UNIVERSIDADE
FEDERAL DE
SANTA CATARINA
CENTRO
SÓCIO
ECONÔMICO
DEPARTAMENTO
DE
CIÊNCIAS
CONTÁBEIS
_TRABALHO
DE
CONCLUSÃO
DE
CURSO
ANÁLISE
DO
SISTEMA
DE
CUSTOS DE
UMA
COOPERATIVA DE
TRABALHO
MÉDICO
CLAILDE
VANZELLA
\
FLORIANÓPOLIS
-SC
UN1vERsD)ADE
FEDERAL
DE
sANTA
CATARINA
CENTRO
sÓCIO
ECONÔMICO
DEPARTAMENTO
DE
CIÊNCIAS
CONTÁBEIS
ANÁLISE
DO
SISTEMA
DE
CUSTOS
DE
UMA
COOPERATIVA DE
TRABALHO MÉDICO
Trabalho
de
Conclusão
de
Curso
submetido ao
Departamento de
Ciências Contábeis,
do
Centro Sócio
Econômico, da
Universidade.
Federal
de
Santa
Catarina,como
requisitopara obtenção
do
grau
debacharel
em
Ciências
Contábeis.
Acadêmica:
CLAILDE
VANZELLA
~
Orientador:
PROF.
NIVALDO
JOAO
DOS
SANTOS
FLORIANÓPOLIS
-sc
ANÁLISE
DO
SISTEMA
DE
CUSTOS
DE
UMA
COOPERATIVA DE
TRABALHO MÉDICO
Autora:
Acadêmica
CLAILDE
VANZELLA
Esta
monografia
foi apresentadacomo
trabalho de conclusãodo Curso
de Ciências Contábeisda
Universidade Federal de Santa Catarina, obtendo a notamédia
de flzlfl/O ... .. atribuídapela banca constituída pelos professores abaixo nominados.
Florianópolis, de de 1997.
Prof.
Maria
D
nizeHe
ue
CasagrandeCoordenador
deMonografia
do
CCN
Professores
que
compuseram
a banca:E
Prof
Nivaldo João os SantosPresidente
P
_ re ` ioao orgesMembro
fiWfltam~
Membro
AGRADECHVIENTOS
Agradeço
a Deus, porme
conceder saúde, força e detenninação parachegar a esse princípio de
uma
nova
caminhada.Aos meus
pais, pela educação que recebi, pelo apoio e pelaoportunidade
que
sempreme
deram de
estudar.Aos meus
irmãos, pelocarinho.
O
meu
muito obrigada ao professor Nivaldo que,com
suaexcepcional ajuda, fez
com
que
este trabalho setomasse
realidade.Admiro-o
pela inteligência e simplicidade, e considero-o
um
grande amigo.Aos
professoresdo
cursoque
contribuíram paraminha formação
acadêmica e aos
meus
colegas de curso quecomigo
enfrentaram asadversidades ~e
-comemoraram
as alegrias.Finalmente, agradeço a todos os que, de
alguma
maneira, contribuíram paraque
eu aqui chegasse.SUMÁRIO
1INTRODUÇAO
... ._ 1.1CONSIDERAÇÕES
INICIAIS
... .. 1.2OBJETIVOS
... ... ... ._ 1.3.METODOLOGIA
DA
PESQUISA
... .. 1.3.1Metodologia
aplicada ... .. 1.3.2 Limitaçõesda
pesquisa ... .. 1.4ORGANIZAÇÃO
DESTE
TRABALHO
... ..2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
... _.2.1
SOCIEDADES COOPERATIVAS
... ..2. 1. 1 Conceito ... ..
2.1.2 História ... .. 2.1.3 Princípios cooperativistas ... .. 2.1.4 Características das sociedades cooperativas ... .. 2.1.5 Classificação e tipos ... .. 2.1.5.1 Classificação ... ... .. 2.1.5.2 Tipos
de
cooperativas ... .. 2.1.6 Estrutura das sociedades cooperativas ... .. 2.1.7Formas
usuais de administração ... ..2.2
CONTABILIDADE
DE
CUSTOS
... .. 2.2.1Termos
aplicados na análise de custos ... .. 2.2.2 Identificação dos custos e das despesas ... .. 2.2.3 Princípios contábeis aplicados a custos ... .. 2.2.4 Sistemas de custos ... .. 2.2.5Métodos
de custeio ... .. 2.2.5.1 Custeio porAbsorção
... .. 2.2.5.2 Custeio Variávelou
Custeio Direto ... .. 2.2.5.3RKW
... .. 2.2.5.4 CusteioBaseado
em
Atividades ... ._ 2.2.6 Sistema de custeio proposto porBENATO
(1992), às cooperativas médicas3
ESTUDO
DO
SISTEMA
DE CUSTOS
DA
COOPERATIVA
VIDA
... ..CONSIDERAÇÕES
INICIAIS
... .. Produtos devenda
... .. 3.1 3.1.1 3.1.2 3.1.3 3.1.4 3.1.5 3.2 3.2.1 3.2.2 3.2.3 3.3Forma
de funcionamento ... ._Forma
de atendimentodo
usuário epagamento médico
... ..Estrutura e administração ... ..
Sistema de informações operacional e financeira ... ..
SISTEMA
DE
CUSTOS
... ..Cálculo dos custos dos contratos de pessoa fisica ... ..
Cálculo dos custos dos contratos de pessoa jurídica ... ..
Apuração
mensal dos custos totais dos contratos ... ..A
COOPERATIVA
VIDA
... ..4
ANÁLISE
DO
SISTEMA
DE CUSTOS
DA
COOPERATIVA
VIDA
... ... .. 4.1ANÁLISE
Do
coNTRoL›E
DE
cUsTos
... ..4.2
CONFRONTO
ENTRE
TEORIA
E
PRÁTICA
... ..CONCLUSÃO
... ..BIBLIOGRAFIA
... ..1
INTRODUÇÃO
Este capítulo objetiva dar
uma
visão geraldo
que será abordadono
trabalho,bem como
especificar a metodologia que será utilizadano
desenvolvimentodo
mesmo.
Serádividido
em
quatro seções, nas quais são definidas as diretrizesdo
trabalho.1.1
CONSIDERAÇÕES
n~1rc1A1s
'É
intenso O grau de exigência de usuários de todos os tipos de serviços. Esta realidade é ainda mais evidenciadaquando
se trata de prestação de serviços médicos, poister saúde é essencial ao ser
humano.
“O
indivíduonão
mais aceita relaçõessem
que
lhe seja assegurada a oportunidadede expor a`sua opinião
ou
especificar os requisitos básicosda
sua satisfação, seja exercendoospapel de consumidor
ou
de cidadão”.SANTOS
(1997, p. 2)As
sociedades cooperativasnão
fogem
à regra,também
sofrem impactostecnológicos, econômicos, financeiros e mercadológicos.
A
minimização destes efeitospoderá ser conseguida se houver controle dos custos relativos às suas atividades.
A
partir desta constatação, toma-se necessária a implantação de sistemas dequalidade
que
visem atender as necessidades dos usuários eda
própria empresa. Acredita-seque
um
adequado
sistema de custos seja fator importante para assegurar a melhoriada
qualidade
da
empresa.As
cooperativasnão
se diferenciam das demais empresas quanto aos controles e administração. Suas regras básicas legais e tributárias se diferenciam das demais empresaspor
um
só fato:“O
Ato
Cooperativo”. Este, é isento de tributação eO
seu registro contábil édiferenciado.
Portanto, para
uma
Cooperativa,onde
o objetivo dos sócios é a melhoria detodos, garantindo a
boa
qualidade dos produtos e serviços a preços, muitas vezes, inferioresao
do mercado
concorrente e satisfazendo as expectativas dos seus associados,um
sistemade custos certamente contribuirá para decisões administrativas mais acertadas, e melhores
resultados.
Outro fator
que
releva a importânciado
sistema de custos para as cooperativasde trabalho
médico (bem
como
às demais empresasdo
ramo) são as recentesmudanças
exemplo
com
relação às diárias deUTI, que não
mais poderão ser limitadas. Isto deveráacarretar mais dispêndios e, conseqüentemente,
uma
análise de sua representatividade noscustos totais a
fim
de verificar a possibilidade de assumi-lossem
onerar o preço devenda
dos planos de saúde.Neste sentido,
o
presente trabalho constituino
estudo e na análisedo
sistema decustos de
uma
cooperativa de trabalho médico. Acredita-se queum
sistema de custos seja defundamental importância para a cooperativa, viabilizando o controle e as
tomadas
dedecisões referentes às vendas de planos de saúde e remuneração dos médicos.
1.2
OBJETIVOS
Este trabalho
tem
como
objetivo geral contribuir para a melhoria de informaçãogerencial de natureza contábil, de
uma
cooperativa de trabalho médico.Para isso, pretende-se alcançar os seguintes objetivos específicos:
0 buscar, através de estudos bibliográficos, maior conhecimento sobre a teoria, técnicas e aplicação de custos;
0 conhecer os
componentes
de custos deuma
cooperativa prestadora de serviços médicos;0 identificar
o
conjunto de informações utilizadasna
formulaçãodo
sistema de custos e estabelecimento demétodos
de rateio;0 analisar
o
sistema de custos utilizado poruma
cooperativa médica;0 identificar, na cooperativa
em
questão, as necessidades de informações relacionadas acustos.
1.3
METODOLOGIA DA
PESQUISA
1.3.1Metodologia
aplicadaO
presente trabalho consiste deum
estudo exploratório de natureza teórica eprática. Neste sentido, fez-se necessária a revisão
da
bibliografia pertinente,bem como
oestudo e a análise
do
sistema de custos utilizado pela Cooperativa.Pretende-se estabelecer a relação entre o sistema' de custos
em
uso na
Cooperativa e as informações obtidas na respectiva literatura, a
fim
de verificar os possíveispontos de melhoria
que
poderão trazer beneficios aos controlesda
empresa.cooperativa onde, in loco, foi verificada a estrutura existente, as limitações dos controles de
custos e os fatores
que
as detemiinam,bem como
as necessidades de incrementos aosistema atual, visando melhorar a qualidade das informações relacionadas
com
o controlede
custos.
1.3.2 Limitações
da
pesquisaA
principal limitaçãoda
pesquisa é a escassez de obras literárias pertinentes a sistemas de custos aplicados a cooperativas médicas.Apesar
disto, procurar-se-ái conciliar apesquisa teórica
com
considerações evidenciadasna
prática.'
Outra limitação é a
não
divulgação dadenominação
corretada
instituição objetodo
estudo, tratando-a, neste trabalho,como
CooperativaVIDA.
A
pedido desta,houve
alteração dos dados oficiais,porém sem
prejudicar a análise aque
a pesquisa se propõe.1.4.
oRGAN1zAÇÃo
DESTE
TRABALHO
.
Com
o
intuito de facilitaro
entendimento, este trabalho é subdivididoem
quatrocapítulos, e estes subdivididos
em
seções.O
primeiro capítulo refere-se à introduçãodo
presente trabalho, e estásubdividido
em
quatro seções.Nas
considerações iniciais, é apresentada a justificativa e aimportância
do
sistema de custos para as cooperativas de trabalho médico. Depois, faz-se aexposição dos objetivos pretendidos, seguida da metodologia utilizada para atingir os
objetivos e, por
fim,
apresenta-se a organizaçãodo
estudo.No
capítulo dois,composto
por duas seções, divididas estasem
subseções, são abordados, primeiramente, alguns fundamentos básicos sobreo
cooperativismo.Na
segundaseção, discute-se sobre a Contabilidade de Custos, especialmente os
métodos
de custeio porabsorção, custeio variável,
RKW
e custeio baseadoem
atividades, finalizandocom
um
modelo
de sistema de custos proposto porBENATO
(1992)em
seu livro: Custos,Um
Enfoque
Cooperativista, para as cooperativas médicas.No
terceiro capítulo é feitoum
estudo de caso deuma
cooperativa de trabalhomédico, descrevendo: produtos de venda, forma de funcionamento,
forma
de atendimentodo
usuário epagamento
médico, estrutura e administração, sistema de informaçãooperacional e financeira e controle de custos por ela efetuados.
cooperativa objeto deste estudo,
comparando
a teoria e a prática.'
Por fim,
são apresentadas as conclusões deste trabalho,acompanhadas
dasrecomendações
para a realização de futuras pesquisas, e, na seqüência, a bibliografiado
2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Neste capítulo são feitas considerações a respeito de sociedades cooperativas,
apresentando as diferenças básicas entre estas e as sociedades mercantis. Discorre-se sobre
contabilidade de custos, principalmente
no
que se refere aosmétodos
de custeio mais usuais,apresentando
um
modelo
de sitema de custos aplicável às cooperativas médicas.2.1
SOCIEDADES COOPERATIVAS
2.1.1 Conceito
É
comum,
nas mais diversas atividades econômicas, as pessoas organizarem-seou
aderirem a maneiras de agir que possibilitem beneficios a todos. Issopode
ser verificadoespecialmente nas áreas de produção,
consumo
ou
prestação de serviços.Conforme
PADILHA
(1966, p. 6):“O
cooperativismo' é, pois, a doutrinaeconômica
que, consagrando os princípios fundamentais da liberdade humana, intervémna
ordem
econômica,em
defesado
interesse de agrupamentos organizados, para proporcionara cada
um
de seus participantes o melhor resultado de sua atividadeeconômica
pessoal”.PADILHA
(1966, p. 7)também
afirrnaque
a essênciada
doutrina é “a melhoriado
nível de vidado
homem-comum,
sem
a necessidade de perturbações daordem
social eeconômica
atual. *[...]Seu
princípio básico é o princípioda
solidariedade social”.HARTUNG
(1996, p. 7), transcreve a definição de cooperativa que constano
relatório
do
Congressodo
Centenário da Aliança Cooperativa Intemacional -ACI,
realizadoem
Manchaster, Inglaterra,em
1995: “Cooperativa éuma
associaçãoautônoma
de pessoasque se
unem,
voluntariamente, para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociaise culturais comuns, por
meio
deuma
empresa de propriedade coletiva e democraticamentegerida”.
2.1.2 História
Cooperativismo
Mundial
O
cooperativismo sempre existiu nas sociedadeshumanas
desde ostempos
maisde solidariedade, resultante das necessidades na luta pela vida.
Porém,
a fonnulaçãomodema
do
cooperativismo surgiuem
1843,em
Rochdale,na Inglaterra,
quando
tecelões reuniram-se para debater suas dificuldades relativas a saláriose desemprego, e organizaram
um
novo
sistema de vida, a primeira associação baseadano
cooperativismo puro. Contudo,
confonne
BENATO
(1994, p. 15), “éno
séculoXX
que
ocooperativismo se fortalece e se concretiza”.
Cooperativismo no
Brasil_
No
Brasil, o registro oficialda
primeira cooperativa foi efetuadoem
1891,na
cidade de Limeira,
São
Paulo,com
a criação da Associação Cooperativa dosempregados da
Companhia
Telefônica.Conforme
BENATO
(1994, p. 16), a vinda dos imigrantes alemães, italianos ejaponeses,
que
se estabeleceramno
Sul ~e Sudestedo
país, consolidouo
cooperativismono
Brasil.
Porém, o
grandemarco do
cooperativismono
país foi a promulgaçãodo
Decretonúmero
22.239, de 19 deDezembro
de 1932, a primeira Lei Orgânicado
CooperativismoBrasileiro.
Em
Santa Catarina, a primeira cooperativa foi criadaem
1907, denominando-seSociedade Cooperativa de
Rio
dosCedros
(foi liquidada anos depois),A
definiçãoda
atual política nacionaldo
cooperativismo e regime jurídico dassociedades cooperativas é
dada
pela Lei n° 5.764 de 16 dedezembro
de 1971.2.1.3 Princípios cooperativistas
Segundo
BENATO
(1994, p. 22), os princípiosdo
cooperativismoforam
oficializados
em
Paris,no
ano de 1937, pela Aliança Cooperativa Intemacional,com
base naexperiência de Rochdale. Estes princípios
começaram
a ser revistos eforam modificados
em
Viena
(Itália),no
ano de 1966 eno
Congressodo
Centenário da Aliança CooperativaIntemacional -
ACI,
em
Manchaster (Inglaterra),no
ano de 1995.Os
atuais princípioscooperativistas são: .
`- adesão voluntária e
livre;
-
gestão democrática pelosmembros;
-
participaçãoeconômica
dosmembros,
-
educação, fonnação e informação;-
intercooperação e-
interesse pela comunidade.Segundo
HARTUNG
(1996, p.15),“Os
princípios cooperativistas são as linhasorientadoras através das quais as cooperativas
levam
os seus valores à prática”.Os
valoresdo
cooperativismo, constantesdo
relatóriodo
Congressodo
Centenário
da
Aliança Cooperativa Intemacional -ACI,
são:0 ajuda mútua; 0 responsabilidade; 0 democracia; 0 igualdade; 0 eqüidade; 0 solidariedade; 0 honestidade; 0 transparência; 0 responsabilidade social e
0 preocupação pelo seu semelhante.
2.1.4 Características das sociedades cooperativas .
As
sociedades cooperativaspossuem
caracterização específica que as distinguedas demais sociedades capitalistas. Alguns dos fatores estão
enumerados
a seguir:Quadro
1: Diferenças entre a sociedade cooperativa e a sociedade mercantilDiferenças Entre Sociedade Cooperativa e Sociedade Mercantil
SOCIEDADE
COOPERATIVA
SOCIEDADE
MERCANTIL
É
uma
sociedade de pessoasÉ
uma
sociedade de capitalObjetivo principal é a prestação de serviços Objetivo principal é
o
lucroNúmero
ilimitados de cooperadosNúmero
limitados de acionistasControle democrático -
um
homem
-um
votoCada
ação -um
votoAssembléias:
“quorum”
é baseadono
número
Assembléias:“quorum”
é baseadono
capitalde cooperados
~ ~
Nao
é permitida a transferência de quotasÉ
permitida a transferência das açoesparte a terceiros estranhos à sociedade terceiros
21
Retomo
proporcional ao valor das operações Dividendo proporcional ao valor das açõesFonte: Organização das Cooperativas Brasileiras
O
art. 4° da Lei n° 5.764, de 16 dedezembro
de 1971, distingue as sociedadescooperativas das demais:
“As
cooperativas são sociedades de pessoas,com
forma e naturezajurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência, constituídas para prestar serviços
aos associados [...]”.
Com
isso, nas sociedades cooperativas, o(s) possuidor(es)do
capitalnão
assume(m)
o controle da sociedade.“O
sócio, independentedo
valor de seu capital,tem
o
direito de
um
voto,uma
decisão”.BENATO
(1994, p. 31)2.1.5 Classificação e tipos
2.1.5.1 Classificação
Segundo
a Lei n° 5764/71, Art. 6° a 9°, as sociedades cooperativas sãoclassificadas
como:
também
ser admitidas pessoas jurídicas quetenham
por objetivo atividadeseconômicas
idênticas
ou
análogas às das pessoas fisicas. Caracterizam-se pela prestação diretade
serviços aos seus associados.
-
Centraisou
Federações:quando
constituídas de, pelo menos, 3 (três) cooperativassingulares,
podendo
admitir associados individuais. Objetivam organizar os serviçoseconômicos
e assistenciais de interesse das filiadas, orientando suas atividades efacilitando a utilização recíproca dos serviços.
-
Confederações:quando
constituídas de, pelo menos, 3 (três) Federaçõesde
Cooperativas
ou
Cooperativas Centrais, de iguaisou
diferentes tipos. Objetivam orientare coordenar as atividades das filiadas
quando o
vulto dos empreendimentos ultrapassar acapacidade
de
atuação das centraisou
federações.2.1.5.2
Tipos
de
cooperativasDevido
à diversidadedo
Movimento
Cooperativista, cada país possui a suaclassificação
com
relação aos tipos de sociedade existentes.A
Organização dasCooperativas Brasileiras -
OCB,
em
seudocumento
intitulado “Orientação para Constituiçãode Cooperativas”, relaciona os seguintes tipos de sociedades cooperativas brasileiras:
0 Agropecuário 0
Consumo
0 Crédito 0 Educacional 0 Especial 0 Habitacional 0Mineração
0Produção
0 Serviço 0 Trabalho2.1.6 Estrutura das sociedades cooperativas
Na
suafimção
dedono
e responsável pela cooperativa os sóciosexercem
democraticamente o
comando
da empresa atravésda
Assembléia Geral,do
Conselho deConforme
DUCATI
(1996, p. 20-21; 24) , as principais características destesórgãos sociais são:
0 Assembléia Geral
_
A
Assembléia Geral é o órgão
supremo na
estrutura das sociedades cooperativas.É
na
Assembléiaque
são discutidos e deliberados os assuntos mais importantesque dizem
respeito à cooperativa, pois os sócios
podem
decidir juntos e democraticamente sobre osrumos
da empresa.0 Conselho de Administração
ou
DiretoriaO
Conselho de Administraçãoou
Diretoria são os órgãos responsáveis pelocomando
da cooperativa, sendocompostos
somente de associados, quepossuem
aresponsabilidade de administrar a cooperativa
em
nome
de todos os sócios.0 Conselho Fiscal
O
Conselho Fiscal é o órgão responsável pela fiscalização das atividadesdesenvolvidas pelo Conselho de Administração
ou
Diretoria e pelos funcionáriosda
cooperativa.
2.1.7
Formas
usuaisda
administraçãoSegundo
DUCATI
(1996; p.22-23), a administração deuma
sociedadecooperativa
pode
ocorrer das seguintes formas:a) Direton`a: a forma de diretoria caracteriza-se pelo fato de existirem associados-diretores
eleitos para funções específicas e subordinados ao Presidente.
b) Conselho de Administração I - nesta fonna o Presidente, juntamente
com
todos osDiretores,
formam
um
.grupono
qual as decisões sãotomadas
em
conjunto.c) Conselho de Administração II - esta forma é semelhante à anterior,
porém
estão incluídosno
Conselho de Administração associados eleitossem
função específica,com
o objetivode propiciar
um
melhor equilíbrio entre as aspiraçõesdo
associado e a operacionalidadeda
empresa.d) Conselho de Administração III - esta forma diferencia-se das anteriores pois a Assembléia
Geral elege
um
Conselho de Administraçãoque
escolherá entre si Presidente, Vice- Presidente e Secretário e estes, por estar sua permanênciano
cargo detenninada pelo2.2
CONTABILIDADE DE CUSTOS
A
Contabilidade de Custos nasceu da Contabilidade Financeiraem
funçãoda
necessidade de se avaliar estoques
em
indústrias, porém,conforme
SANTOS
(1987 ; p. 19) ,“qualquer atividade
que
manipule valores está sujeita ao controle de custos.Desde
opequeno
agricultor até o microempresário e a grandeempresa
necessitamdo
controle decustos”.
iu
Para
BENATO
(1992, p. 15), a Contabilidade de Custos surgiuda
necessidadedo
“.[...] controle dos eventos contábeis acontecidos, ensejando a obtenção de subsídios à
situações futuras”.
Inicialmente, a Contabilidade de custos era utilizada para resolver problemas de
mensuração
monetária dos estoques edo
resultado, contudo,conforme
MARTINS
(1996,p.21) “devido ao crescimento das empresas,
com
o conseqüenteaumento
da distância entreadministrador e ativos e pessoas administradas, passou a Contabilidade de Custos a ser
encarada
como uma
eficienteforma
de auxíliono desempenho
dessanova
missão, agerencial”.
CASHIN
ePOLIMENI
(1982, p. 10)definem
a Contabilidadede
Custospraticada atualmente
como
“[...]o
processo de mensurar, analisar,computar
e registrar ocusto, a lucratividade e
o desempenho
das operações”.MARTINS
(1996, p.22),também
define
ocampo
da Contabilidade de Custosatual:
“[...]
a
Contabilidadede
Custos temduas funções
relevantes:no
auxílio
ao
controle ena
ajuda àstomadas
de decisões.No
que
diz respeitoao
controle,sua mais
importante missão é fornecerdados
para
o
estabelecimentode
padrões, orçamentos e outrasformas
de
previsão e,
num
estágio imediatamente seguinte,acompanhar
o
efetivamente acontecido
para
comparação
com
os valores anteriormente definidos ”.Infere-se pelo exposto,
que
existeum
consenso entre os vários autores sobre aimportância
da
Contabilidade de Custoscomo
instrumento contábil gerencialno
auxílio àAdministração
na
solução de vários problemas, considerando sua existênciacomo
fundamental
em
qualquer tipo de empresa. Para as Cooperativas, isso não é diferente. Váriasdelas encerraram suas atividades por problemas administrativos devido à falta de controle
\,,\?
2.2.1
Termos
aplicadosna
análisede
custosA
terminologia utilizadaem
custos visa dar aos conceitos omesmo
nome,
pois,conforme
BENATO
(1992, p.23) “há conceitos e terminologias que se aplicaminvariavelmente a todas as situações”.
Portanto, independentemente das caracteristicas e peculiaridades de cada
empresa, inclusive das Cooperativas, pode-se utilizar os termos a seguir relacionados,
definidos por
MARTINS
(1996, p.25-27):0 gasto: sacrificio financeiro assumido pela
empresa
para a obtenção deum
produtoou
serviço, representado por entrega
ou promessa
de entrega de ativos;øqinvestimento: bens e direitos registrados
no
ativo das empresasem
função de sua vidaútil
ou
beneficios futuros;0 custo: gasto
com bem
ou
serviço utilizado para produzir outros bensou
serviços; '0 despesa: gasto
com
bem
ou
serviço consumidos diretaou
indiretamente para a obtençãode
uma
receita;0
desembolsof pagamento
resultante dacompra do
bem
ou
serw`ço;perda: gasto
com bem
ou
serviço consumidos deforma
anormalou
involuntária.2.2.2 Identificação dos custos e das despesas
/
É
relativamentecomum
existir problemas de separação entre custos e despesas.MARTINS
(1996, p.43) afirrnaque
“teoricamente, a separação é fácil: os gastos relativos aoprocesso de produção são custos, e os relativos à administração, às vendas e aos
financiamentos são despesas.
Na
prática, entretanto,uma
série de problemas aparece pelofato de não ser possível a separação de
forma
clara e objetiva”. Essa afirrnação é baseadano
exemplo dado
pelo autor: “[...] écomum
encontrarmosuma
única administração,sem
aseparação
do
que realmente pertence à fabrica, surge daí a prática de se ratear o gasto geralda
administração, parte para despesa e parte para custo, rateio esse sempre arbitrário, jáque
nãohá
possibilidade prática deuma
divisão científica”.MARTINS
(1996, p.43-44), baseando-se nos princípios contábeisdo
conservadorismo e materialidade, tentou estabelecer
uma
simplificação para estes problemas,criando regras básicas
que
podem
ser seguidas:u \
a) os valores considerados irrelevantes
quando comparados
com
os gastos totaisda
b) os valores relevantes e repetitivos para cada período,
que
caso fossem divididos teriammaior parte considerada
como
despesa,devem
ser considerados despesas pelo seumontante integral;
c) para os valores
onde
o rateio é extremamente arbitrário, deve ser evitada sua apropriaçãoaos custos.
`
Desta forma,
MARTINS
(1996, p.46) definiucomo
custosde produção
“[...] osgastos inconidos
no
processo de obtenção dos bens e serviços destinados à venda, esomente eles.
Não
se incluem nessegrupo
as despesas financeiras, as de administração e asde vendas”, e reafirrna “é bastante dificil
em
algumas situações a perfeita distinção entreelas”.
Após
a identificação dos custos,MARTINS
(1996; p. 51-53) os classificaem
custos ,diretos
ou
indiretos,conforme
a possibilidade de serem diretaou
indiretamente apropriados aos produtos, conforrne segue:0 custos diretos: são os custos
que
podem
ser diretamente apropriados aos produtos,identificados
com
a produção de bensou
serviços bastando haveruma
medida
deconsumo,
como
porexemplo
horas de mão-de-obra utilizadas;0 custos indiretos: são os custos
que não
podem
sermedidos
objetivamente, e suaalocação
tem
de ser feita de maneira estimativaou
arbitrária, poisbeneficiam
toda aprodução
deum
bem
ou
serviço.Como
exemplo
podem
ser citados os saláriosde
supervisores.
Os
custos e despesastambém
podem
ser classificadoscom
relação às variaçõesde
volume
de atividadenuma
unidade de tempo. Esta separação fomecerá ao contadormeios de dar melhores informações à administração
em
termos de controle eem
termos deauxílio ao processodecisório.
IUDÍCIBUS
(1991; p. 129), assim os define:0 custos e despesas fixas: são “teoricamente definidos
como
os que semantém
inalterados, dentro de certos limites, independentemente das variações da atividadeou
das vendas”.
A
atividade produtivanão
os afeta, permanecendo, portanto, estáveis.Como
exemplo,podem
ser citados a depreciação e os aluguéis;0 custos e despesas variáveis: são “os
que
variam namesma
proporção das variações ocorridasno volume
deprodução ou
outramedida
de atividade”.Acompanham
adireta e comissões sobre vendas.
Analisando-se as definições acima, percebe-se que a classificação
em
diretos eindiretos só é aplicável a custos, enquanto
fixos
e variáveispodem
ser aplicadostambém
adespesas. Esta classificação
também
pode
ocorrer aomesmo
tempo,como
por exemplo:matéria-prima é
um
custo direto e variável.2.2.3 Princípios contábeis aplicados a custos
A
Contabilidade de Custos,em
função de sua vinculaçãocom
a ContabilidadeFinanceira,
também
está sujeita aos princípios contábeis geralmente aceitos.Os
que
mais sematerializam
em
custos são:-
Da
Realização:conforme
MARTINS
(1996, p.35), “permite este princípioo
reconhecimento contábil
do
resultado (lucroou
prejuízo) apenasquando da
realizaçãoda
receita.E
ocorre a realização da receitaquando
da transferênciado
bem
ou
serviçopara terceiros”,
-
Da
Competência
eda
Confrontação: segundoBENATO
(1992, p. 96), são os princípiospelos quais
reconhecemos
as despesas.“As
receitas e despesasdevem
ser reconhecidasna
apuraçãodo
resultadodo
período aque
pertencerem e, deforma
simultânea,quando
se correlacionarem”;
-
Do
Custo HistóricoComo
Base
de Valor: paraSANTOS
(1987, p. 24), “este princípioprevê
que
os registros contábeisdevam
levarem
consideração os valores originais,históricos
ou
decompra
de determinadobem”,
-
Da
Consistência: de acordocom
BENATO
(1992, p.97), este princípio prevêque
osprocedimentos adotados para registrar dados
num
período,devem
ser mantidos nosperíodos subseqüentes e,
em
ocorrendomudança
de critérios deve ser ressaltado nosrelatórios e o seu efeito nas demonstrações contábeis deve ser divulgado;
-
Do
Conservadorismo: paraMARTINS
(1996, p.40), o Contador, diante de dúvidasobre
como
tratarum
determinado gastocomo
ativoou
reduçãodo
patrimônio líquido,deve optar pela forma de maior precaução,
ou
seja, registrar os itensdo
ativo eda
receitapelo
menor
valor e os itensdo
passivo eda
despesa pelo maior valor;-
Da
Materialidade: definido porMARTINS
(1996, p.38)como
o princípioque
“[...]desobriga de
um
tratamento mais rigoroso aqueles itens cujo valor monetário épequeno
í
valores irrelevantes
pode
se material, e, nesse caso,um
tratamento mais rigoroso precisaser utilizado”.
A
observância destes princípios contábeis permite, confrontar valores atuaisanalisando-se apenas o acontecido
no
mês,ou
confrontar valores atuaiscom
períodosanteriores,
dando
condições de avaliaro
desempenho, evolução e conseqüentes alterações~ ~
ocorridas
nos
períodos, criando condiçoes para projeçoes orçamentárias futuras.2.2.4 Sistemas
de
custos`
Um
sistema de custos “[...] não é somenteum
conjunto de normas, fluxos, papéis e rotinas,mas
um
conjunto dehomens
[...]”.Com
esta verificação feita porMARTINS
(1996, p.28), pode-se dizer queo
sucessodo
sistema de custos dependenão
sódas
normas
e papéis relacionados a custos,mas também
do
pessoal queo
faz funcionar.MARTINS
(1996, p.28),também
acreditaque
sistemas de custosnão
seconstituem na salvação de empresas,
uma
vezque
nenhum
sistema é capaz de resolver todosos problemas e precisa desenvolver-se e aprimorar-se para funcionar
como
instrumento deadministração.
Ao
se referirem sobre sistemas de custos,MÀTZ
et alli (1974, p. 59),determinam
que
“a construção deum
sistema de custo requerum
completo entendimentode: (1) estrutura organizacional da empresa, (2) procedimento
ou
processos de manufatura e (3) tipo de informação de custo desejada e exigida pela Administração”, e continuam“um
sistema de custo satisfatório é resultado de
uma
reunião de idéias entre o executivo de custoe a administração que ele serve”.
Toda
informação provocaum
gasto epode
trazerum
beneficio. Esta relaçãoentre gasto e beneficio deve ser avaliada na implantação
do
sistema e durante todoo
seufuncionamento, para evitar a produção de relatórios
que
nem
sempregeram
informaçõesque
beneficiam
as empresas.2.2.5
Métodos
de
custeioV Custeio, segundo
MARTINS
(1996, p. 215)`significa “[...]forma
de apropriaçãode custos”. Existem vários
métodos
de custeio através dos quais os custos deprodução
podem
ser apropriados aos produtos.A
escolha de cadaempresa
por determinadométodo
do
pessoal envolvido eda
relação entre gasto e beneficio.Serão discriminados, a seguir, os seguintes
métodos
de custeio: Custeio porAbsorção, Custeio Variável
ou
Custeio Direto,RKW
e CusteioBaseado
em
Atividades(ABC).
2.2.5.1 Custeio
por
Absorção
'Custeio por
Absorção
é ométodo que
procura custear o produtoou
serviço atribuindo-lhetambém
partedo
custo fixo.Segundo
MARTINS
(1996, p. 41), estemétodo
é “[...] derivadoda
aplicação dos princípios de contabilidade geralmente aceitos[...]”.
É
ométodo
adotado pela contabilidade financeira e válido para fins de levantamentode Balanço Patrimonial e
Demonstração
de Resultado.O
fisco exige o usodo
custeio por absorção, atribuindo aos produtos todos oscustos ligados à produção.
MARTINS
(1996, p.l83) citao
Decreto-lei n° 1598/77que
determina
como
custo deprodução
dos bensou
serviços vendidos: “o custo de aquisiçãode
matérias-primas e quaisquer bens
ou
serviços aplicadosou consumidos
na produção [...]”Várias são as maneiras
com
que
os autoresdefinem
o sistema de custeio porabsorção. Para
SANTOS
(1987, p.34) “estemétodo
consiste na apropriação de todos oscustos de produção aos produtos elaborados de forma direta e indireta”.
MARTINS
(1996, p. 214) ao abordar o custeio por absorção, explicaque
esteconsiste
na
apropriação de “todos os custos de produção, quer fixos, quer variáveis, quer diretosou
indiretos, e tão-somente' os custos de produção, aos produtos elaborados”.As
despesas
devem
ir 'diretamente parao
resultado.1
Ao
exemplificaro
queMARTINS
(1996, p.57-61)chama
de“esquema
básico daContabilidade de Custos”, ele se utiliza
do método
de Custeio porAbsorção
e estabelecepassos a serem seguidos para a avaliação dos custos:
S
I. separação entre custos e despesas: é a primeira tarefa a realizar, visto que as despesas
não
são alocadas aos produtos, VII. apropriação dos custos diretos: é a distribuição dos custos diretos aos diferentes produtos
da empresa,
conforme
amedida
deconsumo
estabelecida.III. apropriação dos custos indiretos: é a alocação dos custos indiretos aos produtos, através
de
um
critério de rateioque
será estipulado pela empresa,como,
por exemplo, unidadesAo
analisar a validadedo
custeio por absorção,MARTINS
(1996, p. 214)afirma
que
não
há “[...] grande utilidade para fins gerenciaisno
uso deum
valorem
que
existam custosfixos
apropriados”, pois os custosfixos independem da
fabricação deuma
ou
outra unidade, são quasesempre
distribuídos através de critérios de rateio arbitrários, eo
valordo
custofixo
por unidade dependedo volume
de produção:quando
háaumento no
volume de
produção, tem-se
um
menor
custofixo
por unidade, e vice-versa.Em
suma, custeio por absorção éum
método que
detemrina a apropriação detodos os custos de produção aos produtos
ou
serviços.É
consideradocomo
o
método
básico para atender as exigências fiscais e societárias, apesar de ser questionável sua
utilidade para fins gerenciais devido ao estabelecimento de critério de rateio aos custos
indiretos.
2.2.5.2 Custeio Variável
ou
Custeio DiretoO
Custeio Variável(também
conhecido por Custeio Direto), nasceu da análisedas desvantagens e riscos existentes
em
função da apropriação dos custosfixos
aosprodutos e
da
observação deque
estes custos são, na maioria, repetitivos a cada período.MARTINS
(1996, p.215)Segundo
LEONE
(1989, p. 387) “o critériodo
custeamento variável é assimdenominado
porque trata dos custosque
variamcom
o parâmetro operacionalque
foiescolhido para ser a base de
volume ou
atividadeou
segmento, cujos custos e operaçõesestamos querendo estudar”.
Por
envolver o conceito de custo direto, éque
muitos aindao
denominam
de “custeamento direto”.MARTINS
(1996, p. 215) evidenciaque
“essemétodo
significa apropriaçãode
todos os custos variáveis, quer diretos, quer indiretos, e tão-somente os variáveis”.
Portanto, para o custeio variável, os custos
fixos
são consideradoscomo
despesasdo
período, e atribuídos diretamente à receita para a obtençãodo
Resultado.A
diferença entre o preço líquido devenda
e o custo unitário variável échamada
de
“Margem
de Contribuição”. ParaSANTOS
(1987, p. 39) “oMétodo
deCusteamento
Direto substitui o lucro pela
Margem
de Contribuição”.SANTOS
(1987, p. 40) explicaque
“a alocação
de
receitas ede
custos variáveis é,em
geral, direta,porque cada
item é direta e especiƒicadamente identzficávelcom
lucros líquidos
podem
ser facilmente calculadas multiplicando-sea
alteraçãodo
número
de
unidades pelamargem
de contribuição unitáriaou
multiplicando-seo aumento
na
receita devendas pela
taxa de contribuição marginal
Porém,
é interessante observar quenão há
um
relacionamento igual entreambos,
visto
que
para diferentes valores demargem
de contribuição é deduzido omesmo
montante
de custo fixo.As
alterações namargem
de contribuição, contudo, serão exatamente iguais àsdas vendas
em
termos percentuais.Outra observação é feita por
MARTINS
(1996, p.226) quanto às despesasvariáveis. Estas, apesar de integrarem
o
cálculoda
margem
de contribuição,não
devem
seragregadas ao produto para fins de avaliação dos estoques.
O
tratamento correto é tratá-lacomo
reduçãodo
valor de venda, facilitando a soluçãodo
problema relativo aoque
quantificar
como
custodo
produto.São
feitas pelos diversos autores muitascomparações
entreo
custeio variável e0
custeio por absorção.
MARTINS
(1996, p. 203) observa que:“A alocação dos custos
fixos
éuma
prática contábil que pode,para
efeito
de
decisão, ser perniciosa;por
sua própria natureza,o
valora
ser atribuídoa
cada
unidadedepende do volume
deprodução
e,o
que
é muito pior,do
critériode
rateioa
ser utilizado.Por
isso,decisões
tomadas
com
baseno
'lucro'podem
não
ser asmais
corretas.A
Margem
de
Contribuição, conceituadacomo
diferença entrereceita e
soma
de custo e despesa variáveis, tema
faculdadede
tornar
bem
mais
facilmente visívela
potencialidadede
cada
produto,
mostrando
como
cada
um
contribui para, primeiramente,amortizar os gastos fixos, e, depois,
formar
o
lucropropriamente
dito”. `
A
partir desta observação, são discutidas as vantagens da utilizaçãodo
custeiovariável
como
format de instrumento de planejamento de lucro, principalmente a curto prazo,conforme
enfatizamCASHIN
&
POLIMENI
(1982; p.215):V
“o custeamento direto é
um
instrumento analítico útilna
preparação do
orçamento,uma
vezque o
planejamentodo
lucroenvolve tanto operações de curto
prazo
como
operaçõesde
longoprazo.
[...]
As
. técnicas simpliƒicadas associadasà
margem
de
contribuição
também
tornam o
custeamento diretouma
ferramenta
útil
para a
determinação de preçosdos
produtos, decisõesgerenciais relacionadas
a
níveisde
produção, novos produtos eI
direto,
empregado
como
forma
de
controle, facilitaa
preparação
de
demonstração
de resultadospor
responsabilidade, possibilitandoque
a
gerência reconheça e atue sobre as discrepâncias evariâncias que, porventura,
ocorram
em
suas áreasSANTOS
(1987, P. 41), acredita que “a análisedo
ponto de equilíbrio, a taxa delucro sobre o investimento, a contribuição marginal de
um
segmento no
total de vendas,o
lucro proveniente de todas as operações, baseado
em
determinado volume, [...]podem
serresolvidos
com
o
auxílio deuma
estrutura de custeamento direto”.Nesse
sentido, há concordância entre os autores referente ao usodo
custeiovariável
como
forma atravésda
qual o contador de custospode fomecer
uma
Demonstração
de Resultados mais significativa e compreensível,
quando comparada
àquelafomecida
pelouso
do
custeio por absorção.A
margem
de contribuição é considerada essencial para auxiliar~
os administradores
em
decisoescomo
abandonarou não
um
determinado produto, reduções de preços, descontos especiais etc.,uma
vezque
o resultado obtido por este critério pareceser mais infonnativo à administração.
Porém, o
custeio variável, assimcomo
o custeio por absorção,também
recebecríticas, entre as quais
BACKER
&
JACOBSEN
(197 8; p. 47-48) destacam:“Com
o
custeio direto os lucrosaumentam
ou diminuem
com
asmudanças
nas
vendas.Para
uma
empresa
que tenhavendas
nitidamente periódicas
ou
ocasionais,o
custeio direto resultaem
períodos
de perdas
excessivas, seguidospor
períodosde
lucrosanormalmente
altos.[...] os adversários
do
custeio direto assinalamque
este processocria
uma
tendênciaa
descuidarda
necessidade de incluirnos
preços
dos
produtosa
recuperaçãodos
custos fixos,a
qual éindispensável
para
a
sobrevivênciaa
longo prazo.[...] os defensores
do
custeio direto têm sido criticadospor
simpliƒicarem excessivamente as dificuldades técnicas encontradas
na
identificaçãoda
variabilidadedos
custos ena
elaboraçãode
resultados fidedignos.
[...] muitos custos variam de
maneira mais
estreitamenterelacionada
com
uma
baseque não
sejaa
de
vendas, como,por
exemplo,
o tamanho dos
pedidos,o
peso,o
número
de operações,etc
Cabe
também
lembrarque
o custeio variávelnão
é aceito para fins fiscais pois,conforme
MARTINS
(1996, p. 220), este “fere os Princípios Contábeis, principalmente oRegime
deCompetência
e a Confrontação.Segundo
estes,devemos
apropriar as receitas eDessa
fonna, os produtos e serviços ao serem produzidos incorremem
custospara a obtenção de receitas
que
poderão virem
datas posteriores. Baseando-se nesseraciocínio não seria lógico jogar todos os custos
fixos
contra as vendas de determinada data, se parte dos produtos será vendidaem
data posterior.Portanto, a justificativa pela não aceitação
do
custeio variável para efeitos deBalanços e Resultados é baseada
no
acima exposto, oque
nãoimpede
que aempresa
utilizeo
custeio variável para fins de controles intemos.Para melhor
compreensão
das diferenças existentes entre o custeio variável eo
custeio por absorção, é apresentado, a seguir,
um
quadro comparativo entre os dois critérios de custeio.\¬
Quadro
2 : Custeio variávelX
Custeio por absorção - diferenças fiindamentaisA
cUsTE1o VARIÁVEL
CUsTE1o
POR ABsoRÇÃo
Classifica os custos
em
fixos
e variáveis.Classifica os custos
em
diretos e indiretos.Debita aos produtos apenas os custos que
são diretos e variáveis
em
relação aoparâmetro escolhido
como
base.Os
resultados apresentados sofreminfluência direta
do volume
de vendas.É
um
critério administrativo, gerencial,intemo.
Contraria os princípios de Contabilidade
geralmente aceitos, principalmente o
regimede
competência.Apresenta a Contribuição Marginal -
diferença entre as receitas ~e os custos
diretos e variáveis.
O
custeio variável destina-se a auxiliar a gerênciano
processo de planejamento ede
tomada
de decisões.Como
o custeio variável trata dos custosdiretos e variáveis de detenninado
segmento, o controle de absorção dos
custos da capacidade ociosa não é
bem
explorado.
Não
há a preocupação por essaclassificação.
Classifica os custos
em
diretos e indiretos.Debita aos produtos os custos diretos e
indiretos, através de
uma
taxa deabsorção.
Os
resultados apresentados sofreminfluência direta
do volume
de produção.É
um
critério legal, fiscal, extemo.Baseia-se nos princípios contábeis
geralmente aceitos, principalmente
o
regime de competência.
Apresenta a
Margem
Operacional -diferença entre as receitas e os custos
diretos e indiretos.
O
custeio por absorção destina-se aauxiliar a gerência
no
processo dedeterminação
da
rentabilidade e deavaliação patrimonial.
Como
o
custeio por absorção trata doscustos diretos e indiretos de determinado
segmento, apresenta melhor visão para o
controle dos custos
da
capacidade ociosa.2.2.5.3
RKW
A
partir da idéia deque
uma
das finalidadesda
Contabilidade de Custos éo
fornecimento
do
preço de venda,deu
início neste séculouma
forma
de alocação de custos edespesas conhecida por
RKW
(abreviação de Reichskuratorium fiir Wirtschafllichtkeit).Segundo
MARTINS
(1996, p. 236), “trata-se deuma
técnica disseminadaoriginalmente na
Alemanha
(porum
órgãoque
seria semelhante ao nosso antigoCIP
-Conselho Interministerial de Preços), que consiste
no
rateionão
só dos custos deprodução
como
também
de todas as despesasda
empresa, inclusive as financeiras, a todos osprodutos”. _
As
técnicas de rateio seriam semelhantes às técnicas utilizadas para o custeio porabsorção,
onde
ocorre a apropriação dos custos indiretos de produção.A
diferença,conforme
MARTINS
(1996, p. 236), reside na alocação de todos os “custos e despesas aosdiversos departamentos
da empresa
para depois ir-se procedendo às várias séries de rateiode forma
que, ao final, todos os custos e despesas estejam recaindo sobre os produtos”.Da
mesma
forma
como
foi discutidono
custeio por absorção, o problema éque
os rateios muitas vezes são estipulados através de critérios arbitrários.
Porém, conforme
MARTINS
(1996, p. 236), caso estes fossem perfeitos,fomeceriam
o “gasto completo detodo o processo empresarial de obtenção de receita. Bastaria adicionar
o
lucro desejado parase ter o preço de
venda
final”.Os
preços decorrem da oferta e procura e, segundoMARTINS
(1996, p. 237)“o
mercado
é o grande responsável pelafixação
dos preços, enão
os custos de obtenção dosprodutos”.
Portanto, para
uma
empresa que
esteja operandonum
mercado
competitivo, é provávelque
esta venha a analisar seus custos e despesasem
função de determinadoproduto, ao invés de determinar
o
preçoem
função dos custos e despesas.2.2.5.4 Custeio
Baseado
em
AtividadesO
CusteioBaseado
em
Atividades, conhecidocomo
ABC
(abreviatura deActivity-Based Costing) é, segundo
MARTINS
(1996, p. 93)“uma
metodologia de custeioque
procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custosindiretos”.
contadores desde o início
do
séculoXIX,
teve iníciono
Brasilno
ano de 1989,com
osprimeiros estudos e pesquisas realizados
no Departamento
de Contabilidade e Atuáriada
Faculdade de
Economia,
Administração e Contabilidadeda
USP.
No
método
de custeio baseadoem
atividades,NAKAGAWA
(1995, p.39), dizque “assume-se
como
pressupostoque
os recursos deuma
empresa sãoconsumidos
porsuas atividades e
não
pelos produtosque
ela fabrica”. Assim, consisteem
rastrear as atividades mais relevantesda empresa
e atribuir custos a estas atividades, e destas para osprodutos e serviços, diferenciando-se dos sistemas de custos tradicionais, pois estes
consistem
em
rateios dos custos indiretos de fabricação aos departamentos e produtos.Nesse
sentido,NAKAGAWA
(1995, p. 41) concluique
“a quantidade, a relaçãode causa e efeito e a eficiência e eficácia
com
que
os recursos sãoconsumidos
nas atividadesmais relevantes de
uma
empresa constituem o objetivo da análise estratégica de custosdo
ABC”.
Para entender
o
ABC,
é preciso definiro que
é atividade.NAKAGAWA
(1995,p. 42)
detemúna
atividadecomo “um
processo que combina, deforma
adequada, pessoas,tecnologias, materiais,
métodos
e seu ambiente, tendocomo
objetivo aprodução de
produtos”. Outra definição
dada
porNAKAGAWA
(1995, p. 42) trata atividadecomo
~?>
“processamento de
uma
transaçao .As
atividadespossuem
um
custo,compreendido
porMARTINS
(1996, p. 101)como
“todos os sacrificios de recursos necessários para desempenhá-la.Deve
incluir salárioscom
os respectivos encargos sociais, materiais, depreciação, energia, uso de instalaçõesetc”.
Conforme
MARTINS
(1996, p. 102-103), a atribuição de custos às atividadesdeve
ser feita de forma criteriosa, de acordocom
a seguinteordem
de prioridade:1. alocação direta: é feita
quando
existeuma
identificação clara e objetiva de certos itens decustos
com
certas atividades,como
porexemplo
salários e material deconsumo;
2. rastreamento: de acordo
com
MARTINS
(1996, p.l02), éuma
alocação baseadana
“identificação
da
relação de causa e efeito entre a ocorrênciada
atividade e a geração decustos”, expressa pelos direcionadores de custos, pois estes são os fatores
que
determinam
a ocorrência deuma
atividade.Como
exemplo,podem
ser citados:número
3. rateio: o rateio deve ser utilizado
quando não há
a possibilidade de utilizar a alocaçãodireta
ou o
rastreamento.Os
custos dos produtosdevem
ser determinados somente após a identificação das atividades relevantes, direcionadores de recursos e respectivos custos.Assim
como
os outrosmétodos
de custeio, diversas criticas são feitas aoABC,
no
sentido deque
estenão
elimina o rateio dos custos.MARTINS
(1996, p. 105-106),procura explicar a diferença através
da
distinção entre rateio e rastreamento. Consideraque
rateio é
uma
fonna
arbitrária de alocação de custos, enquanto o rastreamento, através deestudos e pesquisas, procura analisar a relação entre o custo e a atividade valendo-se de
um
direcionador de custo. ~
MARTINS
(1996, p. 315), destacaque
“os conceitos e a metodologiado
Custeio
Baseado
em
Atividades(ABC)
aplicam-setambém
às empresas não-industriais, poisatividades
ocorrem
tantoem
processos de manufatura quanto de prestaçãode
serviços”.Portanto,
o
CusteioBaseado
em
Atividades éuma
forma
de medir ‹oconsumo
deatividades por produtos
ou
serviçosem
qualquer nivel de unidades, e, por não se utilizar de~
rateios arbitrários, poderá trazer beneficios para ea
empresa
através de infomiaçoesde custosmais confiáveis,
quando comparadas
a outrosmétodos
de rateio.2.2.6
Sistema
de
custeio propostopor
BENATO
(1992; p. 223-248), às cooperativasmédicas
BENATO
(1992, p. 223-248), propôsum
modelo
de sistema de custos paracooperativas de serviços, dentre as quais destaca as cooperativas de serviços médicos. Este
modelo
caracteriza-seno método
de custeioRKW,
embora
não se refira às despesasfinanceiras.
Enquadram-se
como
cooperativas de serviços médicos todas as cooperativasque
têm
como
objetivo social o profissional de medicina,como
porexemplo
asUnimeds,
asUniodontos
e as dos Anestesistas.Segundo
BENATO
(1992, p. 223-224), os conceitos e padrões usuais eaplicáveis
no
processo de custos para as cooperativas médicas são atipicosem
relação àsdemais empresas. Visando facilitar
o
entendimento, relacionao
processamentode
custosem
Figura 1:
Diagrama do
Processamento de Custos.~
FASE
1: da Pesquisa da Análise-_›
da ProjeçãoFASE
2:PRocEssAMENTo
da ^P°IflÇã°DE
CUSTOS
da ^Pf°P“açã° do Regstro*g~
FASE
3: ' do Confrontoí*
do Controle da Análise da DecisãoEm
Fonte: adaptado
BENATO
(1992, p. 224)Através da análise
da
figura, percebe-seque
ocorre primeiramenteuma
pesquisae análise dos dados pesquisados,
com
projeção dos custos, e, após esta, há a apuração,apropriação e registro dos custos inconidos para posteriores confrontos, controles, análises
e decisões.
Estas fases
ocorrem
porque,conforme
BENATO
(1992, p. 224), as cooperativasmédicas
promovem
um
processo inverso de valores:0
sabem
qual o produto; `0
sabem
quais os fatoresque impactam no
produto;0 estimam e
sabem
qual a receita;0 estimam e não identificam os custos antes de os
mesmos
acontecerem.Pelo exposto,
o
fluxo
informativo que,num
processo normal de transformação,seria horário, passa a ser anti-horário,
conforme
pode-se observar pelacomparação
dosO
Figura 2:
Fluxograma Lógico do
Processo de CustosÇENTRO DE
PREÇO DE
PRODUTO
TRANSFORMAÇÃO
VENDA
RESULTADO
Fome;
BENATO
(1992, p. 224)Figura 3:
Fluxograma
daComposição
de Custos para Cooperativas de ServiçosMédicos
PRODUTO
PROIEÇÃO
DE
PREÇO DE
Êzg
cUsTos
VENDA
RECEITA
ANÁLISE
ÇONFRONTOS
COMPILAÇAQ
s1M
HA
._.
Ã._
ÇOMPOSIÇAOE
RODUÇÃO
ÇOMPARATIVA
PARAMETROS
APROPRIAÇAO
-Ç
cusros
REsERvAs
NAO
Fonte:
BENATO
(1992, p. 225)Ao
se referir a estes fluxos,BENATO
(1992, p. 224-225) explica que,em
setratando de cooperativas prestadoras de serviços médicos, O
fluxo
informativo é anti-horário
porque
é ignorado ovolume do
produto e suas características. Isto implica, paracustos, na necessidade de ter elementos sólidos e atualizados para subsidiar o processo
na
projeção de custos.
Para a análise dos custos dos produtos,
BENATO
( 1992; p. 230) reforça a idéiade que
“a apropriação dos custos ao produto dar-se-á tão somentequando da
conclusão/término
do
serviço prestado ao usuário”. Istocompreende
a fase 2do
diagramade processamento de custos (figura 1) e possui três etapas
no
processo da identificação doscustos: