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A QUALIDADE DAS ÁGUAS NATURAIS PORTUGUESAS (MINERAIS E DE NASCENTE)

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Academic year: 2021

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LABORATÓRIO NACIONAL DE ENERGIA E GEOLOGIA, I. P.

A QUALIDADE DAS ÁGUAS 

NATURAIS PORTUGUESAS

(MINERAIS E DE NASCENTE) M. R. Machado Leite LNEG – Laboratório Nacional de Energia e Geologia Unidade de Ciência e Tecnologia Mineral – Laboratório S. Mamede de Infesta (PORTO) ENCONTRO INTERNACIONAL DE TERMALISMO E  TURISMO TERMAL III FÓRUM IBÉRICO DE AGUAS  ENGARRAFADAS E TERMALISMO

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HOMENAGEM À MEMÓRIA

Senhora Drª Maria José do Canto

Insigne investigadora do quimismo das  Águas Naturais, Minerais e de Nascente,  PortuguesasSeguidora da Escola de Análise Química de  Charles LePierre e João de AlmeidaCria em S. Mamede de Infesta (Porto) um  Laboratório de Águas onde trabalha com  grande proximidade às empresas1998/99 estuda cerca de 45 ocorrências de  Águas Naturais na ilha de S. MiguelLaboratório de Referência para os  Materiais Geológicos – projecto que  imaginou e que o LNEG está empenhado  em desenvolver e dar continuidade 

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LABORATÓRIO NACIONAL DE ENERGIA E GEOLOGIA, I. P.

ÁGUA – Recurso natural (mineral) muito 

bem sucedido 

Sem ÁGUA:

‐ não existiria VIDA na Terra, consoante a conhecemos

Mas também:

‐ não existiria tão grande diversidade de ROCHAS e MINERAIS

A ÁGUA, sendo o mais vulgar dos líquidos, não é um líquido de 

propriedades vulgares ...

... por exemplo, é o maior dissolvente, quer em número de substâncias capaz  de incorporar, quer nas quantidades que pode conter em dissolução ... grande extensão do domínio líquido – 00/1000C PN ... tensão superficial elevada

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Estrutura Molecular – chave do 

comportamento da ÁGUA

Vista de fora – tem a forma de uma esfera, com os dois 

átomos de Hidrogénio como que embutidos 

no de Oxigénio, com as linhas que unem os 

seus centros seguindo um ângulo de 105º

A atracção mútua entre DIPOLOS é

a causa da elevada força COESIVA

... e das outras suas propriedades 

notáveis

Por “dentro” ...

H

H

O

DIPOLO

‐ excesso de carga  +  do lado dos H

‐ lado oposto carregado  ‐

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LABORATÓRIO NACIONAL DE ENERGIA E GEOLOGIA, I. P. IÕES com:

O grau de SOLVATAÇÃO cresce com a carga Z e decresce com o raio r do ião. Z/r – POTENCIAL IÓNICO Z/r – baixo tendem a ficar em solução Fe2+ H2O H2O Fe2+, H 2O Z/r – elevados formam complexos (solúveis) S6+ O 2-O 2-O 2-O 2-SO4 2-Z/r – intermédio formam hidróxidos insolúveis Fe3+ OH -OH -OH -Fe (OH)3 Os iões (catiões      e aniões      ) em solução atraem as moléculas da  ÁGUA, ligando‐se aos extremos do DIPOLO de carga contrária.

+

O número de moléculas de ÁGUA que se podem arrumar em torno de  cada ião, chama‐se SOLVATAÇÃO e depende: ‐ da dimensão do ião ‐ da carga do ião

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Água Natural – Recurso Mineral de circulação 

profunda no interior da crusta

O aumento da Temperatura e da Pressão, em profundidade, ampliam algumas  propriedades da Molécula da Água, nomeadamente o poder dissolvente. Quando as águas da chuvas se infiltram no subsolo e efectuam longos  trajectos no interior de fracturas dos maciços rochosos, ‐ empreendendo reacções “lentas” de interacção água‐rocha, ‐ em contacto com rochas instaladas em profundidade,

‐ ainda “quentes” e com restos de “fluídos” originais,  ‐ adquirem propriedades particulares:

‐ Composição química típica – função da natureza das rochas ‐ Estabilidade – houve “tempo” para o equilíbrio

... são águas genuínas e impolutas

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LABORATÓRIO NACIONAL DE ENERGIA E GEOLOGIA, I. P.

História e Natureza da Geologia de Portugal

(continental)

Razão primeira da QUALIDADE INTRÍNSECA das Águas Naturais Nacionais

380‐280 Ma – choque de placas  fecha um oceano primitivo e forma  a Cadeia de Montanhas Varisca 220 Ma – início do “aplanamento” Cadeia de Montanha Crusta Continental Crusta OceânicaAbertura do Atlântico (220 Ma),  início do aplanamento dos maciços,  forte erosão e sedimentação Extensos afloramentos de rochas  “duras” Uma “abertura rápida” promoveu,  inclusive, a erosão dos mantos  sedimentares (ficaram apenas “restos” dessas plataformas) Corte erosivo

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UNIDADES LITOSFÉRICAS

Unidades Geo

Unidades Geo‐‐EstruturaisEstruturais

‐ Galiza Trás‐os‐Montes – metassedimentos e  rochas básicas e ultra‐básicas ‐ Centro Ibérica – granitos, xistos e quartzitos ‐ Ossa Morena – granodioritos, xistos, grauvaques ‐ Sul Portuguesa – vulcanitos, grauvaques ‐ Orlas Ocidental e Meridional – calcários,  argilas, grés e areias ‐ Bacia Tejo e Sado – areias recentes Sistemas de Fractura

Sistemas de Fracturaççãoão

‐ Vilariça

‐ Chaves – Régua ‐ ...

‐ Vigo – Amarante ‐ Régua ‐ Sulco Carbonífero

‐ Porto – Tomar ‐ Badajoz ‐ Beja ‐ Azebuches

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LABORATÓRIO NACIONAL DE ENERGIA E GEOLOGIA, I. P.

ÁGUAS NATURAIS 

... localização geológica Localização dominante em rochas “duras”: ‐ Granitos e Sienitos ‐ Xistos e metassedimentos antigos ‐ Quartzitos ‐ Sobre grandes sistemas de fracturas (alguns profundos) Mais raramente em: ‐ Calcários ‐ Grés

CARACTERÍSTICAS DOS AQUÍFEROS:

Dominantemente do tipo “fissurado”ProfundosTempos de Residência longosPequena capacidade (comparativamente aos aquíferos  “porosos”) Aquíferos genuínos e preservados Nunca em formações sedimentares recentes

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QUALIDADE TOTAL das ÁGUAS MINERAIS ...

ENGARRAFADAS:

pH 6‐7;  Si ‐10‐20mg/L; HCO < 50mg/L – Granitos (Gasocarbóncas: MinTotal > 2000mg/L)

pH >7; Si – 15‐25mg/L; HCO ‐ 100‐400mg/L – Grés (Triássico) e rochas alcalinas 

pH 5‐6 – típico dos Quartzitos

Li – associado a pegmatitos; Sr‐Ba – endógeno ou associado a proximidade do mar

Ca, P 1200g Constituintes do esqueleto e  dentes Mg 30g Fixação do Ca e actua no  equilíbrio nervoso K 2g/L sangue Tecidos e funcionamento dos  músculos Na NaCl líquido extra celular Fe2+ Constituinte primordial da  hemoglobina F Inibidor da cárie dentária e  consolidação óssea Sílica Formação óssea e de cartilagens.  Cicatrizante do tecido cutâneo S reduzido Aparelhos Respiratório e Músculo‐ TERMAIS:Sais minerais e oligo‐elementos desencadeiam reacções naturais que  favorecem o funcionamento do organismo humano

1 ‐ Recurso Endógeno – marca genética  fundamental

São únicas e inimitáveis em laboratório ...

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LABORATÓRIO NACIONAL DE ENERGIA E GEOLOGIA, I. P.

QUALIDADE TOTAL das ÁGUAS MINERAIS ...

2 – Origem num mesmo aquífero, com circulação profunda e 

longos tempos de interacção água‐rocha

Impolutas e bacteriologicamente sãsComposição química específica e bem definida (razões entre  constituintes, típicas e constantes)Conteúdos em determinados sais e componente vestigiária própriasVariabilidades naturais reduzidas 0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 HCO 3/To t.ani ões Na/T ot.C atiõ es Alc al/A lc te rro sos SiO 2/H CO 3 F/C a Rb/C s Vidago Pedras 461 540 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 Be B Al Cr Mn Ge Rb Sr Y Zr Cs Ba Gasocarbónicas 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 HCO 3/To t.ani ões Cl/H CO 3 Na/T ot.C atiõ es Alca l/Alc terr osos SiO 2/M iner .tota l Luso Vitalis 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 Li Be B Al MnCo Ni Cu Zn As Rb Sr Y Cs Ba Tl U Hipossalinas ‐ quartzitos 73,9 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 pH F/Cl Alca l/Alc terros os Sre d/S oxi Si to tal/M iner .tota l Rb/C s S.Vicente Torre 972 974 0 50 100 150 200 250 300 Be B Mn Ga Ge Rb Sr Cs W Sulfúrea – alta sulfuração 21,3 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 pH F/Cl Alca l/Alc terr osos Sred /Sox i Si t otal /Min er.tota l Rb/C s Cró Nisa 627 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 Be B Al Mn Cu Zn Ga Ge As Rb Sr Cs W U Sulfúrea – baixa sulfuração

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3 – Programas Oficiais de ControloLicenciamento – demonstrar a circulação profunda,  definindo os padrões  hidroquímico e de variabilidadeControlo Sistemático – controlar a exploração do aquífero, prevenir misturas  com outras águas e detectar tendências de deriva do padrãoÁrea de Protecção – garantir a integralidade de recurso (continuidade  geológica do aquífero) e evitar contaminações

QUALIDADE TOTAL das ÁGUAS MINERAIS ...

4 – Controlo da ExploraçãoControlo Sistemático – ferramenta de controlo da exploração: Composição maioritária – despista misturas com outras águasComposição vestigiária – detecta  precocemente degenerescências  (vg.,  devido a sobre‐exploração) e contaminaçõesComunicação permanente com o LABORATÓRIO de análisesLABORATÓRIO  DE FÁBRICA – “cultura para a qualidade”

Elevação da Qualidade Média dos Recursos Explorados

Sustentabilidade da actividade económica

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LABORATÓRIO NACIONAL DE ENERGIA E GEOLOGIA, I. P. O usufruto pelo HOMEM segue 2 vias: • ÁGUA TERMAL – para fins de saúde e de bem‐estar • ÁGUA ENGARRAFADA ‐ para beber

Termalismo

Prese rvaçã o das Carac teríst icas O rigina is Compatibilidade com os materiais Armazenamento Distribuição

Engarrafamento

Ace lera ção do s Fenóm en os d e En velhec im ento Processos físicos para remoção de espécies indesejáveis Conformidade do Produto

Aquífero

Captação

Quimismo Padrão Químico Tipificação Evolução  Qu ím ica

TECNOLOGIA ... exploração em regime “transiente”

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Ocorrência dos principais

Tipos Hidroquímicos

Portugal possui um excelente  património  hidrológico: • Os aquíferos continuam protegidos • Os padrões de qualidade são elevados e as  águas cumprem legislação comunitária • A diversidade química é uma vantagem  comparativa muito importante ‐ Hipossalinas ‐ Gasocarbónicas ‐ Sulfúreas ‐ Sulfatadas e/ou Cloretadas e/ou  Bicarbonatadas

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LABORATÓRIO NACIONAL DE ENERGIA E GEOLOGIA, I. P.

AGUAS NATURAIS...património e riqueza de que o País 

pode continuar a desfrutar

Para BEBER, todas as Águas Engarrafadas são boas ...Estudos realizados sob a égide da APIAM o demonstramAconselha‐se a mudar de tipo de águas, oscilando entre as marcas que nos agradamPreocupações com o “tipo de copo”, a temperatura e o “cardápio”, tardam a entrar  na “etiqueta” dos nossos restaurantes Para a SAÚDE e BEM ESTAR ...TERMAS são, confirmadamente, benéficas para a SaúdeOportunidade para o Laser e o Turismo EcológicosClubes de Saúde são já uma realidadeBons investimentos de Empresas e CMs e os projectos QREN da iniciativa da ATP  têm mostrado que as Termas têm um papel a desempenhar na Economia e na  aproximação do litoral ao interior D. João V a elas dedicou preocupação pública – construção de inúmeros  fontenários e chafarizes; Aquilégio Medicinal, primeiro inventário  verdadeiramente nacional

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ENCONTRO INTERNACIONAL DE TERMALISMO E  TURISMO TERMAL III FÓRUM IBÉRICO DE AGUAS  ENGARRAFADAS E TERMALISMO AÇORES – PONTA DELGADA NOVEMBRO ‐ 2009

Referências

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