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ANESTESIA POR INFUSÃO CONTÍNUA E DOSES FRACIONADAS DE PROPOFOL EM GATOS PRÉ-TRATADOS COM ACEPROMAZINA

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Academic year: 2021

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ANESTESIA POR INFUSÃO CONTÍNUA E DOSES FRACIONADAS DE PROPOFOL EM GATOS PRÉ-TRATADOS COM

ACEPROMAZINA

(ANESTHESIA BY CONTINUOUS INFUSION AND INTERMITTENT INJECTION OF PROPOFOL IN CATS PREMEDICATED WITH

ACEPROMAZINE)

A. P. SOUZA

1

, L. G. POMPERMAYER

2

, F. ANTUNES

3

, I. C. ARAÚJO

4

, R. M. N. SILVA

5

RESUMO

O propofol é considerado um anestésico intravenoso seguro, de metabolismo rápido e ação curta, o que o torna um agente adequado para administração por infusão contínua. No gato, as vantagens e/ou desvantagens desse tipo de administração não estão definidas, sendo o objetivo deste trabalho comparar a técnica da anestesia por doses fracionadas com a infusão contínua do propofol, durante 60 minutos. Foram utilizados 10 gatos, machos e fêmeas, pesando 3,5 + 0,8 kg, cada um participando de três grupos experimentais (G1, G2 e G3) com intervalos de 15 dias entre os tratamentos. Todos os animais foram pré-tratados com acepromazina na dose de 0,2 mg/kg por via IM e após 15 minutos receberam propofol na dose de 6,0 mg/kg, por via IV, para a indução anestésica. A manutenção da anestesia com propofol foi feita no G1, por doses fracionadas de 3,0 mg/kg, sempre que necessário, e em G2 e G3, por infusão contínua de 0,3 e 0,4 mg/kg/min, respectivamen- te. Em todos os grupos o propofol promoveu redução significativa da temperatura corporal, das freqüências cardíaca e respiratória e da pressão arterial. Tanto a infusão contínua de 0,4 mg/kg/min, como o uso de doses repetidas de 3 mg/kg revelaram-se formas adequadas para a manutenção da anestesia, mas a infusão contínua propiciou anestesia mais estável.

PALAVRAS-CHAVE: Propofol. Infusão contínua. Anestesia. Acepromazina. Gatos.

SUMMARY

Propofol is considered a safe intravenous anesthetic agent, with rapid metabolism and short duration of action, what makes it an appropriate agent to be administered by continuous infusion. In cats, the advantages and/or disadvantages of this route kind of administration have not been determined. The objective of this study was to compare anesthesia by continuous infusion and by intermittent injection during a 60 minutes period in this species. Ten cats were used, male or female, weighing 3.5 + 0.8 kg ,each one taking part in three experimental groups (G1, G2 and G3), with a 15 days interval between each group. All animals were premedicated with intramuscularlly with 0.2 mg/kg of acepromazine. Fifteen minutes after the premedication, the induction of anesthesia was performed with intravenously administration of 6.0 mg/kg of propofol. In G1, anesthesia was maintained with intermittent injections of propofol (3.0 mg/kg), as needed. In G2 and G3, anesthesia was maintained with continuous infusion of propofol at a rate of 0.3 and 0.4 mg/kg/minute, respectively. In all groups, propofol caused significant decrease in body temperature, heart rate, respiratory rate and blood pressure values.

Both the continuous infusion of 0.4 mg/kg and the use of repeated doses of 3.0 mg/kg have demonstrated to be appropriate

1 Universidade Federal do Tocantins 2 Universidade Federal de Viçosa 3 Universidade Federal de Viçosa 4 Universidade Federal de Viçosa

5 Universidade Federal de Campina Grande

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ways for anesthesia maintenance, but the continuous infusion promoted a more stable anesthesia.

KEY-WORDS: Propofol. Continuous infusion. Anesthesia. Acepromazine. Cats.

INTRODUÇÃO

Dentre as várias técnicas anestésicas existentes pode-se considerar que a geral intravenosa ainda é a mais empregada, principalmente por apresentar um menor cus- to em relação à inalatória no que se refere à implantação e manutenção dos equipamentos necessários. Para esse fim, os fármacos de duração ultracurta são os mais utilizados, administrados de forma intermitente ou por infusão contí- nua em anestesia prolongadas. Empregam-se, para tanto, fármacos barbitúricos ou não, e dentre eles, o propofol.

Este anestésico em particular vem se destacando, há mui- to, em Medicina e sua utilização tem-se estendido à Medi- cina Veterinária, sendo utilizado tanto na clínica como ex- perimentalmente.

O objetivo da administração de qualquer técnica de infusão anestésica é alcançar uma concentração do fármaco no sangue que resultará no plano anestésico de- sejado (HALL & CHAMBERS, 1987). Conclui-se, portan- to, que existe a necessidade de determinar a dose necessá- ria para que se consiga tal efeito. O conceito de taxa de infusão mínima para drogas intravenosas foi introduzido por Sear & Prys-Roberts em 1979 para se determinar a dose efetiva (DE50) de um agente anestésico intravenoso que previna os movimentos em resposta à incisão cirúrgica (HALL & CHAMBERS, 1987).

A acepromazina, fármaco membro do grupo das fenotiazinas, atua como potencializador farmacológico dos anestésicos gerais, reduzindo-lhes assim a dose total (SHORT, 1987). Age no sistema nervoso central, deprimin- do tálamo, hipotálamo e formação reticular, produzindo tranqüilidade e diminuição da atividade motora, além de possuir propriedade antiemética, anti-histamínica e antiespasmódica (HALL, 1985). Porém, o efeito adverso mais importante dos derivados fenotiazínicos é o bloqueio alfa-adrenérgico, causador de hipotensão dose-dependen- te (SHORT, 1987; NUNES et al., 1995).

O propofol é um agente hipnótico e anestésico de uso intravenoso (IV), de ação ultracurta, metabolizado rapidamente e de distribuição extensa para os tecidos (GLEN, 1980). Quando comparado ao tiopental, o propofol pode determinar maior diminuição da pressão arterial sistêmica com pequeno aumento da freqüência cardíaca (SHORT & BUFALARI, 1999), sem o desenvolvimento de arritmias cardíacas (QUANDT et al., 1998). Em função de ter uma taxa de “clearance” metabólico muito rápida, é ade- quado para administração em infusão contínua, uma vez

que, utilizado desta forma, tende a produzir anestesia mais suave com menores flutuações dos sinais vitais se compa- rado à administração intermitente (HALL & CHAMBERS, 1987).

Para a espécie felina, MORGAN & LEGGE (1989) recomendaram uma dose média de 8,03 mg/kg para indução, que pode ser reduzida para 5,97 mg/kg quando o animal é pré-medicado com acepromazina. A medicação pré- anestésica com acepromazina (WEAVER &

RAPTOPOULOS, 1990; GEEL, 1991) ou butorfanol (SOU- ZA et al., 2002) não resultou em potencialização da anestesia com propofol. A manutenção da anestesia pela técnica de infusão contínua pode ser feita utilizando-se doses que variam de 100 a 300 μg/kg/min (MUIR &

SWANSON, 1994).

Segundo WEAVER & RAPTOPOULOS (1990) e ANDRESS et al. (1995), não ocorrem alterações importan- tes nas freqüências cardíaca e respiratória, nem observa- se apnéia e vômitos com o uso do propofol em gatos, verificando-se, porém, a ocorrência de dor à injeção intravenosa. A incidência de efeitos adversos pós-anesté- sicos, como vômitos ou ânsia, espirros ou movimentos repetidos dos membros anteriores, ocorre em aproximada- mente 15% dos casos, mas podem ser amenizados com a utilização da acepromazina na MPA (HALL & CLARKE, 1991).

O tempo de recuperação não é afetado pela utili- zação de medicação pré-anestésica (MPA), mas sim pela dose total de propofol administrada, não se observando também excitação (MORGAN & LEGGE, 1989; SOUZA et al., 2002). Nesse contexto, outro aspecto importante a ser observado em gatos, segundo HALL & CLARKE (1991), é que esses animais apresentam uma baixa taxa de metabolização do propofol, quando comparados com ou- tras espécies, como ratos, coelhos e suínos, decorrente sua deficiência em conjugar fenóis. Tal dificuldade estaria relacionada a baixas concentrações de algumas enzimas glicuroniltransferases, o que acarretaria prolongamento da meia-vida do agente e conseqüente interferência no perío- do de recuperação.

Dessa forma, objetivou-se, com a realização des- te trabalho, estudar comparativamente a anestesia por in- fusão contínua e por doses fracionadas de propofol, usan- do o gato como modelo experimental. Propôs-se, ainda, avaliar a taxa de infusão contínua do agente anestésico mais adequada à espécie em questão.

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MATERIAL E MÉTODOS

Foram utilizados 10 gatos, adultos, machos e fê- meas, clinicamente saudáveis, provenientes do Biotério do Departamento de Veterinária da Universidade Federal de Viçosa – Minas Gerais. Cada animal participou de três grupos experimentais (G1, G2 e G3), com distribuição por delineamento inteiramente casualizado, porém a participa- ção de um mesmo animal nos diferentes grupos se deu com, no mínimo, 15 dias de intervalo.

Após restrição alimentar e hídrica de 12 horas e duas horas, respectivamente, os animais receberam como medicação pré-anestésica, 0,2 mg/kg de acepromazina (Acepran® 0,2%) por via intramuscular (IM). Após 15 mi- nutos, foram contidos em decúbito lateral direito e tiveram a veia cefálica canulada com um dispositivo intravenoso 23G. Ato contínuo, procedeu-se a indução à anestesia com propofol (Diprivan) na dose de 6,0 mg/kg por via intravenosa (IV), sendo imediatamente entubados e, em seguida, conectou-se o dispositivo intravenoso ao equi- po da bomba de infusão contínua (Bomba de infusão FARS 600), para administração de solução glicosada a 5%. Em todos os grupos, a anestesia foi mantida durante 60 minu- tos, mas no G1 a manutenção foi feita com propofol em doses fracionadas de 3,0 mg/kg, sempre que se fez a ne- cessária, ou seja, pela elevação das freqüências cardíaca e respiratória e diminuição do relaxamento muscular. Já no G2, os animais receberam propofol diluído em soro glicosado a 5%, por infusão contínua, na dose de 0,3 mg/

kg/min. Para o G3, utilizou-se metodologia similar ao G3, sendo utilizado propofol na dose de 0,4 mg/kg/min.

Foram avaliados os seguintes parâmetros fisioló- gicos: temperatura corporal (TC), por meio de termômetro clínico digital inserido no reto; freqüência respiratória (FR), pela contagem dos movimentos da parede torácica em um minuto; saturação de oxi-hemoglobina (SpO2), obtida por intermédio de oxímetro de pulso (Nellcor N-100 Pulse Oximeter), sendo o emissor/sensor colocado no terço mé- dio da cauda previamente depilada; freqüência cardíaca (FC), estimada por meio de leitura pletismográfica, registrada no oxímetro de pulso; pressões arteriais sistólica, diastólica e média (PAS, PAD e PAM, respectivamente), obtida por mensuração indireta, pelo método oscilométrico, com auxílio de monitor de pressão não-invasivo (Biomonitor 4), sendo o manguito colocado no membro pélvico esquerdo, imediatamente acima da articulação femoro-tibio-patelar.

As variáveis clínicas mensuradas foram:

analgesia, avaliada de acordo com a resposta apresentada a estímulos dolorosos causados por pinçamento de prega cutânea, em quatro locais diferentes (base da cauda, faces laterais do abdome, tórax e pescoço), utilizando-se pinça

hemostática de Kocher e aplicando-se pressão até alcan- çar o primeiro dente da cremalheira, sendo classificada em ausente (0), moderado (1) e intenso (2); miorrelaxamento, avaliado de acordo com o grau de relaxamento da muscu- latura abdominal e dos membros e classificado da mesma forma descrita para a analgesia; períodos de latência, hábil e de recuperação anestésica; e dose total de propofol ad- ministrada. Tais determinações foram feitas nos seguintes momentos: M1 – 15 minutos após a MPA; M2 – imediata- mente após a indução e entubação; M3, M4, M5 e M6 – de 15 em 15 minutos após M2.

O período de latência do propofol foi considera- do o tempo compreendido entre o fim da administração do anestésico e o momento em que desapareceu o tônus da musculatura massetérica e os movimentos de língua, pos- sibilitando a entubação. O período hábil foi considerado apenas no G1 e compreendeu o tempo entre o fim da admi- nistração da dose de indução e o momento em que foi detectada a necessidade de administração da primeira dose complementar. O período de recuperação foi considerado o tempo compreendido entre o término do período anesté- sico (M6) e o momento em que o animal adquiriu posição quadrupedal. A dose total administrada foi considerada a soma da dose de indução com todas as doses de propofol administradas durante o período experimental.

A análise estatística foi efetuada por meio de Análise de Perfil (p<0,05) (MORRISON, 1967; CURI, 1980), para interpretação dos possíveis efeitos que levariam à alteração nas médias de cada variável fisiológica estudada nos diversos momentos, incluindo os testes das hipóte- ses de: interação entre grupos e momentos, efeitos de gru- pos, efeito de grupo em cada momento e efeito de momen- to dentro de cada grupo. As demais variáveis, períodos de latência, hábil e de recuperação anestésica e dose total administrada, foram submetidas à Análise de Variância (ANOVA) seguidas pelo Teste de Tukey (p < 0,05).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A sedação observada com a administração IM de acepromazina na dose de 0,2 mg/kg, nos animais dos três grupos, facilitou sobremodo o manuseio deles em M1, permitindo a mensuração de todos os parâmetros.

A dose de propofol de 6,0 mg/kg para indução anestésica em gatos pré-tratados com acepromazina foi semelhante à citada por MORGAN & LEGGE (1989), não sendo evidenciada nenhuma diferença importante entre machos e fêmeas quanto à qualidade da indução. Após esta dose inicial, a entubação foi executada com facilidade em todos os animais, indicando ser 6,0 mg/kg uma dose adequada também quando se utiliza o fármaco apenas para

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indução anestésica e manutenção com agentes inalatórios.

A indução anestésica foi tranqüila e rápida, não sendo possível determinar com exatidão o período de latência que, segundo DUKE (1995), varia de 20 a 40 segundos, após a administração IV de propofol.

O período hábil de 5,9 + 1,45 minutos (Tabela 1), observado após a administração de 6,0 mg/kg no G1, de- monstra que, após aplicação única, o propofol é rapida- mente redistribuído. Este tempo está de acordo com a cita- ção de McKELVEY & HOLLINGSHEAD (1994), que reco- mendam para a manutenção anestésica em pequenos ani- mais a administração do propofol em intervalos de três a cinco minutos. No grupo em questão, o intervalo médio entre as readministrações foi de 7,91 minutos. Entretanto, esses resultados diferem daqueles encontrados por SOU- ZA et al. (2002) que obtiveram um período hábil de aproxi- madamente 12 minutos. Tal discrepância pode ser devida tanto à maior dose anestésica utilizada pelo autor (8,5 mg/

kg), como ao fato de, provavelmente, a fenotiazina usada neste experimento (acepromazina) potencializou menos a anestesia pelo propofol que a levomepromazina usada no citado estudo. Com relação à analgesia, pode-se observar

que, logo após a, indução com o propofol ela foi conside- rada intensa (M2). A partir desse momento, no G1 a analgesia foi mantida na mesma intensidade pelas readministrações de propofol, enquanto no G2 foi consi- derada moderada. No G3, o grau moderado foi atribuído aos momentos 3 e 4 e o grau intenso aos momentos 5 e 6 (Tabela 2). A analgesia promovida pelo propofol, da forma que foi avaliada, não permite inferir com segurança como seria o comportamento do animal submetido a uma cirur- gia, no entanto, oferece subsídios para supor que cirurgi- as consideradas pequenas possam ser executadas com as doses utilizadas no G1 e no G3. O fato de o grupo que recebeu 0,3 mg/kg/minuto não ter apresentado em nenhum momento entre M3 e M6 grau de analgesia intenso, permi- te considerar ainda, a dose de 0,4 mg/kg/minuto como mí- nima para a produção de analgesia cutânea.

Após a indução com propofol, o grau de miorrelaxamento não variou, sendo classificado como in- tenso durante todo o tempo e em todos os grupos (Tabela 2). O intenso miorrelaxamento observado em todos os ani- mais, incluindo aqueles do G2, onde a analgesia não teve classificação equivalente, foi uma característica marcante Tabela 1 – Valores médios e desvios padrão do período hábil da primeira dose de propofol, da dose de indução do propofol, período de recuperação e dose total de propofol administrado em gatos pré-medicados com acepromazina e anestesiados com propofol em doses fracionadas (G1) e por infusão contínua de 0,3 mg/kg/min (G2) e de 0,4 mg/

kg/min (G3).

Médias seguidas pela mesma letra na linha não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey (p<0,05)

G1 G2 G3

Período hábil (minutos) 5,9+1,45 - - Dose total de propofol (mg) 25,49a+5,35 24,0a+0,0 30,0a+0,0

Período de recuperação (min.) 106,7a+20,84 82,4a+21,24 107,7a+29,26

Tabela 2 – Medianas dos escores atribuídos ao grau de analgesia e miorrelaxamento em gatos pré-medicados com acepromazina e anestesiados com propofol em doses fracionadas (G1) e por infusão contínua de 0,3 mg/kg/min (G2) e 0,4 mg/kg/min (G3).

M2 M3 M4 M5 M6

Analgesia

G1 G2 G3

2 2 2

2 1 1

2 1 1

2 1 2

2 1 2

Miorrelaxamento G1 G2 G3

2 2 2

2 2 2

2 2 2

2 2 2

2 2 2 Graduação: 0 = ausente; 1 = moderado; 2 = intenso

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Tabela 3 – Valores médios e desvios padrão das variáveis fisiológicas de gatos pré-medicados com acepromazina e anestesiados com propofol em doses fracionadas (G1) e por infusão contínua de 0,3 mg/kg/min (G2) e 0,4 mg/kg/min (G3), em diferentes momentos.

M 1 M 2 M 3 M 4 M 5 M 6

T C (OC )

G 1 G 2 G 3

3 8,2a+ 0 ,4 1 3 8,47 a+ 0,39 3 8,42 a+ 0,42

3 7,85 a+ 0,54 3 7,91b + 0 ,4 5 3 7,95b + 0 ,8 1

3 6,97b + 0 ,7 1 3 7,09 c+ 0,61 3 7,18 c+ 0,97

3 6,31 c+ 0,79 3 6,45d + 0 ,6 7 3 6,58d + 1 ,0 3

3 5,74d + 0 ,9 3 3 5,86 e+ 0,68 3 6,08 e+ 1,12

3 5,29 e+ 0,98 3 5,25 f+ 0 ,77 3 5,66 f+ 1 ,15

FR (m ov./m in.)

G 1 G 2 G 3

3 9,8a+ 8 ,6 1 3 7,5a+ 8 ,6 6 3 5,8a+ 8 ,4 5

3 4,4a+ 5 ,1 5 2 9,4b + 4 ,81 3 1,8a+ 5 ,3 7

2 5,8b + 6 ,56 2 3,6c+ 3 ,8 6 2 4,4b + 5 ,56

2 1,8c+ 3 ,1 9 2 0,2c+ 5 ,6 9 2 0,2c+ 4 ,0 5

1 9,2c+ 4 ,4 4 1 9,2c+ 5 ,5 1 1 9,2c+ 5 ,2 7

2 0,4c+ 3 ,5 0 1 9,4c+ 6 ,1 8 1 7,8c+ 4 ,2 6

S p O2

(% )

G 1 G 2 G 3

9 5,2a+ 2 ,7 8 9 5,3a+ 3 ,3 3 9 4,9a+ 2 ,8 1

9 3,0a+ 4 ,7 6 9 2,9a+ 3 ,4 1 9 3,4a+ 6 ,1 7

9 2,0a+ 5 ,4 5 8 9,8b + 4 ,89 9 1,8a+ 6 ,5 8

9 1,6a+ 6 ,2 4 9 0,9c+ 5 ,2 1 9 2,0a+ 4 ,9 7

9 4,5a+ 6 ,3 6 9 0,9c+ 4 ,9 3 9 3,2a+ 1 ,9 3

9 3,1a+ 6 ,2 4 9 1,9c+ 5 ,5 7 9 3,2a+ 3 ,0 8

FC (b at./m in.)

G 1 G 2 G 3

2 32 ,7 a+ 22 ,54 2 41 ,5 a+ 22 ,54 2 37 ,2 a+ 19 ,7

1 96 ,5b + 9 ,3 6 1 98 ,4b + 1 8,7 1 96 ,9b + 2 0,3

1 70 ,9 c+ 10 ,83 1 63 ,5 c+ 14 ,51 1 66 ,5 c+ 21 ,8

1 58 ,4d + 1 5,33 1 50 ,2d + 1 2,77 1 54 ,1d + 1 6,65

1 47 ,5 e+ 13 ,65 1 43 ,4d + 1 1,76 1 47 ,5d + 1 7,26

1 41 ,6 e+ 12 ,74 1 39 ,4d + 1 3,08 1 42 ,4d + 1 8,7

P A S (m m H g)

G 1 G 2 G 3

1 25 ,8 a+ 14 ,27 1 23 ,8 a+ 12 ,17 1 18 ,1 a+ 15 ,88

1 01 ,6b + 1 7,56 1 02 ,0b + 1 0,65 1 01 ,1b + 9 ,2 3

1 01 ,7b + 1 0,87 9 7,0b + 14 ,8 1 9 6,0b + 17 ,0 6

1 02 ,4b + 1 5,83 1 01 ,9b + 1 8,44 1 02 ,6b + 1 3,7

1 06 ,1 c+ 22 ,44 9 8,0b + 19 ,9 4 9 6,1b + 23 ,7 8

9 8,4b + 12 ,3 7 9 9,5b +16 ,4 1 03 ,6b + 1 6,59

P A D (m m H g)

G 1 G 2 G 3

5 9,2a+ 2 1,38 6 6,2a+ 1 9,88 6 5,9a+ 2 9,94

4 3,5b + 11 ,4 9 4 7,8b + 14 ,9 3 4 6,1b + 11 ,4 9

3 5,6c+ 9 ,0 8 3 5,7c+ 1 0,59 3 6,6c+ 1 0,35

4 0,0b + 13 ,9 3 3 9,0c+ 1 6,25 3 9,9c+ 1 5,1

3 4,8c+ 1 3,05 3 5,0c+ 1 4,96 3 7,7c+ 1 6,54

3 9,3b + 11 ,5 9 3 7,9c+ 1 4,21 4 2,0b + 16 ,4 5

P A M (m m H g)

G 1 G 2 G 3

8 2,8a+ 1 1,37 8 8,3a+ 1 8,29 8 2,4a+ 2 5,26

6 5,8b + 14 ,5 6 5,8b + 13 ,6 7 6 9,5b + 10 ,3 2

6 0,6b + 13 ,7 8 6 0,2b + 13 ,4 6 2,0c+ 1 3,5

5 9,9b + 15 ,6 3 6 2,7b + 14 ,3 5 6 2,2c+ 1 2,84

6 2,3b + 17 ,2 2 6 0,1b + 17 ,9 6 6 0,3c+ 2 0,38

6 1,5b + 12 ,7 8 6 4,3b + 17 ,1 5 6 6,0b + 14 ,3 2 Para cada variável, médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente pela Análise de Perfil (p< 0,05).

As letras maiúsculas representam a igualdade entre os grupos e as minúsculas a igualdade entre os momentos dentro de cada grupo.

TC – temperatura corporal; FR – freqüência respiratória; SpO2 – saturação de ox-hemoglobina; FC – freqüência cardíaca; PAS, PAD e PAM – pressões arteriais sistólica, diastólica e média, respectivamente.

da anestesia pelo propofol nos gatos deste estudo, po- dendo, dessa forma, ser uma boa alternativa anestésica quando miorrelaxamento for requerido independentemen- te de uma analgesia intensa. Tal afirmação tem suporte na literatura quando de sua utilização em pequenos animais (McKELVEY & HOLLINGSHEAD, 1994).

A TC apresentou uma queda significativa, com início logo após a indução com propofol. A redução foi progressiva ao longo do período experimental, porém, a partir de M2 as médias estiveram abaixo dos valores con- siderados normais para a espécie (Tabela 3). Tal redução,

em ambos os grupos, é compatível com os relatos de FONDA (1991), uma vez que o propofol deprime os cen- tros medulares do SNC, incluindo o termorregulador (FANTONI et al., 1996). Provavelmente o uso da acepromazina na MPA tenha influenciado neste resultado, pois GLEED (1987) e FONDA (1991) afirmam que as fenotiazinas deprimem a termorregulação por causarem depleção das catecolaminas na região do centro termorregulador hipotalâmico. Outro fator responsável pela redução na TC pode ter sido o intenso miorrelaxamento promovido pelo propofol, tendo em vista que a atividade

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muscular é preponderante na produção de calor pelo orga- nismo (GUYTON, 1992).

A FR comportou-se da mesma forma nos três gru- pos, revelando igualdade de perfis. Observou-se redução imediatamente após a administração do propofol, com sig- nificado estatístico em M3, com estabilização nos demais momentos (Tabela 3). Tal redução demonstra um efeito depressor marcante do anestésico sobre a respiração (MAGELLA & CHEIBUB, 1990; ILKIW et al., 1992). Assim como outros fármacos anestésicos, o propofol também deprime o centro respiratório (FANTONI et al., 1996). Esse efeito, porém, revelou-se de magnitude moderada e, mes- mo com as readministrações ou infusão contínua do agen- te, tendeu à estabilidade a partir de 15 minutos do início da administração. A comparação entre grupos não revelou nenhuma diferença entre eles, significando que a forma de administração não interferiu com essa variável.

A redução dos valores de SpO2 são compatíveis com a depressão observada na FR. Embora sem significa- do estatístico na maioria dos momentos confrontados (Ta- bela 3), os valores estão sempre abaixo de 95%, que é o limite mínimo esperado (HASKINS, 1996). Tais valores são semelhantes aos observados por SOUZA et al., (2002) em gatos, e por PIROLO (1996), em cães, quando da utilização do propofol.

O comportamento idêntico da FC nos três grupos revela que não houve nenhuma influência da forma de administração do fármaco sobre esta variável. Porém, a queda significativa observada de M1 a M3 demonstra cla- ramente ser este um efeito cronotrópico negativo, devido à administração do propofol (WEAVER & RAPTOPOULOS, 1990; SOUZA et al., 2002), podendo ser corrente um efeito vagotônico central e/ou simpatolítico.

No tocante à pressão arterial (PA), pode-se ob- servar igualdade de perfis entre os grupos para a PAS, a PAD e a PAM, e que, após a administração do propofol (M2) houve redução significativa dos seus valores (Tabe- la 3), com estabilização ao longo do período experimental.

Para essa redução significativa da PA observada em todos os grupos, nos quais os picos foram de 28% no G1, 31%

no G2 e 26% no G3, pode ter contribuído, além da diminui- ção da FC, a depressão causada pelo propofol nos centros vasomotores localizados no tronco cerebral, determinan- do diminuição da resistência vascular periférica (DUKE, 1995; FANTONI et al., 1996), a diminuição na pré e pós- carga devida às propriedades inotrópicas negativas do agente anestésico (ILKIW et al., 1992) e o efeito direto dose dependente sobre a capacitância venosa e arterial (GOODCHILD & SERRAO, 1989).

Os dados referentes ao período de recuperação anestésica mostram ausência de significância estatística entre as médias do G1, G2 e G3 (Tabela 1). O comportamen-

to dos animais em todos os grupos foi semelhante durante este período, verificando-se em 100% deles movimento de protusão rostral da língua. Além deste, observaram-se mo- vimentos extensores dos membros torácicos em 30%, es- pirros em 23,33% e opistótono em 16,67% dos animais.

Adicionalmente, pôde-se verificar que os grupos 1 e 3 apre- sentaram um maior tempo de recuperação, apesar de não ter tido significado estatístico. Sendo assim, pode-se con- cordar com a literatura que cita que o propofol determina- ria um período de recuperação dependente da dose total administrada (SOUZA et al., 2002).

Após análise dos resultados obtidos com a metodologia empregada, pode-se concluir que o propofol na dose de 6 mg/kg por via IV promove indução à anestesia rápida e suave, permitindo a entubação sem abolir o refle- xo laringotraqueal, e que as duas formas de administração do anestésico foram adequadas para a manutenção anestésica, a infusão contínua promove um plano mais estável. Outrossim, pode-se concluir que a taxa de infusão mínima para a promoção de imobilidade e analgesia cutânea, em gatos pré-medicados com acepromazina, é de 0,4 mg/

kg/minuto e que o propofol revelou-se depressor da tem- peratura corporal e das funções respiratória e circulatória, nesta espécie.

ARTIGO RECEBIDO: Outubro/2002 APROVADO: Julho/2003

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