• Nenhum resultado encontrado

EDUCAÇÃO EM SAÚDE: O USO DO LÚDICO EM ORIENTAÇÕES PERIOPERATÓRIAS 1

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "EDUCAÇÃO EM SAÚDE: O USO DO LÚDICO EM ORIENTAÇÕES PERIOPERATÓRIAS 1"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

1

EDUCAÇÃO EM SAÚDE: O USO DO LÚDICO EM ORIENTAÇÕES

PERIOPERATÓRIAS

1

SAUL, Alexsandra Micheline Real

2

;

FARÃO, Elaine Miguel Delvivo

3

; SOARES,

Rhéa Silvia de Ávila

4

; LIMA, Suzinara Beatriz Soares

5

; FREITAS, Natiellen

Quatrin

6

RESUMO

Estudo descritivo do tipo relato de experiência, que tem como objetivo relatar a experiência dos enfermeiros de uma unidade de clínica cirúrgica que realiza orientações perioperatórias de forma lúdica para os pacientes e seus familiares. A hospitalização leva a uma experiência negativa. O tratamento cirúrgico seja eletivo ou de emergência, é percebido como uma ameaça; provoca reações emocionais e representa desgaste. No período pré-operatório o paciente, juntamente com os familiares presentes, é levado à sala de Educação em Saúde da Unidade onde o enfermeiro realiza orientações aos pacientes sobre sua patologia, tratamento, reabilitação e experiência cirúrgica, seguindo um álbum seriado com figuras coloridas dos vários sistemas que compõe o corpo humano, bonecos portadores de tubos, sondas e drenos e um manual elaborado pelos enfermeiros da unidade, onde o paciente irá manusear os materiais, aprender a mobilizar e a lidar com os mesmos. Após as

1

Relato de Experiência 2

Enfermeira da Unidade de Clínica cirúrgica do Hospital Universitário de Santa Maria(HUSM), Coordenadora do Grupo de Estudos de Lesões de Pele (GELP) do HUSM. Mestranda pela UTN BAS (Universidad Tecnológica Nacional de Buenos Aires) Argentina. Membro do Grupo de Gestão em

Enfermagem e Saúde. E-mail: alexsandrarsaul@hotmail.com

3

Enfermeira do Programa de Residência Multiprofis sional Integrada em Sistema Público de Saúde, Ênfase em Gestão e Atenção Hospitalar da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Grupo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Saúde Coletiva (GEPESC) da UFSM.

4

Enfermeira da Unidade de Internação Cirúrgica do Hospital Universitário de Santa Maria, Especialista em Saúde Pública. Membro do Grupo de Lesões de Pele (GELP) do HUSM. Preceptora da Residência Multiprofissional Integrada em Sistema Público de Saúde, Ênfase em Gestão e Atenção Hospitalar da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Membro do Grupo de Pesquisa Gestão em Enfermagem e Saúde.

5

Professora Adjunta do Curso de Enfermagem, Docente do Programa de pós Graduação em Enfermagem, Líder do Grupo de Pesquisa Gestão em Enfermagem e Saúde, Vice-Diretora de

Enfermagem do Hospital Universitário, Universidade Federal de Santa Maria – RS.

6

Acadêmica do 7º Semestre de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria/UFSM - RS. Membro do Grupo de Pesquisa “Trabalho, Saúde, Educação e Enfermagem” da UFSM/Brasi l. Bolsista PROBIC/FAPERGS.

(2)

2

orientações são relatados pelos pacientes melhora da ansiedade, alívio de angústia, melhor compreensão da cirurgia a ser realizada, além de relatos de sensação de bem estar ao serem levados ao ambiente da Sala de Educação em Saúde. Constatamos no nosso cotidiano a grande necessidade que o paciente tem de atenção e diálogo, expressos e confirmados por suas verbalizações e indagações. Desta forma, sugere-se que práticas como essa sejam aplicadas em outras unidades onde o paciente seja atendido e amplie-se para a academia.

Palavras-chave: Enfermagem; Educação em saúde; Clínica cirúrgica.

ABSTRACT

Descriptive study of type experience report, which aims at reporting the experience of a surgical clinic unit that performs perioperative orientations of ludic manner for patients and their families. Hospitalization takes a negative experience. Surgical treatment, either elective or of emergency, is perceived as a threat provokes emotional reactions and represents wear. In the preoperative period the patient, along with family members present, the nurse is taken to the room of the Health Education of Unit where staff performs guidance to patients about their disease, treatment, rehabilitation and surgical experience, following a flip chart with color pictures of various systems that compose the human body, puppets carriers of tubes, probes and drains and a manual prepared nurses by the team of the unit where the patient will handle the materials, learn to mobilize and deal with them. After the guidelines are reported by patients improves of anxiety, relief of anguish, better understanding of the surgery to be performed, and reports of feeling of well-being to be brought to environment of the Health Education Room. We verified in our daily lives the great need that the patient's of attention and dialogue, expressed and confirmed by their verbalizations and questions. Thus it is suggested that such practices are applied in other units where the patient is attended and be extended for academy.

Keywords: Nursing, Health education, Clinical surgery.

(3)

3

A hospitalização por mais simples que seja o motivo, tende a levar a uma experiência negativa. O desconforto físico, moral, espiritual e o medo da morte podem gerar sofrimentos1. Os hospitais, na sua maioria, oferecem pouco ou nenhuma atividade de lazer aos seus pacientes. Desse modo, estes ficam horas e horas inertes ao leito, mergulhados na sua dor, em seus pensamentos e preocupações2.

O interesse pela temática deu-se pelos seguintes motivos: o significativo número de procedimentos cirúrgicos de alta complexidade realizados e o consequente número de dias que o paciente fica internado na Unidade de Clínica Cirúrgica aguardando o procedimento ou sua recuperação.

O tratamento cirúrgico seja eletivo ou de emergência, é percebido como uma ameaça provoca reações emocionais e representa desgaste. A ansiedade e as inquietações do paciente aumentam progressivamente na medida em que a cirurgia se aproxima. Todo procedimento cirúrgico é precedido de alguma reação emocional do paciente, evidente ou não3.

Um comportamento diferente do habitual é uma resposta antecipada a uma experiência que ameaça o papel habitual do cotidiano do paciente, sua integridade corporal, ou mesmo, sua própria vida4.

Os conceitos e dispositivos da Política Nacional de Humanização (PNH) visam à reorganização dos processos de trabalho em saúde, propondo centralmente transformações nas relações sociais que envolvem trabalhadores e gestores, assim como transformações nas maneiras de produzir e prestar serviços à população5.

Desta forma, faz-se necessária a educação em saúde para a apreensão das orientações, bem como para esclarecimento das dúvidas levantadas pelos pacientes e /ou familiares.

2. OBJETIVO

Este estudo tem como objetivo relatar a experiência dos enfermeiros de uma unidade de clínica cirúrgica que realizam orientações perioperatórias com uso do lúdico para pacientes e seus familiares.

(4)

4 3. METODOLOGIA

Este estudo relata a atividade de Educação em Saúde realizada pelos enfermeiros em uma unidade de Clínica Cirúrgica de um Hospital Universitário do Sul do Brasil.

No período pré-operatório os pacientes, juntamente com os familiares presentes, são convidados a ir a um espaço de Educação em Saúde da referida unidade, onde os enfermeiros, com uma escala pré-elaborada, mensalmente, com rodízio de profissionais por clínica, realizam orientações aos pacientes, sobre sua patologia, tratamento, reabilitação e experiência cirúrgica, seguindo um álbum seriado com figuras coloridas dos vários sistemas que compõe o corpo humano, bonecos portadores de tubos, sondas e drenos e um manual elaborado pela equipe da unidade, onde o paciente irá manusear os materiais, aprender a mobilizar e a lidar com os mesmos.

Durante as orientações procuramos primeiramente compreender o que o paciente já sabe acerca do procedimento cirúrgico, para que possamos a partir daí tomarmos frente as orientação sobre o que será realizado. Além disso, a equipe se preocupa em manter a autonomia do sujeito, esclarecendo quanto aos riscos- benefícios sem ferir seu direito de decidir sobre aceitar ou não o procedimento.

As orientações são realizadas com os objetivos a seguir: minimizar a ansiedade, dúvidas, medos e preocupações dos pacientes no perioperatório; contribuir para melhoria da autoestima dos pacientes; proporcionar melhoria da qualidade de vida; favorecer a adesão ao tratamento e contribuir para a interação equipe de saúde, pacientes e cuidadores.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Desde que criamos um espaço para orientações perioperatórias aos pacientes, notamos melhora na sua recuperação, antecipando sua alta hospitalar e melhoria na qualidade de vida. Neste ano, na unidade de clínica cirúrgica foram realizadas vinte e três orientações perioperátorias, sendo relatado pelos pacientes melhora na ansiedade, alívio de angústia, melhor compreensão da cirurgia realizada, além de relatos se senação de bem estar ao serem levados ao ambiente de Educação em Saúde.

(5)

5

São gratificantes os resultados desde a implantação das orientações na unidade, sendo que os pacientes no pós-operatório socializam as orientações recebidas com os pacientesque aguardam o procedimento.

Já ocorreram situações em que após receber as orientações pré-operatórias na unidade o paciente desistiu de realizar o procedimento, uma vez que a cirurgia geraria grande impacto em sua qualidade de vida, como perda da voz e utilização de traqueostomia definitiva, uso contínuo de bolsa de colostomia, urostomia. Da mesma forma que, em algumas situações o paciente não aceitava a cirurgia e depois da orientação decidiu optar pelo procedimento cirúrgico, pois o que o amedrontava era a falta de informação.

5. CONCLUSÃO

A humanização, tal como nos indica a Política Nacional de Humanização, efetiva-se nas práticas em saúde a partir delas, ou seja, das formas como agimos no cotidiano dos serviços.

As orientações fornecidas antes do procedimento cirúrgico contribuem para o empoderamento do paciente, sendo mantido seu direito a realizar ou não o procedimento.

Constatamos no nosso cotidiano a grande necessidade que o paciente tem de atenção e diálogo, expressos e confirmados por suas verbalizações e indagações.

Desta forma sugere-se que práticas como essa sejam aplicadas em outras unidades onde o paciente seja atendido e amplie-se para a academia.

REFERÊNCIAS

1 Mendes IAC, Trevisan MA, Hayashida M, Nogueira MS. Enfermagem, vínculos humanos e direitos do paciente. In: Mendes IAC, Campos E. Comunicação como meio de promover a saúde, 7º Simpósio de Comunicação em Enfermagem. Anais. FIERP, Ribeirão Preto, 2000; 215-18.

2 Jouvet RM. O sono. In: Volich RM. Clínica Psicanalítica, Psicossomática: de Hipócrates á psicanálise. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2000.

3 Santos ALGS, Backes VMS, Vasconcelos MA. A assistência humanizada ao cliente no centro cirúrgico: uma experiência apoiada na teoria humanística de Paterson & Zderad. São

(6)

6

Paulo. Rev. Nursing. 2002; 5(48):25-30.

4 Sheehan E. Ansiedade, Fobias e Síndrome do Pânico. São Paulo: Agora; 2000.

5 Santos FSB. Perspectivas da avaliação na Política Nacional de Humanização em Saúde (PNHS): aspectos conceituais e metodológicos. Ciênc. saúde coletiva. 2007; 12(4): 999-1010.

Referências

Documentos relacionados

Effects on body mass, visceral fat, blood glucose and hepatic steatosis were assessed in clinical use and by measuring the triglyceride, cholesterol and hepatic glycogen in

As resistências desses grupos se encontram não apenas na performatividade de seus corpos ao ocuparem as ruas e se manifestarem, mas na articulação micropolítica com outros

Conclusão: Faz-se necessário considerar as atividades educativas em consultas de pré-natal, conforme recomendo pelos atuais programas do Ministério da Saúde voltados a mulher no

A relação enfermeiro paciente é importante no período pré-operatório, pois o profissional tem aptidão técnica em relação a instrumentos e procedimentos a serem realizados,

• O tempo de recuperação não é igual para todos, e o retorno às suas atividades habituais deve ser orientado pela equipe.. • Não fique deitado durante todo o tempo: caminhe,

A CEF dispõe de um sistema de avaliação de risco de crédito (SIRIC), alimentado basicamente pelas informações desse balanço perguntado e a questão levantada pelos gerentes

Uma das ferramentas da qualidade que podem ser utilizadas no tratamento de possíveis problemas que venham a ocorrer dentro de uma empresa é a Metodologia de Análise e Solução de

Assim, pressupondo que os profissionais cujo trabalho tenham relação com a promoção da saúde, prevenção de doenças ou recuperação da saúde, devam conhecer o