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Análise do consumo alimentar e avaliação antropométrica de acadêmicas do curso de Nutrição de uma universidade privada

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Academic year: 2021

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Análise do consumo alimentar e avaliação antropométrica de acadêmicas do curso de Nutrição de uma universidade privada

Unitermos:

Hábitos Alimentares. Antropometria. Estudantes.

Keywords:

Food Habits. Anthropometry. Students.

Endereço para correspondência:

Thaís Rodrigues Moreira Centro Universitário Univates

Rua Avelino Tallini, 171 – Prédio 11, sala 216.

A/C CCBS – Bairro Universitário – Lajeado, RS, Brasil – CEP: 95900-000

E-mail: th_rodrigues@ibest.com.br Submissão:

24 de junho de 2014 Aceito para publicação:

11 de setembro de 2014

RESUMO

Introdução: A população universitária é considerada um grupo vulnerável em relação ao estado nutricional, pois o ingresso na universidade torna a vida dos estudantes mais agitada, ocasionando modificações nos hábitos alimentares. Objetivou-se avaliar o consumo alimentar e dados antro- pométricos de acadêmicas do curso de Nutrição. Método: Estudo transversal com acadêmicas iniciantes e concluintes do curso de Nutrição de uma universidade privada. Foram aplicados três tipos de questionários, dentre eles de frequência alimentar, hábitos saudáveis e dados gerais.

Para a avaliação nutricional foram avaliados os seguintes parâmetros: peso, altura, índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal, circunferência do braço, dobra cutânea triciptal e circunferência muscular do braço. Para comparação das médias entre os grupos, o teste t-Student foi aplicado. Na comparação das proporções entre os grupos, o teste qui-quadrado de Pearson foi utilizado. Resultados: A amostra constitui-se por 47 acadêmicas e 62% (n=29) eram concluintes do curso. Quanto à antropometria, verificou-se que o IMC diferiu entre os grupos e, no grupo das concluintes, encontrava-se maior (p=0,047). O consumo calórico não diferiu entre os grupos (p=0,407). Porém, a classificação do consumo calórico verificou-se que 68,1% tinham consumo inferior ao preconizado para gênero e faixa etária. Na análise dos micronutrientes, verificou-se que a maioria destes nutrientes era consumida de maneira insatisfatória, com exceção do fósforo e da vitamina B12 que o consumo era excessivo. Conclusões: Os achados demonstram que o consumo alimentar das acadêmicas encontrava-se inadequado quanto a calorias e micronutrientes, entretanto, a maioria da amostra era eutrófica pelos parâmetros antropométricos.

ABSTRACT

Introduction: The university population is considered vulnerable group as compared to nutri- tional status, since entry in the university makes life more agitated, resulting in changes in dietary habits. Study aimed to evaluate food consumption and anthropometric data of university nutrition students. Methods: A cross-sectional study with beginner and senior nutrition students in Nutrition in a private university. Three types of questionnaires were applied to collect information on food frequency, healthy habits and general data. Weight, height, body mass index (BMI), abdominal circumference, arm circumference, triceps skinfold thickness and mid-arm (muscle) circumference for nutritional assessment, the following parameters were evaluated. The group means were compared using the Student’s t test. The proportions between the groups were compared with the Pearson’s Chi-square. Results: The sample was composed of 47 academic and 62% (n=29) were senior students. Results on the anthropometric data showed that the BMI was higher in the senior group (p = 0.047). Calorie consumption was similar in both groups, but analysis of the classification of calories showed that 68.1% of the students had a caloric intake lower than the minimum accepted. The caloric intake did not differ from between groups (p=0.407). Though, the classification of caloric intake it was found that 68.1% had less than preconized age and gender.

Unsatisfactory consumption of most of the micronutrients was observed, with the exception of phosphorus and vitamin B12 that were consumed in excess. Conclusions: These findings showed that the dietary intake of academic was found to be inadequate as the calories and micronutrients, however most of sample were eutrophic by the anthropometric parameters.

Patrícia de Siqueira1 Thaís Rodrigues Moreira2

1. Discente do Curso de Nutrição do Centro Universitário Univates, Lajeado, RS, Brasil.

2. Docente do Curso de Nutrição do Centro Universitário Univates, Lajeado, RS, Brasil.

Análise do consumo alimentar e avaliação antropométrica de acadêmicas do curso de Nutrição de uma universidade privada

Analysis of food consumption and anthropometric assessment of university nutrition students of a private university

AArtigo Original

(2)

INTRODUÇÃO

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS)1, uma alimentação saudável em quantidade e qualidade é composta de três conceitos importantes, sendo eles o equilí- brio energético, a variedade de nutrientes e a moderação do consumo de alimentos com alto teor de gorduras e açúcares1, porém isso não significa apenas consumir frutas, verduras e legumes diariamente, mas também ter hábitos saudáveis, evitando, assim, a realização de pequenas refeições fora do horário entre as refeições diárias2.

Estudos recentes apontam que o ingresso na universidade torna a vida dos estudantes mais agitada, ocasionando modificações nos hábitos alimentares. Com essa mudança, a qualidade das refeições têm se mostrado inadequada. A condição socioeconômica e o acesso à informação também implicam diretamente nos hábitos alimentares, bem como o sedentarismo que atinge a maioria universitários3-5.

A população universitária é considerada um grupo vulnerável em relação ao estado nutricional, contudo, tem conhecimento da importância e da influência de hábitos alimentares saudáveis. Inglesias et al.6 ressaltaram a impor- tância de investir em programas para a promoção de saúde durante o período universitário, independente do tipo de refeição realizada pelo estudante.

Em dois estudos diferentes, realizados com universitá- rios de cursos da área da saúde de Minas Gerais, foram observados resultados controversos4,7. Para Cansian et al.4, o consumo de frutas e hortaliças entre acadêmicos concluintes do curso de Nutrição mostrou-se maior, quando comparado ao consumo dos iniciantes. Porém, Monteiro et al.7 observaram que o consumo de frutas e hortaliças por estudantes dos cursos de Nutrição e Enfermagem é menor quando comparado ao consumo de carboidratos simples, gorduras e açúcares.

Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar o consumo alimentar e dados antropométricos de acadêmicas ingres- santes e concluintes do curso de Nutrição de uma instituição privada.

MÉTODO

Estudo transversal com a coleta de dados realizadas no ambulatório de Nutrição, do Centro Universitário Univates, na cidade Lajeado/RS. A amostra era de conveniência, composta por acadêmicas do curso de Nutrição, entre ingressantes e concluintes matriculadas durante o ano de 2013. O critério de exclusão adotado foi o diagnóstico de doenças que modi- ficassem os hábitos alimentares das entrevistadas.

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Centro Universitário Univates, sob protocolo número 285.804 e a participação das acadêmicas foi voluntária, sendo a

participação mediante a assinatura do Termo de Consenti- mento Livre e Esclarecido.

A coleta de dados foi iniciada com a aplicação de um questionário geral composto por idade, período do curso matriculado, com quem mora, trabalha, renda, meio de transporte, local de realização das refeições, tempo gasto para a realização das refeições, refeições realizadas diaria- mente, consumo de água, de medicamentos e relato de doenças diagnosticadas.

Para avaliação dos hábitos alimentares, foi aplicado o questionário de frequência alimentar validado por Ribeiro et al.8, que serviu para avaliar o consumo diário de todos os tipos de alimentos, conforme Philippi et al.9 recomendam o porcionamento diário dos alimentos e calculado no software DietWin® profissional 2008, gerando, assim, a análise dietética fornecendo dados de valor energético total (VET), macronutrientes e micronutrientes. Para estimativa do VET preconizado, utilizou-se a fórmula proposta pela Food and Agriculture Organization (FAO/OMS), juntamente com o fator atividade adequado para a faixa etária. Para os valores de referência das vitaminas e minerais foi utilizado como classificação a Recommended Dietary Allowances (RDA) e a UI, estabelecidas pela Dietary Reference Intake (DRIs)10.

Para avaliação dos hábitos diários das acadêmicas foi aplicado o questionário sobre hábitos saudáveis validado por Añez et al.11, onde as questões eram dispostas em 5 colunas de respostas e estas foram classificadas por pontuação, da esquerda para a direita, de 0 (zero) a 4 (quatro), sendo zero para a primeira coluna de respostas, 1 para a segunda coluna, 2 para a terceira coluna, 3 para a quarta coluna e 4 para a quinta coluna. Com a soma dos pontos se obteve um escore total para a classificação dos indivíduos, sendo a clas- sificação dividida em cinco categorias que são: “Excelente”

(85 a 100 pontos), “Muito bom” (70 a 84 pontos), “Bom”

(55 a 69 pontos), “Regular” (35 a 54 pontos) e “Necessita melhorar” (0 a 34 pontos).

Para a avaliação nutricional foram aferidos o peso e a altura para o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), classificado conforme os critérios da OMS1, sendo os pontos de corte classificados como: desnutrição grave (<16,0 kg/m²), desnutrição moderada (16,0 – 16,99 kg/m²), desnutrição leve (17,0 – 18,49 kg/m²), eutrofia (18,5 – 24,9 kg/m²), sobrepeso (25,0 – 29,9 kg/m²), obesidade grau I (30,0 – 34,9 kg/m²), obesidade grau II (35,0 – 39,9 kg/m²) e obesidade grau III (≥40 kg/m²).

Também foi aferida a circunferência abdominal (CA), com uma fita métrica flexível e inelástica e tendo como ponto de corte a cicatriz umbilical, e classificada conforme os pontos de corte estabelecidos pela OMS1, para mulheres, sendo considerados os valores ≤80 cm sem risco e ≥80 cm riscos para doenças cardiovasculares.

(3)

Tabela 1 – Avaliação do questionário de estilo de vida em acadêmicas do curso de Nutrição.

Questionário de

estilo de vida Amostra total

(n=85) Iniciantes

(n=18) Concluintes

(n=29) p

Escore total –

média ± DP 75,6 ± 8,7 75,8 ± 8,6 75,5 ± 8,9 0,905*

Classificação – n(%) 0,082**

Excelente (85 a

100 pontos) 5 (10,6) __ 5 (17,2)

Muito Bom

(70 a 84 pontos) 31 (66,0) 15 (83,3) 16 (55,2) Bom (55 a 69

pontos) 11 (23,4) 3 (16,7) 8 (27,6)

* teste t-Student; ** teste qui-quadrado de Pearson.

DP = desvio padrão.

Tabela 2 – Avaliação antropométrica nas acadêmicas do curso de Nutrição.

Variáveis antropométricas

Amostra total (n=47)

Iniciantes (n=18)

Concluintes (n=29)

p

CA – média±DP 79,4 ± 8,2 76,5 ± 7,0 81,2 ± 8,6 0,058*

Classificação da CA 0,479**

Sem risco 24 (51,1) 11 (61,1) 13 (44,8) Risco elevado 18 (38,3) 6 (33,3) 12 (41,4) Risco muito elevado 5 (10,6) 1 (5,6) 4 (13,8) CB (% adequação) –

média ± DP

101,5 ± 9,0 99,8 ± 6,5 102,6 ± 10,3 0,313 Classificação da

CB – n(%)

0,443 Desnutrição leve 6 (12,8) 1 (5,6) 5 (17,2)

Eutrofia 36 (76,6) 16 (88,9) 20 (69,0)

Sobrepeso 4 (8,5) 1 (5,6) 3 (10,3)

Obesidade 1 (2,1) __ 1 (3,4)

CMB (% adequação) – média±DP

97,9 ± 11,1 95,5 ± 10,9

99,4 ± 11,1 0,245 Classificação da

CMB – n(%)

0,384 Desnutrição grave 1 (2,1) __ 1 (3,4)

Desnutrição moderada

2 (4,3) 1 (5,6) 1 (3,4) Desnutrição Leve 6 (12,8) 4 (22,2) 2 (6,9) Eutrofia 38 (80,9) 13 (72,2) 25 (86,2) IMC (kg/m2) –

média±DP

22,2 ± 3,1 21,1 ± 2,4 22,9 ± 3,3 0,047 Classificação do

IMC – n(%)

0,516 Magreza grau I 3 (6,4) 2 (11,1) 1 (3,4)

Eutrofia 35 (74,5) 14 (77,8) 21 (72,4)

Sobrepeso 8 (17,0) 2 (11,1) 6 (20,7)

Obesidade grau I 1 (2,1) __ 1 (3,4)

* teste t-Student; ** teste qui-quadrado de Pearson.

CA = circunferência abdominal, CB = circunferência do braço, CMB = circunferência muscular do braço, IMC = índice de massa corporal, DP = desvio padrão.

A circunferência do braço (CB) foi obtida através do ponto médio entre os ossos acrômio e olecrânio, assim contornado o braço com a fita métrica flexível e inelástica no ponto marcado de forma ajustada, sendo o valor encontrado confrontado com os valores referentes para gênero e idade segundo Frisancho. Circunferência muscular do braço (CMB) foi calculada através dos valores obtidos da dobra cutânea triciptal (DCT) e CB segundo a fórmula e classificação de Frisancho e a DCT foi aferida com o adipômetro e comparada com o estabelecido por Frisancho por idade12.

Para a análise estatística, as variáveis quantitativas foram descritas por média e desvio padrão e as qualitativas por frequências absolutas e relativas. Para comparar médias entre os grupos, o teste t-Student foi aplicado. Em caso de assimetria, o teste de Mann-Whitney foi aplicado. Na compa- ração de proporções entre os grupos, o teste qui-quadrado de Pearson foi utilizado. O nível de significância adotado foi de 5% (p≤0,05) e as análises foram realizadas no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 21.0.

RESULTADOS

A amostra foi composta por 47 acadêmicas, com idade média de 25 ± 5,1 anos, sendo que 61,7% (n=29) eram concluintes do curso. Em relação à quantidade de refeições diárias, verificou-se a média de 5 ± 0,9 refeições e o tempo despendido para cada refeição foi de 16,5 ± 5 minutos.

Na comparação da classificação dos hábitos saudáveis de vida, não se observou diferença estatisticamente significativa entre os grupos, conforme dados apresentados na Tabela 1.

Na análise dos dados antropométricos, verificou-se que o IMC diferiu entre os grupos, sendo maior no grupo das concluintes (p=0,047). No entanto, quando avaliada a classificação do IMC, as diferenças não permanecem signifi- cativas (p=0,516). Nas demais variáveis antropométricas não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos (Tabela 2).

Em relação ao consumo calórico das acadêmicas, observou-se que o consumo médio foi de 1812 ± 528 kcal/

dia e não houve diferença entre os grupos (p=0,407). Porém, ao analisarmos a classificação das calorias, foi verificado que 68,1% (n=32) tinham um consumo calórico diminuído em relação ao consumo preconizado, 14,9% (n=7) consumo adequado e 17% (n=8) consumo excessivo de calorias.

Na Tabela 3, encontram-se os resultados da avaliação do consumo de macronutrientes e não houve diferença estatis- ticamente significativa entre os grupos.

Quando analisada a quantidade de micronutrientes consumida pela amostra, verificou-se que a maioria desses nutrientes era consumida em quantidade insatisfatória, com exceção do fósforo e da vitamina B12, que eram consumidos em excesso (Tabela 4).

(4)

Tabela 3 – Avaliação do consumo de macronutrientes por acadêmicas do curso de Nutrição.

Macronutrientes Amostra total

(n=47) Iniciantes

(n=18) Concluintes

(n=29) p

CHO (g) –

média ± DP 202,8 ± 57,8 198,8 ± 42,7 205,4 ± 66,1 0,708*

Classificação CHO – n (%) 0,516**

Diminuído 38 (80,9) 15 (83,3) 23 (79,3) Adequado 7 (14,9) 3 (16,7) 4 (13,8)

Excessivo 2 (4,3) __ 2 (6,9)

LIP totais (g) –

média ± DP 65,1 ± 24,2 71,9 ± 26,2 61,0 ± 22,2 0,134*

Classificação LIP totais – n (%) 0,281**

Diminuído 28 (59,6 9 (50,0) 19 (65,5) Adequado 9 (19,1) 3 (16,7) 6 (20,7) Excessivo 10 (21,3) 6 (33,3 4 (13,8) LIP saturados (g) –

média ± DP 16,7 ± 7,2 18,4 ± 8,1 15,7 ± 6,5 0,223*

Classificação LIP saturados – n (%) 1,000**

Diminuído __ __ __

Adequado 3 (6,4) 1 (5,6) 2 (6,9)

Excessivo 44 (93,6) 17 (94,4) 27 (93,1) LIP mono

insaturados (g) – média ± DP

17,5 ± 7,3 17,7 ± 7,4 17,4 ± 7,3 0,901*

Classificação LIP monoinsaturados – n (%) 0,576**

Diminuído 3 (6,4) 1 (5,6) 2 (6,9)

Adequado 3 (6,4) 2 (11,1) 1 (3,4)

Excessivo 41 (87,2) 15 (83,3) 26 (89,7) LIP poli-

insaturados (g) – média ± DP

10,2 ± 5,5 11,9 ± 6,8 9,2 ± 4,3 0,155***

Classificação LIP poli-insaturados – n (%) 0,059**

Diminuído 5 (10,6) 1 (5,6) 4 (13,8)

Adequado 6 (12,8) __ 6 (20,7)

Excessivo 36 (76,6) 17 (94,4) 19 (65,5) PTN (g) –

média ± DP 103,7 ± 40,4 113,3 ± 50,9 97,8 ± 31,9 0,207*

Classificação PTN

– n (%) 0,399**

Diminuído 12 (25,5) 4 (22,2) 8 (27,6)

Adequado 6 (12,8) 1 (5,6) 5 (17,2)

Excessivo 29 (61,7) 13 (72,2) 16 (55,2)

* teste t-Student; ** teste qui-quadrado de Pearson; *** teste de Mann-Whitney.

CHO = carboidratos, LIP = lipídios, PTN = proteínas, DP = desvio padrão.

Tabela 4 – Avaliação do consumo de nutrientes por acadêmicas do curso de Nutrição.

Nutrientes Amostra

total (n=47)

Iniciantes

(n=18) Concluintes

(n=29) p

Colesterol Total (mg) –

média ± DP 238,5 ±

148,8 293,0 ±

181,2 204,6 ±

115,4 0,057***

Classificação Colesterol

Total – n(%) 0,089**

< 300mg/dia 40 (85,1) 13 (72,2) 27 (93,1) > 300mg/dia 7 (14,9) 5 (27,8) 2 (6,9)

Sódio (mg) – média ± DP 2096 ± 895 2097 ± 615 2096 ± 1042 0,996*

Classificação Sódio – n (%) 0,432*

< 2300mg/dia 28 (59,6) 9 (50,0) 19 (65,5) 2300mg/dia 11 (23,4) 6 (33,3) 5 (17,2) > 2300mg/dia 8 (17,0) 3 (16,7) 5 (17,2)

Potássio (mg) – média ± DP 2395 ± 694 2527 ± 834 2314 ± 593 0,313*

Classificação Potássio – n (%) 0,383**

< 4700mg/dia 46 (97,9) 17 (94,4) 29 (100) > 4700mg/dia 1 (2,1) 1 (5,6) __

Cálcio (mg) – média ± DP 778 ± 285 767 ± 241 784 ± 313 0,847*

Classificação Cálcio – n (%) 0,484**

< 1000mg/dia 38 (80,9) 16 (88,9) 22 (75,9)

1000mg/dia 3 (6,4) 1 (5,6) 2 (6,9)

> 1000mg/dia 6 (12,8) 1 (5,6) 5 (17,2)

Fósforo (mg) – média ± DP 1359 ± 460 1410 ± 514 1327 ± 430 0,556*

Classificação Fósforo – n (%) 0,383*

580mg/dia 1 (2,1) 1 (5,6) __

> 580mg/dia 46 (97,9) 17 (94,4) 29 (100)

Zinco (mg) – média ± DP 10,6 ± 4,2 11,4 ± 5,4 10,1 ± 3,4 0,301*

Classificação Zinco – n (%)

< 40mg/dia 47 (100) 18 (100) 29 (100) Ácido fólico (mcg) –

média ± DP 432 ± 165 447 ± 179 423 ± 158 0,629*

Classificação Ácido

Fólico – n (%) 0,383**

< 1000mg/dia 46 (97,9) 17 (94,4) 29 (100)

1000mg/dia 1 (2,1) 1 (5,6) __

Vitamina B12 (mcg) –

média ± DP 4,60 ± 2,62 5,59 ± 3,27 3,99 ± 1,95 0,061***

Classificação Vitamina

B12 – n(%) 0,802**

< 2,4mcg/dia 4 (8,5) 1 (5,6) 3 (10,3) 2,4mcg/dia 6 (12,8) 2 (11,1) 4 (13,8) > 2,4mcg/dia 37 (78,7) 15 (83,3) 22 (75,9)

Vitamina C (mg) – média ± DP 92,3 ± 59,3 92,6 ± 62,5 92,1 ± 58,4 0,913*

Classificação

Vitamina C – n (%) -

< 2000mg/dia 47 (100) 18 (100) 29 (100)

Fibras (g) – média ± DP 22,9 ± 8,1 22,0 ± 7,8 23,5 ± 8,3 0,547*

Classificação fibras – n (%) 0,891**

< 30g/dia 32 (68,1) 13 (72,2) 19 (65,5)

30g/dia 9 (19,1) 3 (16,7) 6 (20,7)

> 30g/dia 6 (12,8) 2 (11,1) 4 (13,8)

* teste t-Student; ** teste qui-quadrado de Pearson; *** teste de Mann-Whitney.

CHO = carboidratos, LIP = lipídios, PTN = proteínas, DP = desvio padrão.

Em relação ao consumo diário de uma dieta equili- brada em calorias e nutrientes, observou-se associação significativa entre dieta balanceada e período do curso (p=0,017), onde as concluintes referiram maior frequência de dieta balanceada, quando comparadas às iniciantes (Figura 1).

(5)

Figura 1 – Associação entre dieta balanceada e período do curso.

DISCUSSÃO

Na análise dos dados antropométricos, verificou-se que o IMC diferiu entre os grupos, sendo maior no grupo das concluintes. O consumo calórico não diferiu entre os grupos.

Porém, ao ser analisada a classificação das calorias, foi veri- ficado que a maior parte das acadêmicas tinha um consumo calórico diminuído em relação ao consumo preconizado. Na avaliação dos hábitos saudáveis, verificou-se que maioria da amostra tinha hábitos muito bons, independente do período cursado, e as concluintes apresentaram maior frequência de consumo de uma alimentação balanceada.

Muitos são os fatores que contribuem para o surgimento de doenças crônicas, sendo dois dos fatores de maior risco os passíveis de mudança: os hábitos alimentares e a inatividade física. Novais & Leite13 observaram uma piora nos hábitos de alimentação e na prática de exercícios que contribuem para o aumento da prevalência de obesidade. No entanto, esses resultados são discordantes dos achados deste estudo, que observou adequado estilo de vida das acadêmicas avaliadas.

Para Borges & Lima Filho3, o ingresso na universidade é a principal causa na mudança dos hábitos alimentares da maioria dos estudantes. Franca & Colares14 observaram que os hábitos saudáveis em acadêmicos não variaram entre iniciantes e concluintes, porém os concluintes foram os que apresentavam os piores hábitos. Resultados divergentes aos observados no presente estudo, onde as acadêmicas concluintes apresentaram maior frequência de consumo de uma dieta balanceada.

Lessa & Montenegro15 encontraram prevalência de sobre- peso em acadêmicos próximos ao final do curso de medicina.

Já Piasetzki et al.16 realizaram estudo quantitativo transversal, em que avaliaram 31 acadêmicos formandos de uma universidade privada do interior do Rio Grande do Sul, e Paixão et al.17, que investigaram estudantes de cinco dos oito cursos da área da

saúde de uma universidade federal do nordeste, concluíram que a maior parte dos acadêmicos encontrava-se eutrófica, dado semelhante ao verificado neste estudo.

Rezende et al.18 concluíram que indivíduos com excesso de gordura abdominal têm maiores chances de desenvolverem doenças cardiovasculares. Porém, Souza et al.19 avaliaram a CA e obtiveram valores abaixo do considerado quanto ao nível de risco para doenças. Resultado este que diferiu do presente estudo, onde 50% da amostra pesquisada apresentaram CA superior ou igual a 80 cm.

O consumo calórico inadequado em relação ao consumo preconizado foi mencionado por Petribú et al.20, tanto quanto o consumo excessivo de colesterol. No presente estudo, foram encontrados valores adequados do consumo de colesterol, no entanto, o consumo de lipídeos totais foi diminuído em relação ao preconizado, já a quantidade de gorduras saturadas, monoinsaturadas e poli-insaturadas foi excessiva em relação ao consumo preconizado.

Os dados de CB e DCT são métodos não-invasivos para o diagnóstico de desnutrição, principalmente utilizado em pacientes hospitalizados21. Essas medidas compuseram a avaliação antropométrica do nosso estudo, no qual foram observados resultados de desnutrição para os dois marcadores, ressaltando que 74,5% das entrevistadas encontram-se eutró- ficas na análise do IMC.

Petribú et al.20 verificaram alto percentual de consumo de lipídios saturados em 44,8% das universitárias, sendo este dado também encontrado no presente estudo. Entretanto, no mesmo estudo, foi observado que o consumo de lipídios monoinsatu- rados e poli-insaturados era abaixo do recomendado por 100%

das acadêmicas20. Dados que diferem do presente estudo, no qual os níveis encontrados de ingestão de lipídios saturados, monoinsaturados e poli-insaturados foram excessivos.

(6)

O consumo de vitaminas e minerais foi considerado inadequado por Petribú et al.20, sendo os principais micro- nutrientes com os valores inadequados o ácido fólico, zinco, vitamina C e cálcio. Piasetzki et al.16 também encontraram níveis inadequados de consumo para vitamina C e cálcio, resultados que também foram encontrados no atual estudo e sabe-se que a deficiência de alguns desses micronutrientes podem colaborar com o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis22-25.

Souza et al.19 realizaram estudo transversal com universitárias do 2º ano dos cursos de graduação em Nutrição, Enfermagem, Biologia, Biomedicina e Medicina de uma universidade esta- dual, onde encontraram um consumo diário de fibras de 14,83

± 9,58 gramas, resultado semelhante ao encontrado por Feitosa et al.26 e aos achados neste estudo.

É possível que alguns dados descritos possam ter sofrido alterações devido às informações serem de recordatório das participantes, para a discussão e interpretação dos resultados devemos ressaltar o pequeno número amostral. Seria interes- sante realizar um estudo com maior tempo de acompanhamento das entrevistadas; além disso, outro método de avaliação poderia ter sido utilizado para a verificação da composição corporal, tal como a bioimpedância elétrica.

Com os achados do presente estudo conclui-se que o consumo alimentar das acadêmicas de nutrição da instituição pesquisada é inadequado em relação ao consumo diário calórico de alguns micronutrientes e fibras. Entretanto, quando verificados os dados da avaliação nutricional e os hábitos saudá- veis da amostra, foi observado que as estudantes encontram-se saudáveis.

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Local de realização do trabalho: Ambulatório de Nutrição do Centro Universitário Univates, Lajeado, RS, Brasil.

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