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Investigação sobre alguns aspectos da condição feminina - Bairro Costeira do Pirajubaé, Florianópolis - SC - 1983.

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(2)

Maria, Maria

(Milton Nascimento)

Maria, Maria

E um dom, uma certa magia

Uma força que nos alerta

Uma mulher que merece viver e amar

Como outra qualquer do planeta.

Maria, Maria

E o som, ë a cor, ê o suor

E a dose mais forte e lenta

De uma gente que ri quando deve chorar

E não vive, apenas aguenta

Mas ê preciso ter força

E preciso ter raça `

E preciso ter gana sempre -

Quem traz no corpo a marca

Maria, Maria

Mistura a dor e a alegria

Mas e preciso ter manha

E preciso ter graça

E preciso ter sonho sempre

Quem traz na pela essa marca

Possui a estranha mania

(3)
(4)

S1

AGRADECIMENTO

Sübito nos damos conta da

importância do trabalho que fizemos,

pela contribuição que recebemos;

pela resposta dada I

pelos contatos mantidos

pelos desabafos ouvidos

pelas soluções buscadas

pelo estudo '

pelo desafio

Desafio que nos fez crescer e

cujo resultado desejamos

que o façam a outros.

Desafio que solidificou~

nosso conceito de "amigo"

pelo muito que recebemos

em apoio a "força"

a quem de público sô podemos dizer:

OBRIGADO

Aos nossos pais: Lia, Cid, MÊ Tereza e Dimas

Ao Pedro, Marta, Thor, Andressa, Ana, Beatriz,Dëbora e Fábio

Aos amigos Maris, Thais, Clair, Elza, Marise, Marcos Joaquim

Renata, Edelton, Sara, Mara, Fletes, Klaus, Chico, Roberto

Tida, Rogério, Silvia, Marcos, Lúcio, Neuza, Beatriz, Bete,Lëa

(5)

\

01. INTRDDUÇÃD E JUETIFICATIVA... . . . . ... . . . . . . . . . . . ..oI

02._oBJETIvos... ... . . . ... . . . . . ...O6

03. MATERIAL E METoDos-... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..07

~ ~ 04. APRESENTAÇAQ Dos RESULTADOS E DIscUssAo..' . . . . . . . . . . . . . . . . . ..1o . RI. IDENTIFICAÇÃO.. . . . . . . . . . . . ... . . . . . ... . . . . . . . . . ..I0 «-› II. CONHECIMENTOS DE ANATOMIA E FISIOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . ..l6 III. cIcLos BIoLÓGIcos . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..2o Iv. REPRoDUçÃo HUMANA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..3l v. VIVENCIA SEXUAL . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . ... . . . . ..39

VI. SAÚDE DA MULHER- . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . ..52

VII. PROCURA DE SERVIÇOS DE SAÚDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..58

VIII. TABUS... . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . ..52 05. coNsIDERAçõEs EINAIs-.... ... . . . . . . . . . . . . . . . . .-65 ~ O6. CONCLUSAO . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..68 07. PROPOSTA..;.. . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..70 08. RESUMO-. . . . . . ... . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . ..72 09. ABSTRACT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ../3 10. ANEXOS... . . . . .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..74 ll. BIBLIOGRAFIA..- . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..9l x

(6)

-

LH INTRÓDU Ão

. Ao nos propormos a fazer esta dissertação sobre alguns aspec

tos da condição feminina, sob o prisma médico-científico, sentimos

a necessidade de nos situarmos dentro deste contexto, através de uma

análise da evolução histórica do pensamento médico. V

Os primeiros médicos - magos e bruxos - usavam a seu favor,

a imagem de deuses para explicar os fenômenos naturais. Na Grécia an

tiga nasceu a filosofia para dar uma solução légica para tais fenôme

nos, surgindo a religião e a ciência, implicando na divisão entre cor

po e alma. Pitágoras foi o primeiro filõsofo a tentar definir saúde,

como sendo o resultado de uma apropriada relação matemática entre as

partes corporais. A separação do corpo e da alma foi exacerbada com

o Cristianismo, que considerava o corpo apenas o abrigo da alma e on

de o enfermo era visto como participante da arte divina, devendo a

doença ser sofrida para seu enobrecimento. No século XVI a saúde era

dependente do individuo, não se considerando a relação homem-meio am

biente. Com Pasteur, houve a constatação de que era possível tomar

providências antecipadas, através de medidas preventivas para evitar

ou atenuar os efeitos de enfermidades, havendo, então, dissociação en

tre o curativo e o preventivo. -

,

-'

' '

Com Virchow, em 1847, foi demonstrado a multicausalidade da

doença, onde colocou os seguintes pressupostos: "a) a causalidade so

cial da enfermidade e o papel do Estado na saúde do povo; b) a influ

éncia das condições sõcio¬econõmicas nas doenças; c) ãS epidemias C0

~

- ~

mo evidencia das contradiçoes sociais; d) para combater as doençassäw

necessárias ações do tipo médico e do tipo social; e) o médico deve

participar da vida social e política."_".` -'ç -'

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V Assim, o legadorhistõrico~que¬recebemos, determinou duasgnql

des divisões conceituais: a saúde do corpo e a saúde da mente; ä .Pre

venção de doenças e a cura das doenças. '

V

_ Destes, a saúde orgânica, manipulada de forma curativa, obtg

ve maior desenvolvimento e aplicação cientifico tecnológica.

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l ,Í

(7)

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'A - REALIDADE SOCIAL COMO FATOR DETERMINANTE DE SAÚDE

Considerar a saúde do homem fora do contexto social leva a

grandes erros de interpretação, porque ela é uma decorrência direta

do nível de vida da população.

Embora a medicina possa influir de alguma maneira nos indica

dores que traduzem o grau de salubridade da população, a saúde depen

de mais diretamente de como é realizada a distribuição da renda, a

qual se refletirã na qualidade de vida da população, que é traduzida

pelas condições de habitação, trabalho, alimentação, educação, dive;

sao, cuidados de higiene, saneamento e assistência médica.

Não hã dúvidas, como tem sido demonstrado, que a assistência

médica e o desenvolvimento econômico são dois problemas que não podem

ser equacionados isoladamente.

.A realidade médica brasileira deve ser, então, compreendida

no çontexto dos grandes problemas sociais e econômicos que afetam di

retamente a Nação. Os profissionais da saúde não podem ignorar que

apenas 32% da nossa população é considerada alimehtada, ou seja, não

subnutrida CEW).

'

_ Um dos fatores a ser examinado nos países subdesenvolvidos é

a não adequação do preparo do médico ãs necessidades reais de saude

da população. Os médicos não devem se limitar ã prática da _ medicina

_ .... . ~

curativa tao enfatizada na sua formaçao profissional, mas sim, tentar

compreender, como colocou Virchow em 1847, que a doença não depende

ç _ _ _ _

somente de um agente especifico, mas sim de um leque de fatores dete;

minantes, entre os quais, os fatores sõcio-econômicos, que represeg

tam importante parcela. _

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O

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B ~ O CONTEXTO DO PACIENTE FEMININO

~ Quando o paciente é do sexo feminino, tem sido observado ,

com muita frequência, uma série de queixas relacionadas com o aparg

lho reprodutor, bem como com a sua sexualidade. Muitas_vezes estas

‹ ~ »

~ .-

queixas, por inibiçao, preconceitos e/ou uma dericiente relaçao medi

co-paciente, vem mascaradas e/ou somatizadas, sendo recebidas com in

devida atenção médica. *

V ,_

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Vem se somar o fato de que a formação curricular tradicional

(8)

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mesma, constatados na prática clinica diária. Apesar de ser um. campo

relativamente novo, já se encontra sistematizado ou desenvolvido, in

clusive sendo disciplina curricular de algumas universidades do nosso

Pais. ~

~

A condiçao.feminina foi considerada neste estudo, como sendo

uma expressao ampla, envolvendo a sexualidade feminina estendendo-se

aos cuidados específicos da prevenção da saúde da mulher.

A sexualidade, segundo Novak et alii (58) "... envolve o de

senvolvimento do caráter e características do individuo e está, por

tanto, intimamente relacionada com a sua personalidade e seu lugar cg

mo membro da sociedade em que vive. Como envolve o individuo total,

deve reconhecer os aspectos anatõmicos e fisiológicos destinados a

funcionar no ato sexual, a relação sexual. Como a relação sexual, que

ê uma expressão da sexualidade, ê uma atividade que envolve outro in

divíduo, a educação da sexualidade se transforma na educação das rela

çoes interpessoais entre indivíduos e sociedade." E "... o desenvolvi

mento da sexualidade abrange a ética, por se relacionar com a felici

dade do individuo, moral ou relacionamento interpessoal, pois inclui

intimamente, pelo menos um outro indivíduo ou dois, quando ê concebi

do um filho, a sociologia¿xxiqmáfiizreqmfito ã formação da família e

a reaçao a sociedade em geral, e finalmente a biologia e a fisiologia

porque a reprodução ê a “última consequência deste desenvolvimento".

Segundo Alves, B.M. et alli (ZA, 0 conceito de sexualidade

um conceito completo, na medida em que se situa entre a natureza

e a cultura. Ele seria natureza no que se refere ao biológico, mas

sendo o biolõgico traduzido e reinterpretado pela cultura, a sexual;

dade ê uma construção social. Neste sentido, sexualidade ê uma reprg

sentação, ë uma tradução de relações sociais."

Pelos dados colhidos no Programa de Assistência Integral ã

Saúde da Mulher, do Ministério daSaüde, "... a mulher pertence ao 912

po populacional que talvez menor atençao tem recebido pelos serviços

A ë `

de assistencia sanitariaí' .

`› ~ '

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'

Esse quadro assume importância ainda maior ao se considerar

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a proporçao.que hoje a mulher.representa na força de trabalho, alem

do seu papel fundamental no núcleo familiar.

Salienta-se que, talvez em razãõ da desatenção tradicional

~

do sistema de saúde em relaçao aos aspectos integrais da saúde da mu

lher, tem-se delegado para um plano secundário a importância dos as

pectos profilâticos e terapêuticos da morbidade que atinge o aparelho

A

reprodutivo e ainda mesmo quando a mulher busca assistencias nestes

~

aspectos, nao tem encontrado uma resposta adequada e suficiente atra

(9)

assistência aos aspectos preventivos e de diagnóstico precoce de doen

ças ginecolõgicas malignas, outros aspectos tais como a prevenção,

dt't^'

e ecçao e erapeutica de moléstias

'*-

de transmissao

.~“

sexual, repercus

soes bio-psico-sociais da gravidez nao desejada, abortamento, acesso

a métodos e técnicas de controle de natalidade, tem sido relegados a

_

planos secundarios também.

Em relação ä saúde da mulher especificamente, deve-se enfati

zar alguns aspectos que permitam a identificação dos problemas mais

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reguen es que atingem essa populacao. Embora se acredite que estes

assumam comportamento diferenciado em funçao dos estratos de renda em

que está distribuída a população, tentar-se-ä a chamar a atenção para

alguns indicadores globais:

de cada 16 õbitos, l corresponde ao de uma mulher na faixa de idade

O\ o\°

de l5 a 49 anos, a qual contribui com do total de óbitos genus;

as seis primeiras causas de õbitos neste grupo são em ordem de fre

quéncia, as seguintes: acidentes e violência (l6 ` U) o\°

x/ 5I neoplasias

malignas (l4 ` \l o\° \/

'U

I doenças cardiovasculares (8,6%);cerebrovasculares

(8,3); causas obstétricas e aborto (6` ›l=› o\° \/

`

I e doenças do aparelho di

gestivo (6,4%);

considerando-se as causas diretamente relacionadas com a funçao re

produtiva, observa-se que õbitos por: hipertensao na gravidez, com

plicações do trabalho de parto, infecções puerperais, hemorragias

obstétricas e aborto são os mais frequentes, apesar de serem facil

mente evitâveis através da adequada assisténcia pré-natal, ao par

to, ao puerpério e intergestacional. O mesmo se pode mencionar a

respeito dos õbitos por neoplasia maligna, que seriam, em grandepag

te, evitãveis mediante exame preventivo sistemático das mamas e ci

tologia cervical;

pesquisas mostram que 20

de, ll

45 anos a 49 anos continuavam a usar

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das mulheres entre 35 e 39 anos de ida

das mulheres de

das mulheres de 40 anos a 44 anos, e

ulas anticoncepcionais jus

tamente na época de vida onde este método é mais perigoso e mais

` .-

riscos causa a saude da mulher;

queda progressiva do aleitamento materno, reconhecidamente um fator

fundamental para a nutrição e proteção da saúde fisica e psicolõgi

'

~ / - ~

ca dc lactente e da mae, e tambem um problema de graves proporçoes;

a morbidade por câncer do colo de útero e de mama em mulheres brasi

leiras tem se mostrado alta, apesar de nessas patologias,sef\poss¿

(10)

nz ‹`

- aumento pregressivo de infecções sexualmente transmitidas;

- observa-se aumento do número mëdio de abortos por lOO mulheres en

tre l96O a l975, com uma variação de 34% a 150% de incremento."

O desenvolvimento que a mulher tem no seu próprio corpo, con

tribui para acentuar muitos problemas ligados ã sua saude. Muitos des

tes problemas que chegam diariamente aos serviços de saúde, possuem

pouco grau de resolutividade, sendo na maioria das vezes tomadas medi

das paliativas.

A necessidade de se.fazer um estudo científico a nível local

relacionado ä saúde da população feminina surgiu exatamente da obser

vação de todo este quadro, inclusive durante o decorrer do curso de

medicina, no contato com pacientes nos ambulatórios - escola e ou

tros postos de saude, onde constatou-se também que o contingente femi

nino constitui a maior percentagem da demanda.

A OPÇãO pelo Bairro Costeira do Pirajubaê em primeiro lugar,

se fez em face da existência de um serviço de Saude de Extensão . da

Universidade Federal de Santa Catarina, onde vemos a possibilidade de

aplicação prática de nosso estudo preliminar num serviço' multidisci

plinar de atenção permanente ã mulher; em segundo lugar, por ser um

bairro de periferia, com grande cdncentração demográfica de baixa ren

da, onde se registra significativos indicadores de carência de Floria

(11)

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OBJETIVUS:

OBJETIVO GERAL

Conhecer alguns aspectos da condiçao feminina na popg

lação de mulheres de 20 a 50 anos do Bairro Popular Costeira do Pira

jubaê em Florianópolis, dando ênfase ao nível de informações sobre -

as características que as diferenciam do grupo masculino e suas rela

ções psico-sociais.

OBJETIVOS EsPEcÍFIcosz

l. Traçar um perfil sõcio-cultural das mulheres de

20 a 50 anos da Costeira do Pirajubaë;

2. Investigar o conhecimento que as mulheres possuem

sobre anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor feminino;

'

3. Questionar sobre aleitamento materno, reprodução -

humana, doenças sexualmente transmissíveis, alterações no periodo ~

pré-mestrual e sobre menopausa;

4. Constatar o conhecimento e procura dos serviços mš

dicos de prevenção ligados ã saúde da mulher;

5. Inquerir sua vivência sexual;

6. Avaliar o relacionamento psico-social da mulher

de periferia e sua capacidade de auto-valorização;

7. Identificar alguns tabus ligados ao aparelho repro

(12)

U7

MATERIAL E MÉTODOS

Com a técnica de abordagem da comunidade chamada: ° Aplicaçao

de questionáriosí foi colhido os dados para esse trabalho de disse;

tação, através de amostragem aleatória simples, que consiste em sele_

cionar os elementos por sorteio, de forma que cada um deles tenha a

mesma probabilidade de ser selecionados para serem entrevistados.

O questionário foi preparado considerando primeiro os objeti

vos especificos a serem verificados, levando as questões mais relevên

tes para a pesquisa; em segundo lugar, o impacto psicológico que o as

sunto provocaria na população alvo, bem como a possivel relutância de

algumas entrevistadas em fornecer informações intimas e em responder

ao questionário com muitas perguntas; e em terceiro lugar, os proble

mas de caráter estatístico quanto ä agregação e tabulação dos dados

que resultariam da aplicação dos questionários, uma vez que eles con

têm respostas dicotõmicas (duas alternativas» de múltipla escolha e

perguntas semi-abertas (algumas respostas previstas, podendo ocorrer

outras além das já relacionadas no questionário).

Foi avaliado o universo de 1.040 mulheres moradoras na Costei

ra do Pirajubae, na faixa etária entre 20 e 50 anos, com o método de

amostragem aleatória simples, aplicando-se questionários em um número

significativo.para esse universo (10%) uma vez que seria impossivel

aplicar o questionário em todo ele por fatores limitantes de tempo e

custo. ~

, . ~

A Costeira do Pirajubae, segundo a classificaçao de Jorge

Boya GQÉ), caracteriza-se como "bairro popular" por ser um local onde

reside a força trabalhadora. Possui uma área de 3 km de extensão, li

mitando-se ao norte com o Bairro Saco dos Limões e ao sul com o trevo

Aeroporto e Campeche. '

Possui uma população aproximada de 6.500 habitantes, que conâ

tituem l.27O famílias. E consideramos uma precisão de estudo estatis

tico significativo ao nível de U' ` o\0 e uma precisão total de O,l0, para

tal admitiu-se um percentual de respostas favoráveis ã pesquisa de ma

neira global de 0,5. _' '

Óbservação: Gostaríamos de referir que este trabalho somente

ficará completo e significativo para a Cidade de Florianópolis, se

realizado em vários bairros enfocando diversas classes sociais e com

(13)

05

Í .

A área de estudo foi dividida em três conglomerados, levando

em conta a geografia local.

Conglomerados:

I - aplicados 20 questionários

II - aplicados 44 questionários

III - aplicados 40 questionários

CONGLOMERADO I: Limita-se do entroncamento entre a rua Câncio

Jaques e a avenida Jorge Lacerda, á margem esquerda‹iisenúdáo ãflmúdz,

considerando um total de 260 casas, o que aproximadamente representa

20% do total de casas do bairro popular.

CONGLOMERADO II: Limita-se da margem direitada ¶fivnikiSdmudt

a margem esquerda da servidão Marciano, considerando um total de 540

casas, o que aproximadamente representa 42,5% do total de casas do

bairro popular.

_ CONGLOMERADO Iii: Limite-se da margem direita da servidão Ma;

ciano ao entroncamento Aeroporto-Campeche, considerando um total de

470 casas, o que aproximadamente representa 37,5% do total de Casas

do bairro popular. V

De cada conglomerado foi escolhido aleatoriamente (POI S05

teio) as casas que seriam visitadas para a aplicação do questionário,

já que associou-se ao mapa obtido na TELESC e ao obtido no Postø de

Saúde de Extensão da UFSC, um número em cada casa para efeito de sor

teio.

Considerando qxaemzflgunsdos lO4 números sorteados não Seria

possível aplicar o questionário (por encontrarmos mulheres com 'idade

inferior ou superior á faixa etária enfocada na pesquisa, ou porque

o número sorteado não corresponde a uma casa habitada por familia -

casa nao habitada, vendas, farmácias, etc), utilizou-se uma folga de

20% C

4

Assim foi realizado um pré-teste com um questionario inicial

(anexo n9 1) que considera 45 perguntas e foi aplicado em ll mulneres

(aproximadamente 10% do total de questionários que seriam apllCaÕOS

na população alvo), sendo todas elas pertencentes a mesma faixa eta

ria da pesquisa e não moradoras da Costeira do Pirajubaë, e 55% âelaã

com uma situação sõcio-econômica equivalente a esperada da pOpUläÇãO

z _ ~ . ' Q

alvo, funcionarias da Fundacao Hospitalar de Santa Catarina e 45° de

las pertencentes ás diversas classes sociais e distribuidas nos dive;

(14)

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Este pré-teste foi muito porque mostrou a dificuldade de

acesso ã população alvo, tempo aproximado utilizado em cada entrevis

ta, dificuldade de abordagem neste assunto, e principalmente por ter

mostrado que muitas questões deveriam sofrer algumas modificações, de

vido ã dificuldade de tabulação e intercorrelação dos dados, levando

a formulação de um novo questionário.

Então, alguns aspectos sobre a condição feminina, incluídos

num vasto material para estudo ficaram sintetizados em 53 variáveis

(anexo nQ 2), divididos em 6 blocos sendo: I - identificação; II - cg

nhecimentos sobre o aparelho reprodutor feminino; III - Doenças saaal

mente transmissíveis; IV - cuidados especificos; V - Vivência sexual;

VI - Tabus e generalidades. Obteve-se assim uma sequência lõqica~ das

perguntas, iniciando com perguntas acessíveis e que estivessem rala

cionadas com o seu dia-a-dia, constituindo um sistema de 'perguntas

com alta consistencia interna das respostas da entrevistada.

Como os aspectos a serem levantados incluíam assuntos de ca

rãter íntimo, as entrevistas foram realizadas apenas por mulheres,sem

que estivesse presente o companheiro da mulher entrevistada ou uma ou

tra terceira pessoal, que influísse no relacionamento entre entrevis

tadora»entrevistada.

Levando em consideração que o tempo de aplicação do questionã

rio variava entre 60-90 minutos, o melhor horário para a aplicaçãodos

mesmos era no inicio da manhã e no meio da tarde, procurando não pre

judicar demasiadamente as tarefas de cada mulher entrevistada. Evi

tou-se o período noturno, feriados e fins de semana, porque nestes mg

mentos perdia-se um entrosamento eficaz, já que várias pessoas insis

tiam em ficar presentes ã entrevista, inclusive não permitindo a rea

lização desta.

Os meses de setembro e outubro foram tidos como o “Período de

Aplicação dos Questionários", com aproximadamente 70 (setenta) ~ visi

tas ã Costeira do Pirajubaë, com o intuito de conhecer a área, nume

rar as casas nos mapas da TELESC e do Posto de Saúde, e fazer as visi

tas domiciliares para aplicação do questionário.

Após coleta e organização dos dados, por estes serem em gran

de volume (83 variáveis, dando um total de 14.664 dígitos), foram sup

metidos ã Análise Estatistica atraves da utilização do SPSS (Statis

tical Package for the Social Sciences), utilizado pelo Grupo de Apoio

ã Estatistica e Pesquisa (GAEP), do Centro de Estatística e Computa

ção (CEC), existente no Nucleo de Processamento de Dados desta Univer

gidade, O SPSS ë um "pacote" que permite a contagem dos dados, facili

tando a tabulação.

(16)

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iorianopolis em Setembro e Outrubro de Florianoboiis em Setembro e Outubro

? Quantos filhos você tem?

Q. z

TABELA 02 - Variável O2. TABELA O3 - Varieveí O3.

^ ‹ .

Frequencse e percentuei de Frequencia e percentuai de

Mulheres segundo numero of Mulheres segundo estado civil em

hos em bairro de periferxa de bairro de periferia de

1983. de 1983.

N? DE FILHOS __YIVOS MORTOS

Freq. % Freq __....__._.._.. 0 .¿ fz ›. ez U » ›~ r~ _, '7 4 9 ll 5 L›,7 vu 16 22 2h T7 ¬z- F. 0 2 l .. I TOTAL l0U wc, ¿._ ,-,E ÁS l . ! ¬ ._ 5 ~ E ~. -3 5 n Li 'z \_. .J O C 71 13 8 1 .L 'B ,l 3 .D ,0 .9 f 5 100 l0H 100

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TABELA O - Ver ieveÍ ÔÓ.

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Frequencia e percentuaí de

Muiheres segundo \ocaE de origem

em bairro de periferia

de Florianepoíis em Setembro e

Outubro de- % ×o <m U)

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D Q~ ¬ ~‹ ' .m1 ` .wÃg fç ¬.- - - -'Ê . .' í‹. _ PfiEQU;Nc:h z ';UN U)W O C/3ã> C/J ¡- Zenâ urbana Zona rural «.P \¬ 'J *-*SÉ 4.¡.¡u a; 58,7 4 /' TÂSELÁ O7 - Vaviaveí G7. r- /- ‹ . frequencia e percentual de

Mulheres segundo religfao

em bairro de per›feP\õ de

Florianopolis em Seremoro e Outunrc

de 1983.

? Qual a sua Religião?

RESPOSTAS FâEQUÊNcIA â ^¬-1.1; _ Q* f àz,‹:1L_O.1__LC‹:« ef. 92,5» Eestemunna úâ Jeová 4 1, Assembleia T Õ T z L l U4 100,0 de Deus 2 l,ë Espírita feia do - lmo Di W U) *j D\ O ¡_!. Saw* w» 7¬¿: _V¿-&~ . 7 f--> a E. O C 2 1 .L 8 T 0 T A L 104 100,0

(18)

TABELA 08 _ varâável 08.

Mulheres segundo grau de instruçao

em bairro de periferia

de Florianooolis em Setembro e

Outubro de y-..

\C OO (,z

J

? Qual a sua instrução?

/\ . frequencia e percentuaf de RESPOSTAS FREQUÊNCIA É x. Nao referiu L na_¶;¬}@¢» “í ¡¬._.¢2.¡..'.~';1..)\.~.<3 _.". Z? Grau inc.m- :*.'.':..Í^ÍC' «Í ~ ~ ~ 7 , ¿§ Grau oomp¿eLo L

`IÇ Grau íneom _ _ ¬ -

pJ.'š ;C, _..

II9 Grau completo 8

III? Grau com-

pleto L L 9 ID Ju ¡_J U7 F-' CI) 7 ›¬ 9 ,5 ,E ¬› (JJ u (JT ,I rn 1 ¬ . ¬ T O - A u aQ+ a hà `^ í`Í ,\.

(19)

. _

1 z-

Corforme as tabelas acima observou-se que 58 das l04 mulheres

entrevistadas (55,7%) tinham abaixo de 35 anos, e que a faixa etária

mais prevalente ë a que envolve pessoas de 25 a 29 anos (2l,l%) (tabe

la O1).

Encontramos um total de 352 filhos (327 vivos e 25 mortos)com

uma media de 3,4 filhos por mulher. Sendo a moda = 3 filhos. Istocoin

. - ¬¡ - _

cide com oados do lBGE do último censo que determinou 4,8 pes

soas por familia (tabela 02).

.

\_~›- Li! (P

.

`

‹\

O estado civil que mais incidiu foi casada, com um total de

U1 o\0 Ch

86, as mulheres entrevistadas (tabela 03).

A renda familiar variou entre Cr$ 25.000,00 e Cr$ 280.000,00,

sendo que 74,1% das mulheres possuem renda familiar abaixo de Cr$ ...

120.000,00, ou seja, nível söcio~econõmico baixo. Estes dados vão de

encontro com estatisticas do IBGE \›=- LO (JI. C) onde 75% das familias brasilei

ras têm renda igual ou inferior a 3 salários mínimos, e também com a

pesquisa realizada por Faria (ii), neste mesmo bairro popular emlB8l,

onde o percentual de famílias com este mesmo nivel sócio-econômico si

tuava em torno de 73,59% (tabela 04).

A profissão mais encontrada foi empregada doméstica, com um

(7\ U1 ›l>~ o\fl

percentual de lO,5%. Nota-se que , não possui profissão, e suaocg

pação ë do lar (tabela 05).

Nesta investigação, `

grou-se um evidente êxodo rural, onde

Hi '..- IU

58,7% das mulheres migraram para zona urbana, vindo a se fixar neste

bairro popular de periferia da cidade (tabela 06).

A religião Catõlica foi a mais referida pelas entrevistadas,

perfazendo 92 ~ LU do total (tabela 07).

o\0

-¬ G)

0\0

Quanto ao nível de escolaridade, verificou-se que 53 das

entrevistadas possuíam IQ Grau incompleto, geralmente com estudos nao

superiores a 2 anos e que 9 'I Ch das mulheres são analfabetas, com toda

o\°

a implicäncia social que este fato acarreta.

Então, como exemplo da população alvo encontramos uma mulher

com aproximadamente 28 anos, 3 filhos, casada, nível sócio-econômico

baixo, sem profissão, de origem rural, catõlica e semi- alfabetizada

Devemos ter sempre essa imagem em mente, porque ela representa o pg

drão da mulher brasileira de periferia - nossa realidade socialí

(20)

fr ¬¡M A TL G O L O _. '__ 5 I Fr E A _ ¡_ M

Ú

"_ [A A WE T A E D S

m

N

W

I C E H N O C I I X X X X X X X X K × x X X X X X X X X X × × X X X X X X K X X X X X X X X X × X × ä X X X X X X X X X X X X X X X X × X X X

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_mw@H wi O%Q:p:O G c;LEmpwm Ew ^mHfiOaOCmHQofi% mv gmfijmog Ohgfimfi I EC cEfi:WEmm Lopjvckgmm O£Hwpm@< 0% wommgo äwowggoo Emg%hw%mh wjw wmgmgfijã mv Hmjpzwogcm ao ñw>wfigm> E mo <¿mm<P

(21)

z I

TABELA lü - Variáveis 10 a 17

Percentual de mulheres que referiram conhecer as

funçoes dos ófgãos do Aparelho Reprodutor íeminíno em

bairro p -o pular Ó e Plorionšpolis, = em setembro e outubro

I-' LO C0 to

de

? Qual a função dos orgãos proçrios da mulher?

ORGÃ0 seio ÚT; L ovš *9:g vâsi CLÍTQ GDES FLA -

Rínfi “U¿ h ff) NZ Rzš PEQS CENTA

Pvwçâø LÃB:

05"

não referiu

rerer;u mas nao

sabe a funçao participar oa Pela geo sexual" menstruar en£ravid=r _z ' U (3 dilatar na hora ^ part; amamentar infeccionar . . ” ._ _-.fz ›-.¬-. ,-.-...z~›¬ Ui O'Íz\.'.f..‹.Í° ‹J\/Í.z;.'×.:_ P4 (_O o\° ¬ê .Lú -J fx) CU C) z;.<` \_. 12% 38% 50% HO% 99% (_ D LO o\° 97% |-"' f\7 o\° (LJ \] o\° 29% 3% T\J f'›\° OJ F4 o\° f- 0, O :J '51 `J o\° |...J 6 (J) V\) 633 - f Qi, LL; l_'z z « ovo V í- - l% 0.)L J ‹¬\: |\) o`\° LO% - ‹ . -. f C, Êransoortar ovueos of . urinar #2? sensiäiliâade se- v¬¬¬ Aus» ¬-f~--..-- “z Ê: _-E”.-;...:_..â«; f- = ~ ~ ` ` (...~ protecao oo o-;z- rie nutriçao e prote~ Ô. çao do zero. 2% 1-Çíf

(22)

› G

\ ^

Verifica-se que clítoris, grandes e pequenos lábios são fr

gäos desconhecidos (citados apenas por 1% das mulheres). Trompas são

estruturas relativamente desoonhecidas (citadas em 40% das entrevis

tas). Os órgãos vagina, ovário, seios e utero não foram citados em

40%¡ 33%, 19% e l2% dos casos, respectivamente i â o que não era › - espera _--___

do.

Ç\ Ff Í)HO

Os orgãos: "seio +_ _ + vagina" foram citados em conjunto

por 49% das mulheres, “seio + utero + ovário" por 48% das mulheres en

trevistadas (associando~se ou não mais órgãos).

A moda foi 22 mulheres reíerirem unicamente o conjunto "seiot

fitero + ovário + trompas + vagina”.

Deve-se salientar que quase a totalidade das mulheres e;tre

vistadas vivenciou uma gestação no mínimo, e também são sexualmente

ativas, esperava-se que um menor numero de mulheres desconnecessem es

.- ._-

tes orgaos (tabela O9).

Em relação ã função dos seios, . as mulheres que co

nheciam este órgão (81% do total como l00%) vê-se que 99% delas reis

riram como sendo função do seio amamentação e P-' f\1 o\0 delas associaram

a participação destes na relação sexual. Isto demonstra que as entre

vistadas realmente fazem uma correlação seio-aleitamento, no entanto

pouco relacionando~o ä sexualidade).

Em relação â função do útero, .. as mulheres que conne

ciam este órgão, 88% do total, como sendo 100%, verifica~se que Sáâ

delas relacionam utero-gravidez, apenas 6,4% com menstruação. Ê inte

ressante observar que 2% das mulheres reíeriram que "utero serve pa

ra ter infecção" e que "utero participa da relação sexual".

Em relação â função dos ovários, chama-se a atenção para o fa

to de que apesar de 62% do total das mulheres entrevistadas reíerirem

este õrqão, 37% não sabiam sua função, 9% relacionou com a capacidade

de engravidar ou produzir Õvulos e 7% referiu a função menstruar. ls

to exemplifica o conceito de que para muitas pessoas “os ovários são

órgãos invisíveis", já que poucos oonhecem hormônios e menos ainda re

lacionam ovários com estes mensageiros tão desconhecidos.

Em relação â função das trompas verificou-se que 60% das mu

lheres desconheciam função e órgão, 29% referiram desconhecer a fun

çao, relacionam com a capacidade de engravidar e das entrevista

das citou "menstruar" e "dilatar na hora do parto" com sendo funções

›I> o\0

)--' o\0

proprias destas estruturas.

Em relação ã placenta, IU o\° das mulheres relacionam-na com a nu

trição e proteção do feto, I-' o\0 referiu que "placenta serve para a mu

KO ~J o\0

.¿ _. . . . 3.

(23)

f-f¬"¬r ¬^, .';',-: --

Tn:LuA lz - «ar-a.els õ2 a Ui

Percentual de mulheres que referem alterações durante a

gestaçao em bairro popular de Florianšpolis, em setembro Ç ou

tubro de F-J (O CD U) POR ALTERAÇÕES NA --75 K Í É Sl! ewn¶oA ep eq uewne asim eoseao eãtdaeq GT)W U) *-3 AÇÃO O REPERÊN CLAS QUL° Q.: ewn¶oA ep O1 Ífiamne otes I ~ OCORREÍ É TÍLIL Z T‹_I 1? _...._..._..._._J 3 SU D oqueã 'Õ /\ epuod etagiuâp eta E1? S9 SÉ tea Ielotoowo ,i¶ÉäiKEÉlÊLl_.l,

Não referiu @ (I) o\° CD U7 <›\°

Referiu mas nao sabe o

porque

o feto cresce (D ‹›\°

produz leite

ação hormonal 1

a mulher fica fraca

distenção dos tecidos

não menstrua oeorrencia de muitas 3H% 29 28% 91% 83% 80% 8 3% 7% '¬¬. «kn JI' n\° -C' ‹>\° ¡...: O c›\° Í-J f\7 ,'49 U¬ o\° Í-¡ (AJ ‹'$~° 5% »?;_¡ . _ . . . _ _ . _ __ --"_ __~ __ Q : _

MM

* U) ' ' 7% 82% 85% mudanças fl% edema dificuldade de retorno |,...¡ % c›\° venoso 5% -.___-._.__...-_-.._¬..._.__.__.._-... T O T A L 100 100 ;..-J C3 C) 105 l0G l0O 100 l00 l _-¬ Õ C) °z. `! .U9 í /1 Ç

(24)

.‹.› 53' (THÚ "| kl. W fa VlO QO D`I*¬CC`Y no C0 (D ( 3 &t' “ 1 1 ` ` Éairxa Dcnular de F' If«_,szLA_ 1:-' - arzíáz, '

e Derceituâl de fiulneres com ¬nnec;“

},.. O *Á ` - _ ¬ r VOC Sãplš S-3Í_.."'3 Í.`›ã.l"`.O " .U W L/3 'UO L/) t J ,l> gn _ .-LâÍ_LC_ - T. P3 C.. IJ \__› __ ¬ _ ,__ CiOCO.1.0 `D€"C›.â QC :í"" H 5 __ ._ . ....» _- z_. ._ V _ _ ~_. *rafioes e dor -_~ 2-52- ~ vsitleto ;~ 3 c nl :~ ¬* -'.`;-'I`zI`_Íi€Í.`.,.'Í3%'^;Í«".f .ÍIO DL ""`ÍC' .'ZÍ.._; C1-O r... S-\ §›_ "1šC_.TÍÉ€-. -C () ‹/) O rln a*1co _ xt z^: 9 :er:nâs _ _

-`TE' I ÍIU -- \onnz:;t:nIc vaio sobre -:'~

4-..._-z-.¬...__._..._..._.___..._...-._._.__.._.._._._._.._._._._._._.._.. .._...._...__...__. ...__ P J 5 D C1 (W\ “ `: ef set *- Í\J4 U (Í) cfiegar a nora* ('\ (_'_\

(25)

_ , /

TABELA 1% - Variavel 81

A frequência e percentual de mulheres que prererem a

_articipação do companheiro na hora do parto em bairro `

periferia de Florianopolis, em setembro e outubro de 199o.

° Você acha que o companheiro deve assistir o Dar

RESPOSTAS FREQUÊNCIA

rn -4 *Z

(D f\J

\I

(À) o\°

pq š importante participar do nas-

cimento do filho ll “L

para dar apoio para mulher

para conhecers p/entender o soíri-

mento da mulher e valoriza-la

pq evitariam tantos filhos

P1

pq o homem *icaria emocionado

5 um direito dele assistir e /ou

"se ele quiser"

pq a mulher fica mais nervosa

EE ¡_! D, (Dí

pq a . r sente vergonha

pq pode piorar a relação do casal

fl _ H _ .. . C nojo , joccs;dace, ...) ."! o r¬ ¿ . q« -5 5 3

(26)

Frequencia e percentual de mulheres que acham necessário ur

período de resguardo, em bairro popular de Florianöpolis em setem-

bro e outubro

? Por quanto tempo você acha necessario fazer "resguardo" a-

pos o parto? TABELA 15 - 'variável Lê3 de 1983. | "°1 Q -H RESPOSTAS FREQUÊNCÍA O O

30 dias apos parto normal e

M0 dias apos cesariana

«C

(JJÉ

~ 4

Nao e

dias se for do sexo

z- -t

5 dias se :or oo sexo

I ' .c._ Í1€C€SSC.'1"'lO .L :.*Z€I" 30 dias 40 dias feminino masculino resguardo apos o parto

Não sabe o tempo necessšric

Mais de U0 dias ITIEHOS de 30 dias

Au

za 29 23 8 l 5 Q 27 5 28 22 8 'l E T O T A L lüü 100

(27)

' _...

TABELA 1ó - võrâévei 44.

A _

rrequencra e percentual de Muiheres

segundo a funçao do Resguardo em bairro de

periferia de F[orianopo¡is em Setembro e

Outubro de 1953.

? Para que serve o "Resguarào"?

ó R E S P O S T A S '¬1 id ff] /QD r" Para Para Para ?ara Para Para o organismo voltar ao normal evitar "recaída" - ` (endometrite) evitar hemorragia tratar da saude cicatrizar a epi siotomiaf c“sangue não subir

Dara a cabeca” .LC 35 lu 28 -z if! ‹- I/ mao same LÊ WÊNCIA i |.__› FJ \i 'T› 27,1 11,0 Í\) '...J u O-7 O '3 :_ ~;. \,-3°* 11 " ._`.'~- T O T A L 129 1oo,ú Cz

(28)

1 Q

TABELA 17 - vap¡éVe¡5 45 e 46.

A

-_

Frequencna e percentuai de Muiheree segundo

Ale¡tamento Materno em bairro de

. .` _ ›

.

, E . _

perrverõa oe llornanopoins em Set mbro

Õutubro de 1983

8

? Amamentar e bom para a mulher?

AMAMENTAR Ê BOM PARA A MULHER? rw-J

./TWC `UÊNCIA % TOTAL

É I N

Porcue

_.

O UÍGPO T€ÍOPnã âO HOPmâl

Acentua a relaçao mae-filho

Diminue a incidencia de can

-cer de mamã

Mais econômico

ÉÉ m\ Ff' H

OD

Mais '- V

A mulher não engorda

Nao soube explicar

?ara não "empedrar"o seio

N Ã O

Porque

Dor quando "racha" c seio

A mulher trabalha fora

Deixa os seios flãciôos

A mulher "se acaba muito"

Não soube explicar

Tinha c leite fraco e via o

filho enfraquecer Q 32 8 2? 18 f. _» z 15 22 21 9 12 "`› L ^ \. 2 l7 4 lfl 9 3 3 Q V -r ¡. ..›__. Íl -l H 5 J. l '\ ,.. ,.L ,2 ,H ,7 ,2 Vä \| O fz ›-. : v u (A) 8 ,H xr \: O5 (JJ --1 \.Í C `) 53,0 % Tr 'l 87 lOÚ ,O

(29)

Q .

MTABELA

le

-

- ‹`›vzz›íãve¬'_â. 21 até ao

Percentual de mulheres que referem alteraçoes na'menøpausä'

em bairro popular de Florianopolis, em setembro e outubro _:

LO OO OJ A É _ SIM PURGUNTAS Oz 'o NÃC U) ‹¬\9 *D 'ÍDÍ J- (D _ `^ TOTAL ¡¬. NÂO REFE RIOÊ G. 'í "Menopausa" É doença? Na“menopausä€ -1 . 43... ¡-,

a. e preclso tomar remeolo sempre;

b. diminue o "apetite sexual"2

c. aparece "caloráä

d. aparece”nervosismo"

e. aparece cefaléia

Í. aparece hemorragia vaginal

O3 3 U1 LO 3% 32 (,ÀJ *J ¬f_-8 . P 4 . ,-A

g. a mulner pensa que esta gravlda

h. a mulher pode “enloquecer" porque o

"sangue sobe para a cabeça" 7

i. a mulher pode sofrerum acidente vas

cular porque o "sangue fica grosso" H

32 8 12 3 Õ L 1 1 1 O O 22 23 JS' (13 20 18 1: 18 17 O O 10 10 10 -LT (I1 äõ $"`| :JL '\Í (zu 80 LO U.) 95 .L ¬z›"~f .__ ...J ¬f“..' _, ._ C.) r \ 102 FJ C3z -¬ -lƒf. J fi Px _. _. CD (` 3 "\ fa." ...vv J CL) LL)

(30)

Q 6

Menarca:

Apesar de menstruação ser um fato real na vida de todas as mí

lheres, a grande maioria não recebe informações a respeito e não as

fornece para suas filhas. Ilustrando tal fato, verificou-se que 79%

das mulheres foram “pegas de surpresa" na menarcai Passagem tão ma;

cante)e que no entanto 20% não tinham muito conhecimento a respeito ,

sabendo apenas que haveria um sangramento. Nas entrevistas observou-

se justamente o que Alves et alii (02) constataram em seu trab Íno

que"ao relatar a primeira menstruação, a maioria das mulheres fala:

sobre o desconhecimento, associado a uma serie de sentimentos que tra

duzem uma experiência como uma situação dramática. Vivida de uma ma

neira dramática ou náo, a menarca ê sempre descrita como algo marcar

_. ~

te, cujos detalhes sao minuciosamente lembrados" (tabela ll).

Gravidez:

_ A maioria das mulheres (72%) referiu que durante

a gravidez

aumentava o volume dos seios, relacionando esta alteração com a produ

ção de leite em 63% dos casos. Tambem foi referido que a "barrigacres

ce" (34%), e em pequenas percentagens, alterações como a ocorrência

de cárie dentária, estrias, varises, náuseas, ganho ponderal e labili

emocional.

DJ 01 OJ (D

Chama-se a atenção para o fato de que 88% náo referiram o üte

ro se alterando na gravidez, o que se opõe aos dados QJ

Ê

ff 9.1U elasO9 e

lO (já apresentadas), onde 88% das mulheres conheciam o útero e 84%

relacionaram útero-gravidez (tabela l2).

Parto:

Ao se questionar a opinião das mulheres acerca da participa

*' ¬

¬-

__ ~ :_^

çao do companheiro no momento do nascimento de seu illno, observou-se

uma grande receptividade, obtendo-se como opinião favorável 92,3% de

las, sendo a mais referida aquela que dizia ser interessante a parti

cipaçáo do companheiro para entender o "sofrimento" da mulher, valori

zando-a (60%).

Outra justificativa bastante referida foi a de que ampliaria

a colaboraçao do companheiro na hora de evitar outros filhos (4l%).

O direito ã adoção de escolha por parte dele foi referida por

|,.

.J

F- o\0

24% das mulheres, `

delas acharam importante a participação no nas

cimento do filho e 10% delas gostariam de receber apoio nesta hora,

(31)

No cõmputo geral, verifica-se jtande anseio por parte

entrevistadas de compartilhar este moxzzto de plenitude. Momento

te transtornado pelo distanciamento psicolõgico do companheiro em el

, ~ ~

'\

das

:S

guns casos, ja que ele nao participa e "nao curte". E a isso soma-se

o despreparo, pois vê-se que a maioria das mulheres (77%) defrontou-

se com seu primeiro parto sem ter nenhum conhecimento preliminar Ei

4

respeito do que iria vivenciar. Faz~se necessário discutir ate que

ponto este desconhecimento, que resulta em medo, tensão e inseguran

ça, se reflete negativamente, inclusive no transcorrer do trabalho de

parto, onde a participação positiva da *UD

importância (tabelas 13 e 14).

Resguardo:

Relativo ao tempo necessário para o “resguardo", 27% das

“rturiente ë de fundamental

m2

lhetes especificaram que 30 dias seria tempo suficiente se a criança

nascesse do sego feminino e 45 dias se nascesse do sexo marculino.

O porque da diferença de tempo não foi explicado, mencionando-se

nas que este costume vem sendo praticado durante gerações e deve

respeitado. A citação de 30 dias ocorreu em _ \J KO o\0 das perguntas, e

›I> o\"'

mente referiram o tempo adequado especifico para cada tipo de

110.

Em relacão 3 ä fun ão do "resauardo“, J foi referido "evitar

ãPÊ

ser

sc

Pai IE

caída" (endometrite) por 27,1% das mulheres, para tratar da saúde por

21,6%, evitar hemorragia por 11,0%, e para cicatrizar a episiotomia

\ U.) o\°

por 9

resguardc e que aproximadamente LI!

¬. U1

QV”

delas. É do interesse notar que 14% não sabem a função do

das entrevistadas referem que o

resguardo serve para o "sangue não subir para a cabeça" - referência

popular para indicar a possibilidade de "ficar louca" (histeria), tão

frequente entre as mulheres brasileiras. Esta histeria pode, no entap

to, ser apenas um desequilíbrio psicolõgico, pelo fato de que a fiaig

ria das mulheres carregam uma grande carga de tensão, e somando-se a

depressão do pôs-parto, esta carga emocional torna-se maior que Sllã

capacidade de suportar, explodindo então nas mais diferentes formasde

exteriorização (tabelas 15 e 16).

Aleitamento:

Ao questionar se amamentar era bom para a mulher, notou-secam

as respostas que a maioria das entrevistadas relacionava a pergunta

automaticamente ao beneficio do leite materno ao filho. Porém o enfo

.... ,4

que era justamente para a presença ou nao de beneficios relacionados

(32)

L., ~4 fN`

que 53% responderam positivamente e apenas '

resptnderam negatix¿

mente. A referência do filho volta a ser citada quando l7,l% das |\ - ›.-`

trevistadas respodem que ë bom amamentar porque acentua I _ 4 o relaciona __

mento

mae-

HI H. Í"' ho, incluindo sua satisfaçao pessoal em alimentar seu

filho com seu prõprio leite. Este ë o grupo de respostas com maior nu

mero de frequência.

A justificativa econômica ë um fator importante, salientadc

por l4,4% das entrevistadas e 9,7% ` referiram "ser mais prático". Jâ a

maioria do grupo de respostas negativas (ll,8%) justifica a dificulda

de de amamentar pela dor quando acontece fissuras mamárias, e ll,3.

ve a dificuldade de amamentar para a mulher que trabalha fora, pois

não ê dado condições pelo empregador para a amamentação. E J>. acham

É 00 o\°

que amamentar "deixa os seios flâcidos" (tabela 17).

xx Menopausa. 5'

~ ....,¬ __ z

Como a populaçao leiga nao diferencia manopausa de climaterio

englobou-se este assunto como sendo simplesmente "menopausa", para ía

cilitar a aplicação do questionário.

`

Chama-se atenção, com estes resultados, que 59% das entrevis

tadas afirmaram positivamente quando ã necessidade de medicação nc

climatërio; fx) U) o\° oesconheciam e lfl 0\° negaram a necessidade de medicação;

36% referiu ser uma doença; 38% referiu haver diminuição da libido.

Percebe-se nos relatos justamente o que Alves et alii áoL}r§

lata "... perceber um vazio de conhecimentos mais precisos e objetp

vos sobre o funcionamento do seu aparelho reprodutor. Essas lacunas

são preenchidas por um certo tipo de saber em que predominam estereá

tipos que apontam para uma interpretação da manopausa como uma doença

uma perda da sexualidade, uma desvalorização." Em decorrência destes

fatos, a procura dos serviços medicos com a finalidade de receber me

dicação no climatërio, a pedido da paciente, ê muito frequente.

Na pesquisa de Muraro et olii (3?), foi constatado que l6,7ä

das mulheres aceitaram a afirmação de que "na menopausa acaba o pra

zer". Como sua pesquisa se estendeu aos homens (onde 14 N \} o\0 aceitou a

afirmação feita), foi feita comparação entre homens e mulheres e nota

ram que havia "uma ligeira desvalorização da mulher como agente saâúd

na velhice em relaçao ao homem".

Enfocando-se as respostas referidas _. por ._ 7% das mulheres de

que na menopausa pode-se "enlouquecer porque o sangue sobre para a ca

beça", sente-se ainda presente os tabus e misticismos populares onde

as manifestações psiquiãtricas são ligadas ã fisiologia do aparelho

reprodutor feminino e ao "envelhecimento" precoce da mulher (tabela

(33)

Q .

Gostaríamos de acrescentar algumas considerações no que se

refere ao parto. Conforme Benson, R (CN .,\ ) "A dinamica da dor no traba

lho de parto foi delineada do seguinte modo por Grantly Dick Read:

(1) Grávida + medo = tensão acentuada.

Tensão acentuada + anemia, ma integração, inteligencia-

limitada, acidente obstetricc anterior = dor intensa.

Porém,

(3) Grávida + gravidez normal + confiança + descanso = pop

ca dor + bom trabalho de parto.

A dor do parto ê diminuida pelo relaxamento da paciente.

Hoje em dia o pai tem um papel mais atuante na gravidez e

no parto da esposa. Se o seu papel está adequadamente desenvolvido ,

ele pode-se tornar um membro valioso da equipe obstêtrica e não deve

se sentir como elemento estranho.

A maioria das preocupações que levam ä restrição da presen-

ça do marido na sala de partos - aumento da incidência de infecção ,

desmaio ou pânico do marido - não se mostrou bem fundamentada. Ele ra

ramente prejudica o bem-estar da paciente, atrapalhando o obstetra e

seus assistentes. Nos casos complicados ou quando há probalidade de

uma intervençao obstêtrica, pode ser aconselhável permitir a presença

(34)

ø ú

uv - REPRODUQÃQ Humâxâ.

TÀBELÀ IQ - Variável 31.

Frequência e percentua? de Muiheres segundo o

Conhecimento referente a reproduceo humana em

bairro de periferia de Fíorianopoíis em Setembro e

~ - Outubro de 1983.

? Você sabe como gera uma criança?

RESPOSTAS FREQUÊNCIA 9c

SABE TUDO-- União do ovulo com O SPTE

na trompa, com divisões

sucessivas e progressão lenta ate ni-

¶5

dar e desenvolver-se no utero.

TEM ÍDÊIA ¬ Sabe que É necessário ha- Lu

Ver e relacao sexual

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ .._.a_...---*P--"°'-"“” Näo sg§;__; _____________________________________ __ “5 T 0 T A L - 10“ ----~~:--:::::::::::::::::::::.._....___.._..___..___..__..._- lu,ê JI' FJ -J .f -_ \ äšzš 1no,õ jâ .Ji

(35)

__ . W¡fl{¬í¬¬\ u{¶[1¬ `\¬_ &1¬\ `“ š* À _ À; _¬¬ ¬ ` N' ¡{:¿,: š_ _ X × X X

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X _ X X x y x xx X × X X X X × X xxx xx X X X × I X X X × xxxx xx xxxx X X X Í XX X X xxx xx y xx xxx X X xxx xx Xxxx xxxx X x X V xxxx X X x X *xxx xxxxxxxx xx xäxx _¿ Kxx xx K X xxxxxxxxx X xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxX 3 moggmmwø mofioäwz Añ ñwwmm fipjymgmaãmš

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(36)

, e

TABELA 21 - vaf¡éver 50

/\ .

Frequencia e percentual de Mulheres

segunoo metodo anticoncepciona! usado

em bairro de periferia de FloPšanopol:s

em setembro e Outubro de 1 ÇSÃ.

? Como você evita filhos?

MÉTODO USADO PREQUÊNCT.L Â. â

Anticoncepcional oral 51 Coito interrompido " Tabela Ogino-Knaus õ Laqueadura tubaria 10 Vaseotomia L Evita relaçoes 2 ~ 4 Metodos caseiros 2

Não evita filhos 25

T O T A L i lüh 50,0 5,2 4,8 9,0 1,0 1,9 1,9 20,0 100,0 .. _ .- _ _ K LSÍÊ IIIEÍOCKO 5 L'íSãCC`1 Cl .X1 correta C :_.C..^i Ellfiš Sim 58 Não ¡__| (O Nenhum metodo 27 55,8 15,3 ,- ¿b,9 T O Í A L 13% '_.-| 00,0 7- ~‹›(

(37)

d

Frequência e percentual de mulheres segundo n9 de abortos

sofridos, em bairro popular de Florianõpolis em setembro e outubro

t-' no co cú .

TABELA 22 - Variáveis 57 e se

ABORTOS ESPONTÃNEO5 PROVOCADOS

N9 O f; L 3 5 8 ll Total n9 de mulheres n? de mulheres ..¬`_V ..‹».`›.J 714 [__ 1 Ú) ¬¬. .:_~.' l l l 104 ‹, /0 ,7_ fl .-.O ¬,^. Je» 6 1 1 100 FREQ 87 ll I rw L lüä % Sê 10 F; 2 lüü __»

(38)

TABELA Zé - Varlavel 69

Freouëncla e percentual oe mu¿ne_es conforme os motivos para

w ›....J o

a Dratlca ao aborto, em Dalrro Doousar ae

e outàbfo de 1983.

raanõoolls, em setemoro

MOTIVOSRTFERIDOQ FREQUÊNCIA DURCÊNTUAL

Nao gerar maas Illnos

falta oe recursos _1nance1ros

mulher sozanha Dara educar a crlança

(separada, sOÉe_ra, multos Illnos

fllno pequenos ou granoes

Ia_ta de resporsanllloaae

ravldez oe alto risco

trabalho ampcde oe culoar do fllno

dão sabe 27 M7 50 29 L! 28 õ 21 f¬ ". v f\) ¡_.J (IT I\) U1 o\° JL' o\° |\. Õ7¬ , O7 o\° LJ on

(39)

3;

_ t

O início de uma nova vida é um acontecimento belissimo da na

tureza, pois traduz o potencial de renovação do homem.

Este acontecimento é do desconhecimento da maioria da pcpula

çao entrevistada (75%), mesmo levando em consideraçao que 97% delas

são mães de um ou mais filhos (tabela l9).

A contracepção é um assunto que, apesar de antigo, não é dis

cutido em escolas, na comunidade, etc,.resultando em muitos tabus,

todos ineficazes e usos incorretos. Para facilitar a aplicação de

questionários usou-se o termo "anticoncepcional", englobando os métg

dos de barreira mecânica (DIU, diafragma, condon), químicos (lavagem

geléias, espermaticida), hormonal, coito interrompido, Ogino-Knaus,tem

peratura basal, Billings e métodos cirúrgicos (laqueadura tubária e

vasectomia) e métodos caseiros.

Entre os métodos mais conhecidos destaca~se o anticoncepcig

nal oral /¶ KO UI o\° §/ a seguir coito interrompido (47%); Ogino-Knaus (45%);

condon (36%) e outros métodos em menor percentual.

Houve menção de métodos caseiros que foram "espremer a barr§

ga após o coito para não permitir a fecundação" e lavagem vaginal cor

égua após o coito.

f-\ '~J O'\ 00 ×.z

'Observa-se que a maioria f das mulheres entrevistadas fa

zem uso de método anticoncepcional e 24% não "evitam" filhos.

O método mais utilizado foi o hormonal oral ( U1O o\0 ~.z a seguir

`

o cirúrgico (lO,6%), coito interrompido (6,8%), Qgino-Knaus €4,8%) e

outros em menor percentual;

Os dados de Fabre,M.J. et.alii (19) num estudo sobre métg

dos anticoncepcionais utilizados por 100 mulheres do Bairro Bela Wii

ta em São José-SC, mostram percentual de 92% de uso de anticoncepçäo

sendo 56;52% de método hormonal, Ogino Knaus l7,39% 'w e os outros em

ordem de frequência foram, cirúrgicos, coito interrompido, condon e

geléia espermaticida.

Veri;ica-se que o Dispositivo lntra~Uterino (DIU) não é_ uti

lizado pela população de nível sócio-econômico baixo, já que ninguém

referiu a utilização do mesmo, apesar de lO% conhecerem este método.

A vasectomia também não é muito utilizada e/ou divulgada,

pois somente 1% se submeteu a mesma, e a referiu como método conheci

do. Cabe citar o que Benson, R. (O5) relata "a esterilização do mari

do pela ligadura do canal deferente (procedimento de consultório) pg

de ser muitíssimo menos perigoso que uma operação na mulher ...".

Os métodos estavam sendo utilizados de forma incorreta por

18 (JJ o\0 das entrevistadas, salientando que se utilizou-se este "espaço"

para dar orientação adequada às mesmas. Cabe referir que apesar de

~ OO

o\'>

55 utilizarem os métodos de maneira correta, não se avaliou neste

(40)

Q

O aborto ë o termino da graviõzz a¬:es que o feto se torne

viável. A viabilidade ë geralmente consegui a na 23a. semana, quando

a criança pela pouco mais de 500 g. O aborto pode ocorrer precocemep

te, antes da l6a. semana, ou tardiamente entre a 16a. e 28a. semana.

Cerca de 75% dos abortos ocorrem antes da lôa. semana, e destes, 75%

antes da 8a. semana (5).

No Bairro Costeria do Pirajubaë, foi conseguida uma media de

l aborto espontâneo para cada 2 mulheres, e l aborto provocado para

cada 4 mulheres pesquisadas. Quando ac abortamento espontâneo, verifi

ca-se que a taxa de mulheres que sofreram um aborto se aproxima de

l5%, as que sofreram 2 abortos ê de lO%. A ocorrência de 3 ou mais

i-' o\°

abortos na mesma mulher foi de apenas. Verifica-se que aproximada

mente 16% da população entrevistada já praticou l ou mais abortos.

Com relação aos mgtiuos que levam a mulher ã prática do abor

to clandestino, 48% das mulheres referiram a impossibilidade de ed;

car a criança por estar sozinha (mulher solteira, separada do marido,

ou que vive_sem um bom relacionamento conjugal), e 45% referiram a

falta de recursos financeiros. Foram citados os fatos de que a mulher

pode não querer mais filhos, ter já muitos filhos ou trabalhar, impe

dindo uma nova gestação. A falta de responsabilidade foi citada por

\) _ (.7\ 0\° das mulheres e inclusive responderam "ser contra" tal atitude.

Apesar de considerado criminoso pela legislação e ignorado

oficialmente por grande parte da literatura médica, o aborto ê uma

realidade experimentada por grande número de mulheres brasileiras.

A dificuldade de acesso aos meios anticoncepcionais, seu uso inadequa

do, sua relativa ineficácia e os efeitos danosos de alguns deles, cg

locam o aborto, para inumeras mulheres, como a unica possibilidade pa

. _¡_ _

ra evitar uma gravidez indesejada. ~

Espíndola D.et alii (l8), analisou a incidência de abortamep

to na Maternidade Carmela Dutra - Florianopolis, no primeiro trimes

tre de l978 e verificou que o principal motivo de abortamento provoca

do foi o fator econômico. Bossemeyer (O7) diz que "no que se' refere

ao abortamento, c estado civil não passa de status social, não inflg

indo na deteiminaçao de pratica de interrupção QJW gravidez, já que

encontrou incidências praticamente iguais para os dois estados civis

(casada ou solteira). No entanto, Lima ( l\J afirma que mulheres casa

qx

das apresentam 2/3 dos casos de aborto não infectados e que entre as

solteiras ë de maior incidência cs infectados, e portanto, provavel

mente provocados. O autor acima referido ainda mais adiante, em sua

obra, declara com firmeza que o estado civil, no nosso meio, ë um fa

tor importante para levar a mulher solteira a praticar o aborto, ape

(41)

Q 1

Na pesquisa ezjloratõria la UFSC, :;erich et aliiÕ¿encc" ct

'N gw

u\0

uma percentagem de 7 de mulheres universitárias que já provocaran

o abortamento, sendo que 3,9% realizaramfno com ajuda medica, 1% com

ajuda de parteira, l% com enfermeiras e 2,9% realizados com a ajuda

de outras pessoas. No total de pessoas entrevistadas, encontrou-se

16,5% de reprovação e uma taxa de 41,7% de pessoas contra a sua leca

lizaçäo.

fr' C) nm ›.l

Na pesquisa de Muraro et alii (36), verifica-se que (as

mulheres concordam com o aborto, 60% não concordaram e nunca fizeram.

A autora expõe que a maternidade e um ônus para a mulher, - principal

mente quando a mulher, na cidade, ë obrigada a trabalhar fora. Onde a

sociedade não dispõe de equipamento coletivo para amparar a maternida

de, filho ernãc sofrem muito. Assim menos creches, mais abortos pois

“numa familia pobre, um filho a mais traz mais problemas ainda".

Q ` 4 ,. .

Ve-se que as mulheres de nivel socio-econômico baixo tendem

a romper a norma ideológica e religiosa da proibição do aborto devido

as suas condiçoes concretas de vida.

Muraro et alii (36) ainda afirma que as "operárias fazemabor

to clandestinamente por não terem condições de criar o filho, mesmo

sendo contra ele (c aborto) ... e não ter condições psicolõgicas, na

classe operária, vê: muito de não ter condições econômicas".

Simone de Beauvair z-` CD J> } efplica na sua obra que hã poucos

assuntos a cujo respeito a sociedade burguesa demonstre maior hipoor;

sia: o aborto. Na França há anualmente numero igual de abortos e nas

cimentos. É um fenômeno tão expandido que cumpre considera-lo como un

dos riscos normalmente implicados na condição feminina. O código aos

tina-se entretanto a fazer dele um delito: exige que essa operação de

licada seja executada clandestinamente. Nada mais absurdo de que os

argumentos invocados contra a legislação do aborto. Pretende-se que

se trata de uma intervenfik perigosa. Mas os medicos honestos reconhe

cem que perigosas são as condições em que operam as "fazedoras de an

jo".

Cabe observar, ademais, que a sociedade tão encarniçada na

defesa dos direitos do embrião se desinteresse da criança a partir do

nascimento, perseguem as praticantes do aborto ao inves de procurarem

reformar essa escandalosa instituição que chamam Assistência Pública,

se râcusam a admitir que o feto pertence â mulher que o traz no ven

tre, asseguram por outro lado que o filho ê coisa dos pais.

Em algumas regišes do Brasil, a mulher pobre não tem possibi

lidade de provocar voluntariamente o aborto: em cada dez filhos 'que

concebe, sete ou oito morrem e ninguém se incomoda com as penosas e

Referências

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