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O uso da internet e das mídias sociais pela população adolescente e suas interferências na saúde mental: revisão dos impactos biopsicossociais

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Academic year: 2023

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA CONTAGEM

Emille Aparecida Botelho Crispim Juliane Alves da Silva

Valdenice Aparecida Caldeira Gomes Vivian Henrique de Paiva Reis

O uso da internet e das mídias sociais pela população adolescente e suas interferências na saúde mental: revisão dos

impactos biopsicossociais

Contagem

2022

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Emille Aparecida Botelho Crispim Juliane Alves da Silva

Valdenice Aparecida Caldeira Gomes Vivian Henrique de Paiva Reis

O uso da internet e das mídias sociais pela população adolescente e suas interferências na saúde mental: revisão dos

impactos biopsicossociais

Artigo apresentado ao Centro Universitário UNA de Contagem, como requisito para a conclusão do curso de Psicologia.

Orientador: Alexandre Campos

Contagem

2022

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O uso da internet e das mídias sociais pela população adolescente e suas interferências na saúde mental: revisão dos

impactos biopsicossociais

The use of internet and social media by the adolescent population and its interferences on mental health: revivew of

the biopsychosocial impacts

Emille Aparecida Botelho Crispim¹ Juliane Alves da Silva¹ Valdenice Aparecida Caldeira Gomes¹ Vivian Henrique de Paiva Reis¹

Resumo: Os adolescentes estão cada vez mais conectados às redes sociais, especialmente com o surgimento dos dispositivos digitais móveis. Para além dos dispositivos, são muitos estímulos que os levam a pertencer o maior grupo de usuários de internet e redes sociais da atualidade. Tais questões merecem atenção devido aos possíveis impactos na vida desses usuários. O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica que objetivou investigar possíveis impactos causados pelo uso excessivo das tecnologias digitais na saúde mental dos adolescentes. Verificou-se que o uso abusivo das tecnologias pode causar alterações na saúde biopsicossocial desse grupo etário, danos que podem ser potencializados quando se reconhecem presentes fatores de risco. Se faz possível verificar distúrbios da alimentação, comportamento antissocial, depressão ansiedade e baixa autoestima. Os achados ressaltam a importância de acompanhamento específico, uma vez que o consumo da internet tem aumento significativo, para melhor compreensão de possíveis impactos causados na saúde mental do usuário adolescente, a partir de uma perspectiva biopsicossocial.

Palavras-chave: adolescente; mídias sociais; internet; ansiedade; depressão; transtornos alimentares; saúde mental.

________________________________________________________

¹Graduandas em Psicologia pelo Centro Universitário Una Contagem.

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Abstract: Adolescents are increasingly connected to social networks, especially with the emergence of mobile digital devices. Beyond the devices, there are many stimuli that lead them to belong to the largest group of internet and social network users today. Such issues deserve attention due to the possible impacts on the lives of these users. The present study is a literature review that aimed to investigate possible impacts caused by the excessive use of digital technologies on the mental health of adolescents. It was verified that the abusive use of technologies can cause alterations in the biopsychosocial health of this age group, damages that can be potentiated when risk factors are present. It is possible to verify eating disorders, antisocial behavior, depression, anxiety, and low self-esteem.

The findings highlight the importance of specific monitoring, since internet consumption has increased significantly, for a better understanding of possible impacts on the mental health of the adolescent user, from a biopsychosocial perspective.

Keywords: adolescente; social media; internet; anxiety, depression; eating disorders;

mental health.

Introdução

A sociedade contemporânea é marcada pela revolução tecnológica e pelas abundantes possibilidades em diversos contextos. O consumo de internet faz parte dessa revolução tecnológica e, pode proporcionar conexão de milhares de pessoas em todo mundo através de uma rede de computadores (FERREIRA et al., 2020).

Nesse contexto é possível compartilhar, imagens, áudios, fotos, vídeos, uma extensa fonte de informações, o que viabiliza a interação social em um mundo virtual. Através dessa interação se oportuna um comportamento tendencioso ao modismo, episódios que

viralizam e se tornam frequentes em redes sociais (CONTRERA; TORRES, 2021).

Diante do novo cenário tecnológico é possível observar as interferências na forma como as pessoas compreendem seus sentimentos, emoções, baseiam-se nas tomadas de decisão. O sedentarismo se tornou um possível resultado de ter dispositivos que solucionam vários problemas ao alcance das mãos (XAVIER, et al., 2018).

Simultaneamente ao intenso uso de internet nos últimos anos, existe uma população de adolescentes que, junto aos jovens, são as faixas etárias que mais acessam a internet (FERREIRA et al.,

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2020).

A adolescência é uma fase marcada pela transição entre a infância e a vida adulta, tornando-se, muitas vezes, uma fase de conflitos devido às grandes mudanças vivenciadas nesse período, transformações que atingem diferentes áreas da vida humana. Durante essa fase, é vivida a puberdade, período de alterações biológicas em que se intensificam as mudanças físicas devido à evolução de um corpo infantil para adulto. Também existem grandes variações hormonais e alterações no funcionamento e estrutura do cérebro. O amadurecimento do cérebro durante essa fase pode interferir no gerenciamento das emoções, no julgamento racional e, também, pode interferir na construção da autoimagem do próprio adolescente, que tende a buscar mais elementos na sociedade para interpretação, expressão, e, tomadas de decisões sobre a própria vida. Os adolescentes têm tendência a apresentar comportamentos direcionados à busca de aceitação pela sociedade ou por um grupo específico (DALGALARRONDO, 2019).

Diante da interação social digital é possível observar como a violência, por vezes, faz parte desse cenário. O cyberbullying é uma representação de comportamentos agressivos através de ataque virtual, onde o agressor tem a

possibilidade de se manter em anonimato, e a exposição, muitas vezes, pode não estar ao domínio do usuário, tendo potencial de levar a vítima dos ataques virtuais à tentativa de autoextermínio, no pior dos desfechos (WENDT; LISBOA, 2013).

Uma das vertentes na busca de aceitação pelos adolescentes é a imagem corporal, parte deles apresenta busca pela aproximação da construção social de beleza, que podem ser expostas e impostas nas mídias sociais. Essa beleza, por vezes, tem relação com a magreza e, por consequência em alguns casos, são identificados transtornos alimentares, que podem ocasionar em doenças graves (LIMA et al., 2021).

A maneira rápida com que a população jovem atual tem se envolvido com a internet, levanta alguns questionamentos, sobre a intensidade do uso e os possíveis impactos causados.

Entre as discussões propostas, vale citar a “dependência”. Porém, não é tão simples ser taxativo, tratando somente a internet como objeto de dependência, sem incluir as ferramentas utilizadas, como os celulares e similares. Para explicar corretamente o termo, dependência nesse caso, faz-se necessário novos estudos. No entanto, na atualidade o conceito mais adequado, para os usuários de maior intensidade, é

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compulsão por atividades ligadas à internet. A dependência pode manifestar em sintomas no corpo e na mente. Entre os problemas causados pela compulsão ao uso de internet, os de ordem psicológicas são os mais consideráveis.

A pessoa passa a ter sintomas de abstinência, que pode configurar, entre outros problemas a depressão e a ansiedade. A ansiedade e a depressão, estão entre os transtornos associados à dependência de internet, os sintomas são parecidos com os vivenciados pelos adultos. A depressão é característica de melancolia sentimento de culpa, cansaço, afastamento social, pensamento de morte e outros sintomas comuns aos transtornos. Nos adolescentes os sintomas da depressão podem apresentar características diferentes como

irritabilidade e

comportamento explosivo. Para validar o transtorno depressivo, os sintomas devem permanecer por no mínimo duas

semanas e apresentar

danos consideráveis, no contexto de vida, social, emocional e profissional.

No caso da ansiedade os sintomas podem ser divididos em dois grupos. Ambos são causados pela ação do sistema nervoso autônomo. Porém, um pela sensação de perigo imediato, e outro de forma prolongada e persistente. Os sintomas são similares ao do adulto. Dor de

cabeça, suor excessivo falta de ar, coração acelerado entre outros sintomas característicos. Os adolescentes, usuários compulsivos da internet são mais propensos a desenvolver sintomas de ansiedade do que os usuários de menor intensidade. (MÉA; BIFFE;

FERREIRA, 2016). O suicídio é a quarta causa de morte entre os adolescentes. A presença de transtornos mentais é um sério agravante para o risco autoextermínio. Portanto são imprescindíveis o diagnóstico e o tratamento precoce. (OMS, 2021).

Não se pode contestar a influência da internet em vários aspectos da vida humana. A facilidade de comunicação pelos canais digitais é percebida pelas trocas de conteúdo online. Entre as trocas e acessos de mensagens, vídeos e afins; surgiu há pouco tempo os “desafios”, que em particular, podem parecer não trazer nenhum prejuízo, mas podem sim, colocar em risco a vida dos participantes.

A possibilidade de risco à saúde dos que participam dessas brincadeiras extremas, merece cuidado. Entende-se, que esses acontecimentos põem em discussão aspectos da sobreposição recíproca, de conteúdos digitais que interferem no bem-estar psicológico, dos usuários das mídias sociais (CONTRERA; TORRES, 2021).

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Tendo em vista o uso cada vez mais intenso da internet/redes sociais pelos adolescentes, o presente estudo pretendeu examinar, com mais detalhes, as possíveis repercussões desse uso para a saúde mental dessa população.

Problematizar essa questão é importante, tendo em vista que esse período da vida é marcado por grandes transformações que deixam o jovem mais exposto à incidência de fatores de riscos, com a possibilidade de impactos importantes.

Metodologia

O presente trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica descritiva e qualitativa, realizada entre os meses de agosto, setembro e outubro de 2022, a qual nos permite analisar os conteúdos científicos produzidos acerca dos impactos e influências na saúde mental que o uso da internet por adolescentes pode ocasionar, bem como compreender as contribuições e investigar a necessidade de novas referências acerca do tema discutido.

O posicionamento geográfico referenciado foi o território brasileiro. O recorte temporal para objetivar as pesquisas nas requisições contemporâneas do público adolescente foram os últimos 10 anos, 2012-2022, considerando o idioma português. As buscas foram realizadas nas plataformas

científicas: BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), Brasil Scientific Electronic Library Online Español English (SciElo), e Google Acadêmico. Foram utilizadas as seguintes palavras-chave nas buscas: Adolescente, mídias sociais, ansiedade, depressão, transtornos alimentares, saúde mental. Foram encontradas 2840 referências, utilizando o recorte temporal 10 anos esse número resulta em 2814, filtradas as referências apenas do idioma português restaram 59 referências, utilizando o recorte de texto completo o número reduz a 56, totalizando 7 considerados de relevância para o questionamento do grupo após leitura dos resumos.

Discussão

A revolução tecnológica dos últimos anos permitiu à sociedade grandes avanços que se expandiram para vários contextos. Dentro dessa revolução se destaca a internet, uma rede de computadores capaz de conectar em tempo real sujeitos a qualquer lugar do mundo, em qualquer hora (FERREIRA et al., 2020).

Associados, o avanço tecnológico e o progresso industrial vem constatando desenvolvimentos direcionados a melhorias que se estendem amplamente, contudo, é possível observar os efeitos dessa

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mudança. Essa transição vivenciada a partir das décadas anteriores podem ter ocasionado sedentarismo, uma vez que as pessoas tem acesso a várias coisas ao alcance das mãos. Também é perceptível como o desenvolvimento tecnológico revolucionou a forma como as pessoas tem interação, organizam seus pensamentos, gerenciam as suas emoções e seu modo de agir. A atual geração de adolescentes emergiu-se durante essa nova influência da revolução tecnológica, especialmente com o uso intensivo da internet (XAVIER et al., 2018).

A adolescência é uma fase de transição em que pode haver predisposição para conflitos, pois não se é mais considerado criança e nem adulto.

Esse período é marcado por mudanças significativas em diferentes aspectos biológicos, cognitivos e sociais. A transformação no corpo, o modo de pensar, e de agir, as relações sociais, são comumente observadas nesse processo de mudança entre as pessoas que compõem esse grupo (MÉA; BIFFE;

FERREIRA, 2016). Marcada por um período de construção social, o adolescente está em constante fase de aprendizagem das responsabilidades e, muitas vezes se compreende em um mundo individual. A adolescência é uma oportuna fase para a progressão da

autonomia. É influente a relação de apoio com os pares, familiares, meio social como escola e comunidade, entretanto, eles podem conviver com riscos nesses ambientes pela falta de amadurecimento (PAPALIA;

FELDMAN, 2013).

A oscilação de hormônios durante o período da puberdade relaciona-se com à alteração de humor dos adolescentes. Mudanças físicas como amadurecimento dos órgãos genitais, aumento dos seios nos casos das meninas, crescimentos de pêlos, surgimento de acne, mudança do tom de voz nos meninos, expõem os adolescentes a uma nova realidade que podem gerar emoções negativas. Há também um crescimento acelerado na estatura do adolescente que podem ocasionar medidas desproporcionais durante esse período e, podem vir a afetar psicologicamente, relacionando com diminuição da autoestima e de construção de autoimagem negativa (PAPALIA; FELDMAN, 2013).

O amadurecimento do cérebro humano no período da adolescência ainda se encontra em desenvolvimento.

Transições cerebrais estruturais comprometem as alterações emocionais e, por consequência, afetam o comportamento, a tomada de decisão, a capacidade de julgamento e o

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autocontrole. A interação de duas redes cerebrais, socioemocional e controle cognitivo, resulta em uma predisposição a comportamentos de risco. Pode, inclusive, justificar a impulsividade que os adolescentes normalmente apresentam. O processamento de informações dos adolescentes ao redor das emoções localiza- se no lobo temporal e direcionam uma interpretação mais instintiva, se distanciando à medida que se aproxima da idade adulta. A imaturidade do cérebro pode causar

maior proximidade com

comportamentos irracionais e descrença em explicações lógicas. É importante ressaltar que durante o ciclo da adolescência é necessário um investimento na estimulação cognitiva para desenvolvimento cerebral. Esse exercício irá auxiliar no crescimento cognitivo, ordenação dos pensamentos, diminuição da impulsividade, compreensão de conceitos básicos de realidade (PAPALIA; FELDMAN, 2013).

O uso da internet pelos adolescentes é superior a 80%, segundo Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílio (PNAD), de 2015. A atual geração de adolescentes vivencia muitos proveitos do progresso tecnológico, mas se faz necessário a reflexão acerca dos possíveis impactos que esse consumo

pode causar na saúde mental dessa população, pois implicam, também, no surgimento de novas formas de violência entre os adolescentes (FERREIRA et al., 2020).

Dentre todas as possibilidades que se apresentam nas redes sociais digitais, faz-se oportuno observar que os adolescentes compõem um grupo de maior vulnerabilidade e compulsão pelo uso de internet. As pessoas estão cada vez mais conectadas à internet e entre os jovens não tem sido diferente, porém não parece estar tudo sobre controle (MÉA;

BIFFE; FERREIRA, 2016).

Em 11 de março de 2019, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou pandemia mundial devido a contaminação do novo Corona Vírus (Sars-cov-2), causador da doença Covid- 19. Sendo assim, a OMS aconselhou que os países acatassem o isolamento social como medida protetiva para conter a expansão da doença. Repentinamente, milhões de pessoas ao redor do mundo se viram obrigadas a interromper suas atividades antes presenciais, para se adaptarem ao novo modelo de interação humana, a internet. Dessa forma, este meio passou a ser o único meio disponível para a manutenção das relações, a fim de manter uma nova forma de vida diante da pandemia. O isolamento social adotado para enfrentar

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a pandemia potencializou elementos ligados às práticas digitais, principalmente no que tange à população adolescente, como a busca pela fama, necessidade de ganhar “curtidas” através da exposição excessiva, banalização da vida íntima/privada, fatores que promovem condições para o crescimento da violência digital (DESLANDES;

COUTINHO, 2020).

A incidência do

cyberbullying, que é um tipo de violência, teve seu conceito estruturado a partir do conceito de bullying, definido por Dan Olweus, na década de 1970. O Cyberbulling tem como principal característica a violência reproduzida e disseminada através da internet, onde o agressor, através do anonimato, desencadeia ou incita outras pessoas, intencionalmente, à atos de hostilidade.

A violência digital pode impactar vários aspectos na saúde física e mental, provocar sérias modificações no contexto de vida dos adolescentes, dentre elas, as variáveis psicológicas, como a timidez e ansiedade, que podem ter um efeito indireto nos casos de cyberbullying, pois amplificam a possibilidade de assédio virtual (FERREIRA et al., 2020).

Dentre as formas mais comuns da prática do cyberbullying, destacam-se envio de e-mails e

mensagens de texto, divulgação de fotos e vídeos ofensivos, manipulação de imagens, insultos em salas de bate-papo ou em redes sociais, que, além do anonimato, podem atingir um público infinito de expectadores em tempo recorde. Uma vítima de cyberbullying pode ser exposta e atacada de forma inesperada, pois a internet possibilita ao agressor agir de várias formas e a qualquer tempo e hora. Muitas vezes, o agressor não tem consciência dos impactos que seus atos podem ocasionar, podendo, muitas vezes, conduzir a vítima ao suicídio, na pior das hipóteses (WENDT; LISBOA, 2013).

Para além do cyberbulling, há outros tipos de impactos causados pelo uso excessivo de mídias sociais. Neste contexto, destaca-se também a preocupação com a Imagem Corporal e os transtornos alimentares (LIMA et al., 2021). Segundo LIMA et al., (2021, p.

2):

“A imagem corporal reflete a história do indivíduo, o percurso de um corpo e suas percepções ao longo de uma vida, ou seja, o modo como a pessoa vivencia o próprio corpo – percebe, imagina, sente e age em relação a ele, contemplando aspectos perceptivos, subjetivos e comportamentais.”

A fase da adolescência é marcada por alterações significativas, e os cuidados com a alimentação é um fator de grande relevância na qual se torna

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necessário o consumo adequado de nutrientes para suprir a demanda energética e nutricional necessárias para esta fase da vida. A busca pelo “corpo perfeito”, naturalmente ditado pela sociedade e disseminado pela mídia, contribui para o aumento dos transtornos alimentares, pois há uma crença que para se enquadrar no modelo padrão de aceitação é necessário estar devidamente coerente com esse modelo. O transtorno alimentar, caracterizado pelo consumo restrito ou excessivo de alimentos, resulta nos transtornos como anorexia nervosa, que tem como característica a obsessão pelo corpo e perda de peso progressiva, ou seja, o adolescente deixa de se alimentar pelo receio de engordar, e a bulimia nervosa, caracterizada pelo consumo excessivo de alimentos e seguida de vômitos induzidos, uso abusivos de laxantes/diuréticos, para que não ocorra o ganho de peso (LIMA et al., 2021).

Os transtornos alimentares (TA’s) são de difícil tratamento e são consideradas doenças graves. São caracterizados por um padrão de comportamento alimentar desordenado e distúrbio da imagem corporal, elemento imprescindível para análises e estudos envolvendo transtornos alimentares. A mídia, por sua vez, corrobora para esta manifestação cultural de que ser bonito é

sinônimo de magreza, e exerce um papel de influência nos padrões de beleza descontextualizados e difundidos na sociedade, papel importante no desenvolvimento e na manutenção de TA e da imagem corporal (CONTI et al., 2012).

As pessoas necessitam da convivência humana. Os adolescentes que estabelecem bem o convívio em sociedade são mais propensos ao progresso social e psicológico. O uso constante da internet pelos adolescentes, pode interferir no desenvolvimento adequado acarretando em dificuldades na vida adulta. Muitas vezes esse grupo etário, substituem os diálogos de socialização pessoal, por um lugar onde se comunicam por salas de bate papo, mensagens individuais em tempo real, e em redes sociais diversas. Ou seja, a comunicação acontece apenas pelos canais digitais. Porém, essa rede de contatos online, não é o suficiente, para socialização dos adolescentes, pois pode facilitar o afastamento social (SILVA, 2016).

É evidente que a adolescência é um marco de grande importância na vida humana. É a partir dessa fase que acontecem as mudanças necessárias para o desenvolvimento. No entanto, é um período marcado por conflitos, buscas e aceitação. A busca por afirmação de

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identidade e “autonomia”, muitas vezes fazem com que os adolescentes saiam da dependência familiar, em busca de pertencimento social e se deparam com a possibilidade de uma nova dependência.

A de grupos de afinidade. Nessa fase de mudanças, os adolescentes não estão alheios a propagação da internet imposta pelo sistema público. São considerados a maioria entre os usuários de internet.

Não se pode negar que o avanço das tecnologias e a acessibilidade, tem facilitado o crescimento em vários setores. No entanto, parece inevitável o surgimento de problemas relacionados ao uso assíduo da internet, especialmente pela população jovem. Entre os questionamentos de possíveis problemas apontados, estão a dependência, ansiedade e depressão (MÉA; BIFFE;

FERREIRA, 2016).

O fato de os adolescentes estarem constantemente conectados as redes digitais, pode os levar a uma noção imprecisa sobre a real distância das pessoas. Seja por motivo sentimental, ou social. O hábito de usar a internet individualmente, dentro de casa já é uma realidade, nos contextos familiares e pode ser um agravante. Portanto, o consumo demasiado dessas redes tecnológicas, gera preocupação, pois pode ocasionar em problemas de distanciamento social, dificuldades

escolares, e ansiedade. Não é raro ouvir sobre ansiedade nos dias atuais. Não existe uma única causa para desencadear o transtorno de ansiedade. Pode acontecer em todas as fases da vida e com estímulos distintos. Como no caso do uso excessivo das redes digitais no contexto adolescente. São muitas as possibilidades de acesso de forma simultânea. São notificações de mensagens, sons dos aparelhos tecnológicos, tudo acontecendo ao mesmo tempo. Torna-se difícil manter o foco em algum ponto específico. Isso dificulta a definição das prioridades ou impedimento das distrações, podendo acarretar em pessoas alienadas e que não conseguem pensar para agir. No entanto, esse imediatismo e a rapidez com que se acessa as informações transformou o tempo em algo raro. Essa exigência em fazer tudo rápido, pode ocasionar em transtorno de ansiedade, devido a imposição imediatista para solucionar as questões cotidianas. Em certa perspectiva, a ansiedade é ocasionada pelo impedimento de acesso as redes de preferência. O ser humano sente ansiedade quando está em algum local que não possa acessar essas redes. No entanto, a ansiedade não é diferente das outras compulsões. A pessoa não fica ansiosa se tem possibilidade de acesso pontual e sim quando o acesso é

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dificultado por alguma circunstância.

(SILVA, 2016). Depressão e ansiedade são termos complexos, muitas vezes usados erroneamente para descrever circunstâncias irrelevantes do cotidiano.

Para considerar os transtornos mentais, é preciso respeitar aspectos importantes no cotidiano, como as relações culturais, sociais e familiares.

Compreendem-se transtornos mentais, perturbações significativas, que causam alterações e sofrimento em vários aspectos, afetando os processos psicológicos, biológicos, mental e do comportamento. Para considerar um transtorno depressivo e de ansiedade, é necessário obedecer aos critérios de análise respeitando as peculiaridades e sintomas (DSMV, 2014).

Os sintomas de ansiedade podem ser divididos em dois grupos. Os que aparecem de forma involuntária, não apresentam uma causa aparente, se diz da ação do sistema nervoso autônomo.

Apresenta palpitação, respiração rápida, aumento nos batimentos cardíacos, suor, formigamento, enjoo, entre outros sintomas. No outro grupo, os sintomas também são causados pelo estímulo do sistema nervoso autônomo, porém de forma mais prolongada. São dores de cabeça, cansaço, problemas intestinais, vertigem, dores no corpo e os sintomas físicos aparentes, como desassossego,

impaciência sensação de medo, entre outros (MÉA; BIFFE; FERREIRA, 2016); (DSMV, 2014). Os sintomas de ansiedade que aparecem de forma repentina, podendo variar a intensidade, porém que se repetem, podem caracterizar transtorno de pânico.

Enquanto os sintomas aparentemente contínuos e persistentes podem ser característicos de transtorno de ansiedade generalizada (TAG) (DALGALARRONDO, 2019). Um outro e não menos importante quadro a ser discutido é o transtorno depressivo.

A depressão existe desde os tempos antigos. O transtorno vem passando por transformações e considerações ao longo da história. Na adolescência, a depressão foi considerada uma doença após os anos 70. As pesquisas mais recentes indicam os adolescentes como um grupo de grande representatividade de acometidos pela depressão. Cerca de 20% da população depressiva são adolescentes, sendo a doença predominante em meninas. A depressão pode ter graves consequências, podendo levar ao suicídio. Os adolescentes não ficam de fora das estatísticas. Estão representando a maioria dos suicídios entre o grupo etário de 15 a 29 anos. Os sintomas do transtorno depressivo, são específicos, mas podem apresentar características

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peculiares. Entre a infância e a adolescência, é comum acontecer casos de conflitos, como irritação e hostilidade com os mais velhos, dificuldades e ausência na escola, afetando o aprendizado. As meninas apresentam conduta sem rupturas “pura”. Enquanto os meninos apresentam conduta de rupturas e com maior dificuldade na escola (DALGALARRONDO, 2019).

Entre os fatores se risco para o desenvolvimento da depressão, foi evidenciado o uso compulsivo de internet. A compulsão por internet pode ser classificada, pela forma de usar e pela alta na frequência de uso. Associados a eventos depressivos pode causar sérios riscos à vida do adolescente. Mesmo considerando todos os benefícios da internet, o uso inadequado pode levar a compulsão, podendo interferir nas atitudes e desencadeando um resultado de “causa e consequência, na depressão”.

(FRANÇA, 2022). Apesar dos tratamentos efetivos, uma menor parcela dos acometidos pela depressão são tratados. Entre as barreiras do tratamento, estão a falta capacitação profissional especializada, o julgamento da sociedade acerca da saúde mental e a falta de identificação correta da doença.

(OMS, s.d.).

O suicídio pode causar consequências graves e de forma

prolongada na vida das pessoas que vivenciam essas perdas. Inúmeros fatores podem estar relacionados ao fato de as pessoas cometerem a própria morte. Entre elas, vale destacar as mídias, tradicionais e digitais. Uma notícia de suicídio reportada em um jornal, de forma superficial e sem promover conhecimento sobre a saúde mental, pode ter efeito gatilho em pessoas com depressão grave, por exemplo. “No Brasil o efeito mídia é o terceiro motivador de suicídios, ficando atrás do desemprego e da violência. “.

Esse fato pode ser explicado pelo

“fenômeno”, de propagação de informações nos canais de comunicação das mídias, que tem o poder de ditar opiniões e estabelecer um modelo a ser seguido. Essa coragem estabelecida pelo acesso de informações e a maneira de como as pessoas podem ser diretamente afetadas por elas, é chamado de “efeito contágio “, que por sua vez, aumenta o risco de as pessoas mais vulneráveis cometerem o suicídio (FERREIRA;

REIS, 2020).

Estar conectado à internet e às mídias sociais é estar aberto para várias possibilidades. Recentemente, surgiu um fenômeno que ficou conhecido como

‘desafios’, ou seja, vídeos inusitados e muitas vezes perigosos, que entre peculiares e inofensivos, podem colocar

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em risco a integridade dos participantes.

Os riscos para os que praticam esses desafios extremos levam-nos à reflexão sobre algo que põe em diálogo justamente os entrelaços entre saúde mental e sociedade, particularmente a sociedade midiática (CONTRERA;

TORRES, 2021)”.

A priori, os desafios são lançados sem fins mercadológicos, porém, desperta o interesse do adolescente pelo desejo de absorver para si o êxtase proposto pelo desafio, a ponto de colocar a própria vida em perigo. Muitos desses desafios aparecem em redes sociais com grande frequência, como por exemplo, o

‘desafio Planking’, cuja proposta é se posicionar de bruços, em locais perigosos, com parte do corpo suspenso, para assim capturar uma foto de efeito.

Outro desafio bastante perigoso é o desafio das 72 horas, consiste no indivíduo desaparecer por esse período de tempo, que ninguém saiba onde encontrá-lo. “Se por um lado a tecnologia possibilitou identificar indícios de viralizações e depreender destas que ali existe um tipo de contágio das massas, por outro, é necessário ter atenção quanto às consequências da potencialidade dos contágios (CONTRERA; TORRES, 2021).

Recentemente, o desafio chamado de “Baleia Azul” ficou bastante

conhecido. Tratava-se de um jogo que, teoricamente, seduzia jovens para os as práticas de automutilação. O desafio era um convite à morte, e sugeria uma série de tarefas, que eram enviadas previamente ou instantaneamente, onde o participante era desafiado a se automutilar, resultando no suicídio.

Outro desafio bastante perigoso era o

“Desafio de Inalação”, que consiste em colocar uma quantidade de álcool relativamente pequena em uma superfície plana, e com um canudo, inspirar o álcool, causando reações diversas, como espirros, náuseas e vômitos e necessidade de consumir água.

Além disso, o desafiante também propunha ao participante a consumir o produto diretamente no frasco, como se fosse uma bebida destilada. Seguindo a mesma lógica dos desafios com álcool em gel, há também o desafio de colocar o álcool em gel na boca, e cuspir o produto em direção ao fogo de uma vela ou isqueiro, podendo causar

queimaduras (DESLANDES;

COUTINHO, 2020).

Os estudos denotam as interferências multifacetadas do uso da internet na vida dos adolescentes, sendo necessário um plano de ação multidisciplinar para abranger todas as possíveis influências vivenciadas a partir do consumo digital, com o objetivo de

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minimizar os fatores de risco e potencializar os fatores de proteção desse consumo (FERREIRA et al., 2020).

Considerações finais

O avanço tecnológico vem modificando o modo de viver da população contemporânea. Não se pode mensurar os benefícios dessa revolução para civilização, que é extensivo à saúde, economia, educação, mobilidade urbana, entre outros. A atual população adolescente, cresceu nesse contexto.

Muitos são os proveitos vivenciados por esse grupo etário. Porém, em consequência dessa circunstância, podem acontecer muitos prejuízos. O fluxo de informações consumidas diariamente por esse público, os expõe em situações de vulnerabilidade, assim como os impactos na saúde mental pelo uso excessivo de internet e das mídias sociais.

Discorrendo sobre os possíveis impactos causados à saúde mental dos adolescentes, verificou-se através das pesquisas, que o uso excessivo pode

causar alterações, significativas na saúde biopsicossocial desse grupo etário.

Verificou-se a incidência de violência virtual. Influenciados pelas mídias digitais online, os adolescentes podem ficar mais suscetíveis a desenvolver quadros de transtornos alimentares, como anorexia nervosa e bulimia, em busca de um corpo perfeito. Foi apontado que o uso excessivo da internet pode resultar em dependência, causando transtornos, como depressão e ansiedade, no mais precário dos cenários até mesmo ideação suicida. A exposição à “desafios virtuais”, para alguns, pode resultar em comportamentos sem que a pessoa valide os possíveis danos à saúde.

Percebe-se, a dificuldade em encontrar estudos amplificados, em especial na área da psicologia, que abordam o tema internet, mídias sociais e os impactos na saúde dos adolescentes, o que abre perspectivas para novos estudos. Devido ao crescimento da presença da tecnologia na sociedade, estima-se um avanço na produção de pesquisas científicas acerca do tema.

Referências

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Referências

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