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DAS ALEGAÇÕES DO RECORRENTE

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Academic year: 2021

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Ilma. Sra. Presidente da Comissão de Licitação do Banco do Brasil S/A.                                     

    RICHTER CARON ENGENHARIA LTDA. – ME, pessoa jurídica de direito privado,                inscrita n CNPJ sob o no. 81.077.067/0001­26, comparece respeitosamente perante V. Sa. por        seus procuradores legais abaixo firmados, nos autos do RDC PRESENCIAL 2014/4565(4905),           

para tempestivamente apresentar CONTRA­RAZÕES ao recurso interposto por MELLO                  ARQUITETURA LTDA., nos termos que seguem abaixo. 

  

DAS ALEGAÇÕES DO RECORRENTE 

  

1.    Em síntese, a Recorrente afirma que foi inabilitada para o certame por conta de não        cumprir com o item 3.1 do Anexo 2 do edital, que exige que: 

  

“O PROPONENTE deverá comprovar Patrimônio Líquido igual ou superior a 10%                      (dez por cento) do valor da sua proposta de preços apos a fase de lances por meio                                  da apresentação do balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último                    exercício social já exigíveis e apresentados na forma da legislação em vigor.”    

Como a proposta da Recorrente, após a fase de lances, foi de R$. 3.002.864,63        (três milhões, dois mil oitocentos e sessenta e quatro reais e sessenta e três centavos), o seu        patrimônio líquido deveria ser de R$.300.286,46 (trezentos mil, duzentos e oitenta e seis reais e        quarenta e seis centavos). Todavia, o balanço patrimonial do último exercício social dão conta que        o patrimônio líquido da Recorrente estava bem abaixo do mínimo exigido, em R$. 220.000,00        (duzentos e vinte mil reais). 

  

Assim, decidiu a Comissão por inabilitar a Recorrente. A Recorrente, inabilitada,        alega que a decisão da r. Comissão é incorreta, com base nos seguintes fundamentos: 

  

­ que aumentou seu capital social para R$.400.000,00 (quatrocentos mil reais) e como a        intenção do legislador é avaliar a boa situação financeira da empresa, isso seria o suficiente; 

­ que os outros índices apresentados pela empresa demonstram sua boa situação        financeira; 

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comissão poderia utilizar do valor de Patrimônio Líquido informado atualizado, conforme o art.31, I,        in fine e par. 3o. da Lei 8666/93; 

­ que não é razoável e nem respeita o princípio da economicidade tamanho formalismo.    

2.    Com base nestas alegações, pretende desconstituir a r. decisão da Comissão.        Todavia, como se verá abaixo, melhor sorte não lhe assistirá.     DA INTENÇÃO DO LEGISLADOR – DAS RAZÕES PARA EXIGÊNCIA DE PATRIMÔNIO  LÍQUIDO MÍNIMO e NÃO DO CAPITAL SOCIAL     3.  O artigo 31, I da Lei de Licitações dita:     “A documentação relativa à qualificação econômico­financeira limitar­se­á: 

I – balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já                        exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira                          da empresa,...” 

  

    Portanto, a boa situação financeira da empresa é demonstrada pelo balanço do        último exercício social. À continuidade, esclarece a lei que é “vedada a sua substituição por        balancetes ou balanços provisórios...”. 

  

    Há duas diferentes intenções do Recorrente em sua peça. A primeira, é querer        demonstrar sua pretensa boa situação financeira por meio do capital social, a segunda, é querer        tomar um levantamento parcial, um balancete, no lugar do balanço do último exercício social.    

    Analisemos ambas. 

  

4.    Em primeiro lugar, capital social não é a mesma coisa que patrimônio liquido. O        ‘capital social’ é o conjunto dos recursos que os sócios transferem para a sociedade para compor        o seu patrimônio. Esse valor é o que os sócios julgam suficiente para o inicio ou continuidade da        atividade da empresa, esse valor é o que permite o desenvolvimento da atividade. Se a sociedade        vai bem, sua boa situação pode não ser revelada pelo capital social. Por outro lado, ainda que o        capital social some grande quantia, a atividade pode ter sido infrutífera, e a empresa estar próxima        da falência. Isto explica porque o capital social não pode ser confundido com o patrimônio líquido, e        somente este último pode comprovar a idoneidade financeira da empresa. “A disponibilidade de        recursos somente é apurável através do exame do passivo e do ativo” (JUSTEN FILHO, Marçal.        Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, p.549), ou seja, do patrimônio líquido.    

  Fica claro, então, que o capital social não corresponde à qualificação        econômico­financeira da empresa, exigida no caput do artigo. Ele não corresponde à        disponibilidade de recursos econômico­financeiros da empresa! Assim, muito pouco importa se a        empresa alterou seu capital social ou não, o que importa é o seu patrimônio líquido, que só pode        ser demonstrado com o fechamento anual quando os dados são conciliados e consolidados.    

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afrontar diretamente a lei quando expressamente proíbe o uso de balancetes ou balanços        provisórios porque “esses documentos não gozam da confiabilidade dos balanços de término de        exercício.”( JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos,        p.541). 

  

DA COMPROVAÇÃO DA BOA SITUAÇÃO FINANCEIRA DA EMPRESA RECORRENTE POR  OUTROS ÍNDICES 

  

6.    Ainda que o edital mencione a exigência de que os índices de Liquidez Geral,        Solvência geral e Liquidez corrente não poderiam ser inferiores a 1, essa exigência não exclui a        outra, de comprovação de patrimônio líquido por meio de balanços de acordo com o art.31, inc. I        da Lei no. 8.666/93! Ora, o que pretende a Recorrente é que lhe seja deferido tratamento especial,        em total afronta ao princípio da isonomia! Exigir de todos os licitantes o cumprimento dos itens        1.16 e 1.17 do Edital, e somente da Recorrente exigir tão só o cumprimento do item 1.16 é aplicar        critérios diferentes, sem fundamentação, às partes que deveriam estar em pé de igualdade. 

  

  Ambas as exigências devem ser obrigatórias para todos os Licitantes e uma não        pode substituir a outra. Aliás, é o próprio Recorrente que nos lembra que “não há que se confundir        o item Comprovação da Boa Situação Financeira com o item Comprovação de Patrimônio Líquido        Mínimo”. 

  

7.  Não se olvide, ainda, que o artigo 37 do texto constitucional estabelece que a        Administração deve cumprir com o principio da legalidade. Para a Administração, esse princípio        significa que sua liberdade de atuação circunscreve­se ao que diz a lei. Em outras palavras, a        Administração exerce atividade vinculada à lei, por isto, se impõe o estrito cumprimento do Edital        não impugnado. Assim, se o Edital constitucional e legalmente exige a comprovação de patrimônio        líquido mínimo, não cabe à Comissão aceitar outra comprovação. 

     

  No máximo, o que poderia ser feito, é a atualização do valor indicado como        patrimônio líquido, conforme permissivo legal do art.31, inc. I, fine da Lei de Licitações. Todavia, o        valor do patrimônio líquido da Recorrente está muito aquém do exigido para o presente certame.        Por isso, não aproveitaria a Recorrente a atualização de menos de seis meses! 

  

8.    POR FIM, pretende ainda a Recorrente que a Comissão não seja ‘tão formal’ e que        acate a lição de José Torres Pereira Junior, trazida às p.9 de seu recurso. Ocorre que essa lição        implica exatamente no desprovimento de seu pedido. Ora, está o Autor, corretamente, afirmando        que não pode haver no Edital requisito que não seja compatível com a finalidade do mesmo Edital.        Ora, não se pode argumentar isso em relação ao presente eis que as exigências do Edital estão à        altura da obra a ser entregue. 

  

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mesmos requisitos. Fazer diferente é ofender o mesmo princípio que quer a Recorrente ver        respeitado. Exigir dela qualquer requisito a menos ou menor é, evidentemente, dar­lhe tratamento        privilegiado. 

  

10.    Às pp.11 a Recorrente colaciona decisão do Tribunal de Contas da União que não        lhe aproveita eis que sequer trata de caso análogo e, mesmo que o fosse, ainda não aproveitaria a        Recorrente. Vejamos. 

  

A r. decisão afirma que poderia a Comissão Licitante ir além da solicitação de        patrimônio líquido mínimo determinado pelo balanço anterior, solicitando ainda os valores dos        compromissos assumidos pela empresa após o fechamento do balanço. A decisão tão somente        afirma a legalidade desta exigência, desde que, os novos compromissos assumidos sejam        comparados com o patrimônio líquido atualizado! 

  

  E ao interpretar a r. decisão, a Recorrente afirma: “....fica evidente que o interesse        da Administração Pública é deter a certeza de que a licitante, no momento da apresentação de        sua Proposta Comercial ...detém o lastro patrimonial mínimo...” Ora, mas na decisão trazida à        colação o TCU considerou possível ir além da exigência do patrimônio líquido. Se nem o        patrimônio líquido, conforme estabelecido pela lei – apurado no balanço do exercício anterior –        conseguiu a Recorrente demonstrar ter, o que dirá se a Administração exigisse ainda mais        requisitos?! 

  

11.  Alega ainda a Recorrente que se faz necessário recorrer aos princípios da        razoabilidade e da proporcionalidade, evitando­se o formalismo excessivo. Veja­se portanto que        quer o Recorrente fazer vistas grossas a uma das exigências do Edital. Mas de que exigência se        trata? Algo acessório como uma autenticação? Não! Trata­se da exigência legal de comprovação        de capacidade de cumprimento do contrato. Ora, é claro que o risco a que se exporia a        Administração ao acatar o raciocínio do Recorrente seria muito maior. 

  

12.  Prezados Julgadores, se a Recorrente cumprisse com o requisito do edital, como        categoricamente afirma às pp. 14: “....a ora Recorrente atende a todos os requisitos editalícios,       

inclusive quanto ao patrimônio líquido mínimo exigido...” por que estaria pleiteando a                  aplicação de menor rigor? Quem cumpre o edital o cumpre sem qualquer flexibilidade! 

  

  Não merecem guarida nenhum dos argumentos da Recorrente.    

13.  Mas, ao final, ainda menciona que a ora Recorrida não pode ser convocada eis que        também não tem patrimônio líquido suficiente a apresentar eis que se sagrou vencedora também        em relação ao Lote 2. Pretende, com isso, que sejam somados os valores dos lotes para se        chegar ao patrimônio líquido exigido. Descabida aqui também a pretensão da Recorrente. 

  

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com esse princípio, as exigências devem estar precisamente esclarecidas no ato convocatório. Se        a Administração Pública tivesse a intenção de exigir a soma dos valores, esse requisito estaria        expressamente ali previsto. 

  

14.    Mesmo que assim não fosse, há que se lembrar que o Tribunal de Contas da União        já decidiu: 

  

“não cabe condicionar a participação de empresas interessadas em mais de um                        lote à comprovação de patrimônio liquido de forma cumulativa, ou seja, é indevida a                            exigência de que as interessadas comprovem possuir patrimônio liquido igual ou                      superior ao somatório dos patrimônios líquidos mínimos exigidos para cada                    lote”(Ac. 484/2007 , Plenário, TCU, Réu Min. Raimundo Carreiro) 

  

  E nem poderia ser diferente eis que apesar de estarem no mesmo edital, tratam­se        de propostas diferentes com todos os documentos comprobatórios de preenchimento de        requisitos do edital exigidos em envelopes diferentes. São procedimentos diferentes para cada um        dos lotes! Assim, não há que se falar em exigência de soma do requisito de patrimônio líquido        mínimo. 

  

REQUERIMENTO 

   

Referências

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