"ASSISTÊNCIA
DE
ENFERMAGEM
HUMANIZADA
AO
IDOSO
NO
AMBIENTE
ASILAR,
BUSCANDO
ORESGATE
DA
IDENTIDADE
E
AUTONOMIA,
TENTANDO
MINIMIZAR
OS
CONFLITOS
CAUSADOS
PELA
NECESSIDADE DE
INSTITUCIONALIZAÇÃO.”
Fernanda
Bion
Jacques
da
Cruz
Penélope
Paloma
Rüdiger
Scheidt
Renatha
Mendonça
Böing
UNIVERSIDADE
FEVDERAL
DE
SANTA
CATARINA
cENTRo
DE
c|ÊNc|As
DA
sAúDE
cuRso
DE
GRADUAÇÃO
EM
ENFERMAGEM
"Assistência
de
enfermagem
humanizada ao
idoso
no
ambiente
asilar,buscando
o
resgate
da
identidade
e
autonomia,
tentando minimizar
os
conflitos
causados
pela
necessidade de
institucionalização.”
Relatório final
da
Prática._
Assistencial
apresentado
à
1
disciplinade
Enfermagem
É
EAssistencial
Aplicadada
da
8*É
fase,do Curso de Graduação
em
Enfermagem
FSC ENF 0362 rnanda Bio Il (ie enTrmagem human A .24 627I
ccsmAA
A
A
AA
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AcA|:›ÊM|cAsz
TCCU
Cruz, Fe Ass s ênc a 9724962 sccsm 'Fernanda
Bion
Jacques da
Cruz
j_-'
;
Penélope
Paloma
Rüdiger Scheidt
“ ¬
Renatha
Mendonça
Böing
am. U O UFSC B N.Ch Au o Tí bx
ORIENTADORA
Dra.
Lucia
Hisako
Takase
Gonçalves
(Ê(ÍSI\¶ 'T(Ê(Í UFSC EN
F
0362 Ex.SUPERVISORA
Enfermeira
Ana
Cristina Oliveirada
SilvaHoffmann.
*
Fernanda
Bion
Jacques da Cruz
Penélope
Paloma
Rüdiger Scheidt
Renatha
Mendonça
Böing
Apresentam
o
relatório finalBanca
examinadora:
Dra.
Lucia
Hisako
Takase
Gonçalves
-
Orientadora
Professora
Ângela
Alvarez
Enfermeira
Ana
Cristina Oliveirada
SilvaHoffman
“AS
Q
@"v@l1@¢_¢_@fqwfld0
de
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uma
maneira carinhosa a todas as pessoas quecontribuíram direta
ou
indiretamente para que mais esta etapa de nossas vidas fosseconcretizada. Especialmente:
A
DEUS,
presenteem
todos osmomentos
de nossas vidas.Aquele
quecompreendeu
nossos anseios e nosdeu
força necessária para atingir nossos objetivos.AOS
FAMILIARES,
em
especial aos pais e irmãos: Renato, Clélia e Karine(Renatha), Ivo, Alice, Phyllis e filho Patrick (Penélope), Joceli Vânia, Renato,
Jucemar
,Cheila e Sandro (Fernanda), que nosacompanharam no
dia-a-dia destacaminhada
ecompreenderam
nossosmomentos
de ausência.AO
NOIVO
E
GRANDE
AMOR
CESAR,
pela força epor
acreditarem
meu
potencial.
Por compreender
osmomentos
de ausência eme
esperar para anova
etapade nossas vidas. (Renatha)
ÀS
TIAS
HILDA,
INAH
E
ILSA, pela presença constanteem
minha
vida. PelaÀ
NOSSA
ORIENTADORA,
quetambém
foium
anjoem
nossas vidas.Obrigada pela orientação e segurança que nos transmitiu. Seu profissionalismo
brilhante enriqueceu nosso trabalho e nossas vidas.
À
ANGELA,
que aceitou fazer parte da avaliação deste trabalho.A
NOSSA
SUPERVISORA,
gostariamos de agradecer pela colaboração e incentivo.AOS
IDOSOS,
anjosem
nossas vidas. Pessoas simples,porém
sábiaspor
natureza.
Nos
fizeram crescer e perceberum
sentido maispuro
da vida.A
PRESIDENTE,
ADMINISTRADORES
E
FUNCIONÁRIOS
DA
INSTITUIÇÃO,
obrigada pela oportunidade de realização de estágio e pela sua contribuição parao
nosso crescimento profissional.AOS
AMIGOS
Dr.VANIR
CARDOSO
E
EnfermeiraMARIA
DE
LOURDES
CARDOSO
pelo apoio, estímulo epor
acreditaremna
nossa capacidade.AOS
AMIGOS
FABRÍCIO,
EDUARDO,
KARINE
E CECEU,
pela paciênciae disponibilidade durante a colaboração técnica deste trabalho.
i
À
CATARINA MARIA
RUDIGER,
pela disponibilidade durante a colaboraçãoAOS COLEGAS
DE
CLASSE,
queforam
mãos
amigas durante nossa caminhada.Resumo
O
trabalho a ser apresentado trata do relato finalde
uma
propostade
prática assistencial realizada durante a VIII unidade curricular
do
cursode
graduação
em
Enfermagem
daUFSC.
Foi desenvolvido no período de 27/03/2000à 06/06/2000 na instituição asilar “Lar dos velhinhos de Zulma", localizado
em
São
José
-
SC.O
objetivo principal foi o de planejar, implementar e avaliaruma
assistência de
enfermagem
humanizada, adequando-a ao ambiente asilar,possibilitando o direito ao
bem
estar e à saúde do idoso, buscando o resgate dasexperiências anteriormente vivenciadas.
As
acadêmicas utilizaramcomo
referencial teórico a Teoria Humanistica de Paterson e Zderad,
onde
aenfermagem
preocupa-se no estarcom
o outro, visandoum
estar melhor atravésde
uma
relação autênticaque
terá resultado singular para ambos.Em
nossaprática assistencial
buscamos
o auto conhecimento,aprendemos
a utilizar oconhecimento intuitivo, aplicamos o conhecimento científico e sintetizamos esses
dois conceitos para estabelecer a relação terapêutica.
Ao
término deste trabalho,as acadêmicas consideram
que
foi possivel vivenciaruma
experiência autêntica,onde
estabeleceu-seuma
interação idoso-
enfermagem, favorecendo o cuidadoThis study treats about a final project of a nursing care purpose during the
last semester of the graduation nursing course of Santa Catarina Federal
University, developed from'27/03/2000 to O6/O6/2000 in a geriatric residence called
“Zulma” Elderly home, situated in
São
José, SC. It aims at proposing to plan, develop and avaluate the humanistic nursing care experience,due
to the geriatricresidence's enviroment, making viable the well-being and elderly health rights,
fetching the rescue of previous living experiences.
The
students used as theoricalreference Paterson and Zderad,
where
nursing cares about being with others,fetching a well-being through an authentic relation that will have singular result for
both of them. ln our practice
we
had to fit it according elderly people realitywere
living to develop our study,
We
worked with self knowledge and learnedhow
to usecientific and intuitive knowledge,
summing
upthem
to stabilish the therapeuticrelation. Concluding this study, the students considered that it
was
possible to livena authentic and unforgatable experience,
where
itwas
performed a straightlinking between elderly- nursing, offering the humanistic nursing care during the
human
aging process.suMÁR|o
1. Introduçao ... _. 2. Objetivos ... .. 2.1 Objetivo Geral ... ._ 2.2 Objetivos Específicos ... _. 3. Revisão de Literatura ... ._ 3.1 Teorias do Envelhecimento ... ._3.1.1 Teorias Gerais do Envelhecimento Biológico ... ._
3.1.2 Teorias doEnvelhecimento Psicossocial ... _.
3.2 Fisiologia
do
Envelhecimento ... _.3.3
As
Multipatologias de Incidência na População Idosa3.4 Aspectos Psicológicos do Envelhecimento ... ._
. 3.4.1 Aspectos Ligados à Velhice ... ..
3.5 Contextualização da Pessoa Idosa Brasileira ... ._
3.6 Política Nacional e
Saúde
do Idoso ... ._3.6.1
Os
Serviços deSaúde
Existentes ... ._3.7
Enfermagem
Gerontológica e Geriátrica ... _.4. Referencial Teórico ... ... _.
4.1 Biografia das Teóricas ... ._
4.2
A
Teoria ... ._4.3 Pressupostos das Teóricas ... ._
5.4 Plano de
Ação
... ._6.
Cronograma
... _.7. Descriçao dos Resultados ... ._
8. Aspectos Éticos ... ._
9. Consideraçoes Finais ... _.
10. Referências Bibliográficas ... ._
11.
Anexos
... ..1JNTRoDuçÃo
O
trabalho `a ser apresentado, trata dorelato de
uma
prática assistencialdurante o estágio da VIII Unidade Curricular do curso
de Graduação
em
Enfermagem
da Universidade Federal de Santa Catarina, cuja finalidade é mostrarque
todo o indivíduo necessita de cuidados e atençãoem
saúde, independentede
estar ou não hospitalizado e
em
quaisquer circunstâncias do viverhumano.
O
trabalho foi desenvolvido no Lar de Zulma, localizado no município deSão
José, no período de 27/03/2000 a 06/06/2000com
uma
carga horáriade 220
horas
de
atividades práticas, tendocomo
orientadora a Professora Doutora LúciaHisako
Takase
Gonçalves ecomo
supervisora a EnfermeiraAna
Cristina Oliveira daSilva Hoffmann.
Optamos' pela realização de
uma
prática assistencial direcionada aocuidado
humanizado
ao idosoem
ambiente asilar, pela necessidade deaprimorarmos nosso conhecimento, visto
que
nosso currículo não ofereceu prática eteoria referentes a este assunto.
A
opção temática resultou da afinidade existenteentre nós, acadêmicas, visto acreditarmos que:
- o idoso é
um
ser único, repleto de experiências;- o ambiente asilar requer
uma
assistência voltada principalmente aobem
estar doidoso, porque ele faz parte deste ambiente e o ambiente faz parte dele.
- a família reflete muito na
bagagem
do indivíduo, sendo, portanto, necessário suaO
título escolhido foi: "Assistênciade
enfermagem humanizada
ao
idoso
no ambiente
asilar,buscando
o
resgateda
identidade eautonomia
tentando minimizar
os
conflitoscausados
pelanecessidade de
institucionaIização."
De
acordocom
aOMS
o envelhecimento é classificadoem
quatroestágios:
Meia-idade
-
45 a 59 anosIdoso
-
60 a 74 anosAncião
-
75 a 90 anosVelhice extrema
-
90 anosem
diante.Segundo
Flores e Silva (1997), atualmente sepensa
em
saúde,imaginando-se muito mais que a simples ausência de doenças.
A
saúde
hoje é vistaa partir da idéia de bem-estar, qualidade de vida e autonomia, relembrando os
objetivos
da
OMS
de:SAÚDE PARA
TODOS
noano
2000.Para o Estado, instituições públicas e privadas e alguns profissionais da
saúde, a dependência e a falta
de
expectativa são esperadas e naturais da velhice.É
necessário, alcançar obem
estar, obter qualidade de vida e autonomia dos idosos.Mas
como
mudar
conceitos tão arraigados, mitos, estereótipos tão fortesem
relaçãoao
que
envelhece e dequem
provavelmente teráque
prevenir, tratar e cuidar deproblemas nessa faixa etária?
Estudos realizados por Guillermad (1987),
enfocam
a questão dasresponsabilidades
que
a sociedade,como
um
todo,tem
noque
se refere àdependência
do
idoso.Segundo
ele, muitos serviçosque
são oferecidos ao idoso,embora
com
objetivos de manter a autonomia e a independência, terminam por obterjustamente o contrário do
que
se propõe,aumentando
a dependência e tirando doidoso inclusive a confiança
em
seu potencial de adaptação, ajustes e possibilidadesdurante problemas ligados principalmente à saúde. `
Segundo
Ruipérez e Llorene (1996, p. 343), os cuidados prestadosem
ambiente asilar,
devem
ser integrados, levandosempre
em
conta a pessoacomo
um
todo.
Devem
superar, portanto, o cuidadomeramente
assistencial, no sentidoclássico de considerar apenas as necessidades rotineiras da vida.
Os
referidos3
digna nos casos
que
evoluem para situações de dependência.Se
a admissãoem
um
asilo, já implica, por si só,um
trauma, oque
não aconteceráquando
esta ocorrepor
uma
situaçãode
incapacidadeque
não existia?O
Enfermeiro e a equipe deenfermagem
são peças chave nas atividades assistenciaisdo
larde
idosos.As
atividades destinadas a este profissional são múltiplas e variadas.
Com
base no exposto, afirmamos o objetivo principaldo
nosso trabalho:possibilitar ao idoso o direito ao respeito, ao
bem
estar e a saúde, por meiodo
cuidado humanizado.
Para Lerch (1982), o segredo da humanização reside na filosofia
que
propõe antes
de
tudo obem
estar físico, psíquico, social e moraldo
cliente.O
cuidado durante o processo de envelhecimento, visasempre
a buscado
bem
estar, emesmo
nas piores situações os idososdevem
ser atendidoscom
dignidade.
Para nortear a assistência de
enfermagem
prestada, escolhemos a teoriaHumanística de Josephine E. Paterson e Loretta T. Zderad.
Desenvolver
um
trabalho de assistência ao idosoem
ambiente asilarcom
base na teoria humanística, não só nos possibilitou vivenciar e
compreender
oenvelhecimento
humano,
mas também
estabeleceruma
interação idoso/enfermeiro,promovendo
o cuidadohumanizado
e consequentemente minimizando os conflitos2.1 Objetivo Geral
Planejar, implementar e avaliar
uma
assistênciade
enfermagem
humanizada, adequando-a ao ambiente asilar, possibilitando o direito ao
bem
estarea
saúde do
idoso buscando o resgate das experiências anteriores vivenciadas.2.2 Objetivos Específicos
01-
Conhecer
a estrutura e organização da instituição e identificar a realidade vividapelos idosos.
02- Revisar literatura específica referentes aos
temas
abordados, aprofundando-osparalelamente ao estágio de prática assistencial.
03-
Promover
a interação do pessoal de Enfermagem, incluindo as alunas degraduação, idosos e equipe asilar, favorecendo a integração dos
mesmos,
com
vistas a proporcionar
uma
relação autêntica permitindo a trocade
informações eexperiências.
04- Prestar o cuidado
humanizado
baseado nos conceitos e pressupostos dePaterson
&
Zderad.05
-
Visitarum
serviço geriátrico/gerontológico alternativo para conhecer outrarealidade
que
,proporcione maiorbem
estar aos idosos.06
-
Participarde
eventos relacionados à área geriátrica/gerontológica e/ouque
3.
REVISÃO
DE
LITERATURA
Baseadas
na leitura de vários autores como:Shock
(1997), Brack (1997),Ducharme
(1984), Berger (1995), Ruipérez (1998),Busse
&
Blazer (1992),Guimarães
(1989), Papaléo (1994), Forciea (1998), Gonçalves, Alvarez e Stevensen(1996), descreveremos a seguir alguns temas
que
foram necessários para melhorcompreensão do
envelhecer humano.3.1 -
TEORIAS
DO
ENVELHECIMENTO
O
envelhecimento éum
fenômeno
perfeitamente natural,onde
nodecorrer dos anos, tem-se tentado explicar este
fenômeno
multidimensional, atravésde
inúmeras hipóteses. Diferentes teorias tentam explicar o envelhecimentobiológico e psicossocial.
3.1.1-
TEORIAS GERAIS
DO
ENVELHECIMENTO
BIOLÓGICO
Embora
o envelhecimento sejaum
fenômeno
universalmente conhecidopelos biólogos,
nenhuma
das definições atuais está cientificamentecomprovada
eaceita.
No
entanto julga-se cada vez mais,que
o envelhecimento éum
fenômeno
multidimensional resultante da ação
de
vários mecanismos.Os
biólogos definem o envelhecimentocomo
uma
sériede
mudanças
letais
que diminuem
as probabilidades de sobrevivência do indivíduo.Numa
tentativade
explicar estas mudanças, foram elaboradas várias teorias, dentre elas:>
Teoria imunitâriaO
`
>
Teoriado
erro da síntese protéica>
Teoria do desgaste>
Teoria dos radicais livres>
Teoria neuro-endócrina>
Teoria ImunitáriaAs
transformações a nível de sistema imunitáriopodem
terum
papeletiológico no envelhecimento.
Segundo
esta teoria, o envelhecimento resultaria daformação
de
anticorposque
atacariam as células sãs do organismo.O
organismopossui
um
notável sistema de defesaque
engloba vários mecanismos,que
sechama
“imunidade".Segundo
a teoria, é a disfunção gradual, ou a falha do sistemaimunitário
do
organismoque
originaria o envelhecimento.O
sistema imunitário atacacertas
pequenas
partes do corpocomo
se fossem invasores .Esta teoria não pode explicar todos os
fenômenos
complexos doenvelhecimento, no entanto
tem
avantagem de
ser compatívelcom
a idéia daexistência de relógios internos responsáveis por acionar o processo de
envelhecimento. Assim, transformações do sistema imunológico poderiam depender
de causas genéticas.
>
Teoria GenéticaSegundo
a teoria genética, no serhumano
o envelhecimento é a últimaetapa de
um
processo genético definido e orientado.É
certa a existênciade
um
controle genético de duração idêntica à da vida, que explica as diferenças
marcadas
entre a média
de
vida nas várias espécies animais.Para vários investigadores, o envelhecimento
uma
conseqüência da deterioraçãoda informação genética necessária à formação das proteínas celulares. Esta
instabilidade originaria modificaçoes da molécula do
DNA,
advindo daí erro nasíntese de proteínas.
>
Teoriado
erro na síntese genéticaSegundo
esta teoria, o envelhecimento resultaria da degradação celular.7
compostos
químicos dessa cadeia falseiam a informação genética, impedindoconsequentemente a célula de produzir as proteínas essenciais à sobrevivência das
células.
Investigadores afirmam
que
erros a nível das inúmeras etapas da sínteseprotéica levariam à formação de proteínas incompetentes e incapazes de
desempenhar
as suas funções, esses erros ou perturbações, seriam responsáveispelo envelhecimento.
>
Teoriado
Desgaste
Segundo
Sacher (em Shock, 1977) o organismohumano
se comportacomo
uma
máquina
cujas partes se deterioramcom
o uso.O
desgaste provocariaanomalias, daí advindo
uma
paragem
desse mecanismo. Porém,Shock
consideraque
a analogiahomem-máquina
não éuma
boa comparação,sendo que
osorganismos vivos desenvolveram certos
mecanismos
capazesde
auto-reparação.Alguns tecidos
produzem
continuamente novas célulasde
substituiçãoque
diminuem
os efeitos do envelhecimento por desgaste.>
Teoriados
radicais livresSegundo
esta teoria, o envelhecimento e a morte celularprovêm
dosefeitos nefastos causados pela formação dos radicais livres.
Os
radicais livrespoderiam provocar o envelhecimento por diversos
mecanismos
como
a peroxidaçãodos lipídeos não saturados levando à formação de substâncias tóxicas para as
células das quais não
podem
se libertar. Estas substâncias sãochamadas
depigmentos de envelhecimento ou Iipofuscina. Através
do mecanismo
de ligação àsfibras reticulares
do
tecido conjuntivo, os radicais livres constituemtambém
um
obstáculo à difusão das substâncias nutritivas, diminuindo assim a vitalidade dos indivíduos.
>
Teoria neuro-endócrinaSegundo
esta teoria, o envelhecimento é causado pelo fracasso oufunções
do
corpo.A
regulação do envelhecimento celular e fisiológico está ligada àsmudanças
neuro-endócrinas.O
sistema endócrino funcionaem
estreita harmoniacom
o sistemanen/oso
com
o objetivo de manter a homeostasesendo que
a maior parte dasfunções neuro-endócrinas parece diminuir
com
a idade.As
mudanças
neuro endócrinas, dentre elas a modificação da produçãoou liberação
de
certos hormônios teriam efeitos diretos sobre o envelhecimento.Para alguns autores a longevidade seria regulada por
um
relógio biológicoque
agirianas glândulas endócrinas, sobretudo na hipófise. Estes relógios
desencadeiam
osgrandes processos humanos, dentre eles o envelhecimento.
Estamos
longe dacompreensão
precisa dos múltiplos fatores eprocessos
de
deterioração implicados nofenômeno
multidimensionaldo
envelhecimento.
3.1.2-
TEORIAS
DO
ENVELHECIMENTO
PSICOSSOCIAL
Os
inúmeros estudosem
gerontologia social, elaboradoscom
o objetivode explicar a influência dos fatores culturais e sociais sobre o envelhecimento,
culminam
em
várias teorias, dentre elas:o Teoria da atividade
ø Teoria da desinsersao
o Teoria da continuidade
ø Teoria
da
atividadeLemon
e outros formularamem
1953 a seguinte hipótese:um
idoso devemanter-se ativo se quer obter mais satisfação na vida e se quer manter a auto estima e conservar a saúde.
Segundo
esta teoria a velhicebem
sucedida pressupõe a descobertade
novos papéis ou
uma
nova organizaçao dos jádesempenhados.
A
sociedade devevalorizar a idade a facilitar este processo.
o Teoria
da
desinsersãoA
teoriada
desinsersao deCumming
e Henry, demonstraque
o9
sociedade.
Em
outros termos, o individuo põe fim de forma gradual, ao seuempenhamento
e retira-se da sociedade, sendoque
esta oferece-lhe muitomenos
que
anteriormente.Quando
a desinsersão é total, o indivíduo atingeum
novoequilíbrio, caracterizado pela modificação do seu sistema de valores. Brack (1977),
considera
que
esta teoria tenta justificar a desinsersão, presumindoque
oafastamento
do
meio físico e social durante o envelhecimento, éuma
etapa normaldo desenvolvimento.
o Teoria
da
ContinuidadeA
teoria da continuidade demonstraque
o envelhecimento éuma
parteintegrante do ciclo
de
vida e nãoum
período final, separado das outras fases.O
idoso
mantém
os seus hábitosde
vida, suas preferências, experiências ecompromissos
adquiridos e elaborados durante a sua vida. Destemodo,
a condutade
um
indivíduonuma
determinada situaçãomantêm-se
idêntica ao seucomportamento
anterior. AEmbora
existauma
certa descontinuidade ao nível das situações sociais,os hábitos e estilo
de
vida adquiridos pelo idoso determinam sua adaptação.3.2 -
FISIOLOGIA
DO
ENVELHECIMENTO
“Velhice não é doença, entretanto, é universal, progressiva, declinante, e
intrínseca”. (Goldman, 1979).
A
saúde
não desaparece automaticamentecom
achagada
da velhice,que não
é sinônimode
doença.No
processo de envelhecimento são atingidos todosos sistemas importantes do organismo, e o efeito destas
mudanças
nos contextos ambientais especificos modifica os comportamentos individuais, trata-se no entantode processos normais e não sinais de doença.
As
modificações fisiológicas do envelhecimentohumano
têm
efeitoscumulativos, fazem-se
sempre
de maneira progressiva, são irreversíveis e deletériospara todos os seres humanos.
As
alterações causadas pelo envelhecimentoexternos e internos,
sendo que
o envelhecimento dos sistemas fisiológicostambém
é
um
processo individual.O
envelhecimento orgânico não éhomogêneo
enumerosas
são ascausas
do
envelhecimento, estas seagrupam
em
quatro grandes categorias:- causas genéticas
- ausência de uso ou
mau
uso deuma
função ou aptidão durante o crescimento eidade adulta.
- fatores de risco
-
doenças
intercorrentes que aceleram o envelhecimentoNo
organismo, registra-seuma
série de alterações tanto físicas quantopsicológicas e funcionais.
Relacionaremos abaixo
uma
síntese das alterações fisiológicas doenvelhecimento.
Composição
CorporalA
água
intracelular diminui, oque
quer dizerque
o idoso éuma
pessoadesidratada. Daí o cuidado na hidratação e na prescrição
de
drogas hidrossolúveis,pois elas estão
em
maior concentraçãoque
no adulto jovem. .A
musculatura atrofia, ou podem, até, algumas fibras diminuíremem
número, trazendo repercussões
em
vários aparelhos,como
veremos
a seguir.A
gorduraaumenta
de proporção, principalmente noabdômen
e cintura pélvica. Cuidado especial érecomendado
ao prescrevermos drogas lipossolúveis,pois seu
tempo
de ação estáaumentado
por ter sido depositadoem
maiorproporção, se
comparada
ao adulto jovem.Pele e fâneros
Diminui a elasticidade da pele. Esta
somada
a desidrataçãoque
acabamos
de comentar, mais os movimentos de expressão e a gravidadedão
origem as rugas.
Além
disso obsen/a-se a atrofia e xerodermia, fazendocom
que
essa pele abson/a mais os cremes
que
lhe são aplicados.A
pele secatambém
pode
ll
esbranquiçados pela diminuição da função dos melanócitos.
As
unhas crescem maislentamente, são espessadas, endurecidas e quebradiças.
Tecido celular e
subcutâneo
Embaixo
da pele a gordura é menor, apesar de que,como
já foi descrito,globalmente se encontra aumentada. Essa modificação leva a pessoa a diminuir a
sua habilidade de termorregulação.
Sem
proteção sob a pele os contornos ósseos evasculares são proeminentes e há formação de
hematomas
aosmenores
traumatismos.
Órgãos dos
sentidosTodos
os sentidospodem
estar diminuídos,devendo
ser estimulado o usode prótese dentária para evitar a desnutrição, os óculos contra as
quedas
que, juntoà prótese auditiva, evita o isolamento da pessoa por não conseguir perceber o
que
se passa ao seu redor.
Musculatura
A
musculatura diminuicom
conseqüente perdade
força, flexibilidade,resistência e equilíbrio, facilitando a ocorrência
de
quedas.Os
idososmovimentam-
se
com
mais entidao etambém
apresentam coordenaçao muscular comprometida.Ossos
A
massa
óssea encontra-se diminuída, é a osteopenia.Se
a perdaultrapassar a
30%
estaremos diante da osteoporose, nãosendo
mais fisiológico.Pela sua alta incidência, considera-se a osteofitose fisiológica
quando
nãocompromete alguma
estrutura anatômicaque
possa trazer sintomas constantes ouintermitentes.
Postura
Tende
a ser cifótica pela diminuição da altura das vértebras provocadapela osteopenia e desidratação dos discos intervertebrais.
Somando-se
essas duascomparada
com
elamesma
quando
mais jovem.Após
40 anos perde-se1cm
a cadadécada.
Além
da cifose, observa-se flexão dos quadris e dos joelhos e a cabeçainclinada para trás
com
a finalidade de equilibrar o corpo,mantendo
o centro degravidade.
Com
amudança
da musculatura, ossos e postura, o andartambém
semodifica.
A
mulher apresentamarcha
depequenos
passos e ohomem
aumenta
abase.
Artérias
Com
depósito de gordura e cálcio ao longo dos anos, as artérias estãomais endurecidas e estenosadas,
aumentando
a resistência periférica. Precisamosobsen/ar a hipertensão iniciada na pessoa idosa.
Pode
serque
a pressão intra arterial esteja normal esomente
a parede da artéria éque
estejacom
suaelasticidade comprometida.
É recomendado
iniciarcom
dose
baixade
anti-hipeitensivo para evitar a hipotensão arterial.
Coração
Miocárdio
com
elasticidade diminuída,comprometendo
o débito cardíaco,com
diminuição da resen/a funcional.Após
esforço físicoque
provoque taquicardia, observa-se maiortempo
para
que
a freqüência cardíaca volte ao normal.As
válvulaspodem
espessar-se, ouvindo-se sopros.O
depósito de lipofuscina no feixe de Hispode
provocar arritmiase bloqueios.
Se
não houver repercussão hemodinâmica não se intervém.Pulmões
Alvéolos e brônquios apresentam-se
menos
elásticosaumentando
o arresidual,
As
calcificações esterno-condral e condro-verticalaumentam
a rigidez dacaixa torácica.
A
força dos músculos está diminuída. Esse conjunto fazcom
que
diminua a secreção pulmonar.
Aparelho
digestivoNão
é fisiológico, entretanto, é bastantecomum
em
nossos meios a falta13
adaptadas.
Com
o decorrer do tempo, há desgaste dos dentes,devendo
as prótesesser trocadas
com
intervalo médio de 5 anos.Como
o tubo digestivo se movimenta à custa das contrações muscularespróprias, encontraremos no idoso
uma
atoniacom
a motilidade diminuída, retardo doesvaziamento, trazendo
como
conseqüência a constipação intestinal.A
atrofia damucosa
leva à diminuição da acidez gástrica e da atividadeenzimática,
podendo
alterar a absorção de certas substâncias,como
é o caso davitamina B12.
Em
conseqüência à diminuição da circulação, no fígado ocorremenor
metabolização, principalmente dos medicamentos, e
menor
síntese proteica,estando as substâncias não ligadas às proteínas, livres no plasma, ocorrendo
com
mais facilidade as intoxicações. Já o pâncreas secreta
menos
insulina,aumentando
a glicemia
em
jejum. Considera-se normal para essa faixa glicemia até 140mg.Aparelho
GeniturinárioA
unidade funcional do rimtambém
encontra-se comprometida,havendo
diminuição da filtração, reabsorção e eliminação.
O
tônus vesical é menor,aumentando
o resíduo urinário,com
tendência maior de infecção.Devido à' função
prejudicada, pode surgir a poliúria compensatória pela
falta
de
concentração de urina.Na menopausa
háqueda
de estrogênio, provocando atrofia vaginal, facilitando àsinfecções urinárias
de
repetição pelamudança
da flora bacteriana local.A
próstataaumenta,
podendo
trazer retenção urinária noshomens
com
conseqüente infecção.Sistema nervoso
centralO
número
de neurôniostambém
diminui.Após
os 40 anosperdemos
200.000 dessas células por dia.
A
memória
pode estar diminuída,mas
nãochega
aalterar a rotina diária.
Existem nesse tecido, assim
como
nos outros, as alterações vasculares emetabólicas
que
somadas
àqueda
da quantidade celular,podem
trazeruma
Ienificaraodo
aprendizado.A
pessoa idosa necessita taosomente
ler e ouviruma
Concluindo
sabemos
que
existem modificaçõesem
todo o organismo,com
o envelhecimento.Devemos
compreendê-las paraque
possamos
trataradequadamente
as pessoas idosas, explicando-lhes as diferenças.Compreendendo
o
que
esta ocorrendo,aumenta
a chance deadesão
ao tratamento, facilitandotambém
a prevenção de alterações que, apesar de fisiológicas,podem
trazer malestar.
_
Atualizando freqüentemente nossos conhecimentos
em
relação àfisiologia do organismo da pessoa idosa, sentiremos mais facilidade
em
separar adoença
das alterações próprias do envelhecimento, tarefa muitas vezes difícil paraos profissionais.
0 Alterações perceptivas
com
o envelhecimento
A
percepção auditiva é afetada por diversas alterações estruturais efisiológicas relacionadas à idade. Esses declínios incluem alteração
de
limiares auditivos, discriminação de intensidade, localização de som, mascaramento,restabelecimento de sonoridade e
compreensão
da fala.As
alterações viciais relacionadas à idade na estruturado
olho resultamem
diferenças funcionais significativas. Essas alterações anatômicas incluem: (1)achatamento
da
superfície corneal, (2)embotamento
do cristalinoque
atenua a luzdisponivel, (3) perda da capacidade do cristalino
em
acomodar-se, (4) perdas naeficiência e
número
de foto-receptores na retina.Além
destas alterações particularmente afetadas, outras condiçõespatológicas se tornam mais
comuns
com
o avanço da idade: catarata,glaucoma
edegeneração macular.
Em
relação ao paladar e olfato na velhice,com
o avanço da idade, háuma
capacidade diminuída de perceber sabores e odores.As
alterações sãoresultado da perda
de
receptores e demudanças
em
circuitos neuroniais. Paladar eolfato
diminuem
com
o avanço da idade e alteram a capacidade de destinguirbebidas e comidas.
Estudos
mostram que
a sensaçao tátiltambém
diminuemcom
o avanço15
o Alterações
das
estruturas cerebrais efunção
cognitivaDurante o envelhecimento produzem-se no cérebro certas alterações
fisiológicas, tais alterações atingem principalmente as regiões frontal e temporal.
A
atrofia cerebral caracteriza-se por
uma
diminuição do pesodo
cérebro edo número
de neurônios funcionais.A
diminuição normal donúmero de
neurônios situa-se entre25-40%
e faz-sede
maneira progressiva e demodo
algumimpede
o funcionamentomental e psicológico
do
idoso.A
diminuiçãode
certas funções cognitivas é normal no envelhecimento.Mesmo
nos idosos mais funcionais, manifestaçõescomo
as perdasde memória
representam
uma
importanteameaça
ao bem-estar e auto-estima.O
desempenho
cognitivomantém-se
intacto na maioria das pessoasidosas.
As mudanças
intelectuaisparecem
mais relacionadascom
a modificação decertas funções do
que
com
alterações da inteligênciaem
simesma.
As
maisatingidas são sobretudo funções como: a memória,
tempo de
reação e percepção.Embora
haja perdas cognitivas o idoso continua a adaptar-se.“As disfunções cognitivas não são doenças,
mas
estados fisiológicos nodo
envelhecimento”.~
3.3 -
AS
MULTIPATOLOGIAS DE
INCIDÊNCIA
NA
POPULAÇAO
IDOSA
É
importante assinalar que não existemdoenças
própriasdo
idoso.Algumas doenças
são muito mais freqüentes neste grupo etário,_porémpodem
manifestar-se
em
outras idades.À
peculiaridade das doenças geriátricas apoia-se na deterioraçãoque
acarreta sobre os aspectos funcional, mental e social
do
idoso.v Funcional:
pode
apareceruma
incapacidade para atividades básicas da vidadiária, assim
como
para atividades instrumentais. Estas atividades sãofundamentais para garantir a autonomia do idoso.
‹ Mental: ao
doenças
podem
afetarem
nível cognitivo, limitando a memória, acapacidade de raciocínio e abstração, e
em
afetivo predispondo à depressão.‹ Social: o aparecimento de
uma
doença pode
condicionarà internaçaoem um
larEstas três dimensões estão intimamente relacionadas no paciente geriátrico.
Os
idosos apresentam patologiascom
uma
freqüência muito elevada (até80%), freqüentemente coexistem mais de
uma
doença
(pluripatologia).A
seguirestão
enumeradas
as doenças maiscomuns
no idoso e asque
geram
maisincapacidade.
MAIS
COMUNS
- Cardiovasculares:
. Insuficiência cardíaca.
_ Hipertensão arterial.
_ Infarto
do
miocárdio e angina de peito. _ Arteriopatias periféricas. _ Distúrbios venosos. - Respiratórias . Bronquite crônica. _ Pneumonia. _ Tuberculose. _Câncer de
pulmão. - Digestivas. Úlceras duodenais e gástricas.
_
Câncer
de estômago, de cólon._ Hepatopatias crônicas. Cirrose.
_ Prisão de ventre. - Urinárias
_ Infecção urinária.
_ Hipertrofia e câncer
de
próstata. . Incontinência urinária.-
Hematológicas
_
Anemia
_ Leucemias e linfomas. Mieloma múltiplo.
-
Sistema
Nervoso
. Demências:
doença de
Alzheimer.Demência
vascular.17
. Acidente vascular cerebral: trombose e embolia cerebral.
- Psiquiátricas
_ Depressão
_ Transtornos por ansiedade.
.
Síndrome
confusional aguda.- Metabólicas e
Endócrinas
_ Diabetes Mellitus. . Desidratação. . Alterações da tireóide. _ Obesidade. -Reumatológicas
e Traumatológicas .Artrose. . Osteoporose.. Fraturas: quadris, rádio, úmero. _ Artrite reumatóide.
.
Doença
de Paget._ Artrite da temporal e polimialgia reumática.
-
Órgãos dos
Sentidos. Visual: cataratas, glaucoma.
. Auditivo:
tampões de
cera, presbiacusia.Pudemos
perceber, através de nossa prática assistencial,que
dentre aspatologias citadas, as mais incapacitantes são: artrose, osteoporose, acidentes
vasculares cerebrais, doenças cardíacas, doenças respiratórias, tumores malignos e
alterações dos sentidos.
Uma
série de problemas, que pela sua prevalência e relevância,"denominam-se
grandes síndromes geriátricas",podem
ser fruto de muitas daspatologias distintas e citadas e requerem tratamento específico.
GRANDEs
síNDRoMEs
GER|ÁTR|cAs_ Instabilidade e quedas.
. lmobilidade.
. Incontinência.
_ Insuficiência Cerebral
Dentre muitos, o desafio maior da Geriatria é o de prevenir, tratar e cuidar
daqueles
que
constituem os problemas típicos das pessoasde
idade avançada, oschamados
cinco “is".A
presença deum
ou mais destes problemas implicaem
prejuízo para a independência funcional, impedindo o idoso
de
atendersuficientemente suas próprias necessidades alimentares, higiênicas e sociais.
São
atributos dos cinco is: múltipla etiologia, não constituir risco de vidaiminente,
comprometer
severamente a qualidade de vida, complexidade terapêutica.Imofilllflaílël llnstafiílifladël llncontinêncial [lnsufÍCerebraIl [latrogenial
Imobilidade
lmplica na incapacidade funcional de o individuo deslocar-se
sem
oauxilio de outra pessoa,
com
a finalidade de atender às suas necessidadesfisiológicas. Independentemente da causa, esta situação é
de
tal forma complexaque
justifica a designação “síndrome de imobilização”, caracterizada por sinais e sintomasque
terminam por perpetuar a dependência.A
imobilidade no idosos, surgeprincipalmente por causa de fraturas.
Uma
imobilização teoricamente temporária(como
a decorrente da recuperação da fraturade
fêmur), provoca atrofia muscular,rigidez articular e favorece o aparecimento
de
incontinôencia e úlcerasde
decúbito.Além
disso, a permanência no leito dificulta a ventilaçãoadequada
das basespulmonares, criando condições para instalação de processos infecciosos.
A
associação de baixa ingestão de líquidos e a falta de fibras na alimentação
podem
provocar constipação intestinal.Ao
quadropodem
somar-seum
estadode
confusãomental e a ocorrência de
fenômenos
tromboembólicos.Esta sucessão de eventos patológicos caracteriza
um
efeito dominó, noqual a
um
problema médico inicialsucedem-se
várias complicaçõesque
devem
sertratadas simultaneamente.
Instabilidade Postural
A
elevada incidência de fraturasem
idosos constituium
dos indicadoresda tendência a quedas, observada na velhice. Contudo, o trauma é
apenas
uma
das19
diariamente
com
omedo
de cair, a ponto de tornarem-se reclusosem
seus própriosdomicílios e de Iimitarem suas atividades físicas.
A
etiologia dasquedas
ainda está por ser esclarecida na sua totalidade,porém, atualmente já se identificaram maneiras de prevenção
de
quedas,notadamente
quando
são resultantes de farmacoiatrogenia e alteraçõesde
marcha,que
são passíveisde
correção através da fisioterapia.As
quedas
sãouma
importante causa de morbimortalidade, sobretudoem
países mais desenvolvidos, onde sua freqüência
vem
sendo
estudada. Resultam dasuscetibilidade
aumentada
no idosoem
combinaçãocom
fatores externospredisponentes.
Sua
prevençãoem
nível primário incluem medidasque
levam aevitar
doenças
crônicas e debilidade física.Também
deve-se orientar sobre oespaço físico: boa luz, cores contrastantes, móveis baixos e
sem
superfíciespontiagudas, corrimões nas escadas e corredores, apoio nos banheiros; degraus
regulares e baixos; chão liso e
sem
obstruções e calçadoscom
base firme.No
nívelsecundário, a prevenção se resumiria
em
diagnosticar e tratar as patologiassubjacentes.
Merecem
destaque as enfermidadesque surgem
na formade
tontura,com
ousem
vertigens, e de sincopes.Diversas entidades mórbidas têm surgido
como
fatoresde
risco para quedas, assumindouma
importância maior na prevenção de morbimortalidade e noseu
manejo
adequado.Na
área cardiopulmonar estes fatores são insuficiôenciacardíaca, arritmias, ictus isquêmico transitório e
doença
broncopulmonar obstrutivacrônica.
Os
fatores neuromusculares são seqüelas deAVC,
alteraçõesde
labirinto,doença
de Parkinson, osteoporose e neuropatias.Os
medicamentos
também
sãoimportantes, principalmente sedativos, antidepressivos e hipoglicemiantes orais.
Problemas nos pés e diabetes mellitus
merecem
igualmente menção.Em
termos dereabilitação, surge a necessidade de abordagens multiprofissionais e
um
esforçode
adequar o idoso às limitações irreversíveis.
Incontinência
A
eliminação involuntária de urina e fezes constituiuma
das mais severasameaças
à dignidade das pessoas.No
entanto, a incontinência urinárianao
costumamotivar a investigação médica.
As
causas da incontinência urinária são coänplexas, eAo
contrário doque
possa parecer, a incontinênciapode
ser tratada,desde que
a causa seja exaustivamente pesquisada. Aindaque
o sucessoterapêutico seja muitas vezes limitado, é melhor do
que
a alternativa resultante daignorância diagnostica e terapêutica.
Insuficiência Cerebral
Designa a condição na qual as funções encefálicas,
em
particular as dodesempenho
intelectual, estão comprometidas la pontode
prejudicarem aindependência funcional e a autonomia.
Os
casosde
insuficiência cerebral nãopodem
ser considerados irremediáveis, a confusão mental, por exemplo, éuma
situação compativel
com
as mais diferentes formas de disfunção orgânica registradaem
outras partesdo
organismo,que
não o encéfalo.Os
pacientescom
sinais e sintomas de insuficiência cerebral, e muitoparticularmente, nos casos de
doença
de Alzheimer, constituemtambém,
uma
enorme
carga para suas famílias, as quaisdevem
ser consideradas dentro daperspectiva
de
tratamento e suporte.Iatrogenia
Os
idosos incluem-se entre os pacientesque
maiores complicaçõesapresentam
em
decorrência dasempre
bem
intencionada ação dos médicos.Os
erros
costumam
ser cometidos justamente por aquelesque
não hesitamem
atribuirà senilidade, toda e qualquer condição ou manifestação clinica
que
não lhes sejafamiliar.
Desse
modo, a iatrogenia pode ser: substrativa e aditiva.No
primeiro caso,o erro consiste
em
nada fazer e atémesmo
desestimularque
se faça.Não
raramente, idosos são privados de reabilitação fisica, pela crença, errônea, de
que
não
lhes é possível recuperar a independência funcional,sendo
que
amesma
situação configura-se para pacientes deprimidos e confusos, os quais, antes
de
receber o tratamento adequado, são considerados
como
senis.O
maior dos exemplos de iatrogenia aditiva, decorredo
uso demedicações e imposições dietéticas absurdas.
A
tentativa de se tratarem todo ossintomas de idosos
com
drogas, leva à utilização imoderadade
medicamentos que
acabam
sendo
prejudiciais.Do
mesmo
modo
a imposiçao de dietas rigorosas para21
“Geriatria é
uma
especialidade abrangente, cujo horizonte transcende 0 tratamento das doenças dos velhos, postoque
a saúde destes é melhor estimadapelo nível de independência funcional, pela autonomia e não
somente
pela presençade
um
determinado agravo”. (Guimarães,1989. p.3, cap.1)Relacionamos abaixo as patologias
de
maior incidência encontradas nocampo
de estágio. (a releitura e os estudo das fisiopatologias, foram discutidasem
grupo, não serão descritas devido sua extensão).
HIPERTENSÃO
ARTERIAL
Aproximadamente
40%
das pessoas de mais de 65 anos são hipertensas.A
OMS
estabeleceque
o idoso é considerado hipertensoquando
em
posição supina, apresenta pressão sistólica igual ou superior a
160mmHg
e/ou pressão diastólica igual ou superior a95mmHg.
A
hipertensão arterial éuma
doença multifatorialque depende de
diversosmecanismos
interligados, muitos dos quais se alteramcom
o envelhecimento.Inúmeras investigações têm associado essa afecção
com
acidentes vascularescerebrais, tendo sido demonstrada incidência duas vezes maior nos idosos
hipertensos. 4
A
identificação dos fatores etiológicos ê de fundamental importância, poispermite orientar a conduta terapêutica a ser seguida.
As
complicações da hipertensão são as decorrentes principalmente decomprometimento cerebral, cardíaco e renal.
A
hipertensão arterial, propicia condições para odesencadeamento
deAcidentes Vasculares Cerebrais lsquêmicos ou Hemorrágicos.
As
modificações cardíacasdo
próprio envelhecimento nos idosos portadoresde
hipertensão arterial,associam-se às alterações determinadas pela sobrecarga crônica e
comprometimento da circulação coronariana.
Com
isso, ocorre hipertrofia miocárdicae maior probabilidade de quadros de insuficiência coronariana, insuficiência cardíaca e arritmias.
Os
benefícios da redução da pressão arterialem
idosos são discutíveis,pelo
menos
em
algumas situações. Assim,em
pacientes da terceira idade, aelevados,
pode
ser contra-indicado, desdeque
nesse enfermo, a hipertensão atuecomo
mecanismo compensados que
assegura a irrigaçãode
órgãos vitais.Nessas
situações, a redução da pressão a níveis normais
pode
determinar o aparecimentode
fenômenos
isquêmicos, principalmente cerebral e coronariano.De
maneira geral, no entanto, não se discute mais os benefícios daterapêutica anti-hipertensiva. Assim, além da hipertensão arterial representar
importante fator de risco, demonstra-se a importância
do
tratamento na prevençãode
manifestações ateroscleróticas e na redução da mortalidade pordoenças
cardiovasculares.
OSTEOPOROSE
É
um
tipocomum
de doença Óssea metabólica, caracterizada pelaredução difusa na quantidade de osso (osteopenia),
sendo
o osso residualde
composição normal.
A
redução da quantidade de osso ocorre normalmentecom
oenvelhecimento, e a fronteira entre a perda óssea e a entidade patológica
nem
sempre
é clara.A
osteoporose constituium
dos principais problemasde saúde
noidoso, sobretudo
em
mulheres,com
maior suscetibilidade a fraturas graves,incapacidade e morte.
Patologia
A
osteoporose caracteriza-se poruma
quantidadedemasiado pequena
deosso; todavia, o
que
se encontra presente é constituido normalmente por osteóide eminerais Ósseos.
Pode
localizar-se nos ossos deum
extremidade,como
ocorre naatrofia por desuso
com
a imobilizaçãonum
aparelho de gesso; entretanto,costuma
ser generalizada.
Fatores
de
RiscoA
pessoa mais susceptível a ser afetada éuma
mulher pequena,sedentária, nulípara, na pós-menopausa, de raça branca e
que
teve durante toda asua vida,
um
regime alimentar deficiente de cálcio.Raça
e heredítariedade-
A
incidência da osteoporose variasegundo
a_ raça. Porexemplo, os negros,
que têm
massa
óssea maiorque
os brancos e orientais,em
23
Nutrição
-
Um
suprimento cálcicoadequado
é tão importante para manter amassa
óssea
máxima como
para alcançá~Ia.Ao
contrário de certas crenças populares,nossas necessidades de cálcio
aumentam
com
a idade.Atividade física
-
A
atividade diária de suportar o pesodo
próprio corpo é essencialpara a
saúde
do esqueleto.A
tensão mecânica do peso do corpo constitui, talvez, oprincipal fator
exógeno que
atua sobre o desenvolvimento e a remodelação óssea.Uma
pessoa sedentária corre maior risco de tornar-se osteoporóticaque
outra, ativa,que
pratique exercíciosque
envolvam o suportar o próprio peso.Classificacão
das Osteoporoses
Osteoporose Pós-Menopáusica
e SenilEsses dois tipos de osteoporose generalizada são considerados juntos
porque são muito parecidos.
A
distinção é as vezes arbitrária:quando
as mulheresdesenvolvem osteoporose entre a
menopausa
e a idade de 65 anos, a osteoporoseé
denominada
“pós-menopáusica", ao passoque
sehomens
e mulheresdesenvolvem esta condição após 65 anos, ela é
denominada
“seníI”.As
osteoporoses pós-menopáusica e senil representam a
doença
generalizada maiscomumente
observadaem
pacientes. Afirmou-seque
a osteoporose éradiologicamente detectável
em
50%
de
todas as pessoas acimade 65
anos, equando
recordamosque
a quantidade total de osso deve estar diminuídaem um
terço para
que
possa ser detectada radiologicamente, verificamosque
as formasmenos
gravesde
osteoporose senil e da pós-menopáusica são realmente bastantecomuns.
O
hipogonadismo nos mais idosos,bem
como
uma
ingesta dietéticainadequada
de
cálcio,parecem
ser os fatores na etiologia deste tipode
osteoporosee, portanto, a condição
bem
pode ser agravada pela sobreposição da “osteoporosede desuso” associada
com
o habitual declínio da atividade física nos idosos.Osteoporose
porDesuso
A
massa
óssea modifica-seem
resposta a tensões mecânicas.Após
uma
imobilização (seja local ou geral), a densidade óssea diminui intensa e rapidamente,
com
perdas ósseas proporcionais da matriz óssea e do conteúdo mineral.Podem
imobilização total.
Só
o movimento não protege contra a osteoporose.A
atividadefísica é necessária para o
bom
estado do esqueleto.Osteoporose
Relacionada àAlimentação
O
papel da nutrição no desenvolvimento da osteopenia é complexo.Um
déficit alimentar crônico
em
cálcio eem
proteína, assim como,um
déficitem
vitamina C, co-fator essencial
do
metabolismodo
colágeno,podem
provocardiminuiçao da
massa
óssea.Osteoporose
Relacionada aEnfermidades
Quase
todas as enfermidades crônicaspodem
provocar osteopenia,sendo
amá
nutrição e a imobilização as causas principais.Com
freqüência, autilização
de
glicocorticóides, necessária para o tratamentode
numerosas
enfermidades crônicas,
aumenta
a perda óssea.A
osteopeniatambém
éuma
complicaçãocomum
da maioria dos tumoresda
medula
óssea.O
mieloma múltiplo, o mais freqüente dos tumores ósseosprimitivos no adulto, pode ser
acompanhado
de osteopenia axial e periféricageneralizada intensa.
As
células mielomatosasproduzem
um
fator circulante que,ativando os osteoclastos, estimula fortemente a destruição Óssea. Cerca
de
1%
dospacientes
que
apresentamuma
osteoporose sintomáticatem
mieloma múltiplo.A
leucemia, o mieloma e o raríssimo tumor de células gordurosas
também podem
estar associados a
uma
osteoporose.Manifestações Clínicas
A
osteoporose costuma ser,em
geral, assintomática, amenos
que
resultenuma
fratura-
fratura vertebral porcompressão
ou fatura do quadril,da
pelve,úmero
oude
qualquer outro osso.O
sintoma mais típico consiste no início súbito dedor nas costas associada à
compressão
vertebral causada por algum estressemoderado
(p.ex. levantarum
objeto, inclinar-se). Esse quadropode
estar associadoa
espasmos
musculares e ao íleo,porém
costuma melhorar no transcorrer dealgumas semanas.
Com
uma
série dessas fraturas axiais, geralmentecom
o25
altura e surgimento de cifose.
As
fraturas de quadrilpodem
ocorrerem
conseqüênciade traumatismo
moderado
ou, inclusive, demodo
espontâneo, ecomportam
uma
taxa
de
mortalidade de 15%, resultando incapacidade grave e na necessidade detratamento a longo prazo para muitos
que
sobrevivem.Tratamento
Em
vista da magnitude da moralidade relacionada à osteoporose pós-menopáusica
e senil (especialmente fraturasmacro
e microscópicas), não é de sesurpreender que estudiosos do metabolismo ósseo
tenham
se esforçado por muitosanos
em
prevenir, interromper, oumesmo
reverter tais osteoporoses pelo tratamentomédico, isto é, por agentes terapêuticos.
Os
muitos agentes investigados até hojeincluem estrogênios (apenas para mulheres), hormônios anabolizantes, calcitonina,
disfosfonatos, vitamina
D
e fluoreto de cálcio e de sódio.Cada
um
desses agentesem
altas dosespode
produzir efeitos colaterais indesejáveisem
alguns pacientes, por isso,devem
ser administradoscom
precaução e apenascom
supervisão regular.Embora
muitas investigações científicas aindatenham
que ser feitasem
animais eseres
humanos
antes do amplo tratamento médico de todos os pacientescom
osteoporose, a
combinação
freqüentementerecomendada
de fluoretode
sódio ecálcio parece muito promissora.
Um
programa de exercicios físicos e regulares, temmostrado ajuda para superar pelo
menos
ocomponente
de atrofia dadoença
naosteoporose, que é secundária à vida sedentária da mulher na pós
menopausa,
bem
como
do idoso,em
ambos
os sexos.As
dores na coluna causadas por microfraturasem
vértebras osteoporóticaspodem
ser diminuídas pelo uso deum
colete leve ebem
adaptado.Pouco
entendida, apesar de tãocomum,
a osteoporose nãotem
um
processo estabelecido de cura, o que ressalta a importância da sua prevenção.