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O USO DO DMAE NANOPARTICULADO PARA O ENVELHECIMENTO CUTÂNEO.

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O USO DO DMAE NANOPARTICULADO PARA O ENVELHECIMENTO CUTÂNEO.

Adrielle Francisco Bales1 Neiva Lubi2

1 Acadêmico do curso de Tecnologia em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR);

2Farmacêutico, Prof. Msc. Universidade Tuiuti do Paraná

Endereço para correspondência: Adrielle Bales, adri07s2@hotmail.com

RESUMO: O envelhecimento cutâneo é um processo natural e complexo. A pele sofre

alterações como rugas, espessamento e hipercromias. Este estudo foi construído pelo levantamento de dados encontrados na literatura já existente, através de uma revisão bibliográfica. Diante disso o objetivo desse trabalho foi explicar com embasamento cientifico a atuação do ativo DMAE nanoparticulado para o envelhecimento cutâneo, que intensifica o efeito de outros antioxidantes, proporciona melhora rápida na aparência da pele e reduz linhas de expressão. Com a nanotecnologia constatou-se que é possível intensificar os benefícios desta substância, pois a mesma utiliza de minúsculas partículas contendo princípios ativos, capazes de penetrar nas camadas mais profundas da pele, assim apresenta propriedades superiores em comparação às formulações tradicionais.

Palavras-chave: Envelhecimento, Nanotecnologia, Dmae

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ABSTRACT: Skin aging is a natural and complex process. The skin undergoes changes

such as wrinkles, thickening and hipercromies. This study was built by the survey data found in existing literature, through a literature review. Therefore the aim of this work was to explain performance with the active DMAE for skin aging which enhances the effect of other antioxidants, provides rapid improvement in skin appearance and reduce fine lines. With nanotechnology it was found that it is possible to enhance the benefits of this substance, because it uses the tiny particles containing active ingredients able to penetrate into the deeper layers of the skin, has superior properties compared to traditional formulations.

Keywords: Aging, Nanotechnology, Dmae

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INTRODUÇÃO

O envelhecimento é um processo natural, que faz parte da evolução biológica de todos os seres humanos. Há dois fatores correspondentes a este processo, o envelhecimento intrínseco e extrínseco. O fator intrínseco determina a idade cronológica, é transmitido á heranças genéticas. Já os fatores extrínsecos, englobam o fotoenvelhecimento, tabagismo e doenças associadas (VANZIN et al, 2008).

Dentre as substâncias propostas ao tratamento do envelhecimento cutâneo, utilizados na cosmetologia, o ativo DMAE destaca-se, pois intensifica o efeito de outros antioxidantes e proporciona melhora rápida na aparência da pele, proporcionando, maciez, brilho e reduzindo as linhas de expressão (PERRICONE, 2001).

No intuito de potencializar os benefícios desta substância, tem-se a nanotecnologia aplicada à cosmética, que se refere à incorporação de princípios ativos em partículas de dimensões nanométricas, que possuem propriedades diferenciadas e facilitam a permeação cutânea (BARIL et al, 2012).

O objetivo desse trabalho é explicar com embasamento cientifico a atuação do ativo dimetilaminoetanol (DMAE) nanoparticulado para o envelhecimento cutâneo.

NANOTECNOLOGIA

A nanotecnologia pode ser compreendida como a arte de manipular a matéria em nível anatômico, obtendo-se moléculas exclusivas, com propriedades diferenciadas. A palavra nanotecnologia vem de nanômetro, medida equivalente a bilionésima parte do metro. Para um melhor entendimento, faz-se uma analogia com a espessura de um fio de cabelo, onde o mesmo é quase 100.000 mil vezes maior que 1 nm (nanômetro). Algo impressionante e imperceptível aos olhos humanos (RAMOS et al, 2008).

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e de serviços, e deverá impulsionar vários setores da economia, como eletroeletrônica, veículos, construção civil, química e tecnologia da informação. Já na área da saúde, possui aplicações em implantes e próteses, e encapsulação de ativos em fármacos e cosméticos (RAMOS et al, 2011).

Relaciona-se a propriedades, estruturas e processos, com dimensões em escala nanométrica. Os princípios ativos nessa tecnologia cosmética são incorporados em minúsculas partículas, que possuem propriedades diferenciadas e facilitam a permeação cutânea (BARIL et al, 2012).

No mercado mundial o caminho dos nanocosméticos se iniciou há 15 anos pela empresa francesa Lancôme, divisão de luxo da L’Oréal, que lançou um creme facial contendo nanocápsulas de vitamina E pura, ao combate do envelhecimento cutâneo. A Universidade de Paris patenteou a inovação desta tecnologia, proporcionando o seu desenvolvimento. Desde essa época vários setores de cosméticos mundiais investiram no desenvolvimento de pesquisas para a produção de produtos dessa linha. O interesse pela nanotecnologia aplicada aos cosméticos no Brasil é recente, mas a cada dia envolve novos pesquisadores das principais universidades brasileiras. Um cosmético se classifica como nanocosmético quando possui estruturas organizadas e menores que 999 nanômetros (1 nanômetro é o mesmo que 1 milímetro dividido por 1 milhão de vezes). Atualmente a nanotecnologia aplicada à cosmética tem como foco os produtos destinados à face com ação antienvelhecimento, corpo e fotoproteção. As nanoestruturas são reservatórios que possuem a capacidade de controlar a profundidade de penetração do cosmético sob a pele e a velocidade de liberação do ativo (ERENO, 2008).

A nanotecnologia, atualmente é um dos principais focos de inovação, desenvolvimento e atividades de pesquisa. Ao ano os investimentos superam dois bilhões de dólares. Aponta-se o seu desenvolvimento como uma nova revolução tecnológica em ritmo acelerado de crescimento, promovendo uma tecnológica competição mundial, em um mercado de um trilhão de dólares estimados entre os anos de 2010 a 2015 (RAMOS et al, 2008).

ENCAPSULAÇÃO DE ATIVOS

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sistemas de liberação, como lipossomas, ciclodextrinas, nanopartículas, nanocápsulas e nanoemulsões (MARQUES et al, 2013).

O termo micropartículas e nanopartículas é utilizado conforme o tamanho da partícula. Partículas com diâmetro menor que 1 (um), são consideradas nanopartículas, enquanto que partículas cujo diâmetro é maior ou igual a 1 (um), são determinados micropartículas. Quanto à estrutura interna as partículas são classificadas como cápsulas e esferas. Cápsulas são partículas contendo um núcleo interno no qual o ativo encontra-se encapsulado, recoberto por camada de polímero de espessura variável, também é conhecido como sistema reservatório ou vesicular. Esferas são partículas constituídas por uma matriz polimérica no qual o ativo encontra-se disperso ou solubilizado, também é conhecido como sistema matricial (RAMOS et al, 2008).

LIPOSSOMAS

São pequenas vesículas esféricas, constituídas de uma ou mais bicamadas lipídicas, que isolam um ou vários compartimentos aquosos internos do meio externo. O tamanho dos lipossomas corresponde em micras (10-6). Eles foram os primeiros sistemas de encapsulação de ativos, e desenvolveram-se na década de 80. Atualmente, estão sendo muito utilizados como veículos em fórmulas dermocosméticas, pois a sua estrutura permite a encapsulação de substâncias ativas hidrofílicas e lipofílicas visto serem constituídas por compostos anfifílicos (CHORILLI et al, 2004).

Semelhantes à membrana plasmática, estas partículas interagem com maior eficiência com as células e tecidos do organismo humano. Na área dermocosmética, estão sendo utilizados para aumentar a incorporação de ativos às células, e como veículo para a liberação controlada de princípios ativos. Na interação dos lipossomas com a pele, inicialmente, os fosfolipídios se ligam a queratina presente na camada córnea, recobrindo a pele com um filme lipídico, reduzindo a perda da água transepidermal. A forte afinidade da queratina pelos lipossomas leva a ruptura de algumas estruturas. Posteriormente, os fosfolipídios não ligados a bicamada lipídica são introduzidos nas camadas mais profundas da pele, e podem ser capturadas pelas membranas celulares (VANZIN et al, 2008).

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interagir com os componentes do veiculo, prejudicando a estabilidade dos lipossomas, à presença de tensoativos em determinadas concentrações, de formulações tópicas, pode induzir à desorganização da bicamada lipídica, provocando sua ruptura e a desordem das micelas. Assim, os melhores veículos para a incorporação de lipossomas são os géis. Uma das vantagens mais importantes dos lipossomas é a sua constituição natural biodegradável, e biocompatível, elevada afinidade pelas membranas e a importante capacidade de hidratação (CHORILLI et al, 2004).

CICLODEXTRINAS

São oligossacarídeos cíclicos, obtidas a partir da degradação enzimática do amido. Do ponto de vista estrutural possuem um formato de cone, que em seu interior são de características hidrofóbicas, e extremamente hidrofílicas e se solubilizam em um meio aquoso. Podem ser usadas como carreadores de algumas substâncias, podendo solubilizar e estabilizar os ativos. Melhoram a biodisponibilidade de ativos não muito solúveis e reduzem a irritação dérmica. Não suportam formulações muito ácidas, o correto é a associação de princípios ativos com o pH entre 5,0 e 7,0 (MARQUES et al, 2013).

É possível intensificar ou reduzir a liberação de ativos à pele, como tambem reduzir os efeitos tóxicos e a irritação cutânea. Algumas de suas vantagens relacionam-se a promoção da permeação cutânea, liberação controlada de ativos, tendo maior biodisponibilidade, proteção contra a degradação e oxidação, redução da toxicidade, diminuição de efeitos adversos e aumento da solubilização do principio ativo, e melhora da estabilidade de emulsões e géis (DELGADO et al, 2007).

NANOPARTÍCULAS

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(MARQUES et al, 2013).

Ao fato de apresentarem tamanhos em escala nanométrica, proporcionam mais facilidade de permeação cutânea, intensificando os resultados do produto cosmético, e possuem excelentes formas de liberação de ativos em forma gradual. Entre as vantagens a outras formulações estão à preservação dos ativos nelas contidas, e a diminuição dos efeitos adversos na pele. É ideal a associação em veículos do tipo gel, evitando a associação com princípios ativos com a presença de tensoativos ou substâncias com caráter ácido (VANZIN et al, 2008).

Os ativos dos produtos cosméticos na década de 70 chegavam somente na camada córnea. Com o passar dos tempos surgiram os alfa-hidróxidos ácidos que chegam até a camada granulosa, e na camada espinhosa atuam os lipossomas, porém as nanopartículas podem chegar até a camada basal (MONTEIRO et al, 2010).

A instabilidade química do ativo resulta em instabilidade do veículo, onde podem ocorrer irritações dérmicas. Problemas como solubilidade do ativo e dificuldade em permeação cutânea são frequentes em produtos cosméticos convencionais (RAMOS et al, 2011).

São classificadas em duas categorias: nanoesferas e nanocápsulas, diferenciadas pela organização estrutural e a composição. As nanoesferas são formadas por uma matriz polimérica, onde os ativos encontram-se dispersos ou adsorvidos. Já as nanocápsulas são sistemas veiculares onde o fármaco se encontra no interior de uma cavidade oleosa ou aquosa, circundada por uma membrana polimérica, ou encontrada adsorvido a membrana polimérica (MARQUES et al, 2013).

NANOCÁPSULAS

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estão investindo em pesquisas para identificar os benefícios das nanocápsulas, estas empresas demonstram interesse em desenvolver formulações com este recurso, disponibilizando aos consumidores linhas cosméticas que apresentem esta vantagem, como um diferencial dos produtos cosméticos. As nanocápsulas preservam as propriedades originais dos ativos, por um período maior, melhoram a sua estabilidade, carreiam os ativos, que podem chegar até a camada basal, assim a sua ação é mais efetiva, assegurando a liberação gradual do ativo (SCHMALTZ et al, 2005).

NANOEMULSÕES

São sistemas emulsionados com a presença de gotículas uniformes, com diâmetros entre 50 a 200nm. Obtendo-se emulsões (O/A ou A/O). Existem vários tipos de emulsões que são dividas pelo tamanho das partículas existentes: macroemulsão, com partículas de tamanhos de 100 a 1(µm), a nanoemulsão, com partículas que variam de 100 a 200 nm e a microemulsão, onde suas partículas oscilam entre 10 a 100 nm e a solução micelar, com partículas que variam de 1 a 10nm. Entre as vantagens desta tecnologia estão o aumento da solubilização de ativos e o aumento da biodisponibilidade cutânea do ativo, Melhora a solubilidade dos ativos em meio aquoso; Proporciona a liberação gradual dos ativos (RAMOS et al, 2011).

ENVELHECIMENTO CUTÂNEO

A pele recobre a totalidade da superfície externa do corpo e atinge 15 % do peso corpóreo. É constituída de três, diferentes camadas de tecidos. A pele humana é uma reunião de células funcionais que desempenham diferentes atividades biológicas para garantir proteção, nutrição e hidratação (BATISTELA et al, 2007).

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constitui-se de um tecido conectivo denominado tecido adiposo, enriquecido com nervos e vasos sanguíneos. Suas funções variam entre regulação de temperatura, termoisolamento e provisão de energia (HARRIS, 2013).

Assim como os outros órgãos, a pele com o passar dos anos, sofre alterações fisiológicas. Ocorre o declínio de suas funções, causando o envelhecimento que é um processo natural que faz parte da evolução biológica de todos os seres vivos (GOMES, 2008).

As mudanças que ocorrem na pele com o passar dos anos, são facilmente reconhecíveis, como a atrofia, rugas e ptose. São sinais aparentes de uma pele senil. As alterações nas características da pele humana, durante o envelhecimento são determinadas por forças ambientais ou extrínsecas, assim como por fatores intrínsecos. Alguns fatores relacionam-se com alterações no tecido conjuntivo da derme, que atua como alicerce estrutural para epiderme, as mudanças na aparência externa da pele refletem-se no estrato córneo. A espessura e suas propriedades viscoelásticas não dependem somente da quantidade de material presente na derme, mas também de sua organização estrutural (ORIÁ et al, 2002).

O envelhecimento cutâneo é um processo natural, de transformação do organismo, que se reflete em suas estruturas físicas. A pele envelhecida se torna mais pálida, com pigmentação irregular e menos elástica. Os cabelos ficam brancos e há uma perda de massa óssea. Há um declínio funcional e a redução das funções biológicas (PARENTE, 2006).

Para um melhor entendimento, do processo do envelhecimento cutâneo, varias teorias foram propostas, entre elas destaca-se a formação dos radicais livres. A cada dia, estão sendo mais reconhecidos como uma das principais causas do envelhecimento e de doenças associadas a ele (FRANZEN et al, 2013).

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rugas, aspereza, falta de pigmentação e flacidez (FRIES et al, 2010).

ENVELHECIMENTO INTRÍNSECO E EXTRÍNSECO

O envelhecimento cutâneo é um fenômeno biológico, que se classifica em dois fatores: O envelhecimento intrínseco e extrínseco (fotoenvelhecimento). O intrínseco é um processo natural, causado pela idade, comum aos órgãos e transmitido por heranças genéticas. A pele apresenta alterações como: Ressecamento, aparecimento de rugas, flacidez e pigmentação irregular, é atrófica, e apresenta perda da elasticidade. É mais lento suave e gradual, pois os danos são menos pronunciados que no envelhecimento extrínseco (GOMES, 2008).

O fator extrínseco (fotoenvelhecimento) caracteriza-se as agressões externas que o organismo sofre. Corresponde a 90% das alterações ocorridas na pele. É mais evidente e ocorre devido aos danos causados por exposições excessivas aos raios ultravioletas (UV) que estimulam a produção dos radicais livres. Outros fatores que aceleram o processo do envelhecimento são: a poluição, tabagismo, e o álcool. Assim, a pele sofre danos em sua estrutura, causando o envelhecimento precoce. É mais agressivo e danoso a superfície da pele. Responsável por modificações como rugas, espessamento, hipercromias e o mais preocupante que é o câncer de pele (MAIO, 2011).

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intensa à radiação UVB, provoca eritema, edema, bronzeamento, espessamento da derme e epiderme e síntese da vitamina D. Porém a exposição crônica à radiação UVB pode resultar em envelhecimento, e fotocarcinogênese. A radiação penetra até a epiderme e relaciona-se ao câncer de pele, a queimaduras e causa danos ao DNA (LADEIRA et al, 2013).

RADICAIS LIVRES

São substâncias instáveis que possuem um elétron ímpar em sua órbita externa, por isso tendem a se ligar a outras moléculas para deixar estável sua órbita. São moléculas reativas que para se estabilizar roubam elétrons de estruturas frágeis, que facilmente doam elétrons como os componentes celulares, danificando-as. Os radicais livres oxidam as células ao seu redor, assim as células atacadas tornam-se novos radicais livres, que vão atacar novas células, alterando o seu funcionamento. Possuem uma vida média de milésimos de segundo. São gerados desde a concepção, nos primeiros segundos de vida uterina, e a sua produção continua por toda a existência humana (VANZIN et al, 2008).

Os radicais livres produzidos no organismo, em excesso, devido ao fumo, álcool, exposição solar sem a devida proteção, estresse e alimentação inadequada, aceleram o processo de envelhecimento (FRANZEN et al, 2013).

DIMETILAMINAETANOL (DMAE)

O DMAE é uma substância encontrada em peixes marinhos, como o salmão e a sardinha, possui um odor desagradável característico de aminas. É um princípio ativo que destaca-se, entre as substâncias utilizadas em cosmetologia. A utilização dessa substância proporciona melhora rápida na aparência da pele intensifica o efeito de outros antioxidantes proporcionando brilho, maciez, e reduzindo as linhas de expressão (PERRICONE, 2001).

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ativo demonstra propriedades de elevação do tônus, com efeitos imediatos e a longos prazos, é considerado um ativo eficaz no tratamento do envelhecimento cutâneo (FIORENI et al, 2008).

O aumento da síntese de acetilcolina (neurotransmissor responsável á contração muscular) é um provável mecanismo de ação do DMAE, onde se potencializa o seu efeito, os níveis de acetilcolinenesterase (enzima que degrada a acetilcolina), estão em níveis fisiológicos. A hipertonicidade muscular induz ao efeito “lifiting” não cirúrgico, e residual. O DMAE é uma ferramenta inovadora que pode ser utilizado no tratamento ou retardamento do envelhecimento cutâneo, pois promove a firmeza da pele, atenuação de rugas e uma aparência jovial (PERRICONE, 2001).

METODOLOGIA

Este estudo foi construído através do levantamento de dados encontrados na literatura já existente. Foram realizadas pesquisas bibliográficas, com publicações entre os anos de 2001 e 2013, nas bases de dados da Scielo e Google Acadêmico, onde foram consultados artigos originais e de revisão, sobre o tema o Uso do Dmae nanoparticulado para o envelhecimento cutâneo.

DISCUSSÃO.

O envelhecimento cutâneo é um processo biológico e complexo, seja por meio de mecanismos intrínsecos ou extrínsecos. A pele sofre alterações como hipercromias, espessamento e rugas. Uma das principais razões, atribuídas como responsável pelo processo do envelhecimento é o desequilíbrio do mecanismo de defesa antioxidante do organismo, que têm por característica diminuir ou bloquear as reações de oxidação induzidas pelos radicais livres (FRIES et al, 2010).

A pele, por sua área extensa e função protetora do organismo, fica muito exposta ao ataque dos radicais livres. Desta forma, com o aumento da expectativa de tempo e qualidade de vida, observado nas últimas décadas, a cosmetologia tem se preocupado de forma constante em prevenir e atenuar o envelhecimento cutâneo, por meio da busca e do estudo de substâncias ativas, com propriedades antioxidantes e antienvelhecimentos eficazes, que são oferecidas em produtos cosméticos aos consumidores (SCOTTI et al, 2007).

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cosméticos com ação antienvelhecimento, destaca-se o ativo dimetilaminoetanol (DMAE). É uma substância precursora da acetilcolina, extraído de peixes como anchova, sardinha e salmão. A utilização dessa substância proporciona melhora rápida na aparência da pele e intensifica o efeito de outros antioxidantes, proporcionando brilho, maciez e reduzindo as linhas de expressão (PERRICONE, 2005).

Perricone (2001), demonstrou em seu trabalho que o DMAE quando aplicado a pele, possui efeitos quase instantâneos. A pele parece mais firme, com contornos mais bem defenidos, ocorre à redução das linhas de expressão e apresenta brilho. Após a aplicação de uma gota da loção contendo DMAE na face, assim que espalhado até a prega nasolabial, em torno dos olhos, testa, sob o queixo e no pescoço, os resultados podem ser percebidos em aproximadamente 20 minutos. Ao longo prazo, o DMAE possui benefícios cumulativos, assim a qualidade da pele continuará a melhorar, quanto maior a continuidade ao uso do produto.

Estudos demonstram que o DMAE promove o levantamento natural das pálpebras. Aumenta o tônus ao redor dos lábios, melhora linhas de expressão na região frontal, e apresenta efeito tensor nas bochechas (COLE et al, 2002).

Segundo UHODA et al, (2002) o DMAE aumenta o tônus da pele, proporcionando um efeito tensor à face. Com o envelhecimento, as substâncias químicas e os precursores nutricionais que tonificam os músculos começam a reduzir. Assim, a aplicação dos chamados tensores cutâneos seriam capazes de fortalecer a pele a fim de evitar a flacidez cutânea.

Logo que se inicia o processo do envelhecimento a quantidade de acetilcolina assim como o efeito dessa substância química sobre o músculo diminui, uma das formas de alterar esse processo é aumentar os níveis de acetilcolina no organismo, o que pode ser auxiliado pelo DMAE. Estudos realizados demonstraram que o DMAE inibe o metabolismo da colina nos tecidos periféricos, aumentando os níveis de colina disponíveis, sugerindo a ação direta sobre a síntese do colágeno na derme, que possui também receptores colinérgicos, não restringindo exclusivamente sua ação sobre a placa motora (GIANNOCCARO et al, 2007).

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na região da testa, olhos e lábios, além da melhora geral no aspecto da pele. Foi avaliado como seguro o tratamento ao longo prazo. Este e outros estudos confirmaram que o uso tópico do DMAE pode ser uma opção segura e eficaz, sendo mais uma opção de tratamentos anti aging, visando o efeito firmador e atenuador de rugas cutâneas (VANZIN et al, 2008).

Uma das questões que podem interferir no processo de atuação dos ativos na pele é a questão da permeabilidade. Dessa forma uma das principais preocupações do mercado cosmético é a permeação dos ativos, para que haja o efeito desejado, assim várias empresas investem em tecnologia para a produção de novos veículos como as nanopartículas. A maior barreira para a passagem de ativos na pele é o estrato córneo. A combinação de fatores como hidratação, vascularização e espessura da pele facilitam ou evitam a difusão de ativos para os tecidos subcutâneos. Quanto maior o conteúdo de água, mais permeável é a pele para a passagem dos ativos. Permeabilidade cutânea é a capacidade que a pele tem de deixar passar, seletivamente certas substâncias em função de sua natureza química ou de determinados fatores (LUCA et al, 2013).

Em relação à composição da pele, ocorre maior penetrabilidade de ativos perto dos folículos pilossebáceos e glândulas sudoríparas, e as áreas altamente vascularizadas permitem maior transferência de ativos para os tecidos profundos, enquanto peles mais espessas constituem uma maior barreira. Substâncias de baixo peso molecular permeiam mais facilmente através da pele, enquanto que substâncias de alta volatilidade podem em partes, serem eliminadas ao meio ambiente, antes da permeação á pele (JESUS et al, 2006).

No intuito de potencializar os benefícios desta substância, tem-se a nanotecnologia aplicada à cosmética, que se refere à incorporação de princípios ativos em partículas de dimensões nanométricas, que possuem propriedades diferenciadas e facilitam a permeação cutânea. Um nanocosmético é definido como uma formulação cosmética que veicula ativos nanoestruturados (BARIL et al, 2012).

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peixes, possui um odor desagradável característico de aminas, que quando encapsulado em nanopartículas fica totalmente inodoro, sendo uma das principais vantagens da encapsulação do ativo, que em formulações tradicionais incomoda quem o utiliza, o odor desagradável, assim permite a formulação de produtos “fragrance free”. Além de intensificar o efeito do ativo em partículas menores, assim promove maior permeabilidade da substância. A liberação prolongada dos ativos é um beneficio importante da encapsulação, uma vez que diminui muito a incidência de irritações dérmicas, podendo também diminuir o número de aplicações do produto. Concentrações dos ativos liberados gradualmente não vão atingir limites tóxicos e permite um fornecimento constante às diferentes camadas da pele (RAMOS et al, 2011).

CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Verificou-se nesse trabalho que o envelhecimento cutâneo é um processo natural e complexo. Atualmente a cosmetologia dispõe de várias substâncias inovadoras no tratamento do envelhecimento cutâneo, porém o ativo DMAE se destaca por ser uma substância antiga, é confiável e considerado seguro e eficaz no tratamento do envelhecimento cutâneo. Com o envelhecimento a pele torna-se mais espessa, um dos motivos necessários a esfoliação prévia à aplicação do DMAE. A esfoliação facial auxilia na renovação celular da pele e consiste em retirar células da superfície que estão repletas de queratina, com baixo teor hídrico e sem vitalidade. Desta forma ocorre a uniformização da superfície cutânea, melhorando a sua textura, aparência, e reduz a espessura da camada córnea, facilitando a penetração de princípios ativos na pele.

A aplicação tópica do DMAE possibilita a exposição solar, além do princípio ativo não ter a tendência de produzir eritemas e descamações na pele. Pode ser associado a outros princípios ativos e sua concentração varia de 3% á 10%. É possível utilizá-lo em toda à extensão da face de 1 a 2 vezes ao dia. Promove um efeito tensor, atenuação de rugas e uma aparência jovial à pele.

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tecnologia. Vale ressaltar a importância do Tecnólogo de Estética, em se adequar as tecnologias existentes, tendo consciência que a tecnologia é fundamental para os dias atuais, onde clientes estão cada dia, mais atentos as novidades e os profissionais devem estar devidamente preparados, prontos a atendê-los.

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Referências

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