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Atuação e competências do profissional da informação na área da saúde: revisão sistemática de literatura

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA

IRIS PAULINO DO NASCIMENTO

ATUAÇÃO E COMPETÊNCIAS DO PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO NA ÁREA DA SAÚDE: Revisão Sistemática de Literatura

NATAL/RN 2019.2

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IRIS PAULINO DO NASCIMENTO

ATUAÇÃO E COMPETÊNCIAS DO PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO NA ÁREA DA SAÚDE: Revisão Sistemática de Literatura

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Biblioteconomia, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito à obtenção do grau de Bacharel em Biblioteconomia.

Orientadora: Profa. Dra. Nancy Sánchez Tarragó

NATAL/RN 2019.2

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IRIS PAULINO DO NASCIMENTO

ATUAÇÃO E COMPETÊNCIAS DO PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO NA ÁREA DA SAÚDE: Revisão Sistemática de Literatura

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Biblioteconomia, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito à obtenção do grau de Bacharel em Biblioteconomia.

Orientadora: Profa. Dra. Nancy Sánchez Tarragó

Aprovada em: 29 / 11 / 2019.

Banca Examinadora:

Profa. Dra. Nancy Sánchez Tarragó Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Prof. Dra. Jacqueline Aparecida de Souza Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Mestre Joyanne de Souza Medeiros

Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi - UFRN

NATAL/RN 2019.2

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Dedico à minha mãe e demais membros da família e a todos quantos, de forma direta ou indireta, cooperaram para a minha formação acadêmica.

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AGRADECIMENTOS

Sou grata primeiramente a Deus por sua graça, misericórdia e fidelidade para comigo, permitindo-me perseverar até que desse por concluída essa última e crucial etapa do curso.

A minha família, em especial minha mãe e irmãs, por todo o apoio dispensado e por acreditar que eu alcançaria a reta de chegada mesmo diante das adversidades sobrevindas nos últimos tempos.

A minha orientadora Profa. Dra. Nancy Sánchez Tarragó, por sua muita paciência nos momentos de orientações e correções, também dedicação e constância em me assistir para que este trabalho pudesse, enfim, ser concluído.

Ao professor Francisco de Assis Noberto Galdino de Araújo, por sua paciência e gentileza em me instruir quanto a questões e procedimentos cruciais à minha permanência na universidade e conclusão desta etapa.

A coordenadora, profa. Mônica Galotti por sua atenção e paciência em me atender e ajudar através da prestação de informações relevantes com respeito às fases dessa última disciplina.

A meu tio Edmilson e família, por toda a atenção e socorro prestados, que o bom Deus os abençoe abundantemente.

Aos bibliotecários e funcionários da Biblioteca Central Zila Mamede, por todo o apoio e atenção recebidos à época do estágio supervisionado no referido estabelecimento.

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e, principalmente, o Centro de Ciências sociais Aplicadas (CCSA), por me receber e possibilitar a efetivação de minha formação acadêmica.

Àqueles que direta ou indiretamente colaboraram para o bom andamento e finalização desta etapa.

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“Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento. Porque melhor é a sua mercadoria do que a mercadoria de prata, e a sua renda do que o ouro mais fino”. Provérbios 3: 13,14.

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RESUMO

Este trabalho tem como propósito analisar como a temática “a atuação e competências do profissional da informação na área da saúde” está sendo discutido na literatura brasileira. Para isso, está alicerçado num referencial teórico que aborda aspectos conceituais sobre o profissional da informação, sua atuação no mercado de trabalho, as competências profissionais, e sua atuação no campo da saúde. Quanto aos métodos empregados, recorreu-se a uma revisão sistemática da literatura e a análise bibliométrica dessa produção científica, utilizando como fonte de dados, as bases BRAPCI, PERI, SCIELO e BDTD, com foco em artigos de periódicos, trabalhos em eventos, tese e dissertações. Utilizou-se indicadores bibliométricos de produção para determinar as fontes, instituições e regiões com maior produção sobre a temática. Realizou-se também uma análise das temáticas a partir da identificação de categorias associadas às competências profissionais e áreas de atuação no campo da saúde. Em relação aos resultados, a análise dos documentos recuperados revela um crescimento pouco expressivo e não linear de documentos sobre a temática. A região com maior quantidade de documentos é a sudeste, com destaque para o estado de São Paulo, particularmente para autores afiliados à Pontifícia Universidade Católica de Campinas. O periódico com maior número de documentos sobre a temática é a Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, enquanto o ENANCIB é o evento onde se veicula a maioria dos trabalhos. Com relação a trabalhos de pós-graduação defendidos, destacam-se as instituições UFRJ e a UNESP. Observa-se que as temáticas mais abordadas se referem ás competências e áreas de atuação do bibliotecário clínico e do bibliotecário médico. Pelo analisado conclui-se que a produção científica sobre a temática ainda é escassa, porém, de qualidade e que, apesar de ser um assunto recorrente na literatura, a biblioteconomia clínica ainda não faz, efetivamente, parte da realidade do sistema de saúde brasileiro como o observado em outros países.

Palavras-chaves: Profissional da Informação. Área da Saúde. Competência Profissional. Atuação do Profissional Bibliotecário.

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ABSTRACT

This paper aims to analyze how the theme "the performance and skills of the information professional in the health area" is being discussed in the Brazilian literature. For this, it is based on a theoretical framework that addresses conceptual aspects about the information professional, his work in the labor market, his professional skills, and his work in the health field. Regarding the methods employed, we used a systematic literature review and bibliometric analysis of this scientific production, using as data source, the databases BRAPCI, PERI, SCIELO and BDTD, focusing on journal articles, event work, thesis. and dissertations. Bibliometric indicators of production were used to determine the sources, institutions and regions with the highest production on the subject. An analysis of the themes was also performed from the identification of categories associated with professional competences and areas of practice in the health field. Regarding the results, the analysis of the retrieved documents reveals an insignificant and nonlinear growth of documents on the subject. The region with the largest amount of documents is the southeast, especially the state of São Paulo, particularly authors affiliated with the Pontifical Catholic University of Campinas. The journal with the largest number of documents on the subject is the Digital Journal of Library Science and Information Science, while ENANCIB is the event where most of the papers are published. Regarding the postgraduate works defended, the UFRJ institutions and UNESP stand out. It is observed that the most addressed themes refer to the competences and areas of practice of the clinical librarian and the medical librarian. From the analyzed it is concluded that the scientific production on the subject is still scarce, but of quality and that, despite being a recurring subject in the literature, the clinical librarianship is not yet, effectively, part of the reality of the Brazilian health system as as observed in other countries.

Keywords: Information Professional. Health Area. Professional Competence. Performance of the Professional Librarian.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Atuação do Profissional bibliotecário na área da saúde segundo denominação 29 Quadro 2 - Distribuição das palavras-chave da produção científica sobre a temática estudada e

suas respectivas frequências. 44

Quadro 3 – Categorização da temática por documentos 46

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 – Quantidade de documentos recuperados em cada etapa da revisão 38 GRÁFICO 1 – Quantidade de documentos por ano de publicação 40 GRÁFICO 2 – Quantidade de documentos por tipologia – artigos de periódico 41 GRÁFICO 3 – Quantidade de documentos por tipologia - trabalhos de eventos 41

GRÁFICO 4 – Quantidade de documentos por região 42

GRÁFICO 5 – Quantidade de documentos por estado 42

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LISTA DE SIGLAS

ATS Avaliação de Tecnologias em Saúde

BDTD Biblioteca Digital de Teses e Dissertações

BIREME Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da saúde

BRAPCI Base de dados de Periódicos em Ciência da Informação

CAPS Centro de Atenção Psicossocial

CBO Classificação Brasileira de Ocupações

CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

CRICS Congresso Regional de Informação em Ciências da saúde

FID Federação Internacional de Informação e Documentação

MBE Medicina Baseada em Evidências

MIP Modern Information Professional

MTE Ministério do Trabalho e Emprego

OPAS Organização Panamericana de Saúde

PI Profissional da Informação

PUC Pontifícia Universidade Católica

SCIELO Scientific Electronic Library Online

SIG Special Interest Group

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 14 1.1 Problema de pesquisa 16 1.2 Objetivos 17 1.3 Justificativa 17 1.4 Estrutura do Trabalho 17 2 REFERENCIAL TEÓRICO 19

2.1 O Profissional da Informação: aspectos conceituais 19 2.2 O Uso da Informação no Contexto da Sociedade do Conhecimento e o Novo Mercado de Trabalho para os Profissionais da Área Informacional 21

2.3 Perfil do Profissional da Informação 22

2.4 Falando sobre Competências: histórico conceitos e tipologia 24 2.5 Atuação e Competências do Profissional da Informação na Área da Saúde 28

3 MÉTODOS 35

3.1 Tipo de Estudo e Métodos 35

3.2 Seleção de Fontes de Dados 35

3.3 Estratégia de Busca e Critérios de Inclusão e Exclusão 37 3.4 Indicadores Bibliométricos de Produção Científica 38

3.5 Categorização das Temáticas 39

4 RESULTADOS 40

4.1 Análise Bibliométrica da Produção Científica 40

4.2 Análise e Categorização da Temática 44

5 CONCLUSÃO 57

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14 1 INTRODUÇÃO

O presente século, como se observa, vem sendo atingido por grandes e profundas mudanças em todas as esferas da atuação humana. O advento e avanço das novas tecnologias da informação e comunicação (TIC) constituiu fator determinante para a transição da sociedade industrial para um novo modelo de sociedade cujo principal recurso é a informação e que, por suas características, recebeu o nome de “Sociedade da Informação”. Pereira (2005) observa que a sociedade da informação figura na literatura com outras denominações, quais sejam: sociedade pós-industrial, sociedade do conhecimento, sociedade pós-moderna e sociedade do saber, dentre outras.

Savi e Silva (2010) descrevem outras peculiaridades dessa sociedade tais como a velocidade cada vez maior com que a informação é produzida e posta em circulação. Beraquet e Ciol (2009) apontam a área da Ciência como fortemente marcada por essas transformações, pois foi observado um crescimento bastante expressivo de pesquisas e publicações, assim como uma diversidade de formatos e canais para a difusão do conhecimento nelas armazenados; concluem enfatizando o aumento do volume de conhecimento produzido e disponibilizado assim como as vias de comunicação científica, com destaque para as redes e meios eletrônicos e a problemática no gerenciamento de todo esse conhecimento disponibilizado.

Sabe-se, pelo histórico e a atualidade, do forte impacto causado pela revolução tecnológica sobre todas as áreas da sociedade vigente, contudo, pode-se perceber que o setor mais impactado por essas mudanças foi o ligado às profissões, em especial àquelas cujo objeto de trabalho é a informação.

Segundo Beraquet e Ciol (2009), as transformações socioeconômicas derivadas da transição da sociedade industrial para uma sociedade na qual a sobrevivência de suas organizações depende do modo eficiente com que lidam com a informação para a geração do conhecimento, possibilitou ao campo da Ciência da Informação a realização de pesquisas sobre a atuação do profissional bibliotecário para além do seu ambiente clássico de atividade como bibliotecas e arquivos.

Conforme as autoras supracitadas, o caráter interdisciplinar da Ciência da Informação possibilitou a atuação do profissional da informação nos mais diversos tipos de instituições e campos específicos do conhecimento, exigindo neste caso, a aquisição de competências e habilidades específicas para o desempenho eficiente de suas funções. Dentre as várias áreas promissoras á atuação do profissional da informação, destaca-se a da saúde. Esse é um setor bastante complexo pela natureza dos trabalhos nele desenvolvidos voltados aos cuidados em

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15 saúde, podendo, por esse motivo ser considerado um grande laboratório multidisciplinar e informacional; fato comprovado pelo grande volume de informações produzidas e postas em circulação, decorrente das publicações provenientes da multiplicidade de estudos e pesquisas para a geração e disseminação do conhecimento em saúde, indispensável aos profissionais e usuários dessa área.

Sabe-se que as tecnologias da informação e comunicação contribuíram para o desenvolvimento das diversas áreas do conhecimento e o campo da saúde corrobora isso. Na atualidade, além dos meios convencionais para pesquisas como livros, periódicos científicos, consulta aos pares, etc., para encontrar respostas aos seus questionamentos, os profissionais da saúde podem contar com o auxílio da internet como uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento de suas atividades. Nela, médicos, enfermeiros, odontólogos, psicólogos, farmacêuticos, fisioterapeutas, dentre outros trabalhadores dessa área poderão encontrar um auxílio informacional substancial para o desenvolvimento de suas pesquisas através de bancos de dados, artigos de periódicos especializados, estatísticas, dissertações, capítulo de livros, resenhas, resumos, resultados de pesquisas, vídeos, correio eletrônico, as redes sociais também para fins de comunicação, dentre outros recursos. É preciso, contudo, esclarecer que, dadas as várias atribuições desses profissionais, e nesse aspecto, destacamos os médicos, não há, muitas vezes, como conciliar prática e pesquisa. Outros fatores têm contribuído para a baixa procura por informação especializada para o equacionamento de dúvidas que surgem naturalmente com o exercício da profissão tais como a escassez de tempo, o grande volume de informações disponíveis mas desatualizadas, despreparo ou treinamento deficiente quanto ao uso de banco de dados especializados, o hábito de procurar resolver questões clínicas com base nas próprias experiências clínicas e/ou de seus pares, dentre outros exemplos.

Essa situação, como se pode perceber, exige a interferência de um profissional que esteja apto para buscar, processar e disponibilizar informações especializadas, de alto nível que servirão como subsídio para um maior acerto na tomada de decisão do profissional médico. Essas e muitas outras funções são atribuídas ao profissional da informação, cuja atuação e competências serão abordadas no presente trabalho.

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16 1.1 Problema de Pesquisa

A natureza interdisciplinar da biblioteconomia permitiu ao profissional da informação bibliotecário a possibilidade de atuação nos mais variados setores e organizações. A área da saúde desponta como um campo muito propício à prática biblioteconômica por albergar o trabalho conjunto de uma gama de profissionais das mais diversas especialidades deste e de outros domínios do conhecimento, sendo, portanto, um campo também fortemente marcado pela interdisciplinaridade, configurando-se como um setor bastante complexo e rico em aprendizado para o profissional da informação, referindo-se, neste aspecto, à figura do bibliotecário na saúde.

As especificidades do trabalho em sistemas de saúde exigem certas habilidades que o profissional da informação bibliotecário terá de adquirir para que possa desenvolver um serviço qualificado no que diz respeito à gestão e mediação da informação em saúde. Nesse sentido, pode-se considerar o investimento em recursos de capacitação através da educação continuada, aliada a aquisição de uma atitude comportamental voltada a um maior grau de interatividade com o seu ambiente de trabalho, igualmente indispensável à aquisição de novos conhecimentos para a construção e aprimoramento do seu perfil profissional, o que refletirá diretamente no trabalho que por ele será desenvolvido.

A atuação do profissional da informação no setor da saúde bem como o desenvolvimento das competências exigidas para tal tem sido objeto de estudo de vários autores da área da Ciência da Informação ao redor do mundo. A análise preliminar sobre a matéria permitiu constatar a grande diversidade de trabalhos existentes refletindo uma realidade marcadamente diversa de outros países em relação ao Brasil quanto à situação dos representantes da biblioteconomia no âmbito da saúde. No que respeita a produção nacional, observa-se uma quantidade de trabalhos ainda bem deficiente quando comparada ao montante publicado no exterior, contudo, um exame preliminar revelou um interesse crescente, ainda que discreto, de autores brasileiros sobre a temática, apresentando esta diferentes abordagens e perspectivas.

Diante do explicitado, chegou-se ao seguinte questionamento: “Como o tema sobre a atuação e as competências do profissional da informação na área da saúde está sendo abordado na literatura brasileira?”.

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17 1.2 Objetivos

Isso posto, chegou-se ao seguinte objetivo geral: Analisar como o tema referente a atuação e competências do profissional da informação está sendo discutido na literatura brasileira.

Para a consecução do objetivo geral, destacam-se os seguintes objetivos específicos: ➢ Caracterizar a produção científica brasileira sobre a temática segundo tipologia de

documentos e período de publicação.

➢ Identificar os autores e instituições brasileiras com produção científica relevante na temática.

➢ Analisar quais as temáticas mais abordadas na literatura.

➢ Caracterizar quais as áreas de atuação e competências do profissional da informação mais importantes segundo a literatura brasileira.

1.3 Justificativa

As reflexões sobre o referido assunto instigaram a autora deste trabalho à pesquisa na literatura especializada da Ciência da Informação sobre a temática, sendo tal estudo voltado às publicações de autores nacionais. A consulta realizada em bases de dados digitais permitiu constatar a existência de uma quantidade ainda inexpressiva de trabalhos que contemplem o tema e dentre estes, um número praticamente imperceptível de pesquisas com base em revisões sistemáticas de literatura, o que representa uma lacuna a ser preenchida.

Com este intuito o presente trabalho espera contribuir para pesquisas futuras no sentido de enriquecer discussões a respeito do que a literatura brasileira da área da Ciência da Informação versa sobre a atuação e desenvolvimento de competências do profissional da informação na área da saúde.

Este estudo também tem como objetivo cooperar com o trabalho do profissional bibliotecário através do fornecimento de informações julgadas pertinentes à sua rotina de atividades, contemplando, por fim, os usuários finais.

1.4 Estrutura do Trabalho

O trabalho encontra-se estruturado da seguinte forma:

A Seção 1 apresenta a Introdução seguida do Problema de Pesquisa, Objetivos e Justificativa.

A seção 2 traz o Referencial Teórico com suas divisões, quais sejam: o profissional da informação e seus aspectos conceituais; o uso da informação no contexto da sociedade do

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18 conhecimento e o novo mercado de trabalho para os profissionais da área informacional; breve reflexão sobre o perfil do profissional da informação; falando sobre competências com breve histórico, conceitos e tipos e, por fim, a atuação e competências do profissional da informação na área da saúde.

A seção 3 descreve o método utilizado para a realização desta pesquisa com as seguintes fases: revisão de literatura; seleção das fontes de dados; estratégia de busca; critérios de inclusão e exclusão; e indicadores bibliométricos de produção científica. A seção 4 traz a apresentação dos resultados com as divisões referentes a revisão de literatura, levantamento quantitativo dos dados e discussão sobre os documentos analisados. A seção 5 refere-se as conclusões e a 6 apresenta as referências.

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19 2 REFERENCIAL TEÓRICO

Nesta seção serão abordados os assuntos referentes ao aspecto conceitual do profissional da informação assim como sua atuação no novo mercado de trabalho fundamentado no novo paradigma da sociedade da informação, bem como a temática da competência com suas características e tipos, destacando, dentre estes, as competências profissional e informacional. Por fim, discute-se a atuação do profissional da informação no campo da saúde.

2.1 O Profissional da Informação: aspectos conceituais.

O termo profissional da informação refere-se, grosso modo, à categoria de trabalhadores cujo objeto de atividade é a informação. Contudo, para Cunha e Crivellari (2004), conceituar o termo profissional da informação não constitui tarefa fácil por ser o campo informacional caracterizado como de natureza heterogênea. Neste aspecto pode-se observar uma multiplicidade de espaços nos quais se realizam as atividades informacionais mobilizando, para tal, uma gama de profissionais provenientes dos mais diversos setores, não havendo, contudo, uma clara demarcação sobre as funções exercidas por estes. Sobre este fato, as autoras destacam que “a dificuldade de se delimitar este campo [informacional], é também consequência das incertezas dos papéis que estes profissionais devem desempenhar em uma realidade onde as mudanças tecnológicas são muito rápidas” (CUNHA; CRIVELLARI, 2004, p. 46).

Cronin (1988, p.328 apud Cunha e Crivellari, (2004) assevera não haver uma “profissão da informação”, mas um grupo diversificado de profissionais que podem ser classificados como tais. Há, porém, autores como Guinchat e Menou (1994 apud ORELO; CUNHA, 2013) que indicam ser essa categoria ocupada predominantemente por profissionais formados nos cursos de Biblioteconomia, Arquivologia e Documentação, sendo, desse modo, reconhecidos, classicamente, como profissionais da informação.

O emprego da expressão profissional da informação se deu, inicialmente, na década de 1980 nos Estados Unidos, para indicar: todo bibliotecário, documentalista, cientista da informação, intermediário etc., cujo trabalho:

• Fundamenta-se na teoria e na prática da criação, aceso, validação, organização, transmissão, pesquisa e difusão da informação;

• Concerne a gestão dos recursos de informação;

• Utiliza tecnologias específicas da Ciência da Informação ou da Gestão da Informação (CLAUSEN, 1991 apud CUNHA, 2009, p.16).

A autora explicita, aqui a dificuldade em se encontrar uma definição precisa para o termo profissional da informação, visto se tratar de uma situação em que se observa o campo

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20 informacional como uma zona de convergência para várias outras profissões com suas peculiaridades quanto a recursos humanos, atuação e forma de utilização da informação para negócios. Percebe-se também o inverso quando se verifica a transição dos chamados profissionais clássicos da informação de seu espaço tradicional de trabalho para novos ambientes promissores à sua atuação. Entende-se tal processo como resultante do advento e avanço das TIC e das mudanças que estas ocasionaram para o fomento da sociedade da informação e, em particular, do mercado de trabalho.

Quanto às questões ligadas a categorização e nomenclatura, Faria (2005) relata que o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) do Brasil tornou disponível, em 2002, a nova Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), em substituição à versão anterior de 1994. Ela esclarece que “esse documento reconhece, nomeia, codifica os títulos e descreve as características das ocupações do mercado de trabalho brasileiro” (FARIA, 2005, p. 28). Acrescenta ainda que nessa nova edição as ocupações se encontram estruturadas e distribuídas por famílias constituídas por grupos de ocupações análogas referentes a um campo de atividade maior que o correspondente à ocupação. Assim sendo, os profissionais da informação encontram-se classificados na CBO (2002), sob o código 2612, constituindo uma família composta por:

2612-05 – Bibliotecário, Bibliógrafo, Biblioteconomista, Cientista da informação, Consultor de informação, Especialista de informação, Gerente de informação, Gestor de informação.

2612–10 – Documentalista – Analista de documentação, Especialista de documentação, Gerente de documentação, Supervisor de controle de processos documentais, Supervisor de controle documental, Técnico de documentação, Técnico em suporte de documentação.

2612-15 – Analista de informações – Pesquisador de informações de rede. (CLASSIFICAÇÃO BRASILEIRA DE OCUPAÇÕES, 2002, NÃO PAGINADO).

A autora também salienta que não há concordância no que se refere à definição do termo “profissional da informação”, mas uma diversidade de designações não só para os grupos constituintes desse segmento, como também para as famílias e suas funções (FARIA, 2005).

Controvérsias à parte desejou-se para o presente trabalho empregar a definição disponibilizada pela classificação Brasileira de Ocupações que caracteriza como profissionais da informação aqueles que:

Disponibilizam informação em qualquer suporte; gerenciam unidades como bibliotecas, centros de documentação, centros de informação e correlatos, além de redes e sistemas de informação. tratam tecnicamente e desenvolvem recursos informacionais; disseminam informação com o objetivo de facilitar o acesso e geração do conhecimento; desenvolvem estudos e pesquisas;

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21 realizam difusão cultural; desenvolvem ações educativas. Podem prestar serviços de assessoria e consultoria. (CBO, 2018).

Para o cumprimento de sua finalidade, este trabalho estará utilizando, em trechos nos quais ocorram citações, as seguintes expressões: PI, profissional da informação bibliotecário, profissional bibliotecário ou simplesmente bibliotecário, conforme a conjuntura ou designação adotada pelo(s) autor (es) das referidas citações para denominar o profissional da informação.

A seção seguinte trará uma breve reflexão a respeito de como as organizações da nova ordem econômica mundial utilizam a informação para a geração de produtos e serviços bem como sobre a nova configuração do mercado de trabalho para os profissionais da informação.

2.2 O Uso da Informação no Contexto da Sociedade do Conhecimento e o Novo Mercado de Trabalho para os Profissionais da Área Informacional

As transformações iniciadas ainda no século XX e em curso nos mercados de trabalho à nível global derivam, de acordo com Baptista e Mueller (2005, p.36) “[...] tipicamente dos fatores tecnológicos, econômicos e sociais que agem na chamada sociedade da informação”ou “sociedade do conhecimento”. Neste novo modelo de sociedade, o elemento informação constitui seu principal recurso, fato este explicado pelo surgimento e crescente difusão das TIC bem como sua utilização e aperfeiçoamento para a geração do conhecimento, tendo este, inestimável valor nessa nova ordem mundial. Martins (1995 apud Pereira, 2005, p.17) afirma que, na sociedade da informação:

A qualidade de vida bem como o desenvolvimento econômico e social depende, cada vez mais, da informação e da sua exploração. Nesta sociedade o nível de vida, as formas de trabalho e de diversão, o sistema educativo e os mercados são grandemente influenciados pelos avanços da informação e do conhecimento. Este fenômeno é evidenciado pelo aumento de produtos e serviços de informação comunicados, principalmente, através da mídia eletrônica (MARTINS, 1995 apud PEREIRA, 2005, p. 17).

Como se percebe, o desenvolvimento tecnológico provocou mudanças profundas e irreversíveis em todos os campos dessa nova ordem social, dos quais se deseja destacar o campo das profissões, área que se pode considerar como a mais fortemente marcada pelo advento e evolução das TIC.

Conforme Dutra e Carvalho (2006) destacam: “O advento das TIC introduziu mudanças significativas em todo o mundo e, principalmente, na forma de trabalho na área informacional”. Pereira (2005) destaca que no mundo das organizações globalizadas, a informação é concebida como ferramenta estratégica. Assim sendo, o domínio na utilização e

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22 divulgação da informação no meio social da atualidade pode representar a diferença entre estagnação e desenvolvimento.

Takahashi (2000, p.21 apud Dutra e Carvalho, 2006) enfatiza ter havido uma reestruturação no mercado de trabalho assim como no perfil do emprego, situação na qual se pôde constatar o surgimento, substituição ou mesmo eliminação de especialidades profissionais. Essa nova configuração de mercado baseada na informação e no conhecimento (elementos basilares determinantes da produtividade e competitividade das empresas na nova ordem econômica mundial) exige também um novo perfil por parte dos profissionais pertencentes aos mais diversos setores, sobretudo o informacional, que será mais bem explorado na próxima seção.

2.3 Perfil do Profissional da Informação

Com relação ao profissional da área da informação (PI) cabe aqui destacar, de modo breve, seu contributo à sociedade através do trabalho que desenvolve em unidades de informação (bibliotecas, arquivos e centros de documentação) objetivando o fornecimento de produtos e serviços informacionais aos usuários que deles necessitem. Dutra e Carvalho (2006), ao tecerem comentários sobre o perfil do profissional da informação e as necessidades do mercado de trabalho, destacam a criação, em 1992, do Special Interest Group/ Modern Information Professional (SIG, MIP) pela Federação Internacional de Informação e Documentação (FID), cuja finalidade foi a de pesquisar as exigências do mercado de trabalho em ascensão e suas relações para a formação do profissional da informação. Desse modo, esses profissionais distinguem-se como:

[...] profissionais capazes de fornecer a informação certa, no momento certo, para o fim a que se destina, independentemente de seu suporte físico. De modo objetivo, pode-se afirmar que o PI atua na coleta, tratamento, recuperação e disseminação da informação e executa atividades técnicas especializadas e administrativas relacionadas à rotina de unidades de informação. Tradicionalmente, o bibliotecário é visto como o sistematizador de acervos; como aquele que está por trás da organização das unidades de informação, dos processos de busca e recuperação de informações e como o profissional que atua como um filtro, catalisando tudo o que for relevante sobre determinado assunto para o seu usuário. (DUTRA; CARVALHO, 2006, p. 183).

Como se observa, estão elencadas acima as funções convencionais tanto de cunho técnico quanto gerencial, exercidas pelo profissional da informação (PI), mais precisamente o profissional bibliotecário, com vistas a oferecer produtos e serviços de modo eficiente aos usuários, servindo, dessa forma, como ponte entre unidade informacional e sociedade. Nos dias atuais, pode-se constatar uma série de mudanças na forma de atuação desses

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23 profissionais, em consequência do surgimento de um novo mercado de trabalho fortemente marcado pelas novas tecnologias (TIC), alta competitividade e crescentes demandas provindas da sociedade da informação, dentre outros fatores. Tal situação exigiu desta categoria profissional a adoção de um novo perfil para melhor adequá-la a essa nova realidade na qual se distingue o despontar dos modernos PI. Sobre esse fato Dutra e Carvalho (2006, p.184) ressaltam que:

O PI sempre desempenhou um papel importante na sociedade. Hoje, porém, atua num novo contexto, onde dispõe de novas ferramentas e, com isso, de novas possibilidades para desempenhar suas funções. Todas essas mudanças ocasionaram o surgimento dos modernos PI para que pudessem corresponder a esta nova realidade, fazendo uso das TIC como um requisito operacional dessa nova era informacional. (DUTRA; CARVALHO, 2006, p.184) Sobre a emergência de novos mercados de atuação para o PI, as autoras destacam:

[...] podemos definir mercado emergente para o PI como o contexto dinâmico em que surgem novos espaços de trabalho marcados pelo uso intensivo das TIC na geração, armazenamento, recuperação e difusão da informação e que demandam a inclusão de novas habilidades e competências ao perfil profissional. (DUTRA; CARVALHO, 2006, p.184)

Em abordagem sobre as habilidades exigidas pelo mercado de trabalho emergente, as autoras supracitadas destacam que o diploma não é garantia de atualização de conhecimentos, dado que a aprendizagem deve constituir um processo contínuo e crescente com vistas à aquisição de novas habilidades e competências para o aprimoramento profissional. Nesse sentido, fica evidente, ao PI, não ser satisfatório apenas o acesso e uso das TIC, mas o uso hábil e inteligente de ferramentas reconhecidamente excepcionais, quando eficientemente utilizadas, e por esse motivo, basilares ao desenvolvimento das atividades informacionais.

Pereira (2005, p.24), em sua reflexão sobre o assunto, explica que:

O acesso às tecnologias da informação não é suficiente para garantir o seu pleno uso. Habilidades e competências são requeridas dos profissionais para sua máxima utilização. Por outro lado, de nada adianta fornecer informação ao usuário se ele não dispuser de mecanismos adequados para utilizá-la de forma eficaz. As tecnologias da informação não são simplesmente ferramentas a serem aplicadas, mas processos a serem desenvolvidos. Usuário e criador podem ser a mesma pessoa, desde que este tenha domínio das tecnologias da informação. (PEREIRA, 2005, p. 24).

Como se pode observar, o desenvolvimento de habilidades e competências faz-se imprescindível ao exercício profissional eficiente e de alto nível. Por esse motivo, julgou-se importante expor, na próxima seção, ainda que de modo conciso, algumas reflexões sobre esses atributos.

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24 2.4 Falando sobre Competências: histórico, conceitos e tipologia

As primeiras discussões sobre o tema competência tiveram início em 1973, nos Estados Unidos e envolveu psicólogo e administradores, tendo como ponto de partida o artigo publicado por McClelland, sob o título “Testing for competence rather than intelligence”. De acordo com esse autor, a competência constitui um atributo subjacente a um indivíduo, que é eventualmente associado a uma alta performance na execução de um trabalho em certa conjuntura. Estabelecia, desse modo, distinção entre competência e aptidão (vocação natural do indivíduo e que pode vir a ser aperfeiçoada); habilidades (expressão de uma vocação na prática) e conhecimentos (o que os indivíduos necessitam compreender para a execução de um trabalho) (MIRABILE, 1997, apud FLEURY; FLEURY, 2001).

Nos anos 80, ao reexaminar os dados de pesquisas efetuadas sobre as competências gerenciais, Richard Boyatzis identificou uma série de qualidades e traços que, em sua apreciação, determinam uma alta performance. As produções desses autores sobre o tema competência assinalaram de modo expressivo a literatura americana a respeito do tema em questão (SPENCER; SPENCER, 1993; McLAGAN, 1996; MIRABILE, 1997 apud FLEURY; FLEURY, 2001).

Conforme atestam os autores supracitados, a discussão francesa sobre competência surgiu em meados dos anos 70, precisamente das alterações referentes à noção de qualificação e do procedimento de formação profissional, especialmente a técnica. O descontentamento com a divergência vista entre as exigências do mundo laboral (maiormente da indústria) induziu à busca pela aproximação entre ensino e prática profissional para o atendimento das reais necessidades das organizações com vistas não só a uma maior qualificação dos trabalhadores como também de verem aumentadas as oportunidades de encontrarem emprego. Procurou-se, desse modo instituir a integração entre aptidões e os conhecimentos, entender como agir, tendo como referências o diploma e o trabalho. Isto posto, a definição de competências migrou, do âmbito educacional a outros campos, como a área das relações de trabalho na qual se criou o chamado inventário de competências cuja função é avaliar as capacitações exigidas ao cargo.

Nos anos 90, a literatura francesa procurou conceituar competência desvinculando-a da definição de capacitação. Nesse sentido Zarifian (1999 apud Fleury; Fleury, 2001), focaliza três mudanças relevantes na área trabalhista que abona a passagem do paradigma de competência para a gestão das empresas, quais sejam: a noção de incidente (imprevistos), comunicação (compartilhamento de preceitos comuns para a gestão) e o serviço

(25)

25 (atendimento). Nesse aspecto, o trabalho não mais constitui um agregado de afazeres atrelados de modo descritivo à função, mas a extensão direta da competência individual, acionada frente às situações cada vez mais instava e complexas inerentes à rotina do ambiente de trabalho (FLEURY; FLEURY, 2001).

Conforme indicam os autores acima citados, a discussão envolvendo o tema competência, no Brasil, surgiu em debate acadêmico baseando-se, em princípio, na literatura americana, concebendo-se competência como algo que a pessoa possui (input). A contribuição de autores franceses como Le Boterf e Zarifian, e de autores ingleses como Jaccques e seus seguidores (Billis e Rowbottom, Stamp e Stamp) colaboraram para o desenvolvimento conceitual e empírico originando novos pontos de vista e abordagens. (RHINOW, 1998; AMATUCCI, 2000; FLEURY; FLEURY, 2000; HIPOLITO, 2000; RODRIGUES, 2000; RUAS, 2000 apud FLEURY; FLEURY, 2001).

O tema competência vem sendo abordado sob os mais variados enfoques. Brandão e Borges-Andrade (2007, p.33) explicitam que “a noção de competência se caracteriza como complexa e multifacetada, podendo ser interpretada de diferentes maneiras”. Nesse sentido, segue o ponto de vista de alguns autores sobre competência, fundamentados nos estudos das áreas de conhecimento às quais pertencem.

Para Fleury e Fleury (2001, p.188), competência é definida como “um saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos e habilidades, que agregam valor econômico à organização e valor social ao indivíduo”. Para esses autores a ideia de competência está relacionada à ação.

De acordo com Dutra, Hipólito e Silva (2000, apud Bomfim, 2012), cuja abordagem fundamenta-se no campo profissional, “competência é a capacidade de uma pessoa atingir os objetivos da organização”. Ao citar Perrenoud (1999), a mesma autora também afirma que “a competência profissional é um conjunto de recursos cognitivos para solucionar com eficácia várias situações, apoiada em conhecimentos” (BOMFIM, 2012, p. 59).

Como se pôde observar, a competência pode ser entendida como um atributo inerente às situações pelas quais o indivíduo atravessa ao longo da vida, ou seja, estará sempre inserida em um contexto e se expressará em diferentes níveis, de acordo com o modo particular com que o indivíduo operacionaliza suas aptidões.

(26)

26 O Parecer Técnico-Pedagógico do Conselho Estadual de Educação do estado de Goiás (2005), ao considerar os aspectos relacionados à educação profissional técnica de nível médio, explicita seis classes de competências, quais sejam:

• Competências básicas: Apoia-se em normas técnicas e científicas, de cunho genérico, envolvendo aptidões específicas e gerenciais referentes à formação profissional.

• Competências específicas: Baseia-se em habilidades técnicas que possibilitam a operação eficiente de artefatos e variáveis que intervém de modo direto na concepção do produto. Diz respeito ao domínio teórico no campo do trabalho e ao entendimento e aptidões adquiridos para a realização das tarefas.

• Competência geral: Firma-se no fundamental a ser efetuado pelo trabalhador.

• Competência de gestão: funda-se no agrupamento das habilidades organizacionais, de procedimentos e sociais concernentes á qualidade, arranjo e afinidades no âmbito laboral além da capacidade de enfrentamento de condições inéditas e inesperadas.

• Competência profissional: Concentração de saberes, aptidões e posturas profissionais indispensáveis à execução de tarefas ou encargos característicos conforme modelos de qualidade e rentabilidade exigidos pelo caráter do trabalho.

• Competências transversais: competências profissionais passíveis de aproveitamento em condições diversas.

Já para Lazzaroto (2001) as competências podem ser distribuídas em oito classes indicando a ocorrência de uma multiplicidade de categorias referentes a esse atributo, quais sejam:

1. Competências técnicas: Pertence exclusivamente à peritos em certa matéria ou cargo. 2. Competências intelectuais: Relativas às habilidades intelectivas.

3. Competências cognitivas: Uma combinação de aptidão intelectual e domínio de conhecimento.

4. Competências relacionais: Idoneidade para relaciona-se e interagir. Diz respeito à habilidade em gerir recursos humanos.

5. Competências sociais e políticas: Habilidade para cultivar relacionamentos e tomar parte em acontecimentos sociais.

6. Competências didático-pedagógicas: São aquelas centradas na educação e no ensino 7. Competências metodológicas: Aptidão para empregar métodos e meios de ordenação de

(27)

27 8. Competências de liderança: Habilidade para influenciar e orientar pessoas à finalidades

distintas ou metas na vida profissional ou social.

Por outro lado, Dudziak (2003), ao discorrer sobre competência no que concerne ao ponto de vista educacional e da Ciência da Informação, traduziu, em seu artigo, o termo “Information Literacy” para “Competência Informacional”, e o conceituou como:

[...] o processo contínuo de internalização de fundamentos conceituais, atitudinais e de habilidades necessário à compreensão e interação permanente com o universo informacional e sua dinâmica, de modo a proporcionar um aprendizado ao longo da vida (DUDZIAK, 2003, p. 28). Para uma melhor compreensão, a autora caracterizou competência informacional como sendo:

[...] um processo de aprendizado contínuo que envolve informação, conhecimento e inteligência. É transdisciplinar, incorporando um conjunto integrado de habilidades, conhecimentos, valores pessoais e sociais; permeia qualquer fenômeno de criação, resolução de problemas e/ou tomada de decisões (DUDZIAK, 2003, p. 29).

Neste aspecto, observa-se a relação da competência em informação com o “aprender a aprender”.

Esta breve exposição sobre competência objetivou, além de apresentá-la, predominantemente, sob a óptica organizacional, destacar a sua condição indispensável no que repeita a sobrevivência dos profissionais e instituições em uma nova conjunção social e econômica caracterizada pelas altas demandas por emprego resultando em elevada competitividade no mercado de trabalho, mudanças expressivas no campo das profissões e exigência cada vez maior de usuários em relação à procura por produtos e serviços exclusivos e de alto padrão, dentre outros fatores.

Com relação às transformações ocorridas no âmbito profissional, deseja-se aqui enfatizar a área de atuação dos profissionais que lidam com a informação visto ter sido o setor mais fortemente influenciado pela presença das novas tecnologias da informação. Na atualidade, observa-se a migração crescente desses profissionais para as mais diversas áreas do conhecimento dadas as características de sua formação já explicitadas noutro momento deste trabalho. Das diversas áreas nas quais o PI pode desenvolver suas atividades, pretende-se enfatizar o pretende-setor da saúde que pretende-será mais bem analisado na pretende-seção pretende-seguinte.

(28)

28 2.5 Atuação e Competências do Profissional da Informação na Área da Saúde

A sociedade da informação, por suas características (algumas já elencadas na introdução deste trabalho), possibilitou ao profissional da informação (em especial o bibliotecário) uma atuação para além de seu ambiente tradicional de trabalho como bibliotecas, arquivos e centros de documentação. Sabe-se que por sua natureza generalista, a biblioteconomia permite ao profissional da informação o ingresso não só nas diversas instituições de sua área de atuação como também nos mais variados campos do conhecimento, sendo, portanto, considerada uma profissão altamente interdisciplinar e com uma base teórica que necessita ser aberta e maleável de forma que possa contribuir com a disseminação do conhecimento geral (BERAQUET e CIOL, 2009).

Dentre os diversos campos do conhecimento nos quais o profissional bibliotecário pode ingressar, deseja-se destacar o campo da saúde por se tratar de uma área extremamente interdisciplinar e com demanda cada vez crescente por informação especializada além de se tratar de um setor voltado aos cuidados em saúde da população, o que exige de seus profissionais um atendimento e uma terapêutica pautados na mais alta qualidade. Em reflexão sobre o assunto, Galvão e Leite (2008), referenciadas por Biaggi e Valentim (2018), destacam que:

A área da saúde conforma um cenário em que interagem diversos profissionais, com demandas de conhecimento e informação que podem tanto serem comuns ao amplo campo da saúde ou apenas de interesse de alguns especialistas. Junto a esses profissionais, pacientes também têm necessidades de informação, principalmente sobre diagnóstico e terapia. (GALVÃO; LEITE, 2008 apud BIAGGI; VALENTIM, 2018, p.31)

Com respeito a atuação do profissional da informação nesse ambiente voltado à assistência a saúde, as autoras comentam que:

Nesse contexto, o profissional da informação em saúde poderá atuar na organização e recuperação eficaz da informação em uma biblioteca, em um hospital, em um laboratório, em um arquivo médico e desenvolver diferentes produtos e serviços informacionais (GALVÃO; LEITE. p 182).

Trata-se, portanto, de um campo fecundo ao profissional da informação bibliotecário, não só pela oportunidade de aprendizado provindo da convivência com as várias especialidades da saúde quanto pelas situações específicas e desafiadoras da área. De acordo com Biaggi e Valentim (2018, p.30) “os serviços de saúde se constituem em um espaço concreto, em que é possível desenvolver conhecimentos e inovações em saúde”, desde que haja um trabalho informacional eficiente que redunde em melhorias patentes à área, especialmente no que respeita à prestação de serviços aos seus usuários. Nesse sentido as

(29)

29 autoras destacam que “as instituições precisam de informações oportunas, de qualidade e no formato adequado para efetivamente auxiliarem os processos de tomada de decisão eficientes.” (BIAGGI; VALENTIM, 2008, p. 30). Também enfatizam que:

No âmbito da saúde, os gestores e profissionais convivem tanto com rotinas estruturadas e protocolos definidos quanto com situações de risco e de alta imprevisibilidade, sendo a inovação essencial requerendo dos profissionais que integram essas instituições, bem como dos profissionais da informação competências e habilidades para o gerenciamento de problemas informacionais. (MORAES; GOMES, 2007 apud BIAGGI; VALENTIM, 2018, p.30).

A área da saúde, assim como os demais campos específicos do conhecimento, requer de seus profissionais o domínio de habilidades e competências que lhes permita a realização de um trabalho cujo resultado se traduza na satisfação dos usuários do serviço, aprimoramento profissional e crescimento da instituição a qual pertencem.

De acordo com a literatura, o profissional da informação bibliotecário pode receber diferentes denominações diretamente relacionadas ao tipo de serviço prestado por esse profissional neste contexto, quais sejam: Bibliotecário Médico, Bibliotecário Clínico e o Informacionista. A seguir, tem-se uma descrição sucinta de cada tipo (Quadro 1).

Quadro 1: Atuação do Profissional bibliotecário na área da saúde segundo denominação

TIPO DESCRIÇÃO ATUAÇÃO

Bibliotecário Médico

Atua em bibliotecas de instituições de ensino ou de saúde; não integra equipes clínicas, apenas colabora com os profissionais da saúde

Coopera no diagnóstico médico; realiza pesquisas acadêmicas para estudantes, docentes e pesquisadores de medicina; dissemina

informações sobre saúde aos usuários; usa diferentes canais de comunicação como Internet e bases de dados.

Bibliotecário Clínico

Integram as equipes

multidisciplinares em locais nos quais são levantadas as necessidades de informação

Atua em equipes médicas e provê médicos com

informações que lhes permitam a melhor decisão sobre os

(30)

30 e que incluem reuniões da

equipe, reuniões de orientação e reuniões educacionais.

pacientes com base na informação científica

disponível contribuindo para um melhor atendimento à população.

Informacionista

Pode ser definido como um profissional clínico, de formação híbrida da convergência da Biblioteconomia e Ciência da Informação com as Ciências Médicas.

Sua missão é comunicar

responsavelmente os resultados publicados da investigação científica à comunidade

Fonte: Baseado em Beraquet et al (2009, não paginado).

Considerando cada domínio no qual o profissional bibliotecário pode atuar no âmbito da saúde, observa-se que o bibliotecário médico desenvolve um trabalho sumamente relevante não apenas aos profissionais da saúde como também a estudantes, residentes, docentes, pesquisadores da área e o público em geral. Isso seria, conforme Silva (2005), por meio da disponibilização de resultados de pesquisas clínicas, instrução aos profissionais de saúde, informações de saúde e de esclarecimentos à população, dentre outras atividades. Porém, realiza suas funções ainda dentro de seu ambiente clássico de trabalho, ou seja, bibliotecas de instituições de ensino superior ou centros de informação, estando estes, de acordo com o autor supracitado, localizados em [...] corporações (por exemplo, companhias de publicações, de seguro e farmacêuticas); hospitais e clínicas; agências governamentais; portais de internet; bibliotecas públicas; centros de pesquisa e fundações. Pode-se observar, também, que as funções desempenhadas pelo bibliotecário médico são de cunho, eminentemente, técnico.

Conforme aponta a literatura internacional, já o bibliotecário clínico atua integrado às equipes multidisciplinares de saúde, tendo como encargo a recuperação e o remanejamento da informação, de acordo com as exigências informacionais dos usuários (BERAQUET; CIOL, 2010). Ao apontar as principais características deste profissional, as autoras, fundamentadas em Sargeant e Harrison (2004), explicitam que:

No hospital o bibliotecário clínico leva a biblioteca ao usuário, antecipa suas questões e tenta oferecer a informação adequada antes mesmo de ser solicitado. Para tanto, deve possuir as seguintes habilidades: construção e manutenção de boa relação profissional com médicos; capacidade de fazer

(31)

31 perguntas; capacidade de aprender e se interessar por questões clínicas e científicas. Sobre os conhecimentos, espera-se que detenha algum conhecimento clínico e sobre termos médicos; gestão de projetos; busca em base de dados; prática baseada em evidências; métodos de pesquisa e noções de epidemiologia. (SARGEANT; HARRISON, 2004 apud BERAQUIET; CIOL, 2010, p.133)

Para Biaggi e Valentim (2018, p.34):

O papel a ser desempenhado pelo bibliotecário clínico é o de um especialista com diferentes conhecimentos, competências e habilidades, que leva a equipe de saúde a melhor e mais atualizada evidência científica, clinicamente relevante e aplicável ao problema em questão. (BIAGGI; VALENTIM, 2018, p. 34).

Para isso é mister, portanto, que este profissional da informação esteja sempre atualizado e municiado com informações do mais alto grau de especialização, baseadas nos melhores resultados científicos e específicos a cada caso.

Conforme apontam Beraquet e Ciol (2010, p.131), “no Brasil, a atuação do bibliotecário fora das bibliotecas médicas ainda não é muito frequente.” De acordo com Guimarães e Cadengue (2011, p.154):

Atualmente, no Brasil, a atividade é mais relatada e reconhecida por experiências em hospitais universitários. Têm-se poucas referências da biblioteconomia clínica no Brasil, porém no exterior a atuação do bibliotecário neste ramo já se encontra firmada. (GUIMARÃES; CADENGUE, 2011, p. 154).

Houve, segundo Silva (1986 apud GUIMARÃES; CADENGUE, 2011) uma tentativa de tornar realidade o serviço bibliotecário para além da biblioteca e integrado à rotina das equipes hospitalares no Brasil, através da implantação de um projeto, em 1983, de biblioteconomia clínica por intermédio da Fundação Pioneiras Sociais, no Hospital das Doenças do Aparelho Locomotor de Brasília. Tal projeto, contudo, não teve continuidade, conforme relatam Beraquet e Ciol (2010). Aquelas autoras também relataram uma iniciativa semelhante, ocorrida na Faculdade de Biblioteconomia da PUC - Campinas, com um grupo de pesquisadores em saúde cujo foco foi o da atuação, competências e habilidades do bibliotecário inserido naquele ambiente. (GUIMARÃES; CADENGUE, 2011).

Segundo Mendes (2016, p.32) “[...] a literatura internacional aponta que os programas da área da saúde que acrescentaram os bibliotecários clínicos são eficazes e eficientes principalmente àqueles inerentes a Medicina Baseada em Evidencia (MBE)”. E acrescenta, com base em Plutchak (2000) que:

A prática da MBE representa uma nova etapa no trabalho da ciência da informação, pesquisa documental e revisão da literatura, aplicada à área as ciências médicas, essa mudança apontou para o surgimento de uma nova

(32)

32 proposta, no que tange a figura do bibliotecário: O informacionista. (PLUTCHAK, 2000 apud MENDES, 2016, p.32).

No ano 2000 é publicado o artigo com o título ‘The informationist: A new health profession?’ de autoria de Davidoff e Florence, causando forte impacto entre os profissionais da informação e os da área da saúde, e despontando como mais uma categoria de serviço para o profissional bibliotecário atuante na área da saúde (BIAGGI; VALENTIM, 2018). De acordo com as autoras, para o exercício desta função, o bibliotecário necessita adquirir diversas competências e habilidades pluridisciplinares quais sejam: o conhecimento sobre normas e bases conceituais de medicina, da epidemiologia clínica, da bioestatística, realizar avaliação crítica da literatura, desenvolver a gestão da informação e, acrescentam que, o trabalho do bibliotecário no viés de um informacionista demanda uma alta qualificação, além de uma maior consonância com as normas da MBE (BIAGGI; VALENTIM, 2018)

Sobre esta questão Plutchak (2000 apud MENDES, 2016, p.32), afirma que:

o informacionista não é um bibliotecário com conhecimento adicional ou expert a situações clínicas. Ele é híbrido, parte bibliotecário e uma parte ainda maior de clínico, estatístico e epidemiologista, com treinamento de pesquisador, muitas vezes fora do próprio desenvolvimento clínico. O informacionista se diferencia do bibliotecário clínico, porque este transfere a informação, enquanto o outro analisa as informações dos especialistas com o objetivo de determinar com certeza a validade do conhecimento que suportam a prática clínica, a partir do estudo de pesquisa em uma área específica. O informacionista põe a atividade e o perfil do bibliotecário clínico em confronto, decorrente do surgimento dessa nova vertente que re-configura o perfil do bibliotecário e estabelece um novo modelo para sua atividade, inovador tanto no campo da medicina e no setor da informação, ativo e integrante do processo de análise. (PLUTCHAK, 2000 apud MENDES, 2016, p. 32).

Em suas considerações sobre o perfil do bibliotecário informacionista, Beraquet e Ciol (2009, não paginado) ressaltam que:

O informacionista pode ser definido como um profissional clínico, de formação híbrida da convergência da Biblioteconomia e Ciência da Informação com as Ciências Médicas. Sua missão é comunicar responsavelmente os resultados publicados da investigação científica à comunidade médica, atuando como ponte entre a experiência e conhecimento tácito do profissional da saúde com a informação baseada nas melhores evidências científicas disponível na literatura (conhecimento explícito) a fim de sustentar as decisões dos médicos para uma prática clínica eficaz e de qualidade. (BERAQUET; CIOL, não paginado).

As autoras prosseguem apontando algumas especificidades adquiridas por esse profissional da informação no que concerne as suas atribuições no campo da saúde:

Esses informacionistas são, de alguma forma, profissionais clínicos semelhantes àqueles especialistas médicos que hoje carregam o título de intensivistas (hospitalists), mas são também aqueles que compartilham as

(33)

33 características com indivíduos cujo título é bibliotecário clínico. Em síntese, esses profissionais podem ou não ser diferentes dos bibliotecários clínicos dependendo de como e quem os educou, a quem eles se reportam, pelo salário recebido etc., sendo as ferramentas utilizadas por ambos os profissionais bastante semelhantes. (BERAQUET; CIOL; 2009, não paginado).

Diante do explicitado pode-se inferir que a biblioteconomia voltada ao campo da saúde alcança, na figura do Informacionista o seu mais alto grau de atuação, o que pode ser constatado através dos elementos constitutivos de sua formação para a construção de seu perfil. Observa-se que no decorrer de suas atividades esse profissional pode realizar funções atribuídas tanto ao bibliotecário médico quanto ao bibliotecário clínico e, pelo grau de especialização que alcançou, pode, sem embaraço algum, atuar no mesmo nível dos profissionais das mais diversas especialidades da área da saúde. Salienta-se que o profissional da informação pertencente a esse viés inexiste no sistema de saúde brasileiro, mas assim como o bibliotecário clínico, o bibliotecário Informacionista constitui uma realidade na área da saúde de outros países. O que se pode perceber, segundo Crestana (2003 apud MENDES 2016, p. 33) é que:

Infelizmente, o espaço consagrado aos bibliotecários em saúde continua sendo as bibliotecas, tanto das faculdades de medicina, quanto dos hospitais, desenvolvendo atividades que se resumem em educação e treinamento de professores, pesquisadores e estudantes. (CRESTANA, 2003 apud MENDES, 2016, p. 33).

O bibliotecário inserido na área da saúde tem, através de sua atuação, a capacidade de atenuar as dificuldades dos usuários quanto ao reconhecimento e busca da informação correta bem como a avaliação e uso adequado das fontes de informação. Para alcançar uma colocação nesse nicho de mercado tão promissor, o profissional bibliotecário é levado a enfrentar o desafio de convencer gestores, profissionais da saúde e população sobre a relevância desse gênero de serviço (BANKS et al 2005 apud BIAGGI; VALENTIM, 2018).

Em relação à formação clássica do bibliotecário fundamentada num padrão que compreende o ciclo informacional (geração, organização, disseminação e uso da informação), tem, na atual conjuntura, se transformado em mediação da informação. Nela se faz sumamente importante a garantia de uma comunicação mais efetiva, nesse caso, entre os profissionais da saúde e bibliotecários, sendo, portanto, considerada conforme Miranda (2004 apud Biaggi; Valentim, 2018) uma atividade predominantemente de mediação.

Segundo Pinto (2005, p.33), “na América Latina ainda não se tem conhecimento de uma associação, organização ou de alguma política ou documento formal que determine diretrizes para a formação do profissional da informação em saúde.” E acrescenta que “bibliotecários especializados ainda não possuem reconhecimento formal nessa região.”

(34)

34 Porém, no que respeita ao campo da saúde, a autora destaca o Centro Latino-americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME), centro especializado da Organização Panamericana de Saúde (OPAS) em informação em Ciências da Saúde, sediada em são Paulo, como órgão responsável pela capacitação de bibliotecários atuantes nos mais de 650 centros colaboradores com esta organização espalhados por toda a América Latina. Pinto (2005) conclui enfatizando o trabalho da BIREME no desenvolvimento de métodos e fontes de informação em saúde e na promoção a cada biênio do Congresso Regional de Informação em Ciências da Saúde (CRICS).

Com relação ao processo de aprendizado do profissional bibliotecário, Biaggi e Valentim (2018) defendem que no campo da saúde deve-se enfatizar que o bibliotecário assimila o saber-fazer quando executa suas atividades em bibliotecas universitárias do setor, em unidades hospitalares e clínicas médicas, em instituições de pesquisas em saúde ou em centros de informação especializados como a BIREME.

(35)

35 3 MÉTODOS

3.1 Tipo de Estudo e Métodos

O presente trabalho consiste em um estudo descritivo, visto que busca entender a realidade concernente à atuação e ao desenvolvimento de competências do profissional da informação no campo da saúde no Brasil. De acordo com Martins Júnior (2009, p.83) este tipo de pesquisa “[...] visa descobrir e observar fenômenos existentes, situações presentes e eventos, procurando descrevê-los, classificá-los, compará-los, interpretá-los e avaliá-los, com o objetivo de aclarar situações para idealizar futuros planos e decisões”. Para a identificação das fontes deste estudo recorreu-se a uma revisão de literatura fundamentada no método de revisão sistemática, uma vez que “este tipo de revisão oferece um panorama geral da situação, atualizado e com critérios metodológicos claros e explicitados, de maneira a permitir a reprodução pelo leitor” (PINTO, 2005, p.40), combinada a uma análise bibliométrica, definida por Pritchard (1969, apud TARRAGÓ; GALLARDO; BUFREM, 2017, p.191) como a “aplicação de métodos matemáticos e estatísticos no estudo da literatura científica.”

A análise dos dados se deu por meio da avaliação crítica da literatura uma vez que esse tipo de abordagem possibilita uma apreciação da qualidade da informação recuperada através do estabelecimento de critérios ajustados ao escopo da pesquisa. (MOREIRA, 2008).

A finalidade da revisão de literatura foi a de identificar como a literatura brasileira tem abordado o assunto sobre a atuação e as competências do profissional da informação na área da saúde. A análise bibliométrica visou caracterizar a produção científica por meio da análise de elementos descritivos das publicações.

Tomando como base a adaptação proposta por Pinto (2005), tem-se, abaixo, a sequência das etapas deste trabalho.

3.2. Seleção das Fontes de Dados

Para a busca das referências foram selecionadas quatro bases de dados qualificadas como de autoridade para a produção científica nacional. Duas delas especializadas na área de Ciência da informação (Base de dados de Periódicos em Ciência da Informação, BRAPCI e PERI), uma interdisciplinar embora com viés na área da saúde (SCIELO BRASIL) e a Biblioteca Digital de Teses e dissertações (BDTD) Brasil. A seguir, uma breve descrição de cada base.

(36)

36 BRAPCI (Base de Dados Referencial de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação)

A base de dados referencial de artigos de periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI) foi concebida pelo Departamento de Gestão da Informação da Universidade Federal do Paraná, Curitiba (PR). Representa o resultado do projeto de pesquisa em informação, denominado “A contribuição da área da informação para a produção de saberes no ensino superior”. Para cumprir com a finalidade de prestar assessoria às pesquisas e propostas no campo da Ciência da Informação, esta base de dados referenciais foi estruturada a partir da identificação de títulos de periódicos da área de Ciência da Informação (CI) bem como da indexação de seus respectivos artigos.

PERI

A base PERI também é do tipo referencial com resumos que, dependendo do documento pode disponibilizar textos completos do material indexado. Esta base reúne artigos de periódicos e trabalhos publicados em anais de eventos técnico-científicos nacionais das áreas de Ciência da Informação, Biblioteconomia, Arquivística e outras multidisciplinaridades, apresenta atualização diária e pertence à Universidade Federal de Minas Gerais.

SCIELO

A Scientific Electronic Library Online - Scielo é uma biblioteca eletrônica que abarca um acervo selecionado de periódicos científicos brasileiros cujo acesso pode ser efetuado por meio de índices e formulários de busca. Esta base é o produto de um projeto de pesquisa da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) em sociedade com a BIREME (Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde), e que recebeu, em 2002 o aval da CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico). Este projeto tem como propósito desenvolver um método de comum preparo, armazenamento, difusão e avaliação da produção científica em ambiente eletrônico. A expansão do projeto tem permitido a incorporação de novos títulos de periódicos ao acervo desta biblioteca.

BDTD (Biblioteca Digital de Teses e Dissertações)

Quanto a BDTD, trata-se de um portal integrador dos sistemas de informação de teses e dissertações existentes em território nacional e que dispõe aos usuários um catálogo contendo textos completos de seus documentos. O acesso ao conteúdo do acervo dessa base se

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