SIMONE
DENISE
DAVID
o IMPACTO
DAS
MEDIDAS
PROFILÁTICAS
NA
TRANSMISSÃO
VERTICAL
DO
HIV
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão do Curso de Graduação
em
Medicina.FLORIANÓPOLIS
-SANTA CATARINA
SIMONE
DENISE
DAVID
0 IMPACTO
DAS
MEDIDAS
PROFILÁTICAS
NA
TRANSMISSÃO
VERTICAL
D0
HIV
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão do Curso de Graduação
em
Medicina.Coordenador:
Prof. Dr.Edson
JoséCardoso
Orientador: Prof. Dr.
Aroldo
Prohmann
de
Carvalho
FLORIANÓPOLIS
-
SANTA CATARINA
Florianópolis, 2001. 44p.
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a
conclusão do Curso de Graduação em Medicina - UFSC.
l.Síndrome de Imunodeficiência Adquirida. 2.Criança. 3. Transmissão
AGRADECIMENTOS
~
Ao
Prof. AroldoProhmann
de Can/alho,minha
gratidão e admiraçao pela disponibilidade e dedicaçãoem
todas as etapas de execução deste trabalho.Aos
funcionários do Hospital Dia pelo auxilio concedido.À
minha
família, pelo incentivo, apoio ecompreensão
em
todos osmomentos.
Ao meu
namorado, Felipe QuintinoKuhnen
pela ajuda, estímulo,compreensão
e acima de tudo peloamor
quesempre
me
dedicou.Aos meus
amigos pelo companheirismo.Em
especial aomeu
amigo
Fábio AntunesNewton
pela amizade e paciência.Enfim, agradeço a todos que de
alguma fonna
contribuíram para a realização deste trabalho.1.
INTRODUÇÃO
... .. 2.OBJETIVO
... ._ 3.MÉTODO
E CASUÍSTICA
4.RESULTADOS
... .. 5.DISCUSSÃO
... .. ó.CONCLUSÃO
... .. 7.REFERÊNCIAS
... ..NORMAS
ADOTADAS
... ..APÊNDICE
... _. . . . . . . . . ..RESUMO
... _.SUMMARY
..._1.
INTRODUÇAO
A
Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida(AIDS)
foi reconhecidaem
meados
de 1981, nos EstadosUnidos (EUA),
a partirda
identificação deum
número
elevado de pacientes adultosdo
sexo masculino,que apresentavam
sarcoma
de Kaposi,pneumonia
porPneumocytis
carinz' ecomprometimento
do
sistema imune.1
Em
1983, oHIV
(Human
Immunodeficiency
vírus) foi isoladode
pacientes
com AIDS
pelos pesquisadores LucMontaigner,na
França eRobert
Gallo nos
EUA.
A
AIDS
éo
resultadoda
progressãoda
infecção por este vírus ,um
retrovíruscom
genoma
RNA,
da
família Lentivíridae,que
infecta preferenciahnente os linfócitosT
auxiliares (linfócitos TCD4).1'2°3A
função e onúmero
de linfócitosTCD4
são diminuídos pela infecção,com
profundo
efeito sobre aimunidade
celular e humoral.Em
todo omundo
onúmero
de pessoas infectadas atédezembro de 1999
chegou
a 33.6 milhões, sendoque
1.2 milhões são crianças.4A
AIDS
foi identificadano
Brasil pela primeira vezem
1982
eo
primeiro caso diagnosticadoem
criança foiem
1984, enquantoque
em
Santa Catarina oprimeiro caso de
HIV
detectadoem
criança foiem
1987.5A
epidemia deAIDS
no
país cursa hojecom
aproximadamente
196.000 casos registradosna
Coordenação
Nacional deDST
eAIDS.
Destes 6.857 casos ocorreramem
menores
de 13 anos de idade 6.Na
primeirametade da década
de 80, a epidemia manteve-se restrita aSão
Paulo e
Rio
de Janeiro, as maiores regiões metropolitanasdo
país.A
partirdo
final daquela década, observou-sea
disseminaçãoda doença
para suas diversas regiões.Apesar do
registro de casosem
todos os estados, a epidemia deAIDS
regiões sudeste e sul.
Dos
estados brasileiros, Santa Catarina (SC) é oque
apresenta a
maior
incidência relativada
doença, eo maior
índicede
crianças infectadasdo
país,7°8com
um
total de 52lcasos notificadosem
menores
de 13anos de idade até
dezembro
de 2000.9O
aumento do
número
de casos associados à subcategoria de exposiçãoheterossexual nos últimos anos fez-se
acompanhar
deuma
proporçãocada vez
maior
de mulheres infectadas,fenômeno denominado
feminizaçãoda
epidemia.Uma
das conseqüências direta dessamaior
participação feminina é o progressivo atunentoda
transmissão materno-infantil.10°“A
estimativano
Brasil,no ano
de 1999, foi deque
cerca de 13.000gestantes encontravam-se infectadas pelo
HIV,
o
equivalente aaproximadamente
0,4%
do
total, considerando-se apenas as idades entre 15e
49
anos.l°
A
transmissão verticaldo
HIV
corresponde a91%
de todos os casosem
crianças
menores
de 13 anos de idade registrados peloCDC
(United StatesCenters for Disease Control
and
Prevention) atédezembro
de 1997.12No
Brasil a transmissão vertical foi responsável por94%
dos
casos pediátricosno
período de1999
a 2000.6A
transmissão verticalpode
ocorrer durante a gestação, parto e amainentação.7°1°`14Há
um
consenso através de evidências indiretas, clínicas e laboratoriais,que
amaior
proporção(70%-80%)
da
infecção vertical ocorredurante
o
período periparto.l4°l5Entre os fatos
que
indicamque
a infecçãopode
ocorrer na vida intra- útero, ressalta-se os relatosda
detecçãodo
vírusem
tecidos fetaisno
primeiro trimestre de gestação,no
sanguedo
cordão umbilical,bem
como
o
isolamento3
Diversas evidências
suportam
a hipótese deque
a exposição duranteo
parto ao sangue infectado
ou
secreções genitaismatemas
pode
resultarna
transmissão
do
vírus ao neonato.“”12A
transmissãodo
HIV
após o parto, viaamamentação
pode
ocorrer pelocolostro e pela lactação tardia, pois o virus foi detectado
no
leitematerno
atravésde cultura, e casos
bem
documentados
de transmissãodo
HIV
pormães
que
adquiriram o vírus após o parto e
amamentaram
seus filhosforam
relatados.l2”14°16°17
A
magnitude do
riscoda
transmissão verticaldo
HIV
atravésda
amamentação
é difícil de se determinar,12porém
vários estudosobservacionais
demonstraram que o
aleitamento estaindependentemente
associado
com
o riscoaproximado
de duas vezesmaior
de transmissão.l2”l4”16”17As
taxas de transmissão variamcom
as diferenças regiõesdo
mundo.
Nos
EUA,
sem
qualquer intervenção situam-se entre15%
e30%,
ena Europa
entre13%
e15%. Por
outro ladona
África à transmissão mostra-se mais elevada, situando-se entre25%
e40%.
Taxas de
18%
e
13%
foram
relatadasem
populações
que
não
amamentaram
na
Tailândia eno
Brasil respectivamente.10`14Uma
série de fatores está associada amaior
transmissão, incluindo estágioavançado da doença
matema,
baixa população de linfócitosTCD4+,
carga viralplasmática elevada, tabagismo e uso de drogas ilícitas, baixo nível sérico
de
vitamina A, ruptura precoce das
membranas
amnióticas, corioamnionite,modo
de parto (vaginal
ou
cesárea), procedimento obstétrico invasivo queaumentam
o
risco de contato sanguíneo matemo-fetal e aleitamento matemo.“°12°l4'16”18
Em
1994, o resultadodo
Protocolo076 do
Grupo
de Testes Clínicosda
AIDS
Pediátrica(PACTG-076),
demonstrou que
um
regime de zidovudina(AZT)
dado
orahnente durante osegundo
e terceiro trimestrede
gestação, intravenoso durante o trabalho de parto e nascimento, e oralmenteno recém-
resultava
em uma
reduçãoda
transmissão verticaldo
IHV
de25,5% no
grupo
placebo para
8,3%
no
grupoque
recebeuAZT.”
Este estudo foi
um
dos mais relevantes avançosno conhecimento
sobreAIDS,
desde a notificação dos primeiros casosda
doença.Após
sua publicaçãovários outros ensaios clínicos
com
esquemas
mais curtos deAZT
vêm
comprovando
a eficácia das intervençõescom
antiretrovirais,mesmo
que
realizadastardiamentem
Desde
a publicaçãodo
protocolo076
um
grande esforçovem
sendo
feitoem
todoo
mundo
para divulgação dessas informações e para aimplementação
de ações voltadas para a prevenção da transmissão materno-infantillo
No
Brasil, o Ministérioda
Saúde
estabeleceucomo
uma
das prioridades a prevençãoda
transmissão vertical parao Programa
Nacionalde
DST
eAIDS,
instituindoem
1997, o aconselhamento e testagem para oHIV
no
pré-natal, aadministração de
AZT
para as gestantesHIV
positivas e seus recém-nascidos, e a substituiçãodo
aleitamento materno.7”10Antes da
testagem sorológica das gestanteso
riscoda
transmissão verticalem
nossomeio não
era conhecido.A
partirdo
momento
que passou
a seroferecido o teste
do
HIV
para todas as grávidas este riscopode
sermelhor
estimado.Objetiva-se
com
este estudo avaliar a evoluçãodo
riscoda
transmissãovertical
do
HIV em
Santa Catarina, estadocom
elevada incidência e prevalênciada
infecção peloHIV,
anteriormente e posteriormente à implantaçãode medidas
de prevenção,
como
a utilização de zidovudina durante a gestação, avaliando-seo impacto desse ato. Objetiva-se ainda verificar se a utilização
da
zidovudina foimais efetiva
quando na
gestação, parto e para o recém-nascido,ou
sea
utilizaçãoem
qualquerum
dosmomentos
foi eficaz.5
2.
OBJETIVO
Avaliar a evolução
do
riscoda
transmissão verticaldo
HIV,
no
Serviçode
Assistência Especializada
(SAE)
do
Hospital InfantilJoana
deGusmão,
antes e3.
MÉTODO
E
cAsUísT1cA
Realizou-se
um
estudo descritivo, transversal e caso controleem
crianças atendidosno
Serviço de Assistência Especializada para crianças portadorasdo
HIV
(SAE)
do
Serviço de Infectologia e Imunologia Pediátrica, e HospitalDia
QID)
do
Hospital Infantil Joana deGusmão
(Florianópolis, Santa Catarina, Brasil), serviço de referência estadual, que atende crianças expostasao
HIV
de
todo o Estado de Santa Catarina e praticamente
a
totalidade dos casosda
Grande
Florianópolis.
Considerou-se
como
Grande
Florianópolis os mrmicípios incluídosna
18aRegional de
Saúde
de Santa Catarina.Os
dados foram
obtidos atravesda
revisão dos protocolos de atendimentomédico do
próprio serviço.Usou-se
como
critério de inclusãono
estudo crianças nascidas demães
portadoras
do
HIV
entre janeiro de 1995 ejimho
de 2000,encaminhadas
paraatendimento
no
SAE
pela primeira vezcom
menos
de 18meses de
idade, cuja infecção pelo I-IIV eraou não
conhecida eque no
momento
da
coleta dosdados
já seencontravam
corn o estado infeccioso definido.Excluiram-se os .pacientes cujo estado infeccioso ainda
não
havia sido confirmado, aqueles maiores de18
meses no
momento
da
primeira consulta e os pacientesque foram
a óbitoou
queabandonaram o
seguirnentosem
confirmação
diagnóstica.A
comprovação da
infecção peloHIV
ou a
exclusão definitivada
mesma
foi realizada
segundo
critériodo
Ministérioda
Saúdezoque
segue abaixo:DIA
GNÓSTICO DA JNFECÇÃO PELO
HH/EM
CRIANÇAS
Será considerada infectada a criança que apresentar resultado positivo
em
7
RNA
ou
DNA
viral; e antigenemiap24
com
acidificação. Esses testes deverãoser realizados após duas
semanas
de vida.A
antigenemiap24
com
acidificaçãosomente
poderá ser utilizadacomo
critério de diagnóstico,quando
associada aum
dos demaismétodos
citados.Em
criançascom
idade2
18 meses, o diagnóstico será confirmado pormeio
de 2 testes sorológicos de triagemcom
princípios metodológicos e/ou antígenos diferentes, eum
teste confirmatório positivo.O
fluxograma
do
Ministérioda Saúde
deve ser seguido.Infecção excluída:
-
Duas
amostras negativas, pormeio
dos seguintes métodos: cultivodo
vírus; e detecção deRNA
ou
DNA
viral, entre 1 e 6 meses, sendouma
delas após o 4°
mês
de vida.- Idade
2
6meses
=
duas amostras negativasem
testes de detecçãopara anticorpos anti-HIV, utilizando
fluxograma
do
Ministérioda
Saúde,com
intervalo de 1 mês.. Idade
2
l8meses
= uma
amostra negativaem
testes de detecçãopara anticorpos anti-HIV, utilizando
fluxograma
do
1\/Iinistérioda
Saúde.Observação:
Os
critérios para exclusãoda
infecção indicados aplicam-se às criançasque não
estejam sendoamamentadas
pelamãe
HIV-positiva.A
amamentação,
em
qualquer período, é consideradacomo
uma
nova
exposiçãoao
HIV
e, se ela acontecer, a criança deve ser submetida ànova
rotinade
diagnóstico
da
infecção peloHIV.
Os
pacientesforam
divididosem
dois gruposcom
relaçãoao
usode
AZT
profilático.
Grupo
1, constituído por pacientes nascidos nos anos de 1995 e1996, período
em
que
o usodo
AZT
profiláticonão
era preconizado pelo Ministérioda Saúde
do
Brasil.Grupo
2,formado
por pacientes nascidosdo ano
de 1997
em
diante,quando
o usodo
AZT
profilático passou a serrecomendado.
Os
dados
referentes ao uso deAZT
profiláticoforam
avaliadossomente
no
gmpo
2.Considerou-se
como
idadeda
negativação a idadeem
meses
da criançano
momento
do
resultadodo
primeiro teste deELISA
negativo.Os
testes laboratoriais utilizados para o diagnósticoda
infecção peloHIV
constaram de imunoensaio enzimático (ELISA), imimofluorecência indireta
(IFI), Western-Blot
(W-B),
e reaçãoem
cadeiada
polimerase (PCR). Estesexames foram
realizados pelo Laboratório Centraldo
Estadode
Santa Catarina(LACEN),
localizadoem
Florianópolis.Os
testes deELISA,
foram
realizados através de duas técnicas obtidas delaboratórios diferentes, de acordo
com
asrecomendações do
Ministérioda
Saúde do
Brasil.Utilizou-se o
método
desenvolvido pelaABBOT
T
Laboratories Diagnostics Division(ABBOT
T
recombinant HIV-1/HIV-2
3RD
generationEIA),
que
consistena
incubaçãodo
soroou plasma
a ser testadoem uma
placa contendo antígenos viraisdo
HIV-1
eHIV-2
juntamentecom
proteínas viraisrecombinantes marcadas.
A
estecomplexo
adiciona-seuma
solução contendo peróxido de hidrogênio queproduz
coloração característica à amostra.O
outrométodo
utilizado foi oda
ORT
HO
Diagnostic Systems(ORT
HO
HIV-1/HI
V-2Ab-Capture
ELISA
Test System),que
consistena
incubaçãodo
soro
ou plasma
a ser testadoem
uma
placaonde
encontram-sefixados
antígenosrecombinantes
do
HIV-1
eHIV-2.
A
estecomplexo
adiciona-semn
anticorpocomplementar
(anti-IgG) conjugado auma
enzima
que é capaz de agircomo
substrado cromogênico, produzindoum
produto final colorido.A
leitura dos doismétodos
foi feita por densidade óptica e os resultadosbaseados
em
valores de cutofi” estabelecidos pelo fomecedor.O
resultadodo
teste deELISA
foidado
como
positivosomente
mediante a positividade nos9
dois métodos.
Os
testes de IFI para detecção de anticorpos antiHIV-1
foram
realizadoscom
um
materialda Bio-Manguinhos
-Fundação Osvaldo Cruz
-
(IFI-
HIV-l-
Bio-Manguinhos). Este ensaio utiliza células
K37-3
infectadas peloHIV-1
fixadas
em
lâminas de microscopia para fluorescência às quais é adicionado osoro da amostra juntamente
com uma
antiIgG
conjugada a fluoresceína.A
leitura foi feita por microscópio para fluorescência.
Para os teste de
W-B
utilizou-se ométodo
da
Organon
T
elcnika (HIV-J Western Blot Kit;Organon
T
eknika Corporation),que
utilizauma
membrana
fixada
com
antígenos recombinantesdo
HIV-1
(separados por eletroforese). Estamembrana
é incubadacom
o soro a ser testado eum
anticorpocomplementar
aderido a
uma
enzima. Adiciona-seum
substratocromogênico que
determinao
aparecimento de
um
padrão de bandas coloridas sobre amembrana, que
correspondem
aos antígenos aos quais se ligaram anticorpos específicos.O
exame
para ser considerado positivosegundo
oCDC
deve apresentar pelomenos
duas Odas seguintes bandas: gp160, gpl20, gp4l e p24.A
técnica dePCR
foi realizada atravésdo
ensaioAmplicor HIV-1
test,PCR
Diagnostics,Roche
Diagnostic Systems.O
teste é baseado ein trêsprocessos principais: a amplificação
do
DNA
proviraldo
HIV
pela reaçãoem
cadeia
da
polimerase, a hibridizaçãodo
produtoamplificado
auma
sonda de
ácido nucléico específico e a detecção
do
produtoamplificado
atravésda
fonnação de cor.
A
leitura é feita por densidade óptica e os resultadosbaseados
em
valores de cutoflfornecidos.Os
parâmetros avaliadosforam
naturalidade, sexo, idadeem
meses
na
primeira consulta, história
da
infecção dos pais, realização de pré-natal (simou
não), uso deAZT
profilático pela gestante (simou
não,mês
de início),AZT
recém
nascido, aleitamentomatemo
(simou não
tempo
de duração), idadeem
meses da
definição sorológica.Analisou-se o risco da transmissão vertical,
comparando-se
as crianças cujasmães
usaram ou não
AZT
profiláticoem
algum
momento,
bem
como
o usoou não
deAZT
profilático pelo recém-nascido.Os
dados foram
arquivadosem uma
ficha
elaborada peloprograma
EPED
do
software EPI-info versão 6.04 (apêndice 1).A
análise estatística foi efetuada atravésdo programa
analysisdo
mesmo
software e constou de estudo de variabilidadecomo
média
aritmética, mediana,moda,
desvio padrão ecomparação
de proporções.Os
níveis de significânciall
4.
RESULTADOS
Entre as
405
crianças expostas aoHIV
atendidasno
SAE
do
HD
do
serviço de Infectologia e Irnunologia Pediátrica
do HIJG,
nascidas entre janeirode 1995 e
junho
de 2000, selecionou-se 287, as quaisforam encaminhadas
para o atendimentono
serviço pela primeira vezcom
idade inferior a 18 meses, eque
no
momento
do
estudo jápossuíam
estado infeccioso definido.Quanto
à naturalidade, observou-seque
a grande maioria226 (78,7%)
erade municípios
da
regiãoda
grande Florianópolis, sendo 142 casos(49,5%)
deFlorianópolis e 73 (25,4%) de
São
José; 18 (6,3%)da
região de Itajaí, 11 (3,8%)da
região de Tubarão, quatro (1,4%)da
região de Criciiuna, três (l,0%)da
região de Lages, três (l,0%)
da
região deRio do
Sul, três (l,0%)da
região deJoinville.
As
demais
criançaseram
naturais de outras regiõesdo
Estadode
SantaCatarina,
com
no
máximo
dois casos cadauma.
Apenas
quatro criançaseram
naturais de outros Estados (Paranácom
um
caso, eRio Grande do
Sulcom
três).(Em
relação ao sexo, constatou-seque
157 crianças (54,7%)eram do
sexo masculino e 130 (45,3%)eram do
sexo feminino,havendo
diferença estatisticamente significante (P<
0,05)A
idade das287
crianças selecionadas para o estudo, por ocasiãoda
primeira consulta, variou de zero a 17 meses,
com
urnamédia
de cincomeses
(D.P.
=
4,3),mediana
de quatro emoda
deum
mês.Quanto
à situação dos paisem
relação à infecção peloHIV,
constatou-seque
262
mães
(91,3%) e 134 pais (46,7%)eram
sabidamente soropositivos;34
pais (11,8%)eram
soronegativos; eem
25mães
(8,7%) e 119 pais(41,5%) não
foi possível determinar este dado.A
FIG. 1 demonstra as prováveis formas de contaminação referidas pelasa sexual, referida por 174 (60,6%) das
mães
e apenas por44
(16,7%) dos pais.A
transmissão atravésdo
uso de drogas injetáveis foi aforma
predominante entredos
homens, onde
67 (25,5%) dos pais referiram estaforma
de contaminação,comparado
com
33 (11,5%) das mães.Porém, na maior
parte dos pais,149
(56,6%),
o
mecanismo
de contaminação foi ignorado.1 1 cientes o de Pa IPai IMãe 1 Númer
Ufií"
I I | .Drogas Sexual Transfusional Ignorado
Tipo de Transmissão
Figura 1. Prováveis mecanismos de contaminação pelo HIV em 287 mães e 263 pais, de crianças expostas
ao HIV, atendidas no SAE/HIJG.
Em
relação ao pré-natal,214
mães
(74,6%)fizeram
consultasde
pré- natal,42
(14,6%)não
ofizeram
eem
31 casos(10,8%)
estedado
foi ignorado.Comparando-se
a freqüência ao pré-natal por ano, observou-se que entre asmães
das criançasque nasceram
em
1995,36
(75,0%)
tiveram consultasde
pré- natal;em
1996, 25 (62,5%); ein 1997,30 (68,2%);em
1998, 58 (77,3%);em
1999, 51 (79,7%) e 14 (87,5%)
em
2000.Não
se observouum
aumento
significante
quando
secomparou
cadaano
com
o ano subseqüente,porém
verificou-seque
a freqüência ao pré-natalaumentou
significativamente13
comparando-se
isoladamente os anos de 1995,1996
e1997
com
oano
de2000
(p<0,05)(FIG
2). 100% - 90% _ 51 (7910, 14(87,50%)%
ao 'X
as (15%) _, 70% _ ss(11,sÁ.) ao ea,2o% 60% - 25 (s2,so%) 1 ) 40% - 30% - 20% - 10% -0%
¬ | | | | | | 1995 1996 1997 1998 1999 2000 Ano de nascimento PorcentagemFigura 2. Distribuição quanto à porcentagem da realização de consultas de pré-natal de acordo com os
anos de 1995 a 2000 em mães de crianças expostas verticalmente ao HIV, atendidas no SAE/HIJG.
Das
284
repostas obtidasem
relação ao tipo de parto, 174(6l,3%)
dosnascimentos
foram
através de parto normal, 83 (29,2%) por cesariana eem
27
casos (9,5%) este item foi ignorado (FIG. 3).27 (9,5%) í¡
83 (293%) 1
I
Cesariana 174(61,3%) EllgnoradoFigura 3. Distribuição quanto ao tipo de parto de 284 crianças expostas à transmissão vertical do
HIV
nascidas nos anos de 1995 a 2000, atendidas no SAE/HIJG.
Quanto
ao aleitamentomatemo,
observou-seque
159mães
(55,4%) não
amamentaram
seu filho, enquantoque
100 (34,9%) o fizeram, eem
28
casos(9,7%) este
dado não
foi obtido.Das
100mães
que
amamentaram
seu filho,22
(45,8%)
o
fizeram
no
ano de 1995, 16 (41,0%)em
1996, 19 (44,2%)em
1997,20
(26,7%)em
1998, 21 (32,8%)em
1999
e 2 (12,5%)em
2000.Não
havendo
diferença significativaquando
secomparou
cada anocom
o ano subseqüente (p>
0, 05),porém
veiificou-se que o aleitamentomaterno
teveuma
diminuição significativa entreo
ano de 1995,1996
e1997 quando comparados
com
o ano
de
2000
(p<
0,05) (FIG. 4).Verificou-se que todas as crianças que
receberam
AZT
profiláticoem
algum
momento
não
fizeram
uso de leitematemo.
Das
100 crianças quereceberam
leitematemo,
otempo
deamamentação
variou de zero a
24
meses,com uma
média
de 3,2meses
(D.P.=
3,7),mediana
15 100% ~ 1 centagem 60% ¬>í.-^':»› 11; ;›=;.¡z¬¿' zz`.f‹1.,z‹-',;>..1.¬\, .z;'~z¢«: ~',fI;, `.~.-:,'~z› fz ›,,. , , ._ .. . 25.: ..x;z'.,= Por 40% 20% '1
0%
_|» ~. 1995 1996 1997 1998 1999 2000 Ano de nascimentoFigura 4: Proporção de crianças expostas ao HIV que receberam aleitamento materno de acordo com o
ano, atendidas no SAE/HIJG.
Em
relação ao uso deAZT
na
profilaxiada
transmissão verticaldo
HIV,
constatou-se que durante a gestação, das 199
mães
dos pacientesdo
grupo 2 (nascidos a partir de 1997),99
(49,7%)não
o usaram, 82 (41,2%)
fizeram
uso
do
mesmo,
eem
18 (9,0%)não
foi possível obter este dado. Entre asmães
que
usaram
oAZT
na
gestação, 8 (18,2%) o utilizaramem
1997, 31 (41,3%)em
1998, 32 (50,0%)
em
1999
e 11 (68,8%)em2000.
A
TAB
1 mostra os resultados quanto ao uso deAZT
durante a gestação,obtidos
com
freqüência eporcentagem
em
relação aos anos de 1997 a 2000, separadamente. Pode-se observarum
aumento
significativodo
usode
AZT
do
ano
de 1997 para1998
(p<
0,05), e dos anos de 1997 e 1998quando
comparados
com
oano
de2000
(p<
0,05).Tabela 1. Uso de
AZT
profilático durante a gestaçãoem
relação aos anos de 1997 a 2000pelas mães de crianças expostas verticalmente ao HIV, atendidas no
SAE/HIJG.
Uso de
AZT
na 1997 1998 1999 2000 TotalP
gestação
N
(%)N
(%)N
(%)N
(%)N
(%) sim s(1s,2%)*§ 31(41,3%)=f¶ 32(50,0%)1 11(ós,s%)§ s2(41,2%) 0,009* 0325+ Nâo 32(72,7%) 32(42,7%) 31 (4s,4%) 4(25%) 99 (49,7%) 0°ö106013ͧ 0,042¶ Ignofzàø 4(9,1%) 12 (1ó,0%) 1(1,ó%) 1(ó,3%) 1s(9,0%) Total 44 (100%) 75 (100%) 64 (100%) 1ó(100%) 199 (100%) F onteí SAE/HD-HIJ G, 2000 * 1997 em relação a 1998. T 1998 em relação a 1999. I 1999 em relação a 2000. § 1997 em relação a 2000. ¶ 1998 em relação a 2000. ~O
mês
de gestaçaodo
iníciodo
uso deAZT
pelamãe
foi obtidoem
81 casos, observando-seuma
média
de 4,1meses
(D.P.=
2),mediana
de três emoda
de três meses.A
divisãoem
trimestres gestacional estádemonstrada na
17 14 (11,3°/›)_,______ ~ I
E
1° TrimestreI
2° Trimestre 41 (50,6%) EI3° Trimestre ze (s2,1°/.)Figura 5: Distribuição quanto ao trimestre de início do uso do
AZT
na gestação, de 81 mães de criançasexpostas perinatalmente ao HIV, nascidas entre 1995 a 2000, atendidas no SAE/HIJG.
Considerando-se o uso de
AZT
por ocasiãodo
parto, obteve-seque 90
mães
(45,2%)
fizeram
uso deAZT,
89 (44,7%)não
ofizeram
eem
20 (10,1%)
não
foi possível obter este dado. Entre asmães
que
utilizaramAZT
no
momento
do
parto, 10 (22,7%)fizeram
o usoem
1997,34
(45,3%)em
1998,37 (57,8%)
em
1999, e 9 (56,3%)em
2000.A
TAB
2 demonstra os resultados referentesao
usode
AZT
no
parto, classificando separadamente pelos anos de1997
a 2000. Observou-seaumento
significativo apenas
do ano
de 1997 para1998 quando
secomparou cada ano
Tabela 2. Uso de
AZT
injetável durante 0 partoem
relação aos anos de 1997 a 2000pelas mães de crianças expostas verticalmente ao HIV, atendidas no
SAE/HIJG.
Uso deAZT
no 1997 1998 1999 2000 Total pParto
N
(%)N
(%)N
(%)N
(%)N
(%)sim 1o(22,7%)*§ 34(45,3%)T¶ 37(57,s%);t 9(5ó,3%)§ 9o(45,2%) 0,01*
0,141* Não 3o(ós,2%) 29 (3s,7%) 24 (375%) ó(37,5%) 39 (441%) 0,901 o,o1§ Ignorado 4 (9,1%) 12 (l6,0%) 3 (4,7%) l (6,3%) 20 (10,l%) 0,44¶ Total 44 (100%) 75 (100%) 64 (100%) 16 (100%) 199 (100%) Fonte: SAE/I-ID-I-IIJ G, 2000 * 1997 em relação a 1998. T 1998 em relação a 1999. 1 1999 em relação a 2000. § 1997 em relação a 2000. ¶ 1998 em relação a 2000
Quanto
à utilização deAZT
profilático parao
recém-nascido, constatou- se que 110 (55,3%) o utilizaram,78
(39,2%)não
o utilizaram (p<
O, 05) eem
ll (5,5%) este
dado
foi ignorado.Comparando-se
o usodo
AZT
profiláticono
recém-nascido por ano, constatou-se que 12 (27,3%) o
receberam no ano de
1997,45
(60,0%)em
1998, 41 (64,1%)em
1999
e 12 (75,0%)em
2000.Comparando-se
o uso deAZT
ano a ano, obteve-seum
aumento
significativo de 1997 para1998
(p<
0,05), e de1997
em
relação a 2000.(TAB
3).19
Tabela 3. Uso de
AZT
profilático para o recém-nascido exposto verticalmente aoHIV
em
relação aos anos de 1997 a 2000 , atendido noSAE/HIJG.
Uso de
AZT
1997 1998 1999 2000 Total pno
N
(%)N
(%)N
(%)N
(%)N
(%) recém-nascido sim 12(27,3%)*§ 45 (ó0%)1=¶ 41 (ó4,1%)1 12(75%)§ 110(55,3%) 0,001* 0,6231* Nâo 27 (õ1,4%) 24 (320%) 23(35,9%) 4(25%) 7s(39,2%) 0,4101 0,00os§ Ignorado 5(11,4%) ó(s,o%) 0(0,0%) 0(0,0%) 11 (5,5%) 0,z61¶ Total 44 (100%) 75 (100%) 64 (100%) 1ó(100%) 199 (100%) Fonte: SAE/HD-HUG, 2000 * 1997 em relação a 1998. T 1998 em relação a 1999. I 1999 em relação a 2000. § 1997 em relação a 2000. ¶ 1998 em relação a 2000A
FIG. 6 demonstra a proporçãodo
uso deAZT
profiláticona
gestação, intraparto e para o recém-nascidodo ano
de1997
a 2000. Pode-se observarque
o uso de
AZT
profilático,comparando-se
os três períodos, foi maior parao
recém-nascido
em
qualquer ano.80 K 7 'Í ¿:,-_:,¡.,~. .;r¿_ § ,. -.¿¿' ._'_;¡;2 1' ._-›-ii.: zi.,¡_¿-_-¿-Í! so de AZT prof át'cc c'› ~1 c o ¬ -I-IntraParto ¬ \ t
8
% do u 00 -À O QÉ
4-` ~.‹ Porcentagem -› N o o J? 1 O i ¡ 1997 1998 1999 2000 Ano de nascimentoFigura 6. Proporção do uso de
AZT
profilático na gestação, intraparto e para o recém-nascido, de acordoEntre os 144 (50,2%) que
não
fizerarn uso deAZT
profiláticoem
nenhum
momento,
verificou-seuma
taxa de transmissão de60,4%.
Das
criançasnão
infectadas deste grupo,30
(52,6%)não
fizeram
uso de leite materno e27
(47 ,4%)
o
fizeram.Nos
pacientesque
utilizaram leitematemo
eque não
se contaminaram,27
(47,4%), otempo
de aleitamento variou de zero a 13 meses,com uma
média
de trêsmeses
(DP
=
3,2),mediana
de dois emoda
de
um
mês.Nos
pacientesque
utilizaram leitematemo
e se contaminaram,70
(80,5%),o tempo
de aleitamentovariou de zero a 16 meses,
com uma
média
de 3,4meses
(DP
=
3,3),mediana de
dois e
moda
de 1 mês.A
TAB
4 mostra a relação entre os pacientesque não
fizeram
usode
AZT
em
nenhum momento
e o uso de leitematemo,
nos pacientesem
que o
dado
foi obtido. Pode-se verificarque
a probabilidade deuma
criança expostaao
HIV,
amamentada
no
seiomatemo,
de se infectar foi significativamentemaior
que a criança
que não
foiamamentada
com
leitematemo
(OD
=
7,78;IC
95%
=
3,12-19,81)(TAB
4).Tabela 4. Relação entre a amamentação e a infecção pelo
HIV
em
137 crianças expostasverticalmente ao vírus, para as quais não foi utilizado
AZT
profiláticoem
nenhum
momento.
Infecção pelo HIV Odds Ratio
Leite matemo Sun Não Total
N
(%)N
(%) N(%) Sim 70 (87,5%) 27 (47,4%) 97 (70,8 %) 7,78 (IC95%
= 3,12-19,81) Não 10 (12,5%) 30 (52,6%) 40 (29,2%) Total so (100%) 57 (100%) 137 (100%) Fonte: SAE/I-[D-HIJ G, 200021
Entre os pacientes nascidos a partir de 1997, observou-se que
76 (63,9%)
utilizaramAZT
profilático nos trêsmomentos,
verificando-seuma
taxade
transmissão nesse grupo de 15,8%.
Nos
11 casos (9,2%)que usaram
AZT
profilático apenas durante o parto epara o recém-nascido, constatou-se
uma
taxa de transmissão de 9,1%.Dos
15 casos (12,6%)que
fizeram
uso deAZT
profilático apenas parao
recém-nascido, a taxa de transmissão foi de
26,7%.
A
TAB
5 demonstra a relação entre o uso deAZT
profilático ea
taxade
transmissão
do HIV.
Pode-se observar diferença estatística significativa entreo
uso de
AZT
em
qualquermn
dosgmpos,
com
a taxa de infectividade pelo vírus.Tabela 5. Uso de
AZT
profilático e a taxa de infecção peloHIV
em
crianças expostasverticalmente ao vírus, atendidas no
SAE/HIJG.
Infecção pelo HIV Odds Ratio
Momento da utilização do (IC 95%)
AZT
profilático Gestação Parto Recém-nascido Parto Recém-nascido Recém-nascido Total Sun Não Sim Não Sim Não Sim Não N(%) N(%) N(%) N(%) N(%) N(%) N(%) N(%) SunN
(%) 12 (15,8%) 94 (52,5%) 1 (9,1%) 93 (55,4%) 4 (26,7%) sv (60,4%) 17 (16,7%) sv (60,4%) NãoN
(%) 64 (84,2%) 85 (47,5%) 10 (90,9%) 75 (44,6%) 11 (73,3%) 57 (39,6%) ss (s3,3%) 57 (39,6%) TotalN
(%) 76 (100%) 179 (100%) 11 (100%) 163 (100%) 15 (100%) 144 (100%) 102 (100%) 144 (100%) 0,17 (0,08 - 0,35) 0,03 (0,00- 0,63) 0,24 (0,06 - 0,36) 0,13 (0,07 - 0,25) Fonte: SAE/HD-I-IIJ G, 2000A
FIG. 7 demonstra a taxa de transmissão peloHIV em
relaçãoao
usoou
não de
AZT
profilático.HV nfecção pe o xa de Ta
Sem AZT RN Gestação+Parto+RN Parto+RN
Uso de AZT profilático
RN
= Recém-nascidoFigura 7. Taxa de transmissão do HIV em relação ao uso ou não de
AZT
profilático,em
criançasacompanhadas no SAE/HIJG.
Das
145 crianças quepossuíam
teste deELISA
negativo, obsexvou-seque
a idade de negativação variou de seis a
27 meses
com uma
média
de 14meses
23
5.
D1scUssÃo
Os
dados recentesdo
Ministérioda Saúde
mostram
que os três municípiosbrasileiros
com
maior incidência de casos deAids
são cidades catarinenses,aparecendo Itajaí
em
primeiro lugar,Camboriú
em
segundo, seguidode
Balneário
Camboriú
(localizadasna
região de Itajaí). Florianópolis, capitaldo
Estado,
ocupa
adécima
sétima posiçãoem
maior
coeficiente de incidênciaóDe
acordocom
a Secretaria Estadual deSaúde
de Santa Catarina,9o
número
de casos de Aidsem
criançasmenores
de treze anos notificados atédezembro
de2000
foi de 521, sendoque
a transmissão vertical foi responsável por494
casos (94,8%).Enquanto no
Brasilcomo
um
todo, a transmissão vertical doHIV
atéo
ano de
2000
corresponde a2,81%
do
total de casos notificados ao Ministérioda
Saúde,
em
Santa Catarina aporcentagem
destes casos correspondea 6,68%,
sendo 2,4 vezes superior ao observado
no
restantedo
país.9°l° Esta incidênciaé
um
reflexo deuma
proporção
maior de mulheres infectadas, decorrentes principalmenteda
transmissão sexual edo
grandenúmero
de usuários de drogasinjetáveis, quer seja pelas próprias mulheres
ou
seus parceiros sexuais.Além
disso, esses maiores indices de transmissão verticalpodem
ser explicados porum
sistema de notificação e diagnóstico mais eficazes.O
presente estudo, considerando a transmissão verticalna
totalidadedos
pacientes, evidenciou
que
a grande maioria das crianças,226
(78,7%) era naturalde municípios
da Grande
Florianópolis. Isto se deve ao fato de que oSAE,
onde
se realizou o estudo, é
um
serviço de referência ao atendimento de crianças expostas aoHIV
situadona
cidade de Florianópolis, e que apesar de Itajaíapresentar
um
coeficiente de incidência maiorque
Florianópolis, a população daquele município é cerca demetade da
populaçãoda
capitaldo
Estado.Carvalho et al (1997)21
em
um
estudo realizadono
mesmo
serviço,evidenciaram
que
a idademédia
por ocasiãoda
primeira consulta era de 17,4meses
em
crianças que já apresentavam adoença
Aids, oque
representavauma
demora
na
procura de serviço especializado ecomo
conseqüência atrasona
definição diagnóstica.
Neste estudo, obteve-se Luna
mediana
de quatro meses,demonstrando
aimportância
da
identificação das gestantes portadorasdo
HIV,
levandoa
um
atendimento mais precoce para os seus filhos.
Quanto
à infecçãomatema,
em
25
mães
(8,7%)não
foi possível obter osdados do
estado sorológico, entretantodevem
ser presumivehnente portadoresdo
vírus, Luna vez quenão há
outra provável causa para a criança ter sorologiapositiva.
Segtmdo
o Ministérioda
Saúde,1° osdados
relacionados à categoriade
exposição
matema
aoHIV,
indicam queem
todas as regiõesdo
país aforma de
contaminação predominante foi
a
sexual (47%).Aparecendo
o uso de drogasinjetáveis
em
segundo
lugar (16%),porém
em 34%
odado
foi ignorado.Em
concordância
com
este fato,do
total de287
casos deste estudo, a maioria das mães, 174 (60,6%) referiu a transmissão sexualcomo
forma
de contaminação,seguida
do
uso de drogas injetáveiscom
33 (11,5%), sendo queem
78
(27,2%)
os
dados foram
ignorados. Isto reflete o desconhecimentoda
mãe
ou
a recusaem
revelar a
forma
de contaminaçãocom
uma
conseqüente dificuldade na obtenção dedados
quanto à categoria exposicional aoHIV.
Existem
diferenças regionais quanto ao provávelmecanismo
de contaminaçãodo
parceiro damãe
queexpõe
seu filho aoHIV.”
Nas
regiões norte e nordeste a exposição sexual é predominante, enquanto queno
sul e sudestechama
atenção a elevada proporção de parceiros usuários de drogas25
mjetáveis.6°7°1°
Confinnando
este fato, observou-se neste estudo que aforma
predominante de infecção paterna, referida por 67 (25,5%) foi por uso de drogas
injetáveis, seguida da relação sexual
com
44
(16,7%).Novamente
o
desconhecimento quanto ao
mecanismo
de infecção, referido por 149(56,6%)
dos pais dificultou a obtenção dos dados.
A
transmissãodo
HIV
atravésde
drogas injetáveis é influenciadano
nosso Estado pela presença de três portos marítimos,
que
sevem
de porta deentrada ao tráfico de drogas. Entre as mulheres, a principal
fonna
de contágiofoi a sexual, provavelmente tendo contraído
o
vírus de parceiros sexuais usuários de drogas injetáveisou que
praticam sexo deforma não
segura.Para que se consiga instituir
medidas
preventivas para evitar a transmissãovertical
do
HIV,
faz-se necessário a identificação precoce das mulheresinfectadas, durante a gestação, por
meio
de oferecimentodo
teste anti-HIV nasconsultas de pré-natal.
Como
em
outros países,no
Brasil desde de 1997 é adotadauma
políticade oferecimento universal
do
teste para as gestantesno
pré-natal.1°A
importância
da
testagem para oHIV
resideno
fato deque
sem
a identificação das mulheres grávidas infectadas estasnão
podem
se beneficiar das intervençõespara a redução
da
transmissão verticaldo
vírus.A
presente casuística constatouque
a grande maioria das gestantes(74,6%) realizou consultas de pré-natal, e
que houve
um
aumento
da procurado
atendimento
quando comparados
os anos de1996
e 1997com
o ano de 2000.O
quepode
significaruma
melhoriana
assistência pelos serviços públicos de saúde à gestante etambém
maior infonnação pelamesma
sobre a importânciado
acompanhamento
médico
e testagem sorológica.Entre os principais fatores que dificultam a identificação das gestantes
no
pré-natal,podemos
destacar os relacionados à baixa solicitaçãodo exame,
talvez pela falta de informaçãoda
equipe de saúde sobre arecomendação
de oferecero
teste anti-HIV a todas as gestantes, sobre a disponibilidade de intervenções
eficazes
na
reduçãoda
transmissão verticaldo
HIV
e a falta de capacitaçãoda
equipe de saúde para realizar o aconselhamento pré e pós-teste,
além
dosproblemas relacionados
com
a realizaçãodo
teste e obtençãodo
resultado após a solicitaçãomédicam
Na
medida que
a situaçãoda
baixa oferta de testeno
pré-natal vaisendo
resolvida
com
investimentos contínuosna
divulgação de informações para profissionais de saúde e gestantes,vem
a tona a questãoda
disponibilidadeda
sorologia anti-HIVna
rede pública.O
crescimentoda
demanda
por testestem
levado a sobrecarga de muitos laboratórios e
no aumento do tempo
entre a solicitação e o resultadodo
examem
~
A
transmissao verticaldo
HIV
pode
acontecer durante a gestação, parto eamamentação7”1°`14 sendo que
70%
a80%
das transmissõesacontecem no
períodopróximo
ao partoou
durante o mesmo.14°15”22As
intervenções para reduzir a transmissão vertical, concentram-seprincipalmente nos cuidados durante o nascimento,
no
uso de terapia antiretroviral profilática ena
substituiçãodo
aleitamento materno.7”1°`14°16°18”22°23Durante o trabalho de parto, intervenções
que previnem
a exposiçãodo
feto ao sangue e secreçõesmatemas
no
canal de parto durante o nascimentoconferem
proteção contra a transmissão vertical.16”18”22°23A
relação entre omodo
de nascimento e o riscoda
transmissão vertical foi relatada por recentes meta-análises, dedados
coletadosem
centrosda Europa
eEstados Unidos, que
sugerem
que a cesárea eletiva, realizada antesdo
iníciodo
trabalho de parto e
da
ruptura dasmembranas,
diminuiu o riscoda
transmissão vertical independentementedo
uso deAZT
profiláticoem
cerca de 50%.15°22°23No
presente estudo, encontrou-seum
maior
percentual (6l,3%) de nascimentos por parto normal, enquanto que a cesariana correspondeu a30,9%.
27
forma
eletiva e sim por problemas relacionados ao trabalho de parto, vistoque
não
existe aindauma
recomendação
dos órgãos de saúde jimto aos obstetras de nossomeio
a respeito de qual seria amelhor
via de parto indicada parao
nascimento dos filhos de gestantes portadoras
do
HIV.
Todavia
deve-se considerar que a cesariana éum
procedimentorelativamente caro e que oferece riscos cirúrgicos
não
sendo facihnenteimplementada
em
paísesem
desenvolvimento.Segundo
Pierre V.P,Simon
A, et al (1993)24 oHIV
pode
ser encontradono
leitematerno
associado a células ecomo
partícula viral livre.A
magnitudedo
riscoda
transmissão verticaldo
HIV
atravésdo
leitematerno
tem
sido dificil de ser determinada,12podendo
ocorrer tantono
período de lactação precoce corno tardia.l6 Vários estudos observacionaisdemonstraram
que o aleitamento materno está independentemente associado à
aproximadamente
o dobrodo
riscoda
transmissão.12'14A
substituiçãodo
leite rnatemo por fónnulas artificiais é urna dasmedidas
para a prevenção
da
transmissão pós-nataldo
HIV. Contudo
em
paísesem
desenvolvimento esta atitude
pode
ser inviável financeirarnente. Ressalta-se ainda a importância dos anticorposmatemos
transferidos atravésdo
leitematerno, importante
na
prevenção de doenças infecciosas,o
quepode
ser detemiinante para a redução da morbi-mortalidade infantil nestes países.16'17Em
vista disso, a OrganizaçãoMimdial da
Saúde/Unicef-
UNAIDS
recomenda que
casonão
exista substituto segurodo
leitematemo
eque
exista risco de morte por desnutrição, o aleitamentomatemo
sejamantido
independente
do
estado sorológicoda
mãe.”
No
Brasil, o Ministérioda
Saúde
recomenda
substituiçãodo
leitematemo
pelo leite artificial
ou
por leitehumano
pasteurizado, disponível nosbancos de
leite.1°
Ao
contrário dos antiretrovirais, a aquisiçãodo
leite artificial e suaEm
Florianópolis o leiteem
pó
é oferecido às crianças de famílias de baixarenda
com
risco para a desnutrição e para filhos demães
soropositivas para oHrv?
O
presente estudodemonstrou que 159
(55,4%) dasmães
não
arnamentaram seus filhos, e que
houve
um
decréscimo significativono
usodo
leite
matemo
quando
foicomparado
aporcentagem
de aleitamento dos anos de1995,
1996
e 1997com
o ano de 2000, oque
indicaque
ocorreuuma
melhoriana
informaçãoda
equipe de saúde quanto à orientaçãoda
população sobreo
risco adicional de transmissão
do
HIV
atravésdo
leitematemo.
A
prevençãoda
transmissão verticaldo
HIV
tomou-se
realidade,em
1994
quando
oPACTG-076
demonstrou que
um
regimeem
três partes deAZT
profilático administrado durante a gravidez, intraparto e para o neonato, reduziu
o risco de transmissão
em
70%
(de25,5%
no
grupo placebo para8,3%
no
grupoque recebeu AZT).19
Diminuição significativa
na
transmissão verticalvendo
sendo observadanos Estados Unidos,
Europa
e outros países queimplementaram
esta políticana
prática clír1ica.14”16'26Nos
EstadosUnidos
taxas de transmissão entre3%
e6%
jápodem
ser verificadas.1°”27O
mesmo
sucesso,no
entanto,não
tem
sido conseguido nos paísesem
desenvolvimento,
que
vêm
enfrentado,em
diferentes níveis, dificuldadesna
implementação das intervenções para a prevenção
da
transmissão vertical.A
restrição de recursos financeiros, a limitada cobertura dos serviços de pré-natal e assistência ao parto, e principalmente a qualidadeda
assistência prestada constituem nestes paísesem
barreiras significativas para a prevençãoda
transmissão vertical
do
HIV.1°No
Brasil, desde 1997, o Ministérioda Saúde
disponibiliza oAZT
em
29
garantindo assim o acesso ao
esquema
de tratamento preconizado peloPACTG-
o7ó.6›“°A
avaliaçãodo
nível deimplementação
dessas intervençõesno
Brasiltem
sido prejudicada pela dificuldadeem
se obterdados
para monitorar as várias etapas dasmedidas
preventivas e seu impacto.O
número
de parturientesque
recebem
AZT
injetável é, atuahnente, o únicodado
disponívelno
Ministérioda
Saúde que pode
ser utilizadocomo
indicador dessa implementação,porque
estainformação faz parte
do
relatório mensal demedicamentoslo
Os
dados
atuahnente disponíveis indicamque no
Brasil o nível de implementação ainda esta longedo
ideal, apesarda
disponibilizaçãodo
AZT
na
rede pública de saúde.De
acordocom
o Ministérioda
Saúde,7”1°em
1998
ocorreramno
país cerca de 12.898 partos de gestantes infectadas peloHIV.
Destas apenas 2.512receberam
AZT
mjetávelno
momento
do
parto, oque
corresponde a apenas19,5%
do
número
estimado de gestantes infectadas.7°1°Na
presente série, foi constatadoque o
AZT
profilático durante a gestaçãofoi utilizado por 82 (41,2%) das mães, enquanto que
99
(49,7%) nãousaram
e ein 18 (9,0%)não
foi possível obter o dado.Ocorreu
um
aumento
significativodo
usodo
AZT
do
ano de 1997 para 1998, logo após a disponibilizaçãodo
AZT
pelo Ministério
da
Saúde, equando
secomparou
o usoem
1997 e 1998,com
o
ano 2000,
onde
68,8%
dasmães
utilizaramAZT
durante a gravidez.Quanto
aomês
de inícioda
profilaxia, obteve-seque
a grande maioria dasmães
soropositivas recebeuAZT
no
primeiro esegundo
trimestre gestacionalcom
50,6%
e32,1%
respectivamente, o que indicaum
início precoce, estandoem
confonnidadecom
asnormas do
PACTG-076.
Isto está diretamente relacionado à cobertura dos serviços de pré-natal, início precoce das consultas médicas e solicitação precoce
do
teste anti-HIVgestacional avançada, muitas vezes
não
se consegue realizar o diagnóstico antesdo
parto emesmo
quando
este é realizado, o usodo
AZT
não
é mais tão eficaz.Por
ocasiãodo
parto, o presente estudo constatouque 90
(45,2%) dasmães
receberam
AZT
injetável,89
(44,7%)não
o receberam.Ao
avaliar aevolução
no
decorrer dos anos, encontrou-se Lun significativo atunentodo uso
do
ano de 1997 para1998
e de 1997 para o ano 2000,mostrando
uma
maior
implementação desta medida, que significa
mn
maior
esclarecimento e atuação dos profissionaisda
área obstétrica.Nas
regiões Sudeste e Sul, a utilizaçãodo
AZT
profilático durante a gestação eno
parto, apesar de representaruma
porcentagem
maiorquando
comparada
com
o
Brasilcomo
um
todo,1° ainda está longedo
ideal.Considerando-se que a aceitação
da
realizaçãodo
teste pela gestante é alta eque
a quase totalidade das gestantes infectadas aceita o uso
da
zidovudina eque
a droga está disponível,7°l° está clara a necessidade de melhorias nos serviços de pré-natal e maternidades.Quanto
à utilização deAZT
profilático parao
recém-nascido, encontrou- se que 110 (55,3%) oreceberam
e78
(39,2%) não. Observou-seum
aumento
significativo
do
uso de 1997 para 1998 e de 1997em
relação a 2000.Quando
comparados
osmomentos
de uso deAZT
profilático, notou-seque
o recém-nascidosempre
teveuma
porcentagem
de uso superiorem
relaçãoaos outros, o
que
indica a maior atuação dos neonatologistas e pediatrasno que
se refere aos cuidados
na
transmissão verticaldo HIV.
As
taxas de transmissão verticaldo
HIV, sem
a instituição demedidas
preventivas se situam entre 15 e
40%,
ocorrendo Luna variaçãocom
as diferentes regiões geográficasdo
mLmdo.12°19°21Nos
EstadosUnidos
situa-se entre 15 e30%,
na
Europa
entre 13 e15%,
enquanto quena
África a transmissão perinatal31
transmissão de
18%
e13%
foram
relatadasem
populaçõesque não
amamentaram
na
Tailândia eno
Brasil respectivamente.10°14No
presente estudo verificou-se nas crianças quenão receberam
AZT
profiláticouma
taxa de transmissão perinataldo
HIV
de60,4%.
Esta taxa de infectividade elevada
pode
ser explicada pelo fatodo
serviçoonde
foi realizado o estudo ser de referência para o atendimento de crianças expostas e infectadas peloHIV.
Nos
anos anteriores àimplementação
dasmedidas
preventivas pelo l\/Iinistérioda
Saúde, a grande maioria das criançasatendida neste serviço vinha
encaminhada porque
já apresentava sintomasda
doença
Aids, visto que amãe
desconhecia seu estado sorológico.Assim
sendo, as criançasque não
contraíram o vírusmatemo
não eram encaminhadas
paraacompanhamento
clínico.O
serviçotambém
tem
como
característica o atendimento de filhosde
mães
com
doença
avançada, o que representaum
aumento no
riscoda
transmissão verticaldo
vírus.Em
vista disso,não
sepode comparar
a taxa detransmissão obtida
com
a observadaem
estudos de coorte queacompanham
gestantes cuja infecção peloHIV
foi identificadano
pré-natal,sem
manifestaçãoclínica
ou
laboratorialda doença
Aids.Dunn
et al (l992)17 atribuíram ao leite maternoum
risco de14%
na
transmissão vertical
do
HIV
em
mães
infectadas anteriormente ao nascimento.Nduati (l999)28
demostrou
que aamamentação
materna está associada aum
risco adicional de16,2%
na
transmissão verticaldo
HIV. Sendo
que omaior
risco de transmissão ocorreu nos primeiros seismeses
deamamentação
(75%),mais o risco se
manteve
enquanto ocorreu exposição ao leite materno.Nesta
série das criançasque
se infectaramsem
o uso deAZT
profilático,30
(52,6%)não usaram
leitematemo
e27
(47,4%)
o usaram.A
taxa de infecçãonas crianças
amamentadas
foi de87,5%
e naquelassem
o uso de leitematemo
Nos
pacientesque
fizeram
uso deAZT
profilático,no
presente estudo, encontrou-se que76
(63,9%) oreceberam
nos trêsmomentos
(gestação, intraparto e para o recém-nascido), seguindo asrecomendações do
PACTG-076.
Nestes pacientes foi observada
uma
taxa de transmissão de15,8%
(OD
0,12IC
95%
=
0,06-0,26), a qual foi maiorque
taxas observadasem
outros lugares,com
omesmo
regime deAZT.
Visto que a maioria dasmães
iniciou o usode
AZT
precocementena
gestação e que todos os casosem
que
o uso deAZT
foi instituídonão houve
aleitamentomatemo,
supõe-seque
os cuidados duranteo
parto tiveram valor significativo.
Após
o
resultadodo
PACTG-076
vários outros ensaios clínicosforam
elaborados, motivadosem
grande parte pelo alto custo dos três regimes deAZT,
o que limita sua aplicação
em
paísesem
desenvolvimento. Tarnbém,mesmo
nos
lugares
em
que este regime foi implementado, os atrasosno
iníciodo
pré-natal e diagnóstico dasmães
infectadas peloHIV
podem
interferirna
realização detodas as etapas
do
usodo
AZT
profilático.Shaffer
N,
Chuachoowong
R, et al, (1999)29demonstraram
queum
curtoregime de
AZT,
administrado a partir de36 semanas
de gestação eno
momento
do
parto,sem
aleitamentomatemo,
reduziu o risco de transmissão verticalem
50,1%.
No
mesmo
ano,Wiktor
S, Ekpini E, et al (1999)3° eDabis
F, Msellati P,et al (l999)31 relataram urna redução de
37%
na
transmissão verticalcom
autilização
do
AZT
a partir de36 semanas
de gestação eno
momento
do
parto,mesmo com
aleitamentomatemo.
Wade
N
A,
et al (l998)26demonstraram
um
risco de10%
na
transmissãovertical