%
m
zfâfs
_.av _
L
lU_R_lll\I/[{'1£%&,3`3l,IlI§)bz\,É,\@)i{Z¬ H*-HÍIDÂHHR/A\L lbälf. ¬ S3'z*‹\¡lflšf¡Tl`/A ~'(C`Jâ'‹\7U`/AAIR IHEIÂ/A
mmmwmwmäflfinmmJwmvmmmnmwmmammmmmm '1wvEsTncAçé.sosRE fiL§úms_AsPEcT©s»nA ‹_. scuwnpçmozrfimgwxmm - sàsxxu.ç@sT£IRA-n@~P1RA¿uBAÉ - ¡ . -: ELnR1mNóPoL1s'risc~¬ff983. ~WMWfifimfimwmwwwflH¶WWW@WW%HHMMWWMflWMMWfl¶m MWHHWMfiwwWwwmflflwfiflwflflflflflwäflflflmflmmwwmw
Maria, Maria
(Milton Nascimento)
Maria, Maria
E um dom, uma certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece viver e amar
Como outra qualquer do planeta.
Maria, Maria
E o som, ë a cor, ê o suor
E a dose mais forte e lenta
De uma gente que ri quando deve chorar
E não vive, apenas aguenta
Mas ê preciso ter força
E preciso ter raça `
E preciso ter gana sempre -
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria
Mas e preciso ter manha
E preciso ter graça
E preciso ter sonho sempre
Quem traz na pela essa marca
Possui a estranha mania
S1
AGRADECIMENTO
Sübito nos damos conta da
importância do trabalho que fizemos,
pela contribuição que recebemos;
pela resposta dada I
pelos contatos mantidos
pelos desabafos ouvidos
pelas soluções buscadas
pelo estudo '
pelo desafio
Desafio que nos fez crescer e
cujo resultado desejamos
que o façam a outros.
Desafio que solidificou~
nosso conceito de "amigo"
pelo muito que recebemos
em apoio a "força"
a quem de público sô podemos dizer:
OBRIGADO
Aos nossos pais: Lia, Cid, MÊ Tereza e Dimas
Ao Pedro, Marta, Thor, Andressa, Ana, Beatriz,Dëbora e Fábio
Aos amigos Maris, Thais, Clair, Elza, Marise, Marcos Joaquim
Renata, Edelton, Sara, Mara, Fletes, Klaus, Chico, Roberto
Tida, Rogério, Silvia, Marcos, Lúcio, Neuza, Beatriz, Bete,Lëa
\
01. INTRDDUÇÃD E JUETIFICATIVA... . . . . ... . . . . . . . . . . . ..oI
02._oBJETIvos... ... . . . ... . . . . . ...O6
03. MATERIAL E METoDos-... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..07
~ ~ 04. APRESENTAÇAQ Dos RESULTADOS E DIscUssAo..' . . . . . . . . . . . . . . . . . ..1o . RI. IDENTIFICAÇÃO.. . . . . . . . . . . . ... . . . . . ... . . . . . . . . . ..I0 «-› II. CONHECIMENTOS DE ANATOMIA E FISIOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . ..l6 III. cIcLos BIoLÓGIcos . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..2o Iv. REPRoDUçÃo HUMANA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..3l v. VIVENCIA SEXUAL . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . ... . . . . ..39
VI. SAÚDE DA MULHER- . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . ..52
VII. PROCURA DE SERVIÇOS DE SAÚDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..58
VIII. TABUS... . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . ..52 05. coNsIDERAçõEs EINAIs-.... ... . . . . . . . . . . . . . . . . .-65 ~ O6. CONCLUSAO . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..68 07. PROPOSTA..;.. . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..70 08. RESUMO-. . . . . . ... . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . ..72 09. ABSTRACT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ../3 10. ANEXOS... . . . . .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..74 ll. BIBLIOGRAFIA..- . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..9l x
*Ê
-
LH INTRÓDU Ão
. Ao nos propormos a fazer esta dissertação sobre alguns aspec
tos da condição feminina, sob o prisma médico-científico, sentimos
a necessidade de nos situarmos dentro deste contexto, através de uma
análise da evolução histórica do pensamento médico. V
Os primeiros médicos - magos e bruxos - usavam a seu favor,
a imagem de deuses para explicar os fenômenos naturais. Na Grécia an
tiga nasceu a filosofia para dar uma solução légica para tais fenôme
nos, surgindo a religião e a ciência, implicando na divisão entre cor
po e alma. Pitágoras foi o primeiro filõsofo a tentar definir saúde,
como sendo o resultado de uma apropriada relação matemática entre as
partes corporais. A separação do corpo e da alma foi exacerbada com
o Cristianismo, que considerava o corpo apenas o abrigo da alma e on
de o enfermo era visto como participante da arte divina, devendo a
doença ser sofrida para seu enobrecimento. No século XVI a saúde era
dependente do individuo, não se considerando a relação homem-meio am
biente. Com Pasteur, houve a constatação de que era possível tomar
providências antecipadas, através de medidas preventivas para evitar
ou atenuar os efeitos de enfermidades, havendo, então, dissociação en
tre o curativo e o preventivo. -
,
-'
' '
Com Virchow, em 1847, foi demonstrado a multicausalidade da
doença, onde colocou os seguintes pressupostos: "a) a causalidade so
cial da enfermidade e o papel do Estado na saúde do povo; b) a influ
éncia das condições sõcio¬econõmicas nas doenças; c) ãS epidemias C0
~
- ~
mo evidencia das contradiçoes sociais; d) para combater as doençassäw
necessárias ações do tipo médico e do tipo social; e) o médico deve
participar da vida social e política."_".` -'ç -'
`
.t
t
V Assim, o legadorhistõrico~que¬recebemos, determinou duasgnql
des divisões conceituais: a saúde do corpo e a saúde da mente; ä .Pre
venção de doenças e a cura das doenças. '
V
_ Destes, a saúde orgânica, manipulada de forma curativa, obtg
ve maior desenvolvimento e aplicação cientifico tecnológica.
‹ ve'
s
l ,Í
_ ez
'A - REALIDADE SOCIAL COMO FATOR DETERMINANTE DE SAÚDE
Considerar a saúde do homem fora do contexto social leva a
grandes erros de interpretação, porque ela é uma decorrência direta
do nível de vida da população.
Embora a medicina possa influir de alguma maneira nos indica
dores que traduzem o grau de salubridade da população, a saúde depen
de mais diretamente de como é realizada a distribuição da renda, a
qual se refletirã na qualidade de vida da população, que é traduzida
pelas condições de habitação, trabalho, alimentação, educação, dive;
sao, cuidados de higiene, saneamento e assistência médica.
Não hã dúvidas, como tem sido demonstrado, que a assistência
médica e o desenvolvimento econômico são dois problemas que não podem
ser equacionados isoladamente.
.A realidade médica brasileira deve ser, então, compreendida
no çontexto dos grandes problemas sociais e econômicos que afetam di
retamente a Nação. Os profissionais da saúde não podem ignorar que
apenas 32% da nossa população é considerada alimehtada, ou seja, não
subnutrida CEW).
'
_ Um dos fatores a ser examinado nos países subdesenvolvidos é
a não adequação do preparo do médico ãs necessidades reais de saude
da população. Os médicos não devem se limitar ã prática da _ medicina
_ .... . ~
curativa tao enfatizada na sua formaçao profissional, mas sim, tentar
compreender, como colocou Virchow em 1847, que a doença não depende
ç _ _ _ _
somente de um agente especifico, mas sim de um leque de fatores dete;
minantes, entre os quais, os fatores sõcio-econômicos, que represeg
tam importante parcela. _
' _
' '
O
O
B ~ O CONTEXTO DO PACIENTE FEMININO
~ Quando o paciente é do sexo feminino, tem sido observado ,
com muita frequência, uma série de queixas relacionadas com o aparg
lho reprodutor, bem como com a sua sexualidade. Muitas_vezes estas
‹ ~ »
~ .-
queixas, por inibiçao, preconceitos e/ou uma dericiente relaçao medi
co-paciente, vem mascaradas e/ou somatizadas, sendo recebidas com in
devida atenção médica. *
V ,_
~
-j '
Vem se somar o fato de que a formação curricular tradicional
,a
-
oz
mesma, constatados na prática clinica diária. Apesar de ser um. campo
relativamente novo, já se encontra sistematizado ou desenvolvido, in
clusive sendo disciplina curricular de algumas universidades do nosso
Pais. ~
~
A condiçao.feminina foi considerada neste estudo, como sendo
uma expressao ampla, envolvendo a sexualidade feminina estendendo-se
aos cuidados específicos da prevenção da saúde da mulher.
A sexualidade, segundo Novak et alii (58) "... envolve o de
senvolvimento do caráter e características do individuo e está, por
tanto, intimamente relacionada com a sua personalidade e seu lugar cg
mo membro da sociedade em que vive. Como envolve o individuo total,
deve reconhecer os aspectos anatõmicos e fisiológicos destinados a
funcionar no ato sexual, a relação sexual. Como a relação sexual, que
ê uma expressão da sexualidade, ê uma atividade que envolve outro in
divíduo, a educação da sexualidade se transforma na educação das rela
çoes interpessoais entre indivíduos e sociedade." E "... o desenvolvi
mento da sexualidade abrange a ética, por se relacionar com a felici
dade do individuo, moral ou relacionamento interpessoal, pois inclui
intimamente, pelo menos um outro indivíduo ou dois, quando ê concebi
do um filho, a sociologia¿xxiqmáfiizreqmfito ã formação da família e
a reaçao a sociedade em geral, e finalmente a biologia e a fisiologia
porque a reprodução ê a “última consequência deste desenvolvimento".
Segundo Alves, B.M. et alli (ZA, 0 conceito de sexualidade
"ê um conceito completo, na medida em que se situa entre a natureza
e a cultura. Ele seria natureza no que se refere ao biológico, mas
sendo o biolõgico traduzido e reinterpretado pela cultura, a sexual;
dade ê uma construção social. Neste sentido, sexualidade ê uma reprg
sentação, ë uma tradução de relações sociais."
Pelos dados colhidos no Programa de Assistência Integral ã
Saúde da Mulher, do Ministério daSaüde, "... a mulher pertence ao 912
po populacional que talvez menor atençao tem recebido pelos serviços
A ë `
de assistencia sanitariaí' .
`› ~ '
"
'Esse quadro assume importância ainda maior ao se considerar
1
«f ~
a proporçao.que hoje a mulher.representa na força de trabalho, alem
do seu papel fundamental no núcleo familiar.
Salienta-se que, talvez em razãõ da desatenção tradicional
~
do sistema de saúde em relaçao aos aspectos integrais da saúde da mu
lher, tem-se delegado para um plano secundário a importância dos as
pectos profilâticos e terapêuticos da morbidade que atinge o aparelho
A
reprodutivo e ainda mesmo quando a mulher busca assistencias nestes
~
aspectos, nao tem encontrado uma resposta adequada e suficiente atra
assistência aos aspectos preventivos e de diagnóstico precoce de doen
ças ginecolõgicas malignas, outros aspectos tais como a prevenção,
dt't^'
e ecçao e erapeutica de moléstias'*-
de transmissao.~“
sexual, repercussoes bio-psico-sociais da gravidez nao desejada, abortamento, acesso
a métodos e técnicas de controle de natalidade, tem sido relegados a
_
planos secundarios também.
Em relação ä saúde da mulher especificamente, deve-se enfati
zar alguns aspectos que permitam a identificação dos problemas mais
f t ` " ' t "
reguen es que atingem essa populacao. Embora se acredite que estes
assumam comportamento diferenciado em funçao dos estratos de renda em
que está distribuída a população, tentar-se-ä a chamar a atenção para
alguns indicadores globais:
de cada 16 õbitos, l corresponde ao de uma mulher na faixa de idade
O\ o\°
de l5 a 49 anos, a qual contribui com do total de óbitos genus;
as seis primeiras causas de õbitos neste grupo são em ordem de fre
quéncia, as seguintes: acidentes e violência (l6 ` U) o\°
x/ 5I neoplasias
malignas (l4 ` \l o\° \/
'U
I doenças cardiovasculares (8,6%);cerebrovasculares
(8,3); causas obstétricas e aborto (6` ›l=› o\° \/
`
I e doenças do aparelho di
gestivo (6,4%);
considerando-se as causas diretamente relacionadas com a funçao re
produtiva, observa-se que õbitos por: hipertensao na gravidez, com
plicações do trabalho de parto, infecções puerperais, hemorragias
obstétricas e aborto são os mais frequentes, apesar de serem facil
mente evitâveis através da adequada assisténcia pré-natal, ao par
to, ao puerpério e intergestacional. O mesmo se pode mencionar a
respeito dos õbitos por neoplasia maligna, que seriam, em grandepag
te, evitãveis mediante exame preventivo sistemático das mamas e ci
tologia cervical;
pesquisas mostram que 20
de, ll
45 anos a 49 anos continuavam a usar
›l> O\0
`N o\0
c HA I-'
\l o\°
das mulheres entre 35 e 39 anos de ida
das mulheres de
das mulheres de 40 anos a 44 anos, e
ulas anticoncepcionais jus
tamente na época de vida onde este método é mais perigoso e mais
` .-
riscos causa a saude da mulher;
queda progressiva do aleitamento materno, reconhecidamente um fator
fundamental para a nutrição e proteção da saúde fisica e psicolõgi
'
~ / - ~
ca dc lactente e da mae, e tambem um problema de graves proporçoes;
a morbidade por câncer do colo de útero e de mama em mulheres brasi
leiras tem se mostrado alta, apesar de nessas patologias,sef\poss¿
nz ‹`
- aumento pregressivo de infecções sexualmente transmitidas;
- observa-se aumento do número mëdio de abortos por lOO mulheres en
tre l96O a l975, com uma variação de 34% a 150% de incremento."
O desenvolvimento que a mulher tem no seu próprio corpo, con
tribui para acentuar muitos problemas ligados ã sua saude. Muitos des
tes problemas que chegam diariamente aos serviços de saúde, possuem
pouco grau de resolutividade, sendo na maioria das vezes tomadas medi
das paliativas.
A necessidade de se.fazer um estudo científico a nível local
relacionado ä saúde da população feminina surgiu exatamente da obser
vação de todo este quadro, inclusive durante o decorrer do curso de
medicina, no contato com pacientes nos ambulatórios - escola e ou
tros postos de saude, onde constatou-se também que o contingente femi
nino constitui a maior percentagem da demanda.
A OPÇãO pelo Bairro Costeira do Pirajubaê em primeiro lugar,
se fez em face da existência de um serviço de Saude de Extensão . da
Universidade Federal de Santa Catarina, onde vemos a possibilidade de
aplicação prática de nosso estudo preliminar num serviço' multidisci
plinar de atenção permanente ã mulher; em segundo lugar, por ser um
bairro de periferia, com grande cdncentração demográfica de baixa ren
da, onde se registra significativos indicadores de carência de Floria
_f
, P'
OBJETIVUS:
OBJETIVO GERAL
Conhecer alguns aspectos da condiçao feminina na popg
lação de mulheres de 20 a 50 anos do Bairro Popular Costeira do Pira
jubaê em Florianópolis, dando ênfase ao nível de informações sobre -
as características que as diferenciam do grupo masculino e suas rela
ções psico-sociais.
OBJETIVOS EsPEcÍFIcosz
l. Traçar um perfil sõcio-cultural das mulheres de
20 a 50 anos da Costeira do Pirajubaë;
2. Investigar o conhecimento que as mulheres possuem
sobre anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor feminino;
'
3. Questionar sobre aleitamento materno, reprodução -
humana, doenças sexualmente transmissíveis, alterações no periodo ~
pré-mestrual e sobre menopausa;
4. Constatar o conhecimento e procura dos serviços mš
dicos de prevenção ligados ã saúde da mulher;
5. Inquerir sua vivência sexual;
6. Avaliar o relacionamento psico-social da mulher
de periferia e sua capacidade de auto-valorização;
7. Identificar alguns tabus ligados ao aparelho repro
U7
MATERIAL E MÉTODOS
Com a técnica de abordagem da comunidade chamada: ° Aplicaçao
de questionáriosí foi colhido os dados para esse trabalho de disse;
tação, através de amostragem aleatória simples, que consiste em sele_
cionar os elementos por sorteio, de forma que cada um deles tenha a
mesma probabilidade de ser selecionados para serem entrevistados.
O questionário foi preparado considerando primeiro os objeti
vos especificos a serem verificados, levando as questões mais relevên
tes para a pesquisa; em segundo lugar, o impacto psicológico que o as
sunto provocaria na população alvo, bem como a possivel relutância de
algumas entrevistadas em fornecer informações intimas e em responder
ao questionário com muitas perguntas; e em terceiro lugar, os proble
mas de caráter estatístico quanto ä agregação e tabulação dos dados
que resultariam da aplicação dos questionários, uma vez que eles con
têm respostas dicotõmicas (duas alternativas» de múltipla escolha e
perguntas semi-abertas (algumas respostas previstas, podendo ocorrer
outras além das já relacionadas no questionário).
Foi avaliado o universo de 1.040 mulheres moradoras na Costei
ra do Pirajubae, na faixa etária entre 20 e 50 anos, com o método de
amostragem aleatória simples, aplicando-se questionários em um número
significativo.para esse universo (10%) uma vez que seria impossivel
aplicar o questionário em todo ele por fatores limitantes de tempo e
custo. ~
, . ~
A Costeira do Pirajubae, segundo a classificaçao de Jorge
Boya GQÉ), caracteriza-se como "bairro popular" por ser um local onde
reside a força trabalhadora. Possui uma área de 3 km de extensão, li
mitando-se ao norte com o Bairro Saco dos Limões e ao sul com o trevo
Aeroporto e Campeche. '
Possui uma população aproximada de 6.500 habitantes, que conâ
tituem l.27O famílias. E consideramos uma precisão de estudo estatis
tico significativo ao nível de U' ` o\0 e uma precisão total de O,l0, para
tal admitiu-se um percentual de respostas favoráveis ã pesquisa de ma
neira global de 0,5. _' '
Óbservação: Gostaríamos de referir que este trabalho somente
ficará completo e significativo para a Cidade de Florianópolis, se
realizado em vários bairros enfocando diversas classes sociais e com
05
Í .
A área de estudo foi dividida em três conglomerados, levando
em conta a geografia local.
Conglomerados:
I - aplicados 20 questionários
II - aplicados 44 questionários
III - aplicados 40 questionários
CONGLOMERADO I: Limita-se do entroncamento entre a rua Câncio
Jaques e a avenida Jorge Lacerda, á margem esquerda‹iisenúdáo ãflmúdz,
considerando um total de 260 casas, o que aproximadamente representa
20% do total de casas do bairro popular.
CONGLOMERADO II: Limita-se da margem direitada ¶fivnikiSdmudt
a margem esquerda da servidão Marciano, considerando um total de 540
casas, o que aproximadamente representa 42,5% do total de casas do
bairro popular.
_ CONGLOMERADO Iii: Limite-se da margem direita da servidão Ma;
ciano ao entroncamento Aeroporto-Campeche, considerando um total de
470 casas, o que aproximadamente representa 37,5% do total de Casas
do bairro popular. V
De cada conglomerado foi escolhido aleatoriamente (POI S05
teio) as casas que seriam visitadas para a aplicação do questionário,
já que associou-se ao mapa obtido na TELESC e ao obtido no Postø de
Saúde de Extensão da UFSC, um número em cada casa para efeito de sor
teio.
Considerando qxaemzflgunsdos lO4 números sorteados não Seria
possível aplicar o questionário (por encontrarmos mulheres com 'idade
inferior ou superior á faixa etária enfocada na pesquisa, ou porque
o número sorteado não corresponde a uma casa habitada por familia -
casa nao habitada, vendas, farmácias, etc), utilizou-se uma folga de
20% C
4
Assim foi realizado um pré-teste com um questionario inicial
(anexo n9 1) que considera 45 perguntas e foi aplicado em ll mulneres
(aproximadamente 10% do total de questionários que seriam apllCaÕOS
na população alvo), sendo todas elas pertencentes a mesma faixa eta
ria da pesquisa e não moradoras da Costeira do Pirajubaë, e 55% âelaã
com uma situação sõcio-econômica equivalente a esperada da pOpUläÇãO
z _ ~ . ' Q
alvo, funcionarias da Fundacao Hospitalar de Santa Catarina e 45° de
las pertencentes ás diversas classes sociais e distribuidas nos dive;
€`(/Ã \I\;\ `¡\)\_f`¡_¡\l_\¡\)_\
ly
'~é
`l\,\,\I\¡'\_/\|1 _ ¡/\/\¡\‹l\¡¡\!\l\'. \{` \I\,\¡\¡¡`|(\;Ê_|'\ ¿A Ki ¡\¡{ šš ¡ \ 1 _ l_I\5(__¿\h¡\¡ gp1
[` ¡` " J ' _ É 'l\/\\¡\ QUÊ \Á\¬ ¬ ¬ t ,_1/
_
šš LL)%~
\ _ \\ [`_"'_l__1I //~
` i\ ¡ \` _/ ` ,L 1 ` L J ‹ ` W ` 1 1 I ` ii '¿`¡I` \ \V
\N
~ Íè
I ÊUd)\ ä \ _\4 ` ' Il' I ly \I I 1%q
` \ A _ _ flí 60 Q_
_ I /Ko; W J läxk _ ll `Wu
3
c)_%:
_ _ ,__ ,__ UMM¬
W
oquó¶\u_: G^ç_UçuQmWV O:W
Ô&\;W¿_ qíqš ÊFUAQw_
}^
_
M
_Q
_U
_ 9 Q /\¡\¡, `~ ~I¡ _<`) __M
W fl%uv`_ON
Ç/ 3_ U'ÍM
H
_P_ Z\,__L __
M
Oto; 0§U“_`_\m_\¿\Q\ñ,roU
9 ' f
CI! Í"!' |_z. F-J
Este pré-teste foi muito porque mostrou a dificuldade de
acesso ã população alvo, tempo aproximado utilizado em cada entrevis
ta, dificuldade de abordagem neste assunto, e principalmente por ter
mostrado que muitas questões deveriam sofrer algumas modificações, de
vido ã dificuldade de tabulação e intercorrelação dos dados, levando
a formulação de um novo questionário.
Então, alguns aspectos sobre a condição feminina, incluídos
num vasto material para estudo ficaram sintetizados em 53 variáveis
(anexo nQ 2), divididos em 6 blocos sendo: I - identificação; II - cg
nhecimentos sobre o aparelho reprodutor feminino; III - Doenças saaal
mente transmissíveis; IV - cuidados especificos; V - Vivência sexual;
VI - Tabus e generalidades. Obteve-se assim uma sequência lõqica~ das
perguntas, iniciando com perguntas acessíveis e que estivessem rala
cionadas com o seu dia-a-dia, constituindo um sistema de 'perguntas
com alta consistencia interna das respostas da entrevistada.
Como os aspectos a serem levantados incluíam assuntos de ca
rãter íntimo, as entrevistas foram realizadas apenas por mulheres,sem
que estivesse presente o companheiro da mulher entrevistada ou uma ou
tra terceira pessoal, que influísse no relacionamento entre entrevis
tadora»entrevistada.
Levando em consideração que o tempo de aplicação do questionã
rio variava entre 60-90 minutos, o melhor horário para a aplicaçãodos
mesmos era no inicio da manhã e no meio da tarde, procurando não pre
judicar demasiadamente as tarefas de cada mulher entrevistada. Evi
tou-se o período noturno, feriados e fins de semana, porque nestes mg
mentos perdia-se um entrosamento eficaz, já que várias pessoas insis
tiam em ficar presentes ã entrevista, inclusive não permitindo a rea
lização desta.
Os meses de setembro e outubro foram tidos como o “Período de
Aplicação dos Questionários", com aproximadamente 70 (setenta) ~ visi
tas ã Costeira do Pirajubaë, com o intuito de conhecer a área, nume
rar as casas nos mapas da TELESC e do Posto de Saúde, e fazer as visi
tas domiciliares para aplicação do questionário.
Após coleta e organização dos dados, por estes serem em gran
de volume (83 variáveis, dando um total de 14.664 dígitos), foram sup
metidos ã Análise Estatistica atraves da utilização do SPSS (Statis
tical Package for the Social Sciences), utilizado pelo Grupo de Apoio
ã Estatistica e Pesquisa (GAEP), do Centro de Estatística e Computa
ção (CEC), existente no Nucleo de Processamento de Dados desta Univer
gidade, O SPSS ë um "pacote" que permite a contagem dos dados, facili
tando a tabulação.
fi
iorianopolis em Setembro e Outrubro de Florianoboiis em Setembro e Outubro
? Quantos filhos você tem?
Q. z
TABELA 02 - Variável O2. TABELA O3 - Varieveí O3.
^ ‹ .
Frequencse e percentuei de Frequencia e percentuai de
Mulheres segundo numero of Mulheres segundo estado civil em
hos em bairro de periferxa de bairro de periferia de
1983. de 1983.
N? DE FILHOS __YIVOS MORTOS
Freq. % Freq __....__._.._.. 0 .¿ fz ›. ez U » ›~ r~ _, '7 4 9 ll 5 L›,7 vu 16 22 2h T7 ¬z- F. 0 2 l .. I TOTAL l0U wc, ¿._ ,-,E ÁS l . ! ¬ ._ 5 ~ E ~. -3 5 n Li 'z \_. .J O C 71 13 8 1 .L 'B ,l 3 .D ,0 .9 f 5 100 l0H 100
_¿-_í~
_- o.__-. .-_~_
. 1 + --'11› % ? Qua o seu es-ado cimo
ESTADO CIVIL FREQUÊHCIA Í
Solteira Cašada Viúxfe Separõáe asiaóê I*D
É
2 CD 9 .- *E .‹ V › f ..¬_ 8o,; » f -5 .L ' rh rz I'.'- r- ... L. ._ I”. E. |.._| C) 4'-T 1on,cz`
.
@
TABELA O - Ver ieveÍ ÔÓ.
I. .
Frequencia e percentuaí de
Muiheres segundo \ocaE de origem
em bairro de periferia
de Florianepoíis em Setembro e
Outubro de- % ×o <m U)
. `u.B..L S:-:xl LOC‹:.._ CIE C¿.L 5.2.
D Q~ ¬ ~‹ ' .m1 ` .wÃg fç ¬.- - - -'Ê . .' í‹. _ PfiEQU;Nc:h z ';UN U)W O C/3ã> C/J ¡- Zenâ urbana Zona rural «.P \¬ 'J *-*SÉ 4.¡.¡u a; 58,7 4 /' TÂSELÁ O7 - Vaviaveí G7. r- /- ‹ . frequencia e percentual de
Mulheres segundo religfao
em bairro de per›feP\õ de
Florianopolis em Seremoro e Outunrc
de 1983.
? Qual a sua Religião?
RESPOSTAS FâEQUÊNcIA â ^¬-1.1; _ Q* f àz,‹:1L_O.1__LC‹:« ef. 92,5» Eestemunna úâ Jeová 4 1, Assembleia T Õ T z L l U4 100,0 de Deus 2 l,ë Espírita feia do - lmo Di W U) *j D\ O ¡_!. Saw* w» 7¬¿: _V¿-&~ . 7 f--> a E. O C 2 1 .L 8 T 0 T A L 104 100,0
›
TABELA 08 _ varâável 08.
Mulheres segundo grau de instruçao
em bairro de periferia
de Florianooolis em Setembro e
Outubro de y-..
\C OO (,z
J
? Qual a sua instrução?
/\ . frequencia e percentuaf de RESPOSTAS FREQUÊNCIA É x. Nao referiu L na_¶;¬}@¢» “í ¡¬._.¢2.¡..'.~';1..)\.~.<3 _.". Z? Grau inc.m- :*.'.':..Í^ÍC' «Í ~ ~ ~ 7 , ¿§ Grau oomp¿eLo L
`IÇ Grau íneom _ _ ¬ -
pJ.'š ;C, _..
II9 Grau completo 8
III? Grau com-
pleto L L 9 ID Ju ¡_J U7 F-' CI) 7 ›¬ 9 ,5 ,E ¬› (JJ u (JT ,I rn 1 ¬ . ¬ T O - A u aQ+ a hà `^ í`Í ,\.
. _
1 z-
Corforme as tabelas acima observou-se que 58 das l04 mulheres
entrevistadas (55,7%) tinham abaixo de 35 anos, e que a faixa etária
mais prevalente ë a que envolve pessoas de 25 a 29 anos (2l,l%) (tabe
la O1).
Encontramos um total de 352 filhos (327 vivos e 25 mortos)com
uma media de 3,4 filhos por mulher. Sendo a moda = 3 filhos. Istocoin
. - ¬¡ - _
cide com oados do lBGE do último censo que determinou 4,8 pes
soas por familia (tabela 02).
.
\_~›- Li! (P
.
`
‹\
O estado civil que mais incidiu foi casada, com um total de
U1 o\0 Ch
86, as mulheres entrevistadas (tabela 03).
A renda familiar variou entre Cr$ 25.000,00 e Cr$ 280.000,00,
sendo que 74,1% das mulheres possuem renda familiar abaixo de Cr$ ...
120.000,00, ou seja, nível söcio~econõmico baixo. Estes dados vão de
encontro com estatisticas do IBGE \›=- LO (JI. C) onde 75% das familias brasilei
ras têm renda igual ou inferior a 3 salários mínimos, e também com a
pesquisa realizada por Faria (ii), neste mesmo bairro popular emlB8l,
onde o percentual de famílias com este mesmo nivel sócio-econômico si
tuava em torno de 73,59% (tabela 04).
A profissão mais encontrada foi empregada doméstica, com um
(7\ U1 ›l>~ o\fl
percentual de lO,5%. Nota-se que , não possui profissão, e suaocg
pação ë do lar (tabela 05).
Nesta investigação, `
grou-se um evidente êxodo rural, onde
Hi '..- IU
58,7% das mulheres migraram para zona urbana, vindo a se fixar neste
bairro popular de periferia da cidade (tabela 06).
A religião Catõlica foi a mais referida pelas entrevistadas,
perfazendo 92 ~ LU do total (tabela 07).
o\0
-¬ G)
0\0
Quanto ao nível de escolaridade, verificou-se que 53 das
entrevistadas possuíam IQ Grau incompleto, geralmente com estudos nao
superiores a 2 anos e que 9 'I Ch das mulheres são analfabetas, com toda
o\°
a implicäncia social que este fato acarreta.
Então, como exemplo da população alvo encontramos uma mulher
com aproximadamente 28 anos, 3 filhos, casada, nível sócio-econômico
baixo, sem profissão, de origem rural, catõlica e semi- alfabetizada
Devemos ter sempre essa imagem em mente, porque ela representa o pg
drão da mulher brasileira de periferia - nossa realidade socialí
fr ¬¡M A TL G O L O _. '__ 5 I Fr E A _ ¡_ M
Ú
"_ [A A WE T A E D Sm
NW
I C E H N O C I I X X X X X X X X K × x X X X X X X X X X × × X X X X X X K X X X X X X X X X × X × ä X X X X X X X X X X X X X X X X × X X Xm
m
äñ
Ow O: Na mw dm OKÚMO _ ZDÊZMZ D%xMMMm OKZ <HzmU<Jm wOHmK; wommM
mmmw mHmOHHÀU <zHw<> m<@:CmH moHx%>O OxmFC wO%mm Wi WN N»H
H
_í
®¿¬m mO©fig®%®g ¬W Qfi Í* HwãmhN
ä
âmw ä%_ HN
lwtšm : ¬§¡¡\i¡\\ ix *K _mU%:m mWUg¢Lw@wL_w
m<Hmo&mmm mO#C5m:OU fimomgcoo mOO> wzv àw¿%jE mg mcfiggogg womwgo mo m%m5Og
_mw@H wi O%Q:p:O G c;LEmpwm Ew ^mHfiOaOCmHQofi% mv gmfijmog Ohgfimfi I EC cEfi:WEmm Lopjvckgmm O£Hwpm@< 0% wommgo äwowggoo Emg%hw%mh wjw wmgmgfijã mv Hmjpzwogcm ao ñw>wfigm> E mo <¿mm<Pz I
TABELA lü - Variáveis 10 a 17
Percentual de mulheres que referiram conhecer as
funçoes dos ófgãos do Aparelho Reprodutor íeminíno em
bairro p -o pular Ó e Plorionšpolis, = em setembro e outubro
I-' LO C0 to
de
? Qual a função dos orgãos proçrios da mulher?
ORGÃ0 seio ÚT; L ovš *9:g vâsi CLÍTQ GDES FLA -
Rínfi “U¿ h ff) NZ Rzš PEQS CENTA
Pvwçâø LÃB:
05"
não referiu
rerer;u mas nao
sabe a funçao participar oa Pela geo sexual" menstruar en£ravid=r _z ' U (3 dilatar na hora ^ part; amamentar infeccionar . . ” ._ _-.fz ›-.¬-. ,-.-...z~›¬ Ui O'Íz\.'.f..‹.Í° ‹J\/Í.z;.'×.:_ P4 (_O o\° ¬ê .Lú -J fx) CU C) z;.<` \_. 12% 38% 50% HO% 99% (_ D LO o\° 97% |-"' f\7 o\° (LJ \] o\° 29% 3% T\J f'›\° OJ F4 o\° f- 0, O :J '51 `J o\° |...J 6 (J) V\) 633 - f Qi, LL; l_'z z « ovo V í- - l% 0.)L J ‹¬\: |\) o`\° LO% - ‹ . -. f C, Êransoortar ovueos of . urinar #2? sensiäiliâade se- v¬¬¬ Aus» ¬-f~--..-- “z Ê: _-E”.-;...:_..â«; f- = ~ ~ ` ` (...~ protecao oo o-;z- rie nutriçao e prote~ Ô. çao do zero. 2% 1-Çíf
› G
\ ^
Verifica-se que clítoris, grandes e pequenos lábios são fr
gäos desconhecidos (citados apenas por 1% das mulheres). Trompas são
estruturas relativamente desoonhecidas (citadas em 40% das entrevis
tas). Os órgãos vagina, ovário, seios e utero não foram citados em
40%¡ 33%, 19% e l2% dos casos, respectivamente i â o que não era › - espera _--___
do.
Ç\ Ff Í)HO
Os orgãos: "seio +_ _ + vagina" foram citados em conjunto
por 49% das mulheres, “seio + utero + ovário" por 48% das mulheres en
trevistadas (associando~se ou não mais órgãos).
A moda foi 22 mulheres reíerirem unicamente o conjunto "seiot
fitero + ovário + trompas + vagina”.
Deve-se salientar que quase a totalidade das mulheres e;tre
vistadas vivenciou uma gestação no mínimo, e também são sexualmente
ativas, esperava-se que um menor numero de mulheres desconnecessem es
.- ._-
tes orgaos (tabela O9).
Em relação ã função dos seios, . as mulheres que co
nheciam este órgão (81% do total como l00%) vê-se que 99% delas reis
riram como sendo função do seio amamentação e P-' f\1 o\0 delas associaram
a participação destes na relação sexual. Isto demonstra que as entre
vistadas realmente fazem uma correlação seio-aleitamento, no entanto
pouco relacionando~o ä sexualidade).
Em relação â função do útero, .. as mulheres que conne
ciam este órgão, 88% do total, como sendo 100%, verifica~se que Sáâ
delas relacionam utero-gravidez, apenas 6,4% com menstruação. Ê inte
ressante observar que 2% das mulheres reíeriram que "utero serve pa
ra ter infecção" e que "utero participa da relação sexual".
Em relação â função dos ovários, chama-se a atenção para o fa
to de que apesar de 62% do total das mulheres entrevistadas reíerirem
este õrqão, 37% não sabiam sua função, 9% relacionou com a capacidade
de engravidar ou produzir Õvulos e 7% referiu a função menstruar. ls
to exemplifica o conceito de que para muitas pessoas “os ovários são
órgãos invisíveis", já que poucos oonhecem hormônios e menos ainda re
lacionam ovários com estes mensageiros tão desconhecidos.
Em relação â função das trompas verificou-se que 60% das mu
lheres desconheciam função e órgão, 29% referiram desconhecer a fun
çao, relacionam com a capacidade de engravidar e das entrevista
das citou "menstruar" e "dilatar na hora do parto" com sendo funções
›I> o\0
)--' o\0
proprias destas estruturas.
Em relação ã placenta, IU o\° das mulheres relacionam-na com a nu
trição e proteção do feto, I-' o\0 referiu que "placenta serve para a mu
KO ~J o\0
.¿ _. . . . 3.
f-f¬"¬r ¬^, .';',-: --
Tn:LuA lz - «ar-a.els õ2 a Ui
Percentual de mulheres que referem alterações durante a
gestaçao em bairro popular de Florianšpolis, em setembro Ç ou
tubro de F-J (O CD U) POR ALTERAÇÕES NA --75 K Í É Sl! ewn¶oA ep eq uewne asim eoseao eãtdaeq GT)W U) *-3 AÇÃO O REPERÊN CLAS QUL° Q.: ewn¶oA ep O1 Ífiamne otes I ~ OCORREÍ É TÍLIL Z T‹_I 1? _...._..._..._._J 3 SU D oqueã 'Õ /\ epuod etagiuâp eta E1? S9 SÉ tea Ielotoowo ,i¶ÉäiKEÉlÊLl_.l,
Não referiu @ (I) o\° CD U7 <›\°
Referiu mas nao sabe o
porque
o feto cresce (D ‹›\°
produz leite
ação hormonal 1
a mulher fica fraca
distenção dos tecidos
não menstrua oeorrencia de muitas 3H% 29 28% 91% 83% 80% 8 3% 7% '¬¬. (Á «kn JI' n\° -C' ‹>\° ¡...: O c›\° Í-J f\7 ,'49 U¬ o\° Í-¡ (AJ ‹'$~° 5% »?;_¡ . _ . . . _ _ . _ __ --"_ __~ __ Q : _
MM
›
* U) ' ' 7% 82% 85% mudanças fl% edema dificuldade de retorno |,...¡ % c›\° venoso 5% -.___-._.__...-_-.._¬..._.__.__.._-... T O T A L 100 100 ;..-J C3 C) 105 l0G l0O 100 l00 l _-¬ Õ C) °z. `! .U9 í /1 Ç.‹.› 53' (THÚ "| kl. W fa VlO QO D`I*¬CC`Y no C0 (D ( 3 &t' “ 1 1 ` ` Éairxa Dcnular de F' If«_,szLA_ 1:-' - arzíáz, '
e Derceituâl de fiulneres com ¬nnec;“
},.. O *Á ` - _ ¬ r VOC Sãplš S-3Í_.."'3 Í.`›ã.l"`.O " .U W L/3 'UO L/) t J ,l> gn _ .-LâÍ_LC_ - T. P3 C.. IJ \__› __ ¬ _ ,__ CiOCO.1.0 `D€"C›.â QC :í"" H 5 __ ._ . ....» _- z_. ._ V _ _ ~_. *rafioes e dor -_~ 2-52- ~ vsitleto ;~ 3 c nl :~ ¬* -'.`;-'I`zI`_Íi€Í.`.,.'Í3%'^;Í«".f .ÍIO DL ""`ÍC' .'ZÍ.._; C1-O r... S-\ §›_ "1šC_.TÍÉ€-. -C () ‹/) O rln a*1co _ xt z^: 9 :er:nâs _ _
-`TE' I ÍIU -- \onnz:;t:nIc vaio sobre -:'~
4-..._-z-.¬...__._..._..._.___..._...-._._.__.._.._._._._.._._._._._._.._.. .._...._...__...__. ...__ P J 5 D C1 (W\ “ `: ef set *- Í\J4 U (Í) cfiegar a nora* ('\ (_'_\
_ , /
TABELA 1% - Variavel 81
A frequência e percentual de mulheres que prererem a
_articipação do companheiro na hora do parto em bairro `
periferia de Florianopolis, em setembro e outubro de 199o.
° Você acha que o companheiro deve assistir o Dar
RESPOSTAS FREQUÊNCIA
rn -4 *Z
(D f\J
\I
(À) o\°
pq š importante participar do nas-
cimento do filho ll “L
para dar apoio para mulher
para conhecers p/entender o soíri-
mento da mulher e valoriza-la
pq evitariam tantos filhos
P1
pq o homem *icaria emocionado
5 um direito dele assistir e /ou
"se ele quiser"
pq a mulher fica mais nervosa
EE ¡_! D, (Dí
pq a . r sente vergonha
pq pode piorar a relação do casal
fl _ H _ .. . C nojo , joccs;dace, ...) ."! o r¬ ¿ . q« -5 5 3
Frequencia e percentual de mulheres que acham necessário ur
período de resguardo, em bairro popular de Florianöpolis em setem-
bro e outubro
? Por quanto tempo você acha necessario fazer "resguardo" a-
pos o parto? TABELA 15 - 'variável Lê3 de 1983. | "°1 Q -H RESPOSTAS FREQUÊNCÍA O O
30 dias apos parto normal e
M0 dias apos cesariana
«C
(JJÉ
~ 4
Nao e
dias se for do sexo
z- -t
5 dias se :or oo sexo
I ' .c._ Í1€C€SSC.'1"'lO .L :.*Z€I" 30 dias 40 dias feminino masculino resguardo apos o parto
Não sabe o tempo necessšric
Mais de U0 dias ITIEHOS de 30 dias
Au
za 29 23 8 l 5 Q 27 5 28 22 8 'l E T O T A L lüü 100Q»
' _...
TABELA 1ó - võrâévei 44.
A _
rrequencra e percentual de Muiheres
segundo a funçao do Resguardo em bairro de
periferia de F[orianopo¡is em Setembro e
Outubro de 1953.
? Para que serve o "Resguarào"?
ó R E S P O S T A S '¬1 id ff] /QD r" Para Para Para ?ara Para Para o organismo voltar ao normal evitar "recaída" - ` (endometrite) evitar hemorragia tratar da saude cicatrizar a epi siotomiaf c“sangue não subir
Dara a cabeca” .LC 35 lu 28 -z if! ‹- I/ mao same LÊ WÊNCIA i |.__› FJ \i 'T› 27,1 11,0 Í\) '...J u O-7 O '3 :_ ~;. \,-3°* 11 " ._`.'~- T O T A L 129 1oo,ú Cz
1 Q
TABELA 17 - vap¡éVe¡5 45 e 46.
A
-_
Frequencna e percentuai de Muiheree segundo
Ale¡tamento Materno em bairro de
. .` _ ›
.
, E . _
perrverõa oe llornanopoins em Set mbro
Õutubro de 1983
8
? Amamentar e bom para a mulher?
AMAMENTAR Ê BOM PARA A MULHER? rw-J
./TWC `UÊNCIA % TOTAL
É I N
Porcue
_.
O UÍGPO T€ÍOPnã âO HOPmâl
Acentua a relaçao mae-filho
Diminue a incidencia de can
-cer de mamã
Mais econômico
ÉÉ m\ Ff' H
OD
Mais '- V
A mulher não engorda
Nao soube explicar
?ara não "empedrar"o seio
N Ã O
Porque
Dor quando "racha" c seio
A mulher trabalha fora
Deixa os seios flãciôos
A mulher "se acaba muito"
Não soube explicar
Tinha c leite fraco e via o
filho enfraquecer Q 32 8 2? 18 f. _» z 15 22 21 9 12 "`› L ^ \. 2 l7 4 lfl 9 3 3 Q V -r ¡. ..›__. Íl -l H 5 J. l '\ ,.. ,.L ,2 ,H ,7 ,2 Vä \| O fz ›-. : v u (A) 8 ,H xr \: O5 (JJ --1 \.Í C `) 53,0 % Tr 'l 87 lOÚ ,O
Q .
MTABELA
le-
- ‹`›vzz›íãve¬'_â. 21 até aoPercentual de mulheres que referem alteraçoes na'menøpausä'
em bairro popular de Florianopolis, em setembro e outubro _:
LO OO OJ A É _ SIM PURGUNTAS Oz 'o NÃC U) ‹¬\9 *D 'ÍDÍ J- (D _ `^ TOTAL ¡¬. NÂO REFE RIOÊ G. 'í "Menopausa" É doença? Na“menopausä€ -1 . 43... ¡-,
a. e preclso tomar remeolo sempre;
b. diminue o "apetite sexual"2
c. aparece "caloráä
d. aparece”nervosismo"
e. aparece cefaléia
Í. aparece hemorragia vaginal
O3 3 U1 LO 3% 32 (,ÀJ *J ¬f_-8 . P 4 . ,-A
g. a mulner pensa que esta gravlda
h. a mulher pode “enloquecer" porque o
"sangue sobe para a cabeça" 7
i. a mulher pode sofrerum acidente vas
cular porque o "sangue fica grosso" H
32 8 12 3 Õ L 1 1 1 O O 22 23 JS' (13 20 18 1: 18 17 O O 10 10 10 -LT (I1 äõ $"`| :JL '\Í (zu 80 LO U.) 95 .L ¬z›"~f .__ ...J ¬f“..' _, ._ C.) r \ 102 FJ C3z -¬ -lƒf. J fi Px _. _. CD (` 3 "\ fa." ...vv J CL) LL)
Q 6
Menarca:
Apesar de menstruação ser um fato real na vida de todas as mí
lheres, a grande maioria não recebe informações a respeito e não as
fornece para suas filhas. Ilustrando tal fato, verificou-se que 79%
das mulheres foram “pegas de surpresa" na menarcai Passagem tão ma;
cante)e que no entanto 20% não tinham muito conhecimento a respeito ,
sabendo apenas que haveria um sangramento. Nas entrevistas observou-
se justamente o que Alves et alii (02) constataram em seu trab Íno
que"ao relatar a primeira menstruação, a maioria das mulheres fala:
sobre o desconhecimento, associado a uma serie de sentimentos que tra
duzem uma experiência como uma situação dramática. Vivida de uma ma
neira dramática ou náo, a menarca ê sempre descrita como algo marcar
_. ~
te, cujos detalhes sao minuciosamente lembrados" (tabela ll).
Gravidez:
_ A maioria das mulheres (72%) referiu que durante
a gravidez
aumentava o volume dos seios, relacionando esta alteração com a produ
ção de leite em 63% dos casos. Tambem foi referido que a "barrigacres
ce" (34%), e em pequenas percentagens, alterações como a ocorrência
de cárie dentária, estrias, varises, náuseas, ganho ponderal e labili
emocional.
DJ 01 OJ (D
Chama-se a atenção para o fato de que 88% náo referiram o üte
ro se alterando na gravidez, o que se opõe aos dados QJ
Ê
ff 9.1U elasO9 elO (já apresentadas), onde 88% das mulheres conheciam o útero e 84%
relacionaram útero-gravidez (tabela l2).
Parto:
Ao se questionar a opinião das mulheres acerca da participa
*' ¬
¬-
__ ~ :_^
çao do companheiro no momento do nascimento de seu illno, observou-se
uma grande receptividade, obtendo-se como opinião favorável 92,3% de
las, sendo a mais referida aquela que dizia ser interessante a parti
cipaçáo do companheiro para entender o "sofrimento" da mulher, valori
zando-a (60%).
Outra justificativa bastante referida foi a de que ampliaria
a colaboraçao do companheiro na hora de evitar outros filhos (4l%).
O direito ã adoção de escolha por parte dele foi referida por
|,.
.J
F- o\0
24% das mulheres, `
delas acharam importante a participação no nas
cimento do filho e 10% delas gostariam de receber apoio nesta hora,
No cõmputo geral, verifica-se jtande anseio por parte
entrevistadas de compartilhar este moxzzto de plenitude. Momento
te transtornado pelo distanciamento psicolõgico do companheiro em el
, ~ ~
'\
das
:S
guns casos, ja que ele nao participa e "nao curte". E a isso soma-se
o despreparo, pois vê-se que a maioria das mulheres (77%) defrontou-
se com seu primeiro parto sem ter nenhum conhecimento preliminar Ei
4
respeito do que iria vivenciar. Faz~se necessário discutir ate que
ponto este desconhecimento, que resulta em medo, tensão e inseguran
ça, se reflete negativamente, inclusive no transcorrer do trabalho de
parto, onde a participação positiva da *UD
importância (tabelas 13 e 14).
Resguardo:
Relativo ao tempo necessário para o “resguardo", 27% das
“rturiente ë de fundamental
m2
lhetes especificaram que 30 dias seria tempo suficiente se a criança
nascesse do sego feminino e 45 dias se nascesse do sexo marculino.
O porque da diferença de tempo não foi explicado, mencionando-se
nas que este costume vem sendo praticado durante gerações e deve
respeitado. A citação de 30 dias ocorreu em _ \J KO o\0 das perguntas, e
›I> o\"'
mente referiram o tempo adequado especifico para cada tipo de
110.
Em relacão 3 ä fun ão do "resauardo“, J foi referido "evitar
ãPÊ
ser
sc
Pai IE
caída" (endometrite) por 27,1% das mulheres, para tratar da saúde por
21,6%, evitar hemorragia por 11,0%, e para cicatrizar a episiotomia
\ U.) o\°
por 9
resguardc e que aproximadamente LI!
¬. U1
QV”
delas. É do interesse notar que 14% não sabem a função do
das entrevistadas referem que o
resguardo serve para o "sangue não subir para a cabeça" - referência
popular para indicar a possibilidade de "ficar louca" (histeria), tão
frequente entre as mulheres brasileiras. Esta histeria pode, no entap
to, ser apenas um desequilíbrio psicolõgico, pelo fato de que a fiaig
ria das mulheres carregam uma grande carga de tensão, e somando-se a
depressão do pôs-parto, esta carga emocional torna-se maior que Sllã
capacidade de suportar, explodindo então nas mais diferentes formasde
exteriorização (tabelas 15 e 16).
Aleitamento:
Ao questionar se amamentar era bom para a mulher, notou-secam
as respostas que a maioria das entrevistadas relacionava a pergunta
automaticamente ao beneficio do leite materno ao filho. Porém o enfo
.... ,4
que era justamente para a presença ou nao de beneficios relacionados
L., ~4 fN`
que 53% responderam positivamente e apenas '
resptnderam negatix¿
mente. A referência do filho volta a ser citada quando l7,l% das |\ - ›.-`
trevistadas respodem que ë bom amamentar porque acentua I _ 4 o relaciona __
mento
mae-
HI H. Í"' ho, incluindo sua satisfaçao pessoal em alimentar seufilho com seu prõprio leite. Este ë o grupo de respostas com maior nu
mero de frequência.
A justificativa econômica ë um fator importante, salientadc
por l4,4% das entrevistadas e 9,7% ` referiram "ser mais prático". Jâ a
maioria do grupo de respostas negativas (ll,8%) justifica a dificulda
de de amamentar pela dor quando acontece fissuras mamárias, e ll,3.
ve a dificuldade de amamentar para a mulher que trabalha fora, pois
não ê dado condições pelo empregador para a amamentação. E J>. acham
É 00 o\°
que amamentar "deixa os seios flâcidos" (tabela 17).
xx Menopausa. 5'
~ ....,¬ __ z
Como a populaçao leiga nao diferencia manopausa de climaterio
englobou-se este assunto como sendo simplesmente "menopausa", para ía
cilitar a aplicação do questionário.
`
Chama-se atenção, com estes resultados, que 59% das entrevis
tadas afirmaram positivamente quando ã necessidade de medicação nc
climatërio; fx) U) o\° oesconheciam e lfl 0\° negaram a necessidade de medicação;
36% referiu ser uma doença; 38% referiu haver diminuição da libido.
Percebe-se nos relatos justamente o que Alves et alii áoL}r§
lata "... perceber um vazio de conhecimentos mais precisos e objetp
vos sobre o funcionamento do seu aparelho reprodutor. Essas lacunas
são preenchidas por um certo tipo de saber em que predominam estereá
tipos que apontam para uma interpretação da manopausa como uma doença
uma perda da sexualidade, uma desvalorização." Em decorrência destes
fatos, a procura dos serviços medicos com a finalidade de receber me
dicação no climatërio, a pedido da paciente, ê muito frequente.
Na pesquisa de Muraro et olii (3?), foi constatado que l6,7ä
das mulheres aceitaram a afirmação de que "na menopausa acaba o pra
zer". Como sua pesquisa se estendeu aos homens (onde 14 N \} o\0 aceitou a
afirmação feita), foi feita comparação entre homens e mulheres e nota
ram que havia "uma ligeira desvalorização da mulher como agente saâúd
na velhice em relaçao ao homem".
Enfocando-se as respostas referidas _. por ._ 7% das mulheres de
que na menopausa pode-se "enlouquecer porque o sangue sobre para a ca
beça", sente-se ainda presente os tabus e misticismos populares onde
as manifestações psiquiãtricas são ligadas ã fisiologia do aparelho
reprodutor feminino e ao "envelhecimento" precoce da mulher (tabela
Q .
Gostaríamos de acrescentar algumas considerações no que se
refere ao parto. Conforme Benson, R (CN .,\ ) "A dinamica da dor no traba
lho de parto foi delineada do seguinte modo por Grantly Dick Read:
(1) Grávida + medo = tensão acentuada.
Tensão acentuada + anemia, ma integração, inteligencia-
limitada, acidente obstetricc anterior = dor intensa.
Porém,
(3) Grávida + gravidez normal + confiança + descanso = pop
ca dor + bom trabalho de parto.
A dor do parto ê diminuida pelo relaxamento da paciente.
Hoje em dia o pai tem um papel mais atuante na gravidez e
no parto da esposa. Se o seu papel está adequadamente desenvolvido ,
ele pode-se tornar um membro valioso da equipe obstêtrica e não deve
se sentir como elemento estranho.
A maioria das preocupações que levam ä restrição da presen-
ça do marido na sala de partos - aumento da incidência de infecção ,
desmaio ou pânico do marido - não se mostrou bem fundamentada. Ele ra
ramente prejudica o bem-estar da paciente, atrapalhando o obstetra e
seus assistentes. Nos casos complicados ou quando há probalidade de
uma intervençao obstêtrica, pode ser aconselhável permitir a presença
ø ú
uv - REPRODUQÃQ Humâxâ.
TÀBELÀ IQ - Variável 31.
Frequência e percentua? de Muiheres segundo o
Conhecimento referente a reproduceo humana em
bairro de periferia de Fíorianopoíis em Setembro e
~ - Outubro de 1983.
? Você sabe como gera uma criança?
RESPOSTAS FREQUÊNCIA 9c
SABE TUDO-- União do ovulo com O SPTE
na trompa, com divisões
sucessivas e progressão lenta ate ni-
¶5
dar e desenvolver-se no utero.
TEM ÍDÊIA ¬ Sabe que É necessário ha- Lu
Ver e relacao sexual
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ .._.a_...---*P--"°'-"“” Näo sg§;__; _____________________________________ __ “5 T 0 T A L - 10“ ----~~:--:::::::::::::::::::::.._....___.._..___..___..__..._- lu,ê JI' FJ -J .f -_ \ äšzš 1no,õ jâ .Ji
__ . W¡fl{¬í¬¬\ u{¶[1¬ `\¬_ &1¬\ `“ š* À _ À; _¬¬ ¬ ` N' ¡{:¿,: š_ _ X × X X
_
X _ X X x y x xx X × X X X X × X xxx xx X X X × I X X X × xxxx xx xxxx X X X Í XX X X xxx xx y xx xxx X X xxx xx Xxxx xxxx X x X V xxxx X X x X *xxx xxxxxxxx xx xäxx _¿ Kxx xx K X xxxxxxxxx X xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxX 3 moggmmwø mofioäwz Añ ñwwmm fipjymgmaãmšN
mägígwpofigošgoí mfi mmjxqä ÍfiUCwCH#mQ<H
O#LoÀ< H mfiEOpO$mm> mfi mfigwgjë Qgjfimmjdmg mj m:mC:lõ£%wO mñmgmh bj ÓÚ%QEO%#m#C% Cpfioo 5% mÚfiU%#WE¿@Qmm m+WAoU CH : HQ
mm CCÚZOU *d mEwm%%mWQ mm HQLO H¡:c$Qm®UCoOHPC< U É$® @@®
I %CN@@N@@@ Häfiñ¬HHÉHHH%HAHHHHHHfiHHHHHHHHH¬H ^mVOQc%u2 ^mVO ZEUMÍZOU moQHOm:2OO wOQOHmZ mg mombmw msg wQ%m:¿DZ mg Qçsäzmuxom OQHmupiK OQOHUE NmO£Hfi% gmpfi>w mv mumgcoo wUO> ms? mãggmgmã mm wfimjg W ` _mwcg mv OLfl:#:O Q CL5Eb;Gw Em m__OQoCm_Lc_m at m_Lm$_L¢Q mv oLL_m¿ Em wcümuwiíco m_m:O_UQ@U:sLm+:G uõzcuwš Õ w¿:@L@LwL O¿:@E_U@;:OU O Ofizzmöw m@Lw;_:2 ut _m3$:OULoQ G C_;:®3UULL _Qw _®>¶_Lm> ¡ ON <JLm<P, e
TABELA 21 - vaf¡éver 50
/\ .
Frequencia e percentual de Mulheres
›
segunoo metodo anticoncepciona! usado
em bairro de periferia de FloPšanopol:s
em setembro e Outubro de 1 ÇSÃ.
? Como você evita filhos?
MÉTODO USADO PREQUÊNCT.L Â. â
Anticoncepcional oral 51 Coito interrompido " Tabela Ogino-Knaus õ Laqueadura tubaria 10 Vaseotomia L Evita relaçoes 2 ~ 4 Metodos caseiros 2
Não evita filhos 25
T O T A L i lüh 50,0 5,2 4,8 9,0 1,0 1,9 1,9 20,0 100,0 .. _ .- _ _ K LSÍÊ IIIEÍOCKO 5 L'íSãCC`1 Cl .X1 correta C :_.C..^i Ellfiš Sim 58 Não ¡__| (O Nenhum metodo 27 55,8 15,3 ,- ¿b,9 T O Í A L 13% '_.-| 00,0 7- ~‹›(
d
Frequência e percentual de mulheres segundo n9 de abortos
sofridos, em bairro popular de Florianõpolis em setembro e outubro
t-' no co cú .
TABELA 22 - Variáveis 57 e se
ABORTOS ESPONTÃNEO5 PROVOCADOS
N9 O f; L 3 5 8 ll Total n9 de mulheres n? de mulheres ..¬`_V T¬ ..‹».`›.J 714 [__ 1 Ú) ¬¬. .:_~.' l l l 104 ‹, /0 ,7_ fl .-.O ¬,^. Je» 6 1 1 100 FREQ 87 ll I rw L lüä % Sê 10 F; 2 lüü __»
TABELA Zé - Varlavel 69
Freouëncla e percentual oe mu¿ne_es conforme os motivos para
w ›....J o
a Dratlca ao aborto, em Dalrro Doousar ae
e outàbfo de 1983.
raanõoolls, em setemoro
MOTIVOSRTFERIDOQ FREQUÊNCIA DURCÊNTUAL
Nao gerar maas Illnos
falta oe recursos _1nance1ros
mulher sozanha Dara educar a crlança
(separada, sOÉe_ra, multos Illnos
fllno pequenos ou granoes
Ia_ta de resporsanllloaae
ravldez oe alto risco
trabalho ampcde oe culoar do fllno
dão sabe 27 M7 50 29 L! 28 õ 21 f¬ ". v f\) ¡_.J (IT I\) U1 o\° JL' o\° |\. Õ7¬ , O7 o\° LJ on
3;
_ t
O início de uma nova vida é um acontecimento belissimo da na
tureza, pois traduz o potencial de renovação do homem.
Este acontecimento é do desconhecimento da maioria da pcpula
çao entrevistada (75%), mesmo levando em consideraçao que 97% delas
são mães de um ou mais filhos (tabela l9).
A contracepção é um assunto que, apesar de antigo, não é dis
cutido em escolas, na comunidade, etc,.resultando em muitos tabus, mé
todos ineficazes e usos incorretos. Para facilitar a aplicação de
questionários usou-se o termo "anticoncepcional", englobando os métg
dos de barreira mecânica (DIU, diafragma, condon), químicos (lavagem
geléias, espermaticida), hormonal, coito interrompido, Ogino-Knaus,tem
peratura basal, Billings e métodos cirúrgicos (laqueadura tubária e
vasectomia) e métodos caseiros.
Entre os métodos mais conhecidos destaca~se o anticoncepcig
nal oral /¶ KO UI o\° §/ a seguir coito interrompido (47%); Ogino-Knaus (45%);
condon (36%) e outros métodos em menor percentual.
Houve menção de métodos caseiros que foram "espremer a barr§
ga após o coito para não permitir a fecundação" e lavagem vaginal cor
égua após o coito.
f-\ '~J O'\ 00 ×.z
'Observa-se que a maioria f das mulheres entrevistadas fa
zem uso de método anticoncepcional e 24% não "evitam" filhos.
O método mais utilizado foi o hormonal oral ( U1O o\0 ~.z a seguir
`
o cirúrgico (lO,6%), coito interrompido (6,8%), Qgino-Knaus €4,8%) e
outros em menor percentual;
Os dados de Fabre,M.J. et.alii (19) num estudo sobre métg
dos anticoncepcionais utilizados por 100 mulheres do Bairro Bela Wii
ta em São José-SC, mostram percentual de 92% de uso de anticoncepçäo
sendo 56;52% de método hormonal, Ogino Knaus l7,39% 'w e os outros em
ordem de frequência foram, cirúrgicos, coito interrompido, condon e
geléia espermaticida.
Veri;ica-se que o Dispositivo lntra~Uterino (DIU) não é_ uti
lizado pela população de nível sócio-econômico baixo, já que ninguém
referiu a utilização do mesmo, apesar de lO% conhecerem este método.
A vasectomia também não é muito utilizada e/ou divulgada,
pois somente 1% se submeteu a mesma, e a referiu como método conheci
do. Cabe citar o que Benson, R. (O5) relata "a esterilização do mari
do pela ligadura do canal deferente (procedimento de consultório) pg
de ser muitíssimo menos perigoso que uma operação na mulher ...".
Os métodos estavam sendo utilizados de forma incorreta por
18 (JJ o\0 das entrevistadas, salientando que se utilizou-se este "espaço"
para dar orientação adequada às mesmas. Cabe referir que apesar de
~ OO
o\'>
55 utilizarem os métodos de maneira correta, não se avaliou neste
Q
›
O aborto ë o termino da graviõzz a¬:es que o feto se torne
viável. A viabilidade ë geralmente consegui a na 23a. semana, quando
a criança pela pouco mais de 500 g. O aborto pode ocorrer precocemep
te, antes da l6a. semana, ou tardiamente entre a 16a. e 28a. semana.
Cerca de 75% dos abortos ocorrem antes da lôa. semana, e destes, 75%
antes da 8a. semana (5).
No Bairro Costeria do Pirajubaë, foi conseguida uma media de
l aborto espontâneo para cada 2 mulheres, e l aborto provocado para
cada 4 mulheres pesquisadas. Quando ac abortamento espontâneo, verifi
ca-se que a taxa de mulheres que sofreram um aborto se aproxima de
l5%, as que sofreram 2 abortos ê de lO%. A ocorrência de 3 ou mais
i-' o\°
abortos na mesma mulher foi de apenas. Verifica-se que aproximada
mente 16% da população entrevistada já praticou l ou mais abortos.
Com relação aos mgtiuos que levam a mulher ã prática do abor
to clandestino, 48% das mulheres referiram a impossibilidade de ed;
car a criança por estar sozinha (mulher solteira, separada do marido,
ou que vive_sem um bom relacionamento conjugal), e 45% referiram a
falta de recursos financeiros. Foram citados os fatos de que a mulher
pode não querer mais filhos, ter já muitos filhos ou trabalhar, impe
dindo uma nova gestação. A falta de responsabilidade foi citada por
\) _ (.7\ 0\° das mulheres e inclusive responderam "ser contra" tal atitude.
Apesar de considerado criminoso pela legislação e ignorado
oficialmente por grande parte da literatura médica, o aborto ê uma
realidade experimentada por grande número de mulheres brasileiras.
A dificuldade de acesso aos meios anticoncepcionais, seu uso inadequa
do, sua relativa ineficácia e os efeitos danosos de alguns deles, cg
locam o aborto, para inumeras mulheres, como a unica possibilidade pa
. _¡_ _
ra evitar uma gravidez indesejada. ~
Espíndola D.et alii (l8), analisou a incidência de abortamep
to na Maternidade Carmela Dutra - Florianopolis, no primeiro trimes
tre de l978 e verificou que o principal motivo de abortamento provoca
do foi o fator econômico. Bossemeyer (O7) diz que "no que se' refere
ao abortamento, c estado civil não passa de status social, não inflg
indo na deteiminaçao de pratica de interrupção QJW gravidez, já que
encontrou incidências praticamente iguais para os dois estados civis
(casada ou solteira). No entanto, Lima ( l\J afirma que mulheres casa
qx
das apresentam 2/3 dos casos de aborto não infectados e que entre as
solteiras ë de maior incidência cs infectados, e portanto, provavel
mente provocados. O autor acima referido ainda mais adiante, em sua
obra, declara com firmeza que o estado civil, no nosso meio, ë um fa
tor importante para levar a mulher solteira a praticar o aborto, ape
Q 1
‹
Na pesquisa ezjloratõria la UFSC, :;erich et aliiÕ¿encc" ct
'N gw
u\0
uma percentagem de 7 de mulheres universitárias que já provocaran
o abortamento, sendo que 3,9% realizaramfno com ajuda medica, 1% com
ajuda de parteira, l% com enfermeiras e 2,9% realizados com a ajuda
de outras pessoas. No total de pessoas entrevistadas, encontrou-se
16,5% de reprovação e uma taxa de 41,7% de pessoas contra a sua leca
lizaçäo.
fr' C) nm ›.l
Na pesquisa de Muraro et alii (36), verifica-se que (as
mulheres concordam com o aborto, 60% não concordaram e nunca fizeram.
A autora expõe que a maternidade e um ônus para a mulher, - principal
mente quando a mulher, na cidade, ë obrigada a trabalhar fora. Onde a
sociedade não dispõe de equipamento coletivo para amparar a maternida
de, filho ernãc sofrem muito. Assim menos creches, mais abortos pois
“numa familia pobre, um filho a mais traz mais problemas ainda".
Q ` 4 ,. .
Ve-se que as mulheres de nivel socio-econômico baixo tendem
a romper a norma ideológica e religiosa da proibição do aborto devido
as suas condiçoes concretas de vida.
Muraro et alii (36) ainda afirma que as "operárias fazemabor
to clandestinamente por não terem condições de criar o filho, mesmo
sendo contra ele (c aborto) ... e não ter condições psicolõgicas, na
classe operária, vê: muito de não ter condições econômicas".
Simone de Beauvair z-` CD J> } efplica na sua obra que hã poucos
assuntos a cujo respeito a sociedade burguesa demonstre maior hipoor;
sia: o aborto. Na França há anualmente numero igual de abortos e nas
cimentos. É um fenômeno tão expandido que cumpre considera-lo como un
dos riscos normalmente implicados na condição feminina. O código aos
tina-se entretanto a fazer dele um delito: exige que essa operação de
licada seja executada clandestinamente. Nada mais absurdo de que os
argumentos invocados contra a legislação do aborto. Pretende-se que
se trata de uma intervenfik perigosa. Mas os medicos honestos reconhe
cem que perigosas são as condições em que operam as "fazedoras de an
jo".
Cabe observar, ademais, que a sociedade tão encarniçada na
defesa dos direitos do embrião se desinteresse da criança a partir do
nascimento, perseguem as praticantes do aborto ao inves de procurarem
reformar essa escandalosa instituição que chamam Assistência Pública,
se râcusam a admitir que o feto pertence â mulher que o traz no ven
tre, asseguram por outro lado que o filho ê coisa dos pais.
Em algumas regišes do Brasil, a mulher pobre não tem possibi
lidade de provocar voluntariamente o aborto: em cada dez filhos 'que
concebe, sete ou oito morrem e ninguém se incomoda com as penosas e