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Correlações entre características das plantas de sete procedências de P. oocarpa Schiede, nas localidades de Agudos – SP – e Sete Lagoas - MG

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IPEF: FILOSOFIA DE TRABALHO DE UMA ELITE DE EMPRESAS FLORESTAIS BRASILEIRAS ISSN 0100-3453 CIRCULAR TÉCNICA No 134

Junho/1981 PBP/2.2.2.

CORRELAÇÕES ENTRE CARACTERÍSTICAS DAS PLANTAS DE SETE PROCEDÊNCIAS DE P. oocarpa SCHIEDE, NAS LOCALIDADES DE AGUDOS –

SP E SETE LAGOAS - MG

José Cláudio Albino*

1. INTRODUÇÃO

Muitas informações sobre adaptação e potencialidade de espécies e procedências de

Pinus em diferentes “sites” têm sido descritas por pesquisadores, no sentido de melhor

correlacionar a espécie a ser plantada com as condições ambientais exigidas.

O Pinus oocarpa, dado ao seu potencial de crescimento em solos de baixa fertilidade, tem representado uma das mais importantes espécies de coníferas para diversas regiões tropicais e subtropicais de nosso país.

A maioria dos povoamentos de Pinus oocarpa no Brasil estão situados nos Estados de São Paulo e Minas Gerais. Diante de sua alta rusticidade e incremento, pode-se afirmar com segurança que a tendência dos futuros programas florestais estará voltada para os Estados de Mato Grosso do Sul, Goiás e boa parte da região do Nordeste do país.

KEMP (1973) fornece a distribuição e habitat da espécie nas áreas de ocorrência

natural. Com o aumento gradativo dos programas de melhoramento em todo o mundo, o

Pinus oocarpa Schiede surge como uma espécie de grande importância para os países

tropicais. Segundo KAGEYAMA (1977), já existe um total de 30 países participando do teste de Procedência Internacional conduzido com esta espécie e coordenado pelo C.F.I. de Oxford.

* EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária / Pós-graduando no Curso de Engenharia

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Ensaios instalados com P. oocarpa Schiede têm revelado altas variações entre as origens de sementes, com resultados bastante similares em todas as regiões com potencial para a espécie (BURLEY, 1973; BURLEY & GREEM, 1977; FERREIRA & KAGEYAMA,

1977; GREAVES, 1979; GREAVES & KEMP, 1977; KAGEYAMA, 1977; KEMP, 1973; LEE, 1976; MARTIN, 1973).

As procedências de Yucul e Camelias (Nicarágua) têm-se revelado superiores em vigor e forma das árvores, enquanto a procedência Mt. Pine Ridge (Belize) tem também se sobressaído em vigor, porém com forma inferior às anteriores. As procedências da região central de Honduras, e que acredita-se seja a origem da maioria das populações existentes no Brasil, tem revelado um comportamento de médio a superior para vigor e forma das árvores, mostrando-se adequadas para programas de seleção e melhoramento, até que populações das melhores procedências estejam disponíveis (KAGEYAMA, 1977;

FERREIRA & KAGEYAMA, 1977; BERTOLANI & NICOLIELO, 1978; GREAVES, 1979). KAGEYAMA (1977) conclui que as melhores procedências de Pinus oocarpa

Schiede, em forma de tronco, tem sua origem em longitudes entre 86ºW e 87ºW.

As procedências de pior comportamento, para essa característica, têm sua origem em longitudes variando de 89ºW a 91ºW. Ainda, quanto à forma do tronco, as melhores procedências têm sua origem em regiões com latitudes variando de 13ºN a 15ºN, e os piores entre 14ºN a 16ºN.

As melhores procedências quanto ao crescimento em altura de plantas têm sua origem em regiões com altitudes entre 800 a 1100 metros, com precipitações pluviométricas médias anuais entre 1500 a 1600 mm, e período de seca mais curto e menos intenso (1 a 5 meses de seca leve e média).

Quando se trata do tipo de variação existente, para uma dada espécie, WRIGHT

(1964) considera de grande importância os limites dos ecotipos, no caso da variação ser

descontínua. Quando a variação é contínua, é possível prever o comportamento de uma procedência não ensaiada pelo comportamento das procedências situadas nos extremos opostos da sua distribuição natural.

KAGEYAMA (1977) cita que, ao associarem-se as características de altura e de

forma de tronco das árvores das procedências com as características geográficas e climáticas dos locais de origem das sementes, observa-se que, enquanto a altura de plantas estava associada às variações de altitude, precipitação pluviométrica e estação seca dos locais de origem das sementes, a forma do tronco das árvores se mostrou mais associada às variações de latitude e longitude dos locais de origem das sementes.

O objetivo principal deste trabalho foi o estudo das correlações fenotípicas (através do Coeficiente de Correlação de Spearman) entre características (altura, diâmetro, volume cilíndrico e retidão do tronco de árvores) de procedências de Pinus oocarpa.

O “Coeficiente de Correlação de Spearman” adotado por Funk (1971) e Lee (1974), citados por KAGEYAMA (1977), foi empregado para estudar a interação de procedências x locais. Neste trabalho, como se trata de diferentes procedências não pertencentes a uma mesma população e onde os dados a serem computados não seguem uma distribuição normal, empregou-se também de maneira similar o “Coeficiente de Correlação de Spearman” para estudar as possíveis interações.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Para esse estudo, utilizou-se 7 procedências da espécie, comuns a dois ensaios experimentais estabelecidos em Agudos-SP (Companhia Agro-Floresal Monte Alegre) e

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em Sete Lagoas-MG (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), em fevereiro de 1973, em convênio como o IPEF. As sementes utilizadas foram coletadas e cedidas pelo Commonwealth Forestry Institute Oxford.

O delineamento estatítico utilizado foi o de blocos casualizados com 13 tratamentos e 4 repetições, com parcelas de 49 (7 x 7) plantas, no espaçamento de 3,0 x 3,0 metros, utilizando-se as 25 plantas centrais para a coleta de dados.

Os dados referentes às características a serem estudadas, bem como as localidades são apresentadas na Tabela 1.

Para efeito de ilustração, é apresentado o cálculo detalhado do “Coeficiente de correlação Spearman” para altura média das procedências, para os locais em estudo (Tabela 2).

O “coeficiente de correlação de Spearman” é dado pela fórmula:

1) -(n (n) 1) -(n di 6. -1 rs = Σ 2 Onde:

rs = coeficiente de correlação Spearman;

6 = constante;

di = diferença entre posições relativas para as duas características; n = número de valores (no de procedências).

Para os valores de rs obtidos, ofi feito o teste t, através da fórmula:

2 s s r - 1 2) -(n r t =

Tabela 1. Médias dos dados de procedência com 4 anos de idade para: altura, DAP, volume cilíndrico e retidão do tronco, para as localidades de Agudos – SP (Loc.1) e Sete Lagoas – MG (Loc.2).

H (m) DAP (cm) VC RET % Sobrev.

Procedências

Loc. 1 Loc. 2 Loc. 1 Loc. 2 Loc. 1 Loc. 2 Loc. 1 Loc. 2 Loc. 1 Loc. 2 Bucaral – Guat. Lagunilla – Guat. Siguatepeque – Hond. Camélias – Nic. Zapotillo – Hond. Huehuetenango – Guat. Mt. Pine Ridge – Bel.

7,09 7,15 6,98 8,27 7,39 5,97 8,47 6,82 6,78 6,99 7,41 6,36 5,66 8,18 11,58 11,06 10,27 12,18 11,09 10,13 13,06 10,17 10,02 8,79 10,47 8,84 9,09 11,14 85,15 78,34 60,45 102,69 81,79 56,41 126,70 63,86 57,35 42,12 63,22 39,82 30,23 87,00 1,5 2,6 1,9 2,3 2,4 1,2 1,9 1,1 1,7 1,4 1,7 1,6 1,0 1,6 95 97 89 93 96 97 98 92 93 91 81 86 69 95 H = altura média das procedências

DAP – média dos diámetros a altura do peito VC – volume cilíndrico

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Tabela 2. Determinação do “Coeficiente de correlação de Spearman” para altura de plantas, nas localidades de Agudos – SP (Loc. 1) e Sete Lagoas – MG (Loc. 2).

di

No Procedências H (m) Loc.1 Loc.1 P.r.H H (m) Loc.2 Loc.2 P.r.H Loc. 1 P.r.H Loc 2 P.r.H (di)

2 1 2 3 4 5 6 7 Bucaral – Guat. Lagunilla – Guat. Siguatepeque – Hond. Camélias – Nic. Zapotillo – Hond. Huehuetenango – Guat. Mt. Pine Ridge – Bel.

7,09 7,15 6,98 8,27 7,39 5,97 8,47 5 4 6 2 3 7 1 6,82 6,78 5,99 7,41 6,36 5,66 8,18 3 4 6 2 5 7 1 +2 0 0 0 -2 0 0 4 0 0 0 4 0 0 di2 = 8

H (m) = altura média das procedências em metros;

P.r.H = posição relativa das procedências para altura média;

di = diferença entre as posições relativas das duas características para cada procedência; di2 = quadrados das diferenças entre posições relativas;

di2 = somatório dos quadrados das diferenças entre posições relativas. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tabela 3. Resumo dos coeficientes de correlação de Spearman para: altura média (H), diâmetro a altura do peito (DAP), volume cilíndrico (VC), e retidão do tronco (RET).

Coeficientes Características rs t H DAP VC RET SOBREV. 0,86 0,82 0,86 0,88 0,62 3,73* 3,22* 3,73* 4,05** 1,77 * - significância ao nível de 5% ** - significância ao nível de 1%

A correlação estabelecida para média das alturas revelou valores de t significativos ao nível de 5%, para a idade de 4 anos.

Os dados de crescimento de DAP, aos 4 anos de idade, mostram resultados semelhantes aos obtidos para altura de plantas e revelaram valores de t significativos ao nível de 5%.

Para volume cilíndrico houve comportamento idêntico ao das características altura e DAP, mostrando uma correlação positiva e significativa para valor de t ao nível de 5%, para a mesma idade.

Para a característica retidão do tronco, os dados obtidos, aos 4 anos de idade, apresentaram uma correlação positiva e altamente significativa, revelando o valor de t significativo ao nível de 1%.

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Para a característica sobrevivência de plantas de mesma idade, nos 2 locais, não houve correlação, revelando valores de t não significativos.

Dentre as características estudadas, a sobrevivência de plantas não foi significativa devido ao fato de não ser herdável.

4. CONCLUSÕES

- Para as localidades de Agudos – SP e Sete Lagoas – MG, foram encontradas correlações significativas para todas as características estudadas, exceto para sobrevivência de plantas.

- Para as características altura média, diâmetro e volume cilíndrico das procedências, houve correlação significativa ao nível de 5%, para a característica retidão do tronco a significância foi ao nível de 1%.

- A correlação positiva verificada para as características nos dois locais demonstraram pouca interação por local. A menor interação foi verificada para a característica retidão do tronco, seguido da altura, volume cilíndrico, diâmetro e sobrevivência das plantas, demonstrando nesta ordem o controle genético exercido sobre as características em questão.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BURLEY, J. – Generalised analysis of provenance experiments. In: BURLEY, J. & NIKLES, D.G. – Tropical provenance and progeny research and international cooperation. Oxford, Commonwealth Forestry Institute, 1973, v.1, p.388-91.

BURLEY, J. & GREEM, C.L. – Variation of gum turpentine between provenances of

Pinus caribaea Morelet and P. oocarpa Schiede in Central América. In: EEC

SYMPOSIUM ON FOREST TREE BIOCHEMISTRY, Brussels, 1977. 9p.

FERREIRA, M. & KAGEYAMA, P.Y. – Aspectos do programa de melhoramento genético de Pinus tropicais em desenvolvimento pelo IPEF. Piracicaba, IPEF. 1974. 70p. FERREIRA, M. & KAGEYAMA P.Y. – Programme for genetic improvement of

plantations of Pinus oocarpa Schiede in Brazil by the IPEF. Brisbane, IUFRO, 1977. 14p.

GREAVES, A. – Descriptions of seed sources and collections for provenances of Pinus

oocarpa. Oxford, Commonwealth Forestry Institute, 1979. 143p.

GREAVES, A. & KEMP, R.H. – Internacional provenance trials of Pinus oocarpa Schiede. In: WORLD CONSULTATION ON FOREST TREE BREEDING, 3, Canberra, 21-26 march 1977. Canberra, CSIRO, 1977. v.2, p.552-62.

KAGEYAMA, P.Y. – Variação genética entre procedências de Pinus oocarpa Schiede na região de Agudos, SP. Piracicaba, 1977. 83p. (Tese-Mestrado-ESALQ).

KEMP, R.H. – Status of the C.F.I. international provenances trials of Pinus oocarpa Schiede. In: BURLEY, J. & NIKLES, D.G. – Tropical provenance and research and

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international cooperation. Oxford, Commonwealth Forestry Institute, 1973. v.1, p.76-82.

LEE, C.H. – Seed procurement for species and provenances research. In: BURLEY, J. & WOOD, P.J. – A manual on species and provenance research with particular reference to the tropics. Oxford, Commonwealth Forestry Institute, 1976. p.32-43.

MARTIN, B. – Initial work on the genetic improvement of tropical pines in Congo-Brazzaville. In: BURLEY, J. & NIKLES, D.G. – Selection and breeding to improve some tropical conifers. Oxford, Commonwealth Forestry Institute, 1973. v.2, p.226-35.

WRIGHT, J.W. – Mejoramiento genetico de los arboles forestales. Roma, FAO, 1964. 436p.

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Esta publicação é editada pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais, convênio Departamento de Silvicultura da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo.

É proibida a reprodução total ou parcial dos artigos publicados nesta circular, sem autorização da comissão editorial.

Periodicidade – irregular

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Comissão de Pesquisa do Departamento de Silvicultura – ESALQ-USP Prof. Luiz Ernesto George Barrichelo

Prof. Fábio Pogginai Prof. Mário Ferreira Diretoria do IPEF:

Diretor Científico – Prof. João Walter Simões Diretor Técnico – Prof. Helládio do Amaral Mello Diretor Administrativo – Prof. Ricardo Berger Responsável por Divulgação e Integração – IPEF

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