AO CO8HECIMENTO
CONTRIBUIGOES
DOS CULICIDEOS DE S. PAULO
POR
ALCIDES
6 gravuras no texto)
595.771:981
AO CONHECIMEWI'O DOS CULICIDEOS DE S. PAULO
V. Synopse das especies de
POR
ALCIDES PRADO
Nestas notas, occu.po-me quasi s6 em estabelecer chaves para a determina- das especies mais communs do genero Mansonia, mbgeneros Rhynchotaenia
e Mansonia..
mosquitos muito abundantes nos arredores de S. Paulo, facilmente capturaveis nos meses de abril e maio, na par.te da cidade banhada pelo rio Pi-
nheiros.
Pretendo, em trabalho estudar os principaes focos larvarios e co- nhecer a.s plantas aquaticas que favorecem a grande destes culicideos, uma vez que as larvas respectivas respiram das raizes de certos vegetaes.
Entre estes innumeros auctores collocam a Pistia stratiotes L., vulgarmente co- nhecida por herva de Santa Luzia, planta, ali/ts, rara nas vizinhanqas de S. Paulo.
Apezar da grande em toda a neotropica, estes mosqui-
tos considerados tran. srnissores de molestias humanas.
Os principaes caracteres genericos destes culicideos os seguintes: ,pre- de cerdas post-espiraculares, ausencia de cerdas es?iraculares, escamas
alas azas ovaes, ou em estandarte e ausencia de cerdas no lado superior da base de Rx.
Chaves das especies de Mansonia:
ADULTOS
(Colorafro e estructura)
1 -- Femur corn um and branco subapicilar 2 (subgert. Rhynchotaenia) Femur sero tal anel 5 (su,bgen. Mansonia)
__
__
Memorias do Instituto Butantan
Mesonoto pardo-escuro, sem ornamentacCo
Mesonoto pardo-escuro, corn ornamentagio
Tibias, especialmente pares anterior e me-dio, manchadas de branco
Tibias quasi pardo-escuras Mesonoto corn escamas esparsas, pardas e pa!lido-doiradas, formando urea larga faixa med,iana, longitudinal, ladeada por duas ou- tras mais estreitas e da mesma c6r; esca- mas das azas ovaes estreitas, caracteristi- cas, negras e branco-amarelladas, mistura- das
Mesonoto mais ou menos identico ao ante-
rior, .por6m com as faixas Iongitudinaes mais tenues; escama95.o menor em tama- nho, interrompida na base das forquilhas da, s cellulas e ao nivel das nervuras trans- versaes; escamas negras e outras pallidas, estas ultimas um tanto inconspicuas
Mesonoto com uma larga faixa mediana longitudinal formada de escamas pardas e pallidoadoiradas, ladeada por outras duas
,.a,. escamas alas azas ovaes es-
treitas, negras em geral, com uma fileira de
escamas branco-amarelladas em todo o quarto basilar de
Mesonoto com escamas douradas na parte
ante r/or
Mesonoto corn escamas douradas antes da
raiz das azas
Mesonoto sem escamas douradas
Especie-grande; c6r geral pardacenta; azas corn escamas ovaes targas, caracteristicas
Especie pequena; c6r geral pardo-averme- lhada; azas com escamas ovaes largas, ca- racteristicas, corn outras ovaes estreitas,
enfremeadas
Tomo VIII
arribalza!7ae Tuvou^LU
3
4
albifera PuaI)O
]iLl:[ oil ict CHAGAS
fasciolata LYNCH- ARRIBALZAGA
albicosta
amaconensis TIIEOBAI.I }
humerails DYAR a KNAB 6
pseudotitillans THEOBALD
titillans WALKER
A. -- SLlnopse do gert. Mansonia
i
__
__
i
Hypopy#io (estructura) Lobo da pe9: lateral moderado, mais curto ou curto quanto a espinha accessoria
Lobo da pega lateral longo, coma espinha accessoria mais cu. rta do que elle
Lobo e espinha, ambos longos, excedendo a ponta da pesa lateral
Lobo curto; a extremidade da espin, ha n5o excedendo o comprimento da pega lateral Par interno do mesosoma erecto, com uma
expansao na .ponta, notando-se em sua parte interna saliencias erigadas
Par intemo do mesosoma erecto, corn uma
expans5o na ponta, se notando, poem, saliencias erigadas em sua parte interna Par externo do mesosoma chitinizado, em
angulo recto, coma ponta espa, tulada, no-
tando-se nella fortes denticulos
Par externo do mesosoma pouco chitini- zado, coma ponta em forma de espinha Par interno do mesosoma sagitado e ex- pandi. do apenas na ponta
Par interno do mesosoma espatulado e com urea serie de denticulos, internamente, na
ponta
Pega lateral com lobo apicilar, onde se in-
serem cerdas e filamentos
Pe;a lateral sem lobo apicilar
Clasper forte, retorcido, com uma ,pequena aba ao meio; lobo basilar com base trian- gular que sustenta uma estreita haste de ponta entumecida
Glasper detgado, curvo, com um pequeno ramo lateral; lobo basilar, em cuja haste ha um entumecimento antes da ponta
2 (subgen. Rhynchotaenia) 6 (subgen. Mansonia) arribalgacyae THEOaALD
juxtamansonia CHAGAS fasciolata LYNCH-
ARRIBALZAGA
albifera PaxDo
albicosta CHAGAS
amazonensis THEOBALD
titillans
huaneralis DYAR a KNAB
Memorias do In.stituto -- Tomo VIII
Mansonia (RLhynchotaenia) arribaizagae (THEOBALD)
Especie muito rara, apenas se conta entre os exemplares da antiga collec- q5o entomologica do Instituto Butantan. Peryassfi observou exemplares prove- nientes de Bicudos, no Estado de Minas.
Theobald, Mon. Culic. 111:261.1903.
Peryassfi, Os Culic. do Brasil:228.1908
Bone dr Bonne -- Mosq. of Surinam (13):327.1925.
Dyar, The Mosq. of the Americas:259.1928.
(Rhynchotaenia) juxtamansonia CHAGAS
Esta especie muito abundante em .S. Paulo, nos meses proprios do armo.
eeryassfi, Os Culic. do 'Br:asii :223.'i908.
Dyar, The Mosq. of the Americas:255.1928.
Mansonia (RLhynchotaenia) fasciolata (LYNCH ARRIBALZAGA) Entre as varias especies de Mansonia, d a mais cornmum em S. Paulo.
Lynch Rev. Mus. de h. Plata II :150.1891.
Shannon & Del Ponte, Rev. Inst. Bact.. B. Aires V(1):65.1927.
Dyar, The Mosq. of the Americas :256.1928.
(Rhynchotaenia) albifera PRADO
Affim de M. albicosta, pordm bastante .frequente em Pinheiros e Butantan,
Paulo.
Prado, Mem. Inst. But. VI:193.1931.
/Mansonia (Rhynchotaenia) albicosta
Um unico exemplar macho .se encontra entre os exemplares da antiga col- entomologica do Instituto.Butantan, como dado de captura em S. Paulo,
anno de 1918.. _.
Peryassfi, Os Culic. do Brasil:220.1908.
Dyar, The Mosq. of the Americas :258.1928.
Prado, .Mere.. Inst. But. VI:195.1931.
A. Panre9 -- Synopse do gen. Mansonia
Mansonia (Mansonia) amazonensis
Das especies do sub-genero Mansonia, sempre menos abundantes em S.
Paulo do que as do sub-genero Rhynchotaenia, a mai.s frequente. Lima
observou-a em Santarem e Obidos, no rio Amazonas.Theobald, Mort. Culic. II :182.1901.
Dyar, The Mosq. of the Americas:252.1928.
Costa Lima, S.uppl. Mem. Inst. Osw. Cruz (12):297.1929.
Mansonia (Mansonia) titillans
Capturada corn relativa constancia em S. Paulo, por6m, s6 femeas. As larvas desta especie, segundo opini5o dos auctores, acham-se sempre adherentes
/rs raizes da Pistia stratiotes L..
Walker, Cat. Brit. Mus. 1:5.1848.
Shannon & Del Ponte, Rev. InN. Bact., B. Aires, V(1):65.1927.
Dyar, The Mosq. of the Americas :254.1928.
Root, Animal Parasitology :525.1929.
Costa Lima, Suppl. das Mem. Inst. Osw. Cruz (12):297.1929.
Pinto, Arthr. Paras. Trans. 11:585.1930.
Costa Lima, An. Mus. Nac. Hist. Nat., B. Aires, XXXV1:359.1931.
Lane, Rev. Biol. e Hyg. IV(2):72.1933.
Mansonia (Mansonia) pseudotitillans (THEOBALD)
S5o Colhidas desta especie, em S. Paulo, femeas em certa proporg5o. Costa Lima conseguiu estudar o macho desta especie, ate5 ent5o descon.hecido, baseado
um exerrrplar :procedente de Jacarepagu/t, no Districto Federal.
Dyar, The Mosq. of the Americas :253.1928.
Costa Lima, Suppl. Mem. Inst. Osw. Cruz (12) :297.1929.
Mansonia (Mansonia) humeralis DYAR & KNAB
Proxima de M. titillans; rara. De um exemplar colleccionado em 1902, em S. Paulo, conseguiu-se uma preparag5o do hypopygio, j/t descripto.
Dyar & Knab, Ins. Ins. Mens. IV:61.1916.
Dyar, The Mosq. of the Americas:252.1928.
Martini, Rev. de Entom., S. Paulo, 1:215.1931.
Memorias do Instituto Btttanlan -- Tomo
RESUMO
Este trabalho versa sobre o estabelecimento de chaves capazes de facilitar a determina55o dos representan. tes mais communs do genero Manxonia. Em
trabalho futuro ser5o descriptos os principaes f6cos larvarios e registadas as plantas aquaticas que favorecem a procriag5o desses Culicideos, cujas larvas res-
?iram das raizes de certos vegetaes desse typo, entre os quaes inn.umeros am:tores collocam a Pistia stratiotes, planta ati/ts rara nos arredores de S. Paulo.
Apezar da enorme dissemina55.o em toda a regi5o neotropica, os mosquitos do genero Mansonia n5o s5.o considerados transmissores de molestias humanas.
ABSTRACT
A key is to facilitate the identification of the most common species of 3Ians. onia (Diptera, together with some information on their dis-
tribution in Brazil.
(Trabalho da de Protozoologia e Parasitologia do tituto Butantan, recebido em agosto de 1933. Dado pu- blicidade em agosto de 193-1. Nora: As de I a IV de serie [oram publicadas nas Mere. Inst.
tan VI. 1931).
A. PRADO Synopse do #en. Mansonia Mere. Inst. Butantan
Vol. VIII, 1933-1934
Fig. 3 Fig. 4
Mansonia hypopygio albicosta, hypopygio
Fig. 5 Fig. 6
atnazonensis, hypopygio Mctnsouia hypopygio