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Física 1. Cinemática da partícula 1ª Parte. 1.1 Derivada de um vector em ordem a um escalar (2008) (Cinemática da Partícula e de Mecanismos)

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Texto

(1)

Cinemática da partícula – 1ª Parte

1.1 – Derivada de um vector em ordem a um escalar

Seja um vector A

função de um escalar g : AA(g)

= Define-se

g A g

g A g g A dg

A d

g

g Δ

= Δ Δ

− Δ

= Δ + Δ

0

0 ( ) ( ) lim

lim

A  Δ

)

( g g

A  + Δ )

( g A

Notar que sendo

⎪ ⎭

⎪ ⎬

⎫

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧

⇔ +

+

=

3 2 1 3

3 2 2 1 1

A A A u

A u A u A

A    

vem

dg u A d dg u

dA dg

u A d dg u

dA dg

u A d dg u

dA dg

A

d

3

3 3 3

2 2 2 2

1 1

1

1

    

+ +

+ +

+

=

pois os versores podem depender de g

!

Considere-se o caso particular em que o vector

A

é o vector posição

r

de um ponto P que se se desloca no espaço quando o tempo decorre e em que o escalar (g) é o tempo t.

(2)

⎪ ⎭

⎪ ⎬

⎫

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧

⇔ +

+

=

3 2 1 3

3 2 2 1 1

r r r u

r u r u r

r    

A sua derivada em ordem ao tempo chama-se velocidade do ponto P:

dt u r d dt u

dr dt

u r d dt u

dr dt

u r d dt u

dr dt

r d t

v lim

t 0

r

1 1 1 1 2 2 2 2 3 3 3 3

 

 

 

 

+ +

+ +

+

= Δ =

=

Δ

Δ

r  Δ

) ( t t r  + Δ )

(t r

P

Ao quociente

t r Δ Δ 

chama-se velocidade média durante o intervalo de tempo Δt.

1.2 – Representação intrínseca da velocidade e da aceleração

Vamos estudar um sistema de coordenadas a que se chama “intrínseco” pelo facto de ser definido a partir da própria trajectória. Notar que, assim sendo, os versores irão depender não só da posição do ponto mas também da maneira como essa posição varia (trajectória).

r  τ η b

x

y z

O

η τ

η τ   

=

b

Triedo de Frenet

( b ; τ ; η )

a) Versor da tangente

( τ )

ds r d

 =

τ

É tangente, pois

d r

o é;

É versor, pois

d r = ds ⇒ τ = 1

(3)

b) Versor da normal

( η )

ds d K η τ

 1 

=

K Curvatura da linha no ponto considerado.

ds R d τ η

 

=

R Raio de curvatura da linha no ponto considerado.

u Por definição é

ds K d R

τ

= 1 =

, pelo que o vector

η

acima definido tem módulo 1, i.é, é versor.

u Verifiquemos que é

η ⊥ τ

τ τ τ τ

τ τ τ τ

τ τ

τ τ τ

τ τ

 

 

 

 

  

=

=

⋅ +

=

=

=

=

=

=

ds d ds

d ds

d ds

d ds

d

ds d

cte

0 2

) ( 0

0 ) ( 1

1

Notar que não foi o facto de o módulo ser 1 que foi relevante, mas sim o facto de o módulo ser constante!

“ Se um vector depende de um escalar mas tem módulo constante (i.é, se só a sua direcção varia) a sua derivada em relação ao escalar produz um vector que lhe é perpendicular”.

C) Velocidade

(v  )

  τ τ

τ

 

 

dt v s d dt

s d ds

r d dt

r v d

v

=

=

=

=

=

=

A velocidade é um vector dirigido

segundo a direcção tangente à

trajectória.

(4)

d) Aceleração (a )

  

) (

tan )

(

2

2

1

centrípta ou

normal aceleração

R a v

gencial aceleração

dt v a d

R a v

R a v dt

s d ds d dt como d

dt v d dt

v v d

dt d dt

v a d

t

a t v

R at

=

=

+

=

=

=

+

=

=

=

=

= =

=

η

η

η τ

τ η τ

τ τ τ

η

 

 

 

À aceleração normal também pode chamar-se centrípeta porque ela aponta para o centro de curvatura da trajectória.

P1 ( t1 )

P2 ( t2 )

η

1

η

2 C2 C1 +

+ R2 R1

O “centro de curvatura” por definição situa-se sobre a r e c t a n o r m a l , a u m a distância da curva, “para dentro”, igual ao raio de curvatura.

(5)

] A componente tangencial da aceleração está associada (é igual, aliás) à variação do módulo da velocidade isto é, à variação da “rapidez”.

] A componente normal da aceleração está associada à variação da direcção do vector velocidade:

dt v d a

n

τ

=

Assim, as acelerações ( ⇒ forças ) são necessárias não só para fazer variar a rapidez de um movimento mas também necessárias para fazer variar a direcção da trajectória.

Casos particulares

t a

dt a v d dt v d dt

v v d

dt d dt

v a d

te cons direcção cte

t

 

 

=

= +

=

=

=

=

=

=

τ τ τ

τ τ

0

) (

) tan (

º 1

È claro que neste caso a trajectória é uma recta como se pode verificar

0 ,

0 );

(

2 2

=

=

=

= +

=

K R R

v dt

a dv é caso neste

geral R

v dt a dv

τ η

τ

Uma linha com curvatura nula (ou, equivalentemente, com raio de curvatura infinito) é uma recta.

(6)

2º v = cte.

(movimento “uniforme” no que respeita à rapidez)

 η

η

τ τ τ

η

R a v dt v d dt

v v d

dt d dt

v a d

a

 

 

 = = = + = =

=

=

2

0

) (

O caso R = const. ⎯ movimento circular ⎯ é um caso particular deste caso particular.

1.3 – Lei do movimento

Descrever um movimento é fornecer a lei do movimento, isto é, especificar a posição do ponto em estudo num dado sistema de referência em todos os instantes de tempo por meio de uma expressão

⎩ ⎨

⇔ ⎧

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧

=

=

=

= ( . .)

) (

) (

) ( )

( qq sist de coord

t z z

t y y

t x x t

r

r   

È claro que as equações anteriores são as equações paramétricas da trajectória, sendo o tempo, o parâmetro. As equações cartesianas da trajectória obtêm-se pois por eliminação do tempo.

Ex .

 



 

 

a trajectóri da cartesiana eq

a trajectóri da paramétricas eq

z y x

z t y

t x t

t j

t i t r

.

2

.

2 2

2

0 4 0

2 0

2 2

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧

=

⇒ =

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧

=

=

=

⎪ ⎭

⎪ ⎬

⎫

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧

⇔ +

=

1.3.1 – Problemas fundamentais da cinemática

(

) (

;

; :

tempo do função iniciais

condições o

o

v a t

r

Dados

  

(7)

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧

⇔ ) (

) (

) (

) ( )

( : min

t z

movimento do

lei t

y t x t

r ar

Deter

È o problema mais frequente. Vejamos o método de resolução no caso particular de o vector aceleração ser constante.

) 0 (

) (

0 0

0 0

0 0

= +

=

=

=

=

=

t se t

a v v

t t a v v

dt a v d

dt a v dt d

v a d

t t v

v

 

=

=

=

=

t t t t r

r

dt v r

r

dt v r d

dt v r dt d

r v d

0 0 0

0

 

2 0

0

2

1 ,

t a t

v r r Logo

 = + +

Ex .

x y

r

0

v

0

j g g  

=

trajectória ?

Dados : r

0

2  j ; v

0

( i   j ) ; ag  ( cte )

= +

=

=

z y x t g t

t t

g t

t r

t a t v r r

as paramétric eq

     

.

2 2

2 0

0

0 2 2 1

2 0 1 0 0

0 2 0

2 1

⎪ ⎭

⎪ ⎬

⎫

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧

− +

=

⎪ ⎭

⎪ ⎬

⎫

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧

− +

⎪ ⎭

⎪ ⎬

⎫

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧

+

⎪ ⎭

⎪ ⎬

⎫

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧

=

⇔ +

+

=

(8)

A equação cartesiana da trajectória obtém-se como vimos, por substituição do parâmetro t;

2

2 2 x 1 g x y

t x

− +

=

=

(Parábola)

1.3.2 – Alguns casos particulares

1.3.2.1 - Movimento com aceleração constante e rectilíneo ( a  = cte

⋅ )

Neste caso, e escolhendo para eixo do x a própria recta sobre a qual se efectua o movimento, temos que

rrvve a

0 0

; ;

;

têm todos a mesma direcção, tendo componentes apenas segundo aquele eixo. Notar em particular que

a

tem a direcção de

v

(de outro modo, a trajectória encurvaria !!).

Podemos pois escrever a seguinte relação escalar:

2 0

0

2

1 a t t

v x

x = + +

Não esquecer que pode ser

a > 0 ⇒

aceleração positiva

⇒ (

movimento uniformemente acelerado)

a < 0 ⇒

aceleração negativa

⇒ (

movimento uniformemente retardado)

a = 0 ⇒

aceleração nula (

⇒ v = v

o

) ⇒ (

movimento uniforme)

(9)

1.3.2.2 – Movimento circular

Neste caso é preferível utilizar a representação polar:

x y

R

O

θ

τ

 ≡ u

u

ρ

η d θ

⎩ ⎨

⎧

≡ η τ

ρ

θ

u u ds

Velocidade / aceleração:

ρ θ

ρ

θ θ

η

θ θ

η τ

θ θ θ

τ τ

u R u R a Então

u

R dt R

d dt

s d dt dv

R v dt a dv

cte R dt R

R d v d

R dt ds

v ds dt v v ds

 

 



2 2

2 2

:

) ( )

(

.) (

; )

(

=

=

=

=

= +

=

=

=

=

=

=

=

=

(10)

θ -ângulo de rotação [rad]

ω -velocidade angular [rad/s]

α - aceleração angular [rad/s

2

]

⎪ ⎪

⎩

⎪⎪ ⎨

⎧

=

=

=

=

=

angular Aceleração

dt d dt d

angular Velocidade

dt d

θ θ α ω

θ θ ω



2 2

Vector velocidade angular, ou Vector rotação

Define-se vector velocidade angular um vector tal que

a trajectóri

R r

Notar

vector do

A em momento M

v R

v

A

=

=

=

ω

ω ω

ω ω

ω

 

 

º 2

º 1

:

) (

Existe uma correspondência entre os movimentos de rotação e os de translação, que pode ser expressa pelas seguintes relações:

) (

) (

α θ

ω θ

θ ou a

ou v

x



ω θ α

θ θ ω



=

=

=

=

=

=

dt d dt

a dv

dt d dt

v dx

;

;

⎪ ⎭

⎪ ⎬

⎫

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧

=

⎪ ⎭

⎪ ⎬

⎫

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧

⎪ ⎭

⎪ ⎬

⎫

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧

=

⎪ ⎭

⎪ ⎬

⎫

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧

x y y x

z x x z

y z z y

z y x

z y x

z y x

r r

r r

r r

r r r v

v v

. .

. .

. .

ω ω

ω ω

ω ω

ω ω ω

z

R v   

= ω

 r

x y

ω

R

O

A

(11)

Assim, e por exemplo, sabendo que para um movimento de translação com aceleração constante se tem

t a v v

t a t v x x

±

=

± +

=

0

2 0

0

2

1

pode escrever-se imediatamente a expressão para um movimento de rotação com aceleração constante:

2

2 1 t

o

t

o

ω α

θ

θ = ± ±

o

α t ω ω = ±

Exemplo de aplicação: Determinar para a posição representada na figura, a velocidade linear de uma partícula que executa uma trajectória circular com um raio de 1,5 m e com velocidade angular constante de 10 rad/s.

k r j r i r

rxyz + +

=

⎪ ⎭

⎪ ⎬

⎫

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧

=

⎪ ⎭

⎪ ⎬

⎫

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧

=

0 ) 45 ( sin

) 45 ( cos r r r

r r r

z y

x

k j

i y z

x

 

 

ω ω

ω

ω

= + +

⎪ ⎭

⎪ ⎬

⎫

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧

=

⎪ ⎭

⎪ ⎬

⎫

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧

=

θ ω

ω ω ω

 0

0

z y x

k v j v i v

vxyz + +

=

⎪ ⎭

⎪ ⎬

⎫

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧−

=

⎪ ⎭

⎪ ⎬

⎫

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧−

=

⎪ ⎭

⎪ ⎬

⎫

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧

×

⎪ ⎭

⎪ ⎬

⎫

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧

=

×

=

⎪ ⎭

⎪ ⎬

⎫

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧

=

0 61 . 10

61 . 10 0

) 45 ( cos

) 45 sin(

0 ) 45 sin(

) 45 cos(

0 0

r r r

r r

v v v v

z y x

θ θ θ

ω

y

x r

v  

× ω

=

ω r

o θ=45º

(12)

x z

o y

Vesfera/Carro

vcarro

Vesfera/carro- Velocidade da esfera em relação ao carro Vesfera/solo- Velocidade do carro

2 - Cinemática da partícula – 2ª Parte

2.1 - Movimento Relativo de Translação

xo zo

yo

x1 z1

y1 rA

A

B B r

A /

rB

Referencial fixo

Referencial móvel solidário com A

Na figura seguinte estão representados a posição de duas partículas onde os vectores rA e rB são as posições absolutas dessas partículas. A posição relativa entre as duas partículas é definida pelo vector rB/A, e representa a posição da partícula B em relação à partícula A.

Trajectória da partícula A

rA

- Posição absoluta da partícula A rB

 - Posição absoluta da partícula B

- Posição relativa da partícula B em relação à partícula A e ao eixo móvel.

A /

rB

(13)

Ø Posição:A posição da partícula B é definida como a soma vectorial da posição absoluta da partícula A e a posição relativa da partícula B em relação à partícula A

rA

rB

A /

rB

A B A

B r r

r   / +

=

Ø Velocidade:A velocidade da partícula B é determinada a partir das derivadas dos vectores posição em ordem ao tempo.

A B A

B v v

v   / +

=

fixo.

l referencia do

partir a medidos são

porque , absolutas velociades

dt são r v d dt e

r v d

Onde A A B B

 

 

=

=

móvel refrencial do

partir a observada dt é

r v d

relativa de

A velocida B/A B/A

 

=

vB

vA A /

vB

Ø Aceleração:Através da derivada no tempo da velocidade é obtido aceleração absoluta e relativa, cuja relação é semelhante à obtida com os vectores posição.

A B A

B a a

a   / +

=

aA

aB A /

aB

1 1 1 A B/A

/ B

z , y , x móvel eixo o com solidário

e A em colocado está

se quando observamos

que B aceleração a

dt é v a d

Onde

 

=

(14)

Exemplo de aplicação:

Um comboio desloca-se a uma velocidade constante de 60km/h, atravessando uma estrada conforme a figura mostra. Se o carro se deslocar à velocidade de 45km/h, determine a velocidade relativa do comboio em relação ao carro.

A B A

B v v

v   / +

=

⎪⎭

⎪⎬

⎫

⎪⎩

⎪⎨

⎧

+

⎪⎭

⎪⎬

⎫

⎪⎩

⎪⎨

⎧

=

⎪⎭

⎪⎬

⎫

⎪⎩

⎪⎨

⎧

z ) A / B (

y ) A / B (

x ) A / B (

Az Ay Ax

Bz By Bx

v v v v

v v v

v v

⎪⎭

⎪⎬

⎫

⎪⎩

⎪⎨

⎧

+

⎪⎭

⎪⎬

⎫

⎪⎩

⎪⎨

⎧

=

⎪⎭

⎪⎬

⎫

⎪⎩

⎪⎨

⎧

z A B

y A B

x A B

v v v

) / (

) / (

) / (

0 ) 45 sin(

45

) 45 cos(

45 0

0 60

[

km/h

]

0 82 . 31

18 . 28 0

) 45 ( sen 45

) 45 cos(

45 60 v

v v

z ) A / B (

y ) A / B (

x ) A / B (

⎪⎭

⎪⎬

⎫

⎪⎩

⎪⎨

⎧

=

⎪⎭

⎪⎬

⎫

⎪⎩

⎪⎨

⎧

=

⎪⎭

⎪⎬

⎫

⎪⎩

⎪⎨

⎧

[

km h

]

j i

v 28.18 31.82 /

=

(15)

2.2 – Sistemas em movimento relativo de rotação

Considerem-se dois sistemas de referência centrados em O, um OXYZ fixo e outro rotativo em torno do eixo fixo OA; seja Ω a velocidade angular do sistema Oxyz num dado instante (ver figura). Considere-se agora uma função vectorial Q (t) representada pelo vector Q aplicado em O; como o tempo t varia, tanto o módulo como a direcção de Q variam. Como a variação de Q vista por um observador que usa o sistema OXYZ como referência é diferente da variação de Q vista por um que usa o sistema Oxyz, deve-se esperar que a derivada de Q dependa do sistema que for tomado como referência.

Portanto, devemos designar por (Q)OXYZ a derivada de Q em relação ao sistema fixo OXYZ e por (Q)Oxyz a derivada em relação ao sistema rotativo Oxyz. Propomo-nos determinar a relação entre estas duas derivadas.

O X

Y

Z z

x y

i j

k A

Ω

Q

Em primeiro lugar iremos decompor o vector Q em componentes segundo os eixos x, y e z do sistema rotativo. Designando por i, j e k os versores correspondentes, escrevemos

k Q j Q i Q

Q

x

y

z

 + +

=

Derivando a expressão anterior em ordem ao tempo, e considerando os versores i, j e k como fixos (pois para um observador em Oxyz são fixos), obtemos a derivada de Q em relação ao sistema rotativo Oxyz.

k Q j Q i Q

Q

Oxyz

x

 

y

 

z

 + +

=

(16)

Para obter a derivada de Q em relação ao sistema fixo OXYZ, devemos considerar os versores i,j e k como varáveis (móveis) quando derivamos Q

) (

) (

) (

) (

) (

] [

dt k Q d dt

j Q d dt

i Q d k

Q j Q i Q Q

dt k Q d k dt Q

j Q d j dt Q

i Q d i Q Q

k Q j Q i dt Q Q d

z y

x Q

z y

x OXYZ

z z

y y

x x

OXYZ

z y

x OXYZ

Oxyz

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

+ +

+ +

+

=

= +

+ +

+ +

=

= +

+

=

=

se o vector Q estivesse fixo dentro do sistema Oxyz, uma vez que

Observamos que a derivada de (Q) OXYZ se reduziria aos três últimos termos da expressão anterior Q)Oxyz

( seria então nulo.

Mas, neste caso, (Q) OXYZ representaria a velocidade de um ponto material localizado na ponta de Q e pertencente a um corpo rigidamente ligado ao sistema Oxyz. Então os três últimos termos da referida expressão representam a velocidade desse ponto material; como o sistema Oxyz tem uma velocidade angular Ω em relação a OXYZ, no instante considerado, escrevemos

dt Q k Q d dt

j Q d dt

i Q d

dt k k d dt j

j d dt i

i d

z y

x

 

 

 

 

 

∧ Ω

= +

+

⎪ ⎪

⎪

⎭

⎪ ⎪

⎪

⎬

⎫

∧ Ω

=

∧ Ω

=

∧ Ω

=

) (

Sendo assim, obtemos a relação fundamental:

Q Q

Q

OXYZ



Oxyz

 

∧ Ω +

=

(17)

2.2.1 – Movimento tridimensional de um ponto material em relação a um sistema rotativo. Aceleração de Coriolis

Vimos anteriormente que, uma dada função vectorial Q(t) e dois sistemas de referência centrados em O — um sistema fixo OXYZ e um sistema móvel Oxyz — as derivadas de Q em relação aos dois sistemas satisfazem a relação

Q Q

Q

OXYZ



Oxyz

 

∧ Ω +

=

Supusemos, então, que o sistema Oxyz fora construído para girar em torno de um eixo fixo OA.

Entretanto, a derivada, permanece válida quando o sistema Oxyz é obrigado a ter somente um ponto fixo O. Sob esta suposição mais geral, o eixo OA representa o eixo instantâneo de rotação do sistema Oxyz, e o vector Ω, a sua velocidade angular no instante considerado.

Consideremos agora o movimento tridimensional de um ponto material P em relação ao sistema rotativo Oxyz que tem uma origem fixa O. Se o vector Q representar o vector posição r de um ponto P num dado instante e Ω a velocidade angular do sistema Oxyz em relação ao sistema fixo OXYZ no mesmo instante (ver figura), então a velocidade absoluta vP do ponto material é definida como a velocidade observada do sistema fixo OXYZ e é igual à derivada (r)OXYZ de r em relação ao sistema.

r r

r

v

P



OXYZ



Oxyz

 

∧ Ω +

=

=

M P p

P

v v

v    +

=

ʹ′

móvel sistema

ao relação em

P de velocidade v

P com coincide que

móvel sistema

do P ponto do

velocidade v

P material ponto

do absoluta velocidade

v onde

M P P P

=

= ʹ′

=

ʹ′

O X

Y

Z z

x y

i j

k

Ω r

P

r 

Oxyz

Mas define a velocidade

v

P M

do ponto P em relação ao sistema móvel Oxyz.

Se considerarmos que o ponto P foi ligado ao sistema móvel, então vP/M representará a velocidade relativa. Por outro lado o termo Ω ∧ r representará a velocidade v dum ponto Pʼ do sistema móvel que coincide com P no instante considerado e costuma designar-se por velocidade de transporte. Temos, então,

(18)

A aceleração absoluta aP do ponto material é definida como a derivada de vP em relação ao sistema fixo OXYZ. Calculando as derivadas em relação a OXYZ dos termos da relação fundamental, escrevemos

] [

Oxyz

P

P

r

dt r d r

v

a      

+

∧ Ω +

∧ Ω

=

=

onde todas as derivadas estão definidas em relação a OXYZ, excepto onde for indicado de outro modo. Relembrando a relação fundamental, observamos que o último termo da expressão anterior pode ser expresso como:

Oxyz Oxyz

Oxyz

r r

dt r

d [  ] =  + Ω  ∧ 

Por outro lado,

r 

representa a velocidade vP e pode ser substituído pelo membro do lado direito da expressão representativa da velocidade absoluta vP apresentada anteriormente. Assim, ficará

Oxyz Oxyz

P

Oxyz Oxyz

Oxyz P

r r

r r

a

r r

r r

r a

 

 

 

 

 

 

 

 

 

∧ Ω +

∧ Ω

∧ Ω +

∧ Ω +

=

∧ Ω + +

∧ Ω +

∧ Ω +

∧ Ω

=

2 ) (

) (

) (

O primeiro termo desta última relação representa a aceleração relativa aP/M do ponto P em relação ao sistema rotativo. A aceleração de transporte será a que existir quando a velocidade relativa (e portanto também a aceleração relativa) for nula e corresponde à soma do 2º e 3º termo da expressão anterior e está associada à aceleração a do ponto Pʼ do sistema móvel que coincide com P no instante considerado. Ao termo que “sobra” chama-se “aceleração complementar ou de Coriolis” em homenagem ao matemático francês De Coriolis (1792 – 1843).

Note-se que a aceleração de Coriolis só existe se existirem simultaneamente :

) ( .

) ( .

M P to

to

v relativo

mov

transporte de

mov

Ω

e se além disso, não for

v

PM

Ω //

c M P p

P

a a a

a    

+ +

=

ʹ′

(19)

Exemplo de aplicação:

Considere-se um ponto P materializado por uma cursor que se move em translação (parâmetro

s

) com velocidade constante

u

ao longo de uma barra OB, que por sua vez gira com velocidade angular constante ω em torno de O e no plano vertical.

Determinar a aceleração do ponto P.

c M P p

P

a a a

a    

+ +

=

ʹ′

s

P B

s u = 

O

ω

u a

c

= 2 ω

'

s ω

2

a

P

=

x

y

M P c

M P p

v a

const é

u pois a

OP OP

a

 

 

=

=

∧ +

=

= ʹ′

ω

ω ω ω

2

.) (

0

) (

0

Ficará:

⎪⎭

⎪⎬

⎫

⎪⎩

⎪⎨

⎧

ω ω

=

⎪⎭

⎪⎬

⎫

⎪⎩

⎪⎨

⎧

ω +

⎪⎭

⎪⎬

⎫

⎪⎩

⎪⎨

⎧ ω−

=

⎪⎭

⎪⎬

⎫

⎪⎩

⎪⎨

⎧

ω +

⎪⎭

⎪⎬

⎫

⎪⎩

⎪⎨

⎧

ω

⎪⎭

⎪⎬

⎫

⎪⎩

⎪⎨

⎧

ω

=

⎪⎭

⎪⎬

⎫

⎪⎩

⎪⎨

⎧

⎪⎭

⎪⎬

⎫

⎪⎩

⎪⎨

⎧

ω +

⎪⎭

⎪⎬

⎫

⎪⎩

⎪⎨

⎧

⎪⎭

⎪⎬

⎫

⎪⎩

⎪⎨

⎧

ω

⎪⎭

⎪⎬

⎫

⎪⎩

⎪⎨

⎧

ω

=

=

=

0 u 2

S a

0 u 2

0 0

0 S 0

u 2

0 0

S 0 0

0 a

0 0 u 0 0 2 ) 0 0 S 0 0 ( 0 0 a

2 P

2 P

a a

P

c '

P





 

 

(20)

2.2.2 – Sistema de referência em movimento geral

Considere-se um sistema fixo de referência OXYZ e um sistema Axyz que se desloca de maneira conhecida em relação a OXYZ (gira e translada). Seja P um ponto material que se movimenta no espaço. A posição de P é definida, em qualquer instante, pelo vecto rP no sistema fixo, e pelo vector rp/A no sistema móvel. Designando por rA o vector posição de A no sistema fixo, virá

X Y

Z

x y

z

P

r

A

r

P A

r

P

Ω 

A P A A P A P

A P A P

v v r

r v

r r r

 

 

+

= +

=

⇒ +

=

Mas a velocidade vP/A de P em relação a AXʼYʼZʼ pode ser obtida aplicando a relação fundamental, bastando substituir o vector Q pelo vector rP/A naquela equação. Assim virá:

 

 

   

P A

v

Axyz A P A

P A

P

v r r

v

=

+

∧ Ω +

= ( )

A aceleração absoluta aP/A do ponto material é obtida derivando-se a expressão anterior, e escrevemos

                                





 

 

A

A vP

Axyz A P Axyz

A P A

P A

P v

A P

A P A P P

r r

r r

a a

v v v a

= =

+

∧ Ω +

∧ Ω

∧ Ω +

∧ Ω +

=

⇒ +

=

=

) ( )

( 2

)

(

(21)

3 - Cinemática de Corpos Rígidos 3.1 - Movimento no Plano

O movimento plano de corpos rígidos pode ser decompostos em três tipos de movimento diferentes, classificados a seguir por ordem crescente de complexidade:

Movimento de Translação

Movimento de Translação: Graficamente regista-se este tipo de movimento quando um qualquer segmento de recta formado por dois pontos do corpo, permanece sempre paralelo e igual ao segmento original durante o movimento sendo a trajectória dos pontos sempre equidistante.

Movimento de rotação

em torno de um eixo fixo Movimento de Geral no Plano

Movimento de rotação em torno de um eixo fixo: No movimento de rotação os pontos não pertencentes ao eixo fixo têm trajectórias circulares.

Movimento Geral no Plano: Quando um corpo está sujeito ao movimento geral no plano, este pode ser sempre decomposto numa combinação de um movimento translação e num movimento de rotação.

(22)

Movimento de translação Movimento Geral

Movimento de rotação

Num corpo rígido sujeito a uma translação no plano x o y, a localização dos pontos A e B são definidos para um eixo fixo x,y através dos vectores rA e rB. O sistema em translação de coordenadas xʼ, yʼ está fixo ao corpo com origem no ponto A.

Movimento de Translação

o x y

A xʼ yʼ

B

r

A

Sistema de coordenadas em translação

Sistema de fixo coordenadas

r

B

  r

B/A

Ø Posição: A posição dos pontos A e B são definidas respectivamente, pelos vectores rA e rB. A posição relativa do ponto B em relação ao ponto A é definida pelo vector rB/A. Estes relacionam-se entre si pela seguinte expressão:

Ø Velocidade: A velocidade é determinada pela derivada do respectivo vector posição em ordem ao tempo. Sendo que o vector da velocidade relativa de B em relação a A é nulo, pois o corpo é considerado indeformável.

A / B A

B

r r

r  

 = +

(23)

Ø Aceleração: A aceleração é calculada a partir da derivada do vector velocidade.

Para o movimento de translação é expressa pela seguinte relação.

A B

a a  

=

Movimento de Rotação

No movimento de rotação em torno de um eixo, o movimento dos pontos que formam o corpo é caracterizado pelas seguintes quantidades: posição angular, velocidade angular e aceleração angular:

• Posição angular é definida pela variável dθ [rad]

• Vector velocidade angular é definido pela variável ω [rad/s] e a relação entre a velocidade e a posição é expressa por:

• Vector aceleração angular é definido pela variável α [rad/s2] e a relação entre as outras quantidades vem definida por:

dt dθ

= ω

 

dt dω

= α

 

2 2

dt d θ

= α

 

(24)

velocidade linear que se relaciona com a velocidade angular do corpo. Para um ponto P genérico, a velocidade linear nesse ponto é definida por:

P

P

r

v   

= ω

⎪ ⎭

⎪ ⎬

⎫

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧

=

⎪ ⎭

⎪ ⎬

⎫

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧

ω ω ω

= ω

⎪ ⎭

⎪ ⎬

⎫

⎪ ⎩

⎪ ⎨

⎧

=

z y x P z y x

Pz Py Px P

r r r r e ,

v v v v

que

em   

z y

x

z y

x P

P

r r

r

k j

i r

v  = ω  ∧  = ω ω ω

A partir do módulo do vector velocidade linear obtemos somente a intensidade da velocidade. No sistema a duas dimensões, a direcção e sentido do vector velocidade podem ser conhecidos a partir da normal ao plano formado pelo vectores velocidade angular ω e r e por aplicação da regra da mão direita; roda- se o vector velocidade angular ω no sentido do vector r.

Aceleração Linear- Por conveniência, a aceleração linear de um ponto P que não pertence a esse eixo é decomposto em duas componentes; componente tangencial e componente normal a seguir definidas e representadas nas figuras.

o

r a

r a

t n

α ω

=

=

2

( )

dt r r d

dt r d

dt d dt

v

a d

P P P

 

 

 

 = = ∧ = ω ∧ + ω ∧

ω

2

2

P P

P

r

dt r v d dt e

mas d   

 

 = ω = = ω ∧

α

(

P

)

P

r

r

a      

∧ +

= α ω ω

Referências

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