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CONCEITOS E PRÁTICAS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

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Academic year: 2021

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CONCEITOS E PRÁTICAS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

LOUGON, Marcela Silva¹, BRANDOLIM, Bruna Figueiredo²,

OLIVEIRA, Brunela de Souza², FIM, Claudiane Vieira²,

¹ Mestre em Ciências Florestais, UFES, Professora supervisora do Pibid na E.E.E.F.M "Francisco Coelho Ávila Júnior" ² Acadêmica bolsista/PIBID do Curso de Ciências Biológicas – Licenciatura, Centro Universitário São Camilo Espírito Santo

RESUMO

Atualmente nos deparamos com um mundo em constante degradação pelo abuso de recursos naturais decorrente do consumismo humano e suas ambições. Para enfrentar essa crise é necessário uma mudança de valores e atitudes, alcançando diversos âmbitos da sociedade. A educação por sua vez se torna uma ferramenta fundamental para essa mudança, sendo irradiadora de conscientização e abrindo portas para o futuro de muitos jovens, tornando capaz a mobilização de comunidades em torno da escola. Com a educação ambiental essa mudança pode ser alcançada, sendo aplicada nas escolas de forma lúdica, por meio de atividades como reciclagem. Reciclando além de ajudar o meio ambiente, a criatividade é despertada, tornando o que era velho em novo, estando ao alcance de todos, onde cada um pode fazer a sua parte para ajudar o meio ambiente. Diante disso, acadêmicos do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) do Centro Universitário São Camilo-ES, promoveram uma oficina de reciclagem na E.E.E.F.M “Professor Francisco Coelho Ávila Júnior” seguido de uma blitz de conscientização ao alcance de toda comunidade escolar, com o objetivo de transformar os resíduos gerados durante sua reforma como latas de tinta e verniz em lixeiras personalizadas e confeccionadas pelos próprios alunos, visando suprir uma necessidade antiga da escola, a ausência de lixeiras, além de trabalhar conscientização, sensibilização, mudanças e resgate de valores em torno da educação ambiental voltado para a reciclagem, uma prática que torna possível trabalhar em equipe, exercitando a compreensão pelas diferenças de cada um, resultando em uma cooperação assídua para o auxilio da problemática ambiental.

Palavras-chave: Reciclagem, Educação Ambiental, Conscientização INTRODUÇÃO

Atualmente tem se falado muito sobre o futuro do planeta e de novas propostas para reverter essa degradação permanente do meio ambiente. Consequentemente há uma grande urgência de transformação para superar esta degradação gerada pelo consumo abusivo de recursos naturais pela humanidade.

Para enfrentar essa crise a Educação Ambiental radicaliza com mudanças de valores, atitudes, sentimentos e comportamentos, com o foco voltado diretamente para o futuro do planeta, sendo aplicada de diversas formas, mas com uma única finalidade, construir valores e atitudes sociais voltados para a conservação da natureza.

O papel da educação é fundamental frente aos desafios desta problemática, sendo uma grande porta irradiadora de conscientização, de forma a sensibilizar com processos continuados que possibilitem o respeito à diversidade biológica, cultural, étnica.

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A educação ambiental é um processo de educação política que possibilita a aquisição de conhecimentos e habilidades, bem como a formação de atitudes que se transformam necessariamente em práticas de cidadania que garantam uma sociedade sustentável. (PELICIONI E PHILIPPI JR., 2002).

Desta forma, devem-se ampliar os olhares sobre a educação ambiental, transmitir valores sobre o meio ambiente, no meio ambiente e para o meio ambiente, permitindo uma visão mais crítica sobre toda historia da natureza em torno da sociedade.

No trabalho de conscientização é preciso estar claro que conscientizar não é simplesmente transmitir valores “verdes” do educador para o educando; essa é a lógica da educação “tradicional”, é, na verdade, possibilitar ao educando questionar criticamente os valores estabelecidos pela sociedade, assim como os valores do próprio educador que está trabalhando em sua conscientização. (GUIMARÃES, 2013, p. 31). Baseado nesse pressuposto, acadêmicos do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) do Centro Universitário São Camilo desenvolveram um trabalho voltado para a Educação Ambiental, por meio da reciclagem com os alunos da EEEFM Francisco Coelho Ávila Junior do município de Cachoeiro do Itapemirim (ES), elaborando lixeiras recicladas e personalizadas, sendo utilizado como matéria prima principal resíduos decorrente da reforma da escola, como latas de tinta e verniz. Vale ressaltar que o trabalho foi realizado visando uma necessidade antiga da escola, as salas de aulas vinham sofrendo com a ausência de lixeiras. Como objetivo destaca- se o resgate de valores como cooperação, responsabilidade e respeito, além da conscientização e sensibilização pela problemática ambiental, formando cidadãos renovados, enfatizando a importância da cooperação voltando suas práticas cotidianas para a preservação da natureza, conscientizando o âmbito escolar e posteriormente toda comunidade.

A promoção da educação ambiental, por meio da resolução de problemas locais, carrega um valor altamente positivo, pois foge da tendência desmobilizadora da percepção de problemas globais, distante da realidade local, e parte do princípio de que é indispensável que o cidadão participe da organização e gestão de seu ambiente e objetivo de vida cotidiana. (LAYRARGUES, 1999).

Consequentemente, além da mudança de valores, aquisição de conhecimentos e habilidades, ocorrerá uma mudança de comportamento por meio da participação na

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3 prática de prevenção e solução, acarretando varias mudanças na escola, na comunidade e assim sussesivamente.

A árvore da educação ambiental deve dar flores e frutos de cidadania ativa, ideal já insculpido na Constituição Federal do Brasil. Educar- se para a realidade trepidamente do dia-a-dia. Sob o ângulo da consciência ecológica, a educação ambiental precisa traduzir- se em ações. A mobilização da comunidade não é apenas uma das formas de educação ambiental, mas aparece como manisfestação dessa cidadania ativa. (Coimbra 2002, p 406).

MATERIAL E MÉTODOS

A reciclagem propicia múltiplos benefícios, contribuindo com o aumento da vida útil dos aterros sanitários, evitando a poluição da natureza, diminuindo a exploração de recursos naturais, gerando emprego para a população como reciclagem artesanal, além de criar oportunidades de mobilização e participação comunitária.

A reciclagem é considerada a solução mais adequada, por razões ecológicas e também econômicas: diminui os acúmulos de detritos na natureza, e a reutilização dos materiais poupa, em certa medida, os recursos naturais não renováveis. (SCARLATO E PONTIN, 1992, p. 57) .

Nessa perspectiva, a oficina de reciclagem foi colocada em prática, tendo início em junho na semana do meio ambiente e término em agosto.

Com a ajuda dos funcionários da obra da escola, foram separadas algumas latas de tinta e verniz que se encontrava em melhor estado, sendo em seguida higienizadas e lixadas (figura1), além das latas os materiais necessários foram tinta guache, luvas, pincéis, cola quente e pedaços de EVA.

Os alunos interessados em participar da oficina foram organizados para dividir as tarefas como, pintar, desenhar, colar e fazer o acabamento, com horários específicos para não interromper a rotina escolar.

Os voluntários para desenhar, com lápis comum ilustraram paisagens naturais de formas diversificadas em folhas de EVA (figura 2). Posteriormente, os voluntários com habilidades para pintura, deram o acabamento para cada desenho (figura 3), utilizando tinta guache de diversas cores (figura 4). Concluído os desenhos, cada lata foi encapada pelas folhas de EVA já ilustradas, e cuidadosamente colada com cola quente.

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A oficina durou aproximadamente dois meses, e contou com alunos que se organizaram por turnos para a execução do trabalho. Ao final, cada sala da escola recebeu uma nova lixeira (figura 5), totalizando cerca de vinte lixeiras personalizadas.

Após a Oficina de Reciclagem foi elaborado pelos acadêmicos do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) do Centro Universitário São Camilo-ES, uma blitz de conscientização para a preservação da escola envolvendo toda comunidade escolar mostrando as vantagens de se viver em um ambiente limpo e organizado.

Assim, com uma palestra de apresentação ministrada em cada turma iniciou-se a blitz, explicando todo o procedimento e abordando temas essências como: Leis sobre depredação de patrimônios públicos, Estatuto da Criança e do Adolescente, a importância e benefícios de se viver em ambientes limpos e dicas para a preservação da escola e qualquer outro ambiente.

Após a palestra de apresentação, elegeu- se um capitão para cada turma, recebendo um crachá e uma pasta com o seu nome onde os relatórios semanais são redigidos relatando o comportamento em geral e de cada aluno individualmente, avaliando o estado da sala de aula ao termino das aulas.

Semanalmente os relatórios são apresentados em reuniões com a comissão da blitz para avaliação individual e coletiva da turma. É obrigação de cada aluno manter a sala limpa e organizada, cabe ao capitão somente orientações para o cumprimento desta regra.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a Oficina de reciclagem e a Blitz, os resultados foram aparecendo gradativamente, inicialmente salas e pátios ficaram visivelmente mais limpos, paredes mais conservadas e carteiras mais organizadas no final de cada turno.

Posteriormente notou-se uma mudança comportamental nos alunos, além do empenho em preservar o meio onde estudam. Resgatou-se valores perdidos ou nunca conquistados como, amizade e comprometimento, o respeito por sua vez ultrapassou a problemática ambiental, alcançando a relação interpessoal dos alunos, gerando um ambiente mais agradável e tornando o trabalho em equipe mais maduro.

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5 A questão da reciclagem dos resíduos sólidos, no contexto escolar, exige antes de tudo, o comprometimento de toda a sociedade. Não se trata de assunto isolado, mas que permeia todo o modo de vida de uma população, já que os problemas ambientais não só preocupam, mas atingem a todos, sem distinção.

Nessa direção, a educação representa a possibilidade de motivar e sensibilizar as pessoas para uma vida mais sustentável, que estimulem uma reflexão sobre a diversidade e a construção de sentidos em torno das relações indivíduos-natureza. A escola corresponde ao melhor ambiente para implementar a consciência de que o futuro da humanidade depende da relação estabelecida entre a natureza e o uso pelo homem dos recursos naturais disponíveis. Para isso, é necessário que, mais do que informações e conceitos, a escola se proponha a trabalhar com atitudes, com formação de valores, habilidades e procedimentos. E esse é um grande desafio para a educação. Comportamentos “ambientalmente corretos” serão aprendidos na prática do dia-a-dia na escola: gestos de solidariedade, hábitos de higiene dos diversos ambientes. (MEC, 2000).

Trabalhar com a reciclagem no contexto escolar é uma forma simples, podendo contribuir no processo de conscientização e sensibilização de estudantes de todos os níveis. Reciclando não estamos apenas reduzindo a quantidade de lixo, mas também inovando reutilizando e transformando produtos que seriam descartados no ambiente. Como pólos irradiadores de conscientização, as escolas devem caminhar lado a lado com os professores e alunos, aplicando práticas sustentáveis, que não despertem apenas a consciência de cuidar do meio ambiente, mas sim, sensibilizar e cativar os alunos, para que aprendam a zelar do meio em que vivemos, com valores e atitudes.

Esse processo de sensibilização transcende o ambiente escolar, atingindo bairros ao redor da escola e também comunidades mais afastadas, o exercício na participação em diferentes instâncias faz com que o aluno contextualize melhor tudo o que foi aprendido, internalizando em si essa nova mentalidade, repassando de forma indireta para as pessoas do seu convívio.

A educação ambiental deve ser um processo permanente em que os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente, adquirindo conhecimentos, valores e habilidades a fim de se tornarem aptos a agir individualmente e coletivamente na resolução dos problemas ambientais presentes e futuros. Para tanto, será necessário que a escola proporcione um ambiente escolar saudável e coerente com aquilo que

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pretende que seus alunos aprendam, a fim de que possa, de fato, contribuir para a formação de cidadãos conscientes de suas responsabilidades com o meio ambiente. (MEC, 2000).

Portanto, a educação é um caminho fundamental que conduz a população ao imprescindível grau de sensibilização para preservar o meio ambiente. A reciclagem se torna uma ferramenta essencial para a conscientização e conhecimento de habilidades que ajudam na resolução parcial da problemática em questão, que estão ao alcance de todos.

REFERÊNCIAS

COIMBRA, J.A.A. O outro lado do meio ambiente; uma incursão humanista na

questão ambiental. Campinas: Millenniun; 2002.

LAYRARGUES, P.P. A resolução de problemas ambientais locais deve ser um tema-gerador ou atividade fim da educação ambiental. In: REIGOTA M. (Org). Verde

cotidiano: o meio ambiente em discussão. Rio de Janeiro: DPEA; 1999. 131 p.

MEC. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:

meio ambiente: saúde. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.

PELICION,I M.C.F; PHILIPPI, Jr. A. Meio ambiente, direito e cidadania: uma interação necessária. In: PHILIPPI JR. A, ALVES AC, ROMERO MA E BRUNA GC, editores.

Meio ambiente, direito e cidadania. São Paulo: Signus; 2002. 347 p.

SCARLATO, F. C.; PONTIN, J. A. Do nicho ao lixo: ambiente, sociedade e educação. São Paulo: Atual, 1992.

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Figura1. Alunos higienizando as lixeiras

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Figura 2. (a) Alunos desenhando nas folhas de EVA, (b) Desenho já pronto

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Referências

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