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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ESCOLA DE MÚSICA CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA LUCAS RAFAEL XAVIER MARTINS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ESCOLA DE MÚSICA

CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA

LUCAS RAFAEL XAVIER MARTINS

INICIAÇÃO MUSICAL ATRAVÉS DA CRIAÇÃO DE UMA CAMERATA DE VIOLÕES: um projeto experimentado na Escola Municipal José Inácio de Carvalho da

cidade de Antônio Martins/RN

NATAL/RN 2021

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LUCAS RAFAEL XAVIER MARTINS

INICIAÇÃO MUSICAL ATRAVÉS DA CRIAÇÃO DE UMA CAMERATA DE VIOLÕES: um projeto experimentado na Escola Municipal José Inácio de Carvalho da

cidade de Antônio Martins/RN

Monografia apresentada ao curso de licenciatura em música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial à obtenção do título de Professor de Música.

Área de Concentração: Educação Musical.

Orientador:

Professor Mestre Juliano Antônio Ferreira Xavier

Natal, RN 2021

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LUCAS RAFAEL XAVIER MARTINS

INICIAÇÃO MUSICAL ATRAVÉS DA CRIAÇÃO DE UMA CAMERATA DE VIOLÕES: um projeto experimentado na Escola Municipal José Inácio de Carvalho da

cidade de Antônio Martins/RN

Monografia apresentada ao curso de licenciatura em música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial à obtenção do título de Professor de Música.

Área de Concentração: Educação Musical.

Aprovada em 18 de agosto de 2021

BANCA EXAMINADORA

Professor Ms. Juliano Antônio Ferreira Xavier – UFRN. Orientador

Professor Dr. Tarcísio Gomes Filho - UFRN

Professor Ms. Edibergon Varela Bezerra – Prefeitura de Parnamirim/RN

Natal, RN 2021

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a força maior, Deus, por me dar saúde e disposição para fazer esse trabalho. Agradeço a minha família por ter me ajudado a chegar a esta ultima etapa da graduação, essa conquista só foi possível devido a presença de vocês em minha vida, obrigado meu pai Frankly Roberto e obrigado minha mãe Josicleide Miranda. Agradeço a pró-reitoria de assuntos estudantis (PROAE) por me ajudar com as bolsas de auxílio estudantil durante toda a minha trajetória de graduando, foram essas bolsas que deram para mim as condições materiais básicas para viver em Natal/RN. Uma dessas bolsas foi o auxílio alimentação e o auxílio residência, agradeço a todos os(as) funcionários(as) do restaurante universitário e da residência universitária.

Agradeço ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) por me dar a oportunidade de participar do programa, tenho boas memórias do programa. Agradeço aos professores Carlos Freitas e Edibergon Varela pela supervisão de estágio, obrigado por me ajudar a passar por essa etapa do curso. Agradeço ao professor Juliano Antônio por me ajudar a elaborar esta monografia. Agradeço ao ex-diretor Ivanaldo Monteiro e a ex-vice diretora Janine Maia por me receber tão bem na Escola Municipal José Inácio de Carvalho. Agradeço a diretora Wiliana Nadja e a vice diretora Suely Symara da Escola Municipal José Inácio de Carvalho, obrigado por terem me ajudado a desenvolver o projeto. Por fim agradeço a todos os alunos e a todas as alunas que fizeram parte desse projeto.

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RESUMO

Este trabalho é uma monografia de graduação, requisito parcial para a conclusão de curso. O objetivo do trabalho é possibilitar para os(as) alunos(as) vivências musicais que possibilitem a ampliação de seus conhecimentos e o desenvolvimento de potenciais artísticos de forma a também contribuir para a construção de uma sociedade melhor. O caminho metodológico usado para esse fim foi a proposta de fundar uma camerata de violões numa escola de educação básica. A pesquisa foi qualitativa e foi usado o relato de experiência como metodologia. O projeto foi criado na Escola Municipal José Inácio de Carvalho da cidade de Antônio Martins/RN e funcionou através do trabalho voluntário que o autor realizou. A busca por uma abordagem de ensino que valorize o contexto musical do(a) aluno(a) foi uma das características principais da proposta de atividade em educação musical utilizada. As vivências no projeto fizeram com que a turma tivesse uma experiência sobre como é praticar música em conjunto. O projeto funcionou através de uma atividade presencial, que foi a aula em grupo. Esse encontro ocorreu de acordo com as medidas de saúde pública para a prevenção do covid-19. Os resultados do projeto foram bastante positivos, a saber: os(as) alunos(as) desenvolveram a sua capacidade de criação musical, de trabalhar em grupo, de expandir o seu conhecimento musical teórico e prático e de exercer uma cultura musical em conjunto. Esse voluntariado, além de ter sido extremamente útil para a escrita deste trabalho acadêmico, foi também uma experiência que valoriza a existência de projetos culturais na escola de educação básica e mostra que a educação musical pode ser uma área rica para direcionar esse tipo de projeto.

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ABSTRACT

This work is an undergraduate monograph, a partial requirement for course completion. The goal of the work is to provide students with musical experiences that enable them to expand their knowledge and develop their artistic potential in order to also contribute to building a better society. The methodological path used for this purpose was the proposition to found a guitar camerata in a primary school. The kind of research was qualitative and i used the experience report as a methodology. The project was created at the José Inácio de Carvalho Municipal School in the city of Antônio Martins/RN and worked through the volunteer work carried out by the author. The search for a teaching approach that values student's socio-musical context was one of the main features of the socio-musical education used. The experiences in the project gave the class an experience about how it is to practice instrumental music in a group. The project worked through a face-to-face activity, which was the group class. These meetings took place in accordance with public health measures for the prevention of covid-19. The project results were very positive, namely: the students developed their ability to create music, to work in groups, to expand their theoretical and practical musical knowledge and to exercise a musical culture together, that is, in a collective context. This volunteering, in addition to being extremely useful for writing this academic paper, was also an experience that values the existence of cultural projects in primary school and shows that musical education can be a rich area to direct this kind of project.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...9

2. CAPÍULO 1: ENSINO COLETIVO DE INSTRUMENTO MUSICAL...12

3. CAPÍULO 2: RELATO SOBRE AS AULAS...16

4. CONCLUSÃO...29

REFERÊNCIAS...30

APÊNDICE A: CARTAZ VIRTUAL...31

APÊNDICE B: ALGUNS PLANOS DE AULAS...32

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1. INTRODUÇÃO

Nestas palavras iniciais já digo para você, caro leitor, que realizar esse projeto que compõe o título desta monografia foi uma grande e difícil conquista em minha vida. Com outra ideia de trabalho, ainda cheguei a tentar elaborar a minha monografia, mas não consegui devido a algumas razões. Devido à pandemia de covid-19 que dificultou o trabalho de campo e à minha situação econômica que me fez sair da cidade de Natal e voltar para a cidade de Antônio Martins, sendo esta última a cidade onde moram os meus familiares.

Estando agora nessa outra sociedade, precisei procurar uma nova ideia para compor o texto e lembrei que na Escola Municipal José Inácio de Carvalho havia vários violões guardados e sem uso. Essas condições materiais foram a porta de entrada para a ideia de criar uma camerata de violões.

Precisei fazer algumas atividades organizacionais para que o projeto pudesse funcionar. O projeto é resultado de um trabalho voluntário de educação musical que realizei. Sendo assim precisei elaborar alguns documentos para criar o vínculo com a instituição e encaminhar o funcionamento do projeto. A escola aceitou a proposta do voluntariado e disponibilizou para mim algumas condições materiais essenciais, como o espaço físico, os violões e impressora. As cordas dos instrumentos estavam muito precárias, por isso decidi cobrar uma taxa de inscrição no valor de 20,00 reais. Com esse dinheiro consegui comprar novas cordas e realizar uma manutenção nos instrumentos.

Uma das dificuldades que tive inicialmente foi conseguir os(as) alunos(as) interessados em participar do projeto. Fiz uma primeira divulgação da seguinte forma: elaborei um cartaz virtual sobre a proposta (apêndice A), e com a ajuda da direção da escola enviei esse arquivo para os grupos de WhatsApp das turmas do oitavo e nono ano. O professor Ivanaldo Monteiro (ex-diretor da escola) me ajudou na elaboração do cartaz.

Esse grupo virtual faz parte do sistema de ensino remoto que está em uso pela escola. Defini um dia para os(as) alunos(as) irem na escola para efetivar a inscrição. No dia marcado não apareceu nenhum aluno(a) e esse resultado me deixou bastante desanimado mas não desisti. Decidi fazer uma nova divulgação, agora também para os(as) alunos(as) do sexto e sétimo ano e em vez do cartaz, gravei um vídeo apresentando a proposta e então esse vídeo foi para os grupos. Disse no vídeo que os(as) alunos(as) precisavam manifestar o seu interesse enviando mensagem para o meu número telefônico e no mesmo dia da publicação apareceram cinco alunos interessados, resultado esse bem melhor do que na primeira divulgação.

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Alguns alunos(as) já tinham o violão, por isso esses não precisaram pagar a taxa de inscrição mas se as cordas de seus violões estivessem ruins ou não fossem de nylon, solicitei que os(as) alunos(as) comprassem novos encordoamentos e fiz a troca das cordas.

Após alguns dias, divulguei a data de inscrição assim como informei no vídeo, data essa marcada para o dia 9 de junho. Fui então para a escola fazer as inscrições que se deram no turno da manhã e na ocasião, compareceram quatro alunos. Eu tinha divulgado as informações da inscrição através do envio de mensagens pelo aplicativo WhatsApp, mas alguns alunos(as) não visualizaram a mensagem e por isso não comparecerem na escola.

O primeiro momento da inscrição foi para eu registrar em minhas anotações algumas informações sobre cada aluno, como o nome completo, idade, série e turno que estuda, e se o aluno possui ou não violão. No segundo momento, eu fiz uma breve apresentação do projeto e depois ficamos conversando. Um dos alunos trouxe o violão para que eu pudesse olhar o encordoamento. Combinamos isso antes, toquei um pouco e percebi que o encordoamento estava bom.

Após terminadas as inscrições, fui na casa de uma menina e de um menino que são irmãos. Eles são meus primos e foram dois dos(as) alunos(as) que não visualizaram a minha mensagem, então decidi ir fazer a inscrição deles no seu domicílio. Deu certo e eu levei para a minha casa o violão da menina para realizar a troca do encordoamento.

Agora irei falar sobre as ideias que foram a base para elaborar o texto. Este trabalho buscou responder a uma questão, que foi a seguinte: como é que se ensina música para adolescentes de uma forma lúdica?. O objetivo geral da proposta de atividade em educação musical é possibilitar para os(as) alunos(as) vivências musicais que possibilitem ampliação de seus conhecimentos e desenvolvimento de potenciais artísticos de forma a também contribuir para a construção de uma sociedade melhor. E para chegar a esse fim, precisei buscar alcançar os seguintes objetivos:

 Conhecer a personalidade dos alunos e alunas

 Realizar um trabalho de iniciação musical tendo como foco o ensino coletivo de violão A metodologia usada nesse trabalho foi a de usar o relato de experiência como abordagem textual e a pesquisa é qualitativa. Fernandes define o relato de experiência assim:

O relato de experiência, então, é uma categoria de texto que está presente na produção acadêmica e científica [...] da educação musical, composto pela descrição e análise de uma prática de ensino da música desenvolvida pelo próprio autor do trabalho (tese ou dissertação, TCC, monografias, trabalhos apresentados em congressos), em rede de ensino público, em projetos

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sociais, em escolas particulares ou em escolas de música (FERNANDES, 2015, p. 112-113).

Fernandes (2015, p.112) afirma que “o relato de experiência, portanto, difere do estudo de caso e da pesquisa-ação por não ser uma modalidade de pesquisa científica, mas sim um formato de apresentação de um texto”. No capítulo 1 falei sobre o Ensino coletivo de instrumento musical e nessa parte, apresentei alguns teóricos para refletir sobre o assunto. No capítulo 2 contei como ocorreu cada encontro do projeto.

Busquei por meio desse projeto formar sujeitos que possam expandir o seu conhecimento musical, expandir através de conhecimento científico e com base na prática musical coletiva. Os(as) alunos(as) não haviam tido muita experiência prática com o violão, por isso pensei em inicialmente focar no estudo da técnica. Decidi ensinar a técnica de uma forma criativa, não quis iniciar o estudo do violão por meio de exercícios e decidi iniciar com improvisação musical. No capítulo 2 detalhei sobre como foi esse início.

Enquanto eu fazia o planejamento para dar início ao projeto (esse período foi a partir do mês de maio deste ano), via um quadro de dificuldades, isso porque a sociedade enfrenta a pandemia de covid-19. O funcionamento do projeto ocorreu levando em consideração os cuidados para impedir que o vírus se espalhe.

As aulas curriculares da escola ocorreram de forma remota, o espaço físico da escola permitiu manter o distanciamento social e foi prazeroso poder fazer música em conjunto em tempos de quarentena. A proposta de atividade em educação musical que utilizei buscou dar oportunidade para o aluno exercer uma cultura musical em conjunto e em tempos de isolamento social, a articulação das pessoas ficou concentrada no meio virtual. Os espaços em que a cidade proporciona uma experiência musical são poucos mesmo sem a pandemia, as escolas públicas não tem professor com formação em música e também não existe nenhuma instituição privada de educação musical.

A justificativa de criar o projeto é a seguinte: eu precisava escrever uma monografia e não existia nenhum espaço formal de educação musical na cidade de Antônio Martins. Vi na Escola Municipal José Inácio de Carvalho uma oportunidade de desenvolver um trabalho voluntário de educação musical, e de elaborar o texto a partir desse trabalho.

Nesse texto os nomes dos alunos foram fictícios, isso foi feito para preservar a identidade dos sujeitos. A quantidade de pessoas no grupo foi a seguinte: seis alunos e três alunas.

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2. CAPÍTULO 1: ENSINO COLETIVO DE INSTRUMENTO MUSICAL

Nesta parte do texto, irei apresentar alguns autores que falam sobre o ensino coletivo de instrumento musical. Segundo Carvalho (2018, p. 36) “o ECIM é um tema que vem sendo amplamente abordado e ganhando a atenção de muitos educadores musicais na atualidade". Carvalho (2018, p.37) afirma que “O ensino coletivo é uma metodologia que permite a troca de experiências e a participação efetiva de todos, ajudando a desenvolver a autonomia e o senso crítico pessoal”.

Percebi nas minhas aulas que ensinar para uma turma de vários alunos(as) é uma tarefa desafiadora. Irei descrever uma situação que ocorreu em uma das aulas e representa bem esse desafio. A situação foi a seguinte: a turma era formada por Marcos e Maria. Cada um deles precisava tocar uma escala no violão. Era um exercício e decidi que cada um iria ter a sua vez para fazer a atividade. Assim que um começou a fazer o outro ficou inquieto, sem paciência para esperar chegar a sua vez. Ficaram andando pela sala, foram para fora da sala, estavam cansados de ficar parados.

Depois dessa atividade, fiquei pensando em procurar uma forma para ocupar mais o aluno, ou seja, o que o aluno deve fazer enquanto espera a sua vez ?. A situação que acabei de descrever mostra que “[...] dentro da aula coletiva podem existir momentos que necessitem de atenção individualizada, que são precisos para contribuir com a prática coletiva, e que não necessitem simplesmente da separação por aluno” (CARVALHO, 2018, p. 37).

Outra dificuldade que identifiquei no ensino coletivo é lidar com os(as) alunos(as) que não puderam assistir determinada aula. O(a) aluno(a) que perdeu a aula ficou atrasado e precisará daquela aula para poder se sair bem no próximo encontro. “devido às faltas, os alunos acabam perdendo o que foi visto na aula e se atrasando em determinado conteúdo e prática [...]” (CARVALHO, 2018, p. 40). No grupo desse projeto sugeri que o(a) aluno(a) procurasse se informar com algum colega sobre a aula que ele(a) faltou.

Considero que ensinar e aprender é uma prática social, por isso o ensino coletivo de instrumento musical é também uma prática social. Cada contexto social constrói a cultura do ensino coletivo, por isso é fundamental conhecer o contexto social para conhecer o seu ensino coletivo. Para falar então do ensino coletivo vou apresentar como foi a leitura de uma pesquisadora sobre os saberes musicais de uma bateria de escola de samba, escola essa que ela atuou sendo uma pesquisadora e aluna. Segundo a autora, “[...]na bateria não há separação entre situações de aprendizagem e de performance. Na realidade essa sobreposição de vivências - festa e ensaio - gera aprendizagens de diferentes tipos” (PRASS, 1998, p. 97).

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Agora irei trazer um relato dessa autora sobre um ensaio da bateria no dia 25 de outubro de 1996, é o seguinte:

Fomos todos para a garagem da retífica em frente à quadra. Éramos uns vinte e cinco ritmistas. Na garagem, fomos nos posicionando automaticamente: maracanãs, taróis e repiniques nas fileiras de trás, tamborins na frente. Começamos a tocar a batida básica de samba, cada um a seu tempo. Essa parte é de extrema Importância para interiorizar o pulso, aquecer os músculos e fazer com que a concentração se instale, porque enquanto não se está tocando, acontecem muitas brincadeiras; tocando, o silêncio das bocas é fatal porque com todo o volume da bateria nem adiantaria falar. Assim ficamos vários minutos tocando o básico sem parar, cada um concentrado em si e no seu naipe. O Biskuim caminhava entre a gente para ouvir cada um individualmente em meio ao todo. Em alguns ele parava, pegava as baquetas e tocava para mostrar. Mostrar é um procedimento básico dentro do processo de ensino na bateria (PRASS, 1998, p. 99).

Com esse relato, podemos perceber que a repetição da prática musical e a visualização que o instrumentista tem ao ver o seu colega tocar são características do ensino coletivo desse grupo. Mostra também que o professor precisou dar atenção individual num ensaio coletivo. Ainda nesse mesmo ensaio, Prass (1998, p.99) apresenta mais uma característica do ensino coletivo desse grupo: “Quando havia erros, repetíamos o todo, sempre o todo”. Em seguida, ainda nesse mesmo ensaio, a pesquisadora relata que no ensino coletivo do grupo existe práticas de regência e que a imitação é um recurso utilizado na aprendizagem: “O Rafael tocava olhando para a gente, conduzindo. Antecipava os gestos de tal forma que conseguíamos antever a célula que viria a seguir. Esse é outro recurso muito útil para facilitar a imitação: cada célula rítmica comporta uma exigência gestual [...]” (PRASS, 1998, p. 100). Para muitos componentes da Bambas da Orgia (nome do grupo) “[...] não faz sentido fazer música fora da escola” (PRASS, 1998, p. 144). A autora relata:

Susana, quando conversávamos sobre o seu aprendizado da cuíca, que ela considerava estar recém "no be-a-abá", disse que "só tira a música dentro da escola. Quando o mestre tá na escola eu toco ali". Essas falas apontam para um aprendizado que é, basicamente, coletivo. É na quadra da escola, porque nela estão os outros ritmistas, e é nas trocas, na observação do outro, que se aprende (PRASS, 1998, p. 144).

A citação anterior mostra que uma das componentes do grupo prefere estudar o instrumento na prática coletiva do que numa prática individual. A pesquisadora diz: “A educação musical dos bambas ocorre basicamente através de sons realizados com os instrumentos ou com a voz, em forma de onomatopéias, ou ainda na expressividade do olhar e

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dos gestos corporais. Ensina-se e aprende-se música musicando” (PRASS, 1998, p. 154-155). Trago mais uma característica do ensino coletivo desse grupo:

A imitação, muitas vezes ligada à repetição, é um dos recursos principais para o aprendizado. A repetição tanto de trechos como de músicas inteiras era uma estratégia constante. Servia tanto à absorção das habilidades técnicas dos instrumentos, quanto subsidiava a memorização de frases e padrões rítimicos, gerando inclusive processos reflexivos a partir dos quais os trechos das músicas cresciam em qualidade de execução (PRASS, 1998, p. 155).

Agora a autora vai citar mais uma característica musical do grupo:

A improvisação era uma atividade sempre presente nos ensaios, mas principalmente nas apresentações. Era experienciada de duas maneiras: uma, corresponde às pequenas variações inseridas pelos ritmistas em meio à sonoridade total da bateria; outra, corresponde à improvisação no sentido tradicional, onde o improvisador tem um papel de destaque no grupo (PRASS, 1998, p. 161).

Cairo (2015) em sua pesquisa sobre ensino/aprendizagem de bateria em grupo, tendo como campo empírico uma turma de alunos(as) da Oficina de Bateria do Projeto de Extensão da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, afirma o seguinte sobre o ensino coletivo:

A interação e o aprendizado através da imitação e observação mútuas entre o professor e o aluno e entre o aluno e o próprio colega são alguns dos benefícios do ensino coletivo da bateria. Os alunos trocam conhecimentos entre eles, corrigem os colegas em relação ao posicionamento corporal diante do instrumento, como segurar a baqueta, ou seja, elementos da técnica instrumental, assim como questões de sonoridade (CAIRO, 2015, p. 20). Nas aulas do meu projeto é muito comum os(as) alunos(as) interferirem no ensino. Às vezes, chegam a adiantar os assuntos que irei apresentar em tempo posterior. Em um dos encontros, eu havia formado grupos de duas pessoas para realizar uma atividade e após formar as duplas, percebi que os grupos estavam conversando sobre os conteúdos que eu havia já passado. O autor afirma:

A interação promovida pela aula em grupo, portanto, além da contribuição no crescimento musical, oferece oportunidade aos alunos de vivenciarem uma socialização enquanto grupo, que servirá de experiência futura nas experiências de bandas e em outros trabalhos coletivos, assim como em sua inserção profissional (CAIRO, 2015, p. 20).

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O autor apresenta mais uma característica do ensino coletivo no grupo que foi feito a dissertação:

Um dos resultados observados a partir das interações na aula em grupo, dentro e fora da sala, é a troca de saberes. Desde o momento em que os alunos se conheceram na entrevista para ingresso no curso, na sala durante o ano letivo e, continuamente fora da sala, onde a relação de amizade é fortalecida, aconteceram aprendizados oriundos das conversas, proporcionando um intercâmbio de conhecimentos e experiências vividas e trazidas pelos participantes (CAIRO, 2015, p. 52).

Souza e Araújo escreveram um artigo falando sobre as suas experiências de atuação como professores em um projeto de extensão da Universidade Federal da Paraíba, o nome do projeto é Orquestra de Violões da Paraíba. Nesse projeto existe o ensino coletivo de violão, trago uma consideração dos autores sobre a escolha de repertório do grupo:

Algo importante de frisarmos aqui é sobre a escolha de repertório, geralmente escolhemos as músicas pensando no nível dos alunos e o que pretendemos trabalhar. Em alguns casos notamos a falta de interesse de alguns alunos em estudar determinadas canções, então passamos a ouvi-los e também trabalharmos com sugestões dos mesmos. A partir disso, descobrimos que muitas vezes a falta de interesse ocorria porque alguns alunos não gostavam do estilo musical de algumas músicas propostas. Observando essa questão, tivemos a ideia de dividir com os alunos a escolha do repertório. Assim, uma parte é sugerida pelos professores e outra pelos próprios participantes das oficinas. Sendo assim, de modo compartilhado, os repertórios sugeridos começavam a ser trabalhados em sala de aula (SOUZA, ARAÚJO, 2016, p. 4).

Considero que o ensino coletivo é uma estratégia que tem algumas vantagens como ensinar a vários alunos(as) ao mesmo tempo e através de tal estratégia, há a possibilidade dos alunos(as) aprenderem com seus colegas através de conversa, observação e imitação. No ensino individualizado, o(a) aluno(a) tem mais atenção do professor. Já no ensino coletivo, essa atenção é ampliada para várias pessoas e por isso, a atenção individual é menor.

Cada grupo social constrói a cultura do ensino coletivo e por isso essa estratégia é variada. Quando o grupo social é bem unido, o(a) aluno(a) pode motivar os(as) outros(as) a aprender o instrumento e essa motivação ajuda o ensino coletivo.

Recomendo o ensino coletivo para as instituições educacionais e também para projetos culturais. Em um dos encontros do meu projeto, no momento da roda de conversa, no final da aula, uma aluna falou que o grupo a estava ajudando a ela ter menos vergonha para expressar suas ideias. Percebi então que o ensino coletivo é uma estratégia que possibilita uma relação de amizade entre os envolvidos.

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3. CAPÍTULO 2: RELATO SOBRE AS AULAS

A iniciação musical de uma pessoa ocorre de acordo com a realidade musical do contexto social que esta pessoa está inserida, por isso esse processo é bastante variado. Eu por exemplo, fiz a primeira prática de violão por meio de um amigo que me ensinou os primeiros acordes. Há pessoas que tem a sua iniciação musical em contextos informais, em contextos não formais, e em contextos formais. A turma desse projeto teve uma iniciação musical em um contexto formal de educação musical.

Considero que se o professor quiser alcançar um alto grau performático na iniciação musical do(a) aluno(a), isso pode desanimar o estudante porque a técnica de início não permite que o(a) aluno(a) desenvolva uma performance complexa. Inicialmente, é importante mostrar para o(a) aluno(a) a beleza de como é fazer música através do violão. No início, os alunos(as) sentem dor nos dedos e a técnica é uma grande dificuldade, por isso fazer exercícios de repetição nesse início é algo útil para construir a técnica. Mesmo sabendo dessa utilidade, não quis passar esses exercícios durante os encontros. Passei apenas alguns para fazer fora da aula e com uma frequência média pois elaborei uma outra abordagem para a iniciação musical.

Ao chegar na sala, encontrei jovens adolescentes com idades de 11 a 18 anos, daí planejei possibilitar uma iniciação musical que fosse diferente do que apenas exercícios técnicos repetitivos, foi uma iniciação através da prática de improvisação musical. Segundo Schafer (1991, p.280) "o problema com a especialização da velocidade digital em um instrumento é que a mente tende a ficar fora do processo".

A abordagem consiste no(a) aluno(a) improvisar música, mas isso foi possível no início? Sim, e a situação de aprendizagem que organizei foi da seguinte forma: ensinei para o(a) aluno(a) uma digitação simples de uma escala.

A primeira etapa de aprendizagem foi memorizar a digitação. Depois disso, o(a) aluno(a) precisou criar uma improvisação com essa escala. Enquanto o(a) aluno(a) improvisava, eu fazia um acompanhamento com uma harmonia formada a partir desta escala e com um ritmo lento em alguns momentos e rápido em outros. Teve um encontro que toquei com um ritmo de rock.

Essa prática foi muito comum no primeiro mês do projeto e nessa fase inicial, o grupo se reuniu para fazer seções de improvisação. Nesta parte, irei descrever a minha leitura sobre como ocorreu cada encontro. A maioria das aulas ocorreram no dia de sábado, escolhi o final de semana porque no projeto há alunos(as) que estudam pela manhã e outros pela tarde.

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Algumas aulas tiveram o foco na prática de violão em conjunto e outras tiveram o foco em atividades de educação musical.

19/06/2021 – primeira aula

O plano de aula desta aula foi o de número 1, ele está no apêndice B. Organizei os meus materiais pedagógicos para levar para o encontro. Eu e minha irmã fomos caminhando para a escola, ela faz parte do projeto, ela me ajudou a levar os materiais para lá, a escola fica perto da nossa casa. Os(as) alunos(as) já estavam me esperando, falei com eles e fui abrir a escola. Fomos para o auditório e os(as) alunos(as) tiveram a iniciativa de organizar as cadeiras. Montei o berimbau, cumprimentei a turma e falei um pouco sobre como funcionará o projeto. Depois disso, iniciei a primeira etapa da aula, que foi a de fazer exercícios de aquecimento para a atividade de canto coral que em seguida fizemos. Os exercícios foram os seguintes:

1. Espreguiçar e mastigar durante dois minutos.

2. Mover a cabeça para baixo e depois para cima. Mover a cabeça para a esquerda e depois para a direita. Fazer isso cinco vezes.

3. Girar a cabeça, num círculo completo, lentamente, descontraindo ao máximo o pescoço, cinco vezes para cada lado.

4. Erguer os ombros e baixá-los. Fazer isso cinco vezes.

5. Girar a cabeça emitindo a letra I, cinco vezes para cada lado.

6. Respirar (Puxar o ar pelo nariz e soltar pela boca) e depois cantar a letra S e Z. Fazer isso cinco vezes.

7. Girar a cabeça emitindo a letra A, cinco vezes para cada lado. 8. Vibração de língua durante dois minutos.

9. Vibração de lábios durante dois minutos.

10. Agora fiz um exercício vocal, usei a sílaba “ma” para cantar os graus 1,3,5 e 8 da escala maior nas doze tonalidades.

No exercício 1, fiz mais alguns exercícios corporais. O exercício 10 foi o mais longo e primeiramente o fizemos de forma coletiva para depois fazê-lo individualmente. Usei o violão para tocar as notas do exercício e alguns alunos(as) tiveram dificuldade com a afinação, mas todos tentaram executar o exercício. Um dos alunos não queria executar o exercício 10 pois segundo ele a sua voz não é boa.

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Aproveitei esse momento para explicar para os(as) alunos(as) que cantar é uma atividade que todos(as) podem fazer independente do seu timbre de voz, e que as práticas musicais podem ser feitas por qualquer pessoa, pois considero que o fazer musical não é apenas dos profissionais da arte, podendo ser uma prática cotidiana na vida das pessoas.

Nesse exercício 10, solfejei todas as notas da escala maior. Fiz isso para mostrar que a voz humana é capaz de emitir sons em várias alturas.

Agora apresento a segunda parte da aula, ensinei um ritmo usando palmas, foi o seguinte:

Esse ritmo foi muito difícil para o grupo. Tentamos tocar, mas não conseguimos fazer o ritmo certo. Depois ensinei um corrido que aprendi em roda de capoeira angola, cuja letra é assim:

“Você diz que dar no nego No nego você não dar”

Compus mais quatro versos para o improviso: “Você diz que tem dinheiro

Dinheiro você não tem”

“Você diz que ta cansando Cansado você não ta”

Os corridos “representam o mais extenso grupo de cantigasentoadas em uma roda de capoeira e são as únicas músicas que acompanham a dança” (LARRAÍN, 2005, p. 81). Um corrido é cantado pelo cantador(a) e pelo coro, existindo assim uma alternância entre esses dois interpretes. Nessa alternância, o cantador improvisa versos durante a execução enquanto o coro canta um trecho musical fixo que consiste, geralmente, nos primeiros versos que o cantador canta.

Quando fui ensinar o corrido, eu fui o primeiro cantador. Depois, cada aluno(a) teve a sua vez para ser o cantador do corrido. Todos os(as) alunos(as) foram o cantador e fizeram parte do coro. Juntei o canto com as palmas e apenas eu fiz o ritmo, isso porque a turma se atrapalhava ao cantar e bater as palmas. Nessa parte, esqueci de explicar para a turma o que é um corrido e de também informar que essa cantiga é cantada em roda de capoeira angola.

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Só após o término da aula percebi que passar essas informações é importante. Depois tentei juntar o canto com o berimbau mas não deu certo pois eu não sabia o toque de berimbau usado neste corrido. Eu sei tocar apenas o toque de angola e esse era um toque muito lento para o corrido. Depois disso conversamos sobre o funcionamento do projeto e encerramos a aula.

O encontro começou às 9 horas e terminou as 11 horas e 30 minutos. Houve um momento na aula em que toquei uma peça musical no violão e eles(as) escutaram com atenção. Precisei fazer várias pausas na aula para ir abrir a sala onde estava o bebedouro, para a turma poder beber água. Nesse dia, um aluno e uma aluna pagaram a taxa de inscrição que faltava. Nessa primeira aula, não consegui organizar bem as medidas de prevenção contra a covid-19, pois precisaria ter tido mais distanciamento social, principalmente no momento de ir beber água.

26/06/2021 – Segunda aula

O plano de aula desta aula foi o de número 2, ele está no apêndice B. Neste dia, marquei a aula para as 14 horas. A mudança de horário se deu devido a um compromisso que tive pela manhã, que foi o de ir na cidade de Pau dos Ferros/RN para comprar os encordoamentos para os violões. Na volta, cheguei em casa às 13 horas e depois que cheguei em casa, uma das atividades que fiz foi organizar os meus materiais pedagógicos. Fui na casa da ex-vice diretora (Janine Maia) para pegar a chave da escola. Nesta ida, passei pela escola e já tinha alguns alunos(as) aguardando o início da aula. Falei com eles(as) e Marcos falou que José estava indeciso sobre a vinda para a aula, então pedi para Marcos ir na casa dele para chama-lo e depois ir na minha casa para me ajudar a levar os materiais pedagógicos. Após falar com eles(as), fui na casa de Janine e voltei para a minha casa. Esperei Marcos e junto com ele, veio José. Eles me ajudaram a levar os materiais para a escola e ao chegar lá, cumprimentei a turma e fui abrir os portões. Em seguida, pedi para os(as) alunos(as) retirarem as cadeiras desnecessárias da sala, coloca-las em outra sala e posicionei as cadeiras de uma forma que ficou uma do lado da outra. Depois fui arrumar os meus materiais: ligar caixa de som; tirar os objetos da mochila; afinar violão.

Após tudo estar pronto, iniciamos com um atraso de 40 minutos. Cumprimentei a turma e falei que nós iríamos participar de uma experiência musical. Primeiramente passei um exercício vocal que foi o seguinte: Usar a sílaba “ma” para cantar os graus 1,3,5 e 8 da escala maior nas doze tonalidades.

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Usei o violão para tocar as notas desse exercício. Nós o fizemos de forma coletiva e depois individual, mas houve um aluno que não quis fazer a atividade. Insisti um bom tempo para ele fazer e diante da situação, decidi então fazer o exercício de forma coletiva na vez dele. Devido ao horário já estar avançado, na parte individual do exercício não passei o canto para todos os 12 tons, mas em uma média de 6 tons, com várias repetições na execução.

Em seguida, fiz duas perguntas para a turma. Primeiramente, perguntei “o que é melodia?”, escutei as repostas de cada aluno(a) e em seguida fiz a segunda pergunta, “o que é harmonia?”. Novamente, cada aluno(a) teve sua vez para falar.

As respostas foram variadas, alguns disseram “melodia é música”, “harmonia é quando temos uma amizade forte”, “harmonia é união”, “não sei”, não lembro de todas as respostas. Em seguida, toquei na flauta doce a peça “Greensleeves”, que é uma música folclórica de origem Inglesa do século XVI e está presente no livro “Minha Doce Flauta Doce”. A turma escutou a peça com atenção, recebi até aplausos e depois que toquei, fui explicar o conceito de melodia. Em seguida toquei alguns acordes no violão e depois expliquei o conceito de harmonia. Expliquei o que significa um instrumento melódico e um instrumento harmônico, escrevi os conceitos no quadro e esperei a turma copiar.

Agora pedi para a turma ficar em pé, falei sobre capoeira e expliquei o conceito de corrido na capoeira angola. Ensinei o corrido “canarinho da Alemanha” da seguinte forma: cantei uma vez e pedi para o coro repetir. Quando cantei pela primeira vez, alguns alunos(as) acharam engraçado. Um aluno disse que pensava que eu estava cantando em algum idioma africano. Após os(as) alunos(as) aprenderem, fui montar o berimbau, daí o toquei junto com o corrido. Inicialmente eu fui o primeiro cantador e em seguida, cada aluno(a) teve a sua vez para ser o cantador ou cantadora. Eis a Partitura do corrido:

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Figura 2: Aprendi esse corrido em eventos de capoeira angola. Essa partitura é uma transcrição de minha execução musical.

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Nesse corrido o coro e o cantador cantam a partitura completa e o improviso poético do cantador é feito a partir do quinto compasso.

Após o término da atividade, fizemos uma roda de conversa para encerrar a aula. A primeira pessoa a falar foi eu e fiz uma fala espontânea, ou seja, essa fala não estava presente no meu plano de aula. Cantei a canção “Prelúdio” do disco “Gita” do compositor Raul Seixas, cantei para fazer uma relação com o projeto.

28/06/2021 – Terceira aula

A aula foi marcada para as 9 horas da manhã e os alunos que participaram foram: Gabriel, Adriano e José. Inicialmente, organizei os materiais pedagógicos, cumprimentei o pessoal e fiz a inscrição de José, que foi o ultimo aluno a entrar no projeto e quando decidiu entrar, já tinha passado o período para efetuar a inscrição, por isso fizemos nessa aula.

Gabriel e Adriano usaram um aplicativo do seu celular para afinar os seus violões. Em seguida perguntei sobre como era a apreciação musical de cada um. A turma não conhecia o conceito de apreciação musical, expliquei o conceito para eles. José citou as seguintes peças: “16 lines” do Lil Peep, “Star Shopping” do Lil Peep e “Back in Black” do AC/DC. Além dessas peças, ele também citou os grupos: The Beatles, Nirvana e Legião Urbana. Gabriel citou as seguintes peças de Vitor e Léo: “Borboletas”, “Na Linha do Tempo” e “O Cantor do Sertão”. Depois citou as seguintes peças de Paula Fernandes: “Sonho da Caça” e “Não Precisa”. Adriano citou os grupos: Scorpions, Novo Som e Catedral. Depois citou as seguintes peças: “One Last Breath” do Creed e “Top Gear”, essa última é uma parte da trilha sonora do jogo homônimo.

Em seguida, falei sobre a postura para segurar o violão, apresentei três posturas que conheço e disse que a definição da postura vai depender bastante do violonista, que irá adotar a que lhe for mais confortável. Escolhi uma postura padrão para o grupo, que é aquela em que o violão fica posicionado na coxa esquerda e o pé esquerdo em cima de um apoio, mas também disse que cada um deve analisar se a postura ficará confortável em seu corpo. A escola não tinha os apoios, então eu disponibilizei os meus três apoios para a turma durante as aulas. Os alunos procuram obter algum objeto para substituir o apoio de pé para estudar em casa. Os meus apoios não foram suficientes para as aulas, aqueles alunos que não tinham o apoio adotavam então a postura do violão na coxa direita.

Depois disso, fizemos alguns exercícios de alongamento das mãos e em seguida falei sobre tablatura. Disse que a tablatura é um sistema de notação musical para instrumentos de

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corda e ensinei a como fazer a leitura de uma tablatura para violão. Depois, escrevi no quadro a escala maior de ré em tablatura e os alunos copiaram.

Fiz um exercício de leitura da seguinte forma: indiquei com meus dedos algumas notas da escala que estava escrita no quadro e pedi para a turma tocar a nota que eu estava apontando, ou seja, eu estava selecionando as notas para serem tocadas. Nessa parte, falei sobre a postura da mão direita.

Após isso, pedi para cada aluno tocar a escala do começo até o final e do final até o começo, fazendo algumas repetições. Cada aluno teve a sua vez para fazer esse exercício. O objetivo desses dois exercícios foi memorizar a escala maior de ré. Agora, fizemos uma roda de conversa para encerrar aula. A aula não ocorreu muito bem porque eu não estava bem de saúde.

10/07/2021 – Quarta aula

O plano de aula desta aula foi o de número 3, ele está no apêndice B. A aula foi marcada para as 13 horas. Quando cheguei na escola, só tinham chegado dois alunos. Fui abrir a escola e organizar os meus materiais pedagógicos, mas só iniciei a aula às 13 horas e 40 minutos, atraso esse que aconteceu porque eu estava esperando chegar mais alunos(as), tendo então comparecido cinco pessoas. Uma aluna faltou porque estava doente e uma outra faltou porque viajou. Inicialmente, apresentei os conceitos de altura, de nota musical e de afinação de violão. Conceitos: a altura significa uma determinada frequência (número de vibrações por segundo) de um som; notas musicais significam as alturas que são usadas na música; afinar o violão significa regular a frequência (número de vibrações por segundo) das cordas soltas.

Escrevi no quadro a escala cromática para exemplificar as alturas que são usadas na música. Também escrevi as alturas certas para afinar as cordas soltas do violão na afinação padrão. Em seguida, fiz um treino para cada aluno afinar o seu violão com um aplicativo de celular, então cada um teve a sua vez e todos conseguiram afinar o instrumento. Na sequência, apresentei o conceito de acorde, que foi o seguinte: “acorde – é a combinação de três ou mais sons SIMULTÂNEOS diferentes” (MED, 1996, p. 271). Escrevi no quadro uma tablatura do acorde de sol maior e de ré maior. Depois disso, saímos da sala e fomos para o corredor porque a sala estava apertada devido às cadeiras e mesas. Agora, os conteúdos iriam ser práticos e não mais teóricos, e então essa parte da aula se deu da seguinte maneira: Fizemos uma seção de improvisação musical, cada aluno teve a sua vez para ser o improvisador, eu fiz

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um acompanhamento com os acordes de ré maior, sol maior e mi menor, enquanto o aluno improvisava usando a escala maior de ré.

Nessa atividade, pude perceber que a técnica é uma grande dificuldade no início do estudo de violão. Apesar disso, todos os alunos conseguiram fazer o improviso. Teve aluno que decidiu usar poucas notas da escala para fazer o improviso, enquanto outros usaram todas as notas. Alguns se preocuparam em tocar rápido e outros em sempre variar as notas. Eu havia planejado fazer a atividade em duplas, porém no momento em que fui formar as duplas, percebi que os alunos não iriam conseguir fazer o acompanhamento, daí decidi fazer a atividade de forma individual.

17/07/2021 – Quinta aula

Levei pra aula 17 instrumentos musicais alternativos, tratando-se de 17 garrafas de vidro. Ao ler “a altura de uma nota depende da frequência, ou número, de vibrações por segundo. Quanto mais alta a frequência, mais aguda será a nota” (BENNETT, 1990, p. 07), percebi que ao colocar água na garrafa, a velocidade de vibração se torna mais rápida e consequentemente mais aguda. Surgiu então a ideia de deixar marcado o ponto de determinada nota.

Passei uma tarde e uma noite regulando e marcando a frequência do G# ou Ab em seis garrafas, depois regulei a do C ou B# em quatro garrafas, a do D# ou Eb em quatro instrumentos e por fim regulei o F# ou Gb também em quatro instrumentos. Regulei essas notas usando um afinador eletrônico, A harmonia produzida por essas notas é de um acorde maior com sétima, optei pelo G#7 porque a nota afinada mais grave e que contemplava todas as garrafas era o G#. Tem garrafas que dá pra emitir uma nota mais grave que o G# e afinado, mas dentre as que tenho, apenas em algumas isso é possível. Depois quero marcar todas as notas afinadas possíveis em cada garrafa, evitei de fazer esse esforço pois iria precisar apenas de quatro notas pra essa aula.

A atividade usando as garrafas foi assim: eu enchi todas garrafas na sala e depois que todas estavam cheias, distribui para a turma. Nesse espaço de tempo que eu enchia as garrafas, surgiram várias perguntas relacionadas a como que o som era produzido nelas, daí aproveitei a oportunidade pra falar a respeito do conceito de altura. Alguns conseguiram tirar algum som de primeira e outros depois de um tempo. A turma ficou tonta e pelo fato de eu ter passado horas afinando as garrafas, sei bem como é essa tontura.

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Essa tontura é gerada devido a hiperventilação, ou seja, é quando o indivíduo respira e sopra por várias vezes, processo esse que faz com que ele absorva mais gás carbônico. Teve um momento que fizemos uma pausa e logo quando voltamos a tocar, produzimos a harmonia do acorde maior com sétima, e esse foi o objetivo da atividade, fazer uma harmonia.

24/07/2021 – Sexta aula

24/07/2021 – Quinta reunião

Foto 2: Aula do dia 24/07/2021. Fonte: Arquivo pessoal.

Foto 1: Garrafas prontas. Fonte: Arquivo pessoal.

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O plano de aula desta aula foi o de número 4, ele está no apêndice B. O encontro foi marcado para as 9 horas, mas cheguei atrasado. Fui abrir a escola e após estarmos dispostos na sala, iniciei a aula. No início, os(as) alunos(as) estavam conversando sobre uma prova que havia acontecido na escola e depois conversamos sobre a frequência dos(as) alunos(as) no projeto. Um aluno disse que tinha gente no projeto que acha que é fácil aprender violão, um outro aluno disse que se fosse realmente fácil ele então aprenderia com vídeo aulas em casa e não viria para a aula.

Em dias anteriores, um rapaz enviou mensagem para mim para saber se ainda era possível ele entrar no projeto. Eu lhe disse que não, porque o projeto já está em andamento. Nesse encontro, dois alunos comentaram sobre essa pessoa e eu lhes expliquei que o rapaz só poderia entrar se eu fosse formar uma nova turma. Em seguida, comecei a falar sobre o primeiro assunto da aula, que foi sobre unhas da mão direita e no início desse assunto, os alunos começaram a informar o tamanho da sua unha.

Expliquei que há violonistas que usam unhas, há outros que usam apenas os dedos e outros que usam palheta. Expliquei que a vantagem de tocar com unhas era a projeção sonora que a unha proporciona. Um aluno citou um violonista que usa unhas. Em seguida, fui explicar como era a maneira correta para lixar as unhas, olhei as unhas de cada um e estavam quase todas pequenas.

Posterior a isso, fiz um desenho da unha no quadro para indicar a forma como ela irá ficar após lixada. Após eu ter feito o desenho, uma aluna falou brincando: “com uma unha desse jeito eu vou é se furar”. Olhei alguns desenhos dos(as) alunos(as), pedi para alguns refazer e fiz uma parte do desenho de um aluno. Depois fui mostrar as minhas unhas para cada aluno(a). Um aluno começou a cantar um trecho de uma canção, talvez ele começou a cantar porque simplesmente se lembrou da música ou talvez porque o ambiente musical provocou o canto.

No dia seguinte, fiz uma foto da minha unha e coloquei no grupo de WhatsApp da turma. Depois falei sobre lixa e distribui lixas para a turma e em seguida, expliquei como usa a lixa, fui mostrando para cada aluno o uso e lixei um pouco a unha de Fernando.

Uma aluna falou brincando, “Lucas dava pra ser manicure”. Um aluno perguntou se os materiais que levei eram próprios para lixar unha e respondi que não. A turma comentou sobre unhas postiça. Falei que os(as) alunos(as) devem tocar violão no momento de lixar as unhas, e que isso servirá para a pessoa testar a sonoridade que a unha irá proporcionar, portanto o(a) aluno(a) deve parar de lixar no momento que encontrar uma sonoridade que ele(a) goste. Disse que a turma precisará treinar essa prática em casa para aprender. Um aluno

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perguntou se eu já tinha olhado as peças da terceira aula, estou falando sobre as peças que representam o gosto musical dos(as) alunos(as), falei que ainda não.

Agora, reproduzi em um aparelho de som a peça Atmadas, composição da banda Atmadas, sendo essa a primeira peça que o grupo vai tocar. Depois fui escrever no quadro a tablatura da parte A da peça, os alunos copiaram a tablatura, afinei os violões. A turma foi para o corredor para praticar a parte A, fomos para o corredor porque a sala é apertada para tocar. Os alunos ficaram estudando a parte A até o fim da aula, alguns alunos conseguiram tocar no ritmo correto e outros tiveram dificuldade com o ritmo. Finalizei a aula com uma roda de conversa. Partitura da peça:

31/07/2021 – Sétima aula

Foto 3: Aula do dia 31/07/2021 Fonte: Arquivo pessoal

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O plano de aula desta aula foi o de número 5, ele está no apêndice B. A aula foi marcada para as 10 horas da manhã. Compareceram apenas dois alunos. No início da aula os alunos estavam conversando sobre o ensino remoto, sobre o ensino presencial, e também sobre alguns docentes da escola. Fui montar o berimbau, tive dificuldade para montar mas depois de algumas tentativas consegui.

Os alunos observaram a flexibilidade da verga do berimbau. Perguntaram qual é o nome da madeira da verga e eu lhes disse que era peroba. João perguntou o seguinte, “se a cabaça do berimbau fosse maior, isso aumentava a sonoridade?” Respondi que a sonoridade seria alterada. João perguntou se foi eu que fiz o berimbau. Respondi que ganhei o berimbau de um grupo de capoeira que frequentei.

Depois, conversamos sobre o violão de Fernando e observamos que o corpo do violão dele era menor que o corpo do violão de João. Em seguida, relembrei o conceito de “corrido” na capoeira angola, João perguntou o seguinte: “a capoeira é originária de onde?”. Essa pergunta provocou uma conversa sobre a história da capoeira e sobre o funcionamento da capoeira na atualidade.

Falamos sobre o Jogo de capoeira e fiz um rabo de arráia (movimento) para demonstrar como é um jogo. Ensinei o corrido “Paraná ê” e juntamos o canto com o berimbau. Nesse corrido, a parte que o coro canta é do começo da partitura até a segunda colcheia do compasso quatro, a parte do cantador é a partir da terceira semicolcheia do compasso quatro até o final e é também nessa parte que é feito o improviso na poesia. Partitura do corrido:

Figura 4: Aprendi esse corrido em eventos de capoeira angola. Essa partitura é uma transcrição de minha execução musical.

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Nós cantamos o corrido um bom tempo e na ocasião, eu estava sendo o cantador e o tocador do berimbau. Em seguida, entreguei o berimbau para Fernando, expliquei para ele a postura para segurar o instrumento e falei sobre a técnica pra tocar as três notas musicais. Fernando perguntou o seguinte: “se tocar com a baqueta em outro parte do arame, o som mudará?”. Respondi que só mudará o timbre.

Fernando ficou tocando o instrumento por um tempo e depois, foi a vez de João iniciar o estudo do berimbau. Após eu passar as informações de postura e de técnica, ele ficou tocando por um tempo. Fernando perguntou “quais são os instrumentos que são usados numa roda de capoeira angola” e então eu informei quais são. Os alunos gravaram um vídeo de sua performance. Expliquei como era feito o toque “angola” no berimbau. Em seguida, cantamos novamente o corrido, só que agora cada aluno teve a sua vez para ser o cantador. Ensinei a letra do improviso antes de começarmos a cantar. Os alunos tiveram dificuldade para cantar a letra no ritmo correto, por isso precisamos ensaiar algumas vezes. Fizemos uma pausa para beber água. Agora fui afinar os violões. Na sequência, fizemos uma atividade de improvisação musical que foi a seguinte: toquei um acompanhamento usando os acordes de G, F#m, Em e D. Daí os alunos improvisaram utilizando a escala maior de ré.

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4. CONCLUSÃO

Letra da canção “prelúdio” de Raul Seixas:

Sonho que se sonha só

É só um sonho que se sonha só

Mas sonho que se sonha junto é realidade

Sonhei em criar uma camerata de violões e esse sonho está se tornando realidade. Os(as) alunos(as) são iniciantes e por isso ainda vai demorar para construirmos um repertório. Mesmo nesse estágio inicial, o grupo já participou de algumas vivências musicais e já foram também passados os conhecimentos básicos para iniciar a prática de violão em conjunto.

Considero que os resultados colhidos até aqui foram bastante positivos, pois a turma já conseguiu ampliar o seu conhecimento musical teórico e prático e através do estudo da primeira peça, o grupo caminha para poder exercer uma cultura musical em conjunto e além disso, os(as) alunos(as) estão desenvolvendo a sua capacidade de criação musical e de trabalhar em grupo. Esses foram os resultados que identifiquei até o fim do mês de julho de 2021. Um resultado futuro que planejo ter é uma apresentação do grupo e espero que isso possa se realizar.

Irei responder a questão que apresentei na introdução. A questão foi: como é que se ensina música para adolescentes de uma forma lúdica?. Percebi que para ensinar música de forma divertida é preciso fazer com que o(a) aluno(a) experimente o conteúdo musical. Irei exemplificar uma situação que mostra esse experimento: vamos pensar que o conteúdo que você vai ensinar seja a escala maior de ré. Uma maneira então para experimentar esse conteúdo seria utilizar um instrumento musical para fazer um improviso com essa escala.

Caro leitor, quero que você saiba que este texto foi um registro de minha leitura das minhas memórias sobre a realidade a qual me deparei durante os encontros. Se essa monografia tivesse sido escrita por um(a) dos(as) alunos(as) da turma, ela teria sido bem diferente. Iriam existir semelhanças, mas iriam surgir coisas novas. Dito isto, penso: cada pessoa lê e interpreta a realidade de formas distintas e as vezes iguais.

Na roda de conversa de uma das aulas, dois alunos e uma aluna disseram que o projeto estava ajudando a cada um ter menos vergonha e a ser mais expressivo. Um outro aluno disse que o grupo estava criando um vínculo parecido com uma família.

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REFERÊNCIAS

BENNETT, Roy. Elementos básicos da música. Tradução de Maria Teresa de Resende Costa. Rio de janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990.

CARVALHO, Livramento. As contribuições do grupo doce melodia através do ensino coletivo de instrumento musical: o caso dos estudantes do ensino fundamental da EEIF Constância de Sousa Muniz. Fortaleza, 2018. 84 f. Mestrado profissional em artes. Universidade Federal do Ceará.

CAIRO, Nogueira de Barros. Interações nas relações de ensino e aprendizagem da bateria em grupo. Salvador, 2015. 85 f. Mestrado em música. Universidade Federal da Bahia.

FERNANDES, J. N. Relato de experiência em educação musical: questões básicas. ouvirOUver, v. 11, n. 1, p. 100-122, 31 dez. 2015.

LARRAÍN, Rafael Severin. Capoeira angola: música e dança. Salvador, 2005. 177 folhas. Mestrado em música - etnomusicología. Universidade Federal da Bahia.

MASCARENHAS, Mário. Minha doce flauta doce. 3ª edição. São Paulo, Rio de Janeiro: Irmãos vitale, 1977.

MED, Bohumil. Teoria da música. 4ª edição. Brasília, DF: Musimed, 1996.

PRASS, Luciana. Saberes musicais em uma bateria de escola de samba: uma etnografia entre os "Bambas da Orgia". Porto Alegre, 1998. 211 f. Mestrado em música. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

SCHAFER, R. Murray. O ouvido pensante. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1991.

SOUSA, Martins de. ARAÚJO, Soares de. Orquestra de Violões: um caminho para a prática em grupo e o ensino coletivo de violão. In: ENCONTRO REGIONAL NORDESTE DA ABEM, XIII, 2016, Teresina. Diversidade humana, responsabilidade social e currículos: interações na educação musical. Teresina: Associação Brasileira de Educação Musical, 2016. 1-10.

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APÊNDICE B PLANO DE AULA Nº 01 IDENTIFICAÇÃO

 Tema:Participação numa experiência musical em conjunto.  Duração: 2 horas.

 Escola: Escola Municipal José Inácio de Carvalho.  Turma:Camerata de violões.

 Turno:Matutino.

Professor: Lucas Rafael Xavier Martins. 1. OBJETIVOS

 Atuar em uma performance musical.

 Compreender os conceitos que irão ser apresentados.  Ficar animado devido as atividades.

2. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Desejo que os(as) alunos(as) entendam o conceito de melodia e sejam capazes de cantar em conjunto.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Primeiramente devo organizar o espaço: posicionar as cadeiras formando um círculo. Depois devo montar o berimbau. Depois devo cumprimentar a turma e explicar que iremos participar de uma experiência musical. Devemos fazer alguns exercícios de aquecimento, devo usar 15 minutos da aula, são os seguintes:

 Espreguiçar e mastigar durante dois minutos.

 Mover a cabeça para baixo e depois para cima. Mover a cabeça para a esquerda e depois para a direita. Fazer isso cinco vezes.

 Girar a cabeça, num círculo completo, lentamente, descontraindo ao máximo o pescoço, cinco vezes para cada lado.

 Erguer os ombros e baixá-los. Fazer isso cinco vezes.

 Girar a cabeça emitindo a letra I, cinco vezes para cada lado.

 Respirar (Puxar o ar pelo nariz e soltar pela boca) e depois cantar a letra S e Z. Fazer isso cinco vezes.

 Girar a cabeça emitindo a letra A, cinco vezes para cada lado.  Vibração de língua durante dois minutos.

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 Agora devo fazer um exercício vocal, devo usar a sílaba “ma” para cantar os graus 1,3,5 e 8 da escala maior nas doze tonalidades.

Devo agora perguntar o que é melodia, devo escutar as respostas e em seguida tocar uma peça na flauta. Depois devo tocar na flauta a melodia do corrido “Canarinho da Alemanha”.

Após eu tocar a melodia devo explicar o que é melodia e ensinar o corrido para os(as) alunos(as), após os(as) alunos(as) aprenderem devo juntar o canto coral com o berimbau. Após isso devo fazer seções para cada aluno(a) poder ser o cantador, devo ensinar a letra para o(a) aluno(a) cantar.

Agora devemos usar palmas para fazer o seguinte ritmo:

PLANO DE AULA Nº 02 IDENTIFICAÇÃO

 Tema:Participação numa experiência musical em conjunto.  Duração: 2 horas.

 Escola: Escola Municipal José Inácio de Carvalho.  Turma:Camerata de violões.

 Turno:Vespertino.

 Professor: Lucas Rafael Xavier Martins. 1. OBJETIVOS

 Atuar em uma performance musical.

 Compreender os conceitos que irão ser apresentados.  Ficar animado devido as atividades.

2. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Desejo que os(as) alunos(as) entendam os conceitos de melodia, de harmonia, de corrido e que sejam capazes de cantar em conjunto.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Nesse encontro devo lembrar de solicitar que os(as) alunos(as) tragam uma garrafa de água, papel, caneta e que evitem de ficar muito perto um do outro.

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Primeiramente devo colocar as cadeiras desnecessárias em outra sala e posicionar as cadeiras formando um círculo. Depois devo cumprimentar a turma e explicar que iremos participar de uma experiência musical. Devemos fazer alguns exercícios vocais, são os seguintes:

1. Usar a sílaba “ma” para cantar os graus 1,3,5 e 8 da escala maior nas doze tonalidades. 2. Dividir a turma em duas, o primeiro grupo deve cantar o grau 1 e o segundo deve cantar o grau 5, esses graus são da escala maior. Fazer o exercício de forma melódica e depois de forma harmônica.

3. Dividir a turma em duas, o primeiro grupo deve cantar o grau 1 e o segundo deve cantar o grau 3, esses graus são da escala maior. Fazer o exercício de forma melódica e depois de forma harmônica.

4. Agora devo escrever no quadro uma anotação que represente todos os sons da escala pentatônica, devo representar os sons com desenhos de objetos, os(as) alunos(as) é que vão definir quais serão os objetos. Em seguida devemos construir uma melodia com essa notação, cada aluno(a) deve ir para perto do quadro para criar uma melodia, ele(a) vai precisar apontar qual é o som que ele(a) quer que a turma cante. Nesse exercício devo usar o violão para tocar as notas da escala, o violão deve está conectado na caixa de som.

Devo agora perguntar o que é melodia e harmonia, devo escutar as respostas e em seguida tocar a peça “greensleeves”. Depois devo tocar na flauta a melodia do corrido “Canarinho da Alemanha”.

Após eu tocar a melodia devo explicar o que é melodia, depois devo tocar alguns acordes no violão e explicar o que é harmonia, depois devo explicar a diferença entre instrumento melódico para instrumento harmônico e explicar o que é um corrido de capoeira angola. Ensinar o corrido “canarinho da Alemanha”, após os(as) alunos(as) aprenderem devo montar o berimbau e juntar o canto coral com o berimbau. Após isso devo fazer seções para cada aluno(a) poder ser o cantador, devo ensinar a letra para o(a) aluno(a) cantar. Nesse corrido o coro e o cantador cantam a partitura completa, o improviso poético do cantador é feito a partir do quinto compasso.

Ensinar o corrido “Paraná ê”, após os(as) alunos(as) aprenderem devo juntar o canto coral com o berimbau. Após isso devo fazer seções para cada aluno(a) poder ser o cantador, devo ensinar a letra para o(a) aluno(a) cantar. Nesse segundo corrido a parte que o coro canta é do começo da partitura até a segunda colcheia do compasso quatro, a parte do cantador é a

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partir da terceira semicolcheia do compasso quatro até o final e é também nessa parte que é feito o improviso na poesia.

Encerrar o encontro com uma roda de conversa. 4. RECURSOS DIDÁTICOS

Flauta doce, berimbau, violão, caneta de quadro, caixa de som.

PLANO DE AULA Nº 03 IDENTIFICAÇÃO

 Tema:Prática de violão em conjunto.  Duração: 2 horas.

 Escola: Escola Municipal José Inácio de Carvalho.  Turma:Camerata de violões.

 Turno:Vespertino.

 Professor: Lucas Rafael Xavier Martins. 1. OBJETIVOS

Desenvolver a forma de expressão musical do(a) aluno(a). 2. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Desejo que a turma entenda os conceitos de altura, de nota musical, de afinação e de acorde, e que também sejam capazes de tocar em conjunto.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Inicialmente devo apresentar o conceito de altura, de nota musical e explicar como afina o violão, devo escrever as definições no quadro e a turma deve copiar. Devo ensinar o conceito de acorde e ensinar dois acordes de forma teórica, que vão ser o ré maior e o sol maior, devo escrever a tablatura no quadro e a turma deve copiar. Depois devo formar grupos de duas pessoas e fazer um treino para o(a) aluno(a) afinar o violão com o aplicativo, em seguida cada grupo deverá fazer seções de improvisação, um(a) dos(as) alunos(as) deverá tocar os acordes e o(a) outro(a) deverá improvisar utilizando a escala maior de ré, devo distribuir os(as) alunos(as) no auditório.

4. RECURSOS DIDÁTICOS Violão, quadro.

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PLANO DE AULA Nº 04 IDENTIFICAÇÃO

 Tema:Prática de violão em conjunto.  Duração: 2 horas.

 Escola: Escola Municipal José Inácio de Carvalho.  Turma:Camerata de violões.

 Turno:matutino.

Professor: Lucas Rafael Xavier Martins. 1. OBJETIVOS

Fazer música em conjunto. 2. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Desejo que os(as) alunos(as) iniciem o estudo de uma peça musical e entendam sobre como lixa as unhas da mão direita.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Tirar algumas fotos da turma. Deixar o gravador de áudio ligado. Inicialmente devo Falar sobre unhas e depois devo reproduzir na caixa de som a peça que a turma começará a estudar. Após isso devo escrever a tablatura da peça, devo esperar a turma copiar. Em seguida devo formar duplas para estudar a parte A.

4. RECURSOS DIDÁTICOS

Violão, quadro, caixa de som.

PLANO DE AULA Nº 5 IDENTIFICAÇÃO

 Tema:Prática musical em conjunto.  Duração: 2 horas.

 Escola: Escola Municipal José Inácio de Carvalho.  Turma:Camerata de violões.

 Turno:Matutino.

 Professor: Lucas Rafael Xavier Martins. 1. OBJETIVOS

 Atuar em uma performance musical.  Praticar violão.

2. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Ensinar o corrido “Paraná ê”, após os(as) alunos(as) aprenderem devo juntar o canto coral com o berimbau. Após isso devo fazer seções para cada aluno(a) poder ser o cantador ou cantadora, devo ensinar a letra para o(a) aluno(a) cantar. Nesse corrido a parte que o coro canta é do começo da partitura até a segunda colcheia do compasso quatro, a parte do cantador é a partir da terceira semicolcheia do compasso quatro até o final e é também nessa parte que é feito o improviso na poesia.

Agora devo passar os exercícios de alongamento das mãos. Depois devo formar uma seção de improvisação musical, cada aluno(a) deve ter a sua vez para improvisar. Em seguida a turma deve estudar a peça. Encerrar a aula com uma roda de conversa.

4. RECURSOS DIDÁTICOS Berimbau, violão.

Referências

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