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A ZONA DE CONVERGÊNCIA INTERTROPICAL - ZCIT E SUAS RELAÇÕES COM A

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Academic year: 2021

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Revista Brasileira de Meteorologia, v.15, n.l, 27-43,2000

A ZONA DE CONVERGÊNCIA INTERTROPICAL

-

ZCIT

E

SUAS RELAÇÕES COM A

B CHUVA NO CEARÁ (1964-98)

TERESINHA DE MARIA BEZERRA SILVA XAVIER

- Pesquisadora Sênior na FUNCEME I SRH-CE Membro Titular da Academia Cearense de Ciências

Rua Oswaldo Cruz 1761400 (Meireles) - 60.125- 150 - FortalezaICE txavier@ secrel.com.br

3LE SAMPAIO XAVIER Yesquisador PROPAP-UFC

PEDRO LEITE DA SILVA DIAS

MARIA ASSUNÇÃO FAUS DA SILVA DIAS Depto. de Ciência Atmosféricas/IAG/USP

RESUMO

A "pseudotensão" do vento é um fator muito importante para a explicação e/ou os modelos de previsão da estação chuvosa no Nordeste brasileiro setentrional e, particularmente, no Estado do Ceará. De fato, o enfraquecimento de sua componente meridional, próximo à costa do Nordeste, está claramente associado com a migração da ZCIT (Zona de Convergência Intertropical) do norte para o sul da linha do equador. A importância deste sistema com respeito à ocorrência de chuvas regulares sobre essa região é bem conhecida, principalmente sobre sua faixa setentrional. Uma metodologia destinada a determinar as posições latitudinais da ZCIT é aqui introduzida com base na componente meridional do vento sobre o Atlântico intertropical. Assim, as posições da ZCIT são obtidas como a linha de convergência dos ventos alíseos de nordeste e sudeste, que é alinha de velocidade meridional nula. Dessa maneira, tornou-se possível estudar criteriosamente as relações entre as posições latitudinais da ZCIT e a chuva sobre as várias regiões pluviometricamente homogêneas no Estado do Ceará.

Palavras-chave: ZCIT, componente meridional do vento, chuvas no Ceará.

ABSTRACT: T H E ITCZ

-

IN'I'EK'I'KOPICAL C O N V E R G E N C E Z O N E AND RELATIONSHIPS WITH THE RAINFALL IN CEARÁ

-

NORTHEST BRAZIL (1964-98) The "pseudo-stress" of the wind is a very important factor for the explanation andlor forecasting models for the rainy season at the north of Northeast-Brazil and, particularly, at the State of Ceará. In fact, the weakness of its meridional component, close to the coast of Northeast-Brazil is very clearly associated with the approach of the ITCZ (intertropical convergence zone) from the north to the south of the equatorial line, whose importance with respect to regular rains over that region is well known, mainly along its northern strip. A methodology to determine the monthly latitudinal positions of the ITCZ are introduced based on the meridional component of the wind over the intertropical Atlantic.

So the positions of the ITCZ are obtained by the convergence line between the NE and SE trade winds, or the line of zero meridional velocity. In this way it turns possible to undertake a study on the relations between the latitudinal positions of the ITCZ and the rain over the severa1 regions of the State of Ceará.

Words key: ITCZ, Meridional Component, rainfall in Ceará.

Sobre o Atlântico intertropical, o cinturão de ocorrer sobre o Pacífico, em parte devido à maior nuvens da ZCIT (Zona de Convergência Intertropical) extensão deste na direção de leste para oeste. Por outro acha-se usualmente bem organizado, de forma mais ou lado, a posição da ZCIT ao longo dos meses do ano flutua menos contínua, o que não costuma necessariamente de um lado e de outro da linha do Equador. No Atlântico,

(2)

28

A zona de convergência intertropical - ZCIT e suas relações com a chuva no Ceará (1964-98)

ela incursiona bem mais ao norte do Equador, entre junho e dezembro, do que ao sul dessa linha, entre janeiro e maio. Por outro lado, sobre o Pacífico, a amplitude da oscilação da ZCIT em torno do Equador é em geral de maior amplitude, conforme já havia sido mencionado por Riehl(1972). Uma figura muito ilustrativa a este respeito, mostrando a variação da posição média da ZCIT para várias partes do globo, entre janeiro e julho, pode ser vista em Eagleman (1980) (Fig. 4-26, pág. 107, aqui não reproduzida).

Vale salientar que, sobre os continentes, o posicionamento da ZCIT não costuma deli

claramente como costuma ocorrer sobre os oc vez que esta pode' acompanhar-se de granc de nuvens, por vezes constituindo uma faixa e desorganizada, o que certamente se deve ? da continentalidade e aos efeitos da orografia.

As formações cúmulo-nimbo associadas à ZCIT são responsáveis por chuvas intensas sobre muitas regiões tropicais, tais como no Brasil, na África, na Indonésia, etc. Chuvas mais intensas sobre o Sahel africano (no

Nordeste br exatamente Atlântico int mais ao no1

respectivamente. Em estudos sobre os regimes pluviais no Nordeste brasileiro, já havia sido enfatizado este papel da ZCIT, conforme Xavier & Xavier (1 982, 1983).

Merecem ser mencionados alguns artigos dirigidos para a determinação da posição da ZCIT no Atlântico, Nordeste brasileiro e África: (i) com base na detecção da zona de máxima nebulosidade, Citeau et al.

(1985) estudaram sua migração sobre o Atlântico a partir de imagens de satélite, entre 1971 a 1984 e ainda McQuayte & Hayden (1984), relativamente à sua determinação sobre o Nordeste do Brasil; (ii) por sua vez, Ilesanmi ( 1 97 1 ) já considerara a questão do posicionamento da "zona d e descontinuidade intertropical" sobre a África, mediante um estudo de caso para a Nigéria, definindo-a em termos da fronteira, separando uma massa de ar seco, ao norte, de outra úmida, ao sul. A respeito do posicionamento da ZCIT sobre o Pacífico e o Atlântico, merece menção o artigo de Gruber (1 97 1 ).

Considera-se aqui, como objetivos, o problema da análise das relações entre as chuvas no Ceará, na chamada "quadra chuvosa7', com a posição da ZCIT, por sua vez dependentes da componente meridional do vento próximo à superfície do Atlântico. De fato, a

intensidade dessa componente nas vizinhanças da costa do Nordeste brasileiro está correlacionada com a chuva e no Estado do Ceará, no primeiro semestre do ano e, em especial, no quadrimestre usualmente mais chuvoso, que vai de fevereiro a maio (FMAM). Essa correlação é mais forte no Litoral do Ceará, conforme foi verificado em Xavier et al. (199711998, 1998) e Xavier & Xavier (1997). O papel do vento de superfície no Atlântico intertropical havia sido tratado por outros pesquisadores, em especial por Servain, Picaut et al. (1984, 1985), Servain (1985) e Nobre (1993).

r - A A -- - - - o -

--

- - A - A - - segundo semestre de cada ano) OU sobre 0 longitude, foram cedido!

asileiro (no primeiro semestre) ocorrem Institut de Recherche po naqueles anos em que a ZCIT sobre O ORSTOM), cobrindo a ái ertropical incursiona até posições extremas 600

w

e 160 E, para todo .te OU mais ao sul da linha do Equador, rnbdinq d a < rnmnnnpnt

.ensão" Superficial do Vento ical

Os dados mensais d a "pseudotensão"

superficii do vento-PTSV no Atlântico, expressados através das suas componentes meridional e zonal, em

nnntnc d e p r d e r n m r ~ ~ o l u ç ã o de 2 x 2" de latitude e

3 pelo Dr. Jacques Sewain, do ur le Développement-IRD (ex- -ea entre 30" N e 20" S, e entre o período de 1964-99. Valores

. . A - - A -

-

- - . A . , - - . - A . . es do vento são usualmente

calculadas para as áreas A, B, C, D e G no Atlântico, e as subáreas respectivas A l , A2, B1, B2, etc.; estas áreas e subáreas são aquelas consideradas em Xavier & Xavier (1995, 1998a) e Xavier et al. (19971199Q bem como m ~ ~ t r a d a s na FIGURA 1.

2 5 N 2 0 N 1 5 N 1 0 N 5 N EO 5 s 1 os 1 5 s

205 6 0 W 5 5 W 5 0 W Q 5 W 4 0 W 3 5 W 3 0 W 25W 2 0 W 1 5 W 1 0 W 5 W D 5 E 1 GE 1 5 E

Figura 1 - Áreas selecionadas para o cálcilo dos valores médios das componentes da PTSV (pseudo-tensão L superficial do vento) e suas anomalias, no Atlântico intertropical Sul e Norte

Nota: Toda a sub-bacia do Atlântico entre 60"W e 15"E, e entre 20% e 3ON, é aquela para a qual estão disponíveis os dados da PTSV cedidos pelo IRD - Centro da Bretanha

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29 Teresinha de M. B.'S. Xavier, Airton F. S. Xavier, Pedro L. S. Dias e Maria Assunção F. S. Dias

2.2 Dados de Precipitação nas Regiões pluviométricas do ceará

As regiões pluviométricas consideradas neste artigo são aquelas indicadas na FIGURA 2, envolvendo uma modificação da regionalização que anteriormente vinha sendo utilizada pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), através da sua "home-page" (http://www.funceme.br) e em publicações do órgão.

mais extensa de todas elas (com 23 postos). Assim, tem- se um total de 93 postos cujos dados mensais vão de 1964 até 1998, com respeito ao momento da execução do trabalho, porém, sendo continuamente atualizados.

Para cada uma dessas regiões e sub-regiões e, com respeito à chuva acumulada no quadrimestre FMAM, correspondente à quadra chuvosa sobre a maior parte do Estado do Ceará, foram calculados os quantis Q(O,l5), Q(0,35), Q(0,65) e Q(0,85), os quais permitem definir, ano a ano, as caracteríticas da respectiva quadra, em termos de classes (ou categorias). Assim, dado um valor XI da chuva, durante a quadra chuvosa do ano i, considera-se que este valor corresponderá a uma das cinco classes seguintes: -2 = MS (MUITO SECO); -1 = S (SECO); O = N (NORMAL); 1 = C (CHUVOSO); e 2 = MC (MUITO CHUVOSO), conforme se verifique, respectivamente: X I Q(0,15) ; Q(0,15) < X I Q(0,35);

Q(0,35) < XI < Q(0,65); Q(0,65) I XI < Q(0,85); e XI 2

n(n 515) Fnrsm iitili7adas, aqui, as convenções Xavier (1 998b, 1998c, 1999).

ição da ZCIT

Y\V>.,",. I .,'L."' -."LU

estabelecidas em Xavier &

2.3 Determinando a Pos

Figura 2

-

Estado uo Leara: regioes piuviometricamente homogêneas 1964- 1996

Fonte: FUNCEME

Na referida figura, distinguem-se as seguintes regiões do Estado do Ceará, consideradas

"pluviometricamente homogêneas", conforme Xavier &

Xavier (1998b, 1998c) (1999). 1) LITORAL, com quatro sub-regiões : (i) Litoral 1 = Litoral Norte, que inclui postos do l i t o r j entre Chaval e Acaraú, mas adentrando até à altura da cidade de Sobra1 (totalizando 10 postos); (ii) Litoral 2, com postos entre Trairi e Pecém, adentrando até Pentecostes/Gen.Sampaio (10 postos);

(iii) Litoral 3, com postos entre Caucaia e Beberibe, portanto, cobrindo a cidade de Fortaleza (7 postos); (iv)

2 Macico de Baturité e postos situados na sua circunvizinhança (8 postos); 2) REGIÃO da IBIAPABA, com postos da Serra da Ibiapaba, porém, avançando até aos municípios de Cariré, Hidrolândia e Poranga (1 2 postos); 3) Região JAGUARIBANA, a partir do litoral de Aracati, porém, aprofundando-se como longa faixa até à altura de Icó (10 postos); 4) CARIRI (13 postos)

; 5) Região do SERTÃO CENTRAL

+

INHAMUNS, a

Entre os programas computacionais desenvolvidos, há aquele destinado à representação da componente meridional da "pseudotensão" do vento sobre a bacia do Atlântico intertropical, em cada mês, permitindo que não apenas reproduz os dados dessa componente nos pontos de grade, como ainda determina a posição média da linha de convergência dos ventos de superfície dos Hemisférios Norte e Sul, que normalmente sopram de nordeste e de sudeste, respectivamente, linha esta que corresponde à localização aproximada da ZCIT.

Nesse contexto, torna-se obrigatório utilizar os valores mensais da componente meridional e não suas anomalias, conforme Xavier & Xavier (1998d).

Note-se que, a rigor, determina-se somente uma posição média mensal, pois, no decurso dos dias de cada mês, podem ocorrer flutuações importantes da ZCIT quanto à sua posição latitudinal, em cada faixa de longitude. O mesmo programa permite, ainda, obter séries numéricas mensais para as posições médias latitudinais desta linha de convergência.

De acordo com Servain, Picaut et al. (1985) e Servain (1985), a ZCIT pode ser materializada pelo mínimo da componente meridional do vento, correspondendo exatamente aos pontos em que essa componente muda de sinal ao longo de uma larga faixa equatorial.

(4)

30

A zona de convergência intertropical - ZCIT e suas relações com a chuva no Ceará (1964-98)

2.4 Metodologia para a Análise das Relações entre a Chuva e a ZCIT

t e x t o e a s c o n c l u s õ e s a s e r e m a p r e s e n t a d a s . C o n t u d o , s ã o s e m p r e m o s t r a d o s o s níveis d e * s i g n i f i c â n c i a p a r a a s a n á l i s e s e f e t u a d a s , e m termos das probabilidades (p) d e erro, bem como serão apresentados gráficos para "intervalos de confiança" d a s médias, c o m respeito às cinco classes referidas e , ainda, tabelas para análises d e variâncias, c o e f i c i e n t e s d e c o r r e l a ç ã o o u , ainda, para testes d e comparações d e médias.

A relação entre a chuva numa dada região e a posição latitudinal d a ZCIT, relativamente à linha do Equador, empreende-se mediante análises de variância para as variáveis 237-01 a 237-06, definidas, respectivamente, como as posições da ZCIT no meridiano 37O W, d e janeiro (01) a junho (06), com respeito às "classes" : - 2 = MS, -1 = S , O = N, 1 = C e 2 = MC para a c h u v a n a r e g i ã o d u r a n t e a " q u a d r a c h u v o s a " F M A M . Previamente, t

chuva em cad:

secção 2.2, a p considera-se a

e 237-08, correspondentes as posiçoes medias da Z C I T nos meses d e julho ( 0 7 ) e agosto (08), quando estas já se situam bem mais ao norte da linha equatorial.

Apesar d e a Análise d~ V a r i â n c i a C 1 6 9 c i c a

s e r u m t e s t e c o n s i d e r a d

precauções são tomadas, ta_- _ -...-. ,-,

---__--,--

d e testes para v e r i f i c a r a h o m o g e n e i d a d e d a variância no contexto d e cada análise (testes dc Cochran e d e Bartlett); (ii) realização d e uma Análise d e Va

Kruskal-Walli

dirimir dúvidas. r a r a maiores detalhes acerca de tais procedimentos, pode-se consultar: S a c h s (1 978)

Deve-se lembrar q u e , por meio d e uma a n á l i s e d e

informação

médias com respeito as varias classes. Assim, quando da rejeição da "hipótese nula", apenas se sabe que os grupos não podem ser considerados como provenientes d e uma mesma "população", porém, não é adiantado qualquer informe sobre a localização das diferenças detectadas. Para esse fim, devem ser empregados testes suplementares d e comparações múltiplas (como aquele mais simples, baseado no desvio mínimo ou LSD =

"least standard deviation", ou ainda, o de Tuckey, o d e S c h e f f é , e t c . ) ; c o n s u l t a r a i n d a : S a c h s (1978).

No contexto deste trabalho, todas as precauções acima mencionadas foram levadas em conta. Porém, a maioria dos resultados de tais testes serão omitidos, para não sobrecarregar o

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5 realizada tal classificação para a 3.1 Papel da Componente Meridic

i região, conforme mencionado na PTSV artir d e 1964. Complementarmente,

inda o caso das variáveis 237-07 A "pseudotensão superficial do vc

. . * . * rnto" ou

Y ' l ' S V revelou-se ser fator importante no contexto

d o s m p r e v i s ã o ,

confor L al. (19971

1998) 1 outro lado,

v e r i f i c a - C P n i i e n PnTraniiprirnpnTn nq componente do Nordeste - - - - A ,--- -- -- - - --r te na subárea A l , mostradas na FIG. 1) associa-se d e maneira n í t i d a à m i g r a ç ã o p a r a o s u l d a ZCIT, c u j o significado no que concerne a o desencadeamento de chuvas regulares sobre a área é reconhecido, e m especial a o longo d a faixa setentrional dessa região.

No presente artigo, são apresentadas as F I G U R A S 3 e 4 , c o m a s c a r t a s c o n t e n d o os valores da componente meridional d a PTSV na área entre 14ON e 10° S , e 55O W e 6" E, no Atlântico intertropical ( a á r e a para os dados disponíveis é, portanto, mais ampla), bem comm a representação da posição média da ZCIT, para o mês d e abril d e 1974 e d e 1993. Note-se que, d e um lado e outro d a linha d e convergência, os valores d a c o m p o n e n t e e s c a l a r meridional d a PTSV possuem sinais contrários: a) negativos, 4

quando ao norte dessa linha (indicando que a componente aponta d o norte para o sul), b) e positivos, a o sul da mesma linha (indicando que, 4

ali, a componente aponta e m sentido contrário, i s t o é, d o s u l p a r a o n o r t e ) . Nos a n o s muito chuvosos, a ZCIT move-se bastante ao sul da linha d o Equador, especialmente e n t r e os meses d e março a maio, quando então costuma denotar-se nítido enfraquecimento da componente meridional do vento próximo à costa do Nordeste brasileiro.

i o d e l o s d e e x p l i c a ç ã o e / o u me os trabalhos d e Xavier e1 e Xavier & Xavier (1998a). Por

" . t

- . - - - - - - A

- -

A

- --

1"-

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1---""-"" -..

lo r o b u s t o , a l g u m a s meridional da PTSV junto à costa i

i s como: (i) r e a l i x a c ã n h r a s i l e i r n ( n a á r e a A e e w e c i a l m e n i

riância não paramétrica (teste de s) quando isso f o r indicado para

-

- - -

v a r i â n c i a , s e o b t é m u n i c a m e n t e sobre o comportamento global das

- ' I

.

, . 1 A '

(5)

Teresinha de M. B. S. Xavier, Airton F. S. Xavier, Pedro L. S. Dias e Maria Assunção F. S. Dias

... I 1-18-22-27-33-35-36-36-38-39-38-38-44-50-56-57-52-44CCCCCCCCCCCCCCCCCCI 1-18-22-27-33-35-36-36-38-39-38-38-44-50-56-57-52-44CCCCCCCCCCCCCCCCCCI 1-24-31-39-44-45-41-40-41-42-41-39-40-43-46-43-36-26-14CCCCCCCCCCCCCCCI 1-24-31-39-44-45-41-40-41-42-41-39-40-43-46-43-36-26-14CCCCCCCCCCCCCCCI 1-33-40-49-53-51-45-43-43-44-44-40-37-36-33-29-21-13 - 7 -4CCCCCCCCCCCCI

1 - 3 3 - 4 0 - 4 9 - 5 3 - 5 1 - 4 5 - 4 3 - 4 3 - 4 4 - 4 4 - 4 0 - 3 7 - 3 6 - 3 3 - 2 9 - 2 1 - 1 3 - 7 -4CCCCCCCCCCCCI 1 - 4 1 - 4 7 - 5 3 - 5 7 - 5 5 - 4 9 - 4 5 - 4 5 - 4 8 - 4 8 - 4 2 - 3 5 - 3 0 - 2 5 - 1 9 - 1 2 - 6 - 4 - 3 -4CCCCCCCCCI 1-41-47-53-57-55-49-45-45-48-48-48-42-35-30-25-1912 - 6 - 4 - 3 -4CC

1-44-47-52-56-55-50-47-49-52-50-44-34-27-20-14 - 8 - 5 -

1-44-47-52-56-55-50-47-49-52-50-44-34-27-20-4 - 8 - 5 - 1-43-43-47-51-51-47-47-50-51-48-41-32-22-16-11 - 7 - 4 1-43-43-47-51-51-47-47-50-51-48-41-32-22-16-11 - 7 - 4 1-38-39-41-43-43-41-42-44-44-41-35-26-17-10 1-38-39-41-43-43-41-42-44-44-41-35-26-17-10 ...

ICCC-35-37-36-35-32-32-32-31-29-23-16 ICCC-35-37-36-35-32-32-32-31-29-23-16 XCCCCCCCCC-30-28-23-19-17-16-13

ICCCCCCCCC-30-28-23-19-17-16-13 14 20 19 14 ICCCCCCCCCCCCCCCCCC - 26 34 31 23

ICCCCCCCCCCCCCCCCCC - 15 26 34 31 23 15 12 15 20 231 ICCCCCCCCCCCCCCCCCCCC 9 32 41 38 29 20 15 19 24 261 ICCCCCCCCCCCCCCCCCCCCC 9 32 41 38 29 20 15 19 24 261 ICCCCCCCCCCCCCCCCCCCCC 6 29 38 36 29 21 19 25 30 311 ICCCCCCCCCCCCCCCCCCCCC I6 29 38 36 29 21 19 25 30 311 I===--- ---

55OW 6OE

)pica1

...

1-13-19-22-25-28-30-31-36-40-42-44-51-55-56-54-49-40CCCCCCCCCCCCCCCCCC11 1-13-19-22-25-28-30-31-36-40-42-44-51-55-56-54-49-0 CCCCCCCCCCCCCCCCCCIN 1-21-29-32-36-38-39-39-42-46-47-47-49-50-49-45-38-26-17CCCCCCCCCCCCCCCI 1-21-29-32-36-38-39-39-42-46-47-47-49-50-49-45-3826-17CCCCCCCCC~CCCCCI 1 - 2 9 - 3 6 - 3 9 - 4 2 - 4 3 - 4 4 - 4 4 - 4 5 - 4 7 - 4 6 - 4 5 - 4 3 - 4 2 - 4 0 - 3 4 2 7 8 - 1 2 -6CCCCCCCCCCCCIl

1-42-34-29-20-1 1-42-34-29-20-3

T=====================================================================I 21 23 23 25 27 31 32 28 28 28 27 271 21 23 23 25 27 31 32 28 28 28 27 271 30 32 34 35 37 37 37 36 36 37 37 371 ICCCCCCCCC 4 7 12 17 19 20 21 24 30 32 34 35 37 37 37 36 36 37 37 371 ICCCCCCCCCCCCCCCCCC 24 24 24 25 28 34 36 37 40 42 42 42 39 40 41 44 441 ICCCCCCCCCCCCCCCCCC 24 24 24 25 28 34 36 37 40 42 42 42 39 40 41 44 441 ICCCCCCCCCCCCCCCCCCCCC 22 21 23 26 32 3 5 38 40 43 44 44 39 40 41 45 461 ICCCCCCCCCCCCCCCCCCCCC 22 21 23 26 32 35 38 40 43 44 44 39 40 41 45 461 ICCCCCCCCCCCCCCCCCCCCC 13 17 18 21 30 33 36 38 41 41 42 39 40 42 49 511 ICCCCCCCCCCCCCCCCCCCCC 13 17 18 21 30 33 36 38 41 41 42 39 40 42 49 5111 . . . 55OW

Figura 4 - ZCIT e componente meridional da PTSV no Atlântico Intertropical Abril de 1993 (ano excepcionalmente chuvoso)

CCCCC - Área continental

@ @ - ZCIT

- Componente enfraquecida

(6)

3 2

A zona de convergência intertropical - ZCIT e suas relações com a chuva no Ceará (1964-98)

Assim, na FIGURA 3, referente a abril de 1974, que foi um ano excessivamcntc chuvoso no Estado do Ceará, pode-se perceber tal enfraquecimento da componente meridional da PTSV junto à costa do Nordeste, enquanto a posição média da zona de convergência dos ventos alíseos de superfície passa a localizar-se, nessas longitudes, muito ao sul da linha do Equador, alcançando um ponto sobre a linha litorânea leste do Rio Grande d o Norte. Ademais, geometricamente, a ZCIT sobre o Atlântico em abri1174 desenvolve-se como uma linha em diagonal que se inclina desde um ponto na costa da África entre aproximadamente 3" N e 4 N e, após cruzar a linha do equador, desloca-se para o sul até à altura da costa do Rio Grande do Norte em torno de cerca de 6 S e 7" S. Os valores acima mencionados para as latitudes são grosseiros, pois, na carta, os dados numéricos foram representados com a resoluçãq de dois graus, sem o emprego de interpolações. Note-se, que neste caso, o enfraquecimento dos ventos na costa do Nordeste parece representar o prolongamento do mesmo fenômeno que, de usual, observa-se junto à costa da África, à altura do Golfo da Guiné (área G, conforme a FIG. I), na mesma época. Sobre tal inclinação em diagonal da linha da ZCIT, deve-se mencionar que, em geral, isto ocorre dentro do primeiro semestre do ano, enquanto nos meses em que ela costuma estacionar em latitudes mais ao norte, tende a se desenvolver quase em paralelo à linha do Equador.

A FIGURA 4 da PTSV e a posição ano de seca na região da zona de convergên

localizar-se mais ao nullt: uu cquauui, G I I L I G u IY G O IY , enquanto em longitudes correspondentes à região Nordeste e sobre o oceano Atlân

mantém-se em tomo da mais forte a componenl costas nortelleste da ref 3.2 Evolução da Posiç

apresentada).

E mais fácil acompanhar a variabilidade da e posição ~ ~ ' Z C I T a partir de séries temporais de sua distância ao norte ou ao sul da linha equatorial, com respeito a várias latitudes. Para este trabalho, foram obtidas séries correspondentes às longitudes: 39O W (passando pouco a leste.do meridiano da cidade de Acaraú-CE), 37" W, 35O W (quase sobre o meridiano que tangencia a costa leste do Nordeste, em Cabo Branco-PB) e, ainda, 29" W, 23"

W e 17" W (nas proximidades da costa da África).

A FIGURA 6 mostra a evolução da altura da ZCIT sobre o meridiano de 37O W , revelando que, em média, ficou próxima à latitude 12O N na sua posição latitudinal extrema ao norte da linha do Equador, bem como próxima a 6" S, na sua posição latitudinal extrema ao sul, no período de janeiro de 1964 a janeiro de 1999.

Na FIGURA 7, o mesmo gráfico foi recortado para o período de janeiro de 1974 a janeiro de 1984, quando se denota que no subperíodo 1978- 1983, a ZCIT, em termos da sua posição latitudinal mais extrema, para o sul, se deslocou muito pouco ao sul da linha equatorial (subperíodo este que inclui os cinco anos de 1979-1983, de seca no Ceará e Noideste setentrional!).

Cabe mencionar que, para o meridiano de 39"W passando próximo de Acaraú-Ceará, o comportamento da curva (figura não apresentada) é mais irregular, em alguns anos ocorrendo uma oscilação intrasazonal com tudo, é preciso lembrar

L ZCIT ao nível desse situar-se sobre a área licar o comportamento mos de um "artefato",

YUL u C ; l l v a ~ ~ u ua LiiLuiisLaiiLia ~e que-O método aqui empregado não permite localizar a ZCIT sobre o

A flutuação da posição da ZCIT entre janeiro e junho é variável, conforme o ano. Um caso típico de ano muito chuvoso no Ceará, que foi 1974, é apresentado na FIGURA 5 , agora para os meses de janeiro a junho. Em junho, a ZCIT já havia se retraído para uma posição ao norte da linha do Equador. A'partir de julho, essa progressão para o norte continua e, de setembro a novembro, já vai encontrar-se numa posição bem mais ao norte, em alguns anos podendo alcançar até cerca de 14O N (figura não

Região do "Litoral 3"

para a Chuva na Região )eribe, no período de 1964-

I Y Y ~ , uurante a quaura criuvusa", são apresentados nas HGURAS 8 (abcd) e 8 (efg), levando em conta a posição média da ZCIT ao longo do meridiano de 37" W, nos a meses de janeiro a julho do referido período. Em cada um dos sete gráficos mensais, são apresentados os cinco intervalos de confiança para a posição da ZCIT no mês, relativamente a cada uma das classes de anos: -2 = MS, -1 = S, O = N, 1 = C e 2 = MC, para a chuva acumulada na região durante o quadrimestre FMAM.

(7)

3 3 Teresinha de M. B. S. Xavier, Airton F. S. Xavier, Pedro L. S. Dias e Maria Assunção F. S. Dias

Figura 5 - ZCIT, 1974 (Janeiro a Junho)

9

(8)

34

A zona de convergência intertropical - ZCIT e suas relações com a chuva no Ceará (1964-98)

Figura grau,

mêsames,ae u l ~ ~ r o q a U ~ I I Y Y Y , som-eo~reridiano de 37OW

v V . ' ' ' 1 lu-

Figura 7 - Posição média da ZCIT, dada em grau, mês a mês, de O111974 a 0111986, sobre o Meridiano de 37 "1

Cb)

(d)

Figura 8 (a, b, c, d) - Intervalos de confiança de 95%

para latitudes médias da posição da ZCIT no meridiano de 37"W, na quadra chuvosa (FMAM) da região LITORAL 3, de janeiro a abril de 1964-1998, para as classes : -2 = MS, -1 = S, O = N, 1 = C e 2 = MC (*)

mfiança de 95%

. - . . -. . . - . . - - - . . - - - -. . - - -. X I T no meridano de 37"W, na quadra chuvosa (FMAM) da região LITORAL 3, de maio a julho de 1964-1998, para as classes : -2 = MS, -1 = S, O = N, 1 = C e 2 = MC (*) (*) Os símbolos -l=MS, -2=S, O=N, l=C e 2=MC, no eixo horizontal, significam muito seco, seco, normal, chuvoso e muito chuvoso, conforme está definido no texto.

Uma primeira inspeção nas figuras mostra claramente as posições médias da ZCIT sobre o meridiano de 37O W, ao norte ou ao sul da linha do Equador, entre janeiro e julho. As distâncias para o Equador são ainda convencionadas como positivas (negativas) quando a ZCIT se localiza ao norte (ao sul), com respeito a suas posições latitudinais ao longo desse mesmo meridiano.

1) Note-se que, em JANEIRO (Fig. 8a), a posição média (ou ponto médio do segmento representando o

intervalo de confiança a 95%) situa-se ao norte da linha U, equatorial, para as classes -2 = MS e -1 = S; está muito

próxima dessa linha para a classe O = N; e ao sul da

mesma linha, para as classes 1 = C e 2 = MC. a Numericamente, as posições médias com respeito à linha

do Equador e sobre o meridiano de 37" W, calculadas para as cinco classes, correspondem às latitudes 0,65'N, 0,74" N, 0,07' S (aproximadamente sobre o Equador), 0,57O S e 1,57" S, respectivamente. De fato, para este mês de janeiro, o nível de significância é p = 0.09; logo,

(9)

3 5 Teresinha de M. B. S. Xavier, Airton F. S. Xavier, Pedro L. S. Dias e Maria Assunção F. S. Dias

havendo em termos da Análise de Variância clássica, uma probabilidade da ordem de 10% para que este

a

resultado possa dever-se ao puro azar. Não obstante, diante da circunstância de que as médias decrescem progressivamente desde a classe -1 = S até à classe 2

= MC, trata-se de uma indicação de que tais resultados são decerto legítimos, isto é, que a partir dos anos muito secos até os muito chuvosos, em termos médios, a ZCIT situa-se em latitudes cada vez mais próximas do Estado do Ceará, no mês de janeiro.

O resultado da Análise de Variância para a posição da ZCIT, no mês de janeiro (237-Ol), relativamente às

cinco classes da chuva no Quadrimestre FMAM sobre a Região "Litoral 3", está apresentado na TABELA 1.

Os resultados para um teste de comparações múltiplas, através do método baseado no LSD, são apresentados na TABELA 2. Note-se que há dois grupos, {-2,-1,0,1) (muito seco a chuvoso) e {0,1,2) (normal a muito chuvoso), que se interpenetram. De fato, existe um subgrupo homogêneo {-2,-1) (muito seco ou seco), que difere significativamente do "subgrupo" unitário ou classe ( 2 ) (muito chuvoso), separando-se completamente entre si.

Tabela 1 - Análise de Variância para 237-01 (Posição da ZCIT em janeiro ao longo do meridiano de 37"W) com respeito às 5 Classes da Chuva em FMAM (') na Região "' ""

Dados: 237 0 1 ( 2 ) ; 5 Classes: -2, - 1 , 0 , 1 , 2

Origem d a Soma d e g.d.1. - - - -- - - - - - . -

3 p (4)

variação Ouadrados S o m a

EI 0.09

In

( 2 1

( ) I (um) valor "ausente", para 1999 (-') g.d.1. = graus de liberdade

( 4 ) nível de significância ou probabilidade de erro

Tabela 2 - Teste de Comparações Mútiplas para 237-01 (Posição da ZCIT em janeiro ao longo do meridiano de 37"

W), com respeito às 5 Classes da Chuva em FMAM , na P ~ m i G n ''1 i f n r o l 2"

-

Classe - G r u ~ o s Homogêneos (**)

2 X

1 7 X X

' O 9 -0.078 X X

-2 6 0.650 X

0.738 X

(*) Núm

(**) Neste caso, dois grupos, correspondentes as duas colunas nas quais se distribuem os "X". Note-se que os dois grupos se interpenetram, pois as "classes O e 1" pertencem, simultaneamente, a ambos os grupos.

2) Já em FEVEREIRO (Fig. 8b), a posição média da ZCIT sobre o meridiano de 37' W mantém-se próxima

IP à linha do Equador, para as classe -2 = MS e -1 = S;

porém, para todas as demais classes, desde 0 = N até 2 = MC, a ZCIT sobre o meridiano de 37'W posiciona- se e m média ao sul do Equador, a latitudes progressivamente cada vez mais próximas do Ceará.

Assim, para -2 = MS e -1 = S, a posição é dada pelos valores 0,13(' S e 0,03' N ; enquanto desde O = N até 2 =

MC, pelos valores 2,10° S, 2,30° S e 3,36" S. Por outro lado, o resultado da Análise de Variância é altamente significativo, com p = 0,003 < 511.000. A Tabela correspondente, para a análise de variância, não é apresentada. A partir de um teste de comparações múltiplas, baseado no método do LSD, como mostra a TABELA 3, os grupos {-1,-2) (muito seco ou seco) e {O, 1 , 2 } (normal a muito chuvoso) separam-se completamente.

(10)

3 6

A zona de convergência intertropical- ZCIT e suas relações com a chuva no Ceará (1 964-98)

O

Tabela 3 - Teste de Comparações Mútiplas para 237-02 (Posição da ZCIT em fevereiro ao longo do meridiano de 37" W), com respeito às 5 Classes da Chuva em FMAM, na Região "Litoral 3"

Dados: 237-02; Classes: -2,-1,0,1,2; Método: 95 % LSD

Classe # (*) Média Grupos Homogêneos (**)

2 5 -3.360 X

1 7 -2.300 X

O 9 -3.100 X

-2 6 -0.133 X

-1 8 0.025 X

(*) Número de observações em cada classe

(**) Neste caso, há dois grupos, correspondentes às duas colunas nas quais se distribuem os "X". Note-se que os dois grupos se separam, completamente.

- -

:s permitindo separar claramente posições latitudinais média!

is grupos distintos, {-2,-1) (muito desde os anos na classe -;

1 (*,.-,,I n A O ..nl,..-a~ < <?O NT < 1 9 0 N T ,

3) Em MARÇO (Fig. 8c), apenas para a classe 2 = MS a posição média da ZCIT sobre o meridiano 37O W fica próxima ao Equador (0,13O S). Para as demais classes, desde 1 :

da ZCIT sobre o rc progressivamente para c

1,09° S, 3,08O S, 3,20° S e 4,uw 3, respectivamente. r o r outro lado, a Análise de Variância é altamente significativa, com p = 0,0001 = 1110.000. Neste mês, no contexto de um teste de comparações mútiplas de médias, obtiveram-se contrastt

as várias classes em do

seco OU seco) e {O,l,LJ (iiuiiiiai a I I N ~ L U U I U V U W , .

Tabelas respectivas não são apresentadas.

- 4) Em ABRIL (Fig. 8d), a posição média da ZCIT sobre o meridiano d e 37" W permanece discretamente ao norte da linha do Equador, para os anos de classes -2 = MS e -1 = S, na Região LITORAL 3, com os valores 0,50° N e 0,64" N de latitude. Já para as classes desde O = N até 2 = MC, situa-se ao sul do Equador, com os valores 2,30° S, 2,11°S e 3,44'S. A Análise de Variância ainda se mantém altamente significativa, com p = 0,0000 < < 1110.000. No referido mês, no contexto de um teste de comparações mútiplas de médias com base no método do LSD, obtiveram-se contrastes, permitindo ainda separar as várias classes em dois "grupos" distintos, {-2,-1) e {0,1,2). Através de um teste mais exigente, como o de Scheffé, esses dois grupos ainda ficam separados. As Tabelas respectivas não são apresentadas.

5) Em MAIO (Fig. 8e), com respeito às classes -2 = MS e -1 = S, a ZCIT sobre o meridiano de 37'W, já migrou para uma posição média entre 2" N e 3ON ; mais exatamente, na latitude em tomo de 2,48" N.

Para as classes de anos O = N e 1 = C, a posição latitudinal média da ZCIT fica praticamente sobre o Equador ou

um pouco ao norte desta linha, a saber, 0,02O N e 0,61°N, respectivamente. Contudo, para os anos na classe 2 = MC (muito chuvoso), ainda se mantém discretamente orial, à latitude 0,56O S. No caso, as ts através da Análise da Variância nente significativas, comp = 0,0006

< 11 I .uuu. AS laoelas respectivas não são apresentadas.

6) Em JUNHO (Fig. 80, quando a quadra chuvosa costuma já estar encerrada, note-se que a ZCIT i á migrou inteiramente para o Hemisfério Norte, com s entre 4ON e 5,YN ; a saber,

! = M S a 2 = M C , comos

v a i u i G a J , J J 11, J , 1 0 11, 3,97O N, 4,20° N e 4,16" N, respectivamente. Porém, a Análise de Variância não mais revela diferenças estatisticamente significativas, pois p = O,11 > 10%. Embora, do ponto de vista de um teste de comparações múltiplas entre as classes, o grupo {-2,

1 ) (muito seco ou seco) seja separado do grupo ( 2 ) (muito chuvoso). Não obstante, o gráfico bem como os valores numéricos para as posições latitudinais médias da ZCIT, sugerem que a migração para o norte da linha do Equador é mais rápida nos anos secos; e menos rápida nos anos chuvosos. Para isso, bastando mais uma vez inspecionar a figura acima mencionada. As Tabelas respectivas não são apresentadas.

7) Finalmente, em JULHO (Fig. 8g), todas as posições

latitudinais médias para a ZCIT se encontram bem ao Q norte da linha do Equador, entre 6,8O N e 8,6O N. Porém,

conforme revela o resultado da Análise de Variância (a Tabela correspondente não é exibida), denota-se existir

C

diferença estatisticamente significativa, comp = 0,0088

< 1%. Por outro lado, na TABELA 4, tem-se os resultados para um teste de comparações múltiplas, permitindo a separação dos grupos {-2,-1) e {0,1,2).

Porém, pelo método de Scheffé, separam-se apenas as classes (-1 ) e {2).

(11)

Teresinha de M. B. S. Xavier, Airton F. S. Xavier, Pedro L. S. Dias e Maria Assunção F. S. Dias 37

Tabela 4 - Teste de Comparações Mütiplas para 237-07 (Posição da ZCIT em julho ao longo do meridiano de 37"W),

c com respeito às 5 Classes da Chuva em FMAM, na Região "Litoral 3"

Dados: 237-07; Classes: -2,-1 ,O, 1,2; Método: 95 % LSD

Classe #

(*I

Média Grupos Homogêneos (**)

2 5 6.880 X

- 1 8 8.600 X

(*) Número de observações em cada classe

(**) Neste caso, há três grupos, correspondentes às três colunas nas quais se distribuem os "X".

Note-se que os grupos se interpenetram.

mjulho, comp = 0,0167 (=I 2%). Finalmente, este deixa nitidamente de ser significativo, 59 (F 66%), resultados iá/efiontrados

-...,..-..,.,...,:

através da análise dè v a r i â n c i 6 6 s i c a . 3.4 A Z C I T e a Chuva nas demais Regiões litorâneas (Litorais 1 e 2, e Maciço de Baturité) to: (i) aos anos nas categorias "seco"

: (ii) àqueles nas categorias de "normal" Para as de . .

P,, ,C,:e, ,, --.-- T :e,,,l?\ C,, ,,,

ainda, o exame da TABELA 4.

Por fim, em AGOSTO, praticamentc , . , ., - . .

Pel:

de encontri setentrional

ainda guardar memória das situações vigentes nos meses anteriores, de sorte que a retração da ZCIT para latitudes bem mais ao norte da linha equatorial mostra-se diferenciada quar

ou "muito seco", E

a "muito chuvoso . L U L I I GIGILU, I I U ~ I I I I I G I I U ~ I U ~ U , d

posição média da ZCIT situa-se mais ao norte da latitude 8' N, enquanto o segundo grupo um pouco mais ao sul deste paralelo. Essa circunstância também está nítida mediante,

8) :já

não se denota memoria aa situaçao vigente na quadra chuvosa" anterior, de sorte que as posições da ZCIT ao norte do Equador não mais diferem estatisticamente, através da Análise de Variância. Assim, com respeito à variável 237-08, tem-se p = 0,66 para o nível de significância. Assim, caso se quisesse apostar na existência de uma diferença significativa, ter-se-ia que aceitar uma probabilidade de erro da ordem de 65%, absolutamente não razoável !

Tendo em vista não haver sempre ficado garantida a "homocedasticidade", isto é, a condição de homogeneidade das variâncias com respeito às várias

"classes", nos meses consecutivos de janeiro a julho, decidiu-se também efetuar em cada caso um teste não paramétrico de variância (teste de Kruskal-Wallis).

Assim, para o mês de janeiro, a diferença obtida foi estatisicarnente "quase-significativa", comp = 0,0596 (=

6%). Enquanto, nos meses de favereiro a maio, as diferenças tornam-se altamente significativas, com p 3 0,005; p 3 0,0009; p z 0,0002; e p E 0,003. Em junho, o teste deixa de ser significativo ao nível de probabilidade de 5 % , pois p 3 0,lO. Mas se torna novamente

mais regiões litorâneas (Litoral 1 e

L I L U I ~ I L.,, UGIII LUIIIO para o Maciço de Baturité, obtêm- se resultados análogos àqueles encontrados para o Litoral 3, os quais não são aqui apresentados, nos seus detalhes.

Assim, na TABELA 5, dispõe-se apenas de um resumo, em termos dos coeficientes de correlação R entre a posição da ZCIT e a precipitação acumulada no quadrimestre FMAM, bem como das respectivas probabilidades de erro p .

Note-se que as maiores correlações ocorrem para os meses de março, abril e maio, quando a ZCIT costuma alcançar posições médias mais extremas ao sul da linha do Equador. Em junho, quando a ZCIT começa a situar-se ao norte do Equador, os coeficientes de correlação são menores. Não obstante, em julho, crescem os coeficientes de correlação (entre -W37-07 e a chuva) no sentido de que uma migração mais rápida para o norte dá-se usualmente nos anos em que as chuvas foram escassas (de seco a muito seco) no Nordeste setentrional e no Ceará, durante a quadra chuvosa imediatamente anterior (FMAM). Ou seja, conforme já comentado, os sistemas influenciando na migração da ZCIT para posições extremas ao norte do Equador guardam certa memória dos meses precedentes. Já em agosto, as correlações deixam de ser significativas, que, neste caso se interpreta em termos da perda dessa memória.

Ademais, deve ser salientado que, em março e abril, as maiores correlações dão-se com respeito às

(12)

3 8

A zona de convergência intertropical - ZCIT e suas relações com a chuva no Ceará (1964-98)

Tabela 5 - Correlações das Posições da ZCIT de janeiro a agosto, com a Chuva no quadrimestre fevereiro-maio (FMAM), para as várias Regiões do Litoral cearense

Litoral 1 Litoral 2 Litoral 3 M. BATURITÉ

R P R P R P R p (2)

Posição da ZCIT nos

meses

JAN FAV MAR

ABR MA1 JUN JUL AGO

CHUVA ACUMULADA EM FMAM

- , V

:s da ZCIT ao sul dessa

-

* ,

(1)-W37-01, -W37-02,... -W37 OS. isto é. são a r u ~ d ~uiisiut;iduds pusiuvaò as UibLaIluas à linha equatorial para as posiçõt linha, ao longo do meridiano de 37" W , no contexto desta tabela

(2)

R

= coef. de correlaçao com a cnuva acumuiaaa de fevereiro a maio (FMAM) ;

p

= probabilidade d e erro (ou nível d e significância)

regiões do Litoral I e 2, situadas mais ao norte do hstado do Ceará, por onde costumam ali penetrar os sistemas de chuva relacionados com a migração da ZCIT para o sul da linha do Equador. Passa-se, em seguida, à análise das relações da ZCIT com a chuva nas demais regiões.

3.4 A ZCIT E L

Ceará, mais exatamente, localizado no seu ângulo sudoeste e, portanto, menos exposto diretamente à influência oceânica. Contudo, como se vai verificar, a descida da ZCIT ao sul da linha do Equador ainda guarda uma relação nítida com as chuvas na referida Região, no primeiro semestre do ano.

Os resultados para esta região são resumidos nas FIGURAS 9 (abcd) e 9 (ef), com os intervalos de confiança de 95% para as latitudes médias da posição da ZCIT sobre o meridiano de 37" W , para os meses de janeiro a maio, e ainda, em julho, considerando as classes:

-2 = MS, -1 = S, O = N, 1 = C e 2 = MC, definidas para a referida Região, no quadrimestre FMAM, de 1964 a

1998.

Aqui, para fins de comparabilidade com as demais regiões, continuou-se a considerar a chuva em FMAM e não na "quadra chuvosa" para o Cariri que, usualmente,

vai ae janeiro a aDri1. Alem aisso, o início precoce das chuvas nessa Região, em janeiro, conjeckura-se dever- se principalmente à influência de frentes frias provenientes do sul e não à ação da incursão da ZCIT ao sul da linha equatorial, na grande maioria dos anos.

Diferenças estatisticamente significativas através da Análise de Variância foram encontradas para o conjunto das cinco classes {-2,-1, 0, 1, 2 ) , com respeito aos meses de março (p = 0,01), abril (p = 0,004) e maio (p = 0,005) (Fig.9c, Fig.9d e Fig.9e). Para os dois primeiros meses do ano, as diferenças não são estatisticamente significativas, pois os níveis de significância ou probabilidades de erro de Tipo 1 ultrapassam o nível de 5%; a saber, em janeiro (p = 0,16) e em fevreiro (p = 0,08) (Fig.9a e Fig.9b). De fato, através de um teste de comparação de médias pelo método do

LSD, os grupos {-2,-1) (muito seco ou seco) e ( 2 ) 1 (normal) são separados com respeito ao mês de fevereiro.

Isso corresponde à circunstância de que, nos anos secos

ou muito secos, no referido mês, a ZCIT permanece em - média apenas de 0,3"S a O,6 S abaixo da linha equatorial,

enquanto, nos anos muito chuvosos, desce em média a quase 3" S . Contudo, cabe mencionar que, através de um teste mais exigente, como o de Scheffé, as diferenças deixam de ser significativas.

(13)

Teresinha de M 39 B. S. Xavier, Airton F. S. Xavier, Pedro L. S. Dias e Maria Assunção F. S. Dias

Figura 9 (a, b, c, d) - Intervalos de confiança de 95%

para latitudes médias da posição da ZCIT no meridiano de 37"W, na quadra (FMAM) daregião do CARIRI, de janeiro a abril de 1964-1998, para as classes : -2 = MS, - 1 = , O = N , l = C

e 2 = MC *) (*) o s sín eixo horiz chuvoso e texto

Figura 9 (e, f) - Intervalos de confiança de 95% para latitudes médias da posição da ZCIT no meridiano de 37"W, na quadra (FMAM) da região do CARIRI, em maio e julho de 1964- 1998, para as classes: -2 = MS, -

1 = S , O = N , l = C e 2 = M C ( * )

classe - 1 1. fitraves a e um teste mais exigente, como o de Scheffé, diferem entre si {O, 2) e (-1); a tabela respectiva é, porém, omitida.

3.6 A ZCIT e a Chuva nas Restantes Regiões , Jaguaribana e Sertão Central

+

Em junho, não ocorre diferença significatica para as médias com respeito ao conjunto das cinco "classes", pela Análise de Variância; ademais, a probabilidade de erro é superior a 55% (p = O,%). Por esse motivo.

gráfico para os intervalos de confiança para as posiçe médias da ZCIT, no referido mês, está ausente na F i p 9. Em contrapartida, em julho (Fig.9f), a diferença toma- se estatisticamente significativa (p = 0,004 < 5 por mil), circunstância que já havia sido verificada para as regiões litorâneas. Assim, no referido mês, os estados da atmosfera e oceanos parecem ainda guardar uma

9 memória das situações vigentes nos meses anteriores, de sorte que a retração da Zona de Convergência para latitudes bem mais ao norte da linha do Equador mostra-

+ se ainda diferenciada quanto: (i) aos anos nas categorias

"seco" no Cariri, e (ii) aqueles nas categorias de "normal"

a "muito chuvoso", durante a "quadra chuvosa" FMAM.

Essa circunstância também é nítida mediante o exame da TABELA 6, para um teste de comparações múltiplas com o método do LSD. Note-se que se denota uma diferença significativa do grupo {O, 1,2} com respeito à

, V " L * . " X L L . -"L.

ies Jaguaribana e ira para a Região

. ,.

'.zn A " n * A o - ,

I as regiões da Ibiapaba, Jaguaribana e do -a1

+

Inhamuns, são encontrados resultados anaiogos aos anteriores, porém não são aqui mostrados nos seus detalhes. Limita-se, em seguida, a apresentar a TABELA 7, nos mesmos moldes da Tabela 5 anterior.

Note-se que, em geral, foram obtidos coeficientes de correlação um pouco menores que os encontrados para

n l i t n r n l r-rense, no caso do Cariri, da Região

do Sertão Central+Inhamuns. Contudo, da Ibiapaba, os coeficientes de correlação

ua vlublii de grandeza daqueles encontrados para as regiões litorâneas, devendo-se, porém, relembrar que Ibiapaba, na sua grande extensão, é geograficamente vizinho ao extremo norte cearense, conforme se pode consultar na FIGURA 2.

Tais resultados mostram que, mesmo para aquelas regiões mais interioranas do Estado do Ceará, a chuva no quadrimestre FMAM guarda uma relação evidente com o fenômeno de migração da ZCIT para latitudes ao sul da linha equatorial.

3.7 Reavaliação dos Resultados Precedentes Os resultados precedentes merecem ser reavaliados, em vista de que os efetivos das cinco classes

(14)

40

A zona de convergência intertropical - ZCIT e suas relações com a chuva no Ceará (1964-98)

Tabela 6 - Teste de Comparações Múltiplas para 237-07 (Posição da ZCIT em julho ao longo do meridiano de 37" W), com respeito às 5 Classes da Chuva em FMAM, na Região do "Cariri"

Dados: 237-07; Classes: -2,- 1 ,O, 1,2; Método: 95 % LSD

Classe #

("1

Média Grupos Homogêneos (**)

2 5 7.000 X

- 1 8 8.863 X

(*) Número de observações em cada classe

(**) Neste caso, há dois grupos, correspondentes às duas colunas nas quais se distribuem os "X". Note-se que os dois grupos se interpenetram pois a "classe -2" pertence, simultaneamente, a ambos os grupos.

Tabela 7 - Correlações da Pc para as Regiões : Cariri, Jag

adrimestre fevereiro-maio (FMAM),

Posição da ZCIT nos

meses

S. CENTRAL

+

JAGUARIBANA

INHAMUNS IBIAPABA

R r, R r, (2)

J A N 0,36 0,04 0,48 0,004 0,4 1 0,Ol 0,42 0,Ol

n nnl; n n n i 0,49 0,003 0,60 0,OO 1

0,62 0,000 1 0,69 0,0000 0,78 0,0000 0,66 0,0000

0,40 0,02

0,45 0,007

0.17 0.33

; distâncias à linha contexto desta tabela

( 2 ) R = coeficiente d e correlação com a chuva acumulada em Fev.-Mai.; e p = probabilidade d e erro (nível de significância)

Fig. 10 - Pontos o1

1 ... 1. . 1 --r-

CLASSES para a PRECIPITAÇÁO 2 , & ~

: -i 6

0

rp o ~servacionais para as posições .+

-x e O +

6 O

-

V iatituainais aa LLI 1' sobre o meridiano de 37" W, no

$ l,sOs - f v

O O mês de abril, para as classes -2, -1, 0, 1, 2 = MS, S,

k t 8 s O N, C, MC, da chuva observada no quadrimestre -

O hi O O

o FMAM, sobre a Região "Litoral 3"

5,6Os . 9

1 . 2 a m m m

(15)

4 1 Teresinha de M. B. S. Xavier, Airton F. S. Xavier, Pedro L. S. Dias e Maria Assunção F. S. Dias

são pequenos. Por exemplo, para o Litoral 3, seus efetivos são 5 , 7 , 9 , 8 e 6, respectivamente. Note-se não ocorrer uma simetria exata para os efetivos das classes, embora haja uma simetria quanto à escolha das "ordens quantílicas" que definem os extremos dos intervalos de classes. De fato, "a priori", não se poderia esperar ou prever uma simetria perfeita com relação ao comportamento dessas freqüências observadas.

Ademais, desde que os efetivos das classes são pequenos, seria ainda de esperar algum viés na determinação dos intervalos de confiança para os valores

médios da ZCIT 3

obstante, isso pc 3

d e gráficos I s

observacionais uab p u q u e s iauiuuinais ua LLI I para as várias classes, em vez dos respectivos intervalos de confiança estimados. Por exemplo, para os valores da ZCIT no mês de abril, referidos às cinco classes na Região do Litoral 3, é apresentada a FIGURA 10.

Ora, comparando este último gráfico (FIG.

10) com o gráfico correspondente para os intervalos de confiança das posições médias da ZCIT, também em abril (FIG. 8), chega-se à conclusão de que os dois gráficos são compatíveis entre si.

'

ao longo do meridiano de 37" W. Nãc 3de ser controlado mediante a inspeçãc rm q u e comparecem os valorei

2- - - - -: - z A - 1 A L:L.. 2 :.. -. - -1 - Ti.nT"-

Os resultados obtidos neste trabalho confirmam a importância da migração da ZCIT para latitudes ao sul da linha do Equador, ou seja, no Atlântico intertropical sul, no sentido de constituir um mecanismo atmosférico responsável pelo desencadeamento de chuvas regulares sobre o Estado do Ceará. De fato, constatou-se através da análise de variância que, nos anos chuvosos ou muito chuvosos no Estado do Ceará, durante a "quadra chuvosa" que usualmente se estende de fevereiro a maio (FMAM). aprofunda-se a descida da ZCIT para latitudes ao sul da linha equatorial, enquanto, nos anos secos ou muito secos, tal incursão ao sul é mais limitada. Por outro lado, finda a estação chuvosa, o retorno da ZCIT para latitudes ao norte faz-se mais lentamente nos anos Chuvosos e Muito Chuvosos, comparativamente ao que ocorre nos anos Secos ou Muito Secos. Estes resultados

9 referem-se às posições extremas alcançadas pela zona de convergência ao longo do meridiano de 37" W ; contudo, são também verificados (como não poderia deixar de ser) ao longo de outros meridianos, seja àqueles passando sobre a área continental da região Nordeste do Brasil. seja sobre o Atlântico próximo a sua costa leste. Ademais, análogos resultados foram obtidos com

respeito à chuva sobre as principais Bacias Hidrográficas do Estado do Ceará, conforme Xavier et al. (1999).

Uma constatação facilmente obtida a partir do exame das cartas para a posição da ZCIT, mês a mês, como na FIGURA 5 , refere-se à circunstância de que a migração da ZCIT do hemisfério norte para o hemisfério sul, durante o primeiro semestre de cada ano, possui maior amplitude próximo à altura da costa do Nordeste brasileiro, comparativamente ao que ocorre junto à costa da África. Com efeito, nesse período do ano, a ZCIT sobre o Atlântico move-se muito pouco dentro de uma área situada junto à costa africana, logo acima do Golfo da Guiné, como servindo de "charneira" (ou "dobradiça") para seu descenso para o sul, em diagonal, até atingir a costa leste do Nordeste brasileiro. De fato, a migração meridional da ZCIT está limitada, na África, devido ao efeito do deserto de Saara sobre o campo de variação da radiação planetária, conforme mencionam Srinivasan

9- C,:ei. /I nnc\

UL 3 1 1 1 1 L l l \ 177U).

Note-se que a desc liga a diversos fenômenos me

. . - . . L : - . . I - .. - c - ... - . z .

ida para o sul da ZCIT se teorológico-oceanográficos, erri parucuiar a iormaqav do "dipolo" da TSM no Atlântico intertropical, ver, por exemplo, em Xavier et al.

(1 998a); bem como, conforme se menciona neste artigo, também ao enfraquecimento da componente meridional do vento junto à costa do Nordeste brasileiro. Cabe mencionar que, a rigor, a formação da ZCIT se relaciona com a ocorrência de vários outros processos, além da confluência dos alíseos de sudeste (do Hemisfério Sul) e de nordeste (do Hemisfério Norte); assim, Machado (1995) menciona a faixa de máximos valores da TSM e a zona de máxima cobertura de nuvens convectivas.

Contudo, para a constituição da zona de convergência, é preciso ter em mente que mais do que um fator, a cobertura de nuvens convectivas é principalmente sua conseqüência e materialização. Por sua vez, Alapati &

Raman (1989) referem que, sobre os continentes, a ZCIT parece seguir a marcha sazonal do sol; enquanto, sobre os oceanos, ela ocorre sobre a faixa de maior TSM.

Uma questão particular diz respeito à

"duplicação" da ZCIT, que pode também ocorrer no Atlântico e não apenas sobre o Pacífico. Não obstante, tal fenômeno não é detectado nos mapas para as posições da ZCIT, de 1964 a 1998, obtidos no contexto descrito em nosso artigo, tais como nas Figura 3, 4 e 5, pois se referem a posições médias mensais e não diárias. A questão da "duplicação" da ZCIT já havia sido mencionada por Hubert et al. (1960), apud Gruber (197 1).

Note-se fazer parte da experiência dos autores o encontro de situações em que imagens de satélites suportavam

(16)

42

A zona de convergência intertropical - ZCIT e suas relações com a chuva no Ceará (1964-98)

sua ocorrência sobre o Atlântico; em particular, remete-se à imagem mostrada por Godard & Tabeaud (1998), fig. 4.8, pág. 74, porém não reproduzida no presente artigo.

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Jacques Servain, do IRD (ex-ORSTOM) - Centro da Bretanha - França, não só pela cessão dos dados da Pseudotensão Superficial do Vento no Atlântico, como também pelo encorajamento ao longo de tantos anos. Ao CNPq, pelo apoio através de bolsas de pesquisa e financiamento de diversos projetos, desde a década de 80, como também à FAPESP e à FUNCAP. A SUDI

que se encarregava de Dados Hidrometeorol Depto. Nacional de i facilidades de acesso qi de Dados Pluviométi

oportunidade para ressaltar o estimulo encontraao junto à FUNCEME, na pessoa do seu Presidente, Dr. Roberto Sérgio Farias de Souza, como o apoio da equipe técnica do Departamento de Meteorologia desse órgão, para o desenvolvimento deste e de outros trabalhos sobre Climatolc

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Referências

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