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-_í_f-'í'_\\
\\
__f--_~
__fí-aí-
UM
MODELO
DE
AVALIA
Ã
04215640 i | IUniversidad
eFederal
de Santa Catarina
Programa
de
Pós-Graduação
em
Engenharia
de
Produção
Ç
O DE
DESEMPENHO
DA
DISTRIBUIÇÃO
FISICA
Paulo
Cezar
Lobo
Colli
Dissertação apresentada ao
Programa
de Pós-Graduaçãoem
Engenhariade Produção da
UniversidadeFederal de Santa Catarina
como
requisito parcial ara bt ” 'Florianópolis
2601
p O ençao
do
titulo de Mestre~
ll
Paulo
Cezar
Lobo
Colli~ '
UM
MoDELo
DE AvAL1AÇAo
DE
DEsEMPENHo
DA
DISTRIBUIÇÃO
FÍSICA
Esta
dissenação
foijulgada
aprovada para
a
obtenção
do
títulode
Mestre
em
Engenharia
de
Produção
no
Programa
de
Pós-Graduação
em
Engenharia
de
Produção
da
Universidade Federal de Santa
Catarina
Florianópolis,
10
agosto
de 2001.
J
Prof.
Ricar
. Irda
Barcia,Ph.D.
oord
nador o
Curso
BANCA EXAMINADORA
Prof.
Carlos
M
'uel
Taboada
Rodriguez,
Dr.
Z
Ofentador
Prof.
Álvaro Guillermo Rojas Lezana,
Dr.Pr¡d`f.
Emilio
Arauj&›^líenezes,I3Ír,/Q
E
\
Prof.
M.Eng.
E
vino Razzolini
Filho
zzfi/
._ ~‹-zzo'Úy
za/
‹/1-rw a.///
9174 7/'\Ílll
A
minha
esposa, Elizabeth
pela paciência
eapoio
sempre
presentes.IV
Agradecimentos
À
Universidade Federal de Santa
Catarina.À
Universidade
Tuiutido Paraná
À
Prof”
Denize
Carneiro
de
Campos.
Ao
Prof.
Oscar
Beirão Raffs
Júnior
Ao meu
orientador, Prof.Carlos
Taboada,
pelo
direcionamento
e
acompanhamento
dedicado
ecompetente.
Ao
amigo
eco-orientador
Prof.Edelvino
Razzolini
Filho. ~Aos
professores
do Curso
de
Pós
Graduaçao.
A
todos
os
que
diretaou
indiretamente
contribuíram
para
a realização desta
pesquisa.SUMÁRIO
Listade
Figuras ... .. Listade
Quadros
... .. Listade Tabelas
... ..Resumo
... .. Abstract ... .. Justificativa ... .. Objetivos ... ..Limitações ao
desenvolvimento
do
trabalho ... ..CAPÍTULO
1-
O
SISTEMA LOGÍSTICO
... ..1.1
-
Introdução
... .. 1.2~
Revisão
Bibliográfica ... ..1.2.1 -
O
Conceitode
Logística ... ..1.2.2 -
A
Logísticacomo
ferramenta para
a competitividade ... ..1.2.3 -
A
Logística Integrada ... ..1.2.4 - Objetivos
da
Logística Integrada ... ..1.2.4.1 -
Encurtar
oFluxo
Logístico ... ..1.2.4.2 -
Proporcionar
Visibilidadeao Fluxo
Logístico ... ..1.2.4.3 -
Gerenciar
a Logísticacomo
um
Sistema
... ..1.2.4.4 - Objetivos
Operacionais
... ..1.2.5 -
O
Conceitode
Efetividade Logística ... ..1.2.5.1 - Efetividade Logística:
uma
perspectiva externa ... .. 1.2.5.2 - Efetividade Logística:uma
perspectiva interna.. ... ..1.2.6 -
Performance
Logística ... ..CAPÍTULO
2_
AVALIAÇÃODO DESEMPENHO
LOGÍSTICO
2.1 -
DIFERENTES
ABORDAGEN
S
SOBRE
AVALLAÇÃO
DO
DESEMPENHO
LOGÍSTICO
... .. 2.1.1 -A
Abordagem
do
Global LogisticsResearch
Team
... ..p. vii p. viii p. ix p. x p. xi p. 1 ' p.4 p.5
p.6
p.6 p. 6 p. 6 p.9 p.16 p.26 p.27 p.28 .. p.29 p.29 p.33 p.36 p.37 p.38 p.43 p.43 p.452.1.2 -
A
Abordagem
de
Bowersox
&
Closs ... ..p.52 2.1.3 -A
Abordagem
de
Lambert
... ..p.58 2.1.4 -A
Abordagem
de
Gattorna
... ..p.65 2.1.5 -A
Abordagem
de
Maria Rey
... ..p.692.1.6 -
A
Abordagem
de Dornier
... ..p.76 2.1.7 -A
Abordagem
do
CEL/Coppead
... ..p.82CAPÍTULO
3-
UM
MODELO
DE
AVALIAÇÃO
DE
DESEMPENHO
DA
DISTRIBUIÇÃO
FÍSICA
... ..p.933.1 - Síntese das
Abordagens
Apresentadas
... .. p. 933.2
-
Apresentação do
Modelo
... ..p.1023.2.1
-
Justificativa ... ..p.1023.2.2
-
Desenvolvimento
do
Modelo
... ..p.1073.3 - Caracterização
do
Objeto de Estudo
... .. p.114 3.4 - Aplicaçãodo
Modelo
ao
Canal
de
DistribuiçãoCaracterizado
... ..p.116Conclusões
eRecomendações
... .. p.12lReferências Bibliográficas ... ..p.124
ANEXOS
VH
Lista
de Figuras
Figura 1.1
-
A
Logística e avantagem
competitiva ... .. p. 15Figura 1.2
-
Obtendo vantagem
competitiva atravésda
logística ... .. p. 16Figura 1.3
-
A
integraçãoda
Logística ... .. p.25
Figura 1.4
-
A
Efetividadeda
Logística ... .. p.35
Figura 1.5
-
Logisticacomo
uma
ftmçãode
Serviço ... .. p.36
Figura 1.6
-
Análisedo
Custo Total parauma
rede de Distribuição ... _. p.37
Figura 2.1
-
Etapas deDesenvolvimento do
Benchmarking
... .. p.50
Figura 2.2
-
Os
trade-off de Custosnum
Sistema Logístico ... ._ p.60
Figura 2.3
-
Estimativas demudanças Extemas
... .. p.66
Figura 2.4
-
Estimativas demudanças
Intemas ... p.67
Figura 2.5-
Matriz de Indicadores deDesempenho
Logístico ... .. p. 71Figura 2.6
- Modelo
de Qualidade de Serviço ... .. p.86
Figura 2.7
-
Metodologia de Avaliaçãodo
Serviço ao Cliente ... .. p.87
Figura 3.1
-
Demonstração do Enfoque
a ser desenvolvido ... .. p. 100Figura 3.2
-
Efetividade Logistica e oModelo
Proposto ... .. p. 104Figura 3.3.
-
Desenvolvimentodo
Modelo
de Avaliaçãodo
Nivel de Serviço ...viii
Lista
de
Quadros
Quadro
O1-
Paradigmas
daMedição
de Sink&
Tuttle ... .. p.44
Quadro
O2
- Exemplos
deMedidas
deDesempenho
em
um
Ambiente
J IT ... .. p.78
Quadro O3
-
As
nove
Dimensões do
Serviço ao Clientena
Distribuição Física .... .. p.89
Quadro
O4
-
Dimensões
Propostasdo
Serviço ao Clientena
Distribuição Física.... p. 108Quadro O5
-
Qualidadeda
Entrega ... .. p. l l7Quadro O6
-
Cicloda
Entrega ... ._ p. l l7IX
Lista
de Tabelas
Tabela
T1
-
Avaliaçõesda
Performance de Custos Logísticos ... .. p. 53Tabela
T2 -
Avaliaçõesda
Performance de Serviço ao Cliente ... _. p.54
Tabela
T3
-
Avaliaçõesda
Performanceda
Produtividade Logística ... .. p. 55Tabela
T4 -
Avaliaçõesda
Performancedo Gerenciamento
de Ativos Logisticos .. p. 55Tabela
T5
-
Avaliaçõesda
Performanceda
Qualidade Logística ... .. p.56
Tabela
T6 -
Práticas deBenchmarking
... .. p.58
Tabela
T7 -
Desempenho
Intemo
eExtemo
... .. p.79
Tabela
T8 -
Variáveis de Decisão deCompra
... .. p.90
X
Resumo
Não
há
dúvida deque
as atividades logísticasvêm
ganhando
crescente im-portância nos negócios ultimamente,independentemente
da
indústria que se queira ana-lisar.
Em
função disso, são grandes os beneficios para aquelas organizações que, saindo a frente,desenvolvem
com
maior eficácia as suas atividades logísticas,ganhando
notória
vantagem
na
competiçãocom
seus pares.No
entanto, faz-se necessário o enten-dimento por paite, das empresas,
da
necessidade de que a logistica seja gerenciadacomo
um
sistema, flexívelporém
conectado, integrado.Nesse
sentido, os sistemas logísticos devem, buscar atingir a sua Efetividade, quenada
mais édo que
a sinergia resultante da sua eficiênciaintema
e da sua eficiênciaexterna. Contudo, só é possível conhecer a Efetividade de
um
sistema logístico, se a ele for aplicadoalgum
processo de avaliação dedesempenho,
capaz de mensurar as ativi-dades
componentes
desse sistema..Assim, este trabalho procura reforçar a idéia de que, para que as organiza-
ções
possam
vir a obter performances positivas de seus sistemas logísticos, necessitarão preverem
seu escopo, forçosamente, processos de avaliação dedesempenho compreen-
dendo
as inúmeras atividadesque
compõem
estes sistemas logísticos. Através da análise de diversas abordagens tratandoda
avaliaçãodo
desempenho
logístico, criou-se a basepara a formulação
da
proposta deum
modelo
de avaliaçãodo desempenho
deum
canalde distribuição,
onde
se procurou avaliar o Nível de Serviço ao Cliente na distribuição fisica, caracterizando desta forma,uma
mensuração da
Eficiência Externado
sistemaanalisado.
Palavras-chave
xi
Abstract
There is
no
doubt that the logistic activities have recentlybecome
increasin-gly important, independently
from
the industry tobe
analyzed.'
For this reason, there are great beneñts for those organizations that, getting
ahead
of the others, develop their logistic activitiesmore
efficiently, thereby obtainingsignificant advantage over their competitors.
However,
it is necessary for thecompanies
to understand that logistics
need
to bemanaged
as a system-
flexible, but integrated.In this sense, the logistics systems
must aim
at achieving its effectiveness,which
is simply the resulting synergy of its intemaland
external efficiency. Neverthe-less, it is only possible to
know
the effectiveness of a logistic system if a performanceevaluation process is applied to such a system, so that the activities that are part of the
system can be measured.
Thus
this research aims at reinforcing the idea that for the organizations toobtain positive performances of their logistic systems they
need
to include, necessarily, performance evaluation process covering the various activities that forrn these logisticsystems.
Through
the analysis of several approachesconceming
the evaluation of logis-tic performance, a basis for a proposal of a
model
of a performance evaluationof
a dis-tribution channel
was
created.By
using this model, the level of customer service in the physical distributionwas
evaluated, characterizing, in this way, ameasurement
of theExtemal
Efñciency, of the analyzed system.Key
words
Um
Modelo
de Avaliação de
Desempenho
da
Distribuição
Física
Justificativa
A
conjuntura atual é bastantecomplexa
para as organizações, principal-mente no
aspecto da competição pelos mercados.No
caso das empresas brasileiras, este fato é aindamais
marcante, devido ao seu recente ingressono
mundo
dosmercados
globalizados, de setores desregulamentados, fontes de suprimento intemacionalizadas, e concorrentes, antes longínquos, agora à sua porta.Neste contexto, alguns parâmetros, utilizados durante décadas pelos consu- midores brasileiros para orientar suas operações comerciais, após a estabilização da
mo-
eda,foram
perdendo força rapidamente, e sendo substituídos por outros, aexemplo do
que
já acontecia nosmercados mais
desenvolvidos.Segundo
Martin Christopher (1997), questõescomo
preço,promoção
e pro-paganda, e o produto
em
si, antes fatores preponderantes nas decisõesde
compra,viram
seu prestígio diminuir ante a
mn
atributo relegado a planos inferiores durante longo tempo: o serviço.Além
disso,confonne
Fleury&
Lavalle (1995), outros fatorestambém
con-tribuíram para aumentar o nível de exigência dos clientes,
como
o
estabelecimento dos direitosdo Consumidor na
Constituição de 1988, expressosno Código
deDefesa do
Consumidor
atravésda
Lei n° 8078, de 11/09/90,em
vigor desdemarço
de 1991, e a conseqüente criação de órgãos de proteção ao consumidor, trazendoem
sua esteiraum
novo
relacionamento empresa-consumidor.Diante
de
todas estas alteraçõesdo
cenário, as empresas tiveram que se re-estruturar de
modo
a atender seus clientesda melhor forma
possível.`
Assim,
em
lugar de produtos padronizados, encontram-se, cada vez mais,produtos e serviços customizados de acordo
com
as necessidades específicas deum
de-Na
opiniãode Lalonde
(1988), as reduçõesde
custos geradas poreconomias
de escala estão
cedendo
lugar para melhorias nos niveis de serviços oferecidos, a partirde estruturas mais flexiveis de manufatura e distribuição.
Os chamados
serviços de valor agregado,como
a utilização deembalagens
com
código de barras e etiquetas especiais, o estoque gerenciado pelo fornecedor, noti- ficações de remessa antecipada, entregas diretamente nas lojas, reabastecimento jusr-in- time, entre outros, estão sendo cada vezmais
solicitados.Segundo
o trabalho intituladoWorld
Class Logistics (1995),algumas
em-
presas jáadotam
anoção
desegmentação da
performance logistica para satisfazer al-guns requisitos únicos de determinados clientes. Nesta perspectiva, a habilidade de res-
posta das empresas e os níveis de serviços oferecidos
emergem
como
importantes fontes de diferenciação.Hoje, pode-se dizer
que
questões relacionadas à velocidadedo
ciclo de pe- dido, freqüência e consistênciado
prazo de entrega,que
antesnão contavam
com
aatenção dos executivos e consumidores devido à miopia provocada pelo ambiente infla-
cionario, já são consideradas importantes
na
competição pelo espaço nas gôndolas de supermercados e nosarmazéns
de atacadistas, naconcepção do
citadoWorld
Class Lo-gzszics.
Além
disso, é importante lembrar que,quando
os produtospossuem
o mes-mo
grau de qualidade, os niveis desewiço
podem
ser o grande fator de diferenciação.Os
clientes,em
muitos casos,sabem
quais são os fornecedores quepossuem
produtosde qualidade que satisfaçam às suas necessidades. Desta forma, dentre estes diversos fornecedores, aquele
que
apresentar os melhores niveis de serviço teráum
diferencialcompetitivo.
9
.
Entretanto, atingir
uma
excelente performanceem
níveis de serviço não éuma
tarefa fácil. Para diversos autores (Byrne (1991),Bowersox
(1996), Christopher(1997) e Schary (1992)), o serviço ao cliente
pode
ser entendidocomo
o ozztpzztdo
sis-gerenciamento integrado de todo 0
fluxo
de materiais e de informações, desdeo fome-
cimento das matérias-primas até a distribuição e entrega
do
produto finalao
consumi-dor, de acordo
com
as suas necessidades.O
Brasil está presenciandouma
verdadeira revoluçãona
logísticacom
amodemização
do
setor de transporte a partir das privatizações de rodovias, portos e fer-rovias e
com
um
maior
-embora
aindanão
muito significativo - aproveitamento de hi-drovias, reduzindo os custos de transportes, justamente o principal
componente
doscustos logísticos, e
melhorando
a competitividade.Diante disto, as empresas brasileiras estão
finalmente
percebendoo
real po-tencial
da
logistica e, progressivamente, se conscientizandoda
contribuição que estaárea
pode
dar para o sucesso de seu negócio.No
entanto, o atingimentoda
eficácia logística está estritamente ligado ao fato de se criarmecanismos
para avaliar odesempenho
deste sistema logístico.As em-
presas de
melhor
conceitono
mundo
corporativo já praticamalguma forma de
avaliaçãode
desempenho
de seus processos logísticos, e por issomesmo
se distanciam cada vez mais de seus concorrentes,conforme
constatado peloWorld
Class Logistics.Ao
redirecionarem seus procedimentos logísticos a partir dos resultadosapontadosem
seusmétodos
de avaliação,conseguem
reduzir seus custos logísticos to-tais e ao
mesmo
tempo, melhorar o nível de serviço aos clientes, cristalizando desta rna-neira sua
vantagem
competitiva.Segundo Maria
Rey
(1998), a operação logistica, por si só,pode não
trazero diferencial e avantagem
buscada pelas organizações.Sem
uma
efetiva avaliação das atividades,uma
empresa
poderá estar apostandono
incremento de determinado proces- so logístico que, porém,não
esta lhe trazendo o retorno necessário,ou
mesmo
o dife- rencial pretendido, ao passo que, explorando outras atividades,como
por exemplo, transporte mais pulverizado, distribuição a partir de Centros de Distribuição, cross do-ckmg,
utilização de operadores logísticos, se poderia obter maior reconhecimentodo
Entretanto, muito
pouco
está disponível,de maneira
estruturada, para asempresas e para os estudiosos
da
logística,em
termos de sistemas de avaliaçãodo
de-sempenho
logístico, conforrne acentua Rodriguez (1998).Desta fonna, este trabalho se destina a contribuir
no
sentido desta estrutura-ção, procurando oferecer
um
modelo
de avaliaçãodo
desempenho
logísticona
ativida- deda
distribuição fisica, quanto ao aspectodo
nível de serviço ao cliente, buscando,principalmente, propiciar e ressaltar o valor metodológico resultante deste esforço.
Objetivos
Geral
Estruturar
um
modelo
de Avaliação deDesempenho
deum
Sistema de Dis-tribuição Física, de
forma
a poder demonstrar as organizaçõesem
geral, face ao seu caráter metodológico, o nível de Efetividade desses sistemas.Específicos
Pretende-se,
com
a elaboração deste trabalho:a) demonstrar a aplicação
do modelo
nas condiçõesdo
canal de distribui-ção
composto
poruma
Indústria Alimentícia euma
empresa
Operadora Logistica;b) determinar
um
segmento da
Efetividade Logistica desse sistema, especi- ficamente quanto ao aspectoda
sua Eficiência Externa;Limitações ao desenvolvimento
do
trabalho
Com
relação às limitações para o desenvolvimento deste trabalho, primei-ramente pode-se citar o próprio motivo pelo qual o
mesmo
foi empreendido,ou
seja, afalta de sistematização de processos de avaliação
de
desempenho
logístico disponíveisna
literatura atual, fatoque
diñculta aos interessados nestetema
uma
pesquisa mais es-truturada.
_
Uma
importante limitação,também
presente, refere-se ao âmbitoda
pesqui-sa. Durante o desenvolvimento desta dissertação, o
modelo
proposto de avaliaçãode
desempenho
logístico foi aplicado asomente
um
canal,em
funçãodo
tempo
disponívelna
fase de elaboraçãoda
pesquisa,quando
o ideal seria levar a metodologia para aplica- çãoem
outras organizações, deramos
diferentes.Devido
àcomplexidade do
objetivoem
avaliar odesempenho
deum
sistemalogístico, este trabalho se restringiu a avaliar o
desempenho
na
distribuição fisicasob
uma
perspectiva externa, deixando de 'avaliar omesmo
sistema, nestemomento,
em
suaperspectiva intema, o que propiciaria medir sua eficiência
em
tennos de custosdo
tluxode materiais,
demonstrando
integralmente a sua Efetividade Logistica.Por último, outro fator limitante diz respeito ao
tempo
disponivel para a ela- boração deuma
dissertação de mestrado,que
via de regra e insuficiente paraum
maior aprofundamento nos temas abordados,ou
mesmo uma
maior abrangência da área esco-lhida.
CAPÍTULO
l -O
SISTEMA LOGÍSTICO
1.1
Introdução
Inicialmente será apresentada
uma
visão geralda
evoluçãodo
conceitode
logistica.
A
seguir, e apresentadauma
revisão bibliográfica,onde
se procura fimiar alogística
como
uma
imponante
ferramenta para a competitividade e, consequentemente, para alobtençãoda vantagem
competitiva para as organizações,assumindo
um
papelfundamental
na
manutenção da
satisfação dos clientes ena
lucratividade dos negócios. Posterionnente, é apresentado o conceito de logistica integrada,onde
se buscademons-
trar a importância
do
gerenciamento interfuncionalda
logística, e as diversas áreas eatividades envolvidas.
Na
seqüência, são colocados os principais objetivosda
gestãoda
logistica integrada e os beneñcios advindos dessa
forma de
gerenciamento.Em
seguida,e apresentada a
concepção
de Efetividade Logistica,que
éo
resultadoda combinação da
eficiência interna e
da
eficiência externa deum
sistema logístico. Por fim, será apre-sentada a idéia de Performance Logistica, que erifatizará a necessidade de se avaliar
o
desempenho
dos sistemas logísticos,afim
de testar e atestar a sua performance, trazendoa discussão justamente o
tema
quemove
este trabalho.1.2
Revisão
Bibliográfica
1.2.1
O
Conceito de
Logística
Uma
das definições para a palavra logz'st'ícapode
ser encontrada na sua eti- mologia francesa,do
verbo loger, que significa alojar.Em
suaorigem
de raiz militar,significa a arte de transportar, abastecer e alojar tropas.
Corn
o passardo
teinpo, o signi-ficado de logistica foi se
tomando
mais amplo, passando a abranger outras áreascomo
oestoque,
armazenagem
e processamento de pedidos.Segundo
Bowersox
(1996), antesda
década de 50,não
havia conceito for-logisti-cas
eram
geralmente consideradascomo
trabalho de apoioou forma
de viabilização.Não
havia coordenação entre as funções, oque
gerava duplicação de trabalho e desper-dícios.
Bowersox
apontaque
a estruturaçãoda
logísticacomo
uma
organização íntegra-da
apareceu pela primeira vezna década de
50.O
grandeavanço do
conceito de logística, nosEUA
ena
Emopa,
ocorreu apartir
do
inicio da década de 80, sendo tal evolução maiordo que
todas as transforma-ções ocorridas nos processos logísticos desde a revolução industrial até o final da déca-
da
de 70.Javier Carrasco
(Apud
Lavalle, 1995)define
este processo demudança
no
conceito de logística:"Assim o
domínio
da
logística se estendeda função da
distribuição física até a totalidadedo
sistema logísticoda empresa
e aos canaisem
que se in-sere a sua atividade.
A
sua atenção, inicialmentefocada no
objetivo de re-dução
de custos' passa, sucessivamente,para
o nível de valorque
oconsumidor
confereao
produto e serviço fornecido pela empresa.Seu
interesse, inicialmente de caráter operacional, se direciona progressiva-
mente
para a
questão estratégica. Esta evolução é fortementeembasada
fatores externoscomo
a
turbulênciado
ambiente,a
internacionalização~
dos
mercados
e o desenvolvimentoda
tecnologia de informaçao... ”Segundo
Bowersox
(1996), os cinco fatoresmais
significativos para este rá-pido desenvolvimento
da
logistica a partir dos anos 80 foram:1 - as desregulamentações de setores da
economia
norte americana, principalmente o detransportes;
2 - a comercialização de microcomputadores;
3 - a revolução da informação;
4 - a difusão dos programas de qualidade e
5 - o grande
aumento
de parcerias e alianças ocorridas neste periodo.Durante a década
de
80, ocorreram desregulamentaçõesde
vários setoresda
economia
norte americana, entre eles o de transporte.Segundo
Bowersox
(1992), ades-regulamentação
do
transporte funcionoucomo
um
grande estimulante para a criativida-de
em
logistica.Além
disso,mudanças
significativas nas práticas anti-truste serviramcomo
mais
um
motivador para o rápido desenvolvimentoda
logística,uma
vezque
as alianças estratégicas, que anteseram
proibidas, setomaram comuns
durante os anos 80.A
onda
de fusões e aquisições ocorridasna década
passadatambém
causou
um
aumento na
demanda
por serviços logísticos, favorecendo o seu desenvolvimento.Bowersox
(1992) cita que quase todas as indústrias estão mais concentradas hoje quena
década de 80.
O
mais importante impulsionadorda
evoluçãono
conceitoda
logística,no
entanto, foi o rápido
avanço
nas tecnologias de informação e telecomunicações.A
co-municação
através de satélites, telefones celulares e ElectronicDara
Imercharzge (EDI),ou Troca
Eletrônica de Dados, transformaram osmeios
decomunicação
utilizados entre as empresas.Vale lembrar
também
que, a partir dos anos 80, as empresascomeçaram
a experimentar os desafiosda
globalização, e perceberam que já nãopodiam
mais viver na ilusão de que iriam escapar da competição de empresas globais. Por estes motivos,entre outros, é que a logistica demonstra ser
um
fator critico para a competitividade das empresas nestenovo
ambiente.Para atender a esta
mudança
no
papeldesempenhado
pela logistica nestenovo
cenário,em
1991 o Council úfLf›gis¡icsManagemem'
(CLA/.O inodifieou a de-finição de gerenciamento
da
distribuição física, de 1976, e passou a adotar o seguinte conceito de logística:"Logistica e o processo de planejamento, implementação e controle efi- ciente e eficaz
do
fluxo eannazenagem
de insumos, materiaisem
processo e produtos acabados, assim corno informações relacionadas, desde o ponto deorigem
até o ponto deconsumo,
com
o propósito deSegundo Lambert
(1999), atravésda definição de
logistica pode-se perceber o quantoum
excelentedesempenho
em
logistica é importante para a estratégiade
ma-
rketing das organizações.
O
grande objetivo dos esforçosde
marketing consisteem
pe-netrar
em
mercados
especificos e gerar transações lucrativas.Porém,
para que a estratégia de marketingda empresa
tenha sucesso, osprodutos e serviços
devem
estar disponíveis para os clientes.Conforme
Christopher (1997), o papelda
logística consisteem
assegurarque
os produtos e os serviços estejamdisponíveis quando,
como, onde
ena
quantidadeque forem
desejados pelosconsumido-
res, ao
menor
custo possível.1.2.2
A
Logística
como
ferramenta para
a
competitividade
O
mundo
corporativo vive atualmenteum
Novo
Ambiente
Empresarial, se-gundo Kaplan
&
Norton
(1997) achamada
Era da
lnfomiação, e as empresas, demodo
geral,-estãocaminhando
para grandes transfomiações.Na
visão dos autores, as característicasda
competiçãoda
Era Industrial es-tão se transformando, de
modo
muito peculiar,em
caracteristicas competitivas da Erada
Informação.p Vantagens antes importantes, tais
como
o escopo e aeconomia
de escala,apesar de ainda hoje serem relevantes,
não
são capazes de dar as empresas a buscadavantagem
em
relação aos competidores. ›Na
verdade, a maior parte das indústrias,em
todos os segmentosda Econo-
mia,chegou
a niveis parecidos de desenvolvimento de tecnologias aplicadas aos seus negócios,como
a automatização de processos, otimização de aplicação de mao-de-obra,redução
da
base e seleção de fomecedores, especificação de matérias-primas baseadasna
qualidade total, entre outras melhorias.O
ambienteda Era
da
Informação,segundo
Kaplan
&
Norton, tanto para as organizaçõesdo
setor deprodução
quanto para asdo
setor de serviços, exige novas ca-pacidades para assegurar o sucesso competitivo.
De
acordocom
estas considerações, o gerenciamento logístico surgeno
ce-nario corporativo
como
a alavanca capaz de fornecer às empresas as capacidades dife-renciadoras necessárias,
ou
em
outras palavras, vantagens competitivas,que
certamente as colocarãoem
destaqueno
cenário mercadológico.Segundo
Bowersox
(1996), éextremamente
importante entendercomo
al-gumas
empresasposicionam
sua competência logística para obtervantagem
competiti-va.
Em
busca deste entendimento,Bowersox
(1989) realizouuma
pesquisa para o Council ofLogistz'csManagement
buscando
compreender, entre outros objetivos, quaisseriam as caracteristicas das organizações logísticas das
chamadas
leading edge firms.'O
objetivoda
pesquisa foi examinar as tendências sobre a estrutura, estraté-gia e
comportamento da
organização logistica,como também
identificar as empresas que apresentam as melhores competências logísticasem
termos de desempenho.Segundo
esta pesquisa, as estruturas das organizações logísticas variam si- gnificativamentedependendo
da missão, tipo de negocio e recursoshumanos
disponi-veis. '
A
pesquisa confinna a hipótese de que apenasum
pequeno
número
deem-
presas norte americanas de vanguarda desfrutam de
um
nivel de competência logistica muitoacima
damédia
das empresas e identifica oque
constituiuma
organização logís-tica de alta performance. `
1
De
acordo com Bowersox (1989), as empresas leading edge são aquelas que se destacam das demaisOs
resultados apresentadosno
livroLeading
Edge
Logistics são baseadosem
3 anos de pesquisa junto às organizações logísticasda
América
do
Norte.A
meto-
dologia desta pesquisacombinou
entrevistas pessoais e questionários enviados pelo cor-reio, a
um
total de695
empresas, completadas por 100 entrevistas pessoais.De
forma
a isolar as melhores organizações, os pesquisadores utilizaram oÍndice de Atributos
Comuns
(CAI).Uma
importante limitação deste índice,segundo
Chow,
Lemiart e Henriksson (1994), éque
elemede
o potencialda empresa
para ofere-cer altos niveis de serviço
em
vez demedir
odesempenho
logístico propriamente dito.Outra critica à pesquisa é feita por
Cooper (apud
Chow,
Heaver
e Henriks-son, p. 20, 1994)
ao
lembrarque pode
existiruma
grande diferença entre oque
asem-
presas
dizem
que elasfazem
e o que elas realmente fazem.Apesar das críticas, o
modelo
proposto porBowersox
é vistocomo uma
ex- celente tentativa de descrever as caracteristicascomuns
asempresas que
se diferenciam por explorar a logísticacomo
um
diferencial competitivo.A
análiseda
pesquisa concluiu que as leadingedge
firms
existemem
todasas indústrias e
em
todos os niveisdo
canal de distribuição.Q
status leading edge firm não esta limitado aotamanho da
organização enem
aum
tipo específico demembro
do
canal.
Segundo
esta pesquisa, as empresas de vanguarda geralmenteusam
a logis-tica
como uma
anna
competitiva para assegurar e manter a lealdade dos clientes. Tais empresas se destacam pelo alto nivel de flexibilidadeem
seu sistema logístico, 'visandoatender às necessidade de seus clientes chave
em
situações não rotineiras.As
melhoresempresas
são mais flexíveis epossuem
habilidades de resposta maiores, estão maiscomprometidas
com
seus clientes,são mais
conscientes de seusresultados,
têm
uma
relaçãomais
estreitacom
seus fornecedores, apresentamum
altograu de adoção de tecnologia e estão mais envolvidas
com
a estratégiada empresa
como
Estas empresas
normalmente
possuem
sistemasde
informação capazesde
monitorar a performance logística
em
tempo
real,tomando-as
capazes de identificar potenciais problemas operacionais etomar
as ações corretivas antesde que
ocorram falhasno
serviço ao cliente. Tais empresaspossuem
competência de classe mundialem
logistica epodem
obtervantagem
competitiva oferecendo niveisde
serviço superioresaos clientes.
A
conclusão geralda
pesquisa liderada porBowersox
foique
odesempenho
logístico de vanguarda resultava
da
soma
deum
desempenho
excelenteem
3 fatores,que
seriam:um
alto grau de formalizaçãoda
organização logística,um
excelente morri; toramentodo
desempenho
logístico eum
alto grau deadoção de
tecnologia de informa- ção. Estes três fatores, juntos,tomariam
aempresa
muito mais flexível e eficiente.Também
em
Christopher (1997) , encontra-seuma
definição deVantagem
Competitiva -
uma
posição de superioridade duradoura sobre os concorrentes - baseadanos conceitos de Produtividade e Valor.
Segundo
este conceito, avantagem
competitiva ocorre,em
primeiro lugar,quando
aempresa
demonstra capacidade de diferenciar-se dos competidores aos olhosdo
cliente, eem
segundo lugar,quando
é capaz de operar a custos mais baixos, e conse-quentemente,
com
lucro superior.A
Vantagem
em
Produtividade,que
redundaem
redução de custos, pode seralcançada, por exemplo, por
meio
de escala de produção, resultandona
diluição doscustos fixos
em
função dos maiores volumes,como também
atravésdo
impactoda
"curvada
experiência", cuja definição demonstraque
todos os custos, não somente osde produção,
caem
auma
certa taxa, àmedida
que ovolume
aumenta. Este conceito se aplica somente aos custosque
agregam
valor ao produto, enão
aos custos de materiais comprados.u
A
maior
participação de mercado, através da obtenção de maioresvolumes
de vendas,
também
se mostracomo
um
fator de redução de custos, proporcionando às empresas o diferencial almejado.Entretanto, sabe-se
que
avantagem
obtidasomente
com
baseem
liderançade custos e produtividade poderá ser
pouco
sustentável, devido às rápidas ações demer-
cado
dos competidores,no
sentido de igualarou
superar odesempenho
dos líderes, con-seguidas através das estrategias de marketing
ou
implantação de tecnologias inovadoras nos processos de produção, comercializaçãoou
distribuição.Christopher (l997) enfatiza que, a
não
serque
o produtoou
serviço ofereci-do
possa ser diferenciado, dealgum
modo,
de seus concorrentes, existeuma
forte pro- babilidade de que omercado
o vejacomo
uma
commodity, tendendo, desta forma, que avenda
seja feita pelofomecedor que
apresenta o preçomais
baixo.Este é o
motivo
pelo qual as organizaçõesdevem
procurarmeios de
diferen- ciarem sua ofertaem
relação aos competidores,buscando
agregaralgum
valor aos seus produtos.Quanto mais segmentada
a oferta ao mercado, maiores as chances dasem-
presasem
adicionar valores especificos e direcionados,uma
vez que omercado
apreciaofertas "individuali2adas". t
A
diferenciação se mostra, freqüentemente,como uma
forma
bastante sus- tentável de obtenção devantagem
competitiva.De
outro lado,também
o Serviço e'um
meio
utilizado pelas empresas para adicionar valor aos produtos.Os
mercados, demodo
geral, estão muito mais sensíveis aos serviços, aomesmo
tempo
em
que
os produtos, fruto deuma
convergência tecnológica, estão cada vez mais similares entre si, dificultando a tarefa dascompanhias
que se baseiam, por exemplo, na forçada
marca
e daimagem.
_Feita esta constatação, as empresas necessitam buscar outras formas
de
dife-renciação perante a concorrência, e a maneira encontrada pela maioria das organizações
e' focando suas estratégias nos
serviços aos clientes, que
surgem
sob variados aspectos,caracterizados por serviços de entrega, serviços pós-venda, pacotes financeiros, apoio técnico, entre outros.
Na
realidade,o
que sepode
inferir é que, ascompanhias que
vêm
obtendosucesso
em
suas estratégias de mercado, são aquelasque souberam combinar
as ações baseadasna vantagem
em
produtividade etambém
na
vantagem
em
valor..Observando-se a matriz (figura. 1.1)
que demonstra
a relaçãoVantagem
em
Valor
x
Vantagem
em
produtividade, pode-secompreender
as posições ocupadas pelasempresas
conforme
suas estratégias de negócios.Empresas
situadasno
quadrante inferior esquerdo desta matriz encontram-se ntuna posição incômoda, poisnão possuem vantagem
em
custonem
tampouco
seus produtos são diferenciados dos concorrentes, isto é,vivem
num
típicomercado
decom-
modities .
A
não
definição deuma
politica específica,ou
seja, não ser o líderem
cus-tos e
nem
tampouco
desenvolveruma
estratégia de diferenciação, voltada a segmentos, podera se constituirem
fracasso empresarial para asempresas que
tomarem
essa dire- ção.Pode-se concluir, portanto, analisando a matriz de Christopher,
que
ome-
lhor quadrante para as empresas e o que se encontra
no
canto superior direito, pois são as empresas que oferecem produtos diferenciadosem
'valor adicionado, assimcomo
sãotambém
competitivas nos custos,ocupando
uma
posiçãoque
dificulta as ações dos con- correntes que, eventualmente,possam
pretender ganhar posiçõesno
mercado.Em
meio
a este polêmico cenario, a Logística surgecomo
sendo a saída para as empresas na obtençãoda
almejadavantagem
competitiva,dando
condições as orga- nizações de utilizar todo o seu potencialno que
tange ao nivel de serviços ofertados,A
Líderem
Liderem
Sen/mos custos e_
ç Alta serviços Vantagem em Va or Mercado de Líderem
commodity custo Baixa Baixa AltaP
Vantagem
em
produtividadeFigura
1.1 -A
logistica e avantagem
competitivaFonte: Christopher, M. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (1997), pag.7
Efetivamente, o gerenciamento
da
Logística proporciona às empresas pla- nejar e coordenar as atividades necessárias para o atendimento das metas relativas a serviços e custos reduzidos.Esta é a missão
da
Logística,conforme
argumentam Bowersox
&
Closs (1996), entendidacomo
o elo de ligação entre omercado
e as atividades operacionaisda
empresa, cujas atividades seestendem
desde o gerenciamento na obtenção de matéri-as-primas até a entrega
do
produto final.De
fato, a capacitação logística das organizaçõestem assumido
papel fun-damental
no
processo de manter a satisfaçãodo
cliente e,como
conseqüência, a lucrati-vidade dos negocios.
Existem variados
caminhos
de se incrementar a produtividade e avantagem
Vantagem
em
valorA
Objetivo:
Vantagem
competitiva
Oportunidades de alavancagem sustentável
da logística: o Serviço personalizado o Estratégia do canal de distribuição o Relacionamentos com os * clientes, etc.
V
Vantagemem
produtividadeOportunidades de alavancagem da logística: â Utilização da capacidade
o Giro do ativo
. Co-produção/integração da programação, etc.
Figura
1.2 -Obtendo vantagem
competitiva atravésda
logísticaFonte: Christopher, M. Logistica e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (1997), pag. ll
1.2.3
A
Logística
Integrada
Uma
caracteristica inerente a estenovo
ambiente empresarial,denominado
de Era da lnfonnação, são os
chamados
Processos Interfuncionais, citados porKaplan
&
Norton (1997)
como
um
ativo intangível, a ser explorado pelas empresas quebuscarem
vantagens diferenciadoras
no
mercado.Diferentemente de
como
se caracterizavam os processos funcionais naEra
Industrial - altamente especializados e
autônomos
- as empresas daEra
da Informaçãoprecisam desenvolver e aplicar
um
estreito relacionamento entre os seus setores funcio-nais, isto és
um
inter-relacionamento funcional.A
especialização das áreas funcionais ainda é relevante, porém, o relacio- namento, acomunicação
e a afinidade de politicas, é que darão às organizações,o
dife- rencialem
relação aos seus competidores.Nesse
aspecto, o gerenciamento integradoda
logística é fundamental para asempresas que
compreendem
a importância de atingirem esse objetivo. 'Martin Christopher (1997) aponta este raciocínio ao colocar textualmente:
O
gerenciamento logístico,do ponto de
vistade
sistemas totais, é omeio
pelo qual as necessidades dos clientes são satisfeitas através
da
coordena- ção dosfluxos
de materiais ede
informaçõesque
vãodo mercado
atéa
empresa, suas operações e, posteriormente,para
seus fornecedores.A
rea-lização desta integração total exige
uma
orientação bastante diferente da-quela tipicamente encontrada
na
organização convencional.Na
verdade, evoluiu-se hoje para algoalém do
gerenciamento integradoda
logística intema.
Mercados
mais evoluídosreconhecem
a importanciado
gerenciamentoda
Cadeia de Suprimentos, o SupplyChain
Management
,um
conceito relativamentenovo
para a maior parte das empresas, principalmente se focado omercado
dasmédias
epequenas empresas brasileiras.
Ainda segundo
Christopher, o objetivo primordialdo
gerenciamento logísti-co e a otimização de fluxos dentro da organização, entendidos
como
Fluxo de Materiaisou
Fluxo Físico, que significa amovimentação
e transporte de materiais, sendo respon-savel pela agregação de custos importantes
ao
processo logístico, e o Fluxo de Informa- ções, básico para o funcionamentodo
sistema, eque
se utiliza fundamentalmentede
tecnologia de informação. 'Na
visão de Martins&
Alt (2000), "o fluxo de materiais e' unidirecional, ode fundos
também
é unidirecional,mas
em
sentido contrario, e o fluxo de informações émultidirecional. Assim, pode-se perceber desde já
que
este é o grandeproblema
do sis-tema
logístico.Sem
um
sistema de informações sofisticado,eficaz
e não burocrático, acadeia emperra, e o
tempo
defluxo
(lead time) se alonga, afetando custos, qualidade,Em
Ballou (1995) encontra-se a definição de logística empresarialcomo
sendo
o processo que:Trata
de
todas atividades demovimentação
earmazenagem, que
faci-litam
ofluxo
de
produtos desde oponto de
aquisiçãoda
matéria-primaaté o
ponto
deconsumo
final, assimcomo
dos ƒlwcosde
informaçãoque
colocam
os produtosem
movimento,com
o propósito de providen- ciar níveis de serviçoadequados
aos clientesa
um
custo razoável.Por outro lado,
no
atual cenário, otempo
surgecomo
a chave principal, e, nesse aspecto, a rápida resposta logística setoma
obrigatória.Em
sua tese de doutorado, CharlesMoller
(1996) apontaalgumas
tendências importantes,no
cenario dos negócios, quevêm
influenciando as questõesdo
gerencia-mento
logístico integrado:-As
organizações concentram-se nas suas core competences , isto é, aquelasque exigem
habilidades especiais,dominadas
pela empresa;-As
outras atividades são terceirizadas, e neste caso é enfatizada a impor- tânciada
rede de suprimentos;'O
estabelecimento de parcerias requeruma
nova
organização eum
novo
estilo de gerenciamento;
-
IA
tecnologia de informaçãonão
é mais suficiente para criar vantagens,
mas, ao contrário, 0 uso efetivo
da
tecnologia éque
propiciará este diferencial;'Mercados
e fontes de suprimentos intemacionalizam-se, e a escala global eempresas virtuais são novos conceitos, cada vez
mais
presentes;'O
Ciclo deVida
dos produtos e' cada vez menor, e acompreensão
e geren-ciamento dos prazos logísticos toma-se crucial.
Vê-se, portanto, a importância
em
administrar o sistema logístico deforma
integrada, de ponta a ponta,
ou
seja, desde0
gerenciamento dos materiais, passandopelo gerenciamento da produção até a administração dapdistribuição.
Desta forma, a logística integrada é entendida, na visão de
Bowersox
&
fornecedores, e
compreende
a coordenação de áreas e atividades diversasna
organiza-ção,
como
lay_-out operacional e localização, informação, transporte, estoques e ar-mazenagem, movimentação
de
materiais eembalagem.
Relativamente à localização e lay-out operacional, os autores
sugerem que
os economistas clássicos negligenciaram a importância deste item, desconsiderando asfacilidades que ocorrerão
em
fiinçãoda
localização geográfica edo
lay-out operacional.De
fato, estas são questões fundamentaisquando
se precisa oferecer facili-dades logísticas aos consumidores,
como
rapidezna
fabricaçãoou
montagem
dos pro-dutos, e
também
facilidades e presteza na entrega destes produtos, proporcionando ca-pacidades
em
prestar serviços e, aomesmo
tempo, reduzir os custos destas operações,Segundo
Bowersox
&
Closs, a capacidadede
selecionar amelhor
localiza- ção, assimcomo
omais
funcional lay-out operacional,pode
proporcionar às empresaso
primeiro passoem
direção àvantagem
competitiva.Na
seqüência, os autorescolocam que
a importânciada informação
parauma
boa
perfonnance logistica é fundamental.No
entanto, historicamente este conceitotambém
não estava devidamente claro nas organizações.No
atual cenario,compreender
o quanto a informação, rápida e confiável, e prioritária para os processos logísticos,
pode
ser o diferencial entre empresas de determinadossegmentos
_Com
base nas informações, importantes ações logísticas são defiagradastentando antecipar o mercado, conseguindo
com
isso obter a dianteiraem
relação aos concorrentes.No
entanto, informações não-confiáveisou
equivocadaspodem
ocasionar,por exemplo, estoques subdimensionados
ou
excedentes._
De
outro lado, informações erradas, relativas a especificações deum
deter-minado
cliente,provocam
mn
erro de processo, fazendocom
que os custos logísticos inerentes ao processonão
resultemnuma
Venda, gerandono
entanto,um
incremento nos custos totais.Previsões e gerenciamento são duas áreas
da
logísticaque
dependem
fun- damentalmente da informação.As
previsões e análises de tendências logísticas sãoum
esforço
no
sentido de estimar necessidades futurasdo
mercado,buscando
as empresascom
isso ocupar lugar de destaque junto aos seus consumidores.Em
seguida, os autores se referem à atividade deTransporte
como
a árealogistica encarregada de posicionar geograficamente os estoques.
Por
se tratar deuma
atividade de vital importância e de proporcionar grande visibilidade
em
seus custos,o
transporte
tem
recebidouma
atenção especial nascompanhias
ao longo dos anos.Não
é por outro motivo que,afinnam
Bowersox
&
Closs, tanto grandes quanto pequenasem-
presaspossuem
áreas e profissionais gerenciando especificamente a atividade de trans-porte.
Normalmente,
a atividade de transporte é realizada a partir de três maneiras basicas.Em
primeiro lugar, utilizando-se de frota própria de equipamentos.Uma
Se-gunda
forma, é através de contratação de especialistasem
transporte.E
terceiro, ascompanhias
podem
contratar várias empresas de transporte,que
variarãoconforme
asdiferentes necessidades de serviço
ou
bases de despacho.Na
opinião dos autores, sob o ponto de vista da logistica, três fatores sãofundamentais para
um
bom
resultado na atividade de transporte: custo, agilidade e con-fiabilidade.
Relativo ao custo de transporte, o objetivo
do
gerenciamento logístico e' uti-lizar
um
tipo de transporte queminimize
'o custo total.Nesse
aspecto, a pratica mostraque
nem
sempre o transporte mais barato resultaem
menor
custo totalda movimenta-
ção.
Referente à agilidade, a tarefa dos setores logísticos é selecionar
um
metodo
de transporte que possa aliar velocidade de operações
com
um
custo plausíveldo
servi-ço.
Confiabilidade -
ou
nível de variabilidade -na
atividade de transporte dizmovimen-tação, por diversas vezes.
A
confiabilidade éum
reflexo da
segurança oferecida pela atividade de transportes.Se, para
uma
certamovimentação,
leva-se dois diasnuma
primeira vez, eseis dias
numa
próxima
ocasião, esta variabilidadepode
criar sérios problemas logísti-cos.
Se
falta confiabilidadeno
transporte, estoques de segurança serão necessários para tentar evitar a quebrado
serviço.O
valordo
tempo
é, cada vez mais, crucial para as empresasobterem
vanta- gensno
mercado. Agilidade e confiabilidade,no
entanto,dão
acombinação
necessária para proporcionar qualidadeem
transportes.Segundo
os autores, encontrar e gerenciar omix
mais apropriadoem
trans- portes, e certamenteuma
das prioridades logísticas.Relativamente à atividade
de
Estoque,Bowersox
&
Closs (1996)afinnam
que a designação dos estoques nas empresas dependerá da sua estrutura funcional, edo
nível de serviços desejado aos clientes.No
entanto, ameta
é atender ao objetivo de ser-viços requeridos pelo
mercado
alvo,com
omínimo
de estoque possível, e operandocom
omenor
custo total.Freqüentemente, estoques excessivos são utilizados
como uma
equivocadasegurança, e que,
em
última análise, elevarão necessariamente o custo logístico total.As
estratégias logísticas são desenvolvidascom
o intuito de rnanterein omenor
nível deinvestimentos
em
ativos estocados.Segundo Bowersox
&
Closs (1996), políticas sólidas de gerenciamentode
estoques são baseadasem
cinco aspectos seletivamente distribuidos: segmentaçãode
clientes, requisitos dos produtos, integração
do
transporte, exigências baseadasno
tern-po, e performance competitiva.
Toda
empresa
quevende
produtos auma
variedade de clientes,tem
a possi-destes clientes,
com
relação à lucratividade.Alguns
clientes,ou
mercados, são alta-mente
lucrativos e ainda apresentam potencial de crescimento, enquanto outros não.A
lucratividade das operaçõescom
clientesou
mercados,afirmam
os auto-res,
depende
de fatorescomo
aquisição de suprimentos e componentes,volumes de
venda, preço, valor agregado dos serviços exigidos, e outras atividades suplementares, necessárias ao desenvolvimento e
manutenção do
bom
relacionamentocom
estesmer-
cados.
Clientes que apresentam alta lucratividade, constituem-se
no
principal mer-cado
para as companhias, e as estratégias de estoque necessitam focalizarcomo
deverá ser constituída a sua composição, para atender prioritariamente estes mercados.Segundo
Christopher (1997), muitas empresasexperimentam
uma
signifi-cativa variação
em
volume
e lucratividade, relativo às linhas de produtos.Com
freqüên-cia, pode-se verificar através da regra 80/20,
ou
princípio de Pareto, que aproximada-mente
20%
dos produtosproduzem
80%
dos lucros totais.Ao
considerarem este parâ-metro, os gerentes
podem
evitar excedentes de custo,implementando
estratégias de es- toqueque
priorizem os produtos consideradoscomo
primeira linha.Ainda conforme
o autor, por razões óbvias, as empresas preferem proporci-onar Ótimas disponibilidades e distribuição prioritária para os produtos mais lucrativos.
Algumas
empresasentendem
ser desejável deslocar os itens demenor
movimentação
ou
menor
lucratividade para tunarmazém
central de distribuição. ~Compromissos
relativos a pronta-entrega,segundo
Bowersox
(1992), desti-nados a cumprir exigências de clientes, constituem-se
em
importantes decisões logisti-cas. Tais estratégias, baseadas
no
tempo,buscam
reduzir todos os estoques a medida'em
que
desenvolvem
capacidade de rápidas respostas às exigências e necessidades dasma-
nufaturasou
clientes varejistas.Na
opinião deBowersox
&
Closs (1996), se os produtos e materiaispodem
ser rapidamente distnbuidos, e possivel quenão
seja necessário manter estoques nas plantas industriais.Da
mesma
maneira, se os estoques de 'varejopodem
ser reabasteci- dos rapidamente,menos
estoques de segurança necessitam ser mantidos "para a frente"na
cadeia de suprimentos.A
altemativa para estoquesde
maténa-prima
ecomponentes
é receber as quantidades exatasde
estoque requeridas,no
devidotempo
das operações,em
típicas operações Just-in-Time.Em
compensação, colocam
os autores, enquanto tais programas, baseadosem
tempo,reduzem
os estoques de clientes aosminimos
absolutos, de outro ladopodem
ser influenciados por outros custos que incorrerão
no
processo logístico. Por exemplo,programas baseados
em
tempo tendem
a reduziro
tamanho
dos embarques, queno
en-tanto, incrementa o
número
de carregamentos, a freqüência, e 0 custo dos carregamen-tos. Isto
pode
resultarem
altos custos de transporte.Para se buscar a eficácia
no
sistema logístico, algunstrade-of
(escolha en-tre duas
ou
mais altemativas) necessitam ser considerados, relativos aos serviços dese-jados pelos clientes, e o custo total resultante.
Finalmente, estratégias de estoque
não
podem
ser elaboradasnum
vácuo
competitivo.É
precisoque
as empresaslevem
em
consideração osmercados
em
que
atuam
e suas particularidades. Sólidas políticas deestocagem
são essenciais para ganhar e manter vantagens através dos serviços aos clientes,ou
ainda, neutralizar asameaças
apresentadas pelos competidores.Cada
tipo de estocagem, assimcomo
o nivel decomprometimento
com
cli- entes, precisam ser vistos sob a perspectivado
custo total. Portanto, entender o inter-relaeionamento entre ações facilitadoras, lay-out operacional e localização, transporte e
decisões sobre estocagem, é fundamental para a logistica integrada,
afirmam
os autores.Para
Bowersox
&
Closs, a função finalda
logistica, isto é,armazenagem,
movimentação
de
materiais eembalagem,
também
representauma
importante partedas operações e soluções logísticas.
Entretanto, estas funções não estão desatreladas das outras atividades vistas anteriomente,