa participação com a dos ortopedistas do hospi-tal, realiza-se o processo de tomada da conduta clínica ou cirúrgica.

No caso de decisão cirúrgica, nós (os radiologistas do hospital) ainda temos a felicidade de podermos ir ao centro cirúrgico e verificar os achados intra-opera-tórios, ampliando sobremaneira a correlação com os resultados dos exames de imagem realizados ou avaliados por nós (em reuniões multidisciplinares, como citado anteriormente). Isto somente é possível pelo fato de um de nós estar sempre presente no hospital.

Com relação ao processo de ensino, temos tido a oportunidade de discutir nos-sas experiências no Departamento de Ortopedia da FM-UFG, mostrando a com-plexa inter-relação existente entre a formulação da hipótese diagnóstica clínica, a hipótese diagnóstica formulada pelos exames de imagem, e o diagnóstico definitivo dado nos casos comprovados pela cirurgia.

No nosso entendimento, somente com muita humildade e com esta obsessiva busca pela correlação clínico-cirúrgica e radiológica poderemos caminhar no sen-tido do aprimoramento do saber, reconhecendo os erros com dignidade e rea-firmando os acertos. Agindo dessa forma, poderemos contribuir no campo da ortopedia e da radiologia músculo-esquelética, com a difusão de ensinamentos baseados em correlações científicas com comprovada confirmação etiológica.

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