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CORRELAÇÃO ENTRE A CURVATURA LOMBAR, FLEXIBILIDADE LOMBAR, DOR LOMBAR E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM SURFISTAS DO LITORAL DO PARANÁ.

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CORRELAÇÃO ENTRE A CURVATURA LOMBAR, FLEXIBILIDADE LOMBAR, DOR LOMBAR E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM

SURFISTAS DO LITORAL DO PARANÁ.

Natacha Verônica Bazanella1 José Guilherme Zanella D'Almeida Garrett2 Ivens Arian Gomes da Silva3 Raciele Ivandra Guarda Korelo4

RESUMO

A dor lombar é comum em surfistas, sendo alterações posturais uma das causas deste sintoma. Objetivou-se neste estudo correlacionar a condição cinético funcional (ângulo lombar, flexibilidade lombar e nível de atividade física) com a presença de dor lombar.

Participaram 44 surfistas do litoral paranaense, de ambos os sexos, que responderam sobre a presença de dor lombar pelo Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares e sua quantificação pela Escala Visual Analógica. Para avaliação das condições cinético funcionais aplicou-se o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), o flexicurva para mensuração do ângulo lombar, o Teste de Schober para flexibilidade lombar, o Back Performance Scale para o desempenho físico de indivíduos com dor nas costas e questões referentes a prática do surf. Resultados evidenciaram que não houve correlação significativa entre a presença da dor lombar com as condições cinético funcionais avaliadas. Entretanto, houve correlação significativa para a presença de dor lombar com o domínio atividades domiciliares mensurado pelo IPAQ. Portanto, novas investigações são necessárias para a busca de medidas preventivas devido a elevada ocorrência de dor lombar em surfistas.

PALAVRAS-CHAVE: surf, dor lombar, coluna vertebral, atividade física, medicina esportiva.

1 Graduanda do curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Paraná - Setor Litoral. Email:

na.bazanella13@gmail.com. http://lattes.cnpq.br/9635346302621295. Universidade Federal do Paraná- Setor Litoral. Rua Jaguariaíva, n° 512, Caiobá, Matinhos, Paraná.

2 Graduando do curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Paraná - Setor Litoral. Email:

garrettfisio@gmail.com. http://lattes.cnpq.br/9659551325169857. Universidade Federal do Paraná- Setor Litoral. Rua Jaguariaíva, n° 512, Caiobá, Matinhos, Paraná.

3 Fisioterapeuta formado pela Universidade Federal do Paraná – Setor Litoral. Email:

ivenss_arian@hotmail.com. Universidade Federal do Paraná- Setor Litoral. Rua Jaguariaíva, n° 512, Caiobá, Matinhos, Paraná.

4 Professora do curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Paraná - Setor Litoral. Email:

raciele@ufpr.com.br. http://lattes.cnpq.br/8905350514683971. Universidade Federal do Paraná- Setor Litoral.

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INTRODUÇÃO

O surfe é considerado como “arte e destreza de deslizar sobre a arrebentação das ondas no mar” (BITTENCOURT et al., 2005, p.11.3). O esporte, considerado como de moderada a alta intensidade, possui características de demanda aeróbia para membros superiores e anaeróbia para membros inferiores. Ainda, enquadra-se na categoria de esporte com limitado contato físico, porém apresenta moderado risco de colisão devido à imprevisibilidade de manobras, contato com a prancha, fundo do mar e envolvimento com a onda (STEINMAN et al., 2000).

Assim, como em qualquer esporte de nível competitivo, devido ao treinamento excessivo e repetitivo, alguns aspectos da saúde podem ser comprometidos. Conforme publicações de lesões sobre o surf, dentre as lesões crônicas provocadas pelo esporte destacam-se: tensões nas costas (NATHANSON, HAYNES; GALANINS, 2002), dores nas costas (STEINMAN et al., 2000; HAMMER; LOUBERT, 2010) e aumento da curvatura lombar em 70% dos praticantes (PEIRÃO; TIRIONI; REIS, 2008) devido a biomecânica do gesto desportivo.

As alterações posturais no surf são resultantes de ações de cadeias musculares e, quando ocorrem, o organismo tende a se reorganizar em cadeias de compensação procurando uma resposta adaptativa a esta desarmonia. No surfe, durante a remada, o atleta fica flutuando sobre a prancha ocasionando uma hiperextensão da coluna. Assim, sugere-se que os malefícios envolvidos são a limitação da mobilidade articular, predisposição a lesões musculares, algias da coluna vertebral e desenvolvimento de processos degenerativos que levam a incapacidade funcional temporária ou permanente. (STEINMAN et al., 2000).

Portanto, o surf, mesmo sendo praticado como lazer, tem a tendência de provocar dores e/ou desconfortos lombares em seus praticantes com o decorrer do tempo. Desta forma, destaca-se a importância de estudos que busquem evidenciar as causas da ocorrência da dor lombar em praticantes desta modalidade esportiva.

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OBJETIVO

Objetivou-se neste estudo correlacionar algumas variáveis da condição cinético funcional dos surfistas (ângulo lombar, flexibilidade lombar e nível de atividade física) com a presença de dor lombar.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de corte transversal com surfistas do Litoral do Paraná, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Setor de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Paraná (CAAE 14853413.2.0000.0102). A amostra foi selecionada por conveniência e incluiu praticantes de surf há pelo menos 6 meses, sendo constituída por 44 indivíduos, de ambos os sexos, com idade média de 26,1±5,9 anos.

Foram excluídos indivíduos com alterações neurológicas e/ou vasculares periféricas, com histórico de cirurgias, hérnia de disco e/ou fraturas na coluna e surfistas que não concordaram em assinar o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE).

A coleta dos dados foi realizada por meio de um questionário semiestruturado adaptado, que contemplava questões referentes a categoria esportiva (profissional, amador ou recreacional), características da prática do surf (tempo que prática e frequência semanal) e variáveis antropométricas como idade, peso e altura.

Para o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) foi utilizada a equação IMC= peso (kg)/altura (m)², preconizada pela Organização Mundial da Saúde em 1995 (TAVARES;

ANJOS, 1999), a qual classifica os indivíduos em: eutrófico (18,5-24,9), baixo peso (< 18,5), sobrepreso (25-29,9) e obeso (>30) .

Para a mensuração do nível de atividade física foi utilizado o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), versão longa, onde são relatadas as atividades realizadas na semana que precedeu a avaliação, sendo questões referentes às atividades no trabalho, em casa, transporte e lazer (MATSUDO et al., 2001; PARDINI et al., 2005). Para a categorização dos indivíduos, segundo os níveis de atividade física, utilizou-se uma adaptação da classificação proposta por Silva e colaboradores (2007, p. 40) em: “1) Muito ativo:

indivíduo que refere cumprir as recomendações de prática de atividade física de: a) atividade vigorosa: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão ou; b) atividade vigorosa: ≥ 3 dias/sem e ≥

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20 minutos por sessão + moderada e/ou caminhada: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão;

2) Ativo: indivíduo que refere cumprir as recomendações de: a) atividade vigorosa: ≥ 3 dias/sem e ≥ 20 minutos por sessão ou; b) atividade moderada ou caminhada: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão ou; c) qualquer atividade somada: ≥ 5 dias/sem e ≥ 150 minutos/sem (caminhada + moderada + vigorosa); 3) Insuficientemente ativo: indivíduo que realiza atividade física, porém, de forma insuficiente para ser classificado como ativo, pois não cumpre as recomendações quanto à frequência ou duração, sendo a soma dos diferentes tipos de atividades (caminhada + moderada + vigorosa) menor que 150 minutos; 4) Sedentário:

indivíduo que não realiza nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a semana”.

Para identificar a presença da dor lombar, questionou-se sobre a ocorrência de pelo menos um episódio nas últimas 4 semanas e para pontuar sua intensidade foram utilizados a Escala Visual Analógica (EVA). Para identificar a presença de dor lombar nos últimos 12 meses utilizou-se as questões referentes a dor lombar do Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (PINHEIRO, TRÓCCOLI E CARVALHO, 2002). Para a medida da angulatura lombar foi utilizado o método flexicurva conforme validado por Oliveira et al.

(2012), por um único avaliador em três repetições, sendo considerado um método que apresenta forte correlação com o procedimento padrão-ouro realizado por radiografia.

A fim de verificar a flexibilidade lombar dos indivíduos utilizou-se o Teste de Schober conforme descrito por Briganó e Macedo (2005). E para verificar o desempenho físico em indivíduos com dor nas costas, utilizou-se o Back Performance Scale –BPS que consiste na realização de 5 testes (Sock Test, Pick-up Test, Roll-up Test, Fingertip-to-Floor Test e Lift Test) conforme descrito por Strand et al. (2002).

A análise estatística procedeu-se com a utilização do Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) software, versão 21.0. Em sua totalidade, os dados foram submetidos ao teste de Kolmogorof-Smirnof para testar a normalidade de distribuição. As variáveis nominais e/ou ordinais foram descritas em frequência e percentual, já as variáveis numéricas foram descritas em média e desvio padrão. Para verificar a periodicidade da dor na região lombar e sua associação com o surf, utilizou-se o teste Qui-quadrado de Pearson. Para correlacionar a

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presença de dor com as demais variáveis do estudo, utilizou-se a correlação de Spearman para dados não paramétricos. O nível de significância foi fixado em p<.05.

RESULTADOS

Dos 44 participantes, 24 (54,5%) surfistas relataram a ocorrência de pelo menos um episódio de dor lombar nas últimas 4 semanas, com intensidade avaliada pela EVA variando entre 1 a 10.

Gráfico 1- Ocorrência de dor lombar nas últimas 4 semanas avaliada pela EVA.

Avaliando-se a periodicidade dos sintomas nas regiões anatômicas, com ênfase na lombar, por meio do Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares que considera a presença da dor nos últimos 12 meses, observou-se que 15 participantes responderam nunca ter apresentado dor nesta região, 13 raramente, 12 com frequência e apenas 4 sempre apresentam dor, sendo esta frequência de ocorrência não significativa (p=.095) conforme o teste Qui-quadrado. Entretanto, ao serem questionados se o sintoma estava relacionado a prática de surf (Tabela 1), pode-se afirmar que há associação entre as variáveis analisadas (p=.000).

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Tabela 1- Periodicidade dos sintomas segundo a região lombar e sua relação com a prática do surf avaliadas pelo Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares

Região Anatômica Total de indivíduos

Sintoma está

relacionado ao surf?

P-valor

44 (100%) Não Sim

Região lombar Não - 0 Raramente – 1 Com frequência – 2 Sempre-3

15 (34%) 13 (29,5%) 12 (27,3%) 4 (9,1%)

15 (34%) 7 (15,9%) 2 (4,5%) 0 (0%)

0 (0%) 6 (13,6%) 10 (22,7%) 4 (9,1%)

.000*

Ao avaliar a correlação entre a dor nas últimas 4 semanas (mensuradas pela EVA) e nos últimos 12 meses (mensurados pelo Questionário Nórdico) com as diversas variáveis da condição cinético funcional estudadas, pode-se observar que apenas o domínio tarefas domésticas apresentou correlação significativa para a dor lombar nas últimas 4 semanas (p=.046).

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Tabela 2- Correlação das condições cinético funcionais dos surfistas com a presença de dor lombar nas últimas 4 semanas (EVA) e com a presença de dor lombar nos últimos 12 meses (Questionário

Nórdico de Sintomas Osteomusculares) Condição cinético

funcional

Média ± DP ou frequência (%)

Correlação dor lombar nas últimas 4 semanas

Correlação dor lombar nos últimos 12 meses

Tempo de surf (anos) 10,3±9,1 .981 .342

Frequência semanal (vezes)

3,6±1,5 .347 .125

Duração diária (horas) 2,5±1,1 .584 .718

Total de prática (horas/anos de prática)

5619,7±8263,2 .651 .695

Categoria Recreacional Amador Profissional

25 (56,8%) 13 (29,5%) 6 (13,6%)

.62 .294

Federado 11 (25%) .496 .494

IMC (Kg/m²) 23,2±3,1 .602 .119

IPAQ (classificação) Inativo

Insuf. Ativo Ativo Muito ativo

0 (0%) 0 (0%) 17 (38,6%) 27 (61,3%)

.869 .941

IPAQ (domínios) Trabalho Transporte

Tarefas Domésticas Lazer

Total

310,8±695,3 250,2±273,6 233,1±172,0 618,5±392,7 1412,8±832,3

.952 .899 .046*

.115 .143

.739 .851 .872 .759 .624

Flexicurva lombar 19,8±10,1 .746 .84

Schober .479 .822

Back test total 0,45±0,9 .646 .376

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DISCUSSÃO

Após anos de prática de surf, devido aos movimentos repetitivos de compressão e rotação pode ocorrer a desidratação dos discos intervertebrais, que agrava mais ainda o seu envelhecimento, favorece o processo de algia, o desgaste da coluna vertebral e o aparecimento das hérnias de discos lombares e dorsais. E ainda a coluna cervical e dorsal podem ser lesionadas, causando desequilíbrio muscular, devido a posição de hiperextensão isométrica durante a remada (STEINMAN et al., 2000).

Devido as alterações mecânico posturais proporcionadas pelo gesto desportivo, procurou-se no presente estudo correlacionar a presença de dor lombar com alterações na curvatura da coluna lombar, flexibilidade lombar, flexibilidade do tronco, nível de atividade física e tempo de prática do surf. Neste estudo, mais da metade dos entrevistados (24 surfistas, ou seja, 54,5% do total) relataram dor lombar nas últimas 4 semanas, com intensidade variando entre 1 a 10 pela EVA; e 29 (65,9%) surfistas relataram a presença de dor lombar nos últimos 12 meses por meio do Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares, evidenciando a importância de estudos que busquem identificar as causas da dor lombar nesta população.

Com o objetivo de identificar a prevalência de lombalgia entre surfistas amadores no Rio de Janeiro, o estudo de Souza, Fonseca e Sá (2006) constatou uma maior prevalência de lombalgia entre os praticantes de surf amadores (grupo experimental) quanto comparado aos não praticantes de surf (grupo controle). Outro estudo com o mesmo objetivo realizado por Trindade (2006) encontrou resultado semelhante, onde 10 dos 14 surfistas avaliados apresentaram lombalgia. Nathanson, Hyanes e Galanins (2002) afirmam que surfistas mais velhos e mais experientes têm um maior risco relativo de lesão. Resultados encontrados nesse estudo, não confirmam os achados anteriores, pois não foi possível constatar correlação entre a presença de dor lombar com o tempo de prática do surf (anos) ou a categoria em que se enquadra o indivíduo (recreacional, amador ou profissional) na população estudada.

Em relação a influência do IMC na presença de dor lombar, Almeida et al. (2008) afirma em seu estudo que quanto maior o IMC maior a prevalência de dor lombar crônica e ainda explica que o sobrepeso pode provocar uma série de alterações corporais como desequilíbrio biomecânico que altera o eixo de gravidade aumentando o uso da musculatura antigravitacional, promovendo o

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aparecimento das dores lombares. Em nosso estudo não foi possível estabelecer esta correlação provavelmente devido ao não aparecimento de indivíduos considerados obesos.

Quanto a atividade física relacionada a presença de dor, Souza (2009, p. 149) conclui em seu estudo que “trabalhos recentes demonstram que atividades físicas sistemáticas com características predominantemente aeróbias de moderada intensidade, mantidas por mais de 10 minutos contínuos em indivíduos sadios, podem gerar uma ativação dos mecanismos endógenos que regulam a dor”. Zirbes, Holderbaum e Zago (2013), concluíram em seu estudo não haver associação estatisticamente significativa entre o nível de atividade física e a presença de queixas álgicas em uma população de estudantes, o que corrobora com este estudo, não havendo correlação entre a prática de atividade física com queixa de dores, exceto pela correlação positiva no domínio tarefas domésticas pelo IPAQ com a presença de dor nas últimas 4 semanas. Isto pode indicar que o aumento das atividades domésticas pode ser uma causa de dor lombar aguda nesta população, sugerindo-se novos estudos para este achado.

Dezan, Sarraf e Trodacki (2004) afirmam que possivelmente alterações posturais, principalmente o aumento da lordose lombar, pode ser causa direta de dores lombares, pois os resultados de seu estudo confirmam que atletas portadores de lombalgias crônicas apresentaram maior angulo da curvatura lombar em relação a indivíduos assintomáticos.

Entretanto, os achados deste estudo não corroboram com os resultados, pois o aumento do ângulo lombar avaliado através do método flexicurva, não demonstrou correlação com a presença de dor, independente do tempo de sua ocorrência.

Para apontar o perfil da mobilidade lombar dos indivíduos, o presente estudo utilizou o teste de Schober. O resultado encontrado no estudo de Briganó e Macedo (2005) que utilizou o mesmo teste, mostra diferença de 1,54cm de mobilidade entre indivíduos assintomáticos e com lombalgia, relatando ser significativa esta diferença quando comparada a indivíduos com ou sem dor na coluna lombar e ainda aponta relação entre a restrição de mobilidade lombar e ocorrência de dor lombar, o que difere dos achados deste estudo.

Strand, Nilssen e Ljunggren (2002) afirmam que indivíduos com dor nas costas podem sofrer perda da capacidade física e redução do desempenho global devido a mudanças fisiológicas em padrões motores e não apenas devido a deficiências medulares isoladas.

Devido a isso os testes do BPS são realizados em diversas posições corporais usando a

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gravidade para agir de maneira diferente sobre o corpo. Resultados do estudo destes autores afirmam que as pontuações totais do BPS foram maiores (pior) em pacientes com dor nas costas do que em pacientes com dor no pescoço, dor no ombro e dor generalizada. Houve limitação nas atividades do BPS realizadas com pacientes com dor nas costas, indicando que esta escala é uma medida específica para as pessoas com este sintoma. Neste estudo não houve correlação significativa entre os testes do BPS e a dor lombar.

CONCLUSÃO

Conclui-se que não há correlação estatisticamente significativa, nos surfistas do litoral paranaense, entre a presença da dor lombar nas últimas 4 semanas e/ou a presença da dor lombar nos últimos 12 meses, com as condições cinético funcionais avaliadas (tempo de prática do surf, índice de massa corporal, nível de atividade física, angulação lombar, flexibilidade lombar e desempenho físico). Entretanto, houve correlação significativa para a presença de dor lombar nas últimas 4 semanas com os maiores índices de prática de exercício no domínio atividades domiciliares mensurados pelo IPAQ.

Portanto, a presença ou não de alterações nas condições cinético funcionais avaliadas, podem ou não desenvolver a dor lombar em surfistas, indicando a necessidade de novas investigações na busca de medidas preventivas para a sua elevada ocorrência.

ABSTRACT

Low back pain is common in surfers, postural changes being one of the causes of this symptom. The objective of this study to correlate the kinetic functional condition (lumbar angle, lumbar flexibility and level of physical activity) in the presence of low back pain. 44 surfers took part in the coast of Paraná, of both sexes, who responded to the presence of low back pain by Nordic Musculoskeletal Questionnaire and its quantification by Visual Analogue Scale. To evaluate the functional kinetic conditions applied the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), the flexicurve for measuring lumbar angle, Schober test for lumbar flexibility, the Back Performance Scale for the physical performance of individuals with back pain and issues related to surfing. Results showed no significant correlation between the presence of low back pain assessed with functional kinetic conditions. However, a significant correlation for the presence of low back pain with home field activities measured by IPAQ.

Therefore, further investigations are needed to search for preventive measures due to high incidence of back pain in surfers.

KEYWORDS: surfing, back pain, spine, physical activity, sports medicine.

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RESUMEN

El dolor lumbar es común en las personas que practica surf, cambios posturales son una de las causas de este síntoma. El objetivo de este estudio para correlacionar la condición cinética funcional (ángulo lumbar, la flexibilidad lumbar y el nivel de actividad física) en la presencia de dolor de espalda baja. 44 surfistas participaron en la costa del Paraná, de ambos sexos, que respondieron a la presencia de dolor de espalda baja por Nordic Musculoskeletal Cuestionario y su cuantificación mediante la escala analógica visual.

Evaluar las condiciones cinéticas funcionales aplica el International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), el flexicurve para medir el ángulo lumbar, prueba de Schober de flexibilidad lumbar, la Escala de Desempeño Volver para el rendimiento físico de las personas con dolor de espalda y cuestiones relacionadas con el surf. Los resultados mostraron una correlación significativa entre la presencia de dolor de espalda baja evaluada con condiciones cinéticas funcionales. Sin embargo, una correlación significativa para la presencia de dolor de espalda baja con actividades de campo casa medidos por IPAQ. Por lo tanto, se necesitan más investigaciones para buscar medidas de prevención debido a la alta incidencia de dolor de espalda en los surfistas.

PALABRAS CLAVES: surf, dolor de espalda, de la columna vertebral, la actividad física, la medicina deportiva.

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Acesso em: 26 de junho de 2014.

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