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Unidade: Tecidos e órgãos inflamação aguda. Unidade I:

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Academic year: 2021

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Unidade I:

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1 Uni d ad e : Tec ido s e órgãos i nf lam aç ão ag u da

Unidade: Tecidos e órgãos inflamação aguda

As células do sistema imune estão organizadas em tecidos ou órgãos linfóides. Essas estruturas são denominadas linfóides, porque as células que predominam são os linfócitos, mas é importante salientar que outras células do sistema imune (macrófagos, células dendríticas e leucócitos) e de outros sistemas (células endoteliais, epiteliais, fibroblastos) também estão presentes.

Os tecidos/órgãos linfóides são classificados em órgãos geradores ou primários e órgãos periféricos ou secundários. Os órgãos geradores ou primários são os locais onde ocorrem a produção dos linfócitos e as principais fases de amadurecimento dessas células. O timo e a medula óssea são órgãos primários, pois na medula é produzido os linfócitos e no timo os linfócitos T amadurecem.

Os órgãos/tecidos linfóides secundários são os que participam de maneira efetiva da resposta imune, seja ela humoral ou celular. As células presentes nos tecidos/órgãos secundários tiveram origem nos órgãos primários e migraram pela circulação chegando aos diferentes tecidos/órgãos. Estes tecidos/órgãos secundários são: os nódulos linfáticos difusos, ou encapsulados como os linfonodos, as placas de Peyer, as tonsilas, o baço e a medula óssea. É importante ressaltar que medula óssea é um órgão primário e secundário ao mesmo tempo.

Agora, vamos conhecer esses órgãos?

ÓRGÃOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS

Medula Óssea

Como citado anteriormente a medula óssea é um órgão primário e

secundário. Agora, vamos conhecer a medula óssea como um órgão primário.

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indispensável ao desenvolvimento das células que participam da

hematopoese. No meio deste tecido reticular encontra-se uma enorme

quantidade de capilares sanguíneos sinusóides, com grandes poros que permite a saída de células hematopoéticas (células do sangue). Esse tecido é chamado de tecido hematopoético e gera as hemácias e leucócitos que seguem para os vasos.

A medula como órgão linfóide primário é capaz de formar pro-linfócitos que foram geradas das células totipotentes. Os pro-linfócitos que migram para o timo tornam-se linfócitos T, enquanto que os que persistem na medula óssea tornam-se linfócitos B.

A hematopoese consiste na formação das células do sangue. Após o nascimento essas células são geradas somente na medula óssea da tíbia, do fêmur, das vértebras, do esterno e das costelas. Aos 50 anos a geração das células hematopoéticas ocorre nas vértebras, no externo e nas costelas.

Timo

O timo é um órgão linfático que se localiza no tórax, próximo ao coração, atrás da extremidade superior do externo. É dividido em dois lobos, o direito e o esquerdo, sendo revestido por uma cápsula que penetra pelo parênquima tímico e forma septos que vai dividindo os lobos em inúmeros lóbulos.

Nos lóbulos tímicos são observadas duas zonas: a medular e a cortical. A zona cortical, que é a mais periférica, apresenta os linfócitos T em

maturação (pró linfócitos) e a zona medular possui tecido conjuntivo frouxo e

células epiteliais especializadas e hematopoéticas. Após o amadurecimento, os

linfócitos T se dirigem para região medular onde penetram nas vênulas

(estas não tem barreira) ou nos vasos eferentes linfáticos saindo deste órgão em direção aos tecidos linfóides secundários.

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A função do timo é promover a maturação dos linfócitos T. Esses linfócitos chegam da medula óssea como pro-linfócitos, amadurecem no timo e migram para os outros tecidos/órgãos linfóides, onde se tornam ativos para a resposta imune. Outra função importante do timo é a produção de fatores de desenvolvimento como: a timosina alfa, timopoetina, timulina e o fator tímico humoral. Estes fatores vão agir no próprio timo (hormônios parácrinos) ou agir nos órgãos/tecidos secundários (hormônios endócrinos), onde estimulam a maturação completa dos linfócitos.

Se houver uma timectomia no indivíduo, haverá uma deficiência de linfócitos T no organismo, e ausência das áreas timo-dependentes nos órgãos secundários.

Em pessoas que apresentam o defeito congênito chamado de síndrome

de DiGeorge, não ocorre o desenvolvimento do timo e esses indivíduos

apresentam ausência de células T. Essa ausência de linfócitos T levam a uma falta de imunidade celular e um aumento de doenças infecciosas.

ÓRGÃOS LINFÓIDES SECUNDÁRIOS

Linfonodos e Sistema linfático

O sistema linfático consiste em um conjunto de vasos que se iniciam como pequenos túbulos de fundo cego nos tecidos e possuem válvulas. Esses vasos estão presentes por todo o corpo, com exceção de alguns órgãos como o cérebro, a epiderme e o baço. A função do sistema linfático é drenar o líquido intersticial que não retornou as vênulas, e coletar restos celulares e microrganismo que estão nos tecidos. Vários desses vasos linfáticos menores desembocam nos linfonodos de onde parte um vaso de calibre um pouco maior. Esses vasos se unem e desembocam no sistema vascular sanguíneo, em grandes veias perto do coração.

Os linfonodos (gânglios linfáticos) são órgãos pequenos em forma de feijão que aparecem no meio do trajeto de vasos linfáticos. Normalmente estão nas partes proximais dos membros, como nas axilas, na região inguinal e no pescoço.

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até eles, e remover bactérias, vírus, restos celulares, etc. Os linfonodos são revestidos de uma cápsula de tecidos conjuntivo, que emite ramos internos, dividindo em lóbulos incompletos. Na região convexa chegam os vasos linfáticos (aferentes) e na região côncava, que é o hilo chega uma artéria que nutre esse órgão e sai uma veia e um vaso linfático eferente.

A figura 1 apresenta um esquema da estrutura interna dos linfonodos, e também as divisões histológicas de cada parte.

Figura 1: Esquema de um linfonodo.

Fonte: http://auladefisiologia.wordpress.com/

Podemos observar que na parte côncava (hilo) entra uma artéria e sai uma veia que drena o sangue dos linfonodo. Há também, um vaso linfático eferente (saída da linfa). Esse órgão apresenta 3 regiões: cortical, paracortical e medular. Na cortical aparecem nódulos que pode ser observado em detalhes à direita. Esses nódulos são ricos em linfócitos B. A região cortical é vazia nos linfonodos em indivíduos que apresentam deficiência de linfócitos B.

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A medula possui um aspecto trabecular e se situa no centro do órgão. Nela encontramos numerosos macrófagos, plasmócitos disseminados e

linfócitos maduros que estão “prontos” para sair do linfonodo e se dirigir ao

local de ação. As células maduras saem pela veia e pelos vasos linfáticos eferentes e atingem a circulação sanguínea e linfática.

Os vasos linfáticos aferentes (que chegam nos linfonodos) desembocam no seio subcapsular, onde corre a linfa. Este é o primeiro local de contato do linfonodo com a linfa. É importante notar que nessa região aparecem células

apresentadoras de antígenos chamadas de células dendríticas. Essas

células, como os macrófagos, fagocitam os antígenos que chegam pela linfa, e vão apresentar na sua superfície para os linfócitos T. Quando isso ocorre inicia-se uma resposta imune específica contra esinicia-se antígeno.

A resposta imune que se desenvolve nos linfonodos, dependendo do antígeno, faz com que os linfonodos aumentem de tamanho, devido à grande proliferação dos linfócitos. Este processo de hipertrofia dos linfonodos é chamado de adenite, ou linfadenite. Os linfócitos ativados saem do órgão pelos vasos linfáticos ou pelos vasos sanguíneos indo ao local de ação.

Vale perceber que os linfonodos satélites são linfonodos que recebem a linfa de uma parte determinada do corpo, situados geralmente nas extremidades dos membros ou próximo a um órgão. Os linfonodos satélites da coxa estão na região inguinal. É importante que saibamos a localização anatômica destes linfonodos, pois se encontrarmos uma linfadenite nos linfonodos inguinais, provavelmente esta ocorrendo uma infecção no membro inferior.

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Figura 2: Esquema simplificado dos sistemas linfático e sanguíneo. Em cinza a representação dos vasos linfáticos que iniciam nos tecidos e órgãos, passam pelos linfonodos e chegam à circulação sanguínea. Em azul, as veias e, em vermelho, as artérias. Observe que o baço não apresenta vasos linfáticos e nos tecidos chegam capilares derivados de artérias e saem as vênulas que formam as veias.

A figura 2 nos mostra que a circulação dos linfócitos se dá através da corrente sanguínea e linfática. Quando um antígeno (bactéria, vírus etc) esta presente no meio tissular (entre os tecidos) esse é levado até o linfonodo, via vasos linfáticos, mais próximo e inicia a resposta imune adquirida com a proliferação do linfócitos. Entretanto, quando um antígeno chega à circulação sanguínea, o baço que será responsável pelo desenvolvimento da resposta imune adquirida.

Baço

O baço é um órgão maciço avermelhado, de consistência gelatinosa, situado no quadrante superior esquerdo do abdômen. É o maior órgão linfático secundário do nosso corpo e tem como função imunológica, a liberação de linfócitos B, T, plasmócitos e outras células linfóides maduras capazes de realizar uma resposta imune.

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septos (trabéculas) para o interior do órgão. Estes septos não delimitam lóbulos completos no órgão, mas formam o arcabouço (estroma) do órgão. O parênquima do baço é dividido em duas regiões: a polpa branca e a polpa vermelha.

A polpa branca se refere aos pontos brancos que encontramos no corte histológico do baço. Esses pontos são os corpúsculos de Malpighi. Este corpúsculo é responsável pela função de órgão linfóide do baço. O corpúsculo recebe no centro uma arteríola, chamada arteríola da polpa branca. Ao redor dela encontramos a bainha periarterial, que é o local onde estão os linfócitos T e linfócitos B.

A polpa vermelha é o restante do órgão tendo uma coloração vermelha, devido à alta concentração de hemácias. O baço é um órgão que armazena sangue, e lança estas hemácias para circulação no caso de necessidade.

Diferente dos linfonodos, esse órgão não está interposto com a corrente linfática. O baço é o maior responsável pela remoção de partículas estranhas (antígenos) do sangue, de hemácias e plaquetas envelhecidas.

Medula óssea

A medula óssea pode ser considerada também como órgão linfóide secundário por receber linfócitos T que se desenvolveram no timo e migraram para esse órgão. Também encontramos plasmócitos e linfócitos B maduros na medula, que estão “prontos” para agir e realizar alguma resposta.

Tonsilas e Placas de Peyer

As tonsilas são aglomerados de nódulos linfáticos revestidos por epitélio. As tonsilas eram conhecidas como amígdalas.

As Placas de Peyer também são aglomerados de nódulos linfáticos localizados principalmente na mucosa do íleo (intestino). Elas têm a mesma atividade que as tonsilas.

A função mais característica das tonsilas e das placas de Peyer é a

produção de plasmócitos que secretem imunoglobulinas da classe A

(IgA-secretória) para a mucosa, protegendo a mucosa da agressão de

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patogênicos que possam vir junto com os alimentos. Esta imunoglobulina depois de produzido pelo plasmócito atravessa o epitélio e é liberado na luz do órgão. Essa imunoglobulina fica na luz do órgão e neutraliza a ação de microrganismos que poderiam penetrar na mucosa.

A amigdalite ou tonsilite é a inflamação das tonsilas e resulta numa hipertrofia do órgão. Quando as tonsilas são atacadas por vírus ou bactérias ocorre uma resposta inflamatória que pode levar a uma produção intensa de linfócitos. Os folículos aumentam de tamanho e a tonsila fica vermelha e muito dolorida. Os linfócitos B se tornam ativados e se diferenciam em plasmócitos. Os plasmócitos produzem anticorpos (imunoglobulinas) que atacam os agressores. O pus que se forma é o resultado dessa resposta inflamatória e resultante da morte de leucócitos e de muco.

Tecido Linfóide associado à mucosa

A maior parte da superfície corporal é revestida por epitélio e logo abaixo há uma lâmina própria que é uma rede tridimensional de fibroblastos, fibras reticulares glicosaminas e onde podemos encontrar vasos sanguíneos, linfáticos e nervosos.

A lâmina própria apresenta várias células do sistema imune:

mastócitos, monócitos, eosinófilos, plasmócitos e linfócitos. Os linfócitos

se encontram agrupados em regiões desse tecido e constituem o chamado tecido linfóide associado a mucosa (MALT – do inglês, Mucosal-associated lymphoid tissue). O MALT, de acordo com a sua localização, pode ser denominado:

GALT (do inglês, gut-associated lymphoid tissue), nos tecidos associados aos intestinos;

BALT (do inglês, bronchus-associated lymphoid tissue), nos tecidos associados aos brônquios;

NALT (do inglês, nasal-associated lymphoid tissue), nos tecidos nasais e faringeanos;

SALT (do inglês, skin-associated lymphoid tissue), na pele;

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Esse tecido pode estar difuso, sendo que os linfócitos T e B não estão em áreas distintas. Pode ocorrer também desses linfócitos estarem compartimentalizados e formarem folículos linfóides. Os folículos podem estar presentes nos mesmos locais dos tecidos linfóides difuso, sendo mais abundante nas mucosas dos sistemas gastrintestinal, respiratória e genital. A função desses tecidos linfóides é semelhante ao da tonsila e da placa de Peyer.

Então, vamos dar continuidade aprofundando o conhecimento sobre a inflamação, entendendo a ponte entre a resposta imune natural e adquirida, para depois conhecer as características da resposta imune adquirida.

INFLAMAÇÃO

INFLAMAÇÃO AGUDA

Considerando-se as seguintes situações:

- Um dedo ferido por um bisturi contaminado por uma determinada bactéria,

- Uma perna lesionada após uma queda, - A face de um pugilista após levar um soco.

O que as situações citadas anteriormente possuem em comum? TODAS elas levarão ao desenvolvimento de um processo inflamatório agudo.

O processo inflamatório agudo, ou simplesmente inflamação aguda, é uma resposta de nosso sistema imunológico frente a qualquer tipo de injúria tecidual, independente da externalização sanguínea e do desenvolvimento de um processo infeccioso.

É uma resposta rápida – aguda –, pois todas as células envolvidas já se encontram prontas na circulação, preparadas para entrar em ação quando solicitadas.

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outro módulo deste curso.

Assim, deve-se interferir no desenvolvimento da resposta inflamatória quando o processo estiver causando um grande desconforto – como por exemplo dor intensa – ou quando deixa de proteger o organismo e começa a causar lesões no indivíduo - como observado nas alergias e no desenvolvimento de edema em grandes áreas corporais.

AS CÉLULAS ENDOTELIAIS E OS EVENTOS VASCULARES

No momento em que ocorre a injúria tecidual, as células endoteliais próximas à área lesionada são estimuladas por compostos químicos liberados das células destruídas, mastócitos e macrófagos residentes próximos a área em questão. Esta estimulação induz ao desenvolvimento de dois eventos vasculares considerados imprescindíveis para o desenvolvimento do processo inflamatório agudo:

 Vasodilatação

 Aumento da permeabilidade vascular

A vasodilatação é caracterizada pelo aumento do calibre dos vasos sanguíneos próximos ao tecido lesionado. A importância deste evento é que permite a chegada de um maior volume sanguíneo nos vasos próximos ao local injuriado (hiperemia local), que servirá como fonte de células e moléculas necessárias para o desenvolvimento da resposta imune local.

Não adiantaria a chegada de uma maior quantidade de sangue neste local se não houvesse como os componentes presentes no plasma saírem do espaço intravascular e atingirem o local ferido, sendo esta a importância do evento denominado aumento da permeabilidade vascular.

Neste processo, observa-se uma maior separação entre as células endoteliais, permitindo que células inflamatórias vindas do sangue consigam passar por estas fendas por processo denominado diapedese.

O aumento da permeabilidade vascular também permite o escape de líquido da circulação sanguíneo para o tecido, levando ao desenvolvimento do edema local.

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cardinais da inflamação aguda:  Dor

 Calor  Rubor  Tumor

 Perda da função

O calor (elevação da temperatura local) e o rubor (hiperemia) são justificados pela vasodilatação local e consequente chegada de maior fluxo sanguíneo na área; já o tumor (edema) deve-se ao aumento da permeabilidade vascular, sendo este o causador do estímulo da dor devido a compressão de terminações nervosas e pela chegada de mediadores químicos, como por exemplo, a bradicinina, que estimula receptores algésicos.

Este conjunto de eventos causam o mau funcionamento da área afetada, justificando a perda da função do local.

CÉLULAS INFLAMATÓRIAS

Pelo fato da resposta inflamatória ser uma reação imune natural, as células envolvidas neste processo desempenham funções inespecíficas, isto é, tentam eliminar qualquer tipo de corpo estranho, independente de sua origem: Sejam restos celulares ou microrganismos que invadiram o tecido.

As principais células envolvidas neste processo são:  Macrófago

 Neutrófilo  Mastócito

MACRÓFAGO

É um fagócito, ou seja, uma célula capaz de internalizar corpos estranhos ao emitir prolongamentos de sua membrana citoplasmática, originando uma estrutura denominada pseudópodos (falsos pés).

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classificados como monócitos, recebendo o nome de macrófagos quando migram para os tecidos. Estão presentes no tecido conjuntivo, baço, linfonodos, fígado, vias aéreas, encéfalo, ossos, cavidade peritoneal e pleural.

Após a fagocitose, ocorre a liberação de compostos químicos, tais como peróxido de hidrogênio (H2O2) e óxido nítrico (NO), capazes de digerir o

material internalizado, como, por exemplo, bactérias e fungos.

Este tipo celular migra para o foco inflamatório em poucas horas após o início do processo. Caso trate-se de uma lesão estéril, ou seja, isenta de microrganismos, o principal papel desta célula será limpar a área, retirando os restos de células que morreram devido a algum trauma. Caso tenha ocorrido a penetração de algum microrganismo, sua função será a eliminação deste invasor.

O macrófago não morre ao eliminar agentes invasores, desempenhando outra função importantíssima no processo de imunização, que é levar fragmentos dos microrganismos aos órgãos linfóides e apresentá-los a grupos celulares responsáveis pela resposta imune adaptativa, sendo os macrófagos classificados como célula apresentadora de antígeno (CAA).

NEUTRÓFILO

Neutrófilos são fagócitos originados na medula óssea e encontrados em elevado número na circulação sanguínea. São produzidos diariamente, apresentando uma vida curta - durando poucas horas na circulação após sua liberação.

Assim como os macrófagos, este fagócito possui elevado poder em eliminar microrganismos, desempenhando importante papel em processos infecciosos bacterianos.

É o primeiro grupo celular a migrar para o foco inflamatório e

infeccioso, fagocitando e liberando compostos tóxicos ao agente invasor.

Diferente do macrófago, os neutrófilos morrem no combate a bactérias devido à incapacidade de se proteger contra seus próprios produtos tóxicos, sofrendo autodigestão.

Sua morte é responsável pela produção de um composto denso, opaco de cor amarelada conhecido como pus.

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13 Uni d ad e : Tec ido s e órgãos i nf lam aç ão ag u da  Restos de neutrófilos,  Restos bacterianos,

 Restos do tecido lesionado;  Proteínas plasmáticas.

Os neutrófilos, embora apresentem elevado poder de eliminação bacteriana (maior que a capacidade dos macrófagos), não são CAAs, pois o fato de serem eliminados no processo, inviabiliza a apresentação de partes do microrganismo aos linfócitos, células responsáveis pela resposta imune adaptativa – abordada em outro momento do curso.

MASTÓCITOS

Os mastócitos são células produzidas pela medula óssea; possuem grânulos em seu interior preenchidos por compostos químicos - dentre eles destaca-se a histamina.

Devido à presença destes grânulos, são classificadas como

granulócitos, sendo encontradas no tecido conjuntivo ao redor dos vasos

sanguíneos.

A estimulação dos mastócitos ocorre pela liberação de mediadores químicos inflamatórios – pelas células lesionadas e células endoteliais próximas ao local injuriado – causando sua desgranulação e consequente liberação de histamina.

MEDIADORES INFLAMATÓRIOS DE FASE AGUDA

Além de células, faz-se necessária a atuação de vários compostos químicos para que ocorra o desenvolvimento do processo inflamatório agudo, assim como toda reação imunológica.

Observa-se a ação de mediadores químicos pré-formados - como a histamina, presente nos grânulos de determinadas células - e os neoformados – como a bradicinina e prostaglandinas, produzidos apenas após o desencadeamento do estímulo inflamatório.

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Histamina

Encontra-se pré-formada nos grânulos presentes em mastócitos, basófilos e eosinófilos, sendo liberada quando estes grupos celulares são estimulados.

Desempenha um importante papel nos processos inflamatórios, alérgicos e nas infecções causadas por helmintos, com capacidade de causar vasodilatação e bronco constrição.

Bradicinina

Este composto químico é gerado após a ativação de sistemas plasmáticos no desenvolvimento do processo inflamatório.

É um potente vasodilatador, além de causar elevação da permeabilidade vascular. Está associado ao desenvolvimento da dor, pois estimulam os receptores algésicos.

Prostaglandinas

É um composto de fase aguda, sendo gerado pela ativação de fosfolipases que clivam os fosfolipídeos constituintes da membrana celular.

Além de causar vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular, promovendo a formação do edema, está associado ao desenvolvimento da febre e da dor, uma vez que é capaz de diminuir o limiar de excitabilidade das fibras nervosas (hiperalgesia).

Leucotrienos

São compostos plasmáticos com capacidade de promover aumento da permeabilidade vascular, além de ativar células ligadas a imunidade natural: neutrófilos, eosinófilos, macrófagos e células NK.

MIGRAÇÃO CELULAR PARA O FOCO INFLAMATÓRIO

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deste evento implica em interações entre as células endoteliais, moléculas de adesão e diversos mediadores químicos.

Os leucócitos – células brancas do sangue – apresentam uma molécula de adesão denominada L-selectina na superfície de sua membrana, capaz de ligar-se a proteoglicanos presentes nas células endoteliais; já as P-selectinas e E-selectinas são encontradas na membrana das células endoteliais após as mesmas sofrerem estímulo de substâncias presentes no foco inflamatório; como por exemplo a histamina.

Logo após a injúria tecidual, as células inflamatórias – neutrófilos e macrófagos – são atraídas para o foco da lesão – processo denominado

quimiotaxia; para isto, ocorre a marginalização leucocitária, quando as

células brancas do sangue começam a se aproximar da margem dos vasos sanguíneos enquanto as hemácias fluem mais ao centro.

Quando as moléculas de adesão dos leucócitos – L-selectina - e as presentes nas células endoteliais – P-selectinas e E-selectinas – entram em contato, ocorre o rolamento destes fagócitos sobre o endotélio – rolling -, ocasionando a diminuição da velocidade dos mesmos. Este evento, além de desacelerar a velocidade destes grupos celulares na corrente sanguínea - facilitando a passagem das células do sistema imune para o foco inflamatório -, eleva a ativação dos mesmos.

O próximo passo consiste na passagem dos fagócitos pelo espaço originados na junção entre as células endoteliais - processo denominado

diapedese. Este processo ocorre após a emissão de prolongamentos

citoplasmáticos (pseudópodos – falsos pés) pelas células em questão, desenvolvendo uma forma de movimento amebóide.

A IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DA RESPOSTA

INFLAMATÓRIA AGUDA

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rapidamente, sem que ocorra o desenvolvimento de sequelas.

Esta resposta imune também está associada ao processo de regeneração tecidual, uma vez que induz a migração e proliferação de fibroblastos; angiogenese (produção de novos vasos sanguíneos) e síntese de fibronectina, colágeno e proteoglicanos, entre outros.

Além destas ações, é responsável também pela apresentação de partes de microrganismos aos linfócitos, desencadeando assim o desenvolvimento da resposta imune adaptativa, responsável pelo desenvolvimento de mecanismos imunológicos específicos contra patógenos.

Agora, você já sabe sobre a inflamação aguda. Sabe também sobre os órgãos linfóides primários (medula óssea e timo) e órgãos linfóides secundários (baço, linfonodos, tecido linfoíde associado a mucosa, etc). Chegamos ao ponto da disciplina em que foi descrito os conceitos básicos da resposta imune natural.

Mas, e a resposta imune adquirida? Quando ela atua? Como ela é ativada?

Quem faz parte dessa imunidade? Você se lembra da unidade 1?

Existem os linfócitos T e B, quem são o cerne da resposta imune adquirida. Eles após reconhecer um antígeno, produzem células de memória. Então, você vai entender o processamento e a apresentação do antígeno para o linfócito. Esse processo é importante para o linfócito T.

Leia com atenção a diferença entre como ocorre o reconhecimento do antígeno pelo linfócito B e pelo linfócito T.

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PROCESSAMENTO E APRESENTAÇÃO DE ANTÍGENOS PELO

COMPLEXO PRINCIPAL DE HISTOCOMPATIBILIDADE

Para iniciar uma resposta imune adquirida, os linfócitos precisam reconhecer os antígenos ou fragmentos dos antígenos chamados de determinantes antigênicos. Vamos lembrar que os antígenos são substâncias particuladas ou solúveis que apresentam imunogenicidade e antigenicidade.

A imunogenicidade é a capacidade da molécula de ativar linfócitos T/ B, enquanto a antigenicidade é a capacidade da molécula de reagir com produtos produzidos pelos linfócitos T ou B. No texto em questão iremos chamar os determinantes antigênicos simplesmente de antígenos.

Os linfócitos B reconhecem antígenos nativos (isto é, as proteínas presentes na superfície do patógeno não-processado), já os linfócitos T reconhecem antígenos processados (isto é, peptídeos processados e apresentados juntamente com o complexo principal de histocompatibilidade).

O Complexo Principal de Histocompatibilidade (MHC) refere-se a uma região no genoma que são herdadas de pai e mãe de forma co-dominante e fornece a identidade dos indivíduos (somente gêmeos monozigóticos possuem MHC idêntico). Os genes do MHC humano estão presentes no cromossomo 6. Em humanos, o MHC chama-se HLA (human leukocyte antigen).

O MHC é formado por vários genes, polimórficos que originam proteínas expressas nas membranas das células. Essas proteínas ganharam este nome devido a sua importante função nas respostas imunes contra tecidos transplantados.

O MHC é encontrado na superfície de certas células nucleadas em diferentes concentrações, sendo que a maior parte da molécula se apresenta para fora da célula. Em uma parte da molécula do MHC há uma estrutura em forma de fenda. Nesta fenda, ocorre a ligação com o antígeno que será apresentado para o linfócito T.

Existem duas classes principais de MHC que são expressas nas superfícies celulares: MHC classe I e MHC classe II.

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O MHC classe II, diferentemente do MHC classe I, é encontrado na superfície das células apresentadoras de antígeno clássicas (CAA). As células apresentadoras de antígenos são células especializadas em apresentar antígenos para os Linfócitos TCD4. Essas células são:

- as células dendríticas, - os macrófagos e - os linfócitos B.

Para que ocorra a apresentação do antígeno por essas células, este (o antígeno) precisa ser processado dentro da célula, logo, as células devem apresentar antígenos processados junto com o MHC para os linfócitos T.

Existem diferentes tipos de antígenos tais como vírus, células tumorais e bactérias, protozoários, helmintos, toxinas, etc.

Quando a apresentação do antígeno ocorre via Célula Apresentadora de Antígenos (CAA) com MHC classe II o seu reconhecimento será feito pelo linfócito T CD4, também conhecida por linfócito T auxiliar.

Quando a apresentação do antígeno ocorre por diversos tipos celulares, nas fendas das moléculas de MHC classe I (presente em diversas células) o seu reconhecimento será realizado pelo linfócito TCD8 ou linfócito T citotóxico.

Uma regra simples para guardar isso é que o resultado da multiplicação do tipo de linfócito T com a classe de MHC tem como resultado, sempre, o valor é igual a 8, assim sendo:

TCD 4 X MHC 2 = 8 TCD 8 X MHC 1 = 8

Enfatizando os pontos principais do reconhecimento do antígeno pelos linfócitos:

 Linfócitos B reconhecem Antígenos nativos (isto é, as proteínas presentes na superfície do patógeno não-processado),

 Linfócitos T reconhecem Antígenos processados (isto é, peptídeos processados e apresentados juntamente com o complexo principal de histocompatibilidade).

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o Linfócitos T CD8 reconhecem antígenos apresentados por diferentes tipos de células nucleadas via MHC classe I

As células apresentadoras de antígenos são: - Macrófagos

- Linfócitos B

- Células dendríticas.

Logo, durante um processo inflamatório, o macrófago pode fagocitar, processar e apresentar o antígeno junto com o MHC para os linfócitos. Essa apresentação do antígeno ao linfócito dá o início da reposta imune adquirida.

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Referências

BALESTIERI, F. M. P. Imunologia. Barueri, Sp: Manole, 2006

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21 www.cruzeirodosul.edu.br

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