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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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Orientador: Professor Doutor Bernardo Barahona Corrêa

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Conteúdo

I. Introdução ... 3

II. Objetivos ... 3

III. Descrição dos Estágios ... 4

Medicina Geral e Familiar ... 4

Pediatria ... 4

Ginecologia e Obstetrícia ... 5

Saúde Mental ... 5

Medicina Interna ... 6

Cirurgia Geral ... 7

IV. Reflexão Crítica ... 8

V. Anexos ... 11

Anexo 1: Cronograma das Atividades Desenvolvidas ... 11

Anexo 2: Apresentações Orais ... 11

Anexo 3: Doentes Observados em Consulta de Psiquiatria ... 12

Anexo 4: Certificado Curso TEAM ... 12

Anexo 5: Procedimentos Observados no Bloco Operatório por Sistema ... 13

Anexo 6: Certificado Workshop – “Colocação de Acessos Venosos Centrais e Periféricos com recurso à simulação” ... 14

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I. Introdução

De acordo com o “Licenciado Médico em Portugal”, o objetivo da educação médica pré-graduada em Portugal é munir o estudante de Medicina de meios para que este obtenha uma forte formação científica, associada a valores humanísticos como a empatia, o respeito pela dignidade humana e o profissionalismo. Incutindo ainda a necessidade do aperfeiçoamento e atualização científica, de forma contínua ao longo da vida, sempre com vista à prática de uma medicina centrada no doente. Para atingir estes desideratos, enquadrada no plano de estudos do 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina da Nova Medical School | Faculdade de Ciências Médicas encontra-se a Unidade Curricular Estágio Profissionalizante, composta por estágios parcelares nas áreas da Medicina Geral e Familiar, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Saúde Mental, Medicina Interna e Cirurgia Geral.

O presente relatório tem como objetivo descrever as atividades desenvolvidas, bem como os conhecimentos e competências adquiridos ao longo deste último ano do Mestrado Integrado em Medicina. Este está organizado em 5 secções. Uma breve Introdução sobre o 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina, seguida de uma exposição dos Objetivos a que me propus, de uma Descrição das Atividades

Desenvolvidas e de uma Reflexão Crítica onde irei refletir sobre o cumprimento dos objetivos a que me

propus, bem como sobre os estágios em si. No fim, incluo uma secção de Anexos com um cronograma das atividades desenvolvidas (Anexo 1), a listagem das apresentações orais que efetuei este ano (Anexo 2) e certificados de cursos frequentados este ano.

II. Objetivos

Tratando-se de um estágio profissionalizante, este tem como objetivo a preparação do estudante de Medicina para a sua futura prática clínica, através de uma participação ativa, mas ainda sob tutela, nas atividades da equipa médica. Ao longo deste ano é esperado que para além de consolidar os conhecimentos previamente adquiridos, o aluno desenvolva capacidades relacionadas não só com a abordagem e terapêutica das patologias mais frequentes referentes a cada estágio, mas também na interação com os doentes e restantes profissionais de saúde. Para além dos objetivos já referidos, defini como objetivos específicos o desenvolvimento das minhas competências no que toca à colheita de história clínica e realização de exame objetivo, com foco na identificação correta dos problemas médicos dos doentes. Procurei, ainda, melhorar a minha capacidade de formular um bom diagnóstico diferencial, bem como um plano de gestão, diagnóstico e terapêutico, incluindo a identificação e estabelecimento de prioridades no que respeita às patologias mais comuns.1

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De modo a alcançar estes objetivos, procurei aproveitar a experiência clínica e orientação dos meus tutores e de todos os assistentes hospitalares, internos e colegas com que me cruzei. Simultaneamente, tentei expandir os meus conhecimentos teóricos através do estudo para a Prova Nacional de Seriação, para a realização de apresentações e histórias clínicas ao longo dos diversos estágios. Por último, e não menos importante, procurei ter um maior contacto com os doentes e, sempre que possível, participar ativamente na sua observação, colheita da anamnese e discussão diagnóstica ou terapêutica.

III. Descrição dos Estágios

Medicina Geral e Familiar

O meu estágio de Medicina Geral e Familiar (MGF) decorreu entre 10 de setembro e 4 de outubro de 2018, na extensão de Vila Verde de Ficalho do Centro de Saúde Serpa, sob tutoria do Dr. Edmundo Sá.

Este estágio ficou marcado pela grande autonomia que me foi concedida. Após um período inicial de 2 dias onde me familiarizei com a consulta de MGF passei a ser eu a conduzir as consultas sozinho, discutindo no fim da mesma o plano terapêutico com o meu tutor. Ao longo destas 4 semanas conduzi os seguintes tipos de consulta: Consulta de Adultos, Consulta de Saúde Infantil e Juvenil, Consulta de Planeamento Familiar, Consulta de Saúde Materna, Consulta de Diabetes, Consulta Aberta e Consulta Domiciliária.

Para além das atividades descritas tive a possibilidade de assistir à consulta de Cessação Tabágica no Centro de Saúde de Beja, e de apresentar um Journal Club sobre o artigo “Effect of Daily Iron Supplementation in Healthy Exclusively Breastfed Infants: A Systematic Review with Meta-Analysis” por Cai C, et al.

Pediatria

O estágio parcelar de Pediatria decorreu entre 8 de outubro e 2 de novembro de 2018, no Serviço de Infeciologia do Hospital Dona Estefânica, sob orientação da Dr.ª Flora Candeias.

Neste desempenhei muitas das tarefas do Interno de Formação Geral, tendo participado diariamente na observação dos doentes, bem como na realização de diários clínicos, notas de entrada e notas de alta, sob a supervisão dos médicos e internos, da equipa. Ao longo da minha estadia no internamento de Infeciologia pude acompanhar diretamente 20 doentes, com idades compreendidas entre os 2 meses e os 15 anos, e observar uma grande variedade de patologias do foro infecioso. Para além do trabalho de enfermaria acompanhei os médicos da equipa no Serviço de Urgência, nas consultas de Infeciologia e de CRIPTO (consulta de rastreio infecioso pré-tratamento imunossupressor). Neste estágio pude ainda assistir à realização de consultas de Imunoalergologia e Endocrinologia que me forneceram a possibilidade de contactar com uma maior variedade de patologias e doentes em contexto agudo e crónico.

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A nível de momentos formativos realço a minha participação no Workshop de Urgências Pediátricas, a realização e discussão de uma história clínica, as sessões clínicas do Hospital e os seminários apresentados pelos alunos. Neste contexto, apresentei um caso clínico denominado: “Lesão Caustica Esofágica na Criança”.

Ginecologia e Obstetrícia

O estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia, decorreu no Hospital de Vila Franca de Xira, de 5 de novembro a 30 de novembro de 2018, sob orientação da Dr.ª Lucinda Mata (Ginecologia) e Dr.ª Mariana Panaro (Obstetrícia).

Ao longo do estágio, na vertente de Ginecologia, pude contactar com as consultas de Ginecologia e Patologia do Colo, tendo participado ativamente na colheita dos dados da anamnese e realização do registo clínico. Na consulta de Patologia do Colo tive ainda a oportunidade de executar várias colposcopias e, quando necessário, a colpocitologia. No que toca ao estágio de Obstetrícia, este foi um estágio maioritariamente observacional onde assisti a consultas de Obstetrícia, de seguimento de gravidez de alto risco e de ecografia obstétrica. Além da vertente de consulta, contactei, ainda, com o bloco operatório de Ginecologia, onde observei 2 cirurgias: 1) Colocação de prótese obturadora pela técnica de inside-out; 2) Histerectomia total com reparação de rectocelo e cistocelo. Em algumas manhãs contactei com a enfermaria de Ginecologia e Obstetrícia, onde estão internadas essencialmente puérperas e mulheres em regime pós-operatório. No Serviço de Urgência, para além da abordagem à patologia ginecológica em contexto agudo, tive a oportunidade de observar doentes em trabalho de parto. Neste período para além de ter assistido na realização de 1 cesariana, pude assistir a 4 partos eutócicos, 1 parto distócico com recurso a fórceps e 3 cesarianas.

No final do estágio o meu grupo apresentou uma revisão sobre “Novos Anticoagulantes Orais nos procedimentos em Ginecologia”.

Saúde Mental

O estágio parcelar de Saúde Mental decorreu no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, no período entre 3 de dezembro de 2018 a 10 de janeiro de 2019, sob orientação do Dr. Pedro Rodrigues.

O estágio iniciou-se com 2 sessões teórico-práticas lecionadas pelo Prof. Doutor Miguel Talina e pelo Dr. Pedro Mateus sobre casos clínicos e sobre o estigma associado à doença psiquiátrica. Ao longo do estágio decorreram ainda aulas teórico-práticas orientadas pelo Dr. Pedro Rodrigues. No internamento tive a oportunidade de observar a realização de avaliação de entrevistas clínicas aos doentes e de posteriormente discutir o exame de estado mental e as hipóteses diagnósticas com o Dr. Pedro Rodrigues. Pude ainda redigir diários clínicos e notas de alta, sob supervisão, e assistir a entrevistas com familiares. Em contexto de internamento apenas contactei com 8 doentes, com os diagnósticos de Perturbação Depressiva (n=3),

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Perturbação Afetiva Bipolar (n=3), Esquizofrenia (n=1) e caso social (n=1). Ao longo do estágio tive ainda a possibilidade de assistir à consulta externa de Psiquiatria (Anexo 3) e de contactar com o Serviço de Urgência Psiquiátrica do Hospital de S. José.

No âmbito dos momentos avaliativos formais, colhi e redigi uma história clínica que foi posteriormente discutida com o tutor. As sessões clínicas para internos, bem como as reuniões de serviço onde, por norma, um interno apresentava uma história clínica ou artigo, foram também momentos formativos importantes.

Medicina Interna

O estágio de Medicina Interna teve a duração de 8 semanas, tendo decorrido no Serviço 2.1 do Hospital de Santo António dos Capuchos entre 21 de janeiro e 15 de março de 2019, sob a tutoria do Dr. Miguel Valente.

Ao longo do estágio fiquei responsável por pelo menos 1 doente por dia, num total de 21 doentes. Neste contexto, observei doentes de forma autónoma diariamente, tendo procedido à colheita de anamnese, exame objetivo, verificação de vigilâncias, elaboração do diário clínico e, quando adequado, nota de alta. Procedi também ao pedido e interpretação de meios complementares de diagnostico e à realização de diversas técnicas, nomeadamente gasimetrias arteriais e punções venosas, inclusive uma punção femoral. Após a observação dos doentes, discutia os casos com o meu tutor, e efetuava, quando necessário, a requisição de meios complementares de diagnóstico e terapêutica (MCDT’s) ou eventuais ajustes à terapêutica. Na reunião de Serviço que ocorria diariamente tive ainda a oportunidade de apresentar e discutir os casos clínicos dos doentes ao meu encargo com os restantes membros da equipa médica. Dos 21 doentes que segui em contexto de internamento, 17 eram do sexo feminino e 4 do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 27 e os 103 anos. O diagnóstico principal mais comum foram as infeções respiratórias (n=8), principalmente de etiologia viral. Destaco ainda uma doente com diagnóstico de uma patologia mais rara, com um impacto devastador na sua vida, a Ataxia de Friedreich. Por último, a grande maioria dos doentes internados, que observei, apresentou um elevado número de comorbilidades e consequentemente encontravam-se polimedicados.

Para além da prática da enfermaria, acompanhei o meu tutor no Serviço de Urgência e na consulta de Diabetologia onde observei um total de 48 consultas. Tive ainda a oportunidade de assistir à consulta de Doenças Cerebrovasculares e passar um dia na Unidade de AVC no Hospital de São José, sob tutoria do Dr. Mário Alcatrão não tendo, no entanto, conseguido assistir a nenhuma Via Verde do AVC.

Como momentos formativos decorreram os seminários preconizados pela Unidade Curricular, bem como um curso de eletrocardiografia organizado pelos Internos de Formação Específica do serviço. Assisti

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ainda a uma apresentação do Dr. André Grazina, Interno de Formação Especifica de Cardiologia, sobre controvérsias na Cardiologia, abrangendo os seguintes temas: recomendações para o uso da digoxina, uso de estatinas como prevenção primária, recomendações para profilaxia da endocardite e recomendações para associação de anticoagulação a antiagregação.

No âmbito dos momentos avaliativos formais, colhi e redigi uma história clínica que foi posteriormente discutida com o tutor e apresentei uma revisão teórica sobre “Meningites”.

Cirurgia Geral

O estágio parcelar de Cirurgia Geral teve a duração de 8 semanas, decorridas entre 18 de março e 17 de maio de 2019. Este dividiu-se num componente teórico-prático composto por aulas e pelo curso TEAM (Trauma Evaluation and Management) (Anexo 4), que teve lugar na 1ª semana de estágio, e pelos estágios de Cirurgia e Anestesiologia que decorreram no Hospital da Luz, sob tutoria do Dr. César Resende e da Dr.ª Cristina Pestana, ao longo das restantes 7 semanas.

No estágio de Cirurgia pude acompanhar não apenas na atividade operatória do meu tutor, mas também de outros cirurgiões tanto de Cirurgia Geral como de outras especialidades, observando um total de 53 cirurgias (Anexo 5). Tive ainda a oportunidade de participar em 6 cirurgias como 1º ou 2º ajudante e executar tarefas como o corte de fios de sutura, colocação de agrafos, utilização do aspirador, manejo de trocartes e da câmara em cirurgias laparoscópicas. Além do bloco operatório, acompanhei o meu tutor na sua consulta de Cirurgia Geral tendo observado 34 doentes. Os motivos de consulta mais frequentes foram as queixas do foro proctológico (n=9), a patologia herniária (n=7) e o seguimento pós-operatório (n=6). No estágio opcional de Anestesiologia, realizei, sob supervisão, diversos procedimentos como entubações orotraqueais, colocação de tubos orofaríngeos e acessos venosos periféricos. Ao longo do estágio pude familiarizar-me com as funções do anestesista no que toca à avaliação pré-operatória, posicionamento do doente, escolha e administração dos fármacos para indução e manutenção da cirurgia, bem como para manejo da dor e outras complicações do período pós-operatório, monitorização dos sinais vitais, articulação com a equipa cirúrgica e observação pós-operatória. Participei ainda num Workshop de treino em modelos da inserção de cateteres venosos periféricos e centrais (Anexo 6), organizado pela Dr.ª Cristina Pestana.

Durante as 7 semanas de estágio, assisti semanalmente a seminários organizados para todos os profissionais de saúde do Hospital, bem como a reuniões multidisciplinares relativas à abordagem e tratamento de tumores gastrointestinais. No último dia de estágio, no mini-congresso apresentei um caso clínico sobre patologia tiroideia intitulado “Wide neck, what the heck!?”.

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IV. Reflexão Crítica

Finalizado o 6º ano deste Mestrado Integrado em Medicina é importante refletir sobre o meu percurso ao longo de cada estágio, bem como sobre os objetivos a que me propus.

Considero que o meu estágio parcelar de MGF foi um estágio muito bem conseguido, em virtude da grande autonomia que me foi dada pelo Dr. Edmundo Sá, tendo conduzido cerca de 2 centenas de consultas ao longo das 4 semanas de estágio. Assim, através do contacto direto com os doentes tive a possibilidade de não só desenvolver as minhas capacidades no que toca à comunicação com os mesmos e à condução da entrevista centrada no doente, mas também à realização de um exame objetivo dirigido e delineamento do plano de gestão diagnóstico e/ou terapêutico. Ao longo das consultas pude ainda familiarizar-me com o preenchimento do registo clínico, os planos de rastreio nacionais, a requisição de MCDT’s e o processo de referenciação a outras especialidades. Pelo facto de ter estagiado em Serpa, contactei com uma realidade diferente daquela que me foi dada a conhecer em Lisboa na UC de Medicina Geral e Familiar do 5º ano. Trata-se de uma população, regra geral, envelhecida e com poucos recursos, pelo que me foi possível obTrata-servar em 1ª mão a necessidade de uma abordagem holística que aborda não só as doenças do utente, mas também o seu contexto psicossocial e económico. Tendo isto em conta, o meu contacto com a Saúde Materna e Infantil foi limitado pelo que esta é uma das lacunas formativas com que me deparei ao longo do meu estágio no Alentejo, lacuna esta posteriormente colmatada pelos estágios de Pediatria e Ginecologia e Obstetrícia.

O estágio Parcelar de Pediatria permitiu-me desenvolver não só as minhas capacidades de observação de doentes, mas também do trabalho rotineiro inerente à enfermaria. Apesar de o meu contacto com áreas da Pediatria que não a infeciologia ter sido limitado, esta lacuna formativa foi parcialmente colmatada pelo acesso a consultas de outras especialidades. Gostaria ainda de destacar a importância do Workshop de Urgências Pediátricas. Neste, através da simulação de situações de urgência, fui posto numa situação de alta pressão o que me fez perceber que apesar de poder dominar os conhecimentos teóricos, a sua aplicação prática também requer treino de modo a que estes possam ser empregues de forma adequada e atempada.

No que concerne ao estágio de Ginecologia e Obstetrícia, destaco o rácio tutor-aluno de 2:1 que permitiu maximizar o contacto com ambas as vertentes desta especialidade e com as várias consultas e patologias que a mesma abrange. No entanto, na minha experiência pessoal e ao contrário dos outros estágios deste 6º ano, este foi um estágio maioritariamente observacional, tendo sido poucas as oportunidades de realizar o exame ginecológico completo, uma competência que considero importante para o futuro e que, infelizmente, constitui um objetivo de aprendizagem não cumprido.

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O estágio de Saúde Mental permitiu-me contactar com uma área da Medicina com a qual tinha tido um contacto limitado até ao momento. Ao longo do mesmo, tive a oportunidade de me familiarizar com o exame do estado mental e com a sua interpretação. Destaco ainda o facto de ter podido assistir a entrevistas com familiares. Estas são de extrema importância uma vez que nos permitem perceber o estado do doente do ponto de vista dos familiares e como este se compara com o seu estado basal, bem como a relação entre os familiares e avaliar a existência de emoção expressa. A discussão da minha história clínica chamou-me a atenção para o facto de que na maioria das vezes os diagnósticos em psiquiatria são diagnósticos longitudinais, pelo que algo transversal como a história clínica pode estar limitado, tendo em conta a situação do doente, o que ele valoriza de momento, e eventuais défices decorrentes da doença psiquiátrica aguda.

A par com o estágio de Medicina Geral e Familiar, considero que o de Medicina Interna foi o estágio melhor conseguido este ano. Desde o 1º dia, o Dr. Miguel Valente integrou-me como um elemento da equipa médica, deixando-me diariamente responsável por doentes, o que condicionou a necessidade de desenvolver o meu raciocínio clinico, bem como capacidades em várias tarefas que me irão ser exigidas num futuro não tão distante como a escrita de diários clínicos, notas de alta, requisição de MCDT’s e transmissão de informações clínicas. Realço o facto de ter apresentado e discutido os doentes diariamente nas reuniões de serviço. A comunicação com os outros profissionais de saúde é uma competência de extrema importância e que apenas pode ser desenvolvida com a prática. Neste aspeto, destaco o papel sempre ativo da diretora de serviço, a Dr.ª Helena Estrada, em integrar os alunos na discussão diária de doentes, questionando o porquê de determinadas abordagens e quais os passos a tomar de seguida. Infelizmente, apesar de ao longo do estágio ter sido encorajado pelo meu tutor e restantes médicos da equipa a observar e realizar o maior número de procedimentos possíveis, tendo inclusive realizado uma punção venosa femoral, não tive a possibilidade de observar ou realizar alguns procedimentos importantes ao longo destas 8 semanas. Nomeadamente punções lombares, toracocenteses ou paracenteses.

No estágio de Cirurgia Geral, tive a oportunidade de assistir a um grande número de cirurgias de diversas especialidades. Tanto o Dr. César Resende como os restantes cirurgiões, procuraram fomentar o meu envolvimento na sua atividade cirúrgica, através do esclarecimento de dúvidas, explicação de procedimentos e, quando possível, participação na cirurgia. No entanto, tendo em conta o grande número de alunos no bloco operatório acabei por participar como ajudante num número limitado de cirurgias. Gostaria ainda de realçar o contacto muito limitado com a enfermaria, bem como o facto de não realizar Serviço de Urgências. Sinto que este último ponto é uma lacuna formativa particularmente importante devido à importância do reconhecimento e da abordagem rápida e sistematizada da patologia cirúrgica aguda, algo que sinto que ficou em falta neste estágio. Penso que, se possível, a articulação para a realização de alguns dias de Serviço de Urgência no Hospital Beatriz Ângelo, à semelhança dos colegas que lá estagiam,

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seriam uma alteração importante. Por outro lado, ao longo do estágio de Anestesiologia a Dr.ª Cristina Pestana, bem como os restantes anestesiologistas com quem contactei, encorajaram sempre o meu envolvimento no maior número possível de procedimentos, tendo inclusive tido a oportunidade de realizar diversos gestos como a intubação orotraqueal, colocação de tubo orofaríngeo, de acessos periféricos e ainda de treinar a inserção de cateteres venosos centrais em modelos. No curso TEAM tive a oportunidade de treinar várias competências que considero essenciais à minha formação médica como a abordagem do doente politraumatizado, a sua mobilização, a interpretação de exames imagiológicos e treino de técnicas em modelos.

Com a crescente autonomia que me foi fornecida ao longo do curso, e em especial este ano, senti também um aumento da responsabilidade para com os doentes, o que me obrigou a desenvolver e pôr em prática não só os meus conhecimentos e competências teóricas, mas também a desenvolver as minhas capacidades de abordagem e interação com os mesmos. Apesar de ciente do longo caminho que ainda tenho de percorrer para poder prestar aos doentes os melhores cuidados possíveis ao olhar para o início deste ano letivo, sinto que, no computo geral, alcancei a maioria dos objetivos propostos. Termino este Mestrado Integrado em Medicina mais autónomo, consciencializado das dinâmicas do funcionamento interno hospitalar e capaz de, num futuro próximo, vir a desempenhar as minhas funções como médico, ainda de forma tutorada. Exatamente aquilo que se espera de um estágio profissionalizante.

Aproveito este parágrafo final para agradecer a todos os professores, tutores, profissionais de saúde, colegas e amigos com quem me cruzei ao longos dos últimos 6 anos e que de algum modo contribuíram para o meu crescimento como pessoa e futuro médico. Agradeço ainda a todos os doentes com que contactei ao longo deste meu percurso e que, nesta fase tão vulnerável da sua vida que é a doença, contribuíram para a minha formação. Como disse Sir William Osler:

“In the natural method of teaching, the student begins with the patient, continues with the patient, and ends his studies with the patient, using books and lectures as tools, as means to an end.”

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V. Anexos

Anexo 1: Cronograma das Atividades Desenvolvidas

Estágio Parcelar Regente Período Local Tutor Medicina Geral e Familiar Prof.ª Doutora Isabel Santos 10.09.2018 a 04.10.2018 Centro de Saúde de Serpa – Extensão de Vila

Verde de Ficalho

Dr. Edmundo Sá

Pediatria Prof. Doutor

Luís Varandas

08.10.2018 a

02.11.2018 Hospital Dona Estefânia Dr.ª Flora Candeias

Ginecologia e Obstetrícia Profª. Doutora Teresinha Simões 05.11.2018 a 30.11.2018

Hospital de Vila Franca de Xira

Dr.ª Lucinda Mata e Dr.ª Mariana Panaro

Saúde Mental Prof. Doutor

Miguel Talina 03.12.2018 a 10.01.2019 Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa – Clínica 5 Dr. Pedro Rodrigues Medicina Interna Prof. Doutor Fernando Nolasco 21.01.2019 a 15.03.2019 Hospital de Santo António dos Capuchos –

Medicina 2.1 Dr. Miguel Valente Cirurgia Geral/ /Anestesiologia Professor Doutor Rui Maio 18.03.2019 a 17.05.2019 Hospital da Luz Dr. César Resende e Dr.ª Cristina Pestana

Anexo 2: Apresentações Orais

Estágio Parcelar Título Autor(es)

Medicina Geral e Familiar

“Effect of Daily Iron

Supplementation in Healthy Exclusively Breastfed Infants: A

Systematic Review with Meta-Analysis” por Cai C, et al.

Joaquim Borba

Pediatria Lesão Caustica Esofágica na

Criança

António Inácio, Gabriel Pacheco, Gil Santos, Joaquim Borba

Ginecologia e Obstetrícia Novos Anticoagulantes Orais nos

procedimentos Ginecológicos

Ana Pinto, Beatriz Mendonça, Joaquim Borba, Mariana Neto

Medicina Interna Meningites Joaquim Borba, Maria Santos, Pedro

Bogalho

Cirurgia Geral Wide Neck, what the heck!? Joaquim Borba, Larissa Santoro, Maria

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Anexo 3: Doentes Observados em Consulta de Psiquiatria

Anexo 4: Certificado Curso TEAM

Doentes observados em consulta de Psiquiatria (n=21)

Perturbação depressiva (n=10) Distimia (n=1)

Surto psicótico associado a consumo de substâncias (n=1) Perturbação delirante (n=1) Esquizofrenia (n=2) Perturbação afetiva bipolar (n=4)

Perturbação ansiedade generalizada (n=2)

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Anexo 5: Procedimentos Observados no Bloco Operatório por Sistema

0 2 4 6 8 10 12 14 16 Outras Ortopedia Tiroideia Urologia Herniária Colorectal Gastro-esofágica Proctologia Biliar

Número de procedimentos observados (n=53)

Si

ste

m

a

Número de Procedimentos Observados no Bloco por

Sistema

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Anexo 6: Certificado Workshop – “Colocação de Acessos Venosos Centrais e

Periféricos com recurso à simulação”

Referências

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