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Ludicidade na dança para crianças: experiencias com o ensino do ballet para turma do baby class

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE ARTES LICENCIATURA EM DANÇA

LUDICIDADENADANÇAPARACRIANÇAS:EXPERIÊNCIASCOMOENSINODO BALLETPARATURMADOBABYCLASS.

IVANA DA SILVA ALEXANDRE

NATAL-RN 2019

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IVANA DA SILVA ALEXANDRE

LUDICIDADENADANÇAPARACRIANÇAS:EXPERIÊNCIASCOMOENSINODO BALLETPARATURMADOBABYCLASS.

Trabalho de conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Dança da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial à obtenção do título de graduado em dança, sob a orientação da Prof. Ma. Renata Celina de Morais Otelo.

NATAL-RN 2019

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Alexandre, Ivana da Silva.

Ludicidade na dança para crianças : experiências com o ensino do ballet para turma do baby class / Ivana da Silva Alexandre. -2019.

30 f.: il.

Monografia (licenciatura) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes. Licenciatura em Dança, Natal, 2019.

Orientadora: Renata Celina de Morais Otelo.

1. Baby class. 2. Dança. 3. Ludicidade. I. Otelo, Renata Celina de Morais. II. Título.

RN/UF/BS-DEART CDU 793.3

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Departamento de Artes - DEART

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IVANA DA SILVA ALEXANDRE

LUDICIDADENADANÇAPARACRIANÇAS:EXPERIÊNCIASCOMOENSINODO BALLETPARATURMADOBABYCLASS.

Defesa de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado em: ____/____/_____

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________ MS. RENATA CELINA DE MORAIS OTELO (Orientadora)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN

__________________________________________________________ DRA. LARISSA KELLY DE OLIVEIRA MARQUES (Examinador interno)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN

__________________________________________________________ MS. JUAREZ ZACARIAS NETO (Examinador externo).

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE NO NORTE - UERN

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AGRADECIMENTOS

Hoje, mais do que nunca, compreendo a existência de uma força divina. Sei que essa força me ajudou a seguir por este caminho que agora apenas começou a sua jornada. Agradeço a Deus que me presenteou com o dom mais precioso que poderia receber um dia, a vida, e com ela a capacidade para pensar, amar, lutar pela conquista de meus ideais e por me movimentar e sentir a dança fluir em cada gesto, por poder passar o conhecimento e me alegrar em fazer a cada dia o que me motiva. Minha gratidão também à santa virgem Maria que me guarda sempre debaixo de seu manto em todos os momentos nunca me desamparando. Minha madrinha santa Rita de Cassia que me ajudou nas causas impossíveis. Santa Terezinha que sempre me ensinou a amar mesmo na dor e a meu glorioso e protetor são Bento que me livrou das ciladas do demônio. Minha eterna oração e gratidão santa.

A minha mãe Luzinete Ferreira da Silva, por todo apoio, incentivo e carinho, a você, que me deu a vida e me ensinou a vivê-la com dignidade, trabalho, esforço e amor pelo que faz. Não bastaria um simples obrigado, te amo Mainha.

Ao meu irmão, melhor amigo e companheiro de todas as horas, Lyan da Silva Alexandre, por sempre me acompanhar nessa caminhada, pelo carinho, participação, aprendizado e paciência comigo.

Minha eterna e amorosa gratidão a minha bisa avó Maria Erotides do Nascimento que contribuiu na minha educação e por toda dedicação e amor que teve comigo até o ultimo dia de sua vida. Em memoria meu muito obrigada muito saudoso e cheio de amor;

Meu agradecimento saudoso a meus amigos do grupo de estudo Magno Muniz Peixoto e Geovana Forli que me deu total apoio e me informou do THE do curso de dança. Eles eu não estaria onde estou hoje.

Aos colegas de curso, que estiveram juntos por toda essa jornada, pelo carinho, ajuda e amizade no decorrer desses anos. Em especial a Lindemberg Arruda e Andreza Guedes (que infelizmente desistiu do curso).

Não poderia deixar de agradecer aos professores do meu ensino fundamental e ao grupo de dança da igreja que me incentivaram e despertou em mim o amor à arte, muito obrigada!

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Minha gratidão aos meus amigos da igreja, do ônibus escolar e os que fiz durante a jornada da UFRN, levo todos em meu coração.

A minha orientadora, a Professora Renata Otelo, pela dedicação, disposição e paciência que em meio a tanta correria teve disponibilidade de sentar, me ouvir e orientar nos conceitos do TCC. Por ter sido atenciosa, profissional e eficiente durante o período que foi orientadora desse trabalho.

Agradeço а todos os professores por proporcionaram-me о conhecimento não apenas racional, mas а manifestação do caráter е afetividade da educação no processo de formação profissional, por tanto que se dedicaram а mim, não somente por terem ensinado-me, mas por terem feito-me aprender. O meu eterno obrigado.

Agradeço também aos membros da banca examinadora pela disponibilidade de participar e pelas contribuições pessoais acerca desse projeto. E a todos aqueles que de alguma forma estiveram е estão próximos de mim, fazendo esta vida valer cada vez mais а pena, deixo aqui também meu agradecimento.

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RESUMO

Este trabalho aborda o ensino da dança, o ballet clássico nas aulas de baby class para crianças na escola, como um estímulo para o imaginário das crianças e de suas possibilidades expressivas e corporais, a partir de uma dimensão lúdica de vivência voltada para o aprender brincando. O baby class é uma das primeiras possibilidades para a criança que deseja dançar, pois são nestas aulas que se procura mostrar a dança de uma maneira lúdica e afetiva em que as cantigas e contos populares são transformados em movimentos. Reconhecemos a necessidade de, ainda na infância, trabalhar com elementos que remetam ao início da construção de uma consciência corporal, amplamente tematizada na dança e alargada a partir da psicomotricidade e de técnicas alternativas que propiciam o estímulo à sensibilidade, sentidos e lembranças. Neste caso, nosso intuito é iniciar essa trajetória de investigação corporal e contribuir na construção de um vocabulário motor que permita a criança explorar seus movimentos e desenvolver aspectos que constituam sua corporeidade. Assim sendo, o objetivo desta escrita é apontar pistas de como o ensino da prática baby class pode desenvolver o estímulo e percepção corporal da criança, tal como verificar a ludicidade como um recurso potente para aguçar o imaginário das crianças vivenciadas a partir de jogos, brincadeiras e de atividades que explorem a expressão e movimentação do corpo. Os diferentes fazeres da dança vão além de passos repetidos e mecânicos da base do Ballet, como visto ao decorrer do artigo, não são apenas posições, são formas de transmitir emoções. Diante disso o ensino do Baby class se torna gratificante ao ver as habilidades motoras das crianças que estão em constante crescimento.

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ABSTRACT

This work deals with the teaching of dance, baby class, for children at school, as a stimulus for the children's imagination and their expressive and corporal possibilities, from a playful dimension of experiential learning. The baby class is one of the first possibilities for the child who wants to dance, because it is in these classes that one tries to show the dance in a playful and affective way in which the folk songs and tales are transformed into movements. We recognize the need, even in childhood, to work with elements that refer to the beginning of the construction of a body consciousness, widely thematized in dance and extended from the psychomotricity and alternative techniques that stimulate sensibility, senses and memories. In this case, our intention is to initiate this trajectory of corporal investigation and to contribute in the construction of a motor vocabulary that allows the child to explore its movements and develop aspects that constitute its corporeity. Thus, the purpose of this writing is to point out ways in which the teaching of the baby class practice can develop the child's stimuli and body perception, such as verifying playfulness as a powerful resource to sharpen the imagination of children experienced in games, games and activities that explore the expression and movement of the body. The different activities of dance go beyond repeated and mechanical steps of the base of the Ballet, as seen in the course of the article, are not only positions, they are ways of transmitting emotions. Faced with this the teaching of the Baby class becomes rewarding to see the motor skills of children who are constantly growing.

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LISTA DE IMAGENS IMAGEM 1 - 1º posição pés ... 20 IMAGEM 2 - 2º posição pés ... 20 IMAGEM 3 - 3º posição pés... 21 IMAGEM 4 - 4º posição pés... 21 IMAGEM 5 - 5º posição pés... 22

IMAGEM 6 - 1º posição braços... 22

IMAGEM 7 - 2º posição braços... 23

IMAGEM 8 - 3º posição braços... 23

IMAGEM 9 - 4º posição braços... 24

IMAGEM 10 - 5º posição braços... 24

IMAGEM 11 - Alongamento em dupla... 26

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 10

2. O BALLET – Uma breve trajetória histórica ao ensino do Baby class... 14

3. CLASSIFICAÇÃODOSNOMES,FAIXAETÁRIASEMETODOLOGIADAS TURMASDASCRIANÇAS... 17

3.1 NOMES E FAIXA ETARIAS... 17

3.2 METODOLOGIA NAS AULAS... 18

4. DIFICULDADESEENCANTOSNASAULASDOBABYCLASS...29

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS... 30

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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho aborda o ensino da dança, o ballet clássico nas aulas de baby class para crianças na escola como um estímulo para seu imaginário e para suas possibilidades expressivas e corporais, a partir de uma dimensão lúdica de vivência voltada para o aprender brincando.

A ludicidade é usada para desenvolver a criatividade, os conhecimentos, através de brincadeiras, música e dança. O intuito é educar, ensinar, se divertindo e interagindo com os outros.

O interesse em pesquisar esse tema justifica-se a partir de experiências próprias, verificando que algumas formas de lecionar conseguem ser tão atraentes e envolventes que a criança começa a ver o seu redor de maneira diferente, sendo possível estabelecer relações consigo, com o outro e com o mundo, da mesma forma que, métodos inadequados, ou não adaptáveis para o aluno (a) podem desestimular ou até o fazê-lo desistir. Assim sendo, a escrita tece reflexões a respeito das estratégias de ensino de dança para crianças na sala de aula, tal como relata experiências vivenciadas pela autora.

Na cidade de Lagoa Salgada, Rio Grande do Norte, fica localizada o Jardim Escola Coração de Jesus, em um edifício bem estruturado, com salas confortáveis para os alunos, e que além das salas de aula, há um espaço reservado para merenda, para descanso e brincadeiras coletivas. Atualmente a escola atende estudantes do nível I ao V e tem seu ensino direcionado a etapa educacional que compreende a Educação Infantil. Esta foi a experiência escolhida para a tessitura desta escrita, com o trabalho realizado a partir das aulas que ministro em turmas de Ballet clássico para crianças o baby class.

As aulas foram ministradas para uma turma com 13 (treze) crianças, em que foram observados e mediados conteúdos utilizando a ludicidade como estratégia de ensino na dança para as crianças.

A turma escolhida para as aulas do baby class, são do nível I, II e III, com crianças com a faixa etária entre 03 (três) a 05 (cinco) anos. Durante a experiência foi possível observar a importância de trabalhar com a dimensão lúdica nas aulas de dança, o que motivou aprender acerca do brincar e sobre as descobertas corporais referentes aos muitos modos de se movimentar.

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O corpo comunica de modo intenso e até mesmo sinuoso através da dança, que abre um leque de possibilidades na linguagem diversificada de movimentos, em que manifesta o belo e o feio, a dor e a alegria, a poesia e a magia resgatando os sentimentos mais profundos que se unem, ou até mesmo se misturam e tomam o corpo em um determinado tempo e espaço.

O movimento no corpo dançante passa por um deslocamento, uma transformação, obtendo uma capacidade de projeção do corpo em conjunto com o tempo e o espaço. Um corpo ao dançar, de imediato é transpassado pelos sentimentos e emoções. Ele percorre pelo espaço, é aliado com o tempo, brincando com a gravidade e os fatores expressivos do movimento e quem dança pode experienciar de modo mais consciente a transferência de peso, nível e fluxo, por exemplo.

Pensando nestes pequenos corpos, percebemos a importância que se tem das crianças entrarem em contato com a dança na primeira infância como viés de abertura para experimentações e que permeiam para o professor o campo de incertezas diante de realidades trazidas por elas e por seus múltiplos contextos.

Destacamos o cuidado na utilização das estratégias, uma vez que há várias maneiras de propor a dança para as crianças, mas acreditamos que para uma proposta aproximada de suas infâncias é necessário possibilitar que “[...] as crianças brinquem com seus corpos e inventem suas danças a partir de histórias corporais. ” (ANDRADE E GODOY, 2018, p.30), construindo caminhos possíveis também no baby class.

A partir do contexto, enquanto professora, surgiu a necessidade de pensar sobre esse ensino da dança, refletindo sobre questões, tais como: O ensino da prática do baby class pode desenvolver os estímulos e percepção corporal de crianças tão pequenas? Como a ludicidade pode colaborar para este ensino?

A ludicidade entra neste espaço como integrador e facilitador da aprendizagem, como um reforço positivo, que desenvolve processos sociais de comunicação, expressão e construção de conhecimento, segundo (ROLOFF, 2010, p.3) o lúdico é de extrema importância, pois o professor além de ensinar, aprende o que o seu aluno construiu até o momento. Do mesmo modo, afirma que:

A palavra Lúdico vem do latim “Ludus”, que significa jogo, divertimento, gracejo, escola. Este brincar também se relaciona à conduta daquele que joga, que brinca e se diverte. Por sua vez, a função educativa do jogo

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oportuniza a aprendizagem do indivíduo: seu saber, seu conhecimento e

sua compreensão de mundo. (ROLOFF, 2010, p. 1).

Reconhecemos a necessidade de, ainda na infância, trabalhar com elementos que remetam ao início da construção de uma consciência corporal, amplamente tematizada na dança e alargada a partir da psicomotricidade e de técnicas alternativas que propiciam o estímulo à sensibilidade, sentidos e lembranças. Neste caso, nosso intuito é iniciar essa trajetória de investigação corporal e contribuir na construção de um vocabulário motor que permita a criança explorar seus movimentos e desenvolver aspectos que constituam sua corporeidade.

Sendo assim, o objetivo desta escrita é apontar pistas de como o ensino da prática baby class pode desenvolver o estímulo e a percepção corporal da criança, tal como a ludicidade é um recurso potente para aguçar o imaginário das crianças vivenciadas a partir de jogos, brincadeiras e de atividades que explorem a expressão e movimentação do corpo. A busca se dá em proporcionar a percepção da criança, de partes do seu corpo até reconhecer o corpo todo de forma lúdica, mas não menos concreta, explorando também a espacialidade.

Buscamos alinhar as referências sobre corporeidade e integralizar a ludicidade e a comunicação corporal. Entender como expandir as movimentações no corpo, no espaço, onde a corporeidade e a ludicidade devem ser mais vivenciadas.

As aulas acontecem a partir de exercícios de movimento, brincadeiras e entretenimentos que estão associados aos conhecimentos prévios da criança, favorecendo a compreensão das múltiplas possibilidades que a dança pode oferecer para o desenvolvimento motor da criança, desenvolvendo formas de trabalhar em grupo, aprendendo a respirar e mover-se em espaço e tempo diferentes para promover habilidades nas crianças como observação corporal, concentração na respiração, atenção para o conhecimento da arte na dança, tendo como fundamento a dança trabalhando com movimentos quer seja codificados ou não.

A construção das aulas aponta para que as crianças possam compreender a dança como ação coletiva, percebendo sua organização em grupo, a ampliação das suas capacidades de ver e ouvir na interação com seus colegas, colaborando com respeito e solidariedade, permitindo a execução de uma obra conjunta e observando o seu empenho na construção grupal do espaço e tempo em todas as direções, tendo a dança como um processo de comunicação entre corpo e espaço.

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Na educação infantil é interessante a forma de estimular e desenvolver a coordenação motora sendo trabalhada de forma lúdica e divertida, quando são inseridas brincadeiras e jogos, fazendo a interação com o conteúdo aplicado. “Ensinar não é transferir conhecimento mas criar possibilidades para sua produção ou a sua construção” (FREIRE, 1997, p.27).

Neste primeiro momento em contato com o Ballet, no baby class, as aulas são pensadas buscando mostrar a dança de uma maneira lúdica e afetiva. Tal abordagem, refere-se ao trabalho realizado na primeira infância, não ficando presa ao ensino do código de modo mais complexo, pois

Antes dos 7 anos, o balé acadêmico é contra-indicado em todos os sentidos (físico e mental), como sabem os bons professores que procuram explicar, às mães ansiosas para verem as filhas dançando, as razões desse impedimento. Há vários exemplos de crianças talentosas que ficaram irrecuperáveis para a carreira de ballet, porque começaram cedo demais. Antes disso, só mesmo o que chamamos de iniciação musical, ou baby class. Existem exercícios baseados no ballet que podem ser utilizados até que a criança atinja a idade para iniciar-se na dança. (DALAL ACHCAR,1980, p. 83)

A brincadeira intui a essência da beleza e da poesia e possui uma lógica imaginativa. “A estética do brincar está no correr da criança na praia e em seus castelos de areia” (MACHADO, 1998, p.63), nas pernas que viram borboletas, na posição que as fazem sereias, princesas, rainhas e o que mais que elas quiserem!

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2. O BALLET – Uma breve trajetória histórica ao ensino do Baby class

O Ballet é um estilo de dança que se originou nas cortes da Itália renascentistas durante o século XV e que se desenvolveu ainda mais na Inglaterra, Rússia e França como uma forma de dança e concerto. “O Ballet clássico ou dança clássica tornou-se, no decorrer da história, o primeiro estilo de dança a alcançar reconhecimento popular, como forma de arte internacional” como nos afirma Franklin Stevens (STEVENS, 1977, p. 22.).

O Ballet consiste em unir a técnica e a atuação dos movimentos. São habilidades que as crianças vão adquirindo pouco a pouco. Essa dança desenvolve o corpo e a mente, ou seja, o indivíduo de modo integral e durante a infância toda estimulação é além de importante, necessária.

O método Vaganova, é um exemplo, criado no século XX pela bailarina russa Agrippina Vaganova. Nele, busca-se o aprendizado de forma gradual e enfatiza-se a consciência corporal do aluno acerca do movimento. O método Vaganova está baseado em conclusões tiradas por Vaganova a partir de “comparações entre os dois métodos de ensino do ballet em uso na Rússia no final do séc. XIX” (VAGANOVA, 1969, p. 6)

Vaganova utilizou a fluidez e expressividade dos braços e torsos do método francês e os giros e saltos virtuosos do método italiano, e desenvolveu um estudo bem planejado. Entre as peculiaridades estão o desenvolvimento da força da parte inferior das costas, a plasticidade dos braços e o desenvolvimento da força, flexibilidade e expressividade necessárias ao estudo do Ballet. A ênfase é para que se dance com o corpo inteiro, ao invés de executar movimentos mecânicos. O resultado: bailarinos que deslumbram o público tanto por sua graça quanto por sua bravura. Usa-se bastante os alongamentos. E qual a importância do alongamento na dança? Prevenir lesões e dores; melhorar a atenção, melhorar a postura e esquema corporal, reduz a tensão e faz relaxar. (VAGANOVA, 1969, p. 23) O método é aplicado nas escolas e companhias da Rússia e foi adotado na Europa, América do Norte e outras regiões do mundo.

Na contemporaneidade, o Ballet tem se reinventado, dialogando com a educação somática e oferecendo vivências que enfatizam a consciência de si, um cuidado com o posicionamento das articulações, a organização do espaço e um respeito aos diferentes corpos. Entretanto, ainda é possível encontrar locais que

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mantêm uma estrutura tradicional e rígida das aulas, nas escolas de educação básica e nas etapas de iniciação à dança em algumas academias. Neste contexto, percebe-se uma lacuna existente no ingresso da criança ao Ballet, nos conhecidos baby class turmas anteriores ao estágio preliminar do ensino do Ballet que abrangem os pequenos (WOLLZ, CERQUEIRA e MÜLLER, 2016) pois, muitas vezes, provocam uma perda de interesse e prazer pela dança, à medida que expõem a criança a uma cobrança excessiva de compromisso, padronização de corpos e a sentimentos ambíguos de se sentir incluído/excluído (FELTES; PINTO, 2015)

De acordo com as autoras Carolina Andrade e Kathya Godoy (2018), a proposta para o ensino de dança para crianças é entendido de modo que:

O movimento pode ser submetido a um controle que se reflete na capacidade de planejar e antecipar ações. Com esse aprendizado, a criança adquire a possibilidade de contar histórias com o corpo, isso pode ser aproveitado nos processos de criação e exploração de movimentos na dança. (ANDRADE e GODOY, 2018, p. 53).

Baby Class é voltado para crianças a partir dos 2 (dois) anos de idade, em que são trabalhadas as capacidades e habilidades da criança como um todo, levando em conta seu mundo imaginário e suas fantasias, permitindo estimular o desenvolvimento da atividade criadora e da imaginação, despertando desde cedo o interesse pela dança.

O conteúdo é estudado e desenvolvido através dos movimentos do cotidiano das crianças. A partir de atividades lúdicas e descontraídas, a criança tem seu primeiro contato com a técnica clássica e noções posturais.

A individualidade da criança é respeitada, visando manter a motivação, respeitando não somente sua idade cronológica, mas principalmente o seu amadurecimento psicomotor, uma vez que cada criança tem suas particularidades.

Nas aulas são utilizados recursos didáticos que possam facilitar o aprendizado do conteúdo estabelecido pelo programa, como: histórias, músicas, objetos e adereços.

As crianças transitam entre um movimento e outro, partindo do imaginário de personagens, animais, objetos que são inseridos para uma melhor compreensão da movimentação, assim, um pé pode virar palhaço, o joelho vira cabeça e as mãos se

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transformam em pétalas de flores, os alongamentos, os primeiros passos do Ballet e as noções de ritmo são ensinados dentro das possibilidades da criação.

Muitas são as habilidades estimuladas na criança nas aulas de baby class, por isso muitas academias têm chamado as aulas de Ballet criativo. Mesmo sendo muito pequenas e as aulas tendo o lúdico como o elemento essencial, as crianças desenvolvem seu potencial, talento e vocação de maneira criativa, trabalhando a introdução de passos do Ballet, com movimentos que trabalhem a expressão corporal, coordenação motora, lateralidade, equilíbrio, noção espacial, memorização, musicalidade, ritmo, sonhos, disciplina, respeito ao próximo, sociabilidade, combater a timidez, interação com a arte, entre outros.

As aulas devem sempre respeitar a faixa etária, já que há uma diferença significativa entre uma criança de 2 a 6 anos. É interessante que as idades não sejam tão misturadas. Além disso deve-se respeitar também as limitações individuais de cada criança, para aprender com prazer, pois cada criança tem sua melhor forma de aprendizado.

Tudo deve ser feito sem forçar e cuidando muito para que as aulas de Ballet para crianças tão pequenas não se tornem uma pressão psicológica.

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3 CLASSIFICAÇÃO DOS NOMES, FAIXA ETÁRIAS E METODOLOGIA DAS TURMASDASCRIANÇAS

3.1 NOMES E FAIXA ETARIAS

Baby fraldinha (02 e 03 anos). Neste período é importante promover o

desenvolvimento da criança, nos aspectos físicos, sociais e emocionais, proporcionando maior interação social, auxiliando a fazer novos amigos e a criar novos vínculos, aprender a dividir e esperar. (MALUF, 2011, p.13)

Baby class (03 e 04 anos/05 e 06 anos). Nesta faixa etária deve-se trabalhar

o desenvolvimento motor cognitivo, proporcionando noções de tempo, peso e espaço. Devemos primar o desenvolvimento da expressividade, criatividade e espontaneidade. (MALUF, 2011, p.13)

Tanto no Baby classquanto no Ballet infantil, as idades são diferentes e os desafios aumentam de acordo com o crescimento e conhecimento da criança. As idades do Baby class variando entre 02 a 06 anos e a do Ballet infantil de 08 a 11 anos. A movimentação pode ser a mesma, o que muda é o modo como os exercícios são apresentados, um exemplo é: Esticar e flexionar o pé. Na turma do baby class podemos falar ”pé de palhaço e pé de bailarina”, já na turma do Ballet infantil podemos falar “ponta de pé e flex”.

As aulas acontecem de maneira diferente nas duas turmas. Na turma do baby class é importante utilizar métodos com brincadeiras, jogos e movimentações diversas, exercícios de repetição e composição de movimentos. O espaço utilizado da sala de aula muda de acordo com a proposta: turma do baby é trabalhada em círculos diagonais e espaço total na sala. A turma infantil, trabalhamos com o uso do auxílio da barra, centro e diagonais.

3.2 METODOLOGIA NAS AULAS

Em cada aula é importante enfatizar e reprisar as informações, dando início as aulas sempre ensinando a maneira mais adequada de entrar na sala do ballet. Ex: andar como bailarina, joelho esticado, bumbum encaixado, barriga para dentro, peito para fora, ombros para baixo, mãos na cintura, pescoço de girafa (esticado) olhando para frente. Postura elegante e bonita (entrar na sala mostrando o

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colarzinho de pérolas). Essa atividade é trabalhada com as crianças de 04 anos. Sentados no chão fazendo a borboleta com as pernas e subindo a postura, assim fazendo várias repetições. É ideal para trabalhar a postura correta.

A postura é um ponto principal nas aulas, com a frase “florzinha feliz” as crianças entendiam que era necessário ficar com o peito para fora, barriga para dentro e joelho esticado e bumbum encaixado. Já com a frase “florzinha triste” corpo inclinado. Imaginar que está usando o sapato alto da mamãe fazendo com que as crianças fiquem de meia ponta.

Ferri e Markondes (2002, p. 9), ao tratar das turmas de Baby class, discute que

O trabalho de aprendizado na fase dos três anos aos seis é concebido como uma construção, partindo das vivências e habilidade da criança, centrada no desenvolvimento de sua estrutura sensorial, o que implicará numa educação constante da sensibilidade e da percepção, partindo daquilo que ela é capaz de fazer. O que pode fluir neste primeiro momento é a qualidade artística, a técnica e mesmo o virtuosismo. Há uma liberdade de expressão criativa muito grande. As experiências se fazem através do brincar. (FERRI e MARKONDES, 2002, p. 9).

As aulas de Baby class, segundo Ferri e Markondes (2002), devem dar ênfase ao movimento natural, que encontramos na brincadeira do dia-a-dia da criança, em vez daqueles movimentos codificados, encontrados no Ballet clássico, substituindo o tecnicismo. Em vez de reprodução de habilidades motoras, devem-se explorar as diversas possibilidades de movimentação do corpo, valorizando a criatividade.

O trabalho deve estimular a atenção e a concentração, fazendo com que as crianças sigam, simultaneamente, os movimentos executados pelo professor e consigam criar a partir dos estímulos seu próprio modo de dançar. Criar histórias para os exercícios, envolvendo animais, fadas, personagens de histórias infantis ou super-heróis, procurando sempre elementos que levem à interpretação e ao melhor entendimento do exercício.

A interação fazendo o uso dos movimentos é uma forma de trabalhar a independência no desenvolvimento e na pratica dos movimentos motores, intelectuais e afetos, primordiais na primeira infância.

A aprendizagem motora infantil consiste, então, no processo gradual de assimilação e controle do aparelho motor. Na execução de um movimento dançado

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intervêm muitas funções adquiridas: manter o equilíbrio, identificar e colocar corretamente as partes do próprio corpo, compreender a lateralidade, situar espaço tempo, dirigir intencionalmente o movimento, executar uma sequência ordenada de passos a partir de movimentos individuais, utilizar figuras geométricas necessárias à execução de uma coreografia. (PRINA, 1995). Para elucidar as afirmações, observemos:

Mediante a dança, é possível obter com facilidade uma melhoria notável da coordenação segmentada, ou seja, alcançar a capacidade de usar os membros inferiores e superiores, quer independente, quer na relação de uns com os outros. O uso independente dos membros inferiores e superiores manifesta-se em todas as coreografias em que são previstas ações diversificadas entre eles. A simetria natural do caminhar é constantemente representada nas figuras de dança, e a sua repetição em pequenas coreografias leva à tomada de consciência de uma simetria natural do movimento, contribuindo desta forma para o esquema corporal (PRINA, 1995, p. 8).

Para trabalhar os níveis, baixo, médio e alto, foi explorada a velocidade e frequência do tempo, estimulando a imaginação das crianças ao desenvolverem os exercícios, as expressões corporais foram trabalhadas usando os animais como imitações, borboletas, cobras, dinossauro, foram animais usados para representações de imitação.

A dança tem ampla profusão criativa e comunicativa, e a contribuição do professor está em despertar nos alunos as potencialidades da percepção, da observação, da imaginação e da sensibilidade. Estas potencialidades direcionam a cognição do movimento e promovem relações educacionais e artísticas, bem como a produção de conhecimentos (TADRA et al., 2009, p. 53).

O uso da atividade lúdica tem como principal motivo servir como instrumento para situações de ensino e aprendizagem. A atividade deve priorizar a diversão e o prazer. A atividade lúdica deve respeitar o nível em que a criança se encontra.

Para facilitar o aprendizado usando a imaginação das crianças no Baby class, alguns métodos e dinâmicas foram elaborados para ensinar as posições, dos pés e dos braços, como por exemplo, as cinco principais posições dos pés no ballet, no baby class foram trabalhadas com as crianças nas aulas como uma história de João e Maria, como vamos ver a seguir, quando nas aulas os pés se transformavam em personagens infantis, do conto de João e Maria:

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1ª posição (João e Maria Juntos) os pés devem estar (abertos),

calcanhares se

encontrando a cava do pé deve estar para cima (borda externa do pé toda no chão).

E assim, elaborando a história de João e Maria partimos para a 2º posição, imaginando que um dia João e Maria brigaram, e se separam, indo cada um para um lado...

2ª posição os pés devem ficar mais distanciados, calcanhares afastados um do outro; a cava do pé continua para cima e a base do pé firme ao chão.

Mas como toda criança deve aprender desde cedo, irmãos não podem brigar, e como forma de se redimir, João dá um beijo em maria, formando a 3º posição.

Imagem. 1º posição Fonte: http://www.mundobailarinistico.com.br/2014/02/posicoes-dos-pes-ballet.html Imagem 2. 2º posição Fonte: http://www.mundobailarinistico.com.br/2014/02/posicoes-dos-pes-ballet.html

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3ª posição é menos utilizada que as outras, e menos conhecida também. Consiste em pés, calcanhar da perna de base "colado" atrás do calcanhar da perna à frente.

Dando continuidade a história, em um dia de aventuras eles brincando no quintal, encontraram uma barata enorme, e tiveram que pular para espantar a terrível barata, formando assim a 4º posição.

4ª posição se assemelha à terceira, mas os pés encontram-se afastados, um mais à frente do outro. Os calcanhares têm que se encontrar em linha (como na foto).

Como todo irmão não pode ficar longe um do outro para se proteger, brincar, se divertir, voltaram para pertinho um do outro, formando assim a 5º posição.

Imagem 3. 3º posição Fonte: http://www.mundobailarinistico.com.br/2014/02/posicoes-dos-pes-ballet.html Imagem 4. 4º posição Fonte: http://www.mundobailarinistico.com.br/2014/02/posicoes-dos-pes-ballet.html

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5ª e última posição mostra-se como uma das mais difíceis juntamente com a quarta, pois deve-se manter os pés o mais aberto possível, e as

coxas às vezes

impedem isto. Nela, a ponta do pé de base fica exatamente atrás do calcanhar do pé da frente, com as coxas bem juntas uma a outra.

História como a de João e Maria, foram utilizadas para enfatizar as posições de formas lúdicas, claras, de fácil compreensão, fazendo com que a aula fique agradável para a criança.

Muito se fala sobre os pés e muito se esquece dos braços! Tão importantes, tão lindos quando bem usados, nas aulas foram aplicadas algumas posições de braço, utilizadas do mesmo modo que os pés, por meios de brincadeiras, do uso da imaginação para que as crianças conseguissem elaborar as posições corretamente, como por exemplo:

1º Posição (pai barrigudão). Os braços fazem um desenho oval à frente do corpo, sendo que as mãos devem estar curvadas na altura

do estômago.

Lembrando sempre de relaxar os ombros, sustentar os cotovelos e virar as palmas da mão para si. Imagem 6. 1º posição Fonte: http://www.mundobailarinistico.com.br/2013/06/realcando-importancia-dos-bracos-no.html Imagem 5. 5º posição Fonte: http://www.mundobailarinistico.com.br/2014/02/posicoes-dos-pes-ballet.html

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2º posição (dá um abraço no amigo) nesta posição é importante abrir bem os braços,

porém mantendo

ligeiramente na frente

dos ombros. Eles

devem estar relaxados e um pouco curvos, porém não se deve deixar os cotovelos caírem. As mãos devem estar voltadas para frente e os dedos flácidos e flexíveis.

3º posição (tocar o violão) é uma fusão da 2ª com a 1ª, ou seja, cada braço fica em uma posição.

4º posição (faz um chuveirinho) essa é uma fusão da 2ª com a 5ª. Enquanto um braço está um pouco Imagem 7. 2º posição Fonte: http://www.mundobailarinistico.com.br/2013/06/realcando-importancia-dos-bracos-no.html Imagem 8. 3º posição Fonte: http://www.mundobailarinistico.com.br/2013/06/realcando-importancia-dos-bracos-no.html

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recurvado ao lado, o outro está ligeiramente adiante da cabeça, também fazendo uma graciosa curva.

5º posição (faz um chuveirão) os braços devem estar fazendo um desenho oval um pouco adiante da cabeça, emoldurando o rosto. Não se deve levantar os ombros, e é importante manter as

palmas das mãos

voltadas para si mesmo.

Dessa maneira as cinco posições da escola francesa são passadas corretamente e ludicamente para as crianças, as mesmas conseguem repetir, e brincar fazendo as posições do Ballet vira uma rotina boa na sala de aula.

Nas aulas do Baby class foi construída uma rotina que se iniciava com músicas para fazer a acolhida, fazendo com que todas se cumprimentassem de forma amigável e simpática, e logo em seguida era dado início as dinâmicas\brincadeiras. Para a finalização das aulas era feito um pequeno feedback, onde cada aluna pode relatar o que mais gostou na aula.

No início da aula, as músicas utilizadas para ensinar as pequenas bailarinas, servem para arrumar a postura, pois é difícil explicar e fazê-las manterem a postura ao mesmo tempo, então percebi que com auxílio da música as crianças conseguem prestar mais atenção.

Um exemplo de música utilizada foi a reprodução da música (coelhinho da Páscoa) transformando a música em (sou uma bailarina), apresentada a seguir:

Imagem 9. 4º posição Fonte: http://www.mundobailarinistico.com.br/2013/06/realcando-importancia-dos-bracos-no.html Imagem 10. 5º posição Fonte: http://www.mundobailarinistico.com.br/2013/06/realcando-importancia-dos-bracos-no.html

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“Sou uma bailarina” (Ritmo coelhinho da pascoa)

“De pés bem juntinhos (calcanhares colados) Um pra cada lado (1º posição)

Joelhos retos

Bumbum apertado (encaixado) Barriga pra dentro

E costas bonitas (costas elegantes) Ombrinhos pra baixo

Pescoço alongado (como de uma girafa) Cabecinha erguida (sem olhar pro teto)

Nariz empinado

Bracinhos redondos (na preparatória) Sou uma bailarina”

O alongamento, uma parte muito importante na aula do Baby da mesma forma foi trabalhada de forma lúdica, em uma forma de história, em a criança além de ouvir tem que seguir os fatos que são narrados, como a seguir:

“A Bailarina e seu Jardim”

(Alongamento para tronco, braços e pescoço)

..."Era uma vez uma bailarina muito triste porque no jardim dela não havia nem uma flor. Um belo dia ela teve uma ótima ideia, colocou algumas sementinhas lá na terra (elas ficam sentadas sobre os calcanhares, com a cabecinha no joelho, bem pequenininhas como uma sementinha). Essa bailarina teve que ser paciente, esperar que viesse o sol, que viesse a chuva... Até que um dia a sementinha começou a germinar (elas colocam os cotovelos apoiado se no chão e o queixo nas mãozinhas). Depois de mais um dia de sol, e outro de chuva, ela começou a crescer( elas se sentam sobre os calcanhares com as mãozinhas nos joelhos), mas o vento não deixa esta plantinha em paz, leva ela para lado direito(pescocinho no ombro direito) , para o lado esquerdo ( pescocinho no ombro esquerdo) , pra trás e pra frente , e de repente vem

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um vento maluco ( rotação completa do pescoço para direita) e vento maluco pro outro lado( rotação completa do pescoço para esquerda). - passam os dias e a plantinha vai crescendo (elas se ajoelham), até que nasce um galhinho do l ado direito, do lado esquerdo (braços em segunda posição), a plantinha aproveita os nutrientes da terra e cresce mais, (elas se levantam sustentando os bracinhos) e uma raiz bem forte nasce na plantinha (primeira posição de pés). Mas lá vem o vento de novo (tronco, braços e mãozinhas para o lado direito, para o esquerdo, para trás e para a frente), e olha o vento maluco mais forte (circulando o tronco). Até que num dia lindo a bailarina tem uma surpresa... Nasce um botãozinho em cada plantinha (braços em quinta posição), logo o jardim está florido, que lindo, as florezinhas sorridentes (elas dão um enorme sorriso), giram para direita... Para e esquerda. - até que um dia a florzinha fica cansada, cai uma pétala (descem o bracinho, com leveza da pétala), outra pétala, e a plantinha vai ficando fraquinha, fraquinha... E volta para a terra (elas voltam para a posição inicial) ”.

Outra metodologia utilizada foi a “Corre-Corre Bailarina” igual ao “Corre Cotia”, só que com passos de ballet variados (skip, chasse ou galope). Elas podem estar sentadas em borboletinha ou com as pernas esticadas, com pontinhas. Todas cantam uma música bem alegre: “Perninhas esticadas (ou dobradas, se estiverem em borboletinha), mão na cinturinha, costas bem retinhas manda no corpinho 1 2 3. Skip bailarina, skip bailarina, pode olhar? ” E assim acontece a brincadeira em sala.

No início das aulas já se iniciava cantando a música do dia escolhida e iniciava na postura, joelho esticado, barriga para dentro, pescoçinho de girafa.

Nas aulas os alongamentos em dupla ou em grupo ajudam na interação com as colegas e no aprendizado de vários movimentos e posições. O uso de tapetes de

Imagem 12. Crianças na dinâmica usando

posições dos pés. Fonte: autora, 2019.

Imagem 11. Alongamento em dupla

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E.V.A em forma de nuvem eram usadas para fazer os alongamentos e brincadeiras, como, pulando em cima de cada uma nuvem para trabalhar a lateralidade e o equilíbrio. Outra forma de brincadeira para alongamento era a de pegar as estrelinhas no céu, onde as alunas ficavam sentadas nas borboletas com as perninhas esticadas, na posição de florzinha feliz e levantavam as mãos para cima ao máximo ficando na posição.

Outro alongamento em forma de brincadeira é o Castelinho da Princesa onde em duplas, uma de frente para a outra, estarão com as mãos coladas. Na meia ponta, ora elas giram, ora andam no plano alto, médio e baixo (mãos e corpinho). Depois, com as mãos ao alto viram castelinhos e constroem um movimento. Em seguida cada dupla tem que dançar (sem desgrudar as mãos), enquanto as outras passeiam pela sala e pelo castelinho das amigas.

Brincadeiras como a de pular e encaixar o pezinho no desenho de E.V.A também são exemplos de atividades utilizadas em sala de aula como forma de praticar as posições dos pés.

Para trabalhar com as crianças os níveis, alto, médio e baixo, o uso da imitação de animais foi de extrema importância, além de usar a imaginação com o passar das aulas, elas conseguiam diferenciar os níveis com mais facilidade usando mais o espaço da sala e se movimentando mais, conhecendo seu próprio corpo.

O trabalho em grupo ou em dupla auxiliava inclusive a respeitar as colegas, sempre perguntando se podia pegar na mão, na perna, a preocupação em não machucar e de se colocar no lugar do outro.

„Hora do Show‟ é outra atividade lúdica que permite que as crianças tenham a chance de se acostumar a se apresentar na frente das pessoas. Apresentar- se para família, amigos ou mesmo os animais de pelúcia. Incluir trajes

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aumenta a diversão. Isso incentiva a imaginação das crianças e ajuda a superar o medo frequente do palco.

As turmas de baby-class têm uma iniciação à técnica, e todos os aspectos do Ballet são iniciados como a postura, os pés, a posição dos braços e forma de se portar em sala, os alunos são tratados como bailarinos em formação. Na aula o professor ensina e o aluno coloca no corpo o que foi lhe ensinado, e da maneira como foi transmitido, pois todas as movimentações seguem um padrão. As brincadeiras aparecem como uma maneira mais fácil e agradável de aprender o passo ou técnica desejada.

4 DIFICULDADESEENCANTOSNASAULASDOBABYCLASS

Logo de início apresentei ao diretor da escola os métodos de aula, o planejamento e o objetivo em trabalhar o Baby class de forma lúdica com as crianças.

As aulas do Baby Class foram realizadas um uma escola particular, sendo uma vez por semana, mas especificadamente nas sextas feiras, no horário vespertino, 1 (uma) hora de aula por semana. Tivemos algumas dificuldades diante

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a estrutura do ambiente para a aula do Baby class, já que nessa escola essa proposta de aula ainda não havia acontecido.

Os materiais didáticos e lúdicos foram criados especialmente para as aulas, pensando em cada detalhe para as meninas, para facilitar as aulas, transmitir bons conhecimentos e transformar a sala de aula em um local confortável e agradável para o Baby class.

A cada conteúdo ministrado, foi observado como cada aluna se deslocava no espaço, o jeito próprio que cada uma tinha de trabalhar os movimentos e brincar com os níveis. Vendo que quanto mais elas brincavam, com as dinâmicas, com os E.V.A criados para elas, o desenvolvimento foi nítido. E dentre as 13 (treze) crianças uma se destacava por sua força de vontade e dedicação, a mesma porta uma doença no coração, que provoca cansaço ao realizar atividades corporais e em algumas aulas ela sempre parava para descansar. A escola já havia informado que ela tinha seu próprio ritmo em tudo, nas brincadeiras e nas aulas, então tudo foi pensando no ritmo dela, para não prejudicá-la. Mesmo com essas limitações essa aluna se destacava pelos seus movimentos, criatividade e facilidade de aprender. O modo em que expressava seus movimentos eram feitos leves e contínuos, chega a lembrar uma borboleta pousando em uma flor, esse fato é motivador para um docente.

Dentro desse período de aulas foram marcadas 3 (três) reuniões com as mães\responsáveis, porém em todas as reuniões ninguém compareceu, a falta de comprometimento foi um ponto de dificuldade, a falta de comunicação entre responsáveis e docente, sendo muito importante esse diálogo para informar como está o desenvolvimento de cada aluna, como está o desempenho, mostrar as evoluções e dificuldades também.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A dança tem mudado concepções, ideias, técnicas, métodos. A dança é feita a partir de movimentos do corpo, sejam eles movimentos coreografados, previamente pensados, estudados ou improvisados. Uma manifestação corpórea que traduz as necessidades de cada um que dança. É uma comunicação não verbal

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do pensamento interno, por meio do corpo, uma manifestação do pensamento em movimento. E, ainda, é uma linguagem corporal que, por meio de movimentos, gestos e intenções vem comunicar uma ideia, sensação ou afeto, partindo-se de uma situação subjetiva.

A experiência como docente na turma do Baby class foi muito válida, quanto de forma de crescimento, experiência e de enriquecimento pessoal.

Foi transmitido conhecimento dos dois lados, docente e discente, nas brincadeiras lucidas do Baby class as alunas conseguiram compreender o conteúdo, assimilar as brincadeiras e dinâmicas.

Os diferentes fazeres da dança vão além de passos repetidos e mecânicos da base do Ballet, como visto ao decorrer do artigo, não são apenas posições, são formas de transmitir emoções. Diante disso o ensino do Baby class se torna gratificante ao ver as habilidades motoras das crianças que estão em constante crescimento.

Assim sendo, o ensino da dança para crianças entre forma de conteúdo e aprendizado por meio da ludicidade que operam nos sentidos, na qualidade e expressividade do movimento de cada criança.

Diante do que foi vivenciado nas aulas aqui faladas, podemos relatar que a dança somada com o componente lúdico é capaz de oferecer as crianças um importante instrumento corporal para a aprendizagem das mesmas sobre o conhecimento de seu corpo e seus sentidos. Sendo apresentada essa metodológica pedagógica destacando o lúdico como a melhor forma de ensino e aprendizagem.

REFERÊNCIAS

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p13-26, 2015. Disponível em: <https://www.google.com.br/search?q=BAL%C3%89+E+ EDUCA%C3%87%C3%83O+INFANTIL%3A+POSSIBILIDADES+METODOL%C3%9 3GICA&oq=BAL%C3%89+E+EDUCA%C3%87%C3%83O+INFANTIL%3A+POSSIBI LIDADES+METODOL%C3%93GICA&aqs=chrome..69i57j69i65.814j0j7&sourceid=c hrome&ie=UTF-8>. Acesso em: 15 jun. 2019

FERRI, Marta Helena Suzin Marini; MARCONDES, Elaine de. Universidade do Estado de Santa Catarina. Mitos e verdades do baby class. Florianópolis, 2002. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à pratica

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PRINA, Federica Calvino e PADOVAN, Maurizio. A dança no ensino obrigatório. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1995.

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