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Key Paper Review. Efficacy and Tolerability of Benzodiazepines versus Antidepressants in Anxiety Disorders: A Systematic Review and Meta-Analysis

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Key Paper Review

Volume 18 Issue 2 March April 2014 Managing psychiatric symptoms in multiple sclerosis Characteristics of Charles Bonnet syndrome Use of the Modified Early Warning Score (MEWS) in the mental health inpatient setting Post-ictal psychosis in a patient with epilepsy

www.progressnp.com

Cover MarApr 2014_Layout 1 01/04/2014 12:18 Page 1

COMENTÁRIO EDITORIAL DO ARTIGO:

Emanuela Offi dani, Jenny Guidi,

Elena Tomba, Giovanni Andrea Fava

Effi cacy and Tolerability of

Benzodiazepines versus

Antidepressants in Anxiety

Disorders: A Systematic Review

and Meta-Analysis

Psychotherapy and Psychosomatics 2013; 82(6):355-362

2

P15LTPSD04 SD/ABR15/017

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Os dados, opiniões, e conclusões expressos nesta separata científica não refletem necessariamente os pontos de vista de Bial, mas apenas os dos Autores, e não dispensam a consulta da informação científica disponível sobre o mexazolam. Bial não se responsabiliza pela atualidade da informação, por quaisquer erros, omissões ou imprecisões.

A Bial - Portela & Cª, S.A. esteve envolvida na aprovação científica deste suplemento tendo fornecido apoio financeiro para a respetiva edição.

© John Wiley & Sons 2015

SG 01/2015/3193

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COMENTÁRIO EDITORIAL DO ARTIGO:

Emanuela Offidani, Jenny Guidi,

Elena Tomba, Giovanni Andrea Fava

Efficacy and Tolerability of

Benzodiazepines versus

Antidepressants in Anxiety

Disorders: A Systematic Review

and Meta-Analysis

Psychotherapy and Psychosomatics 2013; 82(6):355-362

Key Paper Review

Há lugar para as benzodiazepinas

no tratamento das perturbações

de ansiedade

COMENTÁRIO

Prof. Doutor Pedro Morgado

ICVS - Instituto de Ciências da Vida e Saúde, Escola de Ciências da Saúde, Universidade do Minho, Braga, Portugal.

Hospital de Braga, Braga, Portugal

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Introdução

As perturbações de ansiedade, representadas pela perturbação de

ansiedade generalizada (PAG), perturbação de pânico, perturbações

obsessivo-compulsivos, perturbações de stress pós-traumático e diferentes variedades

de fobias, representam as doenças mentais mais frequentes, de tal forma

que a sua prevalência durante toda a vida é de aproximadamente 29%

[1]

.

Há já algum tempo que temos estado a assistir na prática clínica a uma

mudança gradual do padrão de prescrição no tratamento das perturbações de

ansiedade desde a utilização tradicional das benzodiazepinas ao uso dos novos

antidepressivos. Para melhor definir a utilidade relativa dos antidepressivos

neste campo e determinar se a citada mudança no padrão de prescrição se

encontra suportada por evidências sólidas, os autores do presente estudo

realizaram uma revisão bibliográfica e meta-análise dos estudos controlados

com placebo que compararam as benzodiazepinas (BZD) e os antidepressivos

(AD) no tratamento das perturbações de ansiedade no adulto.

Metodologia da revisão sistemática e meta-análise

Após uma busca nas principais bases de dados (CINAHL, Cochrane Library,

MEDLINE, PubMed e Web of Science), os autores acabaram por avaliar

22 estudos que cumpriam os critérios de inclusão. Os doentes tratados

apresentavam diversas perturbações de ansiedade (ansiedade mista, PAG,

fobias específicas e fobias complexas) e os AD comparativos mais utilizados

COMENTÁRIO EDITORIAL DO ARTIGO:

Emanuela Offidani

a

Jenny Guidi

a

Elena Tomba

a

Giovanni Andrea Fava

a,b

Efficacy and Tolerability of

Benzodiazepines versus

Antidepressants in Anxiety

Disorders: A Systematic Review

and Meta-Analysis

Psychotherapy and Psychosomatics 2013; 82(6):355-362

Doi: 10.1159/000353198

aPrograma de Perturbação Afetiva, Departamento de Psicologia, Universidade de Bolonha,

Bolonha, Itália;

bDepartamento de Psiquiatria, Universidade Estatal de Nova Iorque em Buffalo, Buffalo, N.I., EUA

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(18/22) foram os tricíclicos (ADTC). No caso da perturbação de pânico,

e visando diminuir a heterogeneidade clínica, apenas foram incluídos na

meta-análise 10 dos estudos que comparavam as BZD com os AD nesta

perturbação.

Principais resultados

A revisão sistemática não só não proporcionou dados consistentes que

demonstrassem alguma vantagem dos ADTC em relação às BZD no

tratamento da ansiedade mista, do PAG ou das fobias complexas como

revelou a existência de um menor número de abandonos e de eventos

adversos com as BZD. Foram observados resultados semelhantes no

tratamento da perturbação de pânico em que as BZD demostraram ser

mais efi cazes do que os ADTC na redução do número de crises de pânico

(risco relativo RR = 1,13; IC 95% = 1,01–1,27).

Um aspeto importante é que a tolerabilidade das BDZ foi signifi cativamente

melhor do que a dos ADTC, o que determinou uma menor percentagem de

abandonos do tratamento (RR = 0,40; IC 95% = 0,20–0,57) e de eventos

adversos (RR = 0,41; IC 95% = 0,34–0,50).

No que diz respeito aos novos AD, a avaliação dos estudos em doentes

com PAG ou perturbação de pânico revelou que as BDZ têm uma efi cácia

semelhante ou superior e que estão associadas a menos eventos adversos.

Discussão

Os autores destacam a escassez de estudos comparativos diretos entre os

AD e as BZD no tratamento das perturbações de ansiedade e salientam

que apenas 3 dos 22 estudos avaliados tinham utilizado os novos AD

como comparadores.

Os resultados da revisão realizada pelos autores não facultaram nenhuma

evidência de que os AD fossem mais efi cazes e melhor tolerados do que

as BDZ. Um aspeto a destacar relativamente aos ADTC é a difi culdade

em avaliar os estudos em doentes com ansiedade mista devido à

heterogeneidade das amostras e ao efeito confundidor introduzido pelos

sintomas depressivos.

Nos doentes com ansiedade mista, PAG e fobia social, não foi possível

demonstrar a efi cácia superior dos ADTC, embora tenha sido evidente

a superior tolerabilidade das BZD. A existência de alguns problemas de

metodologia leva-nos a interpretar estes resultados com precaução

.

Embora não tenha ainda sido avaliado, é possível que a utilização de

procedimentos de avaliação mais abragentes e sensíveis [2, 3] que os

tradicionais [4, 5] possa revelar a existência de respostas diferentes. A elevada

A revisão sistemática

não só não

proporcionou dados

consistentes que

demonstrassem alguma

vantagem dos ADTC

em relação às BZD

no tratamento da

ansiedade mista, do

PAG ou das fobias

complexas como

revelou a existência

de um menor número

de abandonos e de

eventos adversos com

as BZD.

Um aspeto importante

é que a tolerabilidade

das BDZ foi

signifi cativamente

melhor do que a

dos ADTC, o que

determinou uma

menor percentagem

de abandonos do

tratamento.

Os resultados da

revisão realizada pelos

autores não facultaram

nenhuma evidência

de que os AD fossem

mais efi cazes e melhor

tolerados do que as

BDZ.

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5

Os autores destacam

que, globalmente, as

BDZ foram melhor

toleradas que os

ADTC e os novos AD

em doentes com PAG,

fobias complexas

e perturbações de

ansiedade mista de

natureza ansiosa/

depressiva, com

um menor número

de abandonos do

tratamento e efeitos

secundários, o que

também foi confi rmado

no tratamento da

perturbação de

pânico.

heterogeneidade de alguns destes estudos clínicos [6-10] poderá ter

aumentado a probabilidade de menor fi abilidade dos resultados [11-12].

Outro aspeto destacado pelos autores foi a diferente duração dos

tratamentos, bem como a presença de alguns problemas estatísticos

e metodológicos em vários dos estudos (variáveis de confundimento,

ausência de análise por intenção de tratar), o que limita a possibilidade de

generalizar os resultados [6, 13-18].

Por último, as possíveis diferenças nas propriedades farmacocinéticas

dos comparadores ativos podem determinar diferentes respostas aos

tratamentos [7, 10, 19, 20].

Um aspeto que chamou a atenção dos autores, para além do escasso número

de estudos publicados, foi que apenas 3 estudos compararam diretamente

as BZD com os novos AD. Considerando que a presente revisão tinha

apenas por base os resultados publicados e que um número considerável de

estudos com AD não são publicados [21], poderia fazer sentido considerar

a possibilidade de terem sido omitidas publicações que teriam demostrado

a superioridade dos AD mais recentes em relação às BZD. Não obstante,

esta seria uma possibilidade bastante remota uma vez que os estudos que

não são publicados, por não estarem associados a benefícios económicos

signifi cativos, serão provavelmente os que demonstram a superioridade

das BZD em comparação com os novos AD [22].

O receio do risco de dependência às BZD foi apontado como um dos

importantes motivos para a mudança no padrão de prescrição das BZD

para os AD no tratamento das perturbações de ansiedade, embora com a

maioria dos novos AD se tenha verifi cado um problema semelhante, se não,

mais pronunciado [23-26].

Os autores destacam que, globalmente, as BDZ foram melhor toleradas

que os ADTC e os novos AD em doentes com PAG, fobias complexas e

perturbações de ansiedade mista de natureza ansiosa/depressiva, com um

menor número de abandonos do tratamento e efeitos secundários, o que

também foi confi rmado no tratamento da perturbação de pânico.

Segundo os autores, existe um considerável número de fatores clínicos que

podem explicar o motivo pelo qual as BZD serem melhor toleradas do que

os AD:

1)

O tratamento prolongado com inibidores seletivos da recaptação da

serotonina (ISRS) pode causar efeitos secundários incomodativos

e graves, como disfunção sexual, hemorragia (particularmente

gastrointestinal), aumento de peso, risco de fratura, osteoporose e

hiponatremia [27].

2)

Os AD, especialmente os ISRS, podem causar potencialmente interações

medicamentosas [28].

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1. Kessler RC, Berglund P, Demler O, Jim R, Merikangas KR, Walters EE: Lifetime prevalence and age of onset of DSM-IV disorders in the National Comorbidity Survey Replication. Arch Gen Psychiatry 2005; 62: 593–602.

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Bibliografía

Os autores concluem

que a mudança no

padrão de prescrição

que preconiza a

utilização dos novos

AD em substituição das

BZD no tratamento

da ansiedade não se

encontra suportada

nem na presente

revisão sistemática nem

na literatura científi ca

atual.

3)

Pelo contrário, o tratamento a longo prazo com as BZD parece ser melhor

tolerado e possuir potencialmente menos interações farmacológicas

[29-31], com a única possível vantagem de menor deterioração da

função cognitiva e psicomotora dos ISRS [32].

4)

O tratamento a longo prazo das perturbações de ansiedade com AD

pode causar mania e hipomania [33, 34], um fenómeno que pode incluir

manifestações subsindrómicas [35], sobretudo nos jovens [36-37].

5)

A co-morbilidade iatrogénica — um conceito introduzido recentemente

[12] e que deve ser tido em conta ao ser selecionado um tratamento

farmacológico específi co— refere-se à persistência dos efeitos de

terapêuticas anteriores na evolução e resposta de uma determinada

doença, como a labilidade afetiva [26, 38] e a ausência de resposta

global [39, 40] após o tratamento com AD.

Em suma, os autores concluem que a mudança no padrão de prescrição

que preconiza a utilização dos novos AD em substituição das BZD no

tratamento da ansiedade não se encontra suportada nem na presente

revisão sistemática nem na literatura científi ca atual, justifi cando uma

reavaliação do uso das BDZ.

O tratamento a longo

prazo com as BZD

parece ser melhor

tolerado e possuir

potencialmente

menos interações

farmacológicas.

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As perturbações de ansiedade englobam um conjunto de patologias

altamente prevalentes nos cuidados de saúde primários e secundários,

sendo mesmo o grupo de doenças psiquiátricas mais prevalente na

população (12% na Europa [1] e 16,5% em Portugal [2]) com custos

diretos e indiretos muito signifi cativos.

Mesmo excluindo a Perturbação

Obsessivo Compulsiva, recentemente enquadrada numa categoria

diagnóstica independente, as perturbações de ansiedade ocupam o

lugar mais destacado entre as doenças psiquiátricas.

No tratamento das perturbações de ansiedade, os estudos têm

demonstrado, de forma consistente, a efi cácia dos antidepressivos e das

benzodiazepinas com níveis de evidência máxima (evidência total a partir

de estudos controlados) [1, 3, 4]. Contudo, as

linhas orientadoras para

o tratamento das perturbações de ansiedade têm sofrido alterações

signifi cativas ao longo da última década, refl etindo preocupações

relativas à segurança dos fármacos utilizados no tratamento das

perturbações de ansiedade.

Em traços gerais, estas alterações, acompanhadas mesmo por normas

orientadoras das instituições governamentais, têm promovido o uso massivo

de antidepressivos em detrimento das benzodiazepinas no tratamento das

perturbações da ansiedade. Apesar de induzirem uma alteração signifi cativa

nas práticas de prescrição, estas orientações não têm sido acompanhadas

pela cuidadosa monitorização das suas consequências.

Num estudo publicado na prestigiada revista Psychotherapy and Psychosomatics,

Offi dani e colaboradores [5] analisam, de forma sistemática, a evidência

publicada no que diz respeito à comparação da efi cácia e tolerabilidade dos

antidepressivos e das benzodiazepinas no tratamento das perturbações de

ansiedade. Este trabalho, assume-se como um contributo relevante no debate

sobre o papel que as benzodiazepinas ainda representam no tratamento deste

conjunto de perturbações bem como das consequências de uma mudança

signifi cativa dos hábitos de prescrição neste domínio.

Há lugar para as benzodiazepinas

no tratamento das perturbações

de ansiedade

COMENTÁRIO

Prof. Doutor Pedro Morgado

ICVS - Instituto de Ciências da Vida e Saúde, Escola de Ciências da Saúde, Universidade do Minho, Braga, Portugal.

Hospital de Braga, Braga, Portugal

Num estudo publicado

na prestigiada revista

Psychotherapy and

Psychosomatics, Offi dani

e colaboradores [5]

analisam, de forma

sistemática, a

evidência publicada

no que diz respeito à

comparação da efi cácia

e tolerabilidade dos

antidepressivos e

das benzodiazepinas

no tratamento das

perturbações de

ansiedade. Este trabalho,

assume-se como um

contributo relevante no

debate sobre o papel

que as benzodiazepinas

ainda representam

no tratamento

deste conjunto de

perturbações bem como

das consequências

de uma mudança

signifi cativa dos hábitos

de prescrição neste

domínio.

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O primeiro dado a destacar dos resultados encontrados é a existência

de um número muito reduzido de estudos que comparem a efi cácia e

tolerabilidade dos antidepressivos e dos ansiolíticos benzodiazepínicos

no tratamento das perturbações de ansiedade. Do total de trabalhos

analisados, apenas 22 puderam ser incluídos sendo que, na maioria dos

casos (18/22), utilizavam antidepressivos tricíclicos.

O segundo dado a destacar é a inexistência de superioridade dos

antidepressivos relativamente às benzodiazepinas, tanto em termos de

efi cácia como de tolerabilidade no tratamento das diferentes perturbações

de ansiedade analisadas. Quando analisados especifi camente os “novos”

antidepressivos (inibidores seletivos da recaptação da serotonina – SSRI – e

inibidores da recaptação da serotonina e noradrenalina – SNRI), verifi cou-se

uma efi cácia idêntica, quando não superior, por parte das benzodiazepinas,

no tratamento da Perturbação de Ansiedade Generalizada e da Perturbação

de Pânico com níveis de tolerabilidade sobreponíveis.

Estes dados, cuja análise foi agora sistematizada, convocam os médicos

e investigadores para uma cuidadosa refl exão acerca do papel das

benzodiazepinas no tratamento das Perturbações de Ansiedade.

De acordo com as normas mais recentes, as benzodiazepinas estão

indicadas no tratamento das Perturbações de Ansiedade com o nível

máximo de evidência em termos de efi cácia e com um ratio risco-benefício

moderado (exceptuando-se, se considerada, a Perturbação

Obssessivo-Compulsiva) [3]. As benzodiazepinas estão indicadas em monoterapia nos

tratamentos de curta duração (até 12 semanas, segundo as Normas de

Orientação Clínica da Direção Geral de Saúde) ou em associação com os

fármacos antidepressivos (SSRI ou SNRI) para reduzir os possíveis efeitos

ansiogénicos iniciais destes. Esta indicação, que reproduz as normas

internacionais mais consensuais, incorpora os dados acerca da efi cácia,

do potencial de efeitos secundários que lhe estão associados (sedação,

tonturas, aumento do tempo de reação e efeitos cognitivos) bem como dos

riscos de dependência em pacientes previamente predispostos à adição.

É precisamente nos últimos pontos (efeitos secundários e potencial aditivo)

que o estudo de Offi dani e colaboradores [5] parece trazer algumas novidades

que não podem deixar de ser consideradas na prática clínica. Em primeiro,

porque expõe a inexistência de estudos independentes que atestem a melhor

tolerabilidade dos antidepressivos comparativamente com as benzodiazepinas

no tratamento das Perturbações de Ansiedade (mesmo considerados os

“novos” antidepressivos – SSRI e SNRI); e, em segundo, porque apresenta,

inclusivamente, alguma evidência de que as benzodiazepinas podem ser

melhor toleradas em algumas das circunstâncias estudadas.

A questão dos efeitos secundários dos “novos” antidepressivos (SSRI e

SNRI) e das benzodiazepinas tem motivado extenso debate nos últimos

O segundo dado a

destacar é a inexistência

de superioridade

dos antidepressivos

relativamente às

benzodiazepinas, tanto

em termos de efi cácia

como de tolerabilidade

no tratamento

das diferentes

perturbações de

ansiedade analisadas.

Quando analisados

especifi camente os

“novos” antidepressivos

(inibidores seletivos

da recaptação da

serotonina – SSRI – e

inibidores da recaptação

da serotonina e

noradrenalina – SNRI),

verifi cou-se uma efi cácia

idêntica, quando não

superior, no tratamento

da Perturbação de

Ansiedade Generalizada

e da Perturbação de

Pânico com níveis

de tolerabilidade

sobreponíveis.

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anos. Numa revisão publicada na revista Addiction em 2012, Nielsen e

colaboradores [6] já tinham chamado a atenção para o facto das reações

à descontinuação dos antidepressivos SSRI serem comparáveis aos

efeitos da descontinuação das benzodiazepinas, concluindo que não fazia

sentido continuar a considerar apenas os últimos como “sintomas de

abstinência”. Ainda sobre este tópico, apesar dos sintomas de privação das

benzodiazepinas serem frequentes, a verdade é que muito raramente são

graves e/ou clinicamente importantes [7].

Outro conceito sujeito a interpretações erróneas neste domínio relaciona-se

com o fenómeno de tolerância. Apesar deste fenómeno ser sistematicamente

referido em relação às benzodiazepinas, a evidência disponível demonstra

de forma consistente que a maioria dos pacientes com Perturbações

de Ansiedade não apresenta qualquer tolerância no que diz respeito às

propriedades ansiolíticas destes fármacos [7].

Ainda no que respeita à tolerabilidade das benzodiazepinas, importa

observar que as generalizações acerca da sua utilização na prática

clínica têm sido produzidas com base na consideração conjunta de

um grupo farmacológico que apresenta signifi cativa heterogeneidade.

Em consequência deste facto, as diferenças clínicas entre diferentes

benzodiazepinas não têm sido consideradas nas orientações técnicas acerca

da sua utilização, um aspecto crítico tendo em conta que vários estudos

demonstram que o seu perfi l clínico varia de molécula para molécula.

Um

dos exemplos mais signifi cativos é a ação das benzodiazepinas na

atividade psicomotora, na aprendizagem e na memória. Apesar de

vários estudos relacionarem estes efeitos secundários com a utilização

de diferentes benzodiazepinas, verifi camos que existem moléculas,

como o mexazolam, em que o perfi l nestes domínios é perfeitamente

sobreponível ao placebo [8-11].

Em resumo, as benzodiazepinas continuam a ter um lugar relevante no

tratamento das Perturbações de Ansiedade. Se, por um lado, os estudos

são amplamente consensuais no que respeita à sua efi cácia, as questões da

tolerabilidade têm motivado intenso debate. Os dados mais recentes, incluindo

o artigo em análise [5], apontam para uma sistemática minimização dos efeitos

adversos dos “novos” antidepressivos no tratamento das Perturbações de

Ansiedade bem como para uma sistemática sobrevalorização dos potenciais

adversos das benzodiazepinas. Na verdade, a evidência está longe de

demonstrar de forma inequívoca que, em termos de efi cácia e tolerabilidade,

as benzodiazepinas são inferiores aos “novos” antidepressivos.

Na verdade, o que todos estes dados demonstram é que, tantos anos

volvidos, as boas práticas no tratamento das doenças psiquiátricas

continuam a fazer-se através da medicina individualizada e

personalizada, adequando a cada doente e a cada situação clínica a

melhor escolha em termos psico-farmaco-terapêuticos.

Outro conceito sujeito

a interpretações

erróneas neste domínio

relaciona-se com o

fenómeno de tolerância.

Apesar deste fenómeno

ser sistematicamente

referido em relação

às benzodiazepinas,

a evidência disponível

demonstra de forma

consistente que a

maioria dos pacientes

com Perturbações

de Ansiedade não

apresenta qualquer

tolerância no

que diz respeito

às propriedades

ansiolíticas destes

fármacos [7].

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1. Baldwin, D.S., et al., Evidence-based pharmacological treatment of anxiety disorders, post-traumatic stress disor-der and obsessive-compulsive disordisor-der: a revision of the 2005 guidelines from the British Association for Psychophar-macology. J Psychopharmacol, 2014. 28(5): p. 403-39.

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Referências

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