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A psicomotricidade e suas contribuições para as aulas de Educação Física nos anos iniciais do Ensino Fundamental

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO PSICOMOTRICIDADE CLÍNICA E ESCOLAR

ANTONIA GIOVANARA LINHARES FERNANDES

A PSICOMOTRICIDADE E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

NATAL/RN Junho 2018

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ANTONIA GIOVANARA LINHARES FERNANDES

A PSICOMOTRICIDADE E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Projeto de pesquisa apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Psicomotricidade Clínica e Escolar da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do título de especialista em Psicomotricidade Clínica e Escolar.

Orientadora: Maria Rita Figueiredo Thompson de Carvalho.

NATAL-RN Junho 2018

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ANTONIA GIOVANARA LINHARES FERNANDES

A PSICOMOTRICIDADE E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

BANCA AVALIADORA

_______________________________________________________ Maria Rita Figueiredo Thompson de Carvalho (Orientadora)

________________________________________________________

_______________________________________________________

NATAL-RN 2018

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SUMÁRIO 1 TEMA GERAL ... 5 2 TEMA ESPECÍFICO ... 5 3 PROBLEMA DE PESQUISA ... 5 4 HIPÓTESE ... 5 5 JUSTIFICATICA ... 5 6 OBJETIVOS ... 7 6.1 OBJETIVO GERAL ... 7 6.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 7 7 DELIMITAÇÃO ... 7 8 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 11 9 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 13 10 REFERÊNCIAS ... 16 11 CRONOGRAMA ... 17 12 PROPOSTA DE SUMÁRIO ... 17

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1 TEMA GERAL

A importância da Psicomotricidade para a Educação.

2 TEMA ESPECÍFICO

A psicomotricidade e suas contribuições para as aulas de Educação Física nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

3 PROBLEMA DE PESQUISA

Uma vez definida a temática de interesse, tomamos como bússola para o desenvolvimento desta proposta a seguinte questão: quais as contribuições da psicomotricidade nas aulas de Educação Física no que diz respeito à aprendizagem de crianças do Ensino Fundamental I?

4 HIPÓTESE

A Educação Física, com o auxílio da Psicomotricidade, favorece o desenvolvimento integral da criança, sendo essencial para o processo de formação humana proposto pela educação escolar.

5 JUSTIFICATICA

A melhor forma de entender o desenvolvimento infantil é por meio da análise sobre os fatores que influenciam nesse processo, sejam eles hereditários, sociais, políticos ou ambientais. Devemos atentar, então, para as diferentes temporalidades e perceber que a infância, hoje, é bem diferente daquela de anos atrás, em razão de algumas mudanças na sociedade, entre elas a globalização, o avanço tecnológico e a necessidade de segurança. O resultado dessas transformações foi a diminuição dos espaços e da liberdade das crianças para brincarem, ficando presas em apartamentos, muitas vezes pelo fato de não terem mais como contar com seus próprios pais para um momento de diversão, por estarem sempre alienados e ocupados com seus empregos e afazeres.

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Essas observações nos permitem entender que o lúdico e a prática de atividades físicas estão diretamente relacionados ao processo de aprendizagem, podendo conduzir a criança a um desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor. A falta de estímulos motores, por outro lado, pode provocar uma defasagem no desenvolvimento psicomotor das crianças, contribuindo para que cheguem ao ambiente escolar com déficits acumulados em relação aos pré-requisitos mínimos para o aprendizado.

Com efeito, a Psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal e tem como objetivo principal incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida de uma criança. Por meio das atividades físicas, as crianças, além de se divertirem, criam, interpretam e se relacionam com o mundo em que vivem. Por isso, cada vez mais, os jogos e as brincadeiras têm ocupado um lugar de destaque no programa escolar, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. Fortalece a necessidade do lúdico na vida escolar da criança o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 22), quando afirma que:

Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva a imaginação. Nas brincadeiras, as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como atenção, a imitação, a memória, a imaginação, amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais.

Entendemos, portanto, que a escola deve ser uma grande aliada das famílias não somente para garantir um futuro profissional brilhante para as crianças, mas, também, para ajudá-las a desenvolver suas habilidades e potencialidades, tornando-se indivíduos autônomos, criativos e críticos, o que pode ser feito de maneira prazerosa, aliando-se aprendizado e brincadeira. Conforme Oliveira (2007, p. 160):

Ao brincar, afeto, motricidade, linguagem, percepção, representação, memória e outras funções cognitivas estão profundamente interligados. A brincadeira favorece o equilíbrio afetivo da criança e contribui para o processo de apropriação de signos sociais.

A realização desta pesquisa se justifica, pois, pela preocupação em apresentar meios para se resgatar a infância pura das crianças, de modo que possam ser crianças; que possam expressar seus desejos e possibilidades de comunicação; e que, através do brincar e dos movimentos, dentro e fora da escola, possam desenvolver suas habilidades e capacidades motoras, bem como articular toda a sua afetividade com seus colegas de sala, com professores

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e, principalmente, com seus familiares e com a sociedade, aprendendo a conviver em conjunto. Enfatizamos, portanto, a necessidade de educadores físicos, pedagogos e psicólogos se unirem às famílias e à comunidade escolar com esse mesmo propósito.

6 OBJETIVOS

Com base na nossa problemática, traçamos os nossos objetivos, que poderão ser redefinidos ou aprimorados conforme a necessidade e andamento do projeto.

6.1 OBJETIVO GERAL

Discutir a importância da Educação Física e as contribuições da Psicomotricidade no desenvolvimento integral de alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental.

6.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Perceber as contribuições da Psicomotricidade no tocante à promoção de autonomia da criança na prática da Educação Física.

• Ampliar a discussão sobre a importância do brincar no desenvolvimento da valorização da identidade própria e da autoestima das crianças dentro da pluralidade global.

• Apontar possibilidades para a (re)educação de crianças com limitações por conta de perturbações psicomotoras.

7 DELIMITAÇÃO

Como dissemos no início, o desenvolvimento das crianças é influenciado pelas experiências por ela vividas ao longo da vida e pelas intervenções de forma intencional. Destarte, quanto mais se ampliam as possibilidades motoras mais o desenvolvimento da cognição será favorecido. É através de ações e movimentos que a criança terá condições para se relacionar, explorar e controlar o seu ambiente e é nessa perspectiva que a escola tem um papel muito importante com relação ao contexto do seu desenvolvimento psicomotor, oferecendo um profissional capacitado para isso — o professor(a) de Educação Física.

De acordo com Ramos, Graça e Nascimento (2008, p.161-171), o professor de Educação Física deve apresentar o seguinte perfil:

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1. Reconhecer as manifestações da cultura corporal como formas legítimas de expressão de um determinado grupo social, bem como artefatos históricos, sociais e políticos.

2. Conhecer e compreender a realidade social para nela intervir, por meio da produção e ressignificação das manifestações e expressões do movimento humano com atenção à variedade presente na paisagem social.

3. Demonstrar atitude crítico-reflexiva perante a produção de conhecimento da área, visando obter subsídios para o aprimoramento constante de seu trabalho no âmbito da Educação Física escolar.

4. Ser conhecedor das influências sócio-históricas que conferem à cultura de movimentos sua característica plástica e mutável.

5. Dominar os conhecimentos específicos da Educação Física e suas interfaces com as demais disciplinas do currículo escolar.

6. Relacionar os diferentes atributos das práticas corporais sistematizadas às demandas da sociedade contemporânea.

7. Dominar métodos e procedimentos que permitam adequar as atividades de ensino às características dos alunos, a fim de desenvolver situações didáticas que potencializem o enriquecimento da linguagem corporal por meio da participação democrática.

8. Demonstrar capacidade de resolver problemas concretos da prática docente e da dinâmica da instituição escolar, zelando pela aprendizagem e pelo desenvolvimento do educando.

9. Considerar criticamente as características, interesses, necessidades, expectativas e a diversidade presente na comunidade escolar nos momentos de planejamento, desenvolvimento e avaliação das atividades de ensino. 10. Ser capaz de articular no âmbito da prática pedagógica os objetivos e a prática pedagógica da Educação Física com o projeto da escola.

Os autores listam ainda vinte habilidades requeridas do professor de Educação Física, quais sejam:

1. Analisar criticamente as orientações da Proposta Curricular de Educação Física e sua adequação para a Educação Básica.

2. Identificar em diferentes relatos de experiências didáticas, os elementos relevantes às estratégias de ensino adequadas.

3. Identificar dificuldades e facilidades apresentadas pelos alunos por ocasião do desenvolvimento de atividades de ensino.

4. Reconhecer nas diferentes teorias e métodos de ensino as que melhor permitem a transposição didática de conhecimentos sobre os jogos, esportes, danças, lutas e ginásticas para a educação básica.

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5. Reconhecer aspectos biológicos, neurocomportamentais e sociais aplicáveis em situações didáticas, que permitam trabalhar a educação física na perspectiva do currículo.

6. Conhecer os fundamentos teórico-metodológicos da Proposta Curricular de Educação Física, a fim de subsidiar a reflexão constante sobre a própria

prática pedagógica.

7. Identificar estratégias de ensino que favoreçam a criatividade e a autonomia do aluno.

8. Analisar criticamente os conhecimentos da cultura de movimento disponíveis aos alunos, discriminando os procedimentos que utilizaram para acessá-los.

9. Identificar instrumentos que possibilitem a coleta de informações sobre o patrimônio cultural da comunidade, visando um diagnóstico da realidade com vistas ao planejamento de ensino.

10. Interpretar contextos históricos e sociais de produção das práticas corporais.

11. Reconhecer e valorizar a expressão corporal dos alunos, bem como do seu desenvolvimento em contextos sociais diferenciados, estabelecendo relações com as demais práticas corporais presentes na sociedade.

12. Analisar criticamente a presença contemporânea massiva das práticas corporais, fazendo interagir conceitos e valores ideológicos. 13. Identificar as diferentes classificações dos jogos, esportes, danças, lutas e ginásticas e os elementos que as caracterizam.

14. Reconhecer os fundamentos das diversas funções atribuídas às práticas corporais (lazer, educação, melhoria da aptidão física e trabalho). 15. Relacionar as modificações técnicas e táticas das modalidades esportivas às transformações sociais.

16. Analisar os recursos gestuais utilizados pelos alunos durante as atividades e compará-los com os gestos específicos de cada tema.

17. Identificar as formas de desenvolvimento, manutenção e avaliação das capacidades físicas condicionantes.

18. Identificar as variáveis envolvidas na realização de atividades físicas voltadas para a melhoria do desempenho.

19. Identificar a organização das diferentes manifestações rítmico-expressivas presentes na sociedade.

20. Analisar os reflexos do discurso midiático na construção de padrões e estereótipos de beleza corporal e na espetacularização do esporte. (RAMOS; GRAÇA; NASCIMENTO, 2008, p.161-171).

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A disciplina de Educação Física se constituiu obrigatória no currículo escolar da Educação Básica por meio da Lei 9394/96 – LDB. Devido a processos políticos, sociais e econômicos sofreu, ao longo de sua história, mudanças em sua função, estando ora focada na aptidão física, talento e saúde, ora no rendimento físico e esportivo. Hoje, entretanto, vem ressurgindo a cultura da Educação Física com ênfase no corpo e movimento. Essa cultura, considerada mais adequada ao processo de ensino aprendizagem no contexto escolar e na sociedade, abre, pois, espaço para discussões. Segundo Darido, (2004, p. 26), a Educação Física escolar deve ser percebida como:

[...] uma disciplina que introduz e integra o aluno na cultura corporal, formando cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir de jogos, dos esportes, das danças, das lutas e das ginásticas em benefícios do exercício crítico da cidadania e da melhoria da qualidade de vida.

Percebemos, então, a necessidade da Psicomotricidade como auxiliar na Educação Física, disciplina de extrema importância para o desenvolvimento integral do ser humano, principalmente nos primeiros anos do Ensino Fundamental menor, fase que refletirá em toda a história acadêmica do indivíduo e em sua vida como um todo. Corrobora essa afirmação Barreto (2000), ao enfatizar que a Psicomotricidade nas aulas de Educação Física pode auxiliar na aprendizagem escolar e contribuir para um fenômeno cultural constituído de ações exercidas sobre o ser humano, favorecendo mudança de comportamentos.

A Educação Física favorece o desenvolvimento integral do ser humano, sendo essencial para o processo de formação humana a que se propõe dentro da educação escolar. Nesse sentido, valorizamos a proposta de se trabalhar a disciplina com foco em conteúdos que priorizem um ambiente estimulante e cheio de interações, a fim de que os alunos possam alcançar o máximo de seu potencial de desenvolvimento. Defendemos, então, o uso dos conhecimentos da tendência pedagógica da Psicomotricidade, que contribuirão para o desenvolvimento da criança através da relação do indivíduo com o meio, de forma integrada.

Nessa perspectiva, para trabalharem os conteúdos da Educação Física e desenvolverem atividades de psicomotricidade, os professores devem, pois, realizar ações pedagógicas que potencializem o desenvolvimento da criança através da ludicidade, promovendo a expressão, o conhecimento corporal, e proporcionando a comunicação através de atividades coletivas e soluções para conflitos provenientes da convivência com o outro. Devem ter sempre em mente que os exercícios psicomotores não podem ser realizados de forma mecânica ou repetitiva, mas de maneira contextualizada e associada a estruturas cognitivas e afetivas. Esses momentos

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precisam, então, ser prazerosos, satisfatórios, além de estimularem a aprendizagem de forma tranquila e sem pressões.

Alertar para o fato de que um de trabalho de qualidade, que busque contribuir de forma significativa com o desenvolvimento integral do aluno, depende muito mais do que planejamentos com este fim. Depende de professores que busquem se qualificar e conhecer sobre o assunto, aliando Educação Física com a grandeza da Psicomotricidade (seja funcional ou relacional) para favorecer o desenvolvimento integral dos alunos. Segundo Fátima Alves (2003, p.52):

Não importa sua área de atuação. Com certeza, você estará lidando com seres humanos, que têm uma mente e um corpo e talvez você possa estar melhorando este relacionamento (mente/corpo) por meio do seu trabalho, com seu aluno, paciente, cliente ou até mesmo o seu filho(a) acrescentando uma dose de Psicomotricidade.

Diante dessas considerações, percebemos que é de extrema importância refletir sobre nossas práticas, além de analisar e recriar nossas metodologias de ensino. É preciso oportunizar possibilidades psicomotoras de aprendizado para as crianças do ensino fundamental anos iniciais, pois o aprender deve estar cercado de intenções, motivações e desejos de se comunicar com o meio em que vivemos.

8 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para a execução deste projeto, uma pesquisa de campo, de caráter qualitativo, escolhemos como lócus o Colégio Diocesano Santa Luzia, no município de Mossoró, no Rio Grande do Norte, onde a disciplina de Educação Física é trabalhada com mais ênfase nas escolas privadas. Nessa escola, atualmente funcionam 24 turmas de 1º ao 5º ano, nos turnos matutino e vespertino. A Educação Física é trabalhada com o auxílio de atividades que fazem conexão com a vida das crianças, de modo a dar significado às pessoas e objetos com os quais se relacionam no seu dia a dia. Tais atividades auxiliam ainda na conexão entre os conteúdos escolares e o cotidiano.

Importante destacar que são trabalhadas atividades lúdicas, pois se constituem indispensáveis na formação. Como se sabe, o lúdico estimula a aprendizagem das crianças, sem falar que faz florescer relações interpessoais e intrapessoais que valorizam o ser humano em suas possibilidades e limitações. Trabalhamos também com conteúdo culturais da educação

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física, entre eles: jogos pré-desportivos, jogos de oposição, jogos tradicionais, jogos de construção, jogos simbólicos e jogos motores.

Durante as aulas praticadas, percebemos que as crianças têm mais facilidade em alcançar seu desenvolvimento corporal (cognitivo e afetivo emocional); elas apresentam esses desenvolvimentos entrelaçados devido às aulas de Educação física serem integradas às demais áreas do conhecimento. Todos os dias, vivenciamos, dentro das aulas, aventuras e exploramos diferentes percursos, com intuito de alcançar os objetivos propostos nas aulas. As crianças do ensino fundamental anos iniciais, na maioria das vezes, praticam atividades coletivas. Com intuito de buscar a socialização, os jogos e regras são construídos em grupo, que juntos desenvolverão sua autonomia e valores. Portanto, a junção dessas duas práticas (Educação física e Psicomotricidade) vem proporcionar às crianças uma construção de uma ação cidadã.

Para o desenvolvimento de aulas com qualidade se faz necessário um espaço amplo, uma sala com materiais específicos e ou uma quadra coberta, na qual as crianças possam se acomodar de forma que o desejo de praticar as atividades propostas na aula pule aos olhos.

Na escola, temos uma sala de movimentos, com todo material necessário, mas só comporta as crianças do infantil aos 1º anos do fundamental anos iniciais. As outras turmas, muitas vezes, praticam aula em lugares inapropriados, devido à quantidade de modalidades oferecidas e isso é o fato de não ter espaços suficientes para as aulas de educação física.

O compromisso dos professores, não só de Educação física, mas dos demais, está em orientar como as crianças podem participar da prática da educação física com qualidade, realizando atividades, que não consistem em só jogar por jogar mais sempre mostrando a importância de cada exercício elaborado.

Com a aquisição de laboratórios de movimentos, quadra coberta e espaços adequados, a prática da psicomotricidade fluirá em todas as vertentes, seja relacional ou funcional. Partindo desse princípio, as crianças ficarão mais abertas às atividades propostas, cujo objetivo é torná-las mais afetivas, interagindo junto aos seus colegas e professores.

Podemos afirmar, então, que a Psicomotricidade desenvolve as possibilidades motoras e criativas do ser humano em sua globalidade, desde o corpo propriamente dito, incluindo tudo que dele deriva: disfunções, patologias, educação, aprendizagens e outros. Segundo Alves (2011, p.167) complementa que:

A aprendizagem da criança está diretamente ligada ao desenvolvimento psicomotor. E este é um fator importantíssimo para unir a Psicomotricidade com a Educação Física e desenvolver a criança integralmente.

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Para a coleta das informações necessárias à investigação utilizaremos a observação e entrevista semiestruturada, a fim de descrever a metodologia utilizada nas aulas de Educação Física no Ensino Fundamental I da instituição. Portanto, nossos sujeitos serão a professora de Educação Física e os alunos das turmas iniciais do EF I. Em seguida, realizaremos uma reflexão sobre o papel da escola, da Educação Física e do professor dessa disciplina no desenvolvimento integral das crianças com o uso de atividades recreativas, que devem ter como meta a valorização da fase de vida em que se encontram.

Com base nas análises feitas, proporemos atividades psicomotoras que considerem as experiências das crianças e que possibilitem novas vivências através das aulas de Educação Física. As atividades deverão ser elaboradas com a participação da professora de Educação Física e da coordenadora pedagógica da escola, com o propósito de serem executadas durante o ano letivo de 2019. Os resultados esperados são o aprimoramento das aulas de Educação Física na escola, tendo como foco a Psicomotricidade e o Desenvolvimento integral dos alunos.

9 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal e tem como objetivo principal incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida de uma criança. Por meio das atividades físicas, as crianças, além de se divertirem, criam, interpretam e se relacionam com o mundo em que vivem.

No que se refere à educação psicomotora deve ser considerada base nos anos escolares iniciais, visto que, se bem trabalhada, ajuda a criança a desenvolver com mais facilidade suas habilidades, bem como a estruturar seus movimentos. Para Le Boulch (1984, p. 24):

A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base na escola infantil. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares; leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar seu tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos. A educação psicomotora deve ser praticada desde a mais tenra idade; conduzida com perseverança, permite prevenir inadaptações difíceis de corrigir quando já estruturadas.

O mesmo autor afirma que a Psicomotricidade se desenvolve em três etapas da vida da criança. A primeira delas, até os 03 anos de idade, chama de corpo vivido e começa nos primeiros meses de vida. Nessa etapa, o bebê ainda não tem noção do próprio corpo e se confunde com o meio, por isso, seus movimentos são ações motoras não pensadas, espontâneas.

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A segunda fase, denominada corpo percebido, ocorre dos 03 aos 06 anos, quando a criança passa a se perceber, tomando consciência do seu existir. Nessa fase, ela se diferencia do meio e organiza seu corpo, por consequência, organiza o espaço, determinado pela posição que o corpo ocupa. O corpo agora é o ponto de referência para se situar e situar os objetos em seu espaço e tempo. A terceira e última etapa o autor chama de corpo representado e vai dos 06 a 12 anos. É quando a criança já tem noção do todo e das partes de seu corpo, fala, usa e o desenha de forma elaborada, assumindo seus movimentos e se locomovendo no espaço com autonomia e independência. No final desta fase a criança já tem uma imagem de corpo operatória, quando ela pode programar, projetar, imaginar e executar com o pensamento a ação do corpo. Segundo o autor, o objetivo principal da educação psicomotora é auxiliar a criança a chegar a esta imagem de corpo operatório (LE BOULCH, 1984).

O trabalho da educação psicomotora com as crianças prevê, portanto, a formação de base, indispensável para o desenvolvimento motor, afetivo e psicológico. Por meio de jogos e atividades lúdicas, a criança se conscientiza sobre seu corpo. Como atestam Lapierre e Aucouturier (1984, p. 60):

[...] nossa linguagem adulta, estruturada, intelectualizada, conceituada, não toca a criança a não ser em certo nível superficial, o de relações socializadas e convencionais. Só podemos atingir a criança de forma autêntica e profunda, através de sua própria linguagem, inclusive sua linguagem gestual. (LAPIERRE; AUCOUTURIER, 1984, p. 60).

Com efeito, a Educação Infantil é considerada a fase mágica das crianças, quando elas apresentam um maior interesse em executar atividades. Nesse momento, o desenvolvimento da linguagem e da escrita começam a ficar mais claros e elas passam a criar sua própria personalidade. Observam, então, o mundo ao seu redor de uma só vez e, envoltas num emaranhado de informações, desenvolvem o seu intelecto, seu emocional, a afetividade, a socialização e a motricidade.

Eis a importância da recreação e da utilização de brinquedos nas aulas de Educação Física, pois permitem que a criança desenvolva suas aptidões perceptivas como meio de ajustamento do comportamento psicomotor. Ao realizar atividades que considerem seus níveis de maturação biológica, o professor de recreação permite que a criança desenvolva o controle mental de sua expressão motora. Sobre o papel do professor, o RCNEI mostra que ele pode usar desses instrumentos em sua prática e tirar proveito disso, basta saber trabalhar:

A intervenção intencional baseada na observação das brincadeiras das crianças, oferecendo-lhes material adequado, assim como um espaço

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estruturado para brincar permite o enriquecimento das competências imaginativas, criativas e organizacionais infantis. Cabe ao professor organizar situações para que as brincadeiras ocorram de maneira diversificada para propiciar às crianças a possibilidade de escolherem os temas, papéis, objetos e companheiros com quem brincar ou os jogos de regras e de construção, e assim elaborarem de forma pessoal e independente suas emoções, sentimentos, conhecimentos e regras sociais. (BRASIL, 1998, p.29).

Além disso, as aulas dirigidas de Educação Física proporcionam a aprendizagem das crianças em várias atividades esportivas que ajudam na conservação da saúde física, mental e no equilíbrio sócio afetivo. Nos alerta sobre isso Barreto (2000, p. 32), ao afirmar que:

O desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da direcionalidade, da lateralidade e do ritmo. A educação da criança deve evidenciar a relação através do movimento de seu próprio corpo, levando em consideração sua idade, a cultura corporal e os seus interesses. A educação psicomotora para ser trabalhada necessita que sejam utilizadas as funções motoras, perceptivas, afetivas e sócio motoras, pois assim a criança explora o ambiente, passa por experiências concretas, indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual, e é capaz de tomar consciência de si mesma e do mundo que a cerca.

Para Freire (2010) as experiências do mundo real somente são transpostas para as representações do pensamento por meio das atividades corporais e, por essa razão, a relação entre o movimento e as experiências do mundo é importante e necessária para a formação do aluno.

Diante do que foi apresentado, ressaltamos a importância da atividade física na educação aliada à Psicomotricidade e o seu incentivo, pois amplia fatores necessários para o desenvolvimento em todas as esferas, levando a criança ao crescimento integral e à descoberta do próprio corpo. Por isso, os jogos e as brincadeiras devem ocupar cada vez mais um lugar de destaque no programa escolar, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio.

Nesse sentido, como atesta Martins (2009), a escola é um espaço de suma importância para a sociedade atual, o lugar onde ocorre a transmissão do patrimônio cultural de geração em geração, tornando-se o melhor local para tratar o conhecimento produzido pelo o homem.

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10 REFERÊNCIAS

ALVES, Fátima. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. Rio de Janeiro. Wak Editora, 2003.

______. Como aplicar a Psicomotricidade. Rio de Janeiro. Wak Editora, 2011. BARRETO, Sidirley de Jesúus. Psicomotricidade, educação e reeducação. 2. ed. Blumenau: Livraria Acadêmica, 2000.

BRASIL. Educação, Ministério e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental;

Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. v. 1. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2018.

______. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Parecer CNE/CP 009/2001, de 08/05/2001b, p. 1-70. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/009.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2018.

DARIDO, Suraya Cristina, Concepções e tendências da Educação Física – Unidade 3. Dimensões pedagógicas do Esporte/Comissão de Especialistas de Educação Física [do Ministério do Esporte] – Brasília: Universidade de Brasília/CEAD, 146 p. 2004.

FREIRE, J. B. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da Educação Física. São Paulo: Scipione Didático, 2010, 176 p.

LAPIERRE, André; AUCOUTOURIER, Bemard. Fantasmas Corporais e Prática Psicomotora. São Paulo: Ed. Manole, 1984.

______. A simbologia do Movimento: Psicomotricidade e Educação. 3. ed. Curitiba, PR: Filosofart Editora, 2004, 116p.

LE BOULCH, Jean. A educação pelo movimento: a psicocinética na idade escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1984.

MARTINS, Fabrício Doring; FENSTERSEIFER, Paulo Evaldo. Educação Física Escolar como componente curricular: intenções e impasses. Revista Digital Buenos Aires, v.13 n. 128, janeiro, 2009. Disponível em:

<http://www.efdeportes.com/efd128/educacao-fisica-escolar-como-componentecurricular. htm > Acesso em: 16 jun. 2018.

OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação Infantil: fundamentos e métodos.3ª ed. São Paulo: Cortez, 2007.

RAMOS, V.; GRAÇA, A. B. S; NASCIMENTO, J. V. O conhecimento pedagógico do conteúdo: estrutura e implicações à formação em educação física. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte. São Paulo, v.22, n. 2, p. 161-171, abr./jun., 2008. Disponível em: <https://www.mundoeducacaofisica.com/revistas/revista-brasileira-de-educacao-fisica-e-esporte/#2008>. Acesso em: 16 jun. 2018.

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ATIVIDADES

Meses – Ano 2019

Jan. Fev. Marc. Abr. Maio Jun. Jul. Ag. Set. Out. Nov. Dez. Revisão do Projeto e

ampliação da discussão. X Pesquisa de campo

(Observação das aulas de Educação Física ministradas pela professora investigada). X X X X X Entrevista com a professora. X

Análise e discussão dos Resultados. X X Elaboração, juntamente com a professora e a coordenadora da escola, de atividades, a serem executadas nas aulas de Educação Física da escola. X X Apresentação dos Resultados. X 12 PROPOSTA DE SUMÁRIO SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 2 A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL...

3 EDUCAÇÃO FÍSICA E PSICOMOTRICIDADE: UMA RELAÇÃO

NECESSÁRIA... 4 O BRINCAR E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA UMA EDUCAÇÃO INTEGRAL E PLURAL... 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...

Referências

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